SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
Baixar para ler offline
Encontro Realizado de 08 a 11 de Outubro de 2012
Centro Universitário Senac - São Paulo

Anais de Textos Completos
ESTUDOS DE CINEMA E AUDIOVISUAL

SOCINE
- Anais de Textos Completos -

ISBN: 978-85-63552-12-9
SÃO PAULO
2013
XVI Estudos de Cinema e Audiovisual Socine – Anais de Textos completos
– São Paulo: Socine, 2013. Organizadores: Maria Dora Genis Mourão, Anelise Reich
Corseuil, Alessandra Soares Brandão, Mauricio Reinaldo Gonçalves, Ana Maria
Giannasi, Célia Regina Cavalheiro, José Gatti, Leandro M. Borges, Nanci R. Barbosa.
	
819 p.

	

ISBN: 978-85-63552-12-9

	
1. Cinema. 2. Cinema brasileiro. 3. Cinema latino-americano. 4. Documentário.
5. Teoria (Cinema). 7. Produção (Cinema). 8. Audiovisual. I Título.
					CDD: 302.2

Estudos de Cinema e Audiovisual – Socine
- Anais de Textos Completos-

____________________________

Capa
A partir de arte gráfica de Joaquín Torres García
Projeto Gráfico e Diagramação
Paula Paschoalick

____________________________
1a edição digital: março de 2013
Encontro realizado no Centro Universitário Senac
Socine - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual
[Rec] como paradigma do
sound design em falsos
documentários de horror1
Rodrigo Carreiro2 (Doutor – UFPE)

1	
Som.

Trabalho apresentado no XVI Encontro Socine de Estudos de Cinema e Audiovisual na sessão Estudos do

2	
Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, onde
também coordena o Bacharelado em Cinema e Audiovisual. Doutor e mestre em Comunicação pela UFPE.
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Resumo:
Os falsos documentários no estilo found footage vêm se consolidando como um
dos subgêneros mais férteis do cinema de horror. Na área do sound design, esse
subgênero empurra os limites criativos em direção a uma estética que, ao contrário
da ficção tradicional, ressalta certo grau de imperfeição técnica. Pretendemos,
aqui, analisar o sound design de [Rec] (2007), de Paco Plaza e Jaume Balagueró,
filme que constitui, para muitos, o modelo mais bem acabado do uso do som no
subgênero.

Palavras-chave:
Cinema de horror, estudos do som, sound design, found footage, zumbi.

Abstract:
Fake documentaries in found footage style have been consolidated as one of the
most fertile subgenres of horror cinema. In the area of sound design, this subgenre
​​
pushes the creative boundaries toward an aesthetic that, unlike traditional fiction,
emphasizes certain degree of technical imperfection. We intend here to analyze the
sound design of [Rec] (2007), a Spanish movie directed by Paco Plaza and Jaume
Balagueró that offers one of the best model on the use of sound in this subgenre.

Keywords:
Horror film, sound studies, sound design, found footage, zombie.

429
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Introdução
Filmes found footage de horror são aqueles que usam procedimentos estilísticos
e/ou narrativos comumente associados ao modo de representação documental
(NICHOLS, 2005, p. 135), mas narram enredos ficcionais. São filmes cujo estilo
documental confunde a fruição do espectador sobre a intenção do cineasta – sendo
esses dois conceitos, segundo Fernão Ramos (2008, p.25), os dois pilares fundamentais
que constroem a fruição do espectador.
Por consequência, filmes de found footage são constituídos, no todo ou em parte,
por falsos registros amadores ou semiprofissionais de situações extraordinárias. Seus
diretores devem se certificar que certos elementos de estilo que identifiquem imagens
e sons como tendo origem casual e espontânea sejam devidamente percebidos pelo
público como tal.
O que nos interessa, aqui, é a construção sonora dos filmes de found footage.
Do ponto de vista estilístico, pouco se tem discutido acerca dos filmes de found footage,
embora eles estejam por trás de mudanças na poética do cinema mais tradicional, como
pode ser facilmente percebido quando vemos, hoje, a frequência com que a câmera
tremida – para citar apenas um exemplo – vem sendo utilizada.

