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RESUMO DA GENEALOGIA DA MORAL

O Livro “A Genealogia da Moral” revela um momento bem maduro de
Nietzsche (foi escrito em 1887) e discorre sobre as origens da moral moderna.
Separado em três tratados: 1º - “Bem e Mal”-“Bom e Mau”, 2º-“Falta”, “Má
Consciência” e Fenômenos Coligados e 3º-“Que significam os ideais
ascéticos?”, o livro busca investigar as origens da moral tendo como pano de
fundo o contexto histórico no qual surgiu e as modificações que sofreu através
dos tempos. No 1º tratado, Nietzsche busca as raízes etimológicas dos
conceitos de bom e mau em várias línguas, e imagina o contexto em que
surgiram, afirma que seriam primeiramente características próprias da nobreza,
que as classes inferiores tentariam copiar, por isto as tachando de “boas” e
com o advento do cristianismo, que prega que o bom é aquilo que é pobre,
simples e sem força, esta moral teria se invertido. Refuta também a visão de
que estes conceitos foram ensinados ao povo por sua utilidade, e afirma que
surgiram pela influência de povos dominadores sobre povos dominados. No 2º
tratado, Nietzsche busca a raiz também histórica do pecado, e afirma que a
figura do deus de todas as sociedades primitivas se baseava em uma figura
histórica que teria fundado tal sociedade (e por extensão o mundo e o universo)
e que as gerações posteriores deveriam agradecê-lo sempre em forma de
rituais e sacrifícios, e daí teria surgido o sentimento de falta para com o deus
fundador, a má consciência advém também deste sentimento de falta. Também
investiga a figura do credor e devedor, afirmando que o credor tinha nas mãos
inclusive a própria vida do devedor, podendo agir com ele da forma como bem
entendesse. O sentimento de falta e má consciência, portanto, sempre foi
próprio dos pobres e fracos no geral. Com o advento do cristianismo, esta
lógica se subverteu, pois neste caso deus se sacrifica em sua própria honra,
agradecimento e pagamento da própria dívida, como Cristo, a dívida dos
pobres foi paga. A moral dos senhores, que afirma a vida, elabora seu conceito
bom a partir de si mesma, ?Eu sou bom, eu sou belo, eu sou forte?. Em
oposição cria o conceito ruim para tudo aquilo que é baixo, vulgar, plebeu. Já a
moral dos escravos nasce do ressentimento, é sempre uma reação ao que lhe
vem de fora. Sendo assim seu conceito original é mal, para designar todo não
eu e com uma lógica surpreendente infere: ele é mal, logo eu sou bom. Duran
te longo tempo essa dupla forma de avaliar conviveu na história até a revolta
dos escravos na moral, que começa com o povo judeu e segue adiante com o
cristianismo, que irá consolidar a vitória da moral dos escravos como a
única,moral. Na segunda dissertação descreverá o nascimento da consciência,
da sociedade e da linguagem entre as tribos primitivas a partir da crueldade, a
justiça como acordo entre os fortes que impõe sua vontade aos mais fracos. O
homem se faz como um animal capaz de fazer promessas. A origem da má
consciência é colocada como instintos reprimidos que não podem se
exteriorizar e então se voltam para dentro, contra o homem mesmo que possui
esses instintos, e da noção de dívida, proveniente das relações credor e
devedor, a idéia de culpa. Todos os temas divinos: razão, sociedade, culpa,
justiça, são vistos não em relação a revelações divinas, mas sim enquanto
produto,da,crueldade,humana. E no 3º tratado, o maior do livro, Nietzsche
analisa os ideais de ascese e o que estes significariam, sem deixar de lado o
ponto de vista histórico, porém desta vez o compara com a própria sociedade
em que vivia (Europa, séc. XIX), os ideais de castidade, isolamento social e
espiritualidade transcendente que desde sempre caracterizaram os monges e
sacerdotes. Começa analisando o porquê de o compositor Richard Wagner ter
se tornado um asceta; afirma que os ideais de ascese nada têm a ver com a
arte, pois a arte é mentira e se orgulha de sê-lo, não tem um fim definido, e não
segue um ideário próprio, ao contrário da ascese, que tem como base e como
fim um “ideal” seja ele “Deus” (religião) ou a “verdade” (filosofia e ciência),
coisas ambas que Nietzsche afirma não existirem. Ele relega a origem dos
ascetas à necessidade das classes inferiores de moverem seu ressentimento,
seu ódio, seu sofrimento e seu tédio para uma causa e para um fim, daí surge
a figura do sacerdote, que dirige todos estes baixos sentimentos da população
para uma causa além do terreno e do palpável, aliviando assim, o sofrimento
das pessoas. Afirma ainda que, longe da ciência e da filosofia serem as contrapartidárias deste ideal, são elas sim a afirmação atual mais fiel destes ideais,
pois também filosofia e ciência se baseiam em teorias e dogmas, estão
também comprometidas com a verdade e seus “sacerdotes” buscam a origem
do sofrimento em causas que não são diretamente relacionadas com a vida
real, assim como os sacerdotes ascetas.duto da crueldade humana.
UECE UNIVERCIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CH-CENTRO DE HUMANIDADE
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
CURSO: BACHAREL EM FILOSOFIA

