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8
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - DEPARTAMENTO DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM CINEMA E LINGUAGENS
AUDIOVISUAIS
Suria Alves de Araujo Tescarolo
A LINGUAGEM AUDIVISUAL NA ELABORAÇÃO DE CLIPES
MUSICAIS
Mato Grosso do Sul
2015
9
SURIA ALVES DE ARAUJO TESCAROLO
A LINGUAGEM AUDIVISUAL NA ELABORAÇÃO DE
CLIPES MUSICAIS
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado como requisito para
aprovação no curso de pós-
graduação em Cinema e Linguagens
Audiovisuais, da Estácio de Sá, sob
orientação da Professora Doutora
Cristina Fonseca Silva Renno.
Campo Grande – MS
2015
10
Cinema e Linguagem Audiovisual
Suria Alves de Araujo Tescarolo
A Linguagem Audiovisual na Elaboração de Clipes Musicais
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como
requisito para a obtenção do grau de Especialista em Cinema e Linguagem
Audiovisual. Aprovado em, _____ de ______________ de 20___.
Examinador
Prof.ª Ms Leilane Aparecida Castro Rocha
NOTA FINAL:_____
11
RESUMO
O cinema chegou a um patamar onde é considerado cultura, principalmente quando
se fala do cinema antigo. Este é utilizado como referências para muitas coisas, seja
no campo audiovisual, ou em design de interiores, moda e etc. Com a tecnologia
tomando conta do mundo, muitas técnicas de gravação, produção e edição foram
aprimoradas, tornando-as mais acessíveis para filmagens que não sejam
cinematográficas, como no caso dos clipes musicais. Estes passaram por uma
evolução, pois antigamente era apenas algumas câmeras, com poucas opções de
enquadramento gravando o artista cantar e tocar. Hoje já é possível ver a diferença,
uma vez que esses vídeos musicais contam uma história, fazendo com que tornem
um filme compacto. Há efeitos especiais, iluminação, personagens, cenário, figurino.
Tudo para deixar o clipe mais emocionante, fazendo com que a pessoa que está
assistindo faça uma viagem pela música, se identificando com a letra e vídeo. Para
isso acontecer é necessário tomar como base o cinema, buscando referências em
seus gêneros e técnicas. E é isto que este trabalho visa mostrar. Esta linguagem
audiovisual na elaboração de clipes musicais.
Palavras-chave: Cinema. Clipe. Música. Audiovisual.
12
ABSTRACT
The cinema arrived at a level where it is considerate culture, especially when it
comes the old cinema. This is used as a reference for many things, is in the
audiovisual field, or in interior and fashion design, etc. With the technology taking
over the world, many etching techniques, production and editing have been
improved, making them more accessible for filming than cinematographic, as in the
case of music vídeos. These have gone through an evolution, because before it was
just a few câmeras, with few framing options, recording the artist sing and play.
Today it is possible see the difference, one time that music vídeos tell a history,
making a compact film. There are especial effects, ligthing, character, set, costumes.
Everything to make the most exciting music video, making the person who is
watching take a trip for the music, identifying with the letter and video. For that
happens it is necessary takes as base the cinema, looking for references in their
genres and techniques. And it is what this paper shows. This audiovisual language in
the development of music videos.
Keywords: Cinema. Music Video. Music. Audiovisual.
