1. Papel da família na socialização
A socialização consiste na interiorização que cada individuo faz, desde que nasce e ao longo da
sua vida, das normas e valores da sociedade em que está inserido e dos seus modelos de
comportamento. Socializar é, portanto, inculcar no individuo os modos de pensar, de sentir e
de agir do grupo em que ele está integrado.
Socialização Primaria:
Durante a infância ocorre a chamada socialização primaria. Nesta fase, a criança é socializada
sobretudo pela família, sendo as aprendizagens mais intensas, mais marcantes, porque
biologicamente a criança está preparada para receber e assimilar grandes doses de informação
e porque existe uma forte ligação emocional e afectiva com os agentes socializadores.
Ao longo deste período, são aprendidas e interiorizadas coisas tão determinantes quanto a
linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a
que se pertence.
Família:
O desenvolvimento socioeconómico e tecnológico transferiu funções educativas da família
para a escola, nomeadamente a preparação técnico-profissional, mas a primeira continua a ter
um papel fundamental na formação de atitudes sociais, na promoção da autoconscialização e
na transmissão de valores.
A família transmite traços culturais e valores próprios do grupo social de pertença, bem como
modelos de comportamento, não necessariamente de forma intencional: é na família que
aprendemos (ou não) as regras básicas da boa educação, os hábitos de higiene e de
alimentação, a falar e a exprimirmo-nos, a ouvir musica e a ler, a tornarmo-nos adeptos de um
determinado clube de futebol.
Alguns mecanismos: Imitação - Muitas das atitudes e comportamentos que vemos nas
crianças são fruto das suas observações e posterior imitação. A reprodução dos
comportamentos dos agentes socializadores é fundamental à interiorização desses mesmos
comportamentos.
Identificação – a criança identifica-se com pessoas que desempenham determinados papeis na
sua vida e essa identificação faz com que adquira progressivamente os comportamentos
inerentes a esses mesmos papeis. O pai e a mãe da criança representam, por exemplo, o que
para ela significa ser homem e ser mulher, e é através deste processo de identificação que a
criança interioriza como se comportam um homem e uma mulher nas varias situações.