Verossimilhança X legibilidade
Quando se discute o estilo do found footage, se dá especial atenção às
características de estilo encontradas no campo da imagem. O som é muitas vezes
negligenciado ou desprezado no estudo desse tipo de filme. E o que temos procurado
chamar a atenção, de fato, é que praticamente todos os profissionais que se trabalham
na construção do som de falsos documentários precisam lidar com um conflito entre
dois princípios da estilística cinematográfica que são, naturalmente, incompatíveis: a
legibilidade narrativa e a verossimilhança documental.
De certo modo, o conflito entre esses dois princípios atravessa todo tipo de filme,
como assinala Rick Altman (1992). Esse conflito se manifesta do seguinte modo: os
profissionais das áreas de imagem e som precisam precisa representar com alguma

430
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

fidelidade o universo diegético, mas também precisa se fazer entender com clareza e
rapidez. Via de regra, é possível afirmar que a legibilidade acostuma levar vantagem
nesse conflito, e não apenas na área do som, mas também nela. Afinal, o público precisa
compreender as informações narrativas, relativas ao enredo, nos sons e imagens, para
seguir a história que está sendo contada.
No que diz respeito ao som, o grau de excelência técnica alcançada pela
tecnologia garante que o público seja capaz de ouvir com clareza, e de qualquer ponto
da sala de exibição, qualquer som desejado pelo diretor ou pelo sound designer. No
entanto, no caso dos falsos documentários de horror, essa abordagem que valoriza a
perfeição técnica contém uma cilada. A boa qualidade técnica pode arruinar o caráter de
documento histórico e espontâneo que os registros sonoros e imagéticos supostamente
deveriam ter, ou precisariam ter, para alimentar a ilusão (ainda que consentida) do
público a respeito de estar olhando para uma janela que acessa o real. Por isso, é
natural que os profissionais que realizam esse tipo de filme desejem e ressaltem certo
grau de imperfeição técnica na apresentação das informações visuais e sonoras.
O filme que selecionamos para analisar é uma produção da Espanha. [Rec] foi
realizado em 2007 pelos diretores Paco Plaza e Jaume Balagueró, e tem sound design
assinado por Oriol Tarragó. Foi um dos principais lançamentos dentro desse gênero da
safra daquele ano, tendo garantido distribuição internacional mesmo sendo realizado
com orçamento limitado e fora dos Estados Unidos.
[Rec] é objeto desta análise porque, dentre os mais de 180 filmes de found
footage lançados nos últimos 13 anos ao redor do planeta (e produzidos em países
distintos como Estados Unidos, Índia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Japão, França,
Costa Rica e Brasil), apresentou e desenvolveu um dos modelos mais bem acabados de
construção sonora. Esse modelo foi alcançado através de um equilíbrio delicado entre
legibilidade e verossimilhança – um equilíbrio que enfatiza a segunda num grau maior
do que o filme de ficção tradicional, mas sem abandonar o privilégio da primeira. De
fato, todas as decisões criativas tomadas pela equipe de sound design em [Rec] estão
ancoradas nesse conceito: verossimilhança documental reforçada, mas sem tomar
o privilégio clássico da legibilidade narrativa. Entender o que se ouve ainda é mais
importante do que o naturalismo dos sons.
431
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Antes de mais nada, não nos parece coincidência que todo o trabalho de
desenho de som que podemos ouvir em “[Rec]” tenha sido planejado a partir da busca
por um ponto de equilíbrio entre esses dois polos. Esse ponto de equilíbrio consistiu
no conceito essencial que guiou o trabalho de construção do universo sonoro de [Rec],
e está ressaltado pelo sound designer do filme em todos os depoimentos dele que
conseguimos encontrar, em entrevistas e nos extras do DVD que contém a edição
especial do filme, lançada num disco duplo infelizmente não disponível no Brasil, mas
encontrável na Espanha, em Portugal e em outros países.
O conceito utilizado por Oriol Tarragó partiu da instrução principal que ouviu
dos dois diretores: trate o som de [Rec] como se filmasse um documentário. Um dos
diretores, Paco Plaza, chegou mesmo a sugerir que todo o filme fosse todo gravado com
os microfones internos das próprias câmeras, e que fosse mixado em mono.
Tarragó descartou essa ideia e preferiu, para a captação do áudio em locação,
uma abordagem mais convencional. Para tanto, decidiu registrar o som direto como
se trabalhasse num filme de ficção tradicional: até 10 microfones por cena, sendo dois
microfones aéreos para captar a ambiência da locação principal (um prédio antigo em
Barcelona com pé direito altíssimo, o que dá aos sons uma assinatura acústica muito
particular, com muita reverberação e rangidos), e até oito microfones de lapela. Há, de
fato, um microfone de lapela para cada personagem com fala.
O trabalho de “sujar” o som do filme foi realizado na pós-produção. Tarragó e a
equipe de áudio passaram alguns dias no estúdio, produzindo ruídos indesejáveis em
produções convencionais (sinal saturado, quedas do microfone, microfonia etc.) para
acrescentar depois à trilha sonora. Ele também informa que boa parte dos diálogos
foi dublada em estúdio, tarefa facilitada pelas características estilísticas do campo da
imagem selecionadas pelos diretores: planos-sequência longos de vários minutos,
com boa parte da ação física ocorrendo fora do campo, ou em áreas muito escuras da
imagem. Essas escolhas, por sinal, garantem que boa parte da ação dramática de [Rec]
dependa do som para ser compreendida, caracterizando o que Randy Thom classificaria
como um filme desenhado para o som (THOM, 1999).
A “sujeira” tão desejada pelo sound designer de [Rec] tem relação direta com o
conflito entre legibilidade e verossimilhança. Para funcionar bem dentro da proposta do
gênero found footage, o filme precisava ter clareza sonora, mas sem deixar de lado a
aparência de registro espontâneo e não planejado.
432
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Além desses, há aspectos criativos que o sound design de [Rec] adotou de
forma pioneira, e que foram reutilizados depois por outros filmes de found footage, entre
os quais os títulos criativamente interessantes, como o australiano The Tunnel (Carlo
Ledesma, 2011), o norueguês O Caçador de Trolls (Trolljegeren, André Øvredal, 2010)
e o americano Apollo 18 (Gonzalo López-Gallego, 2011).
Enumeramos alguns desses aspectos criativos a seguir:
(1) Mixagem realizada em seis canais (Dolby Digital 5.1), mas com uso mínimo
e discreto dos canais surround. Basicamente, os canais traseiros são usados apenas
para sons de baixa frequência (como os helicópteros vistos na metade do filme) e/
ou no terceiro ato, que ocorre dentro de um apartamento crucial para a narrativa do
filme, e que tem características especiais, servido de moradia para um personagem
com características sobrenaturais – e, portanto, seria desejável para o sound design
que os sons e a própria textura acústica que se pode ouvir nesse local sugerisse algum
elemento não-natural.
(2) Vasta variedade de ruídos que caracterizam e reforçam a imperfeição
do registro sonoro captado na locação (microfonia, quedas do microfone, batidas,
vozes sobrepostas dos atores, rangidos provenientes do manuseio do microfone,
sinais saturados etc.). Esses ruídos são responsáveis diretos pela sensação que
verossimilhança que preenche a trilha de áudio durante todo o filme.
(3) Ausência total de música extra-diegética. Muitos filmes de found footage,
sobretudo os norte-americanos, optam atualmente pelo uso da música drone3, e
produções como Noroi (Kôji Shiraishi, 2005), Lake Mungo (Joel Anderson, 2008) e The
Poughkeepsie Tapes (John Erick Dowdle, 2007) a usam com alguma eficiência, mas
[Rec] tem uma proposta mais radical: abraça com mais vigor a verossimilhança e rejeita
até mesmo a música drone, escondendo da audiência todos os tipos de manipulação do
áudio na pós-produção.
(4) Ao mesmo tempo em que há “sujeira” nos sons diegéticos, há também clareza
nas vozes dos atores. Nesse ponto, [Rec] reformula e atualiza a estratégia estabelecida
por diretores dos anos 1930, como Howard Hawks, que orientavam os atores a usar
diálogos sobrepostos, mas apenas em pontos específicos do roteiro em que nenhuma
3	
Música minimalista, de poucas notas, normalmente sem uma linha melódica ou rítmica discernível, o que faz
com que muitas pessoas sequer identifiquem esses sons como música.

