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ARARAQUARA • SÃO CARLOS • RIBEIRÃO PRETO • CAMPINAS
EDIÇÃO2016
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4 AGENDA 2016
EDITORIAL
André Coutinho Nogueira
é graduado pela
Faculdade de Direito do
Largo São Francisco-
USP. Como diretor do
Grupo EP, aposta na
imprensa e nos meios de
comunicação como uma
via de trabalho criativo,
para mudanças positivas.
MASTRANGELOREINO/ACIDADE
Inspiração para um
futuro feito por nós
Caro leitor,
Há três anos, tivemos a ideia de realizar a primeira edição
da Agenda Ribeirão. O objetivo era conceber um evento que
envolvesse as iniciativas pública e privada para o debate em torno
dos principais problemas e desafios de Ribeirão Preto. Como
imprensa livre, acreditávamos, era nosso papel não só mostrar no
dia-a-dia quais eram estes problemas e desafios, como sempre
fizemos, mas também contribuir para solucioná-los.
Desafio posto e equipe envolvida, trabalhamos para fazer a
primeira edição em 2014. Foi um sucesso Na segunda edição
trouxemos o economista Eduardo Gianetti da Fonseca como
palestrante, convidamos especialistas para o debate e abrimos o
evento ao público interessado. Para que as propostas pudessem
ser colocadas em prática, políticos, empresários, gestores
públicos e privados também compareceram. O resultado foi
um enorme engajamento de todos os participantes e muitas
propostas interessantes e concretas para o sonho coletivo de uma
Ribeirão Preto melhor.
Com o êxito, passamos a planejar a realização de Agendas
também nas outras cidades da área de cobertura da EPTV:
incluímos Araraquara no circuito em 2015 e, a partir deste ano
de 2016, São Carlos e Campinas passaram a contar com o
evento. Em todas as edições e cidades, sentimos que nosso papel
foi cumprido e que a participação da sociedade civil organizada
foi fundamental para que o sonho de um futuro melhor fosse
compreendido, discutido e planejado. O próximo passo neste
processo, a execução das propostas, cabe a todos e cada um de
nós.
Nesta nova edição da Revista das Agendas, apresentamos em
maior profundidade um resumo dos eventos nas quatro cidades,
cujo principal tema foi Economia e Cidades Criativas. Esperamos
que o conteúdo nos sirva de inspiração para o exercício da
cidadania e a busca de um futuro melhor. E que novas Agendas
surjam todos os anos, renovando nossas ações e nossos projetos!
‘Em todas as edições, sentimos que nosso papel foi cumprido
e que a participação da sociedade civil foi fundamental...’ i g u a t e m i r i b e i r a o p r e t o . c o m . b r
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6 AGENDA Araraquara 2016
O PROBLEMA
7AGENDA Araraquara 2016
Afaltadediálogo entreinstituiçõesEm Araraquara, o Agenda foi realizado no Sesc, no dia 29 de abril. Entre os assuntos discutidos, um se destacou: a necessidade de manter abertos e ampliados
os canais de comunicação entre poder público e sociedade; além disso, também se falou da gradativa perda de importância dos conselhos municipais.
AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA
Araraquara
98 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016
A radiografia feita pelos participantes do Agenda Araraquara deste
ano apontou para alguns problemas que afetam a cidade. Um dos
principais está ligado à falta de diálogo entre quem toma as decisões e
quem é afetado por elas.
O gerente regional do Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp), Charles Bonani, foi além e reclamou a inclusão de novos
atores no diálogo social do município. “A periferia ainda está muito
distante das questões centrais,fora da agenda do município, parece
outra cidade. E, quando temos esse distanciamento, a gente cria ilhas
que acabam levando ao subdesenvolvimento”, disse.
O cientista político Rafael Orsi, da Unesp de Araraquara, também
falou sobre a exclusão social, mas de modo mais amplo do que o
apresentado por Bonini. “Nós todos falamos de renovação, ou melhor,
da falta dela, da necessidade de surgirem novos quadros, novos
pensamentos e críticas, mas não temos um projeto que dê à juventude
a importância que ela deve ter no projeto de construção da cidade”,
afirmou.
PLANO
DIRETOR
No seminário, público
e debatedores
destacaram um ponto
que é, ao mesmo
tempo, problema
(por não ser seguido)
e solução (pela sua
capacidade de mudar
a realidade): o Plano
Diretor, o documento
que organiza o
crescimento e
desenvolvimento da
cidade
2005foi o ano da revisão
do Plano Diretor de
Araraquara, considerado
uma referência nacional;
em 2014 foi feita nova
revisão dessa peça
Ao falar sobre o que considera alguns problemas de Araraquara,
o arquiteto e urbanista Luiz Antonio Falcoski destacou um ponto que
pode explicar as questões levantadas tanto pelo gerente do Ciesp
como pelo professor da Unesp: o enfraquecimento do que considera
“espaços privilegiados de discussões”. “Lamentavelmente, os conselhos
municipais já não são mais espaços de discussão e de produção de
conhecimento coletivo. Isso a gente tem de recuperar com urgência,
porque os conselhos são, sobretudo, inteligência e massa crítica”,
afirmou.
O também cientista político e professor da Unesp Araraquara,
MIlton Lahuerta, destacou um ponto que já havia sido apontado
na apresentação do palestrante, Alejandro Castañé: a excessiva
centralização das críticas no poder público. “O esporte favorito do
Brasil é falar mal do poder público e dos políticos. Porém, quando
se quer soluções, todo mundo vai esperar soluções do poder público
e, quanto mais centralizado ele for, maior a expectativa por essas
soluções”, disse.
AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA
Araraquara
11AGENDA Araraquara 2016 1110 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016
O que é Inteligência Coletiva?
“É a capacidade emergente que um coletivo tem de reunir e articular competências
e conhecimentos individuais, para reelaborá-los em benefício comum. Um processo
de produção de conhecimento e o resultado da colaboração e a interação dos
participantes conscientes com uma vontade explícita de busca compartilhada de
soluções para os problemas que os afetam” . Pierre Lévy
Dicas para trabalhar
com inteligência coletiva
1) Valorização da diversidade
2) Engajamento efetivo = Reflexão + ação
3) Informações múltiplas e compartilhadas
4) Transversalidade
5) Cada um com seu papel
6) Respeito às regras pactuadas
7) Integridade
Por que é importante
pensarmos em políticas
específicas para as cidades
Elas ocupam apenas 2%
de toda a área terrestre do planeta
MAS
7) Integridade
específicas para as cidadesespecíficas para as cidades
Detêm
70%da economia
global
Consomem
60%da energia
elétrica
produzida
Produzem
70%das emissões
de gases,
relacionados
com o
aquecimento
global
Produzem
70%do lixo
mundial
Evolução da população
urbana no mundo
________________
1976
37,9%
________________
1996
45,1%
________________
2016
54,5%
% de urbanização do Brasil
______________________________________
2015
86%
204 milhões
de habitantes
______________________________________
2039
89%
223 milhões
de habitantes
______________________________________
86%86%86%
204 milhões204 milhões
de habitantesde habitantes
______________________________________
86%86%86%
204 milhões204 milhões204 milhões
de habitantesde habitantes
______________________________________
89%89%89%
223 milhões
de habitantes
______________________________________
223 milhões
de habitantes
O que é o Global Power City Index
(Índice de Cidades com Impacto Global)
O GPCI é um índice criado pelo Instituto para Estratégias Urbanas (Japão), que avalia e cria
um ranking das maiores cidades do mundo de acordo com os seus ‘magnetismos’, ou seja,
o seu conjunto de características que lhes permite atrair empresas e indivíduos criativos e
mobilizar os seus recursos, transformando-os em segurança econômica e social
e desenvolvimento ambiental. Esse índice avalia a força de 40 das mais
importantes cidades do mundo de acordo com seis principais
requisitos (Economia, Pesquisa e Desenvolvimento, Interação
Cultural, Capacidade de proporcionar qualidade de vida,
Meio Ambiente e Acessibilidade).
Relação de Cidades
com os maiores GPCIs
1º Londres
2º Nova York
3º Paris
4º Tóquio
5º Singapura
6º Seul
7º Hong Kong
8º Berlim
9º Amsterdam
10º Viena
38º São Paulo
O que tem a ver
inteligência
coletiva com o GPCI?
De acordo com Alejandro Castañés,
uma das referências nacionais
nesse assunto, um dos caminhos
mais eficientes para que uma cidade
aumente o seu “magnetismo” é o
desenvolvimento de processos que
decorram da inteligência coletiva.
Exemplos de
inteligência coletiva
A enciclopédia online Wikipedia e
o sistema operacional Linux são,
provavelmente, os exemplos mais
conhecidos do uso de inteligência
coletiva. Mas, além deles, um bom
exemplo de como profissionais de
diversos setores trabalham em
conjunto na produção de algo é a
rede espanhola La Colaboradora,
de Zaragoza.
Araraquara
1312 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016
Inteligência coletiva e
o futuro da sua cidade
O DEBATE
Em um mundo cada vez mais urbano e competitivo, uma das armas mais
eficientes das cidades será a capacidade de unir o trabalho de profissionais de
diversas áreas como forma de apresentar respostas criativas para problemas
locais. Mas, antes disso, a questão que fica é: como atrair esses profissionais?
Há pouco mais de oito anos, o Instituto para Estratégias Urbanas, do
Japão, criou um índice destinado a medir a capacidade das 40 maiores
cidades do mundo em atrair empresas e profissionais criativos. O mesmo
indicador também avalia de que forma o trabalho desses profissionais e a
existência das empresas se convertem em ganhos econômicos e sociais
para a cidade.
No ano passado, o ranking era liderado, respectivamente, por
Londres, Nova York e Paris. São Paulo, na 38ª posição, era a única cidade
da América do Sulk presente na relação.
O Índice de Cidades com Impacto Global 2015 (GPCI, na sigla em
inglês), foi usado pelo gestor de desenvolvimento argentino, Alejandro
Castañé, para mostrar como o uso da inteligência coletiva, a criatividade
e a capacidade de gerar inovação podem ser decisivos para tornar uma
cidade socialmente mais justa e economicamente mais sólida .
Alejandro Castañé foi o palestrante convidado da segunda edição do
Agenda Araraquara. O evento teve como tema o conceito de inteligência
coletiva e foi realizado no dia 29 de abril, no Sesc Araraquara, para uma
platéia de mais de 150 pessoas.
Para Castañé, a inteligência coletiva vai além da soma das
capacidades individuais. O processo é coletivo, afirma, mas a diferença
está na variável “diversidade”. “É uma diversidade mais ampla, de
critérios, de olhares, da capacidade de escutar outras pessoas - que não
as do mesmo grupo - e aceitar o que é dito”, afirmou.
Para Castañé, no entanto, há outros elementos comuns a todos os
processos de inteligência coletiva que devem ser levados em conta para
compreender o processo de inteligência coletiva. “Podemos citar, por
exemplo, o engajamento efetivo, ou seja, a vontade e possibilidade de
participar em um processo de cidadania ativa, a reflexão seguida de ação,
isto é, não adianta pensar e não fazer, compartilhar as informações e o
conhecimento, envolver diversos setores (especialmente quando se trata
de pastas públicas), liberdade de pensamento e expressão, respeito às
regras pactuadas (sejam explícitas ou tácitas) e transparência”, concluiu.
Quem é
ALEJANDRO
CASTAÑÉ
Professor de Economia Criativa
e Cidades da Universidade
Cândido Mendes (RJ) e
Economia Criativa e Cidades
da Fundação Getúlio Vargas
(SP), também desenvolve
projetos de inteligência
coletiva e inovações urbanas
e já colaborou em diversas
iniciativas das Nações Unidas
AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA
ESPAÇO DE DISCUSSÃO
O Agenda Araraquara foi realizado no dia 29 de abril,
no Sesc e reuniu cerca de 150 pessoas;
evento aconteceu pela segunda vez na cidade
Poder público
deve aprender
a escutar a
comunidade
Se a inteligência é coletiva,
qual é o papel do poder público
na elaboração de respostas
criativas aos problemas locais?
Para Alejandro Castañé, antes
de mais nada, é preciso que os
gestores públicos percebam que
quem mais conhece a cidade é o
cidadão. “A partir daí, é preciso
aprender a escutar os cidadãos
e estimulá-los a participar,
aproveitando não só seu
conhecimento da cidade, mas a
sua criatividade e seu sentimento
de pertencimento”, disse.
Para ele, há diferentes
modos de aproximar o poder
público da sociedade, entre eles
o uso das tecnologias digitais,
sobretudo as plataformas
colaborativas. “Elas podem servir
de apoio a iniciativas de resgate
do espaço público, como um
local de troca de conhecimento
e geração de novas formas de
aprendizagem”, afirmou.
No entanto, Castañé destaca
que participação também gera
responsabilidades do cidadão
com os demais atores sociais.
“Muitas vezes vemos iniciativas
baseadas nos direitos de grupos,
mas não se discutem os deveres
que cada um de nós com a nossa
cidade.”
AMANDAROCHA/TRIBUNAARARAQUARA
Araraquara
14 AGENDA Araraquara 2016
As discussões
sobre reforma
urbana devem
acontecer
de forma
independente
da pauta política.
LUIZ ANTONIO FALCOSKI
ARQUITETO E URBANISTA
FALCOSKI
Reforma urbana deve envolver todos
os atores sociais e ser apartidária
Um dos pontos destacados pelo arquiteto, urbanista e professor
da Universidade teve a ver com a necessidade de Araraquara ser alvo
de uma reforma urbana. No entanto, ele enfatizou dois pré-requisitos:
em primeiro lugar, a possibilidade de que esse processo envolva
todos os atores sociais, depois, que as discussões sobre ele ocorram
independentemente da política partidária e que tenham continuidade
no tempo. “As discussões a respeito da criação de uma agenda
sobre esse tema têm de acontecer independentemente da discussão
partidária, devem estar desconectadas da pauta política”, concluiu.
Para Falcoski, as conseqüências da não-realização dessa reforma
já podem ser percebidas, por exemplo, no distanciamento das
periferias e em formas de segregação sócio-espacial.
Essa discussão, segundo ele, pode estar além até dos planos
diretores. “Talvez essas formas apresentadas aqui sobre inteligência
coletiva e com a participação de todos os atores da sociedade a gente
consiga fazer essa pauta funcionar”, completou.
DEBATEDORES
Além de Alejandro Castañé,
fizeram parte do Agenda
Araraquara o professor de
Arquitetura e Urbanismo,
Luiz Antonio Falcoski, e os
cientistas políticos Milton
Lahuerta e Rafael Orsi
AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA
15AGENDA Araraquara 2016
ORSI
LAHUERTA
A relação do cidadão com a cidade tem
de ir além de uma relação utilitarista
É preciso articular a relação entre poder
público, empresariado e universidades
Um dos pontos mais importantes do debate foi levantado pelo
também cientista político da Unesp, Rafael Orsi, ao falar sobre a
relação do cidadão com a cidade. Hoje, segundo ele, os cidadãos não
vivem na cidade, apenas passam por ela. Ou seja, eles têm com a
cidade uma relação basicamente utilitarista, marcada pela não-criação
de laços estreitos com ela.
“Assim, de maneira inconsciente, percebemos que há uma
decepção com a cidade que não se realiza, com um ideal de cidade
que promete elevada qualidade de vida, na autonomia, liberdade e
igualdade e que não é cumprido”, disse.
Para ele, “somos uma sociedade que ergue muros o tempo todo,
físicos e simbólicos, que separa as pessoas e separa pensamentos,
perspectivas, sobretudo daquele que é diferente”.
Uma das saídas apontadas por Orsi diz respeito ao tema do
Agenda Araraquara 2016: o uso da inteligência coletiva como uma
forma de fazer com que a cidade possa se preparar para o futuro.
Um dos pontos destacados pelo professor de Ciência Política,
Milton Lahuerta, foi a necessidade de se trabalhar, “de forma mais
produtiva”, a relação entre poder público de Araraquara, empresariado
e universidade. “Precisamos articular os saberes daqueles que fazem
a política e que gerem a cidade com o meio empresarial e com o saber
da universidade. Estamos muito afastados”, disse.
Para o professor da Unesp é imprescindível que administração
municipal, empresariado e o saber acadêmico façam uma lista do
que chamou de questões decisivas para a cidade e, a partir daí, criar
uma agenda de futuro, uma relação de temas prioritários que possam
nortear - e ordenar - o crescimento e desenvolvimento da cidade nas
próximas décadas.
A necessidade de se aprimorar as relações entre o saber das
universidades e a realidade enfrentada diariamente pela administração
municipal já tinha sido um dos pontos destacados no ano passado,
durante o Agenda Araraquara 2015.
Ação
Para o palestrante do
Agenda Araraquara,
pensar não é nada sem
o fazer. “Um grama de
fazer é melhor do que
um quilo de falar”
Local
Para Alejandro Castañé,
é vital que se conheçam
exemplos bem-sucedidos
de outros locais; no
entanto, a base da
elaboração de políticas
públicas deve ser o
cidadão, porque ninguém
conhece melhor a
realidade local do que ele.
Araraquara
1716 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016
cidadescidadescidadescidadescidades
criativas
cidades
criativas
cidades
AS SOLUÇÕES
A cidade deve produzir
as suas próprias saídas
Para o argentino desenvolvedor de projetos, é importante
que se conheçam experiências externas, mas a solução para
problemas locais deve ser buscada entre os próprios cidadãos
Autoestima. Esse foi um
dos pontos destacados pelo
palestrante Alejandro Castañé
como uma das formas de
Araraquara criar o seu projeto
de cidade. O primeiro passo
para que isso aconteça é “que
os moradores fortaleçam o seu
sentido de pertencimento” com
a cidade. E, sobretudo, com
respeito às diferenças. “Você,
como cidadão, pode concordar
ou divergir, mas autoestima é
importante para a cidade”, disse.
De acordo com Castañé,
a solução para os problemas
locais não deve ser buscada em
exemplos já existentes, embora
elas possam servir de inspiração
para a elaboração de soluções
locais. “A realidade da cidade
ninguém conhece melhor que
vocês e só vocês conhecem
seus problemas e necessidades,
melhor do que ninguém”, disse.
“Por isso, é importante que se
tenha em mente que as soluções
são locais”, concluiu. 38º lugar
É a posição de São Paulo, em um total de
40, no índice de cidades com capacidade
de atrair empresas e talentos criativos
cidadania
ativavav
PLANO DIRETOR,
SEMPRE ELE
O urbanista Luiz Antonio
Falcoski foi um dos
responsáveis pela elaboração
do Plano Diretor de
Araraquara, em 2005,
um dos mais elogiados do
País. “Posso ser otimista ao
imaginar que ele pode ser a
ferramenta para a realização
de reformas urbanas com
inovação”, disse. Ao mesmo
tempo, Falcoski também
defende o aumento da
participação da sociedade
nas discussões sobre o
futuro da cidade. “Grande
parte desses instrumentos
de democratização da
participação já está prevista
no Estatuto da Cidade, basta
aplicá-los”, disse.
QUALIFICAR A
PARTICIPAÇÃO
Milton Lahuerta afirmou
que um dos pontos que
devem ser pensados com
urgência é o fortalecimento
da participação política,
sobretudo da juventude. No
entanto, segundo ele, ela
deve ser qualificada. “Não
basta pôr mais pessoas em
um processo de deliberação,
porque isso pode ser objeto de
manipulação, gerar demandas
particulares e corporativas
e não apontar para soluções
inovadoras”, disse. “É um tema
complexo, porque não se trata
de manter uma sociedade
governada por uma elite, mas
de preparar os indivíduos,
sobretudo a juventude, para a
participação”, concluiu.
POLÍTICAS PARA
A JUVENTUDE
O cientista político Rafael
Orsi também destacou a
necessidade de se ampliar
o papel da juventude no
“projeto de cidade”. Segundo
ele, não fazem sentido as
críticas sobre a falta de
renovação da classe política
quando confrontadas com
a falta de projetos para que
essa renovação aconteça.
“Nós costumamos falar de
cidades daqui a vinte anos
e não falamos com aqueles
que serão os tomadores de
decisão daqui a vinte anos. E,
então, reclamamos da falta de
renovação, de novos quadros,
de novos pensamentos, mas
não envolvemos a juventude
nessa renovação”, disse.
MARCOS LEANDRO / TRIBUNA ARARAQUARA
Araraquara
1918 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016
GPS
Uma idéia apresentada no debate foi a adoção, em
Araraquara, do guia GPS (Gestão Pública Sustentável),
uma espécie de cartilha com informações para
prefeituras sobre planejamento, gestão e tomada de
decisões na administração pública. O GPS contém
ainda indicadores e planos de metas que estão
ligados ao desenvolvimento sustentável.
596 ACRES
O número de terrenos baldios no bairro
nova-iorquino do Brooklyn foi o ponto de
partida do projeto 596 Acres, elaborado
para lhes dar um fim social. O número,
aliás, se refere à quantidade de terra pública
considerada disponível pela Prefeitura de
Nova York no bairro. O 596 Acres (2,4
milhões de metros quadrados) tornam
públicos os dados sobre essas áreas e
organiza comunidades para que possam dar
uma destinação social a esses terrenos ou,
até mesmo, comprá-los. A iniciativa hoje já
é replicada em outras cidades americanas,
como Los Angeles.
INSTITUTO DO DIREITO À CIDADE
O Instituto Direito à Cidade foi criado em 2013 dentro da
UFSCar e é formado por 11 núcleos de pesquisa, que trabalham
em seis grandes áreas (social, econômica, política, cultural,
urbana e ambiental). Vinculado ao Observatório Cidadania,
Cultura e Cidade, tem duas características importantes: a
multidisciplinaridade e a aproximação dos seus trabalhos de
agentes públicos. Existe um núcleo independente em Araraquara.
PARLAMENTO JOVEM
Desenvolvido pela Câmara de Araraquara, é de responsabilidade
da Escola do Legislativo e está voltado para alunos do 9º ano do
ensino fundamental e/ou do 2º ano do ensino médio das redes
municipal, estadual e particular. O objetivo é fazer com que,
durante um dia, eles saibam como é o processo legislativo, como
se faz e como é a tramitação de um projeto de lei e as principais
características do Poder Legislativo.
LA COLABORADORA
La Colaboradora é um espaço de trabalho voluntário
compartilhado, em Zaragoza, que torna possível a colaboração
entre empreendedores e projetos empresariais. Todos
os serviços têm o mesmo valor e o tempo gasto por um
profissional em um projeto, que não o seu, é “depositado” em
um banco de horas. Com esse crédito, ele pode solicitar o
trabalho de outro voluntário, pelo mesmo número de horas.
