O vice-presidente da Ciser, Carlos Rodolfo Schneider, fala à Revista Assobrav/Showroom de fevereiro/2012 sobre o processo de "desindustrialização" do Brasil, entre outros assuntos.
Desindustrialização do Brasil é uma realidade alerta vice-presidente da Ciser
1. Publicação da associação brasileira de distribuidores volkswagen
Ano 34 • n• 301
FEVEREIRO 2O12
URGENTE!
RECICLAGEM
2. A PASSEIO
GENTE
CAPA
3 Recado 20 RH 36 Freio Solto
A mensagem do conselho editorial A reflexão do psicólogo, especialista em A opinião, a crítica e a ironia do
relações corporativas, Armando Siqueira jornalista Joel Leite.
Neto.
5 Cartas
O que dizem sobre Showroom. 38 Fala Sério!
24 Capa O novo tom da crônica de Maria Regina
O Programa de Renovação da Frota é um Cyrino Corrêa.
6 Quem Passou por Aqui assunto que esteve na pauta diversas
Amigos e personalidades que visitaram a
vezes. No fim da década de 1990 as
Assobrav e as empresas do Grupo Disal.
montadoras defendiam a inspeção 39 Quando a Bola
veicular ambiental técnica e a reciclagem. Rola...
8 Gente O objetivo era aumentar a venda de O comentário de Marcelo Allendes sobre
O empresário Carlos Rodolfo Schneider, vice- veículos 0 km já que o mercado interno o que acontece nos gramados, quadras,
presidente da Ciser Parafusos e Porcas, membro registrava quedas acentuadas. Hoje, com o piscinas...e em outros espaços também.
do Conselho Superior de Economia da Fiesp e um mercado aquecido, o objetivo mudou, mas
dos líderes do M B E - Movimento Brasil Eficiente, a necessidade é a mesma: a renovação da
fala, entre outros assuntos, sobre o processo de frota e a reciclagem permitirão tirar das 40 Novidades
“desindustrialização” do Brasil. ruas veículos velhos que causam milhões O que há de novo em eletrônicos,
de problemas, como engarrafamentos, periféricos de informática e outras
acidentes e muita, muita poluição. A utilidades.
13 TechMania ideia é aplaudida por todos, mas difícil de
Os testes em laboratórios e em pistas de por em prática. Por quê? Ninguém quer
provas da indústria automobilística, segundo o abrir mão dos próprios interesses. Uma
41 Livros & Afins
jornalista Fernando Calmon. Nossas dicas para a sua biblioteca,
cantilena que se repete no Brasil... cedeteca, devedeteca e pinacoteca.
14 Comportamento 28 A Passeio 42 Vinhos & Videiras
“A doença do muito” começa a cair de moda Camboja, um país muito antigo, com
até nos Estados Unidos, meca do consumo. A opinião abalizada de Arthur Azevedo,
população muito jovem, que vive, em sua diretor executivo da ABS – Associação
Filósofos, escritores, economistas e gurus maioria, no campo, em pequenas vilas.
comportamentais, todos entendem que a época Brasileira de Sommeliers – SP e editor
No coração da Península da Indochina da revista WineStyle e do site www.
do excesso já passou. Vivemos o momento no Sudeste Asiático, o clima de monções
de assumir um estilo de vida mais “franco, artwine.com.br
tropicais faz as temperaturas oscilarem
sincero e liberto”, porque consumir entre 10ºC e 38ºC. O Camboja tem um
desenfreadamente é uma válvula de
escape para não olhar para dentro de si
rico patrimônio cultural que atravessou 42 Mesa Posta
milênios e a cada dia atrai mais e mais Receitas, segredos e informações sobre
mesmo. turistas do mundo inteiro. Confira. a história da gastronomia com o chef
4 Gustavo Corrêa.
4. atente para esses riscos, de maneira
a se compatibilizar as questões
estruturais com a ampliação no
Revista Showroom: Recentemente o número de veículos em circulação.