13
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Exemplo De Roteiro Para Clipe Musical...............................................................................14
Figura 2 – Cenas Do Clipe Magic ..........................................................................................................15
Figura 3 – Cenas Do Clipe Rude ...........................................................................................................16
Figura 4 – Cenas Do Clipe Walk............................................................................................................18
Figura 5 – Cenas Do Clipe Maps ...........................................................................................................19
Figura 6 – Cenas Do Clipe This Is War..................................................................................................20
Figura 7 – Cenas Do Clipe Applause.....................................................................................................21
Figura 8 – Cenas Do Clipe Et.................................................................................................................22
Figura 9 – Cenas Do Clipe Thriller.........................................................................................................23
Figura 10 – Cenas Do Clipe Style..........................................................................................................25
14
SUMÁRIO
1 Pesquisa...............................................................................................................................................08
1.1 Tema...........................................................................................................................................08
1.2 Delimitação.................................................................................................................................08
1.3 Objetivos.....................................................................................................................................09
1.4 Justificativa .................................................................................................................................09
1.5 Fundamentação Teórica.............................................................................................................10
1.6 Cronograma................................................................................................................................10
1.7 Referências.................................................................................................................................11
2 Introdução............................................................................................................................................12
3 Desenvolvimento.................................................................................................................................13
3.1 Cinema Mudo .............................................................................................................................15
3.2 Personagens...............................................................................................................................16
3.3 Gêneros Cinematográficos.........................................................................................................17
3.3.1 Comédia...........................................................................................................................17
3.3.2 Drama ..............................................................................................................................18
3.3.3 Ação.................................................................................................................................20
3.3.4 Fantástico ........................................................................................................................20
3.3.5 Ficção Científica ..............................................................................................................22
3.3.6 Terror ...............................................................................................................................23
4 Pós-Produção ......................................................................................................................................24
5 Conclusão ............................................................................................................................................26
Referências .............................................................................................................................................27
15
8
1 PESQUISA
O mundo audiovisual está a cada dia mais tecnológico e com novidades; seja
de técnicas de filmagens ou de efeitos para pós-produção. E isso não se restringe
apenas a curtas e longas metragens, dos quais estamos acostumados a ver nas
telas de cinema.
O campo musical está se destacando nesse quesito “roteiro audiovisual”, por
isso, a importância de realizar essa pesquisa, para conhecer e entender o que é
preciso para montar um clipe musical rico em elementos cinematográficos.
1.1 TEMA
A Linguagem Audiovisual na Elaboração de Clipes Musicais.
1.2 DELIMITAÇÃO
Pesquisar as referências utilizadas para a realização do clipe, na construção
viva da letra da música, nos elementos cinematográficos, bem como gênero, efeitos
e técnicas usadas.
9
1.3 OBJETIVOS
 Analisar a estrutura de cada clipe musical;
 Analisar os elementos e referências utilizadas;
 Entender a mensagem que o clipe junto com a música quis passar
para o público.
1.4 JUSTIFICATIVA
Atualmente há uma concorrência muito grande no quesito música.
Artistas com estilos muito parecidos, mesma batida, letras sempre falando a
mesma coisa. Para isso, esses cantores investem em clipes para poder
vender sua música, portanto quanto mais legal, diferente e bonito for o vídeo,
significa que aquele determinado artista se destacou em meio de seus
concorrentes. Só que para isso acontecer existe uma equipe de direção e
produção dos quais montam o roteiro e buscam referências e efeitos para
tornar aquele filme melhor que os outros.
O videoclipe deixou de ser apenas uma estratégia de marketing
televisiva como era na década de 70 para ser uma forma de expressão
artística do nosso tempo, agora se destaca por grandes produções que
podem se tornar popular em um curto espaço de tempo.
Assim com este trabalho de pesquisa bibliográfica, é possível utilizar o
que foi aprendido sobre cinema e linguagens audiovisuais nestes pequenos
filmes já documentados, que dependendo, viram sucesso no mundo todo.
10
1.5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Existem vários diretores musicais, porém um dos mais conceituados é Nigel
Dick, do qual produziu clipes que fazem sucesso até hoje, como Sweet Child o'
Mine" de Guns N' Roses e .Baby One More Time" da Britney Spears.
Lá pelos anos 70, os artistas começaram a fazer clipes (ou ‘Pop
Promos’) para canções individuais, como ferramentas
promocionais em si – o melhor exemplo é o vídeo do Queen,
Bohemian Rhapsody, que foi totalmente inovador em sua época, e
contribuiu para tornar a música um sucesso maciço no Reino
Unido. (DICK, Dick Ensina, 2004).
A partir daí, começou a moda de fazer clipes musicais, ainda segundo Nigel,
“Na Grã-Bretanha, [...] os vídeos tornaram-se uma ferramenta promocional
essencial, e toda banda tinha que ter um”. E esta afirmação continua até os dias
atuais.