433
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

ação relevante para a trama acontecia. Dessa forma, o espectador é capaz de reter a
impressão de verossimilhança documental sem ser privado de nenhuma informação
importante para compreensão da trama. Para poder alcançar esse efeito de realismo
sem perder a clareza, foi fundamental a estratégia de captação de vozes que registrava
os planos em até 10 canais separados. Só assim era possível ter o controle total dos
momentos em que as vozes deveriam ser compreendidas, e dos momentos em que a
“sujeira” era bem vinda.
(5) Uso abundante de sons fora de quadro para injetar tensão e ameaça às
cenas. Essa técnica é muito comum em filmes de horror, desde os primórdios do
gênero, ainda nos anos 1930, quando o afeto do horror – a soma de medo e repulsa,
de acordo com Noël Carroll (1999, p.30) – começou a ser provocado ou realçado com
a estratégia estilística de manter a origem da ameaça aos personagens humanos fora
do campo de visão, caracterizando-a através de sons (música, no princípio) e usando
a incerteza sobre a localização espacial dessa ameaça para estimular a sensação de
horror que dá nome ao gênero fílmico. Em filme de found footage, quando a câmera
adota a perspectiva visual de um personagem da cena, o uso de sons fora de quadro
ganha ainda mais importância – e o uso intenso desse recurso em [Rec] comprova com
sucesso essa tese.