UM LABORATÓRIO PARA
EXPERIÊNCIAS URBANAS
O Participatory City foi um projeto conjunto da
BMW com o Museu Guggenheim, que existiu
entre 2011 e 2014 em Nova York, Mumbai e
Berlim. O objetivo era conhecer as cem principais
tendências urbanas do futuro. Na prática era um
grande “think tank”, instituto destinado
a explorar novas idéias e desenvolver projetos
“visionários” para a vida nas cidades.
CODE FOR AMERICA
A iniciativa surgiu em 2009, nos Estados Unidos.
É uma ONG formada por profissionais de diversas
áreas, sobretudo tecnologia, que desenvolvem
aplicativos destinados a aproximar a gestão pública
das comunidades. O objetivo é sempre procurar
manter parcerias com administrações públicas,
sobretudo as municipais, para torná-las
mais transparentes, eficientes e abertas
à participação da sociedade.
REINVENTAR PARIS
O projeto cria iniciativas para tornar a capital
francesa mais criativa e atraente. Entre elas estão
um concurso para arquitetos desenvolverem projetos
inovadores em áreas conhecidas - definidas pela
Prefeitura - e a adoção de ferramentas digitais que
permitem participação do cidadão em certos níveis
de decisões dos gestores municipais.
202
Era o número de integrantes da rede La Colaboradora em 2015; juntos,
participaram de mais de 2 mil projetos, em 5 mil horas de trabalho
Araraquara
212020
O PROBLEMA
AGENDA São Carlos 2016 21
Cultura não é perfumaria!A série de seminários Agenda estreou este ano em São Carlos, com o tema“Cidades Criativas”. A convidada foi a economista Ana Carla Fonseca, uma das referências
nacionais no tema. E, do debate que se seguiu, chegou-se à conclusão que não é possível ter uma cidade criativa sem uma relação muito forte com cultura.
AGENDA São Carlos 2016
DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE SÃO CARLOS
SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
2322 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016
Qual é a receita para que uma cidade se torne criativa e
fortemente marcada pela inovação? As receitas são variadas, mas
um ingrediente sempre se destaca: investimentos permanentes em
cultura e inovação. Essa foi uma das conclusões que surgiram durante
o Agenda São Carlos 2016, seminário que discutiu os problemas e
buscou apontar soluções para o desenvolvimento da cidade.
Realizado no Sesc, no dia 12 de maio, o evento teve como
palestrante a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, uma das
referências nacionais em cidades criativas, o sociólogo Jacob Carlos
Lima, professor titular no Departamento de Sociologia da Universidade
Federal de São Carlos e Renato Luiz Sobral Anelli, arquiteto e livre
Docente pela Escola de Engenharia de São Carlos.
A síntese do debate foi feita pelo sociólogo da UFSCar. “A
nossa história reflete uma ideia de desenvolvimento com forte viés
econômico, que desconsiderou um outro elemento, que foi a cultura.
Na nossa história - e isso não é uma exclusividade de São Carlos -
cultura sempre foi vista como perfumaria, algo secundário”, disse.
BUSCA
INTERIOR
A busca da própria
identidade, de
um conjunto de
características que
tornam São Carlos
única, na mente de
quem mora nela e de
quem a visita, deve ser
uma das prioridades
dentro do projeto de
torná-la uma cidade
criativa
1994foi quando nasceu o
conceito de economia
criativa, herdado do
projeto australiano
‘Creative Nation’
A cultura foi destacada pelos participantes como um dos principais
elementos para que uma cidade se transforme em criativa. E, no caso
de São Carlos, um dos primeiros passos para que isso ocorra, segundo
Ana Carla Fonseca, é descobrir quais são as singularidades locais,
aquelas características que a definem de forma inequívoca na mente de
quem mora e de quem a visita. “Essa busca pela alma de São Carlos,
aquilo que lhe é singular, é o que vai indicar qual a direção que pretende
tomar rumo a uma cidade criativa”, disse.
A cultura é essencial, também, para que um local se torne
interessante para atrair a matéria-prima de uma cidade criativa, que
são os talentos criativos. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos
há dois anos mostrou que um dos pontos que os talentos criativos
mais buscam em uma cidade, ao lado de uma infra-estutura que lhes
permita obter bons salários, é a diversidade cultural.
Assim, longe de ser perfumaria, qualquer projeto de
desenvolvimento para o século 21 passa pela capacidade das
comunidades e dos seus gestores de investir em cultura.
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
24 AGENDA São Carlos 201624 AGENDA São Carlos 2016 25AGENDA São Carlos 2016
Cidades Criativas
“Uma cidade criativa é uma cidade que surpreende,
que atiça a curiosidade, o questionamento,
o pensamento alternativo e, com isso, a busca
de soluções. Em uma cidade criativa,
independentemente da sua história,
há a prevalência de três elementos:
inovações e cultura e conexôes.”
Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama,
em Cidades Criativas – Perspectivas
300 milÉ o número de pessoas
atualmente empregadas
em setores considerados
criativos na Argentina
2016
300 mil300 mil300 mil300 mil300 milÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoas
atualmente empregadasatualmente empregadasatualmente empregadasatualmente empregadas
em setores consideradosem setores consideradosem setores consideradosem setores considerados
criativos na Argentinacriativos na Argentinacriativos na Argentinacriativos na Argentina
Bergen, Noruega
A SEGUNDA MAIOR CIDADE DA NORUEGA TINHA UM PROBLEMA.
Localizada aos pés do deslumbrantes fiordes noruegueses, tinha sido
“amaldiçoada” com um clima assustador, com dias e dias de chuvas sem
fim, o que, evidentemente, não era nada bom para o turismo.
No entanto, em um determinado momento, a comunidade percebeu que
dos limões era possível fazer ótimas limonadas. Atualmente, essa ligação
da cidade com a água sem fim tornou-a em um centro internacional
de aquacultura, pesca, tecnologia submarina e, claro, turismo
(quando não chove).
Afinal, por ano, mais de trezentos navios de cruzeiro visitam a
cidadezinha, trazendo mais de meio milhão de passageiros para
conhecer os famosos fiordes.
Exemplos
Campanha Smart Ideas for Smarter Cities
Criada pela gigante IBM para a cidade de Paris, a ideia era mostrar que ideias simples mas
inovadoras podem fazer com que as pessoas se relacionem de modo mais afetivo entre elas e com
a própria cidade. Tudo foi feito em cima de outdoors da multinacional, que foram além do seu uso
tradicional e transformaram-se, por exemplo, em abrigos para chuva, bancos de rua e plataformas
que tornam mais fácil o deslocamento das pessoas por pisos com degraus, por exemplo.
DO QUE UMA
CIDADE
PRECISA
PARA SER
CRIATIVA?
1
INOVAÇÕES
3
CULTURA
2
CONEXÕESveja nas páginas 40 e 41
veja nas páginas 54 e 55
700 milÉ o número de patentes de produtos de alto valor
agregado, registradas pela China, até 2015. O país quer
evoluir do Made in China para o Designed in China.
2030é o prazo dado pelo gigante
asiático para transformar o
perfil dos produtos fabricados
no país, ganhando mais valor.
As áreas prioritárias são
novas energias, conservação
energética e proteção
ambiental, biotecnologia,
novos materiais, nova TI,
manufaturas de ponta e
veículos de energia limpa.
1) INOVAÇÕES
Inovações podem ser entendidas como a
criatividade aplicada à solução de problemas
à solução de problemas ou à antecipação de
oportunidades. Embora a associação mais
recorrente seja a inovações tecnológicas,
a criatividade urbana é sustentada por
inovações das mais diversas ordens, como
sociais, culturais e ambientais.
SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
26 AGENDA São Carlos 2016 27AGENDA São Carlos 2016
Não basta ser criativo,
tem de gerar riqueza
O DEBATE
Palestra da economista e urbanista Ana Carla Fonseca mostrou
que os produtos da criatividade têm de ser reconhecidos como inovadores
para que possam agregar valor; sem isso, há apenas boas ideias
A sua cidade está pronta para ser criativa? O Agenda São Carlos
2016 - que aconteceu pela primeira vez este ano - debateu o conceito de
cidades criativas, com a palestra da urbanista e consultora da ONU, Ana
Carla Fonseca.
Entre as conclusões apresentadas por ela estiveram, por exemplo,
as mudanças profundas que vão ocorrer nos ambientes e nas formas
de trabalho. Ela também destacou que a criatividade será indispensável
para a produção da riqueza de uma cidade ou região. Acima de tudo, será
o diferencial em um mundo que já é marcado pela forte concorrência.
Para Ana Carla, as cidades têm de estar preparadas para criar o próprio
desenvolvimento, independente do Estado e da União.
Durante mais de uma hora, ela falou sobre a importância de as
cidades criarem um ambientes propícios à criatividade, diversidade e
inovação, pré-requisitos para se transformarem em locais criativos. Com
alguns políticos na plateia, Ana Carla destacou a importância dos agentes
públicos na implantação de projetos ligados à criatividade.
Essa “boa governança”, como foi definida pela palestrante, pressupõe
a capacidade de o Poder Público adotar um procedimento imprescindível
para tornar criativa uma cidade: planejamento. Afinal, segundo ela, não
basta saber o que se quer, mas que caminhos terão de ser percorridos
para que se alcance a meta pretendida. E, se nesse percurso, toda a
sociedade estiver envolvida, melhor ainda.
Um dos exemplos citados por ela como emblemáticos dessa
interação poder público e sociedade acontece em Dublin (Irlanda). Há
pouco mais de três anos, o governo local criou uma área na região central
da cidade, destinada a servir de “test-drive” para projetos que podem
vir a ser aplicados na cidade toda: pode ser um projeto de “parklets”
(áreas que transformam vagas de estacionamento nas ruas em locais de
convivência), novos semáforos etc.
Uma vez testados pelos moradores e aprovados, essas ideias são
implantadas na cidade toda. Caso não sejam aprovados, deixam de ser
aplicados e a cidade consegue uma economia substancial de recursos.
A palestrante
ANA CARLA FONSECA
Administradora pública,
mestre em Administração e
Doutora em Urbanismo pela
Universidade de São Paulo e
professora e coordenadora de
cursos de pós-graduação em
economia, cultura e cidades
na Fundação Getúlio Vargas/
SP, na Universidade Candido
Mendes/RJ e na Universidad
Nacional de Córdoba
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
O DEBATE
A palestrante Ana Carla Fonseca durante a sua apresentação
sobre cidades criativas, no Sesc São Carlos;
plateia acompanha as discussões do Agenda 2016
Cidadania
ativa e a
geração
‘nem nem’
Na palestra do dia
12 de maio, Ana Carla
Fonseca falou de cidades
criativas, mas também de
um componente indispensável
para que elas surjam, que é a
cidadania ativa.
O termo define cidadãos
que se comprometem de forma
ativa com a comunidade onde
vivem e cuja atuação vai além
da reivindicação de direitos
constitucionais.
Durante a participação do
público, umas das questões foi
sobre formas que devem ser
encontradas para despertar a
chamada “geração nem nem”
(nem estuda e nem trabalha)
da crescente apatia em que se
encontra.
Ana Carla disse ter uma
perspectiva otimista em relação
à quebra essa apatia, sobretudo
por causa da recessão. “A crise
tira das pessoas a possibilidade
de não fazerem nada, afinal eles
têm de pagar as contas”, disse.
A “conversão” dessas
pessoas a uma cidadania menos
apática pode servir de exemplo,
segundo Ana Carla, para que
outras na mesma situação
decidam também começar a
partir, de modo mais ativo, das
decisões da sua comunidade.
MASTRANGELOREINO/ACIDADE
SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
28 AGENDA São Carlos 2016 29AGENDA São Carlos 2016
Sempre se
desconsiderou
a importância
do elemento
cultural, a
cultura sempre
foi vista como
perfumaria.
JACOB LIMA
SOCIÓLOGO
JACOB LIMA
Tão importante como atrair talentos
criativos para a cidade é mantê-los
O sociólogo da UFSCar sustentou o uso da cultura como uma
forma de se fazer com que os talentos criativos se fixem à cidade. O
problema, segundo ele, está na existência de uma visão tradicional de
da cultura como algo superficial, quase sem importância.
“Uma das coisas que se percebe é que, em todas as fases do
desenvolvimento econômico do País, sempre se desconsiderou a
importância do elemento cultural, a cultura sempre foi vista como
perfumaria”, afirmou.
De acordo com o sociólogo, criar uma política de atração de
investimentos e talentos criativos não é suficiente para fazer com
que São Carlos se torne uma cidade criativa. Esse é o passo mais
importante, mas deve ser sucedido por outro, igualmente vital. “Tão
importante como atrair essas pessoas é fixar essas pessoas no local
onde trabalham, criar um ambiente, inclusive, onde essa criatividade
efetivamente aconteça. E isso não se dá só com um laboratório ou
obtendo espaços de trabalho, mas com toda a cidade participando”.
CULTURA
Jacob de Lima defendeu
políticas públicas de criação
e fortalecimento da cultura,
como forma de se poder
fixar os talentos criativos
atraídos para trabalhar na
cidade
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
RENATO ANELLI
O saber produzido pelas universidades
deve ser melhor aproveitado pela cidade
O professor titular do curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, Renato Anelli,
sustenta que a Universidade deve ser um foco de discussão dos
problemas locais e de apresentação de soluções (tecnológicas e
sociais) para a cidade. “Não é que ela vá resolver todos os problemas
da cidade, mas a universidade tem de cumprir o seu papel de ser
um laboratório de experimentação, um celeiro de ideias, fomentar o
debate”, afirmou.
Ainda sobre as universidades, Anelli disse que é necessária uma
“conversa” mais frequente entre essas instituições com o poder
público e o setor privado. A ausência desse canal de comunicação faz
com que muito do que é produzido nos vários campi das universidades
locais seja pouco conhecido. “Há muitos trabalhos que ficam restritos
aos laboratórios ou em disciplinas e é preciso que se tornem mais
conhecidos. Esses trabalhos poderiam aflorar com mais facilidade”,
completou.
ACADEMIA
Professor da USP
sustenta que é preciso
que a comunidade esteja
mais atenta ao que vem
das universidades
20,3%
foi o percentual de
jovens, dos 15 aos 29
anos, que não estudavam
nem trabalhavam, em
2013, segundo o IBGE
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
SãoCarlos
30 AGENDA São Carlos 2016 31AGENDA São Carlos 2016
DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE SÃO CARLOS
cidadescidadescidadescidadescidades
criativas
cidades
criativas
cidades
AS SOLUÇÕES
Por que as pessoas não
ficam nas suas cidades?
Uma das questões apontadas por Ana Carla Fonseca no Agenda
São Carlos disse respeito ao êxodo de moradores de cidades do
interior, aos fins de semana, rumo a centros mais populosos
Afinal, por que as pessoas
deixam as suas cidades aos
fins de semana para irem fazer
compras ou se divertir em
cidades maiores? Esse foi um
dos pontos abordados por Ana
Carla Fonseca e cuja resposta
passou por dois conceitos já
apresentados: o resgate da
autoestima e a busca pela alma
da cidade.
“Como é possível um
ambiente ser favorável de
segunda a sexta e não funcionar
aos fins de semana?. Tem
alguma coisa errada. O que
existe na cidade que pode ser
resgatado?”, perguntou.
Segundo Ana Carla, é
preciso que locais como São
Carlos achem o que há de
singular nas suas histórias,
festas e outras manifestações
culturais e populares, para
que se tornem fatores de
atração. “Isso depende muito de
sistematização e de um olhar
sobre nós mesmos”, disse. Criativos
Uma pesquisa feita pela Economist junto a
executivos de grandes empresas mostrou que 42%
deles acham que, na próxima década, a automação
poupará somente os trabalhos criativos.
cidadania
ativavav
OFICINAS
CULTURAIS
Uma das propostas
apresentadas pela plateia
durante o Agenda disse
respeito à criação da
secretaria municipal de Cultura
e de diversos itens ligados a
ela. Um deles seria a utilização
mais frequente e racional dos
recursos presentes no Fundo
Municipal de Cultura, para o
financiamento de atividades
que possam auxiliar na criação
do que Ana Carla chamou de
“alma” da cidade.
Outro ponto destacado foi a
volta e o uso mais intensivo
das oficinas culturais,
sobretudo como uma forma
de se criarem ligações mais
fortes entre a população mais
jovem com a sua cidade.
PATRIMÔNIO
HISTÓRICO
Outra sugestão que veio
da plateia foi a criação de
uma política municipal de
patrimônio histórico. Uma
das críticas mais comuns
feitas durante o Agenda doi
a “tradição” brasileira de
derrubar prédios velhos,
sem preocupação com a sua
importância para a história
local. A ligação do cidadão
com a cidade, aliás, passaria,
no caso de São Carlos,
pela restauração da parte
antiga da cidade, inclusive
como uma forma de se
tornar a cidade diferente das
demais. Uma ponto comum
surgido no debate foi que as
cidades estão cada vez mais
indistintas.
INCLUSÃO
SOCIAL
Durante o debate de Ana
Carla Fonseca, Jacob Carlos
Lima e Renato Anelli, uma
das conclusões surgidas
foi sobre a inclusão social.
Para os participantes, esse
processo deve ser visto como
uma necessidade, algo que
surja como consequência da
aplicação de políticas públicas
e não como uma coisa dada,
um favor. Para Lima, “isso é
importante porque inverte a
questão da inclusão social,
que é pensada quase como
uma caridade. Essa inversão
coloca as pessoas não apenas
como consumidores, mas
como novos produtores que
podem dar novas direções
para as cidades”.
SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
32 AGENDA São Carlos 2016 33AGENDA São Carlos 201632 AGENDA São Carlos 2016
LOUCOS DE
BARBACENA
Barbacena (MG) tinha
uma fama duvidosa:
por ter um manicômio
famoso na terra, a
imagem da cidade era
associada à loucura,
ao desvario, algo que
obviamente não era
motivo de orgulho
dos moradores. Há
alguns anos, a cidade
chegou à conclusão
que era preciso tirar
essa história a limpo:
em 1996 surgiu o
Museu da Loucura, que
guarda informações
do primeiro hospital
psiquiátrico mineiro.
Dez anos depois foi
criado o Festival da
Loucura, que conta
com apresentações
artísticas, mas também
com discussões
científicas com grandes
nomes da psiquiatria.
SAMPA
CRIATIVA
Uma proposta do projeto
Sampa Criativa prevê que
praticantes de corridas de
rua funcionem como fiscais
de problemas como bueiros
entupidos, fugas de gás
ou semáforos quebrados.
Eles usam celulares ou
relógios com GPS e, ao
passarem por algum local
com problemas, enviariam
uma mensagem para a
concessionária de serviço
público correspondente,
com informações sobre o
problema e as coordenadas
com a localização.
LIGAÇÕES
POLÍTICAS
A Poderopedia é
uma grande rede de
informações, criada por
jornalistas chilenos em
2012, que se propõe a
criar um mapa de quem
é quem no mundo dos
negócios e da política.
O objetivo é tornar a
relação público-privada
mais transparente, assim
como revelar “potenciais
conflitos de interesse
entre os líderes políticos,
cívicos e empresariais”.
A experiência da
Poderopedia recebeu
vários prêmios
internacionais e deu tão
certo que foi estendida a
Colômbia e Venezuela.
#EuVoto
É o nome de um aplicativo da
Câmara de São Paulo que permite
aos eleitores opinarem sobre
projetos de lei em andamento
FRUTA FEIA
O projeto Fruta Feia
foi criado em Portugal
e visa reduzir as
toneladas de alimentos
de qualidade que são
desperdiçados por não
serem esteticamente
bonitos, embora
mantenham todas
as características
nutritivas. Os
integrantes do Fruta
Feia compram os
produtos que seriam
descartados por
produtores, com preços
bastante inferiores
aos de mercado, e
montam cestas que são
vendidas a comunidades
carentes, também
por preços bastante
inferiores. Em três
anos, a Cooperativa
Fruta Feia já evitou o
desperdício de quase
300 toneladas de frutas
e hortifrútis.
PAGUEI UM
SUBORNO
O portal indiano “I Paid a
Bribe” foi criado há cinco
anos, para denunciar
corrupção de servidores
públicos. A plataforma
permite a elaboração de
relatórios com detalhes do
suborno às autoridades.
A identificação é opcional.
Um equipe de 50
voluntários verifica os
relatórios e notificam as
autoridades. O portal
também tem uma área
para as pessoas indicarem
o nome e função de
um funcionário público
honesto.
ORQUÍDEAS
DE MARIPÁ
Maripá é uma cidadezinha
paranaense de seis mil
habitantes. Conhecida
como Cidade das
Orquídeas, tinha a
economia fortemente
ligada à agricultura, mas
os moradores queriam
que fosse conhecida de
outra forma. E, o que a
pequena localidade tinha
de diferente? Após muitas
conversas, descobriu-se
que todo mundo adorava
orquídeas e resolveram
criar um festival. Isso foi
há duas décadas. Hoje,
a cidade organiza uma
das maiores feiras de
orquídeas do Estado,
reunindo mais de 25 mil
pessoas nos seus três
dias de duração.
89.473
É o número de relatórios já verificados
pelo site indiano “I Paid a Bribe”, desde
a sua criação, em agosto de 2011
SãoCarlos
3534 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016 3534 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016
Ribeirão Preto
A cidade que abriu o projeto Agenda, em 2014, foi a terceira
a realizar o seminário em 2016. Em 3 de junho, o auditório da
Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) recebeu Ana Carla
Fonseca, Matheus Delbon (professor da Faap) e a historiadora Lilian
Rosa para falarem sobre os problemas, as soluções possíveis para a
cidade e exemplos que vêm dando certo em outros locais.
Araraquara
O evento no Sesc Araraquara
foi o primeiro da série Agenda
2016. Cerca de 150 pessoas
acompanharam a palestra
“Cidade, Espaço de
Inteligência Coletiva,
apresentada pelo professor
de Economia Criativa e
Cidades da Universidade
Cândido Mendes (RJ) e Economia
Criativa, Alejandro Castañé.