Molleta em seu livro Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta
de produção de baixo custo, disse o lema do Cinema Novo: “Uma câmera na mão, e
uma ideia na cabeça.” Esta frase pode-se aplicar claramente na elaboração dos
clipes musicais da atualidade, já que o vídeo que mais se destaca é aquele que
abusa da criatividade.
1.6 CRONOGRAMA
Pesquisa Elaboração Entrega
Novembro x
11
Dezembro x
Janeiro x
Fevereiro x x
1.7 REFERÊNCIAS
URL: (http://www.nigeldick.com/) Dick Ensina, Capitulo Um, A História dos
Vídeos Musicais – Acessado em 16/02/2015 às 13:00
MOLETTA, A. Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta de
produção de baixo custo. São Paulo: Summus, 2009.
12
2 INTRODUÇÃO
Existem vários tipos de filmes, tem aqueles que vemos no cinema de longa ou
curta metragem, filmes publicitários que servem para divulgar algum produto/serviço
e também existem os filmes musicais, utilizados para a promoção de uma música e
artista. Atualmente virou moda fazer esse tipo de filmagem, pois é uma maneira de
se destacar no mundo musical.
Com tantas referências, seja de filmes ou de épocas e culturas, técnicas, de
filmagem, enquadramento e efeitos, que traz como principal aliada a tecnologia, é
comum trazer toda a história do cinema para esses vídeos que duram em média de
3 a 5 minutos. Uma vez que o cinema passou por diferentes etapas, criando assim
vários estilos, como filmes policiais, futurísticos, terror, comédia, non sense, ficção,
romântico e ação. Desta forma, cada artista e música também tem seu estilo,
podendo fazer o clipe de acordo com a mensagem e ritmo da música.
Não é fácil prender a atenção do público por 3 a 5 minutos, por isso é
importante estruturar uma história que tenha começo, meio e fim. Protagonistas,
antagonistas e coadjuvantes. Trazendo experiências pessoais, para que a pessoa
que estiver vendo o clipe se identifique com o vídeo e principalmente com a música.
A criatividade é essencial, porque grandes ideias merecem destaque.
13
3 DESENVOLVIMENTO
Assim como em grandes filmes, para a produção de um clipe, tudo começa
a partir do roteiro. Sem ele não é possível começar as gravações, nem escolher
atores, locação e etc. O roteiro ajuda na orientação da história que será contada,
ele delimita começo meio e fim, nos dá diretrizes do que, como e em quanto
tempo faremos, faz com que toda a produção caminhe bem, ele é fundamental
para o bom desenvolvimento da produção.
Outro assunto importante nos clipes musicais, assim como nos filmes são
os detalhes, enriquecer o cenário com artigos de decoração sobre o tema do
clipe, porta retratos, para contar uma história e o figurino. Estes são elementos
fundamentais para um vídeo musical. Como qualquer produção audiovisual o
clipe deve contar uma história com ajuda dos elementos de Áudio (a música em
si, e talvez outros recursos) e principalmente o visual, ele ganha o público, por
isso a importância dos cenários estarem completos, enriquecido em detalhes,
desde a cor da parede até a maquiagem dos personagens.
14
Imagem 1 – Exemplo de Roteiro para Clipe Musicial.
Fonte:http://kekosinclair.blogspot.com.br/2011/04/breve-o-beaba-do-videoclipe-musical.html.
Acesso em 16 de fevereiro de 2015
15
3.1 Cinema Mudo
O primeiro filme da história, publicado pelos irmãos Lumiére, foi o pontapé
para as projeções cinematográficas. Por muito tempo o cinema mudo e em preto
e branco, foi utilizado como entretenimento da sociedade.
Este pode-se considerar umas das maiores referências cinematográficas,
pois foi onde tudo começou. Desta forma, utilizar esta referência em clipes
musicais, é um diferencial. E isto foi o que o Coldplay fez com a música Magic,
fazendo uma viagem no tempo.