Conclusão
Por tudo isso, acreditamos que [Rec] consiste num bom exemplo de como
alcançar o equilíbrio necessário entre os princípios sonoros da legibilidade e da
verossimilhança, garantindo que os sons pareçam verdadeiros registros do real sem
que percam a capacidade de transmitir informações narrativas de modo contínuo.
De modo geral, nos parece evidente que o sound design de [Rec] se tornou
um paradigma para os filmes de found footage. Até seu lançamento, os filmes do
gênero tinham estratégias de construção sonora variáveis, distintas entre si, que ora
pendiam para a uma legibilidade mais próxima do som que se ouve em filmes de ficção
tradicionais – caso de Cloverfield (Matt Reeves, 2008) – ora para uma verossimilhança
tão fiel que prejudicava a compreensão de certos fatos no enredo – como se ouve no já
citado A Bruxa de Blair.
434
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Em resumo, [Rec] parece ter ampliado a importância da verossimilhança sem
abandonar a (ou abrir mão da) legibilidade, atingindo um ponto de equilíbrio que acabou
por se tornar referência dentro do gênero, algo que pode ser confirmado quando se vê
– e ouve – os filmes mais recentes de found footage.

435
XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

Referências

ALTMAN, Rick. Sound theory, sound practice. New York: Routledge, 1992.
CARROLL, Noël. A filosofia do horror ou paradoxos do coração. Campinas: Editora
Papirus, 1999.
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005.
RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal... o que é mesmo documentário?. São Paulo:
Editora Senac, 2008.
TARRAGÓ, Oriol. “Exclusive interview with Oriol Tarragó”. In Designing Sound (blog).
Disponível em http://designingsound.org/2010/04/exclusive-interview-with-oriol-tarragosound-designer-of-rec-and-rec-2/. Acessado em 30 de abril de 2012.
THOM, Randy. “Designing a movie for sound”. Iris Magazine. Iowa (EUA), n. 27. 1999.
Pp. 9-20.

436

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E Marisa
A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E MarisaA Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E Marisa
A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E MarisaDora Dias
 
Instituto politécnico de santarém(captação de som)
Instituto politécnico de santarém(captação de som)Instituto politécnico de santarém(captação de som)
Instituto politécnico de santarém(captação de som)Ricardo Caseiro
 
Apresentação legendagem
Apresentação legendagemApresentação legendagem
Apresentação legendagemRoberto Pinto
 
Criação e produção de trilhas e documentários
Criação e produção de trilhas e documentáriosCriação e produção de trilhas e documentários
Criação e produção de trilhas e documentáriosMarcelo Ribeiro
 
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e Storyboard
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e StoryboardPre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e Storyboard
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e StoryboardPedro Almeida
 
Design de som (PhD Lecture) 3h00
Design de som (PhD Lecture) 3h00Design de som (PhD Lecture) 3h00
Design de som (PhD Lecture) 3h00Alvaro Barbosa
 
Artigo Científico de Conclusão - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...
Artigo Científico  de Conclusão  - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...Artigo Científico  de Conclusão  - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...
Artigo Científico de Conclusão - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...Suria Araujo
 
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...LeadUece
 
Aula 10 - Primeiros Filmes Sonoros
Aula 10 - Primeiros Filmes SonorosAula 10 - Primeiros Filmes Sonoros
Aula 10 - Primeiros Filmes Sonorosismaelfurtado
 
Comunicação Gráfica e Audiovisual
Comunicação Gráfica e AudiovisualComunicação Gráfica e Audiovisual
Comunicação Gráfica e AudiovisualNelson Fernandes
 
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual NelsonComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelsonguest73a4f2c
 
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual NelsonComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelsonguest73a4f2c
 
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiro
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do RoteiroAnimação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiro
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiroprofealbattaiola
 
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)Anton1oMeur3r
 
Produção Audiovisual - A função do som pdf
Produção Audiovisual - A  função do som pdfProdução Audiovisual - A  função do som pdf
Produção Audiovisual - A função do som pdfUNIP. Universidade Paulista
 
Manual acustica estudios
Manual acustica estudiosManual acustica estudios
Manual acustica estudioswesleymagno
 
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptx
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptxUFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptx
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptxEli Ramalho
 
Memorial descritivo Genétiqué
Memorial descritivo GenétiquéMemorial descritivo Genétiqué
Memorial descritivo GenétiquéRafo Barbosa
 

Semelhante a XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos (20)