Campinas
Campinas recebeu o Agenda pela primeira vez e também fechou o ciclo de
quatro seminários . O seminário foi realizado no Hotel Vitória, no dia 24 de
junho. Além de Ana Carla Fonseca, o seminário teve como debatedores o
secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas, Fernando
Pupo, e o economista e professor da Unicamp, Miguel Juan Bacic
São Carlos
São Carlos foi a segunda sede do Agenda 2016. No dia 12 de junho, o
Sesc recebeu a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, que abriu a
série sobre cidades criativas, que também foi apresentada em Ribeirão
Preto e Campinas. Ana é considerada uma das referências nacionais
na área e teve como colegas de debate o sociólogo Jacob Carlos Lima
(UFSCar) e Renato Luiz Sobral Anelli (USP São Carlos).
ARARAQUARA • SÃO CARLOS • RIBEIRÃO PRETO • CAMPINAS
EDIÇÃO2016
3736 3736
O PROBLEMA
AGENDA Ribeirão 2016 37
Oquevocêespera deRibeirãoPreto?
Uma pesquisa feita pelo Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC) mostrou que o ribeirão-pretano, na sua maioria, tem uma
relação de uso com a sua cidade; a consequência disso é que se corre o risco de que ela se torne uma cidade de passantes, sem vínculos nem identidade.
MILENA AUREA / A CIDADE
AGENDA Ribeirão 2016
RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
38 AGENDA Ribeirão 2016 39AGENDA Ribeirão 2016
Em um momento da sua palestra no auditório das Faculdades
Armando Alvares Penteado, em Ribeirão Preto, a economista e urbanista
Ana Carla Fonseca, apresentou uma lista das 24 marcas mais valiosas
do mundo. Entre os nomes estavam gigantes como Apple, Microsoft,
Google e IBM, ao lado de empresas como Coca-Cola e Pepsi, McDonalds
e Disney.
Segundo Ana Carla, o valor associado a essas marcas tem duas
origens: uma é o uso da tecnologia como forma de produzir inovação,
como é o caso das quatro primeiras; a outra é o uso de narrativas na
construção de ícones culturais, onde Coca-Cola e Disney podem ser
consideradas os melhores exemplos. Neste caso, o valor atribuído às
duas empresas não está relacionado com o saber técnico usado para
construir um produto inovador. A história dessas corporações e a sua
capacidade de se tornar algo presente, de forma marcante, no cotidiano
das pessoas, conferiu-lhes esse valor.
Para Ana Carla, a apresentação da lista das marcas de maior valor
no mundo e, sobretudo, o que as torna tão valiosas, teve o objetivo de
MARCA
A criação de uma
cidade criativa está
assente, sobretudo,
na sua capacidade de
diferenciar das demais.
Um dos passos mais
importantes para que
isso aconteça é a
necessidade de se criar
uma marca própria,
que identifique Ribeirão
Preto de forma única.
6 mil
Habitantes tem a
população de Maripá
(PR), onde a Festa das
Orquídeas chega a reunir
mais de 25 mil visitantes
mostrar que, assim como uma grande empresa, cidades ou regiões
também são capazes de se transformar em marcas de valor. “Como é
que aproveitamos a nossa tecnologia ou as narrativas locais para agregar
valor à marca Ribeirão Preto? Essa é a pergunta que tem de ser feita.”
Dois exemplos citados por ela e que respondem a essa questão
foram os de Maripá (PR), com o Festival de Orquídeas, e Barbacena
(MG), com o Festival da Loucura. (Veja arte nas páginas 32 e 33). As
duas cidades conseguiram utilizar olhar para si mesmas e criar eventos
que não só resgatam a autoestima e produzir riqueza.
O advogado Matheus Delbon destacou um exemplo oposto, do
município de Valentim Gentil (SP). A cidade é um importante polo
moveleiro do Estado e tem a economia atrelada a produtos de baixo
padrão, praticamente sem valor agregado. Delbon sustenta que o ponto
em comum foi achado, que é a ligação dos moradores com o mobiliário.
No entanto, ele garante que o futuro do município liga-se à sua capacidade
de se diferenciar. A sugestão foi criar um instituto que introduza o design
como uma forma de aumentar o valor agregado dos produtos locais.
WEBER SIAN / A CIDADE
RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
4140 AGENDA Ribeirão 2016AGENDA Ribeirão 201640 AGENDA Ribeirão 2016 41AGENDA Ribeirão 2016
A grande questão
“Como uma cidade pode explorar sua criatividade
do melhor modo possível, evitando incrementar
polarizações quando se torna muito visível?
Apesar de essa ser uma preocupação
predominante (embora, supreendentemente,
não unânime) as respostas são em sua maioria
pouco conclusivas”.
Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama,
em Cidades Criativas – Perspectivas
A grande questão
“Como uma cidade pode explorar sua criatividade
do melhor modo possível, evitando incrementar
polarizações quando se torna muito visível?
Apesar de essa ser uma preocupação
predominante (embora, supreendentemente,
não unânime) as respostas são em sua maioria
pouco conclusivas”.
Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama,
em Cidades Criativas – Perspectivas
“Como uma cidade pode explorar sua criatividade
do melhor modo possível, evitando incrementar
polarizações quando se torna muito visível?
Apesar de essa ser uma preocupação
predominante (embora, supreendentemente,
não unânime) as respostas são em sua maioria
“Como uma cidade pode explorar sua criatividade
do melhor modo possível, evitando incrementar
polarizações quando se torna muito visível?
predominante (embora, supreendentemente,
não unânime) as respostas são em sua maioria
“Como uma cidade pode explorar sua criatividade“Como uma cidade pode explorar sua criatividade
do melhor modo possível, evitando incrementar
não unânime) as respostas são em sua maioria
DO QUE UMADO QUE UMA
CIDADECIDADE
PRECISAPRECISA
PARA SER
CRIATIVACRIATIVA?
11
INOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕES
33
CONEXÕESCONEXÕESCONEXÕESCONEXÕES
2222
CULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURAveja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41
veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25
INOVAÇÕES
veja nas páginas 24 e 25
INOVAÇÕESINOVAÇÕES
veja nas páginas 24 e 25
INOVAÇÕESINOVAÇÕES
veja nas páginas 24 e 25
INOVAÇÕESINOVAÇÕES
veja nas páginas 24 e 25
INOVAÇÕES
Do que
uma cidade
precisa para
ser criativa?
324No Orçamento
Participativo Escolar
da Câmara Municipal
de Lisboa de 2012, 324
alunos do 9º ano de
escolaridade estiveram
envolvidos no Orçamento
Participativo Escolar.
O grau de participação
e de envolvimento
dos alunos com a
cidade impressionou
os integrantes da
administração pública.
1992Foi o ano de fundação
dos Economuseus, rede
que hoje tem cerca de 70
integrantes no Canadá e
em sete países da Europa.
EXEMPLO DOS
ECONOMUSEUS
A Rede Economuseus (Économusée)
foi criada no Canadá em 1992 e é uma
organização não-governamental que
transforma empresas de cunho familiar
em economuseus. O termo define uma
rede de produtores rurais de pequeno
porte e artesãos que comercializam
produtos feitos com métodos tradicionais.
Hoje, a rede tem cerca de 70 integrantes
no Canadá e em sete países da Europa.
Para fazer parte da rede, o produtor rural
ou artesão deve preencher determinados
critérios de qualidade e, como empresa,
deve ter alguns espaços obrigatórios.
Entre eles, estão uma área de recepção
onde os visitantes são acolhidos e
recebem informações a respeito do
conceito de economuseu; espaços onde
os visitantes possam ver os produtores
ou microempresários trabalhando e
possam interagir com eles; centro de
documentação e uma butique. Todos
os economuseus têm uma identificação
visual comum em todo país (e, mais
recentemente, em outros nove países).
A ideia visa preservar o conhecimento
tradicional de maneira a fortalecer a
diversidade cultural.
Exemplo de Orçamento Participativo escolar
O OPE é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa (órgão público
equivalente às prefeituras no Brasil) com o objetivo de desenvolver, nos
jovens com idade escolar, valores como “responsabilidade cívica, a educação
para a cidadania e o seu envolvimento na vida da comunidade”, assim como
o desenvolvimento de formas de participação política. A 5ª edição, que
decorreu no ano letivo 2014/2015, envolveu 540 alunos de oito escolas do
1º ciclo. Na edição de 2011, por exemplo, mais do que propostas ligadas às
escolas onde estudam, os alunos sugeriram à municipalidade a construção
de um centro de acolhimento para pessoas necessitadas, espaços de lazer e
até um “mini” lar para animais abandonados.
“Uma cidade criativa demanda infraestuturas
que vão além do hardware – edifícios, ruas
ou saneamento. Uma infraestrutura criativa
é uma combinação de hard e soft, incluindo
a infraestrutura mental, o modo como a
cidade lida com oportunidades e problemas;
as condições ambientais que ela cria para
gerar um ambiente e os dispositivos que
fomenta para isso, por meio de incentivos e
estruturas regulatórias.
Charles Landry
2) CONEXÕES
As conexões se dão em diversas dimensões: histórica, entre o passado da cidade,
que forma a sua identidade e sua estratégia de futuro, desenhando a cidade que
se quer ter; geográfica, entre bairros e zonas, o que é especialmente importante
nas grandes cidades, não raro fragmentadas; de governança, com a participação
dos setores público, privado e da sociedade civil, cada um com seu papel muito
claramente definido; de diversidades , aglutinando pessoa com distintos pontos de
vista, profissões, culturas, comportamentos; entre local e global, preservando as
singularidades da cidade, sem por uisso se isolar do mundo
DO QUE UMA
CIDADE
PRECISA
PARA SER
CRIATIVA?
1
INOVAÇÕES
3
CONEXÕES
2
CULTURAveja nas páginas 40 e 41
veja nas páginas 24 e 25
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42 AGENDA Ribeirão 2016 43AGENDA Ribeirão 2016
Qualidade de
vida é vital para
uma cidade que
se quer criativa
Cidadãos ativos fazem
a cidade mais criativa
O DEBATE
Na terceira edição do Agenda Ribeirão, o tema em discussão foi a relação
entre cidades criativas e cidadania ativa; a conclusão: um local pode se
tornar criativo a partir do preenchimento de determinadas condições, mas o
engajamento ativo dos cidadãos torna esse processo muito mais legítimo
Em Ribeirão Preto, a edição local do seminário Agenda foi realizada
no dia 3 de junho. O evento fez parte de um ciclo regional de debates,
iniciados há três anos em Ribeirão Preto, que também incluiu Araraquara,
em 2016 e 2015. São Carlos e Campinas estrearam o seminário neste
ano. A 3ª Edição do Agenda Ribeirão teve como convidada Ana Carla
Fonseca, que apresentou a palestra “Cidades Criativas e Cidadania Ativa”.
Além dela, também participaram do debate a historiadora Lilian
Rosa, vice-presidente do Instituto Paulista de Cidades Criativas e
Identidades Culturais (IPCCIC) e Matheus Delbon, advogado e professor
do curso de pós-graduação em Gerente de Cidade, da Fundação Armando
Alvares Penteado (Faap).
O Agenda Ribeirão 2016 foi realizado no auditório da Faap, em evento
que contou com a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin
(PSDB). O seminário teve três horas de duração e foi acompanhado por
cerca de 250 pessoas.
Cidade criativa
Afinal, do que uma cidade precisa para se tornar criativa? Para Ana
Carla Fonseca, é preciso que criem as condições para o surgimento de
três componentes fundamentais: inovação, cultura e conexões (conheça
mais detalhes sobre eles nas páginas 24 e 25, 40 e 41 e 69 e 70). “No
primeiro caso [inovações], é preciso que a cidade esteja constantemente
preparada para se reinventar, que consiga encontrar soluções locais
inovadoras para os seus problemas”, disse.
Em relação à cultura, a economista explicou que esse é um “item
fundamental, que pode trazer valor agregado às cidades e que permite a
criação de ambientes muito mais lúdicos”.
Por fim, por conexões, ela destacou a capacidade de uma cidade em
se ligar com a própria história, com as diversas regiões que a formam
(bairros, por exemplo), com outras regiões (municípios) e, por fim, entre
as diversas instâncias de governo. O modo como vão funcionar depende,
diretamente, do grau de envolvimento dos cidadãos.
ROTEIRO DA CRIATIVIDADE
A economista e urbanista Ana Carla Fonseca, durante a sua
apresentação sobre cidades criativas no Agenda Ribeirão 2016,
dia 3 de junho, no auditório principal da Faap
A sua cidade quer ser
criativa? Tecnologia e a
capacidade de gerar inovação são
pontos importantes. No entanto,
se não forem feitos investimentos
na qualidade de vida dos
cidadãos, a receita desanda.
Na sua apresentação, a
economista Ana Carla Fonseca
citou o estudo de uma agência
norte-americana de recrutamento
de talentos, apontando o que
esse profissional prioriza na
busca por um local de trabalho. O
trabalho mostrou que itens como
‘qualidade de vida’ e ‘diversidade
[cultural, étnica etc.]’ têm tanto
peso na escolha de um local de
trabalho como ‘perspectivas de
carreira’. “Não adianta só investir
em economia se não ocorrerem
investimentos em qualidade de
vida. Sem isso, o talento cai
fora”, disse.
E, para Ana Carla, o meio
mais eficiente de se aumentar a
qualidade de vida nas cidades é
com a prática da cidadania ativa.
“Pode parecer utópico, mas se
as pessoas não se adonarem
das cidades, elas acabam se
tornando reféns de quem está
sentado na cadeira da gestão
municipal, seja de que partido
for”, concluiu.
WEBERSIAN/ACIDADE
“Pode parecer
utópico, mas se
as pessoas não
se adonarem
das cidades,
elas acabam
se tornando
reféns de quem
está sentado na
cadeira da gestão
municipal, seja de
que partido for”
ANA CARLA FONSECA
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44 AGENDA Ribeirão 2016 45AGENDA Ribeirão 2016
Quando você é
usuário de algo,
você usa e vai
embora, não se
estabelece uma
relação de troca.
LILIAN ROSA
HISTORIADORA
LILIAN ROSA
Pesquisa aponta relação frágil de
ribeirão-pretano com a cidade
Durante o Agenda Ribeirão, a historiadora e vice-presidente do
IPCCIC, Lilian Rosa, apresentou um dado preocupante. Uma pesquisa
com a duração de dois anos, realizada por um grupo de trabalho
multidisciplinar do instituto, mostrou que o ribeirão-pretano não tem
uma relação de pertencimento com a cidade.
“Uma característica que o nosso diagnóstico mostrou é que
o cidadão tem com a cidade uma relação de uso: ele é usuário do
transporte, do hospital, da escola. Isso nos assustou, porque quando
você é usuário de algo, você usa e vai embora, não se estabelece uma
relação de troca”, disse.
Uma das sugestões apresentadas pela pesquisadora do IPCCIC
teve a ver com o tema da palestra: cidadania ativa. “Precisamos
pensar a cidade de maneira transdisciplinar, atuar aqui, na nossa
casa, na nossa cidade, na nossa região e, a partir daqui, resolver os
nossos problemas e conseguirmos nos conectar com o global para
finalmente obtermos uma cidadania ativa”, concluiu.
PERTENCIMENTO
Parte da apresentação da
vice-presidente do IPCCIC
teve a ver com um trabalho
feito pelo instituto que
mostra: o ribeirão-pretano
age mais como morador do
que como cidadão
WEBER SIAN / A CIDADE
MATHEUS DELBON
Professor defende fortalecimento
do empreendedorismo social
Uma das ideias defendidas durante o Agenda Ribeirão pelo
professor do curso de pós-graduação de Gerente de Cidade da Faap,
Matheus Delbon, disse respeito ao terceiro setor, em especial o
empreendedorismo social. Para ele, esse será o ator responsável pela
implantação de mudanças necessárias no país. “O terceiro setor, o
empreendedor social, os institutos, ONGs e entidades desse gênero
são a única forma de termos avanços sólidos”, afirmou.
Para ele, o Brasil já possui uma base legislativa que permite não
apenas a criação da figura do empreendedor social como também o
estabelecimento de parcerias com o poder público, com o objetivo de
propor soluções. “Se formos esperar do poder público as soluções que
precisamos podemos esbarra na falta de criatividade”, disse.
Segundo o professor da Faap, a valorização do papel desse
terceiro setor passa, também, pela necessidade de ele se
profissionalizar. “Temos de superar a visão de que quem tem uma ONG
ou instituto tem de trabalhar de graça”, concluiu.
NOVA VISÃO
Para Delbon, o terceiro
setor é a principal
ferramenta para a
criação de soluções
sociais para o país
Humaitá
é um pequeno município
do Amazonas, que
já venceu três vezes
o Prêmio Prefeito
Empreendedor do Sebrae,
por iniciativas inovadoras
WEBER SIAN / A CIDADE
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46 AGENDA Ribeirão 2016 47AGENDA Ribeirão 2016
cidadescidadescidadescidadescidades
criativas
cidades
criativas
cidades
AS SOLUÇÕES
A criatividade como motor
para cidades melhores
Revitalização do Centro, telhas solares, orçamento participativo
escolar, as possibilidades do uso da criatividade para criar
cidades melhores são infinitas. Conheça algumas, a seguir.
Uma organização não-
governamental de Ribeirão
Preto trabalha na ideia de
lançar um projeto que prevê a
revitalização da região central
da cidade. No entanto, na
contramão do senso comum, a
ideia é começar o processo de
renovação tendo como base as
pessoas e não as instituições
ou os seus símbolos.
A ideia é fazer com que o
Centro receba projetos ligados
a cadeias produtivas. A liga
entre os projetos e de cada
um com a cidade chama-se
“identidade cultural”.
A mais óbvia é o café. “Ele
sempre foi um referencial para
Ribeirão Preto. Ao se falar em
café, fala-se de Ribeirão Preto”,
afirmou a presidente do IPCCIC,
Adriana Silva.
Além do fruto, outras
cinco cadeias produtivas
são apresentadas no Projeto
Centro: sorvete, música,
literatura, gastronomia e moda. Holanda
Uma prisão do século 19 foi transformada em um
hotel butique, onde os hóspedes dormem em
antigas celas. O local funcionou 150 anos como
uma prisão, fechada em 2007.
cidadania
ativavav
CARTEIRO AMIGO
NA ROCINHA
Na Rocinha (foto), uma
das maiores favelas do Rio
de Janeiro, uma solução
criada pela comunidade está
funcionando como Correios.
A empresa Carteiro Amigo,
criada em 2000, entrega as
correspondências nas casas
de moradores de uma maneira
simples: os moradores se
inscrevem para o serviço
com um valor mensal de
R$16 por família e usam o
endereço da empresa como
seu próprio. Quando suas
correspondências chegam,
um carteiro do Carteiro
Amigo entregam-nas em suas
portas. Segundo informações
da empresa, cerca de 30 mil
casas usam o serviço.
TELHAS SOLARES
ITALIANAS
Duas empresas italianas
aproveitaram a dificuldade
da maioria das pessoas em
aceitar os grandes painéis
solares e criaram uma
alternativa interessante: telhas
solares. Feitas em cerâmica,
como as tradicionais, cada
uma tem quatro células
fotovoltáicas acopladas.
Segundo um dos fabricantes,
um telhado completo ou
parcialmente coberto
com essas telhas pode
satisfazer as necessidades
de energia de uma família.
O problema, por enquanto,
é o custo dos produtos, que
proporcionalmente ainda é
superior ao de um painel solar
no país.
CELEIRO CHILENO
DE BOAS IDEIAS
O Chile é um celeiro de boas
ideias. Uma delas, a Start-
Up Chile, é um programa
criado pelo governo em
2010, com o objetivo de
atrair empreendedores
com ideias inovadoras,
obviamente usando o Chile
como plataforma global.
Em um ano, o país recebeu
de 200 a 250 empresas.
Como funciona? O governo
chileno avalia os projetos e
os selecionados recebem
uma verba que pode
chegar a US$ 40 mil. Se
os empreendedores forem
estrangeiros ganham um
visto de um ano. O resultado?
Cerca de 250 mil negócios já
foram abertos desde então.
RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
48 AGENDA Ribeirão 201648 AGENDA Ribeirão 2016 49AGENDA Ribeirão 2016
SOU ARTISTA
Em 2014, o artista curitibano Dan Querolo
fundou a startup “Sou Artista”. O objetivo
era fazer com que artistas pudessem agir
também como empreendedores. A plataforma
funciona como um grande banco de dados onde
profissionais de todo o país podem se cadastrar
gratuitamente, apresentarem os seus portfólios
e concorrerem a oportunidades de trabalho. A
empresa também oferece informações sobre
economia criativa e mercado cultural.
PROJETO PITCH GOV
A ideia do governo do Estado de São Paulo é
simples: contratar startups com novos projetos
que visem melhorar os serviços públicos para
a população. O processo de seleção foi feito
por meio da apresentação de um problema
concreto, existente no serviço público, e as
melhores soluções foram escolhidas.
SMART CITIES PARIS
Paris é uma cidade linda. Mas, apesar disso, por que o parisiense é
tão mau-humorado? Para a IBM, a resposta estava na falta de locais
que pudessem colocar o nativo em contato com a sua cidade e com
outros moradores. A saída foi criar uma série de outdoors inovadores,
que podiam ser usados como bancos para descanso, abrigos contra
o mau tempo e, até, como rampas para evitar os degraus das muitas
escadarias da cidade. A ideia foi premiada em diversos concursos.
CAÇAMBA SOCIAL EM RIBEIRÃO
Em funcionamento este ano, em Ribeirão Preto, o programa “Caçamba
Social”. O objetivo da administração municipal é acabar com os bolsões
irregulares de entulho. As primeiras quatro caçambas foram instaladas na
zona Oeste da cidade, identificadas por cores e destinadas ao descarte de
materiais recicláveis, madeiras e resíduos da construção civil. A lei que criou
o projeto também autoriza o Executivo municipal a receber caçambas de
empresas privadas para disponibilizá-las em bairros.
CHEGA DE ESTILINGUES
Em Sergipe, um projeto de uma escola em Lagoa Seca promove a troca
de estilingues e gaiolas por cadernos e livros escolares. A ideia é realizada
em conjunto com Curso de Observação de Aves de Mata Atlântica, que
levou os alunos a observar os animais e aprender mais sobre eles.
MALARIA SPOT
Pesquisadores da Universidade de Madrid lançaram uma campanha
coletiva para ajudar a diagnosticar a malária. Por meio de um jogo, o
internauta tem um minuto para identificar o maior número possível de
parasitas e com isso vai melhorando sua compreensão sobre a doença.