Segundo o produtor do clipe, Jonas Âkerlund, em uma entrevista, disse: “Eu
apenas escrevi algo que iria combinar com a canção – basicamente, uma
simples história de amor [...] e percebemos que tinha que ter um toque vintage.”
Desta forma esse clipe resgatou essa fase clássica dos filmes trazendo mais
conhecimento para a atualidade.
Imagem 2 – Cenas do clipe Magic.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Qtb11P1FWnc. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
16
3.2 Personagens
A criação de personagens tanto no cinema quanto no clipe é essencial, o
ensaísta Antônio Candido, diz em A personagem no romance (CANDIDO,
2003, p. 53): “O enredo existe através das personagens; as personagens vivem
no enredo”. Assim é possível entender que mesmo em um vídeo de 3 a 5
minutos é importante destacar quem é o mocinho (a), vilão (ã) e herói. É bem
claro achar esses personagens em filmes de velho-oeste ou de ação. Mas
estes personagens também são encontrados em clipes, como da banda
Magic!, com a música Rude. Onde conta a velha história que a mocinha
namora um rapaz, do qual seus pais não aprovam. Neste caso, os heróis são o
pessoal da banda, a mocinha é a namorada e o vilão, é o pai, que passa o
clipe inteiro proibindo sua filha de sair com seu namorado, para no final ela
fugir com seu grande amor.
Podemos ainda enquadrar esse clipe no estilo de filme romântico pelo
fato dos protagonistas terem que lutar por um “amor impossível”.
Imagem 3 – Cenas do clipe Rude.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=PIh2xe4jnpk. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
17
3.3 – Gêneros Cinematográficos
O que diferencia um filme de outro são seus gêneros, cada um
apresenta um estilo diferente, tornando-o atrativo para cada público-alvo.
Assim como diz Luís Nogueira, “Os géneros cinematográficos são um campo
amplo e diverso.”
Na literatura, podemos remontar a questão dos
géneros, pelo menos, a Artistóteles, que na sua
‘Poética’ efetua a distinção fundamental entre
comédia, (poesia) épica e tragédia. [...] Assim,
resulta daí uma extensa lista de géneros que
podem ir da cosmogonia ao poema lírico ou ao
aforismo, passando pela epopeia, pela ode, pela
elegia, pelo romance, pela farsa, pelo conto, pela
crónica, pela epístola ou pelo ensaio, entre
outros. A cada um deles, ainda que com relativa
irregularidade, o cinema foi buscar um pouco
para si. (NOGUEIRA, Luís, Manuais de Cinema
II, Gêneros Cinematográficos, p.2,2010)
E assim como nos filmes os clipes também possuem diversos gêneros
musicais.
3.3.1 – Comédia
Nogueira diz que esse estilo procura suscitar necessariamente o riso,
nas suas diversas manifestações (indo da gargalhada estridente e compulsiva
ao sorriso mais cúmplice e recatado). Neste caso temos como exemplo o
18
clipe do Foo Fighters, Walk, onde conta a história sobre o dia que tudo deu
errado na vida do protagonista, que no caso é o vocalista. Desde transito
parado, a celular sem bateria e a um possível assalto, ou seja, o dia estava
conspirando contra a seu favor, quando ele finalmente acorda para a vida e
resolve reagir. Tudo acontece de uma maneira muito cômica e isso faz com
que esse clipe de rock ganhe um destaque por ter esse toque de humor.
Esta história contada no clipe é comum em filmes desse gênero, onde o
ator principal passa por obstáculos, muitas vezes engraçados, até chegar a
seu objetivo principal.
Imagem 4 – Cenas do clipe Walk.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=4PkcfQtibmU. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
3.3.2 Drama
Se existe uma qualidade emotiva que o drama procura
sublinhar ela é, sem dúvida, a seriedade dos fatos.
Poderemos, então, afirmar que o seu objeto é o ser
humano comum, normal, em situações quotidianas
mais ou menos complexas, mas sempre com grandes
19
implicações afetivas ou causadoras de inescapável
polémica social. (NOGUEIRA, Luís, Manuais de
Cinema II, Gêneros Cinematográficos, p.23,2010)
O Drama tanto nos filmes, quanto nos clipes musicais, trazem algo mais
voltado para o emocional, utilizam assuntos cotidianos, onde os telespectadores
ou ouvintes se encontram.