presidente da Mercedes-Benz, Dieter
Zetsche, fez um comentário sobre Apesar de 2011 não ter sido um
U
o paradoxo que percebe na China: ano positivo para a indústria
o maior país comunista do mundo nacional, que sofreu com fatores
produz muitos carros de luxo, como o câmbio desfavorável, a
voltados a consumidores abastados. forte concorrência dos importados
Segundo ele, a China “salvou o e a crise internacional, na visão do
capitalismo”. Como o Sr. avalia o economista Paul Singer, falar em
impacto desta realidade do mercado desindustrialização no Brasil, apesar
m dos líderes do automobilístico para a economia de ser uma possibilidade, “ainda é
Movimento Brasil Eficiente global? exagero e não parece provável”. O
(MBE), que há dois anos propaga Sr. concorda? Existe ou não o risco
a urgência de ampla reforma Carlos Rodolfo Schneider: De fato, a concreto de desindustrialização?
fiscal como condição para que China representa um peso enorme Sem dúvida que existe, e não há
o País reencontre o caminho na conjuntura internacional – e está exagero algum nessa afirmação.
do crescimento econômico puxando a economia. Diria até que se Objetivamente, já estamos em franco
“sustentável, consistente, constante a China não viesse crescendo tanto, o processo de desindustrialização. Um
e acelerado”, o empresário Carlos mundo estaria em recessão há muito exemplo: tomando por base a balança
Rodolfo Schneider, vice-presidente tempo. As montadoras são apenas comercial de produtos manufaturados,
da Ciser Parafusos e Porcas, maior um exemplo disso. Trata-se do maior em 2006 – portanto, há cinco anos –,
fabricante de fixadores da América mercado mundial de automóveis. A tivemos o último superávit, na ordem
Latina e fornecedora do setor classe média chinesa é formada por de US$ 15 bilhões. Logo no ano
automotivo em sociedade com o nada menos que 300 milhões de seguinte, esse número se transformou
grupo holandês Nedschroef, emite pessoas, e a classe alta é significativa. em déficit, que foi crescendo e, em
um sinal de alerta: se não fizermos Agora, falando da realidade brasileira 2010, chegou a US$ 70 bilhões. Uma
a lição de casa, o parque industrial nesse segmento, nosso país vem observação preocupante é que o
brasileiro correrá sérios riscos. ganhando relevância global devido, déficit é maior quanto mais intensiva
Em entrevista à Revista Showroom, em grande parte, ao incremento do em tecnologia for a categoria de
Schneider, que também faz mercado interno. Já no campo das produtos. Ainda somos altamente
parte do Conselho Superior de exportações, seguimos perdendo competitivos em commodities.
Economia da Federação das competitividade. É o mercado interno Poderíamos manter a competitividade
Indústrias do Estado de São Paulo que tem permitido a expansão da desse grande parque industrial que
(Fiesp), reúne argumentos e nossa indústria automobilística. E foi montado se fizéssemos a lição de
estatísticas para afirmar que, sim, isso causa efeitos positivos em toda casa – buscando a redução do Custo
o Brasil já se encontra “em franco a economia simplesmente porque a Brasil, a simplificação da estrutura e
processo de desindustrialização”. cadeia produtiva do setor é bastante a redução da carga tributária, entre
Também reflete sobre o enorme extensa, envolvendo um enorme leque outros fatores que contribuiriam para
crescimento da economia chinesa de fornecedores dos mais variados que o dólar alcançasse um ponto de
– “não fosse por isso, o mundo setores. equilíbrio mais adequado. A indústria
estaria em recessão há muito vem perdendo peso significativo na
mais tempo” – e adverte para a Qual seria, então, o maior problema? produção do País, em uma curva cada
necessidade de se encontrar uma A preocupação é que o aumento da vez mais acentuada. E, em muitos
luz na atual crise da zona do euro: frota de automóveis não vem sendo setores, produzir no Brasil está 36%
“Os países em desequilíbrio fiscal acompanhado pelo crescimento mais caro do que nos Estados Unidos
querem que os mais austeros, e da infraestrutura do País, o que e na Alemanha (como atesta
que cumpriram seu papel, paguem tende a agravar os sérios problemas estudo da Abimaq), para não
a conta. Quanto mais tarde vier de mobilidade que enfrentamos, falar no caso da China. Se
uma solução, mais cara ficará essa principalmente, nas áreas urbanas. É não se fizer alguma coisa
conta”. fundamental que o governo federal para frear esse processo,
SHOWROOM
9
5. com centrais sindicais e diversos
intelectuais.