LIXO EM SÃO FRANCISCO
A cidade de São Francisco quer reaproveitar todo o lixo reciclável até
2020. Hoje, a cidade é uma das principais referências do país em
reciclagem e compostagem. Na última década, a taxa de reciclagem
aumentou 80%. O segredo: envolver todos os cidadãos.
SANTANDER CITY BRAIN
A prefeitura espanhola de Santander criou uma plataforma on-line
de ideias, aberta e transparente, para que moradores ou não da
cidade possam apresentar suas ideias. Há duas linhas principais de
foco: sugestões que podem colaborar com o desenvolvimento local
como Cidade Inteligente e ideias que possam ser incorporadas ao
Plano Diretor da cidade.
$ 2.655.924,46
de euros é o impacto social do projeto La
Colaboradora, em Zaragoza, na Espanha.
$ 3,17
euros é o retorno social
de cada euro investido no
programa Zaragoza Activa.
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515050
O PROBLEMA
AGENDA Campinas 2016 51
Tecnologia sem o humano não basta
Um dos caminhos - talvez o mais importante - para uma cidade se tornar criativa é a disseminação do uso da tecnologia no cotidiano de sua gente; no entanto,
para a economista Ana Carla Fonseca, no Agenda Campinas 2016, é preciso que ela seja direcionada para criar soluções que melhorem a cidade e o cidadão
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
AGENDA Campinas 2016
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
52 AGENDA Campinas 2016 53AGENDA Campinas 2016
Como será o trabalho nos próximos anos? Esses foi um dos
principais temas da palestra da economista Ana Carla Fonseca,
durante a sua apresentação no Agenda Campinas 2016. Uma das
respostas possíveis, segundo ela, passa por um estudo feito pela
revista britânica The Economist.
Considerada a Bíblia das publicações econômicas no mundo, a
revista tem uma divisão chamada chama-se Intelligence Unit, que é
uma espécie de “think tank” que trabalha com tendências e projeções
sobre os caminhos da economia no mundo.
No ano passado, essa Unidade publicou um estudo de 32
páginas, chamado “O Futuro do Trabalho no Século 21”, que projetava,
sobretudo, o impacto da tecnologia nas relações e formas de trabalho
até 2030. O estudo foi desenvolvido a partir de duas principais
fontes de informações: a primeira foi um grupo de dez acadêmicos e
especialistas mundiais na área de trabalho; a segunda foi uma pesquisa
realizada pela Unidade de Inteligência com 533 executivos das
principais empresas do mundo, entre eles vários brasileiros.
TECNOLOGIA
Um dos pontos
levantados pela
economista e urbanista
Ana Carla Fonseca,
durante o Agenda
Campinas, teve a
ver com o crescente
uso e sofisticação da
tecnologia digital nas
nossas vidas e o seu
impacto sobre o tipo de
emprego a que estamos
acostumados 42%foi o percentual de
executivos entrevistados
pela The Economist que
acham que a automação
vai tornar obsoletos
diversos tipos de trabalho
Após a compilação dos dados, o resultado foi assustador, em
relação ao cenário atual das relações de trabalho. Em todas elas, o
ponto comum teve a ver com o impacto da crescente sofisticação
da tecnologia digital na sociedade. Por exemplo, um das conclusões
apontou, que, na próxima década e meia, o uso recorrente da
tecnologia, sobretudo a móvel, “vai dissolver o conceito de trabalho, tal
como o conhecemos atualmente”.
O ponto em questão foi que o uso crescente de telefones
inteligentes e a difusão cada vez maior da banda larga terão um
impacto direto no emprego do tipo “8h às 17h”, cinco vezes por
semana. O trabalho mostrou que essa opinião foi partilhada por
47% dos executivos entrevistados e uma das principais tendências
apontadas pelos especialistas.
Outro possível caminho mostrado pelo estudo da The Economist
apontou que o uso crescente da tecnologia vai redirecionar os tipos de
emprego existentes hoje para áreas ligadas à criatividade e inteligência
social.
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
54 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 5554 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 55
DO QUE UMA
CIDADE
PRECISA
PARA SER
CRIATIVA?
1
INOVAÇÕES
3
CONEXÕES
2
CULTURA
veja nas páginas 40 e 41
veja nas páginas 24 e 25
3) CULTURA
“A cultura se insere na cidade criativa
sob quatro formas mais visíveis:
por seu conteúdo cultural per se,
compreendendo produtos, serviços,
patrimônio, (material e imaterial) e
manifestações de caráter único; pelas
indústrias criativas, abrangendo as
cadeias culturais, da criação à produção,
do consumo ao acesso, com impacto
econômico da geração de emprego,
renda e arrecadação tributária; ao
agregar valor a setores tradicionais,
dando-lhes diferenciação e unicidade, em
um contexto mais amplo de economia
criativa, a exemplo do impacto da moda
sobre as indústrias têxtil e de confecções
ou da arquitetura sobre a construção
civil; ao formar um ambiente criativo,
pela convivência de diversidades e
manifestações, fonte de inspiração para
olhares e ideias diferentes, em espacial
pelas artes.”
Ana Carla Fonseca
O valor da cultura
“Em um mundo no qual os ciclos de desenvolvimento de produtos estão cada vez
mais curtos e os bens e serviços estão crescentemente padronizados, os ativos
intangíveis (incluindo a cultura) convertem-se em diferenciais econômicos. Embora
produtos, serviços e ideias gerados pela criatividade individual possam ser copiados,
(ainda que ilegalmente ou graças a desbalanços no atual sistema de Direitos de
Propriedade Intelectual) sua fonte não pode sê-lo. Essa é uma das razões pelas
quais o talento criativo passa a ser tão cobiçado pelas cidades”
Ana Carla Fonseca
BOM EXEMPLO
A cidade de Nantes, na costa leste francesa,
é considerada atualmente uma das dez mais
interessantes para se morar naquele país. No entanto,
no final dos anos 1980, com a crise que afetou os
estaleiros navais, então a atividade econômica mais
importante do local, a cidade viveu períodos de crise.
Em 1988, o socialista e filósofo Jean-Marc Ayrault foi
eleito prefeito com uma plataforma inusitada: reerguer
a auto-estima dos moradores. Uma das formas
encontradas para isso foi investir nada menos do que
10% do orçamento municipal em cultura. Esse ação
mudou completamente o perfil da cidade, que chegou
a ser considerada, em 2004 pela revista Time, “a
cidade com mais vida na Europa”. Ayrault foi eleito
sucessivamente prefeito de Nantes até 2008.
Alma da cidade:
A BUSCA PELAS
SINGULARIDADES
Qual é a alma da sua cidade? O que
ela tem que nenhuma outra tem e que
a faz ser reconhecida como única?
A busca pela alma da cidade tem a
ver com a auto-estima e, por isso,
é um dos pontos mais importantes
no caminho de uma cidade rumo à
criatividade. “Essa essência é o que
caracteriza a cultura da cidade e essa
cultura, quando a gente fala do valor
das marcas, pode trazer tanto muito
agregado ao que existe de proposta de
produtos, de serviços, de atratividade
e dessa região como um todo”.
BARRACAS, BAIRRO
DE BUENOS AIRES
O bairro de Barracas, na região Sul de Buenos Aires,
virou um caso de sucesso mundial, ao passar de
uma região degradada para um local de referência
cultural. Afinal, o que foi feito ali? O nome do bairro
vem de um conjunto de barracões do século 18 que,
com o tempo, ficaram abandonados e ajudaram a
aumentar o processo de degradação da área. Há
alguns anos, no entanto, a administração portenha
tomou uma decisão paradoxal: utilizou essa região,
completamente sem vocações e abandonada
e incentivou a instalação de estúdios de design
e a vinda de artistas de diversas áreas. Com o
passar do tempo, Barracas deixou de ser uma das
piores áreas de Buenos Aires para se tornar uma
referência municipal de criação e design.
Investir em cultura é, acima de tudo,
um exercício da capacidade de fazer novas contas.
Ana Carla Fonseca
DETALHES
O crescimento de pequenas
plantas no asfalto rachado pode
ser o ponto de partida para se
criar algo inesperado
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
56 AGENDA Campinas 2016 57AGENDA Campinas 2016
Palestrante destacou
modelos de sucesso
O DEBATE
Ana Carla Fonseca, consultora da ONU, participou do Agenda Campinas, no
dia 24 de junho. Experiências de cidades como Buenos Aires e Paris foram
mostradas como exemplos do que pode ser feito em favor de metrópoles e
seus moradores, no que diz respeito à criatividade e cidadania
Campinas recebeu, no dia 24 de junho, a 1ª edição do Agenda
Campinas, com o tema “Cidades Criativas e Cidadania Ativa”. O evento
ocorreu no Hotel Vitória, na Nova Campinas e teve o objetivo de
discutir iniciativas de desenvolvimento econômico, inteligência coletiva e
empreendimentos criativos.
O diretor do Grupo EPTV e da OA Eventos, realizadora do Agenda
Campinas, André Coutinho Nogueira, ressaltou na abertura a importância
da discussão com o objetivo de gerar propostas que ajudem no
desenvolvimento. De acordo com ele, a realização do Agenda é uma maneira
de incentivar essa discussão e suscitar ideias na população.
O governador Geraldo Alckmin, que também falou na abertura, destacou
a importância de Campinas como centro de inovação tecnológica, com suas
universidades e estímulos a startups. “É preciso criar alternativas, geração
de empregos e inovação. Nada melhor do que Campinas, uma das maiores
cidades brasileiras e o maior polo tecnológico da América Latina, para dar
exemplo do que seja uma cidade criativa”, afirmou.
O prefeito Jonas Donizette ressaltou que a Prefeitura busca se
aprimorar para acompanhar o desenvolvimento tecnológico e a interação
com a população. Ele citou a utilização das redes sociais adotadas pela
administração, nas quais os moradores podem indicar problemas e propor
soluções para as questões urbanas. “O poder público precisa se reinventar,
visando estar no mesmo compasso que a sociedade, para que ambos
caminhem lado a lado na melhoria da cidade”, declarou.
Durante sua palestra, Ana Carla Fonseca apresentou práticas
motivadoras adotadas em outros países, como a França, a Argentina
e a Colômbia. Nesses locais, o foco foi ter a inteligência coletiva como
protagonista, utilizando as contribuições e ideias dos próprios moradores.
“Muito se investe em tecnologia, mas são os cidadãos que estão inseridos
na cidade e entendem suas necessidades”, afirmou. Além de Ana Carla,
o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas,
Fernando Pupo, e o economista e professor da Universidade Estadual de
Campinas, Miguel Juan Bacic, participaram como debatedores do Agenda.
AUTORIDADES
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Jonas Donizette
(PSB) participaram do Agenda Campinas. Ambos destacaram como
Campinas pode ser modelo de criatividade
Do que uma
cidade precisa
para se tornar
mais criativa?
Ana Carla Fonseca
lembrou que são necessárias
três características gerais
adaptáveis a contextos
específicos para que uma
cidade possa ser definida como
“criativa”: inovações, conexões
e cultura. “São necessárias
inovações das mais diversas
ordens, de nanotecnologia a
tecnologias sociais. É preciso
oferecer possibilidades para
conexões entre o público e o
privado, entre áreas da cidade.
Mas nada disso trará resultado
sem cultura, entendida como
manancial de atividades com
impacto econômico e como
formadora de um ambiente
propício à criatividade.”
A especialista destacou que,
para gerar lucros, é preciso
reconhecer a criatividade
como recurso econômico e
oferecer elementos para o
desenvolvimento cultural das
pessoas. Entre os exemplos
citados está Buenos Aires,
na Argentina, que investiu
na recuperação da região de
Puerto Madero, implantou o
Observatório das Indústrias
Culturais e se candidatou ao
título de Cidade de Design,
concedido pela Unesco em 2005.
FOTOSMASTRANGELOREINO/ACIDADE
“São necessárias
inovações das
mais diversas
ordens, oferecer
possibilidades para
conexões entre o
público e o privado,
entre áreas da cidade.
Mas nada disso
trará resultado sem
cultura, entendida
como manancial
de atividades com
impacto econômico
e como formadora
de um ambiente
propício
à criatividade”
ANA CARLA FONSECA
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
58 AGENDA Campinas 2016 59AGENDA Campinas 2016
Temos que
atuar para que
as pessoas
se envolvam
e mudem a
realidade.
FERNANDO PUPO
ECONOMISTA
MAIS E MELHOR
Para Fernando Pupo, é necessário
‘reinventar a participação popular’
Debatedor do Agenda Campinas, o secretário de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano de Campinas, Fernando Pupo, apresentou
os problemas e os diferenciais de Campinas, a partir do conceito de
cidade criativa. Ele destacou a importância do Aeroporto Internacional
de Viracopos, das instituições de ensino como fomentadoras de
projetos inovadores e da notoriedade da região como polo tecnológico.
O secretário também apresentou planos, como a transformação de
Campinas em uma cidade aeroportuária, e a consolidação da fama de
maior incentivadora às startups. Porém, dentre os planos traçados,
reforçou a existência de grandes desafios, como a transformação da
ciência em tecnologias para a sociedade e a participação efetiva da
população. “Temos que reinventar a participação popular. Estamos
fazendo revisão do plano diretor e uma pesquisa mostrou que só
18% da população sabe que isso está acontecendo e só 8% estão
participando. Temos que atuar para que as pessoas se envolvam
e mudem a realidade do que é importante para elas. Temos que
aproveitar nossas vocações da melhor forma possível”, destacou.
FERNANDO PUPO
Economista e secretário
Municipal de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano de
Campinas
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
DESENVOLVIMENTO URBANO
Bacicsustentaquediversidadedevisões
vaifacilitaraidentificaçãodeproblemas
O economista Miguel Juan Bacic deixou a Argentina e mudou-se para
Campinas em 1977 para realizar uma especialização na cidade. Hoje, é
professor titular da Unicamp, com experiência em áreas como políticas
de desenvolvimento local, empreendedorismo e economia solidária.
No Agenda, ele destacou a importância do desenvolvimento urbano
como caminho a ser trilhado pelo poder público junto aos cidadãos.
“Quando falamos de economia criativa, falamos da oportunidade do
trabalho de pessoas da sociedade para mudar o espaço público. É
a colaboração de ideias que cria uma estrutura social integrada,
heterogênea.”
Ele esclareceu ainda que o papel da participação social deve se
aprofundar, passando a atuar também no diagnóstico dos problemas
sociais e de mobilidade. De acordo com Bacic, é preciso contar com uma
variedade cada vez maior de pessoas que identifiquem problemas. “Com
a participação de pessoas com pontos de vistas diferentes, sempre
serão geradas novas perspectivas, o que aumenta a eficácia para se
pensar uma solução”.
UNICAMP
Miguel Juan Bacic é
professor do Instituto de
Economia da Unicamp
RAIO-X
Campinas representa 5,9%
do Produto Interno Bruto
(PIB) do Brasil, graças a
um complexo de cerca de
15 mil indústrias, 50 mil
empresas de serviços e 60
mil empresas comerciais.
MASTRANGELO REINO / A CIDADE
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
6160 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 61AGENDA Campinas 2016
PERRI / DIVULGAÇÃO UNICAMP
cidadescidadescidadescidadescidades
criativas
cidades
criativas
cidades
AS SOLUÇÕES
A força de Campinas
para ser cidade criativa
Maior do que várias capitais, cidade já tem 1º lugar
no Índice de Bem-Estar Urbano, além de ser responsável
por PIB estimado em mais de R$ 42,7 bilhões
Se depender da economia,
Campinas tem vantagens para
buscar soluções criativas. Com
população que encheria 14
estádios do Maracanã, a cidade
se sobressai: no interior, tem
“cara” de Capital. São cerca
de 1,1 milhão de habitantes,
segundo o IBGE, classificando-a
não apenas como 2ª não-capital
mais populosa do País, como
também entre as dez com maior
Produto Interno Bruto (PIB): são
R$ 42,7 bilhões.
Ao avaliar fornecimento
de energia, iluminação pública,
coleta de lixo e tempo de
deslocamento, a região foi a
única a receber classificação
“boa ou excelente” pelo Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia
Observatório das Metrópoles.
Apesar das desigualdades
apresentadas, com mais de 400
mil pessoas em condições “ruins
ou muito ruins”, ficou com o
primeiro lugar no Índice de Bem-
Estar Urbano (Ibeu), de 2013. 63 MIL
foi o número de migrantes e imigrantes
que Campinas recebeu nos últimos anos,
em busca de trabalho, qualidade de vida
ou qualificação profissional.
cidadania
ativavav
NOVO MODELO
DE EXPANSÃO
ECONÔMICA
A revista Focus, especializada
no setor de tecnologia de
informação e armazenamento
de dados, classificou
Campinas como “Vale do
Silício brasileiro”, em 2015.
Para o empresário da área
de desenvolvimento de
software Bill Coutinho, essa
classificação atrai atenção
para novos investimentos,
mas, ao mesmo tempo, obriga
à expansão em termos de
modelo econômico. “Temos
que criar o nosso próprio
modelo de desenvolvimento,
atendendo às nossas
necessidades e desafios,
que são muito diferentes dos
EUA”, afirmou.
UNIVERSIDADES
TORNAM-SE
DIFERENCIAIS
A presença de grandes
universidades como a Estadual
de Campinas (Unicamp) e
PUC-Campinas, além de
diversos centros de pesquisa,
são diferenciais, pois, com a
formação de novas empresas
por alunos e pesquisadores,
gera-se um desenvolvimento
natural, que dialoga com o
poder público e atrai mais
empreendedores. Além
disso, crescem os talentos
interessados em estudar
na cidade. A Unicamp teve
aumento de 84,7% de
estrangeiros em seu vestibular
em 2016. Em 2015, recebeu
cerca de mil alunos em
intercâmbio.
MAIS QUALIDADE
DE VIDA COM
MAIS TECNOLOGIA
A Secretaria de
Desenvolvimento Econômico,
Social e de Turismo, em busca
de interação entre cidadãos
e novas tecnologias, está
elaborando o Planejamento
Tecnológico de Cidade
Inteligente, que pressupõe
melhoria na qualidade de vida
por meio de ferramentas
high-tech, que auxiliam na
interação e na participação
dos cidadãos. “O objetivo
é que ciência, tecnologia e
inovação evoluam e resultem
no desenvolvimento econômico
e social, garantindo dinamismo
mesmo em situações de
crise”, explicou Fernando
Pupo.
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
62 AGENDA Campinas 2016 63AGENDA Campinas 201662 AGENDA Campinas 2016
DO DILEMA À
SOLUÇÃO
Ao se conhecerem
na Universidade
de Stanford, nos
Estados Unidos,
Gabriel Braga e André
Penha conversaram
sobre seus dilemas e
criaram uma imobiliária
totalmente on-line. Com
imóveis em Campinas
e São Paulo, o objetivo
é facilitar o contato
entre prestadores de
serviços e usuários,
desde o agendamento
de visitas à análise de
documentos. A empresa
conta com rede de
afiliados (síndicos,
porteiros, entre
outros), que indicam
quando um imóvel está
disponível. O número
de contratos cresce
30% ao mês, com 2 mil
agendamentos de visitas
por semana.
APP INCENTIVA
AÇÕES
POSITIVAS
Os empresários Breno
Pinheiro, Bruno Pinheiro e
Thiago Vignoli criaram uma
plataforma para compartilhar
pequenos gestos e ações
positivas. O aplicativo permite
customizar dois bonecos e
enviar mensagem de carinho
para qualquer pessoa. A
nova versão, “Welo Fables of
Love”, permite compartilhar
histórias com um adicional:
enviar “presentes” pagos,
podendo ser doados a
instituições.
COMIDA
PARA QUEM
PRECISA
Cansado de chegar do
trabalho e ainda ter que
preparar o jantar ou
só encontrar opções
gordurosas, Rafael
Leite decidiu abrir, com
o irmão e a cunhada,
refeições balanceadas e
que, em 7 minutos no
micro-ondas, estivessem
prontos para consumo.
Utilizando a técnica de
ultracongelamento,
os alimentos não têm
conservantes e nenhum
item industrializado. “Tem
cliente que diz que agora
sobra mais tempo para
brincar com o filho ou que
perdeu de 5 a 7kg em um
mês”, conta Rafael.
20,9%
É o percentual de concentração
de indústria da Região
Administrativa de Campinas no
Estado, segundo a Fiesp
CO-WORKING
A Associação Campinas
Startups (ACS) é uma
entidade sem fins
lucrativos, fundada
em 2010, criada
por empreendedores
de Campinas que
queriam trocar ideias e
encontrar soluções para
problemas comuns. O
objetivo é elevar o grau
de maturidade dos
negócios. A principal
ferramenta utilizada é o
co-work, com reuniões
focadas em gestão e
troca de experiências. A
ACS tem hoje mais de
35 associados e é uma
das primeiras iniciativas
do setor no Brasil.
SINCUBAD
Na Unicamp, a Incubadora
de Empresas de Base
Tecnológica (Incamp)
oferece, além do espaço
físico para a criação de
novas empresas, suporte
para que cheguem ao
mercado com sucesso.
Também realiza encontros
de capacitação, palestras
e eventos. Atualmente, há
16 empresas incubadas.
Quase 30 já estão no
mercado após passarem
pelo processo. A Incamp
foi fundada em 2001.
SCOOPE
Investir em novos negócios
e em cidadania também
significa estar atento
às demandas do meio
ambiente. Para isso,
as cooperativas, que
reúnem trabalhadores que
trabalham com reciclagem,
têm importância
fundamental, à medida
que são responsáveis
por empregos e também
por garantir que milhares
de quilos de materiais
sejam reaproveitados.
Em Campinas, os
trabalhadores contam
ainda com a Reciclamp,
que reúne seis
cooperativas. Desde que
foi fundada, em 2008,
ela auxilia e fortalece
negociações para a venda
de materiais.
14,6%
São estabelecimentos da indústria de
transformação, seguido por confecções de
vestuário e acessórios, com 11,1% e pelo setor
de máquinas e equipamentos, com 9,1%.
CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
64 AGENDA 2016
O Grupo EPTV produz e veicula conteúdo de credibilidade.
Possui um forte vínculo com a comunidade das áreas em que atua.
Está no interior de São Paulo e Minas Gerais com operações nas áreas de TV (por meio
de quatro emissoras EPTV); rádio (CBN Ribeirão, rádio Jovem Pan Ribeirão e Jovem
Pan Araraquara); jornais impressos (jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, e Tribuna de
Araraquara) e portais de notícias (A Cidade On/Ribeirão e A Cidade On/Araraquara).