Em clipes dramáticos encontra-se sempre alguém sofrendo muito, pois,
perdeu um grande amor. A melodia não necessita ser triste, como um exemplo
temos a música Maps do Maroon 5, onde o clipe conta a história de uma garota
que está em uma festa e vê seu namorado a traindo, fazendo com que ela fique
furiosa ao ponto de sair do local, atravessar a rua, ser atropelada e falecer.
Gerando assim a culpa em seu namorado, a partir daí começa todo o drama
dele de viver em uma vida sem a sua amada.
Imagem 5 – Cenas do clipe Maps.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NmugSMBh_iI. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
20
3.3.3 - Ação
Para Luís Nogueira, o gênero ação, tende a privilegiar claramente
aquilo que vulgarmente se designa por valores de produção, [...] sofisticados
efeitos especiais [..]cenários sumptuosos, exóticos ou grandiosos que
favorecem o encantamento e o escapismo.
Os clipes musicais investem muito em grandes produções, como a
música This is war (Isto é guerra), do 30 seconds to mars. Que mostra o dia a
dia dos militares em campo de batalha e assim como nos filmes, o clipe soube
retratar as estratégias que são feitas, os ataques, o cenário e efeitos visuais,
sem contar nos planos utilizados, como se fosse mesmo um longa metragem.
Imagem 6 – Cena do clipe This is War.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Zcps2fJKuAI. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
3.3.4 – Fantástico
O filme fantástico segundo Luís Nogueira é aquele onde a causalidade
mais se afasta das premissas realistas e das leis comuns do quotidiano. Ou
21
seja, é tudo muito fantasioso, grandioso e muitas vezes sem lógica. Temos
clássicos de filme desse gênero, como a saga Harry Potter e Senhor dos
Anéis, onde ambos conquistaram o mundo inteiro através de sua história
fantasiosa, bem como efeitos.
No mundo cinematográfico temos como nome Geroge Méliès, um
grande ilusionista, que é considerado o pai dos efeitos especiais. Já no
mundo musical, temos cantores que abusam desses efeitos e trazem a
fantasia para a nossa realidade. Como exemplo da atualidade, a cantora Lady
Gaga é famosa por abusar da criatividade em seus clipes. Como no de
Applause, onde a cantora mostra como é difícil ser uma artista e viver dos
aplausos. O vídeo demostra um pouco da insanidade que muitas pessoas
desse ramo chegam, afim de conquistar o sucesso. Neste caso, a fantasia
veio em forma de crítica.
Imagem 7 – Cenas do clipe Applause.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=pco91kroVgQ. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
22
3.3.5 Ficção Científica
A designação deste gênero parece insinuar imediatamente uma
espécie de paradoxo: entre o rigor factual, causal e universal do discurso e do
saber científico e a liberdade de fabulação e imaginação típica da ficção,
assim diz Nogueira em seu livro sobre Manual dos gêneros cinematográficos.
Assim entende-se que filmes desse estilo são geralmente em um universo
paralelo e futurístico.
Filmes de Ficção Científica tem muito em comum com os de fantasia, porém
sua diferença é no design dos cenários, personagens, que quase sempre são
robôs, ETs ou Aliens. Um exemplo é o longa Exterminador do Futuro, que traz
em sua história a guerra entre humanos e máquinas.
Um marco de filmes desse estilo também são os efeitos especiais, que
geralmente são um espetáculo. Prendendo a atenção do telespectador,
levando-o em uma viagem para o futuro.
No quesito musical, a cantora Katy Perry foi ousada em criar o clipe ET, que
faz uma viagem ao espaço, mostrando um mundo paralelo, cheio de efeitos
visuais e figurinos que fazem jus ao gênero.
Imagem 8 – Cenas do Clipe ET.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=t5Sd5c4o9UM. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
23
3.3.6 – Terror
O gênero terror para Luís Nogueira nada mais é “como se o
espectador encontrasse o seu prazer precisamente no próprio sofrimento.”