Também nos apoiam os
economistas Paulo Rabello
de Castro, que faz parte da
coordenação nacional, Raul
Velloso, Roberto Teixeira da Costa e
Yoshiaki Nakano, que foi secretário
de baixa para assegurar um melhor da Fazenda no governo paulista
crescimento futuro. de Mário Covas e na época fez,
com sucesso, uma mini-reforma
A crise da dívida soberana na tributária. Integram o nosso núcleo
o Brasil estará colocando em risco
zona do euro está contida ou
o fantástico parque industrial que estratégico nomes como Antônio
ainda há riscos de que o mundo
levou anos para construir. Delfim Netto, Gustavo Loyola
mergulhe em uma nova recessão?
e Paulo Francini. Também nos
Nada está resolvido, só estará na
O Banco Mundial divulgou apoiam os juristas Ives Gandra da
hora em que todo mundo sentar e
recentemente suas previsões Silva Martins e Gastão Toledo, o
para a economia mundial nos assinar um acordo. Os países em
ex-senador Jorge Bornhausen, o
próximos dois anos. As notícias desequilíbrio fiscal querem que os
ex-governador gaúcho Germano
não são boas. Em meados do mais austeros, e que cumpriram
Rigotto, ao lado de grandes veículos
ano passado, a entidade havia seu papel, paguem a conta. Quanto
de comunicação de todo o Brasil.
estimado crescimento de 3,6% em mais tarde vier uma solução, mais
2012 e 2013, mas agora rebaixou a cara ficará essa conta. Os governos Como surgiram e evoluíram os
previsão para 2,5% neste ano e 3,1% precisarão chegar a um meio pleitos do MBE?
no próximo. Em sua análise, como termo que não vai agradar, mas
fica a economia mundial e como a Formulamos uma proposta
também não poderá desagradar consistente, que partiu de um
economia brasileira será (ou não) demais a todos. Não existe solução
afetada? diagnóstico da realidade fiscal
possível sem algum sacrifício. O brasileira elaborado, há dois anos,
Ninguém sabe exatamente como vai
grau de sacrifício é que terá que ser pelos economistas Raul Velloso e
ficar a Europa. Tudo isso depende
negociado. Paulo Rabello de Castro, o qual
muito do que ocorrer por lá, que
naturalmente deverá contaminar publicamos em livro. Esse estudo
O Sr. é um dos líderes do
o restante. Haverá um período de já serviu de base para decisões
Movimento Brasil Eficiente (MBE),
crescimento contido. A solução na que se propõe a sensibilizar a tomadas por vários governos,
Europa requer uma ação rigorosa, população e os governos para inclusive o federal. Nossas
tamanha a indisciplina fiscal que a emergência de se reduzir a propostas têm sido amadurecidas,
havia: o euro representou um carga tributária sobre o setor aperfeiçoadas. Estamos plantando
“cobertor” para países com menor produtivo, além de simplificar e e, aos poucos, colhendo os
rigor fiscal, e alguém terá que pagar racionalizar a estrutura tributária resultados.
essa conta, não existe almoço grátis. brasileira, melhorando a gestão
Entre outras consequências, isso dos recursos públicos. Que apoios O MBE chegou a formular projetos
o MBE conquistou desde que foi de lei com suas proposições de
retraiu o comércio internacional
constituído? reformas...