A Oceano Azul também integra o grupo e produz eventos como o “Agenda”,
painel que debate anualmente problemas e soluções para Campinas,
Ribeirão Preto, São Carlos e Araraquara.
ORGANIZADORES
EXPEDIENTE
Antonio Carlos Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho
André Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Neto
Coordenação: Paulo Brasileiro e Josué Suzuki
Edição: Rosana Zaidan
Comercial: Marco Vallim
Marketing: Fernanda Freitas e Amanda Graffietti
Textos/Edição: José Manuel Lourenço e Duílio Fabbri (Campinas)
Edição de fotos: Mariana Martins
Tratamento de imagens: Franciely Flamarini
Editor de arte: Daniel Torrieri
GRUPO EPTV
REVISTA
AGENDA
2016
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66 AGENDA 2016 67AGENDA Campinas 2016
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68 AGENDA 201668 AGENDA 2016

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  • 1. produzir ARARAQUARA • SÃO CARLOS • RIBEIRÃO PRETO • CAMPINAS EDIÇÃO2016
  • 2. “Quando o objetivo é grande, não existe passo pequeno.” A CAIXA tem os melhores serviços para facilitar o dia a dia da sua empresa. E a Cobrança Bancária CAIXA oferece agilidade e conveniência para comercialização, podendo receber valores por meio de boletos de cobrança físicos ou via Pagamento Eletrônico CAIXA, que dispensa a impressão de boletos. Sua empresa merece um parceiro assim. SERVIÇOS DE COBRANÇA BANCÁRIA. PENSE GRANDE. PENSE CAIXA. caixa.gov.br SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474 facebook.com/caixa twitter.com/caixa
  • 3. 4 AGENDA 2016 EDITORIAL André Coutinho Nogueira é graduado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco- USP. Como diretor do Grupo EP, aposta na imprensa e nos meios de comunicação como uma via de trabalho criativo, para mudanças positivas. MASTRANGELOREINO/ACIDADE Inspiração para um futuro feito por nós Caro leitor, Há três anos, tivemos a ideia de realizar a primeira edição da Agenda Ribeirão. O objetivo era conceber um evento que envolvesse as iniciativas pública e privada para o debate em torno dos principais problemas e desafios de Ribeirão Preto. Como imprensa livre, acreditávamos, era nosso papel não só mostrar no dia-a-dia quais eram estes problemas e desafios, como sempre fizemos, mas também contribuir para solucioná-los. Desafio posto e equipe envolvida, trabalhamos para fazer a primeira edição em 2014. Foi um sucesso Na segunda edição trouxemos o economista Eduardo Gianetti da Fonseca como palestrante, convidamos especialistas para o debate e abrimos o evento ao público interessado. Para que as propostas pudessem ser colocadas em prática, políticos, empresários, gestores públicos e privados também compareceram. O resultado foi um enorme engajamento de todos os participantes e muitas propostas interessantes e concretas para o sonho coletivo de uma Ribeirão Preto melhor. Com o êxito, passamos a planejar a realização de Agendas também nas outras cidades da área de cobertura da EPTV: incluímos Araraquara no circuito em 2015 e, a partir deste ano de 2016, São Carlos e Campinas passaram a contar com o evento. Em todas as edições e cidades, sentimos que nosso papel foi cumprido e que a participação da sociedade civil organizada foi fundamental para que o sonho de um futuro melhor fosse compreendido, discutido e planejado. O próximo passo neste processo, a execução das propostas, cabe a todos e cada um de nós. Nesta nova edição da Revista das Agendas, apresentamos em maior profundidade um resumo dos eventos nas quatro cidades, cujo principal tema foi Economia e Cidades Criativas. Esperamos que o conteúdo nos sirva de inspiração para o exercício da cidadania e a busca de um futuro melhor. E que novas Agendas surjam todos os anos, renovando nossas ações e nossos projetos! ‘Em todas as edições, sentimos que nosso papel foi cumprido e que a participação da sociedade civil foi fundamental...’ i g u a t e m i r i b e i r a o p r e t o . c o m . b r TUDO PARA APROVEITAR A VIDA VOCÊ ENCONTRA AQUI MODA ANIMALE COACH DEI DUE FARM HUGO BOSS JOHN JOHN LE LIS BLANC NAMARI OSKLEN RESERVA RICHARDS SCHUTZ SERGIO K. SIBERIAN TOMMY HILFIGER VR GASTRONOMIA COCO BAMBU EMPÓRIO SANTA THEREZINHA JOHNNY ROCKETS MAREMONTI MOUSSE CAKE VARANDA LAZER E TECNOLOGIA CINÉPOLIS FAST SHOP iPLACE KALUNGA LIVRARIA CULTURA LOJAS AMERICANAS MAGAZINE LUIZA MAGIC GAMES PASSATEMPO E MUITO MAIS
  • 4. 6 AGENDA Araraquara 2016 O PROBLEMA 7AGENDA Araraquara 2016 Afaltadediálogo entreinstituiçõesEm Araraquara, o Agenda foi realizado no Sesc, no dia 29 de abril. Entre os assuntos discutidos, um se destacou: a necessidade de manter abertos e ampliados os canais de comunicação entre poder público e sociedade; além disso, também se falou da gradativa perda de importância dos conselhos municipais. AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA Araraquara
  • 5. 98 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016 A radiografia feita pelos participantes do Agenda Araraquara deste ano apontou para alguns problemas que afetam a cidade. Um dos principais está ligado à falta de diálogo entre quem toma as decisões e quem é afetado por elas. O gerente regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Charles Bonani, foi além e reclamou a inclusão de novos atores no diálogo social do município. “A periferia ainda está muito distante das questões centrais,fora da agenda do município, parece outra cidade. E, quando temos esse distanciamento, a gente cria ilhas que acabam levando ao subdesenvolvimento”, disse. O cientista político Rafael Orsi, da Unesp de Araraquara, também falou sobre a exclusão social, mas de modo mais amplo do que o apresentado por Bonini. “Nós todos falamos de renovação, ou melhor, da falta dela, da necessidade de surgirem novos quadros, novos pensamentos e críticas, mas não temos um projeto que dê à juventude a importância que ela deve ter no projeto de construção da cidade”, afirmou. PLANO DIRETOR No seminário, público e debatedores destacaram um ponto que é, ao mesmo tempo, problema (por não ser seguido) e solução (pela sua capacidade de mudar a realidade): o Plano Diretor, o documento que organiza o crescimento e desenvolvimento da cidade 2005foi o ano da revisão do Plano Diretor de Araraquara, considerado uma referência nacional; em 2014 foi feita nova revisão dessa peça Ao falar sobre o que considera alguns problemas de Araraquara, o arquiteto e urbanista Luiz Antonio Falcoski destacou um ponto que pode explicar as questões levantadas tanto pelo gerente do Ciesp como pelo professor da Unesp: o enfraquecimento do que considera “espaços privilegiados de discussões”. “Lamentavelmente, os conselhos municipais já não são mais espaços de discussão e de produção de conhecimento coletivo. Isso a gente tem de recuperar com urgência, porque os conselhos são, sobretudo, inteligência e massa crítica”, afirmou. O também cientista político e professor da Unesp Araraquara, MIlton Lahuerta, destacou um ponto que já havia sido apontado na apresentação do palestrante, Alejandro Castañé: a excessiva centralização das críticas no poder público. “O esporte favorito do Brasil é falar mal do poder público e dos políticos. Porém, quando se quer soluções, todo mundo vai esperar soluções do poder público e, quanto mais centralizado ele for, maior a expectativa por essas soluções”, disse. AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA Araraquara
  • 6. 11AGENDA Araraquara 2016 1110 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016 O que é Inteligência Coletiva? “É a capacidade emergente que um coletivo tem de reunir e articular competências e conhecimentos individuais, para reelaborá-los em benefício comum. Um processo de produção de conhecimento e o resultado da colaboração e a interação dos participantes conscientes com uma vontade explícita de busca compartilhada de soluções para os problemas que os afetam” . Pierre Lévy Dicas para trabalhar com inteligência coletiva 1) Valorização da diversidade 2) Engajamento efetivo = Reflexão + ação 3) Informações múltiplas e compartilhadas 4) Transversalidade 5) Cada um com seu papel 6) Respeito às regras pactuadas 7) Integridade Por que é importante pensarmos em políticas específicas para as cidades Elas ocupam apenas 2% de toda a área terrestre do planeta MAS 7) Integridade específicas para as cidadesespecíficas para as cidades Detêm 70%da economia global Consomem 60%da energia elétrica produzida Produzem 70%das emissões de gases, relacionados com o aquecimento global Produzem 70%do lixo mundial Evolução da população urbana no mundo ________________ 1976 37,9% ________________ 1996 45,1% ________________ 2016 54,5% % de urbanização do Brasil ______________________________________ 2015 86% 204 milhões de habitantes ______________________________________ 2039 89% 223 milhões de habitantes ______________________________________ 86%86%86% 204 milhões204 milhões de habitantesde habitantes ______________________________________ 86%86%86% 204 milhões204 milhões204 milhões de habitantesde habitantes ______________________________________ 89%89%89% 223 milhões de habitantes ______________________________________ 223 milhões de habitantes O que é o Global Power City Index (Índice de Cidades com Impacto Global) O GPCI é um índice criado pelo Instituto para Estratégias Urbanas (Japão), que avalia e cria um ranking das maiores cidades do mundo de acordo com os seus ‘magnetismos’, ou seja, o seu conjunto de características que lhes permite atrair empresas e indivíduos criativos e mobilizar os seus recursos, transformando-os em segurança econômica e social e desenvolvimento ambiental. Esse índice avalia a força de 40 das mais importantes cidades do mundo de acordo com seis principais requisitos (Economia, Pesquisa e Desenvolvimento, Interação Cultural, Capacidade de proporcionar qualidade de vida, Meio Ambiente e Acessibilidade). Relação de Cidades com os maiores GPCIs 1º Londres 2º Nova York 3º Paris 4º Tóquio 5º Singapura 6º Seul 7º Hong Kong 8º Berlim 9º Amsterdam 10º Viena 38º São Paulo O que tem a ver inteligência coletiva com o GPCI? De acordo com Alejandro Castañés, uma das referências nacionais nesse assunto, um dos caminhos mais eficientes para que uma cidade aumente o seu “magnetismo” é o desenvolvimento de processos que decorram da inteligência coletiva. Exemplos de inteligência coletiva A enciclopédia online Wikipedia e o sistema operacional Linux são, provavelmente, os exemplos mais conhecidos do uso de inteligência coletiva. Mas, além deles, um bom exemplo de como profissionais de diversos setores trabalham em conjunto na produção de algo é a rede espanhola La Colaboradora, de Zaragoza. Araraquara
  • 7. 1312 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016 Inteligência coletiva e o futuro da sua cidade O DEBATE Em um mundo cada vez mais urbano e competitivo, uma das armas mais eficientes das cidades será a capacidade de unir o trabalho de profissionais de diversas áreas como forma de apresentar respostas criativas para problemas locais. Mas, antes disso, a questão que fica é: como atrair esses profissionais? Há pouco mais de oito anos, o Instituto para Estratégias Urbanas, do Japão, criou um índice destinado a medir a capacidade das 40 maiores cidades do mundo em atrair empresas e profissionais criativos. O mesmo indicador também avalia de que forma o trabalho desses profissionais e a existência das empresas se convertem em ganhos econômicos e sociais para a cidade. No ano passado, o ranking era liderado, respectivamente, por Londres, Nova York e Paris. São Paulo, na 38ª posição, era a única cidade da América do Sulk presente na relação. O Índice de Cidades com Impacto Global 2015 (GPCI, na sigla em inglês), foi usado pelo gestor de desenvolvimento argentino, Alejandro Castañé, para mostrar como o uso da inteligência coletiva, a criatividade e a capacidade de gerar inovação podem ser decisivos para tornar uma cidade socialmente mais justa e economicamente mais sólida . Alejandro Castañé foi o palestrante convidado da segunda edição do Agenda Araraquara. O evento teve como tema o conceito de inteligência coletiva e foi realizado no dia 29 de abril, no Sesc Araraquara, para uma platéia de mais de 150 pessoas. Para Castañé, a inteligência coletiva vai além da soma das capacidades individuais. O processo é coletivo, afirma, mas a diferença está na variável “diversidade”. “É uma diversidade mais ampla, de critérios, de olhares, da capacidade de escutar outras pessoas - que não as do mesmo grupo - e aceitar o que é dito”, afirmou. Para Castañé, no entanto, há outros elementos comuns a todos os processos de inteligência coletiva que devem ser levados em conta para compreender o processo de inteligência coletiva. “Podemos citar, por exemplo, o engajamento efetivo, ou seja, a vontade e possibilidade de participar em um processo de cidadania ativa, a reflexão seguida de ação, isto é, não adianta pensar e não fazer, compartilhar as informações e o conhecimento, envolver diversos setores (especialmente quando se trata de pastas públicas), liberdade de pensamento e expressão, respeito às regras pactuadas (sejam explícitas ou tácitas) e transparência”, concluiu. Quem é ALEJANDRO CASTAÑÉ Professor de Economia Criativa e Cidades da Universidade Cândido Mendes (RJ) e Economia Criativa e Cidades da Fundação Getúlio Vargas (SP), também desenvolve projetos de inteligência coletiva e inovações urbanas e já colaborou em diversas iniciativas das Nações Unidas AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA ESPAÇO DE DISCUSSÃO O Agenda Araraquara foi realizado no dia 29 de abril, no Sesc e reuniu cerca de 150 pessoas; evento aconteceu pela segunda vez na cidade Poder público deve aprender a escutar a comunidade Se a inteligência é coletiva, qual é o papel do poder público na elaboração de respostas criativas aos problemas locais? Para Alejandro Castañé, antes de mais nada, é preciso que os gestores públicos percebam que quem mais conhece a cidade é o cidadão. “A partir daí, é preciso aprender a escutar os cidadãos e estimulá-los a participar, aproveitando não só seu conhecimento da cidade, mas a sua criatividade e seu sentimento de pertencimento”, disse. Para ele, há diferentes modos de aproximar o poder público da sociedade, entre eles o uso das tecnologias digitais, sobretudo as plataformas colaborativas. “Elas podem servir de apoio a iniciativas de resgate do espaço público, como um local de troca de conhecimento e geração de novas formas de aprendizagem”, afirmou. No entanto, Castañé destaca que participação também gera responsabilidades do cidadão com os demais atores sociais. “Muitas vezes vemos iniciativas baseadas nos direitos de grupos, mas não se discutem os deveres que cada um de nós com a nossa cidade.” AMANDAROCHA/TRIBUNAARARAQUARA Araraquara
  • 8. 14 AGENDA Araraquara 2016 As discussões sobre reforma urbana devem acontecer de forma independente da pauta política. LUIZ ANTONIO FALCOSKI ARQUITETO E URBANISTA FALCOSKI Reforma urbana deve envolver todos os atores sociais e ser apartidária Um dos pontos destacados pelo arquiteto, urbanista e professor da Universidade teve a ver com a necessidade de Araraquara ser alvo de uma reforma urbana. No entanto, ele enfatizou dois pré-requisitos: em primeiro lugar, a possibilidade de que esse processo envolva todos os atores sociais, depois, que as discussões sobre ele ocorram independentemente da política partidária e que tenham continuidade no tempo. “As discussões a respeito da criação de uma agenda sobre esse tema têm de acontecer independentemente da discussão partidária, devem estar desconectadas da pauta política”, concluiu. Para Falcoski, as conseqüências da não-realização dessa reforma já podem ser percebidas, por exemplo, no distanciamento das periferias e em formas de segregação sócio-espacial. Essa discussão, segundo ele, pode estar além até dos planos diretores. “Talvez essas formas apresentadas aqui sobre inteligência coletiva e com a participação de todos os atores da sociedade a gente consiga fazer essa pauta funcionar”, completou. DEBATEDORES Além de Alejandro Castañé, fizeram parte do Agenda Araraquara o professor de Arquitetura e Urbanismo, Luiz Antonio Falcoski, e os cientistas políticos Milton Lahuerta e Rafael Orsi AMANDA ROCHA / TRIBUNA ARARAQUARA 15AGENDA Araraquara 2016 ORSI LAHUERTA A relação do cidadão com a cidade tem de ir além de uma relação utilitarista É preciso articular a relação entre poder público, empresariado e universidades Um dos pontos mais importantes do debate foi levantado pelo também cientista político da Unesp, Rafael Orsi, ao falar sobre a relação do cidadão com a cidade. Hoje, segundo ele, os cidadãos não vivem na cidade, apenas passam por ela. Ou seja, eles têm com a cidade uma relação basicamente utilitarista, marcada pela não-criação de laços estreitos com ela. “Assim, de maneira inconsciente, percebemos que há uma decepção com a cidade que não se realiza, com um ideal de cidade que promete elevada qualidade de vida, na autonomia, liberdade e igualdade e que não é cumprido”, disse. Para ele, “somos uma sociedade que ergue muros o tempo todo, físicos e simbólicos, que separa as pessoas e separa pensamentos, perspectivas, sobretudo daquele que é diferente”. Uma das saídas apontadas por Orsi diz respeito ao tema do Agenda Araraquara 2016: o uso da inteligência coletiva como uma forma de fazer com que a cidade possa se preparar para o futuro. Um dos pontos destacados pelo professor de Ciência Política, Milton Lahuerta, foi a necessidade de se trabalhar, “de forma mais produtiva”, a relação entre poder público de Araraquara, empresariado e universidade. “Precisamos articular os saberes daqueles que fazem a política e que gerem a cidade com o meio empresarial e com o saber da universidade. Estamos muito afastados”, disse. Para o professor da Unesp é imprescindível que administração municipal, empresariado e o saber acadêmico façam uma lista do que chamou de questões decisivas para a cidade e, a partir daí, criar uma agenda de futuro, uma relação de temas prioritários que possam nortear - e ordenar - o crescimento e desenvolvimento da cidade nas próximas décadas. A necessidade de se aprimorar as relações entre o saber das universidades e a realidade enfrentada diariamente pela administração municipal já tinha sido um dos pontos destacados no ano passado, durante o Agenda Araraquara 2015. Ação Para o palestrante do Agenda Araraquara, pensar não é nada sem o fazer. “Um grama de fazer é melhor do que um quilo de falar” Local Para Alejandro Castañé, é vital que se conheçam exemplos bem-sucedidos de outros locais; no entanto, a base da elaboração de políticas públicas deve ser o cidadão, porque ninguém conhece melhor a realidade local do que ele. Araraquara
  • 9. 1716 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016 cidadescidadescidadescidadescidades criativas cidades criativas cidades AS SOLUÇÕES A cidade deve produzir as suas próprias saídas Para o argentino desenvolvedor de projetos, é importante que se conheçam experiências externas, mas a solução para problemas locais deve ser buscada entre os próprios cidadãos Autoestima. Esse foi um dos pontos destacados pelo palestrante Alejandro Castañé como uma das formas de Araraquara criar o seu projeto de cidade. O primeiro passo para que isso aconteça é “que os moradores fortaleçam o seu sentido de pertencimento” com a cidade. E, sobretudo, com respeito às diferenças. “Você, como cidadão, pode concordar ou divergir, mas autoestima é importante para a cidade”, disse. De acordo com Castañé, a solução para os problemas locais não deve ser buscada em exemplos já existentes, embora elas possam servir de inspiração para a elaboração de soluções locais. “A realidade da cidade ninguém conhece melhor que vocês e só vocês conhecem seus problemas e necessidades, melhor do que ninguém”, disse. “Por isso, é importante que se tenha em mente que as soluções são locais”, concluiu. 38º lugar É a posição de São Paulo, em um total de 40, no índice de cidades com capacidade de atrair empresas e talentos criativos cidadania ativavav PLANO DIRETOR, SEMPRE ELE O urbanista Luiz Antonio Falcoski foi um dos responsáveis pela elaboração do Plano Diretor de Araraquara, em 2005, um dos mais elogiados do País. “Posso ser otimista ao imaginar que ele pode ser a ferramenta para a realização de reformas urbanas com inovação”, disse. Ao mesmo tempo, Falcoski também defende o aumento da participação da sociedade nas discussões sobre o futuro da cidade. “Grande parte desses instrumentos de democratização da participação já está prevista no Estatuto da Cidade, basta aplicá-los”, disse. QUALIFICAR A PARTICIPAÇÃO Milton Lahuerta afirmou que um dos pontos que devem ser pensados com urgência é o fortalecimento da participação política, sobretudo da juventude. No entanto, segundo ele, ela deve ser qualificada. “Não basta pôr mais pessoas em um processo de deliberação, porque isso pode ser objeto de manipulação, gerar demandas particulares e corporativas e não apontar para soluções inovadoras”, disse. “É um tema complexo, porque não se trata de manter uma sociedade governada por uma elite, mas de preparar os indivíduos, sobretudo a juventude, para a participação”, concluiu. POLÍTICAS PARA A JUVENTUDE O cientista político Rafael Orsi também destacou a necessidade de se ampliar o papel da juventude no “projeto de cidade”. Segundo ele, não fazem sentido as críticas sobre a falta de renovação da classe política quando confrontadas com a falta de projetos para que essa renovação aconteça. “Nós costumamos falar de cidades daqui a vinte anos e não falamos com aqueles que serão os tomadores de decisão daqui a vinte anos. E, então, reclamamos da falta de renovação, de novos quadros, de novos pensamentos, mas não envolvemos a juventude nessa renovação”, disse. MARCOS LEANDRO / TRIBUNA ARARAQUARA Araraquara