Em filmes desse gênero é comum o telespectador sentir medo, angústia,
horror e isso os leve a desviar os olhares da tela, causar gritos e pânico.
Um dos clipes que mais demonstram esse estilo é o vídeo da música
Thriller do Michel Jackson, que foi inspirado nos filmes de horror dos anos 50.
O clipe foi um grande salto no setor de mega produções musicais devido ao
cenário, figurino, maquiagem, atores e coreografia. Dirigido por John Landis,
o vídeo clipe conquistou o público do mundo inteiro e recebeu 6 indicações
para o prêmio da MTV Vídeo Music Awards em 1984, sendo vencedor de três.
Ele também foi o primeiro clipe a ser adicionado ao National Film Registry da
Biblioteca do Congresso.
Assim como em filmes, este clipe soube despertar a angústia, medo e
gritos do público.
Imagem 9 – Cenas do Clipe Thriller.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=4V90AmXnguw. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
24
4 PÓS – PRODUÇÃO
A Pós-Produção em um filme é a parte da seleção para a montagem das
cenas, criação de efeitos visuais e sonoplastia.
Pós-Produção [...] Designa o conjunto de
tratamentos dados a um material registrado:
a montagem, o acréscimo de outras fontes
visuais ou sonoras, as legendas, as vozes
off,os efeitos especiais. Como conjunto de
atividades ligadas ao mundo dos serviços e
da reciclagem, a pós-produção faz parte do
setor terciário [...]. (BORRIAUD Nicolas,
Pós-Produção Como a arte reprograma o
mundo contemporâneo, p7, 2009).
Os clipes musicais também passam por esse processo e muitas vezes os
cantores, assim como os atores dos filmes, gravam suas cenas no chroma key,
para depois ser inserido na pós-produção o verdadeiro cenário ou algum
elemento importante para o vídeo. Essa fase da edição está a cada dia ficando
mais tecnológica e perfeita. Muitas vezes o efeito é tão bem feito que se parece
real.
Grandes produções investem muito nessa parte de efeitos especiais,
concorrem a prêmios e isso vem chamando a atenção dos produtores de clipes
musicais. É possível ver hoje na maioria dos vídeos grandes efeitos, como o da
Taylor Swift com a música style. Onde a pós-produção fez um trabalho
extraordinário.
25
Imagem 10 – Cenas do clipe Style.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-CmadmM5cOk. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
26
5 – CONCLUSÃO
Depois de ler este trabalho de conclusão, é possível perceber como o
cinema está presente em nossas vidas. Um filme ou um gênero sempre será
usado como referência, seja para roupas, músicas, ou vídeos clipes. Estes que
estão no topo das paradas e podem ser considerados curtas, pois suas
produções que vão desde a estrutura do roteiro, locação de cenário, figurino,
enquadramentos de câmeras à efeitos visuais. Estes são pequenos filmes que
tem como a história a letra de suas músicas.
Para chegar a tal trabalho, foi preciso passar por várias etapas e fazer
descobertas, como os irmãos Lumiére, levando pequenos filmes em grandes
projeções, chocando a sociedade da época. Ou até mesmo Méliès, com o
ilusionismos, dando os primeiros passos para os efeitos visuais, que hoje são
tão importantes quanto os personagens em um filme.
Cinema é arte e esses clipes musicais chegaram a um patamar que
podemos chamar de arte também, devido à técnica apresentada e qualidade na
gravação das imagens. Não se esquecendo de destacar os Beattles e Elvis
Presley como os primeiros a fazer vídeos musicais para divulgar seus trabalhos.
Após essa era muitos artistas começaram a fazer o mesmo até os clipes virarem
essa febre mundial que é hoje.
A tendência é só melhorar, com a tecnologia, internet e novos
programas de edição, esses pequenos filmes ganham espaço cada vez mais,
com grandes produções e direções, gerando expectativa no público para saber
qual será o próximo single de determinado artista, apenas para assistir o seu
vídeo clipe.