A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E Marisa
A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E MarisaA Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E Marisa
A Importancia Do Som No Cinema Teresa, TâNia E Marisa
 
Instituto politécnico de santarém(captação de som)
Instituto politécnico de santarém(captação de som)Instituto politécnico de santarém(captação de som)
Instituto politécnico de santarém(captação de som)
 
Apresentação legendagem
Apresentação legendagemApresentação legendagem
Apresentação legendagem
 
Criação e produção de trilhas e documentários
Criação e produção de trilhas e documentáriosCriação e produção de trilhas e documentários
Criação e produção de trilhas e documentários
 
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e Storyboard
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e StoryboardPre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e Storyboard
Pre-produção AV - Guiões Literários, Técnicos e Storyboard
 
Design de som (PhD Lecture) 3h00
Design de som (PhD Lecture) 3h00Design de som (PhD Lecture) 3h00
Design de som (PhD Lecture) 3h00
 
Artigo Científico de Conclusão - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...
Artigo Científico  de Conclusão  - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...Artigo Científico  de Conclusão  - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...
Artigo Científico de Conclusão - A Linguagem Audiovisual na Elaboração de C...
 
Som de cinema
Som de cinemaSom de cinema
Som de cinema
 
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...
(2015) - nascimento, katarinna pessoa do & tagnin, stella e. o. - a músic...
 
Aula 10 - Primeiros Filmes Sonoros
Aula 10 - Primeiros Filmes SonorosAula 10 - Primeiros Filmes Sonoros
Aula 10 - Primeiros Filmes Sonoros
 
Comunicação Gráfica e Audiovisual
Comunicação Gráfica e AudiovisualComunicação Gráfica e Audiovisual
Comunicação Gráfica e Audiovisual
 
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual NelsonComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
 
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual NelsonComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
ComunicaçãO GráFica E Audiovisual Nelson
 
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiro
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do RoteiroAnimação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiro
Animação 1 - Roteiro (4) Decupagem e Formatacao do Roteiro
 
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)
Acabaram-se os otarios - 1929 (dossie)
 
Cineclube Bamako - Proposta
Cineclube Bamako - PropostaCineclube Bamako - Proposta
Cineclube Bamako - Proposta
 
Produção Audiovisual - A função do som pdf
Produção Audiovisual - A  função do som pdfProdução Audiovisual - A  função do som pdf
Produção Audiovisual - A função do som pdf
 
Manual acustica estudios
Manual acustica estudiosManual acustica estudios
Manual acustica estudios
 
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptx
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptxUFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptx
UFCD9394 videografismo e composição I- Introdução e Conceitos.pptx
 
Memorial descritivo Genétiqué
Memorial descritivo GenétiquéMemorial descritivo Genétiqué
Memorial descritivo Genétiqué
 

Último

Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 

Último (20)

Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 

XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos

  • 1. Encontro Realizado de 08 a 11 de Outubro de 2012 Centro Universitário Senac - São Paulo Anais de Textos Completos
  • 2. ESTUDOS DE CINEMA E AUDIOVISUAL SOCINE - Anais de Textos Completos - ISBN: 978-85-63552-12-9 SÃO PAULO 2013
  • 3. XVI Estudos de Cinema e Audiovisual Socine – Anais de Textos completos – São Paulo: Socine, 2013. Organizadores: Maria Dora Genis Mourão, Anelise Reich Corseuil, Alessandra Soares Brandão, Mauricio Reinaldo Gonçalves, Ana Maria Giannasi, Célia Regina Cavalheiro, José Gatti, Leandro M. Borges, Nanci R. Barbosa. 819 p. ISBN: 978-85-63552-12-9 1. Cinema. 2. Cinema brasileiro. 3. Cinema latino-americano. 4. Documentário. 5. Teoria (Cinema). 7. Produção (Cinema). 8. Audiovisual. I Título. CDD: 302.2 Estudos de Cinema e Audiovisual – Socine - Anais de Textos Completos- ____________________________ Capa A partir de arte gráfica de Joaquín Torres García Projeto Gráfico e Diagramação Paula Paschoalick ____________________________ 1a edição digital: março de 2013 Encontro realizado no Centro Universitário Senac Socine - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual
  • 4. [Rec] como paradigma do sound design em falsos documentários de horror1 Rodrigo Carreiro2 (Doutor – UFPE) 1 Som. Trabalho apresentado no XVI Encontro Socine de Estudos de Cinema e Audiovisual na sessão Estudos do 2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, onde também coordena o Bacharelado em Cinema e Audiovisual. Doutor e mestre em Comunicação pela UFPE.
  • 5. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Resumo: Os falsos documentários no estilo found footage vêm se consolidando como um dos subgêneros mais férteis do cinema de horror. Na área do sound design, esse subgênero empurra os limites criativos em direção a uma estética que, ao contrário da ficção tradicional, ressalta certo grau de imperfeição técnica. Pretendemos, aqui, analisar o sound design de [Rec] (2007), de Paco Plaza e Jaume Balagueró, filme que constitui, para muitos, o modelo mais bem acabado do uso do som no subgênero. Palavras-chave: Cinema de horror, estudos do som, sound design, found footage, zumbi. Abstract: Fake documentaries in found footage style have been consolidated as one of the most fertile subgenres of horror cinema. In the area of sound design, this subgenre ​​ pushes the creative boundaries toward an aesthetic that, unlike traditional fiction, emphasizes certain degree of technical imperfection. We intend here to analyze the sound design of [Rec] (2007), a Spanish movie directed by Paco Plaza and Jaume Balagueró that offers one of the best model on the use of sound in this subgenre. Keywords: Horror film, sound studies, sound design, found footage, zombie. 429
  • 6. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Introdução Filmes found footage de horror são aqueles que usam procedimentos estilísticos e/ou narrativos comumente associados ao modo de representação documental (NICHOLS, 2005, p. 135), mas narram enredos ficcionais. São filmes cujo estilo documental confunde a fruição do espectador sobre a intenção do cineasta – sendo esses dois conceitos, segundo Fernão Ramos (2008, p.25), os dois pilares fundamentais que constroem a fruição do espectador. Por consequência, filmes de found footage são constituídos, no todo ou em parte, por falsos registros amadores ou semiprofissionais de situações extraordinárias. Seus diretores devem se certificar que certos elementos de estilo que identifiquem imagens e sons como tendo origem casual e espontânea sejam devidamente percebidos pelo público como tal. O que nos interessa, aqui, é a construção sonora dos filmes de found footage. Do ponto de vista estilístico, pouco se tem discutido acerca dos filmes de found footage, embora eles estejam por trás de mudanças na poética do cinema mais tradicional, como pode ser facilmente percebido quando vemos, hoje, a frequência com que a câmera tremida – para citar apenas um exemplo – vem sendo utilizada. Verossimilhança X legibilidade Quando se discute o estilo do found footage, se dá especial atenção às características de estilo encontradas no campo da imagem. O som é muitas vezes negligenciado ou desprezado no estudo desse tipo de filme. E o que temos procurado chamar a atenção, de fato, é que praticamente todos os profissionais que se trabalham na construção do som de falsos documentários precisam lidar com um conflito entre dois princípios da estilística cinematográfica que são, naturalmente, incompatíveis: a legibilidade narrativa e a verossimilhança documental. De certo modo, o conflito entre esses dois princípios atravessa todo tipo de filme, como assinala Rick Altman (1992). Esse conflito se manifesta do seguinte modo: os profissionais das áreas de imagem e som precisam precisa representar com alguma 430