  • 10. 1918 AGENDA Araraquara 2016AGENDA Araraquara 2016 GPS Uma idéia apresentada no debate foi a adoção, em Araraquara, do guia GPS (Gestão Pública Sustentável), uma espécie de cartilha com informações para prefeituras sobre planejamento, gestão e tomada de decisões na administração pública. O GPS contém ainda indicadores e planos de metas que estão ligados ao desenvolvimento sustentável. 596 ACRES O número de terrenos baldios no bairro nova-iorquino do Brooklyn foi o ponto de partida do projeto 596 Acres, elaborado para lhes dar um fim social. O número, aliás, se refere à quantidade de terra pública considerada disponível pela Prefeitura de Nova York no bairro. O 596 Acres (2,4 milhões de metros quadrados) tornam públicos os dados sobre essas áreas e organiza comunidades para que possam dar uma destinação social a esses terrenos ou, até mesmo, comprá-los. A iniciativa hoje já é replicada em outras cidades americanas, como Los Angeles. INSTITUTO DO DIREITO À CIDADE O Instituto Direito à Cidade foi criado em 2013 dentro da UFSCar e é formado por 11 núcleos de pesquisa, que trabalham em seis grandes áreas (social, econômica, política, cultural, urbana e ambiental). Vinculado ao Observatório Cidadania, Cultura e Cidade, tem duas características importantes: a multidisciplinaridade e a aproximação dos seus trabalhos de agentes públicos. Existe um núcleo independente em Araraquara. PARLAMENTO JOVEM Desenvolvido pela Câmara de Araraquara, é de responsabilidade da Escola do Legislativo e está voltado para alunos do 9º ano do ensino fundamental e/ou do 2º ano do ensino médio das redes municipal, estadual e particular. O objetivo é fazer com que, durante um dia, eles saibam como é o processo legislativo, como se faz e como é a tramitação de um projeto de lei e as principais características do Poder Legislativo. LA COLABORADORA La Colaboradora é um espaço de trabalho voluntário compartilhado, em Zaragoza, que torna possível a colaboração entre empreendedores e projetos empresariais. Todos os serviços têm o mesmo valor e o tempo gasto por um profissional em um projeto, que não o seu, é “depositado” em um banco de horas. Com esse crédito, ele pode solicitar o trabalho de outro voluntário, pelo mesmo número de horas. UM LABORATÓRIO PARA EXPERIÊNCIAS URBANAS O Participatory City foi um projeto conjunto da BMW com o Museu Guggenheim, que existiu entre 2011 e 2014 em Nova York, Mumbai e Berlim. O objetivo era conhecer as cem principais tendências urbanas do futuro. Na prática era um grande “think tank”, instituto destinado a explorar novas idéias e desenvolver projetos “visionários” para a vida nas cidades. CODE FOR AMERICA A iniciativa surgiu em 2009, nos Estados Unidos. É uma ONG formada por profissionais de diversas áreas, sobretudo tecnologia, que desenvolvem aplicativos destinados a aproximar a gestão pública das comunidades. O objetivo é sempre procurar manter parcerias com administrações públicas, sobretudo as municipais, para torná-las mais transparentes, eficientes e abertas à participação da sociedade. REINVENTAR PARIS O projeto cria iniciativas para tornar a capital francesa mais criativa e atraente. Entre elas estão um concurso para arquitetos desenvolverem projetos inovadores em áreas conhecidas - definidas pela Prefeitura - e a adoção de ferramentas digitais que permitem participação do cidadão em certos níveis de decisões dos gestores municipais. 202 Era o número de integrantes da rede La Colaboradora em 2015; juntos, participaram de mais de 2 mil projetos, em 5 mil horas de trabalho Araraquara
  • 11. 212020 O PROBLEMA AGENDA São Carlos 2016 21 Cultura não é perfumaria!A série de seminários Agenda estreou este ano em São Carlos, com o tema“Cidades Criativas”. A convidada foi a economista Ana Carla Fonseca, uma das referências nacionais no tema. E, do debate que se seguiu, chegou-se à conclusão que não é possível ter uma cidade criativa sem uma relação muito forte com cultura. AGENDA São Carlos 2016 DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE SÃO CARLOS SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
  • 12. 2322 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016 Qual é a receita para que uma cidade se torne criativa e fortemente marcada pela inovação? As receitas são variadas, mas um ingrediente sempre se destaca: investimentos permanentes em cultura e inovação. Essa foi uma das conclusões que surgiram durante o Agenda São Carlos 2016, seminário que discutiu os problemas e buscou apontar soluções para o desenvolvimento da cidade. Realizado no Sesc, no dia 12 de maio, o evento teve como palestrante a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, uma das referências nacionais em cidades criativas, o sociólogo Jacob Carlos Lima, professor titular no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos e Renato Luiz Sobral Anelli, arquiteto e livre Docente pela Escola de Engenharia de São Carlos. A síntese do debate foi feita pelo sociólogo da UFSCar. “A nossa história reflete uma ideia de desenvolvimento com forte viés econômico, que desconsiderou um outro elemento, que foi a cultura. Na nossa história - e isso não é uma exclusividade de São Carlos - cultura sempre foi vista como perfumaria, algo secundário”, disse. BUSCA INTERIOR A busca da própria identidade, de um conjunto de características que tornam São Carlos única, na mente de quem mora nela e de quem a visita, deve ser uma das prioridades dentro do projeto de torná-la uma cidade criativa 1994foi quando nasceu o conceito de economia criativa, herdado do projeto australiano ‘Creative Nation’ A cultura foi destacada pelos participantes como um dos principais elementos para que uma cidade se transforme em criativa. E, no caso de São Carlos, um dos primeiros passos para que isso ocorra, segundo Ana Carla Fonseca, é descobrir quais são as singularidades locais, aquelas características que a definem de forma inequívoca na mente de quem mora e de quem a visita. “Essa busca pela alma de São Carlos, aquilo que lhe é singular, é o que vai indicar qual a direção que pretende tomar rumo a uma cidade criativa”, disse. A cultura é essencial, também, para que um local se torne interessante para atrair a matéria-prima de uma cidade criativa, que são os talentos criativos. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos há dois anos mostrou que um dos pontos que os talentos criativos mais buscam em uma cidade, ao lado de uma infra-estutura que lhes permita obter bons salários, é a diversidade cultural. Assim, longe de ser perfumaria, qualquer projeto de desenvolvimento para o século 21 passa pela capacidade das comunidades e dos seus gestores de investir em cultura. MASTRANGELO REINO / A CIDADE SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
  • 13. 24 AGENDA São Carlos 201624 AGENDA São Carlos 2016 25AGENDA São Carlos 2016 Cidades Criativas “Uma cidade criativa é uma cidade que surpreende, que atiça a curiosidade, o questionamento, o pensamento alternativo e, com isso, a busca de soluções. Em uma cidade criativa, independentemente da sua história, há a prevalência de três elementos: inovações e cultura e conexôes.” Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama, em Cidades Criativas – Perspectivas 300 milÉ o número de pessoas atualmente empregadas em setores considerados criativos na Argentina 2016 300 mil300 mil300 mil300 mil300 milÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoasÉ o número de pessoas atualmente empregadasatualmente empregadasatualmente empregadasatualmente empregadas em setores consideradosem setores consideradosem setores consideradosem setores considerados criativos na Argentinacriativos na Argentinacriativos na Argentinacriativos na Argentina Bergen, Noruega A SEGUNDA MAIOR CIDADE DA NORUEGA TINHA UM PROBLEMA. Localizada aos pés do deslumbrantes fiordes noruegueses, tinha sido “amaldiçoada” com um clima assustador, com dias e dias de chuvas sem fim, o que, evidentemente, não era nada bom para o turismo. No entanto, em um determinado momento, a comunidade percebeu que dos limões era possível fazer ótimas limonadas. Atualmente, essa ligação da cidade com a água sem fim tornou-a em um centro internacional de aquacultura, pesca, tecnologia submarina e, claro, turismo (quando não chove). Afinal, por ano, mais de trezentos navios de cruzeiro visitam a cidadezinha, trazendo mais de meio milhão de passageiros para conhecer os famosos fiordes. Exemplos Campanha Smart Ideas for Smarter Cities Criada pela gigante IBM para a cidade de Paris, a ideia era mostrar que ideias simples mas inovadoras podem fazer com que as pessoas se relacionem de modo mais afetivo entre elas e com a própria cidade. Tudo foi feito em cima de outdoors da multinacional, que foram além do seu uso tradicional e transformaram-se, por exemplo, em abrigos para chuva, bancos de rua e plataformas que tornam mais fácil o deslocamento das pessoas por pisos com degraus, por exemplo. DO QUE UMA CIDADE PRECISA PARA SER CRIATIVA? 1 INOVAÇÕES 3 CULTURA 2 CONEXÕESveja nas páginas 40 e 41 veja nas páginas 54 e 55 700 milÉ o número de patentes de produtos de alto valor agregado, registradas pela China, até 2015. O país quer evoluir do Made in China para o Designed in China. 2030é o prazo dado pelo gigante asiático para transformar o perfil dos produtos fabricados no país, ganhando mais valor. As áreas prioritárias são novas energias, conservação energética e proteção ambiental, biotecnologia, novos materiais, nova TI, manufaturas de ponta e veículos de energia limpa. 1) INOVAÇÕES Inovações podem ser entendidas como a criatividade aplicada à solução de problemas à solução de problemas ou à antecipação de oportunidades. Embora a associação mais recorrente seja a inovações tecnológicas, a criatividade urbana é sustentada por inovações das mais diversas ordens, como sociais, culturais e ambientais. SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
  • 14. 26 AGENDA São Carlos 2016 27AGENDA São Carlos 2016 Não basta ser criativo, tem de gerar riqueza O DEBATE Palestra da economista e urbanista Ana Carla Fonseca mostrou que os produtos da criatividade têm de ser reconhecidos como inovadores para que possam agregar valor; sem isso, há apenas boas ideias A sua cidade está pronta para ser criativa? O Agenda São Carlos 2016 - que aconteceu pela primeira vez este ano - debateu o conceito de cidades criativas, com a palestra da urbanista e consultora da ONU, Ana Carla Fonseca. Entre as conclusões apresentadas por ela estiveram, por exemplo, as mudanças profundas que vão ocorrer nos ambientes e nas formas de trabalho. Ela também destacou que a criatividade será indispensável para a produção da riqueza de uma cidade ou região. Acima de tudo, será o diferencial em um mundo que já é marcado pela forte concorrência. Para Ana Carla, as cidades têm de estar preparadas para criar o próprio desenvolvimento, independente do Estado e da União. Durante mais de uma hora, ela falou sobre a importância de as cidades criarem um ambientes propícios à criatividade, diversidade e inovação, pré-requisitos para se transformarem em locais criativos. Com alguns políticos na plateia, Ana Carla destacou a importância dos agentes públicos na implantação de projetos ligados à criatividade. Essa “boa governança”, como foi definida pela palestrante, pressupõe a capacidade de o Poder Público adotar um procedimento imprescindível para tornar criativa uma cidade: planejamento. Afinal, segundo ela, não basta saber o que se quer, mas que caminhos terão de ser percorridos para que se alcance a meta pretendida. E, se nesse percurso, toda a sociedade estiver envolvida, melhor ainda. Um dos exemplos citados por ela como emblemáticos dessa interação poder público e sociedade acontece em Dublin (Irlanda). Há pouco mais de três anos, o governo local criou uma área na região central da cidade, destinada a servir de “test-drive” para projetos que podem vir a ser aplicados na cidade toda: pode ser um projeto de “parklets” (áreas que transformam vagas de estacionamento nas ruas em locais de convivência), novos semáforos etc. Uma vez testados pelos moradores e aprovados, essas ideias são implantadas na cidade toda. Caso não sejam aprovados, deixam de ser aplicados e a cidade consegue uma economia substancial de recursos. A palestrante ANA CARLA FONSECA Administradora pública, mestre em Administração e Doutora em Urbanismo pela Universidade de São Paulo e professora e coordenadora de cursos de pós-graduação em economia, cultura e cidades na Fundação Getúlio Vargas/ SP, na Universidade Candido Mendes/RJ e na Universidad Nacional de Córdoba MASTRANGELO REINO / A CIDADE O DEBATE A palestrante Ana Carla Fonseca durante a sua apresentação sobre cidades criativas, no Sesc São Carlos; plateia acompanha as discussões do Agenda 2016 Cidadania ativa e a geração ‘nem nem’ Na palestra do dia 12 de maio, Ana Carla Fonseca falou de cidades criativas, mas também de um componente indispensável para que elas surjam, que é a cidadania ativa. O termo define cidadãos que se comprometem de forma ativa com a comunidade onde vivem e cuja atuação vai além da reivindicação de direitos constitucionais. Durante a participação do público, umas das questões foi sobre formas que devem ser encontradas para despertar a chamada “geração nem nem” (nem estuda e nem trabalha) da crescente apatia em que se encontra. Ana Carla disse ter uma perspectiva otimista em relação à quebra essa apatia, sobretudo por causa da recessão. “A crise tira das pessoas a possibilidade de não fazerem nada, afinal eles têm de pagar as contas”, disse. A “conversão” dessas pessoas a uma cidadania menos apática pode servir de exemplo, segundo Ana Carla, para que outras na mesma situação decidam também começar a partir, de modo mais ativo, das decisões da sua comunidade. MASTRANGELOREINO/ACIDADE SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
  • 15. 28 AGENDA São Carlos 2016 29AGENDA São Carlos 2016 Sempre se desconsiderou a importância do elemento cultural, a cultura sempre foi vista como perfumaria. JACOB LIMA SOCIÓLOGO JACOB LIMA Tão importante como atrair talentos criativos para a cidade é mantê-los O sociólogo da UFSCar sustentou o uso da cultura como uma forma de se fazer com que os talentos criativos se fixem à cidade. O problema, segundo ele, está na existência de uma visão tradicional de da cultura como algo superficial, quase sem importância. “Uma das coisas que se percebe é que, em todas as fases do desenvolvimento econômico do País, sempre se desconsiderou a importância do elemento cultural, a cultura sempre foi vista como perfumaria”, afirmou. De acordo com o sociólogo, criar uma política de atração de investimentos e talentos criativos não é suficiente para fazer com que São Carlos se torne uma cidade criativa. Esse é o passo mais importante, mas deve ser sucedido por outro, igualmente vital. “Tão importante como atrair essas pessoas é fixar essas pessoas no local onde trabalham, criar um ambiente, inclusive, onde essa criatividade efetivamente aconteça. E isso não se dá só com um laboratório ou obtendo espaços de trabalho, mas com toda a cidade participando”. CULTURA Jacob de Lima defendeu políticas públicas de criação e fortalecimento da cultura, como forma de se poder fixar os talentos criativos atraídos para trabalhar na cidade MASTRANGELO REINO / A CIDADE RENATO ANELLI O saber produzido pelas universidades deve ser melhor aproveitado pela cidade O professor titular do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, Renato Anelli, sustenta que a Universidade deve ser um foco de discussão dos problemas locais e de apresentação de soluções (tecnológicas e sociais) para a cidade. “Não é que ela vá resolver todos os problemas da cidade, mas a universidade tem de cumprir o seu papel de ser um laboratório de experimentação, um celeiro de ideias, fomentar o debate”, afirmou. Ainda sobre as universidades, Anelli disse que é necessária uma “conversa” mais frequente entre essas instituições com o poder público e o setor privado. A ausência desse canal de comunicação faz com que muito do que é produzido nos vários campi das universidades locais seja pouco conhecido. “Há muitos trabalhos que ficam restritos aos laboratórios ou em disciplinas e é preciso que se tornem mais conhecidos. Esses trabalhos poderiam aflorar com mais facilidade”, completou. ACADEMIA Professor da USP sustenta que é preciso que a comunidade esteja mais atenta ao que vem das universidades 20,3% foi o percentual de jovens, dos 15 aos 29 anos, que não estudavam nem trabalhavam, em 2013, segundo o IBGE MASTRANGELO REINO / A CIDADE SãoCarlos
  • 16. 30 AGENDA São Carlos 2016 31AGENDA São Carlos 2016 DIVULGAÇÃO PREFEITURA DE SÃO CARLOS cidadescidadescidadescidadescidades criativas cidades criativas cidades AS SOLUÇÕES Por que as pessoas não ficam nas suas cidades? Uma das questões apontadas por Ana Carla Fonseca no Agenda São Carlos disse respeito ao êxodo de moradores de cidades do interior, aos fins de semana, rumo a centros mais populosos Afinal, por que as pessoas deixam as suas cidades aos fins de semana para irem fazer compras ou se divertir em cidades maiores? Esse foi um dos pontos abordados por Ana Carla Fonseca e cuja resposta passou por dois conceitos já apresentados: o resgate da autoestima e a busca pela alma da cidade. “Como é possível um ambiente ser favorável de segunda a sexta e não funcionar aos fins de semana?. Tem alguma coisa errada. O que existe na cidade que pode ser resgatado?”, perguntou. Segundo Ana Carla, é preciso que locais como São Carlos achem o que há de singular nas suas histórias, festas e outras manifestações culturais e populares, para que se tornem fatores de atração. “Isso depende muito de sistematização e de um olhar sobre nós mesmos”, disse. Criativos Uma pesquisa feita pela Economist junto a executivos de grandes empresas mostrou que 42% deles acham que, na próxima década, a automação poupará somente os trabalhos criativos. cidadania ativavav OFICINAS CULTURAIS Uma das propostas apresentadas pela plateia durante o Agenda disse respeito à criação da secretaria municipal de Cultura e de diversos itens ligados a ela. Um deles seria a utilização mais frequente e racional dos recursos presentes no Fundo Municipal de Cultura, para o financiamento de atividades que possam auxiliar na criação do que Ana Carla chamou de “alma” da cidade. Outro ponto destacado foi a volta e o uso mais intensivo das oficinas culturais, sobretudo como uma forma de se criarem ligações mais fortes entre a população mais jovem com a sua cidade. PATRIMÔNIO HISTÓRICO Outra sugestão que veio da plateia foi a criação de uma política municipal de patrimônio histórico. Uma das críticas mais comuns feitas durante o Agenda doi a “tradição” brasileira de derrubar prédios velhos, sem preocupação com a sua importância para a história local. A ligação do cidadão com a cidade, aliás, passaria, no caso de São Carlos, pela restauração da parte antiga da cidade, inclusive como uma forma de se tornar a cidade diferente das demais. Uma ponto comum surgido no debate foi que as cidades estão cada vez mais indistintas. INCLUSÃO SOCIAL Durante o debate de Ana Carla Fonseca, Jacob Carlos Lima e Renato Anelli, uma das conclusões surgidas foi sobre a inclusão social. Para os participantes, esse processo deve ser visto como uma necessidade, algo que surja como consequência da aplicação de políticas públicas e não como uma coisa dada, um favor. Para Lima, “isso é importante porque inverte a questão da inclusão social, que é pensada quase como uma caridade. Essa inversão coloca as pessoas não apenas como consumidores, mas como novos produtores que podem dar novas direções para as cidades”. SãoCarlosSãoCarlosSãoCarlos
  • 17. 32 AGENDA São Carlos 2016 33AGENDA São Carlos 201632 AGENDA São Carlos 2016 LOUCOS DE BARBACENA Barbacena (MG) tinha uma fama duvidosa: por ter um manicômio famoso na terra, a imagem da cidade era associada à loucura, ao desvario, algo que obviamente não era motivo de orgulho dos moradores. Há alguns anos, a cidade chegou à conclusão que era preciso tirar essa história a limpo: em 1996 surgiu o Museu da Loucura, que guarda informações do primeiro hospital psiquiátrico mineiro. Dez anos depois foi criado o Festival da Loucura, que conta com apresentações artísticas, mas também com discussões científicas com grandes nomes da psiquiatria. SAMPA CRIATIVA Uma proposta do projeto Sampa Criativa prevê que praticantes de corridas de rua funcionem como fiscais de problemas como bueiros entupidos, fugas de gás ou semáforos quebrados. Eles usam celulares ou relógios com GPS e, ao passarem por algum local com problemas, enviariam uma mensagem para a concessionária de serviço público correspondente, com informações sobre o problema e as coordenadas com a localização. LIGAÇÕES POLÍTICAS A Poderopedia é uma grande rede de informações, criada por jornalistas chilenos em 2012, que se propõe a criar um mapa de quem é quem no mundo dos negócios e da política. O objetivo é tornar a relação público-privada mais transparente, assim como revelar “potenciais conflitos de interesse entre os líderes políticos, cívicos e empresariais”. A experiência da Poderopedia recebeu vários prêmios internacionais e deu tão certo que foi estendida a Colômbia e Venezuela. #EuVoto É o nome de um aplicativo da Câmara de São Paulo que permite aos eleitores opinarem sobre projetos de lei em andamento FRUTA FEIA O projeto Fruta Feia foi criado em Portugal e visa reduzir as toneladas de alimentos de qualidade que são desperdiçados por não serem esteticamente bonitos, embora mantenham todas as características nutritivas. Os integrantes do Fruta Feia compram os produtos que seriam descartados por produtores, com preços bastante inferiores aos de mercado, e montam cestas que são vendidas a comunidades carentes, também por preços bastante inferiores. Em três anos, a Cooperativa Fruta Feia já evitou o desperdício de quase 300 toneladas de frutas e hortifrútis. PAGUEI UM SUBORNO O portal indiano “I Paid a Bribe” foi criado há cinco anos, para denunciar corrupção de servidores públicos. A plataforma permite a elaboração de relatórios com detalhes do suborno às autoridades. A identificação é opcional. Um equipe de 50 voluntários verifica os relatórios e notificam as autoridades. O portal também tem uma área para as pessoas indicarem o nome e função de um funcionário público honesto. ORQUÍDEAS DE MARIPÁ Maripá é uma cidadezinha paranaense de seis mil habitantes. Conhecida como Cidade das Orquídeas, tinha a economia fortemente ligada à agricultura, mas os moradores queriam que fosse conhecida de outra forma. E, o que a pequena localidade tinha de diferente? Após muitas conversas, descobriu-se que todo mundo adorava orquídeas e resolveram criar um festival. Isso foi há duas décadas. Hoje, a cidade organiza uma das maiores feiras de orquídeas do Estado, reunindo mais de 25 mil pessoas nos seus três dias de duração. 89.473 É o número de relatórios já verificados pelo site indiano “I Paid a Bribe”, desde a sua criação, em agosto de 2011 SãoCarlos