e, sim, o Brasil está sendo afetado,
Mais de 100 entidades empresariais Sim, temos chamado de “projetos
por exemplo, com uma pressão da
e não empresariais já aderiram de lei do Brasil Eficiente”. Um
parte de outros países sobre nosso
ao movimento. Contamos, deles propõe a simplificação
mercado interno, com suas sobras de
por exemplo, com o apoio dos e modernização da estrutura
produção. Não existe mais recessão
conselhos federais de Medicina, tributária. O outro defende a
importante que deixe algum país
da OAB, dos Economistas, dos regulamentação do artigo 67 da
imune. Em que medida nós seremos
Contabilistas, federações da Lei de Responsabilidade Fiscal,
impactados, vai depender do que
indústria, do comércio, associações que institui um Conselho de
fizermos aqui. Se contivermos o gasto
de diversos tipos, com registro Gestão Fiscal no País. A exemplo
público corrente, redirecionando
especial aqui à Fenabrave, que do Conselho Monetário Nacional,
recursos para investimentos,
10
congrega as concessionárias de esse organismo regularia as
poderemos aproveitar esse momento
automóveis. Temos conversado despesas e receitas da União,
6. O brasileiro
gasta 75% do A Previdência também é uma
ano para pagar questão que merece grande atenção
impostos ou para do MBE, não?
Sim, a Previdência responde pelo
comprar produtos maior rombo de caixa do poder
e serviços público. Propomos a unificação do
regime próprio dos servidores e o
que deveriam ser geral, o INSS. Deve haver um regime
fornecidos pelo único. Isso foi aprovado no Congresso,
Estado. mas nunca foi regulamentado. O
novo funcionário público teria que se
enquadrar nesse regime e poderia optar
por uma previdência complementar,
como já existe para qualquer
trabalhador da iniciativa privada. É o
que prevê o PL 1992/07, em discussão
na Câmara Federal. A outra questão é
que temos no Brasil 6% da população
em idade de ser assistida, com mais
de 65 anos, e a Previdência consome
12% do PIB, portanto 2% do PIB para
cada 1% da população. Nos Estados
Unidos, essa relação é de um para um.
Em alguns países da Europa, de 0,5%
para 1%. Está distorcida a equação
da Previdência no Brasil.
Já a questão administrativa está
hoje praticamente fora da Lei ajuste fiscal é a base para que se vinculada à eficiência da gestão pública.
de Responsabilidade Fiscal. possa restabelecer a competitividade Não adianta querer reduzir carga
Reivindicamos ainda a criação da da economia brasileira. Esse ajuste tributária se não houver um trabalho
Secretaria da Despesa Pública como engloba as questões tributárias, paralelo para reduzir a despesa pública,
espelho da Secretaria da Receita previdenciárias e administrativas. pois o governo não vai abrir mão de
Federal, que trabalha muito bem a Defendemos a modernização e a receita enquanto tiver uma despesa
arrecadação. Então, que se trabalhe simplificação da estrutura tributária maior para ser coberta.
tão bem a questão da despesa brasileira, que é obsoleta e cara, tanto
pública. Esses dois projetos, para quem paga quanto para quem Além da divulgação na mídia, como
redigidos pelos juristas Gastão arrecada. Buscamos a transparência levam adiante as propostas do
Toledo e Ives Gandra da Silva na cobrança dos impostos: hoje, 80% movimento?
Martins, são base de um abaixo- da população pensa que não paga Temos realizado vários eventos
assinado para o qual esperamos imposto, não tem ideia dos tributos com a participação de autoridades
coletar 1,4 milhão de assinaturas, embutidos nos preços, ao passo que e lideranças. O ministro Guido
para encaminharmos ao Congresso muitos países desenvolvidos destacam Mantega, em um desses encontros,
como de origem popular, com mais o imposto na nota fiscal. No mesmo comprometeu-se em estudar nossas
força. Hoje há vários deputados e campo, há a pesada carga tributária, propostas. O movimento tem
senadores que já apoiam as teses que penaliza cidadãos e empresas caminhado bem, conseguiu uma
do movimento. E estamos criando brasileiras. O brasileiro gasta 75% mobilização, mas precisamos trabalhar
uma bancada do MBE. do ano para pagar impostos ou com atenção especial à união das
para comprar produtos e serviços entidades para somar os esforços na
Por que motivo a reforma que deveriam ser fornecidos pelo direção que desejamos.
tributária foi definida como Estado. No MBE, propomos mudanças
prioridade? na segurança, na educação, na saúde. Santa Catarina foi o primeiro Estado
Não se trata apenas de reforma Melhorando a gestão pública, melhora a aderir ao movimento. Como
tributária, mas de um verdadeiro a qualidade dos serviços e se reduz a está a receptividade dos outros
ajuste fiscal. Entendemos que, necessidade de recursos – isto é, de estados?