PROFESSOR: EDUARDO

ALUNO: FRANCISCO SERGIO CAVALCANTE DA SILVA

MATRICULA: 1221835
FORTALEZA-CE 24052012

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  • 1. RESUMO DA GENEALOGIA DA MORAL O Livro “A Genealogia da Moral” revela um momento bem maduro de Nietzsche (foi escrito em 1887) e discorre sobre as origens da moral moderna. Separado em três tratados: 1º - “Bem e Mal”-“Bom e Mau”, 2º-“Falta”, “Má Consciência” e Fenômenos Coligados e 3º-“Que significam os ideais ascéticos?”, o livro busca investigar as origens da moral tendo como pano de fundo o contexto histórico no qual surgiu e as modificações que sofreu através dos tempos. No 1º tratado, Nietzsche busca as raízes etimológicas dos conceitos de bom e mau em várias línguas, e imagina o contexto em que surgiram, afirma que seriam primeiramente características próprias da nobreza, que as classes inferiores tentariam copiar, por isto as tachando de “boas” e com o advento do cristianismo, que prega que o bom é aquilo que é pobre, simples e sem força, esta moral teria se invertido. Refuta também a visão de que estes conceitos foram ensinados ao povo por sua utilidade, e afirma que surgiram pela influência de povos dominadores sobre povos dominados. No 2º tratado, Nietzsche busca a raiz também histórica do pecado, e afirma que a figura do deus de todas as sociedades primitivas se baseava em uma figura histórica que teria fundado tal sociedade (e por extensão o mundo e o universo) e que as gerações posteriores deveriam agradecê-lo sempre em forma de rituais e sacrifícios, e daí teria surgido o sentimento de falta para com o deus fundador, a má consciência advém também deste sentimento de falta. Também investiga a figura do credor e devedor, afirmando que o credor tinha nas mãos inclusive a própria vida do devedor, podendo agir com ele da forma como bem entendesse. O sentimento de falta e má consciência, portanto, sempre foi próprio dos pobres e fracos no geral. Com o advento do cristianismo, esta lógica se subverteu, pois neste caso deus se sacrifica em sua própria honra, agradecimento e pagamento da própria dívida, como Cristo, a dívida dos pobres foi paga. A moral dos senhores, que afirma a vida, elabora seu conceito bom a partir de si mesma, ?Eu sou bom, eu sou belo, eu sou forte?. Em oposição cria o conceito ruim para tudo aquilo que é baixo, vulgar, plebeu. Já a moral dos escravos nasce do ressentimento, é sempre uma reação ao que lhe vem de fora. Sendo assim seu conceito original é mal, para designar todo não eu e com uma lógica surpreendente infere: ele é mal, logo eu sou bom. Duran te longo tempo essa dupla forma de avaliar conviveu na história até a revolta dos escravos na moral, que começa com o povo judeu e segue adiante com o cristianismo, que irá consolidar a vitória da moral dos escravos como a única,moral. Na segunda dissertação descreverá o nascimento da consciência, da sociedade e da linguagem entre as tribos primitivas a partir da crueldade, a justiça como acordo entre os fortes que impõe sua vontade aos mais fracos. O homem se faz como um animal capaz de fazer promessas. A origem da má
  • 2. consciência é colocada como instintos reprimidos que não podem se exteriorizar e então se voltam para dentro, contra o homem mesmo que possui esses instintos, e da noção de dívida, proveniente das relações credor e devedor, a idéia de culpa. Todos os temas divinos: razão, sociedade, culpa, justiça, são vistos não em relação a revelações divinas, mas sim enquanto produto,da,crueldade,humana. E no 3º tratado, o maior do livro, Nietzsche analisa os ideais de ascese e o que estes significariam, sem deixar de lado o ponto de vista histórico, porém desta vez o compara com a própria sociedade em que vivia (Europa, séc. XIX), os ideais de castidade, isolamento social e espiritualidade transcendente que desde sempre caracterizaram os monges e sacerdotes. Começa analisando o porquê de o compositor Richard Wagner ter se tornado um asceta; afirma que os ideais de ascese nada têm a ver com a arte, pois a arte é mentira e se orgulha de sê-lo, não tem um fim definido, e não segue um ideário próprio, ao contrário da ascese, que tem como base e como fim um “ideal” seja ele “Deus” (religião) ou a “verdade” (filosofia e ciência), coisas ambas que Nietzsche afirma não existirem. Ele relega a origem dos ascetas à necessidade das classes inferiores de moverem seu ressentimento, seu ódio, seu sofrimento e seu tédio para uma causa e para um fim, daí surge a figura do sacerdote, que dirige todos estes baixos sentimentos da população para uma causa além do terreno e do palpável, aliviando assim, o sofrimento das pessoas. Afirma ainda que, longe da ciência e da filosofia serem as contrapartidárias deste ideal, são elas sim a afirmação atual mais fiel destes ideais, pois também filosofia e ciência se baseiam em teorias e dogmas, estão também comprometidas com a verdade e seus “sacerdotes” buscam a origem do sofrimento em causas que não são diretamente relacionadas com a vida real, assim como os sacerdotes ascetas.duto da crueldade humana.
  • 3. UECE UNIVERCIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CH-CENTRO DE HUMANIDADE DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A FILOSOFIA CURSO: BACHAREL EM FILOSOFIA PROFESSOR: EDUARDO ALUNO: FRANCISCO SERGIO CAVALCANTE DA SILVA MATRICULA: 1221835 FORTALEZA-CE 24052012