  • 18. 3534 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016 3534 AGENDA São Carlos 2016AGENDA São Carlos 2016 Ribeirão Preto A cidade que abriu o projeto Agenda, em 2014, foi a terceira a realizar o seminário em 2016. Em 3 de junho, o auditório da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) recebeu Ana Carla Fonseca, Matheus Delbon (professor da Faap) e a historiadora Lilian Rosa para falarem sobre os problemas, as soluções possíveis para a cidade e exemplos que vêm dando certo em outros locais. Araraquara O evento no Sesc Araraquara foi o primeiro da série Agenda 2016. Cerca de 150 pessoas acompanharam a palestra “Cidade, Espaço de Inteligência Coletiva, apresentada pelo professor de Economia Criativa e Cidades da Universidade Cândido Mendes (RJ) e Economia Criativa, Alejandro Castañé. Campinas Campinas recebeu o Agenda pela primeira vez e também fechou o ciclo de quatro seminários . O seminário foi realizado no Hotel Vitória, no dia 24 de junho. Além de Ana Carla Fonseca, o seminário teve como debatedores o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas, Fernando Pupo, e o economista e professor da Unicamp, Miguel Juan Bacic São Carlos São Carlos foi a segunda sede do Agenda 2016. No dia 12 de junho, o Sesc recebeu a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, que abriu a série sobre cidades criativas, que também foi apresentada em Ribeirão Preto e Campinas. Ana é considerada uma das referências nacionais na área e teve como colegas de debate o sociólogo Jacob Carlos Lima (UFSCar) e Renato Luiz Sobral Anelli (USP São Carlos). ARARAQUARA • SÃO CARLOS • RIBEIRÃO PRETO • CAMPINAS EDIÇÃO2016
  • 19. 3736 3736 O PROBLEMA AGENDA Ribeirão 2016 37 Oquevocêespera deRibeirãoPreto? Uma pesquisa feita pelo Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC) mostrou que o ribeirão-pretano, na sua maioria, tem uma relação de uso com a sua cidade; a consequência disso é que se corre o risco de que ela se torne uma cidade de passantes, sem vínculos nem identidade. MILENA AUREA / A CIDADE AGENDA Ribeirão 2016 RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 20. 38 AGENDA Ribeirão 2016 39AGENDA Ribeirão 2016 Em um momento da sua palestra no auditório das Faculdades Armando Alvares Penteado, em Ribeirão Preto, a economista e urbanista Ana Carla Fonseca, apresentou uma lista das 24 marcas mais valiosas do mundo. Entre os nomes estavam gigantes como Apple, Microsoft, Google e IBM, ao lado de empresas como Coca-Cola e Pepsi, McDonalds e Disney. Segundo Ana Carla, o valor associado a essas marcas tem duas origens: uma é o uso da tecnologia como forma de produzir inovação, como é o caso das quatro primeiras; a outra é o uso de narrativas na construção de ícones culturais, onde Coca-Cola e Disney podem ser consideradas os melhores exemplos. Neste caso, o valor atribuído às duas empresas não está relacionado com o saber técnico usado para construir um produto inovador. A história dessas corporações e a sua capacidade de se tornar algo presente, de forma marcante, no cotidiano das pessoas, conferiu-lhes esse valor. Para Ana Carla, a apresentação da lista das marcas de maior valor no mundo e, sobretudo, o que as torna tão valiosas, teve o objetivo de MARCA A criação de uma cidade criativa está assente, sobretudo, na sua capacidade de diferenciar das demais. Um dos passos mais importantes para que isso aconteça é a necessidade de se criar uma marca própria, que identifique Ribeirão Preto de forma única. 6 mil Habitantes tem a população de Maripá (PR), onde a Festa das Orquídeas chega a reunir mais de 25 mil visitantes mostrar que, assim como uma grande empresa, cidades ou regiões também são capazes de se transformar em marcas de valor. “Como é que aproveitamos a nossa tecnologia ou as narrativas locais para agregar valor à marca Ribeirão Preto? Essa é a pergunta que tem de ser feita.” Dois exemplos citados por ela e que respondem a essa questão foram os de Maripá (PR), com o Festival de Orquídeas, e Barbacena (MG), com o Festival da Loucura. (Veja arte nas páginas 32 e 33). As duas cidades conseguiram utilizar olhar para si mesmas e criar eventos que não só resgatam a autoestima e produzir riqueza. O advogado Matheus Delbon destacou um exemplo oposto, do município de Valentim Gentil (SP). A cidade é um importante polo moveleiro do Estado e tem a economia atrelada a produtos de baixo padrão, praticamente sem valor agregado. Delbon sustenta que o ponto em comum foi achado, que é a ligação dos moradores com o mobiliário. No entanto, ele garante que o futuro do município liga-se à sua capacidade de se diferenciar. A sugestão foi criar um instituto que introduza o design como uma forma de aumentar o valor agregado dos produtos locais. WEBER SIAN / A CIDADE RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 21. 4140 AGENDA Ribeirão 2016AGENDA Ribeirão 201640 AGENDA Ribeirão 2016 41AGENDA Ribeirão 2016 A grande questão “Como uma cidade pode explorar sua criatividade do melhor modo possível, evitando incrementar polarizações quando se torna muito visível? Apesar de essa ser uma preocupação predominante (embora, supreendentemente, não unânime) as respostas são em sua maioria pouco conclusivas”. Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama, em Cidades Criativas – Perspectivas A grande questão “Como uma cidade pode explorar sua criatividade do melhor modo possível, evitando incrementar polarizações quando se torna muito visível? Apesar de essa ser uma preocupação predominante (embora, supreendentemente, não unânime) as respostas são em sua maioria pouco conclusivas”. Ana Carla Fonseca/Peter Kageyama, em Cidades Criativas – Perspectivas “Como uma cidade pode explorar sua criatividade do melhor modo possível, evitando incrementar polarizações quando se torna muito visível? Apesar de essa ser uma preocupação predominante (embora, supreendentemente, não unânime) as respostas são em sua maioria “Como uma cidade pode explorar sua criatividade do melhor modo possível, evitando incrementar polarizações quando se torna muito visível? predominante (embora, supreendentemente, não unânime) as respostas são em sua maioria “Como uma cidade pode explorar sua criatividade“Como uma cidade pode explorar sua criatividade do melhor modo possível, evitando incrementar não unânime) as respostas são em sua maioria DO QUE UMADO QUE UMA CIDADECIDADE PRECISAPRECISA PARA SER CRIATIVACRIATIVA? 11 INOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕESINOVAÇÕES 33 CONEXÕESCONEXÕESCONEXÕESCONEXÕES 2222 CULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURACULTURAveja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41veja nas páginas 40 e 41 veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25veja nas páginas 24 e 25 INOVAÇÕES veja nas páginas 24 e 25 INOVAÇÕESINOVAÇÕES veja nas páginas 24 e 25 INOVAÇÕESINOVAÇÕES veja nas páginas 24 e 25 INOVAÇÕESINOVAÇÕES veja nas páginas 24 e 25 INOVAÇÕES Do que uma cidade precisa para ser criativa? 324No Orçamento Participativo Escolar da Câmara Municipal de Lisboa de 2012, 324 alunos do 9º ano de escolaridade estiveram envolvidos no Orçamento Participativo Escolar. O grau de participação e de envolvimento dos alunos com a cidade impressionou os integrantes da administração pública. 1992Foi o ano de fundação dos Economuseus, rede que hoje tem cerca de 70 integrantes no Canadá e em sete países da Europa. EXEMPLO DOS ECONOMUSEUS A Rede Economuseus (Économusée) foi criada no Canadá em 1992 e é uma organização não-governamental que transforma empresas de cunho familiar em economuseus. O termo define uma rede de produtores rurais de pequeno porte e artesãos que comercializam produtos feitos com métodos tradicionais. Hoje, a rede tem cerca de 70 integrantes no Canadá e em sete países da Europa. Para fazer parte da rede, o produtor rural ou artesão deve preencher determinados critérios de qualidade e, como empresa, deve ter alguns espaços obrigatórios. Entre eles, estão uma área de recepção onde os visitantes são acolhidos e recebem informações a respeito do conceito de economuseu; espaços onde os visitantes possam ver os produtores ou microempresários trabalhando e possam interagir com eles; centro de documentação e uma butique. Todos os economuseus têm uma identificação visual comum em todo país (e, mais recentemente, em outros nove países). A ideia visa preservar o conhecimento tradicional de maneira a fortalecer a diversidade cultural. Exemplo de Orçamento Participativo escolar O OPE é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa (órgão público equivalente às prefeituras no Brasil) com o objetivo de desenvolver, nos jovens com idade escolar, valores como “responsabilidade cívica, a educação para a cidadania e o seu envolvimento na vida da comunidade”, assim como o desenvolvimento de formas de participação política. A 5ª edição, que decorreu no ano letivo 2014/2015, envolveu 540 alunos de oito escolas do 1º ciclo. Na edição de 2011, por exemplo, mais do que propostas ligadas às escolas onde estudam, os alunos sugeriram à municipalidade a construção de um centro de acolhimento para pessoas necessitadas, espaços de lazer e até um “mini” lar para animais abandonados. “Uma cidade criativa demanda infraestuturas que vão além do hardware – edifícios, ruas ou saneamento. Uma infraestrutura criativa é uma combinação de hard e soft, incluindo a infraestrutura mental, o modo como a cidade lida com oportunidades e problemas; as condições ambientais que ela cria para gerar um ambiente e os dispositivos que fomenta para isso, por meio de incentivos e estruturas regulatórias. Charles Landry 2) CONEXÕES As conexões se dão em diversas dimensões: histórica, entre o passado da cidade, que forma a sua identidade e sua estratégia de futuro, desenhando a cidade que se quer ter; geográfica, entre bairros e zonas, o que é especialmente importante nas grandes cidades, não raro fragmentadas; de governança, com a participação dos setores público, privado e da sociedade civil, cada um com seu papel muito claramente definido; de diversidades , aglutinando pessoa com distintos pontos de vista, profissões, culturas, comportamentos; entre local e global, preservando as singularidades da cidade, sem por uisso se isolar do mundo DO QUE UMA CIDADE PRECISA PARA SER CRIATIVA? 1 INOVAÇÕES 3 CONEXÕES 2 CULTURAveja nas páginas 40 e 41 veja nas páginas 24 e 25 RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 22. 42 AGENDA Ribeirão 2016 43AGENDA Ribeirão 2016 Qualidade de vida é vital para uma cidade que se quer criativa Cidadãos ativos fazem a cidade mais criativa O DEBATE Na terceira edição do Agenda Ribeirão, o tema em discussão foi a relação entre cidades criativas e cidadania ativa; a conclusão: um local pode se tornar criativo a partir do preenchimento de determinadas condições, mas o engajamento ativo dos cidadãos torna esse processo muito mais legítimo Em Ribeirão Preto, a edição local do seminário Agenda foi realizada no dia 3 de junho. O evento fez parte de um ciclo regional de debates, iniciados há três anos em Ribeirão Preto, que também incluiu Araraquara, em 2016 e 2015. São Carlos e Campinas estrearam o seminário neste ano. A 3ª Edição do Agenda Ribeirão teve como convidada Ana Carla Fonseca, que apresentou a palestra “Cidades Criativas e Cidadania Ativa”. Além dela, também participaram do debate a historiadora Lilian Rosa, vice-presidente do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC) e Matheus Delbon, advogado e professor do curso de pós-graduação em Gerente de Cidade, da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). O Agenda Ribeirão 2016 foi realizado no auditório da Faap, em evento que contou com a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). O seminário teve três horas de duração e foi acompanhado por cerca de 250 pessoas. Cidade criativa Afinal, do que uma cidade precisa para se tornar criativa? Para Ana Carla Fonseca, é preciso que criem as condições para o surgimento de três componentes fundamentais: inovação, cultura e conexões (conheça mais detalhes sobre eles nas páginas 24 e 25, 40 e 41 e 69 e 70). “No primeiro caso [inovações], é preciso que a cidade esteja constantemente preparada para se reinventar, que consiga encontrar soluções locais inovadoras para os seus problemas”, disse. Em relação à cultura, a economista explicou que esse é um “item fundamental, que pode trazer valor agregado às cidades e que permite a criação de ambientes muito mais lúdicos”. Por fim, por conexões, ela destacou a capacidade de uma cidade em se ligar com a própria história, com as diversas regiões que a formam (bairros, por exemplo), com outras regiões (municípios) e, por fim, entre as diversas instâncias de governo. O modo como vão funcionar depende, diretamente, do grau de envolvimento dos cidadãos. ROTEIRO DA CRIATIVIDADE A economista e urbanista Ana Carla Fonseca, durante a sua apresentação sobre cidades criativas no Agenda Ribeirão 2016, dia 3 de junho, no auditório principal da Faap A sua cidade quer ser criativa? Tecnologia e a capacidade de gerar inovação são pontos importantes. No entanto, se não forem feitos investimentos na qualidade de vida dos cidadãos, a receita desanda. Na sua apresentação, a economista Ana Carla Fonseca citou o estudo de uma agência norte-americana de recrutamento de talentos, apontando o que esse profissional prioriza na busca por um local de trabalho. O trabalho mostrou que itens como ‘qualidade de vida’ e ‘diversidade [cultural, étnica etc.]’ têm tanto peso na escolha de um local de trabalho como ‘perspectivas de carreira’. “Não adianta só investir em economia se não ocorrerem investimentos em qualidade de vida. Sem isso, o talento cai fora”, disse. E, para Ana Carla, o meio mais eficiente de se aumentar a qualidade de vida nas cidades é com a prática da cidadania ativa. “Pode parecer utópico, mas se as pessoas não se adonarem das cidades, elas acabam se tornando reféns de quem está sentado na cadeira da gestão municipal, seja de que partido for”, concluiu. WEBERSIAN/ACIDADE “Pode parecer utópico, mas se as pessoas não se adonarem das cidades, elas acabam se tornando reféns de quem está sentado na cadeira da gestão municipal, seja de que partido for” ANA CARLA FONSECA RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 23. 44 AGENDA Ribeirão 2016 45AGENDA Ribeirão 2016 Quando você é usuário de algo, você usa e vai embora, não se estabelece uma relação de troca. LILIAN ROSA HISTORIADORA LILIAN ROSA Pesquisa aponta relação frágil de ribeirão-pretano com a cidade Durante o Agenda Ribeirão, a historiadora e vice-presidente do IPCCIC, Lilian Rosa, apresentou um dado preocupante. Uma pesquisa com a duração de dois anos, realizada por um grupo de trabalho multidisciplinar do instituto, mostrou que o ribeirão-pretano não tem uma relação de pertencimento com a cidade. “Uma característica que o nosso diagnóstico mostrou é que o cidadão tem com a cidade uma relação de uso: ele é usuário do transporte, do hospital, da escola. Isso nos assustou, porque quando você é usuário de algo, você usa e vai embora, não se estabelece uma relação de troca”, disse. Uma das sugestões apresentadas pela pesquisadora do IPCCIC teve a ver com o tema da palestra: cidadania ativa. “Precisamos pensar a cidade de maneira transdisciplinar, atuar aqui, na nossa casa, na nossa cidade, na nossa região e, a partir daqui, resolver os nossos problemas e conseguirmos nos conectar com o global para finalmente obtermos uma cidadania ativa”, concluiu. PERTENCIMENTO Parte da apresentação da vice-presidente do IPCCIC teve a ver com um trabalho feito pelo instituto que mostra: o ribeirão-pretano age mais como morador do que como cidadão WEBER SIAN / A CIDADE MATHEUS DELBON Professor defende fortalecimento do empreendedorismo social Uma das ideias defendidas durante o Agenda Ribeirão pelo professor do curso de pós-graduação de Gerente de Cidade da Faap, Matheus Delbon, disse respeito ao terceiro setor, em especial o empreendedorismo social. Para ele, esse será o ator responsável pela implantação de mudanças necessárias no país. “O terceiro setor, o empreendedor social, os institutos, ONGs e entidades desse gênero são a única forma de termos avanços sólidos”, afirmou. Para ele, o Brasil já possui uma base legislativa que permite não apenas a criação da figura do empreendedor social como também o estabelecimento de parcerias com o poder público, com o objetivo de propor soluções. “Se formos esperar do poder público as soluções que precisamos podemos esbarra na falta de criatividade”, disse. Segundo o professor da Faap, a valorização do papel desse terceiro setor passa, também, pela necessidade de ele se profissionalizar. “Temos de superar a visão de que quem tem uma ONG ou instituto tem de trabalhar de graça”, concluiu. NOVA VISÃO Para Delbon, o terceiro setor é a principal ferramenta para a criação de soluções sociais para o país Humaitá é um pequeno município do Amazonas, que já venceu três vezes o Prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae, por iniciativas inovadoras WEBER SIAN / A CIDADE RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 24. 46 AGENDA Ribeirão 2016 47AGENDA Ribeirão 2016 cidadescidadescidadescidadescidades criativas cidades criativas cidades AS SOLUÇÕES A criatividade como motor para cidades melhores Revitalização do Centro, telhas solares, orçamento participativo escolar, as possibilidades do uso da criatividade para criar cidades melhores são infinitas. Conheça algumas, a seguir. Uma organização não- governamental de Ribeirão Preto trabalha na ideia de lançar um projeto que prevê a revitalização da região central da cidade. No entanto, na contramão do senso comum, a ideia é começar o processo de renovação tendo como base as pessoas e não as instituições ou os seus símbolos. A ideia é fazer com que o Centro receba projetos ligados a cadeias produtivas. A liga entre os projetos e de cada um com a cidade chama-se “identidade cultural”. A mais óbvia é o café. “Ele sempre foi um referencial para Ribeirão Preto. Ao se falar em café, fala-se de Ribeirão Preto”, afirmou a presidente do IPCCIC, Adriana Silva. Além do fruto, outras cinco cadeias produtivas são apresentadas no Projeto Centro: sorvete, música, literatura, gastronomia e moda. Holanda Uma prisão do século 19 foi transformada em um hotel butique, onde os hóspedes dormem em antigas celas. O local funcionou 150 anos como uma prisão, fechada em 2007. cidadania ativavav CARTEIRO AMIGO NA ROCINHA Na Rocinha (foto), uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, uma solução criada pela comunidade está funcionando como Correios. A empresa Carteiro Amigo, criada em 2000, entrega as correspondências nas casas de moradores de uma maneira simples: os moradores se inscrevem para o serviço com um valor mensal de R$16 por família e usam o endereço da empresa como seu próprio. Quando suas correspondências chegam, um carteiro do Carteiro Amigo entregam-nas em suas portas. Segundo informações da empresa, cerca de 30 mil casas usam o serviço. TELHAS SOLARES ITALIANAS Duas empresas italianas aproveitaram a dificuldade da maioria das pessoas em aceitar os grandes painéis solares e criaram uma alternativa interessante: telhas solares. Feitas em cerâmica, como as tradicionais, cada uma tem quatro células fotovoltáicas acopladas. Segundo um dos fabricantes, um telhado completo ou parcialmente coberto com essas telhas pode satisfazer as necessidades de energia de uma família. O problema, por enquanto, é o custo dos produtos, que proporcionalmente ainda é superior ao de um painel solar no país. CELEIRO CHILENO DE BOAS IDEIAS O Chile é um celeiro de boas ideias. Uma delas, a Start- Up Chile, é um programa criado pelo governo em 2010, com o objetivo de atrair empreendedores com ideias inovadoras, obviamente usando o Chile como plataforma global. Em um ano, o país recebeu de 200 a 250 empresas. Como funciona? O governo chileno avalia os projetos e os selecionados recebem uma verba que pode chegar a US$ 40 mil. Se os empreendedores forem estrangeiros ganham um visto de um ano. O resultado? Cerca de 250 mil negócios já foram abertos desde então. RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 25. 48 AGENDA Ribeirão 201648 AGENDA Ribeirão 2016 49AGENDA Ribeirão 2016 SOU ARTISTA Em 2014, o artista curitibano Dan Querolo fundou a startup “Sou Artista”. O objetivo era fazer com que artistas pudessem agir também como empreendedores. A plataforma funciona como um grande banco de dados onde profissionais de todo o país podem se cadastrar gratuitamente, apresentarem os seus portfólios e concorrerem a oportunidades de trabalho. A empresa também oferece informações sobre economia criativa e mercado cultural. PROJETO PITCH GOV A ideia do governo do Estado de São Paulo é simples: contratar startups com novos projetos que visem melhorar os serviços públicos para a população. O processo de seleção foi feito por meio da apresentação de um problema concreto, existente no serviço público, e as melhores soluções foram escolhidas. SMART CITIES PARIS Paris é uma cidade linda. Mas, apesar disso, por que o parisiense é tão mau-humorado? Para a IBM, a resposta estava na falta de locais que pudessem colocar o nativo em contato com a sua cidade e com outros moradores. A saída foi criar uma série de outdoors inovadores, que podiam ser usados como bancos para descanso, abrigos contra o mau tempo e, até, como rampas para evitar os degraus das muitas escadarias da cidade. A ideia foi premiada em diversos concursos. CAÇAMBA SOCIAL EM RIBEIRÃO Em funcionamento este ano, em Ribeirão Preto, o programa “Caçamba Social”. O objetivo da administração municipal é acabar com os bolsões irregulares de entulho. As primeiras quatro caçambas foram instaladas na zona Oeste da cidade, identificadas por cores e destinadas ao descarte de materiais recicláveis, madeiras e resíduos da construção civil. A lei que criou o projeto também autoriza o Executivo municipal a receber caçambas de empresas privadas para disponibilizá-las em bairros. CHEGA DE ESTILINGUES Em Sergipe, um projeto de uma escola em Lagoa Seca promove a troca de estilingues e gaiolas por cadernos e livros escolares. A ideia é realizada em conjunto com Curso de Observação de Aves de Mata Atlântica, que levou os alunos a observar os animais e aprender mais sobre eles. MALARIA SPOT Pesquisadores da Universidade de Madrid lançaram uma campanha coletiva para ajudar a diagnosticar a malária. Por meio de um jogo, o internauta tem um minuto para identificar o maior número possível de parasitas e com isso vai melhorando sua compreensão sobre a doença. LIXO EM SÃO FRANCISCO A cidade de São Francisco quer reaproveitar todo o lixo reciclável até 2020. Hoje, a cidade é uma das principais referências do país em reciclagem e compostagem. Na última década, a taxa de reciclagem aumentou 80%. O segredo: envolver todos os cidadãos. SANTANDER CITY BRAIN A prefeitura espanhola de Santander criou uma plataforma on-line de ideias, aberta e transparente, para que moradores ou não da cidade possam apresentar suas ideias. Há duas linhas principais de foco: sugestões que podem colaborar com o desenvolvimento local como Cidade Inteligente e ideias que possam ser incorporadas ao Plano Diretor da cidade. $ 2.655.924,46 de euros é o impacto social do projeto La Colaboradora, em Zaragoza, na Espanha. $ 3,17 euros é o retorno social de cada euro investido no programa Zaragoza Activa. RibeirãoPretoRibeirãoPretoRibeirãoPretoirrããããrrrããrrrããrrrããrããããããããããããããPPPrPPrrPPrPPriibbbbiibbbbbibbbibbbRiRiRRiRRibbbbbbebbbbbbbbbRRiRRiRiRiRRRRrerrrtotttPrrPrrPrrPrrooooooooooooooottootootototooooorrrrrreeeettreeeettreeeettreeeettreereeerreerreeetttttttttttoottttttRrrrrããoãããããPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPoããããããããããoPPPPPPPPPPPPooooooãoãoããoooããooooooooooPPPPPPPPPPooooooooobbbbbbbbbooooooooRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRReireireirreirrrrrrrbbbbbbbbbbbeebbebeeebeeebeebebebeeireireeiireeiirrrrrrrreeeeeeeeeeeRibeirãoPreto