SHOWROOM
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ao lado da reforma política, o impostos. A receptividade é boa. Estamos
alinhando o lançamento em
7. O País poupa em torno de 16% do PIB e, por
ter uma poupança baixa, investe pouco.
Nossa taxa de investimento gira em
torno de 18% do PIB, o que não permite
criar as bases para a
competitividade.
várias regiões do País, para a adesão não só
do governo de cada Estado como também das
principais entidades locais.
Em síntese, quais são as grandes questões da
economia brasileira, hoje?
Um ponto é que temos uma taxa de poupança
muito baixa. O País poupa em torno de
16% do PIB e, por ter uma poupança baixa,
investe pouco. Nossa taxa de investimento gira
em torno de 18% do PIB, o que não permite e União. Deveria investir 5% do PIB. Precisando de
criar as bases para a competitividade. Falta menos recursos, o Estado diminui a pressão sobre a
infraestrutura, investimento em tecnologia, taxa de juros, refletindo positivamente no câmbio,
em formação de mão de obra, educação de equilibrando-o num nível mais adequado ao nosso
qualidade; temos serviços públicos sofríveis. estágio de desenvolvimento. Propomos que o gasto
Precisamos aumentar a poupança para público corrente cresça até um terço da taxa de
aumentar a taxa de investimento, trazendo mais crescimento da economia. Se isso ocorrer, entendemos
competitividade. que o País pode vir a crescer 6% ao ano, de forma
consistente e constante, permitindo, em 2020, a
Por que, na sua opinião, a poupança no Brasil é duplicação da renda per capita do brasileiro. E em 2030
baixa? teremos o que chamamos de um Brasil de bônus, o que
Primeiro, por uma questão cultural. Mais significa que o PIB brasileiro em 2030 poderá ter um
de 65% das famílias brasileiras gastam mais acréscimo adicional equivalente ao PIB de hoje.
do que ganham. Por isso se criou aqui o
“modelo das Casas Bahia“. O brasileiro quer A presidente Dilma Rousseff assumiu diversos
ver se a prestação cabe no bolso, e só. Outra compromissos no início da campanha. O Sr. acredita
variável que deve ser administrada para evitar que ela terá condições de cumpri-los?
o endividamento das famílias é o aumento A presidente Dilma é uma gestora, ela entrou no
da oferta de crédito. O nível de poupança da governo como ministra de Minas e Energia. Na época,
sociedade, no Brasil, é de 19% a 20%, só que eu era presidente da Centrais Elétricas de Santa Catarina
o governo tem um déficit público nominal de (Celesc) e representante do Estado, e íamos a reuniões
3%; portanto, ficamos com poupança líquida juntos. Ela reconhece os problemas que o País enfrenta
de 16% a 17%. Por outro lado, com uma carga e, com certeza, tem todo interesse em ver o Brasil
tributária muito elevada, as empresas também melhorando. Já entendeu claramente que precisamos
têm menos poupança para fazer investimentos. de qualquer forma aumentar a taxa de investimento
Temos que transformar esse círculo vicioso em do País. No Plano Brasil Maior estão propondo 23%
virtuoso. À medida que aumente a eficiência da em 2014. Nós entendemos que devemos chegar, no
gestão pública, o governo vai precisar de menos mínimo, a 25%. Logicamente que a política apresenta
recursos para cobrir suas despesas e sobrarão desafios para essas mudanças, mas temos que ajudá-la.
mais recursos para investimentos. À medida que a sociedade demonstra com veemência
que quer essas mudanças, com certeza, tanto o
Qual seria o percentual ideal de investimento Executivo quanto o Legislativo estarão sensíveis a isso.
na sua opinião?
O poder público investe pouco no Brasil, menos
12 de 2,5% do PIB, contando municípios, estados