27
REFERÊNCIAS
NOGUEIRA, L. Manuais de cinema II - Gêneros Cinematográficos. Covilhã: LabCom
Books, 2010. 157p.
BORRIAUD, N. Pós-Produção – Como a arte reprograma o mundo contemporâneo.
São Paulo: Martins, 2004.110p.
MOLETTA, A. Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta de
produção de baixo custo. São Paulo: Summus, 2009.
URL: (http://www.youtube.com/) - Pesquisado em 16 e 17/02/2015 das 13h00 às
18h00
URL: (http://www.nigeldick.com/) Dick Ensina, Capitulo Um, A História dos Vídeos
Musicais – Pesquisado em 16/02/2015 às 13h00
URL:(http://kekosinclair.blogspot.com.br/2011/04/breve-o-beaba-do-videoclipe-
musical.html) - Pesquisado em 16/02/2015 às 13h15
URL:(https://falandodemichaeljackson.wordpress.com/2010/10/18/thriller-
%E2%80%93-parte-ii/) - Pesquisado em 17/02/2015 às 15h00

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Linguagem audiovisual em clipes musicais

  • 1. 8 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CINEMA E LINGUAGENS AUDIOVISUAIS Suria Alves de Araujo Tescarolo A LINGUAGEM AUDIVISUAL NA ELABORAÇÃO DE CLIPES MUSICAIS Mato Grosso do Sul 2015
  • 2. 9 SURIA ALVES DE ARAUJO TESCAROLO A LINGUAGEM AUDIVISUAL NA ELABORAÇÃO DE CLIPES MUSICAIS Trabalho de Conclusão de curso apresentado como requisito para aprovação no curso de pós- graduação em Cinema e Linguagens Audiovisuais, da Estácio de Sá, sob orientação da Professora Doutora Cristina Fonseca Silva Renno. Campo Grande – MS 2015
  • 3. 10 Cinema e Linguagem Audiovisual Suria Alves de Araujo Tescarolo A Linguagem Audiovisual na Elaboração de Clipes Musicais Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estácio de Sá, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Cinema e Linguagem Audiovisual. Aprovado em, _____ de ______________ de 20___. Examinador Prof.ª Ms Leilane Aparecida Castro Rocha NOTA FINAL:_____
  • 4. 11 RESUMO O cinema chegou a um patamar onde é considerado cultura, principalmente quando se fala do cinema antigo. Este é utilizado como referências para muitas coisas, seja no campo audiovisual, ou em design de interiores, moda e etc. Com a tecnologia tomando conta do mundo, muitas técnicas de gravação, produção e edição foram aprimoradas, tornando-as mais acessíveis para filmagens que não sejam cinematográficas, como no caso dos clipes musicais. Estes passaram por uma evolução, pois antigamente era apenas algumas câmeras, com poucas opções de enquadramento gravando o artista cantar e tocar. Hoje já é possível ver a diferença, uma vez que esses vídeos musicais contam uma história, fazendo com que tornem um filme compacto. Há efeitos especiais, iluminação, personagens, cenário, figurino. Tudo para deixar o clipe mais emocionante, fazendo com que a pessoa que está assistindo faça uma viagem pela música, se identificando com a letra e vídeo. Para isso acontecer é necessário tomar como base o cinema, buscando referências em seus gêneros e técnicas. E é isto que este trabalho visa mostrar. Esta linguagem audiovisual na elaboração de clipes musicais. Palavras-chave: Cinema. Clipe. Música. Audiovisual.
  • 5. 12 ABSTRACT The cinema arrived at a level where it is considerate culture, especially when it comes the old cinema. This is used as a reference for many things, is in the audiovisual field, or in interior and fashion design, etc. With the technology taking over the world, many etching techniques, production and editing have been improved, making them more accessible for filming than cinematographic, as in the case of music vídeos. These have gone through an evolution, because before it was just a few câmeras, with few framing options, recording the artist sing and play. Today it is possible see the difference, one time that music vídeos tell a history, making a compact film. There are especial effects, ligthing, character, set, costumes. Everything to make the most exciting music video, making the person who is watching take a trip for the music, identifying with the letter and video. For that happens it is necessary takes as base the cinema, looking for references in their genres and techniques. And it is what this paper shows. This audiovisual language in the development of music videos. Keywords: Cinema. Music Video. Music. Audiovisual.