  • 26. 515050 O PROBLEMA AGENDA Campinas 2016 51 Tecnologia sem o humano não basta Um dos caminhos - talvez o mais importante - para uma cidade se tornar criativa é a disseminação do uso da tecnologia no cotidiano de sua gente; no entanto, para a economista Ana Carla Fonseca, no Agenda Campinas 2016, é preciso que ela seja direcionada para criar soluções que melhorem a cidade e o cidadão MASTRANGELO REINO / A CIDADE AGENDA Campinas 2016 CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 27. 52 AGENDA Campinas 2016 53AGENDA Campinas 2016 Como será o trabalho nos próximos anos? Esses foi um dos principais temas da palestra da economista Ana Carla Fonseca, durante a sua apresentação no Agenda Campinas 2016. Uma das respostas possíveis, segundo ela, passa por um estudo feito pela revista britânica The Economist. Considerada a Bíblia das publicações econômicas no mundo, a revista tem uma divisão chamada chama-se Intelligence Unit, que é uma espécie de “think tank” que trabalha com tendências e projeções sobre os caminhos da economia no mundo. No ano passado, essa Unidade publicou um estudo de 32 páginas, chamado “O Futuro do Trabalho no Século 21”, que projetava, sobretudo, o impacto da tecnologia nas relações e formas de trabalho até 2030. O estudo foi desenvolvido a partir de duas principais fontes de informações: a primeira foi um grupo de dez acadêmicos e especialistas mundiais na área de trabalho; a segunda foi uma pesquisa realizada pela Unidade de Inteligência com 533 executivos das principais empresas do mundo, entre eles vários brasileiros. TECNOLOGIA Um dos pontos levantados pela economista e urbanista Ana Carla Fonseca, durante o Agenda Campinas, teve a ver com o crescente uso e sofisticação da tecnologia digital nas nossas vidas e o seu impacto sobre o tipo de emprego a que estamos acostumados 42%foi o percentual de executivos entrevistados pela The Economist que acham que a automação vai tornar obsoletos diversos tipos de trabalho Após a compilação dos dados, o resultado foi assustador, em relação ao cenário atual das relações de trabalho. Em todas elas, o ponto comum teve a ver com o impacto da crescente sofisticação da tecnologia digital na sociedade. Por exemplo, um das conclusões apontou, que, na próxima década e meia, o uso recorrente da tecnologia, sobretudo a móvel, “vai dissolver o conceito de trabalho, tal como o conhecemos atualmente”. O ponto em questão foi que o uso crescente de telefones inteligentes e a difusão cada vez maior da banda larga terão um impacto direto no emprego do tipo “8h às 17h”, cinco vezes por semana. O trabalho mostrou que essa opinião foi partilhada por 47% dos executivos entrevistados e uma das principais tendências apontadas pelos especialistas. Outro possível caminho mostrado pelo estudo da The Economist apontou que o uso crescente da tecnologia vai redirecionar os tipos de emprego existentes hoje para áreas ligadas à criatividade e inteligência social. MASTRANGELO REINO / A CIDADE CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 28. 54 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 5554 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 55 DO QUE UMA CIDADE PRECISA PARA SER CRIATIVA? 1 INOVAÇÕES 3 CONEXÕES 2 CULTURA veja nas páginas 40 e 41 veja nas páginas 24 e 25 3) CULTURA “A cultura se insere na cidade criativa sob quatro formas mais visíveis: por seu conteúdo cultural per se, compreendendo produtos, serviços, patrimônio, (material e imaterial) e manifestações de caráter único; pelas indústrias criativas, abrangendo as cadeias culturais, da criação à produção, do consumo ao acesso, com impacto econômico da geração de emprego, renda e arrecadação tributária; ao agregar valor a setores tradicionais, dando-lhes diferenciação e unicidade, em um contexto mais amplo de economia criativa, a exemplo do impacto da moda sobre as indústrias têxtil e de confecções ou da arquitetura sobre a construção civil; ao formar um ambiente criativo, pela convivência de diversidades e manifestações, fonte de inspiração para olhares e ideias diferentes, em espacial pelas artes.” Ana Carla Fonseca O valor da cultura “Em um mundo no qual os ciclos de desenvolvimento de produtos estão cada vez mais curtos e os bens e serviços estão crescentemente padronizados, os ativos intangíveis (incluindo a cultura) convertem-se em diferenciais econômicos. Embora produtos, serviços e ideias gerados pela criatividade individual possam ser copiados, (ainda que ilegalmente ou graças a desbalanços no atual sistema de Direitos de Propriedade Intelectual) sua fonte não pode sê-lo. Essa é uma das razões pelas quais o talento criativo passa a ser tão cobiçado pelas cidades” Ana Carla Fonseca BOM EXEMPLO A cidade de Nantes, na costa leste francesa, é considerada atualmente uma das dez mais interessantes para se morar naquele país. No entanto, no final dos anos 1980, com a crise que afetou os estaleiros navais, então a atividade econômica mais importante do local, a cidade viveu períodos de crise. Em 1988, o socialista e filósofo Jean-Marc Ayrault foi eleito prefeito com uma plataforma inusitada: reerguer a auto-estima dos moradores. Uma das formas encontradas para isso foi investir nada menos do que 10% do orçamento municipal em cultura. Esse ação mudou completamente o perfil da cidade, que chegou a ser considerada, em 2004 pela revista Time, “a cidade com mais vida na Europa”. Ayrault foi eleito sucessivamente prefeito de Nantes até 2008. Alma da cidade: A BUSCA PELAS SINGULARIDADES Qual é a alma da sua cidade? O que ela tem que nenhuma outra tem e que a faz ser reconhecida como única? A busca pela alma da cidade tem a ver com a auto-estima e, por isso, é um dos pontos mais importantes no caminho de uma cidade rumo à criatividade. “Essa essência é o que caracteriza a cultura da cidade e essa cultura, quando a gente fala do valor das marcas, pode trazer tanto muito agregado ao que existe de proposta de produtos, de serviços, de atratividade e dessa região como um todo”. BARRACAS, BAIRRO DE BUENOS AIRES O bairro de Barracas, na região Sul de Buenos Aires, virou um caso de sucesso mundial, ao passar de uma região degradada para um local de referência cultural. Afinal, o que foi feito ali? O nome do bairro vem de um conjunto de barracões do século 18 que, com o tempo, ficaram abandonados e ajudaram a aumentar o processo de degradação da área. Há alguns anos, no entanto, a administração portenha tomou uma decisão paradoxal: utilizou essa região, completamente sem vocações e abandonada e incentivou a instalação de estúdios de design e a vinda de artistas de diversas áreas. Com o passar do tempo, Barracas deixou de ser uma das piores áreas de Buenos Aires para se tornar uma referência municipal de criação e design. Investir em cultura é, acima de tudo, um exercício da capacidade de fazer novas contas. Ana Carla Fonseca DETALHES O crescimento de pequenas plantas no asfalto rachado pode ser o ponto de partida para se criar algo inesperado CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 29. 56 AGENDA Campinas 2016 57AGENDA Campinas 2016 Palestrante destacou modelos de sucesso O DEBATE Ana Carla Fonseca, consultora da ONU, participou do Agenda Campinas, no dia 24 de junho. Experiências de cidades como Buenos Aires e Paris foram mostradas como exemplos do que pode ser feito em favor de metrópoles e seus moradores, no que diz respeito à criatividade e cidadania Campinas recebeu, no dia 24 de junho, a 1ª edição do Agenda Campinas, com o tema “Cidades Criativas e Cidadania Ativa”. O evento ocorreu no Hotel Vitória, na Nova Campinas e teve o objetivo de discutir iniciativas de desenvolvimento econômico, inteligência coletiva e empreendimentos criativos. O diretor do Grupo EPTV e da OA Eventos, realizadora do Agenda Campinas, André Coutinho Nogueira, ressaltou na abertura a importância da discussão com o objetivo de gerar propostas que ajudem no desenvolvimento. De acordo com ele, a realização do Agenda é uma maneira de incentivar essa discussão e suscitar ideias na população. O governador Geraldo Alckmin, que também falou na abertura, destacou a importância de Campinas como centro de inovação tecnológica, com suas universidades e estímulos a startups. “É preciso criar alternativas, geração de empregos e inovação. Nada melhor do que Campinas, uma das maiores cidades brasileiras e o maior polo tecnológico da América Latina, para dar exemplo do que seja uma cidade criativa”, afirmou. O prefeito Jonas Donizette ressaltou que a Prefeitura busca se aprimorar para acompanhar o desenvolvimento tecnológico e a interação com a população. Ele citou a utilização das redes sociais adotadas pela administração, nas quais os moradores podem indicar problemas e propor soluções para as questões urbanas. “O poder público precisa se reinventar, visando estar no mesmo compasso que a sociedade, para que ambos caminhem lado a lado na melhoria da cidade”, declarou. Durante sua palestra, Ana Carla Fonseca apresentou práticas motivadoras adotadas em outros países, como a França, a Argentina e a Colômbia. Nesses locais, o foco foi ter a inteligência coletiva como protagonista, utilizando as contribuições e ideias dos próprios moradores. “Muito se investe em tecnologia, mas são os cidadãos que estão inseridos na cidade e entendem suas necessidades”, afirmou. Além de Ana Carla, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas, Fernando Pupo, e o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas, Miguel Juan Bacic, participaram como debatedores do Agenda. AUTORIDADES O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Jonas Donizette (PSB) participaram do Agenda Campinas. Ambos destacaram como Campinas pode ser modelo de criatividade Do que uma cidade precisa para se tornar mais criativa? Ana Carla Fonseca lembrou que são necessárias três características gerais adaptáveis a contextos específicos para que uma cidade possa ser definida como “criativa”: inovações, conexões e cultura. “São necessárias inovações das mais diversas ordens, de nanotecnologia a tecnologias sociais. É preciso oferecer possibilidades para conexões entre o público e o privado, entre áreas da cidade. Mas nada disso trará resultado sem cultura, entendida como manancial de atividades com impacto econômico e como formadora de um ambiente propício à criatividade.” A especialista destacou que, para gerar lucros, é preciso reconhecer a criatividade como recurso econômico e oferecer elementos para o desenvolvimento cultural das pessoas. Entre os exemplos citados está Buenos Aires, na Argentina, que investiu na recuperação da região de Puerto Madero, implantou o Observatório das Indústrias Culturais e se candidatou ao título de Cidade de Design, concedido pela Unesco em 2005. FOTOSMASTRANGELOREINO/ACIDADE “São necessárias inovações das mais diversas ordens, oferecer possibilidades para conexões entre o público e o privado, entre áreas da cidade. Mas nada disso trará resultado sem cultura, entendida como manancial de atividades com impacto econômico e como formadora de um ambiente propício à criatividade” ANA CARLA FONSECA CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 30. 58 AGENDA Campinas 2016 59AGENDA Campinas 2016 Temos que atuar para que as pessoas se envolvam e mudem a realidade. FERNANDO PUPO ECONOMISTA MAIS E MELHOR Para Fernando Pupo, é necessário ‘reinventar a participação popular’ Debatedor do Agenda Campinas, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas, Fernando Pupo, apresentou os problemas e os diferenciais de Campinas, a partir do conceito de cidade criativa. Ele destacou a importância do Aeroporto Internacional de Viracopos, das instituições de ensino como fomentadoras de projetos inovadores e da notoriedade da região como polo tecnológico. O secretário também apresentou planos, como a transformação de Campinas em uma cidade aeroportuária, e a consolidação da fama de maior incentivadora às startups. Porém, dentre os planos traçados, reforçou a existência de grandes desafios, como a transformação da ciência em tecnologias para a sociedade e a participação efetiva da população. “Temos que reinventar a participação popular. Estamos fazendo revisão do plano diretor e uma pesquisa mostrou que só 18% da população sabe que isso está acontecendo e só 8% estão participando. Temos que atuar para que as pessoas se envolvam e mudem a realidade do que é importante para elas. Temos que aproveitar nossas vocações da melhor forma possível”, destacou. FERNANDO PUPO Economista e secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Campinas MASTRANGELO REINO / A CIDADE DESENVOLVIMENTO URBANO Bacicsustentaquediversidadedevisões vaifacilitaraidentificaçãodeproblemas O economista Miguel Juan Bacic deixou a Argentina e mudou-se para Campinas em 1977 para realizar uma especialização na cidade. Hoje, é professor titular da Unicamp, com experiência em áreas como políticas de desenvolvimento local, empreendedorismo e economia solidária. No Agenda, ele destacou a importância do desenvolvimento urbano como caminho a ser trilhado pelo poder público junto aos cidadãos. “Quando falamos de economia criativa, falamos da oportunidade do trabalho de pessoas da sociedade para mudar o espaço público. É a colaboração de ideias que cria uma estrutura social integrada, heterogênea.” Ele esclareceu ainda que o papel da participação social deve se aprofundar, passando a atuar também no diagnóstico dos problemas sociais e de mobilidade. De acordo com Bacic, é preciso contar com uma variedade cada vez maior de pessoas que identifiquem problemas. “Com a participação de pessoas com pontos de vistas diferentes, sempre serão geradas novas perspectivas, o que aumenta a eficácia para se pensar uma solução”. UNICAMP Miguel Juan Bacic é professor do Instituto de Economia da Unicamp RAIO-X Campinas representa 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, graças a um complexo de cerca de 15 mil indústrias, 50 mil empresas de serviços e 60 mil empresas comerciais. MASTRANGELO REINO / A CIDADE CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 31. 6160 AGENDA Campinas 2016AGENDA Campinas 2016 61AGENDA Campinas 2016 PERRI / DIVULGAÇÃO UNICAMP cidadescidadescidadescidadescidades criativas cidades criativas cidades AS SOLUÇÕES A força de Campinas para ser cidade criativa Maior do que várias capitais, cidade já tem 1º lugar no Índice de Bem-Estar Urbano, além de ser responsável por PIB estimado em mais de R$ 42,7 bilhões Se depender da economia, Campinas tem vantagens para buscar soluções criativas. Com população que encheria 14 estádios do Maracanã, a cidade se sobressai: no interior, tem “cara” de Capital. São cerca de 1,1 milhão de habitantes, segundo o IBGE, classificando-a não apenas como 2ª não-capital mais populosa do País, como também entre as dez com maior Produto Interno Bruto (PIB): são R$ 42,7 bilhões. Ao avaliar fornecimento de energia, iluminação pública, coleta de lixo e tempo de deslocamento, a região foi a única a receber classificação “boa ou excelente” pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Observatório das Metrópoles. Apesar das desigualdades apresentadas, com mais de 400 mil pessoas em condições “ruins ou muito ruins”, ficou com o primeiro lugar no Índice de Bem- Estar Urbano (Ibeu), de 2013. 63 MIL foi o número de migrantes e imigrantes que Campinas recebeu nos últimos anos, em busca de trabalho, qualidade de vida ou qualificação profissional. cidadania ativavav NOVO MODELO DE EXPANSÃO ECONÔMICA A revista Focus, especializada no setor de tecnologia de informação e armazenamento de dados, classificou Campinas como “Vale do Silício brasileiro”, em 2015. Para o empresário da área de desenvolvimento de software Bill Coutinho, essa classificação atrai atenção para novos investimentos, mas, ao mesmo tempo, obriga à expansão em termos de modelo econômico. “Temos que criar o nosso próprio modelo de desenvolvimento, atendendo às nossas necessidades e desafios, que são muito diferentes dos EUA”, afirmou. UNIVERSIDADES TORNAM-SE DIFERENCIAIS A presença de grandes universidades como a Estadual de Campinas (Unicamp) e PUC-Campinas, além de diversos centros de pesquisa, são diferenciais, pois, com a formação de novas empresas por alunos e pesquisadores, gera-se um desenvolvimento natural, que dialoga com o poder público e atrai mais empreendedores. Além disso, crescem os talentos interessados em estudar na cidade. A Unicamp teve aumento de 84,7% de estrangeiros em seu vestibular em 2016. Em 2015, recebeu cerca de mil alunos em intercâmbio. MAIS QUALIDADE DE VIDA COM MAIS TECNOLOGIA A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, em busca de interação entre cidadãos e novas tecnologias, está elaborando o Planejamento Tecnológico de Cidade Inteligente, que pressupõe melhoria na qualidade de vida por meio de ferramentas high-tech, que auxiliam na interação e na participação dos cidadãos. “O objetivo é que ciência, tecnologia e inovação evoluam e resultem no desenvolvimento econômico e social, garantindo dinamismo mesmo em situações de crise”, explicou Fernando Pupo. CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 32. 62 AGENDA Campinas 2016 63AGENDA Campinas 201662 AGENDA Campinas 2016 DO DILEMA À SOLUÇÃO Ao se conhecerem na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Gabriel Braga e André Penha conversaram sobre seus dilemas e criaram uma imobiliária totalmente on-line. Com imóveis em Campinas e São Paulo, o objetivo é facilitar o contato entre prestadores de serviços e usuários, desde o agendamento de visitas à análise de documentos. A empresa conta com rede de afiliados (síndicos, porteiros, entre outros), que indicam quando um imóvel está disponível. O número de contratos cresce 30% ao mês, com 2 mil agendamentos de visitas por semana. APP INCENTIVA AÇÕES POSITIVAS Os empresários Breno Pinheiro, Bruno Pinheiro e Thiago Vignoli criaram uma plataforma para compartilhar pequenos gestos e ações positivas. O aplicativo permite customizar dois bonecos e enviar mensagem de carinho para qualquer pessoa. A nova versão, “Welo Fables of Love”, permite compartilhar histórias com um adicional: enviar “presentes” pagos, podendo ser doados a instituições. COMIDA PARA QUEM PRECISA Cansado de chegar do trabalho e ainda ter que preparar o jantar ou só encontrar opções gordurosas, Rafael Leite decidiu abrir, com o irmão e a cunhada, refeições balanceadas e que, em 7 minutos no micro-ondas, estivessem prontos para consumo. Utilizando a técnica de ultracongelamento, os alimentos não têm conservantes e nenhum item industrializado. “Tem cliente que diz que agora sobra mais tempo para brincar com o filho ou que perdeu de 5 a 7kg em um mês”, conta Rafael. 20,9% É o percentual de concentração de indústria da Região Administrativa de Campinas no Estado, segundo a Fiesp CO-WORKING A Associação Campinas Startups (ACS) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 2010, criada por empreendedores de Campinas que queriam trocar ideias e encontrar soluções para problemas comuns. O objetivo é elevar o grau de maturidade dos negócios. A principal ferramenta utilizada é o co-work, com reuniões focadas em gestão e troca de experiências. A ACS tem hoje mais de 35 associados e é uma das primeiras iniciativas do setor no Brasil. SINCUBAD Na Unicamp, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp) oferece, além do espaço físico para a criação de novas empresas, suporte para que cheguem ao mercado com sucesso. Também realiza encontros de capacitação, palestras e eventos. Atualmente, há 16 empresas incubadas. Quase 30 já estão no mercado após passarem pelo processo. A Incamp foi fundada em 2001. SCOOPE Investir em novos negócios e em cidadania também significa estar atento às demandas do meio ambiente. Para isso, as cooperativas, que reúnem trabalhadores que trabalham com reciclagem, têm importância fundamental, à medida que são responsáveis por empregos e também por garantir que milhares de quilos de materiais sejam reaproveitados. Em Campinas, os trabalhadores contam ainda com a Reciclamp, que reúne seis cooperativas. Desde que foi fundada, em 2008, ela auxilia e fortalece negociações para a venda de materiais. 14,6% São estabelecimentos da indústria de transformação, seguido por confecções de vestuário e acessórios, com 11,1% e pelo setor de máquinas e equipamentos, com 9,1%. CampinasCampinasCampinasppppppCmmmmmmmmmmmmmmmppmmmmppmmppmmppmppppppnaaanaaannaannaaCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasaaaasssasssasssasssasasasssasssmmmmmppppnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnpppppppppppppppppppppppppnnnnnnnnnpinpinpinpiniipppppppipipipiinninininiininininiiiiiCCCCCCCCCCCCCiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiCamamaamaammmmmCCCCCCCCCCCCCCaCaaCaCaCCCCamamamammmmmaaaaaCaCampinas
  • 33. 64 AGENDA 2016 O Grupo EPTV produz e veicula conteúdo de credibilidade. Possui um forte vínculo com a comunidade das áreas em que atua. Está no interior de São Paulo e Minas Gerais com operações nas áreas de TV (por meio de quatro emissoras EPTV); rádio (CBN Ribeirão, rádio Jovem Pan Ribeirão e Jovem Pan Araraquara); jornais impressos (jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, e Tribuna de Araraquara) e portais de notícias (A Cidade On/Ribeirão e A Cidade On/Araraquara). A Oceano Azul também integra o grupo e produz eventos como o “Agenda”, painel que debate anualmente problemas e soluções para Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Araraquara. ORGANIZADORES EXPEDIENTE Antonio Carlos Coutinho Nogueira José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho André Coutinho Nogueira José Bonifácio Coutinho Nogueira Neto Coordenação: Paulo Brasileiro e Josué Suzuki Edição: Rosana Zaidan Comercial: Marco Vallim Marketing: Fernanda Freitas e Amanda Graffietti Textos/Edição: José Manuel Lourenço e Duílio Fabbri (Campinas) Edição de fotos: Mariana Martins Tratamento de imagens: Franciely Flamarini Editor de arte: Daniel Torrieri GRUPO EPTV REVISTA AGENDA 2016 RIBEIRÃO PRETO 90,5FM
  • 34. 66 AGENDA 2016 67AGENDA Campinas 2016 Oferecersoluções específicas para o seu município. Esse é o nosso jeito de ser banco. Central de Atendimento BB SAC Deficiente Auditivo ou de Fala Ouvidoria BB ou acesse @bancodobrasil 4004 0001 ou 0800 729 0001 |0800 729 0722 | 0800 729 0088 | 0800 729 5678 |bb.com.br /bancodobrasil Conte com o nosso apoio na gestão da sua prefeitura. Fale com nossos gerentes e conheça as soluções do Banco do Brasil para o seu município.
  • 35. 68 AGENDA 201668 AGENDA 2016