  • 7. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos fidelidade o universo diegético, mas também precisa se fazer entender com clareza e rapidez. Via de regra, é possível afirmar que a legibilidade acostuma levar vantagem nesse conflito, e não apenas na área do som, mas também nela. Afinal, o público precisa compreender as informações narrativas, relativas ao enredo, nos sons e imagens, para seguir a história que está sendo contada. No que diz respeito ao som, o grau de excelência técnica alcançada pela tecnologia garante que o público seja capaz de ouvir com clareza, e de qualquer ponto da sala de exibição, qualquer som desejado pelo diretor ou pelo sound designer. No entanto, no caso dos falsos documentários de horror, essa abordagem que valoriza a perfeição técnica contém uma cilada. A boa qualidade técnica pode arruinar o caráter de documento histórico e espontâneo que os registros sonoros e imagéticos supostamente deveriam ter, ou precisariam ter, para alimentar a ilusão (ainda que consentida) do público a respeito de estar olhando para uma janela que acessa o real. Por isso, é natural que os profissionais que realizam esse tipo de filme desejem e ressaltem certo grau de imperfeição técnica na apresentação das informações visuais e sonoras. O filme que selecionamos para analisar é uma produção da Espanha. [Rec] foi realizado em 2007 pelos diretores Paco Plaza e Jaume Balagueró, e tem sound design assinado por Oriol Tarragó. Foi um dos principais lançamentos dentro desse gênero da safra daquele ano, tendo garantido distribuição internacional mesmo sendo realizado com orçamento limitado e fora dos Estados Unidos. [Rec] é objeto desta análise porque, dentre os mais de 180 filmes de found footage lançados nos últimos 13 anos ao redor do planeta (e produzidos em países distintos como Estados Unidos, Índia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Japão, França, Costa Rica e Brasil), apresentou e desenvolveu um dos modelos mais bem acabados de construção sonora. Esse modelo foi alcançado através de um equilíbrio delicado entre legibilidade e verossimilhança – um equilíbrio que enfatiza a segunda num grau maior do que o filme de ficção tradicional, mas sem abandonar o privilégio da primeira. De fato, todas as decisões criativas tomadas pela equipe de sound design em [Rec] estão ancoradas nesse conceito: verossimilhança documental reforçada, mas sem tomar o privilégio clássico da legibilidade narrativa. Entender o que se ouve ainda é mais importante do que o naturalismo dos sons. 431
  • 8. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Antes de mais nada, não nos parece coincidência que todo o trabalho de desenho de som que podemos ouvir em “[Rec]” tenha sido planejado a partir da busca por um ponto de equilíbrio entre esses dois polos. Esse ponto de equilíbrio consistiu no conceito essencial que guiou o trabalho de construção do universo sonoro de [Rec], e está ressaltado pelo sound designer do filme em todos os depoimentos dele que conseguimos encontrar, em entrevistas e nos extras do DVD que contém a edição especial do filme, lançada num disco duplo infelizmente não disponível no Brasil, mas encontrável na Espanha, em Portugal e em outros países. O conceito utilizado por Oriol Tarragó partiu da instrução principal que ouviu dos dois diretores: trate o som de [Rec] como se filmasse um documentário. Um dos diretores, Paco Plaza, chegou mesmo a sugerir que todo o filme fosse todo gravado com os microfones internos das próprias câmeras, e que fosse mixado em mono. Tarragó descartou essa ideia e preferiu, para a captação do áudio em locação, uma abordagem mais convencional. Para tanto, decidiu registrar o som direto como se trabalhasse num filme de ficção tradicional: até 10 microfones por cena, sendo dois microfones aéreos para captar a ambiência da locação principal (um prédio antigo em Barcelona com pé direito altíssimo, o que dá aos sons uma assinatura acústica muito particular, com muita reverberação e rangidos), e até oito microfones de lapela. Há, de fato, um microfone de lapela para cada personagem com fala. O trabalho de “sujar” o som do filme foi realizado na pós-produção. Tarragó e a equipe de áudio passaram alguns dias no estúdio, produzindo ruídos indesejáveis em produções convencionais (sinal saturado, quedas do microfone, microfonia etc.) para acrescentar depois à trilha sonora. Ele também informa que boa parte dos diálogos foi dublada em estúdio, tarefa facilitada pelas características estilísticas do campo da imagem selecionadas pelos diretores: planos-sequência longos de vários minutos, com boa parte da ação física ocorrendo fora do campo, ou em áreas muito escuras da imagem. Essas escolhas, por sinal, garantem que boa parte da ação dramática de [Rec] dependa do som para ser compreendida, caracterizando o que Randy Thom classificaria como um filme desenhado para o som (THOM, 1999). A “sujeira” tão desejada pelo sound designer de [Rec] tem relação direta com o conflito entre legibilidade e verossimilhança. Para funcionar bem dentro da proposta do gênero found footage, o filme precisava ter clareza sonora, mas sem deixar de lado a aparência de registro espontâneo e não planejado. 432
  • 9. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Além desses, há aspectos criativos que o sound design de [Rec] adotou de forma pioneira, e que foram reutilizados depois por outros filmes de found footage, entre os quais os títulos criativamente interessantes, como o australiano The Tunnel (Carlo Ledesma, 2011), o norueguês O Caçador de Trolls (Trolljegeren, André Øvredal, 2010) e o americano Apollo 18 (Gonzalo López-Gallego, 2011). Enumeramos alguns desses aspectos criativos a seguir: (1) Mixagem realizada em seis canais (Dolby Digital 5.1), mas com uso mínimo e discreto dos canais surround. Basicamente, os canais traseiros são usados apenas para sons de baixa frequência (como os helicópteros vistos na metade do filme) e/ ou no terceiro ato, que ocorre dentro de um apartamento crucial para a narrativa do filme, e que tem características especiais, servido de moradia para um personagem com características sobrenaturais – e, portanto, seria desejável para o sound design que os sons e a própria textura acústica que se pode ouvir nesse local sugerisse algum elemento não-natural. (2) Vasta variedade de ruídos que caracterizam e reforçam a imperfeição do registro sonoro captado na locação (microfonia, quedas do microfone, batidas, vozes sobrepostas dos atores, rangidos provenientes do manuseio do microfone, sinais saturados etc.). Esses ruídos são responsáveis diretos pela sensação que verossimilhança que preenche a trilha de áudio durante todo o filme. (3) Ausência total de música extra-diegética. Muitos filmes de found footage, sobretudo os norte-americanos, optam atualmente pelo uso da música drone3, e produções como Noroi (Kôji Shiraishi, 2005), Lake Mungo (Joel Anderson, 2008) e The Poughkeepsie Tapes (John Erick Dowdle, 2007) a usam com alguma eficiência, mas [Rec] tem uma proposta mais radical: abraça com mais vigor a verossimilhança e rejeita até mesmo a música drone, escondendo da audiência todos os tipos de manipulação do áudio na pós-produção. (4) Ao mesmo tempo em que há “sujeira” nos sons diegéticos, há também clareza nas vozes dos atores. Nesse ponto, [Rec] reformula e atualiza a estratégia estabelecida por diretores dos anos 1930, como Howard Hawks, que orientavam os atores a usar diálogos sobrepostos, mas apenas em pontos específicos do roteiro em que nenhuma 3 Música minimalista, de poucas notas, normalmente sem uma linha melódica ou rítmica discernível, o que faz com que muitas pessoas sequer identifiquem esses sons como música. 433
  • 10. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos ação relevante para a trama acontecia. Dessa forma, o espectador é capaz de reter a impressão de verossimilhança documental sem ser privado de nenhuma informação importante para compreensão da trama. Para poder alcançar esse efeito de realismo sem perder a clareza, foi fundamental a estratégia de captação de vozes que registrava os planos em até 10 canais separados. Só assim era possível ter o controle total dos momentos em que as vozes deveriam ser compreendidas, e dos momentos em que a “sujeira” era bem vinda. (5) Uso abundante de sons fora de quadro para injetar tensão e ameaça às cenas. Essa técnica é muito comum em filmes de horror, desde os primórdios do gênero, ainda nos anos 1930, quando o afeto do horror – a soma de medo e repulsa, de acordo com Noël Carroll (1999, p.30) – começou a ser provocado ou realçado com a estratégia estilística de manter a origem da ameaça aos personagens humanos fora do campo de visão, caracterizando-a através de sons (música, no princípio) e usando a incerteza sobre a localização espacial dessa ameaça para estimular a sensação de horror que dá nome ao gênero fílmico. Em filme de found footage, quando a câmera adota a perspectiva visual de um personagem da cena, o uso de sons fora de quadro ganha ainda mais importância – e o uso intenso desse recurso em [Rec] comprova com sucesso essa tese. Conclusão Por tudo isso, acreditamos que [Rec] consiste num bom exemplo de como alcançar o equilíbrio necessário entre os princípios sonoros da legibilidade e da verossimilhança, garantindo que os sons pareçam verdadeiros registros do real sem que percam a capacidade de transmitir informações narrativas de modo contínuo. De modo geral, nos parece evidente que o sound design de [Rec] se tornou um paradigma para os filmes de found footage. Até seu lançamento, os filmes do gênero tinham estratégias de construção sonora variáveis, distintas entre si, que ora pendiam para a uma legibilidade mais próxima do som que se ouve em filmes de ficção tradicionais – caso de Cloverfield (Matt Reeves, 2008) – ora para uma verossimilhança tão fiel que prejudicava a compreensão de certos fatos no enredo – como se ouve no já citado A Bruxa de Blair. 434
  • 11. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Em resumo, [Rec] parece ter ampliado a importância da verossimilhança sem abandonar a (ou abrir mão da) legibilidade, atingindo um ponto de equilíbrio que acabou por se tornar referência dentro do gênero, algo que pode ser confirmado quando se vê – e ouve – os filmes mais recentes de found footage. 435
  • 12. XVI Encontro Socine - Anais de Textos Completos Referências ALTMAN, Rick. Sound theory, sound practice. New York: Routledge, 1992. CARROLL, Noël. A filosofia do horror ou paradoxos do coração. Campinas: Editora Papirus, 1999. NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005. RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal... o que é mesmo documentário?. São Paulo: Editora Senac, 2008. TARRAGÓ, Oriol. “Exclusive interview with Oriol Tarragó”. In Designing Sound (blog). Disponível em http://designingsound.org/2010/04/exclusive-interview-with-oriol-tarragosound-designer-of-rec-and-rec-2/. Acessado em 30 de abril de 2012. THOM, Randy. “Designing a movie for sound”. Iris Magazine. Iowa (EUA), n. 27. 1999. Pp. 9-20. 436