  • 6. 13 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Exemplo De Roteiro Para Clipe Musical...............................................................................14 Figura 2 – Cenas Do Clipe Magic ..........................................................................................................15 Figura 3 – Cenas Do Clipe Rude ...........................................................................................................16 Figura 4 – Cenas Do Clipe Walk............................................................................................................18 Figura 5 – Cenas Do Clipe Maps ...........................................................................................................19 Figura 6 – Cenas Do Clipe This Is War..................................................................................................20 Figura 7 – Cenas Do Clipe Applause.....................................................................................................21 Figura 8 – Cenas Do Clipe Et.................................................................................................................22 Figura 9 – Cenas Do Clipe Thriller.........................................................................................................23 Figura 10 – Cenas Do Clipe Style..........................................................................................................25
  • 7. 14 SUMÁRIO 1 Pesquisa...............................................................................................................................................08 1.1 Tema...........................................................................................................................................08 1.2 Delimitação.................................................................................................................................08 1.3 Objetivos.....................................................................................................................................09 1.4 Justificativa .................................................................................................................................09 1.5 Fundamentação Teórica.............................................................................................................10 1.6 Cronograma................................................................................................................................10 1.7 Referências.................................................................................................................................11 2 Introdução............................................................................................................................................12 3 Desenvolvimento.................................................................................................................................13 3.1 Cinema Mudo .............................................................................................................................15 3.2 Personagens...............................................................................................................................16 3.3 Gêneros Cinematográficos.........................................................................................................17 3.3.1 Comédia...........................................................................................................................17 3.3.2 Drama ..............................................................................................................................18 3.3.3 Ação.................................................................................................................................20 3.3.4 Fantástico ........................................................................................................................20 3.3.5 Ficção Científica ..............................................................................................................22 3.3.6 Terror ...............................................................................................................................23 4 Pós-Produção ......................................................................................................................................24 5 Conclusão ............................................................................................................................................26 Referências .............................................................................................................................................27
  • 8. 15
  • 9. 8 1 PESQUISA O mundo audiovisual está a cada dia mais tecnológico e com novidades; seja de técnicas de filmagens ou de efeitos para pós-produção. E isso não se restringe apenas a curtas e longas metragens, dos quais estamos acostumados a ver nas telas de cinema. O campo musical está se destacando nesse quesito “roteiro audiovisual”, por isso, a importância de realizar essa pesquisa, para conhecer e entender o que é preciso para montar um clipe musical rico em elementos cinematográficos. 1.1 TEMA A Linguagem Audiovisual na Elaboração de Clipes Musicais. 1.2 DELIMITAÇÃO Pesquisar as referências utilizadas para a realização do clipe, na construção viva da letra da música, nos elementos cinematográficos, bem como gênero, efeitos e técnicas usadas.
  • 10. 9 1.3 OBJETIVOS  Analisar a estrutura de cada clipe musical;  Analisar os elementos e referências utilizadas;  Entender a mensagem que o clipe junto com a música quis passar para o público. 1.4 JUSTIFICATIVA Atualmente há uma concorrência muito grande no quesito música. Artistas com estilos muito parecidos, mesma batida, letras sempre falando a mesma coisa. Para isso, esses cantores investem em clipes para poder vender sua música, portanto quanto mais legal, diferente e bonito for o vídeo, significa que aquele determinado artista se destacou em meio de seus concorrentes. Só que para isso acontecer existe uma equipe de direção e produção dos quais montam o roteiro e buscam referências e efeitos para tornar aquele filme melhor que os outros. O videoclipe deixou de ser apenas uma estratégia de marketing televisiva como era na década de 70 para ser uma forma de expressão artística do nosso tempo, agora se destaca por grandes produções que podem se tornar popular em um curto espaço de tempo. Assim com este trabalho de pesquisa bibliográfica, é possível utilizar o que foi aprendido sobre cinema e linguagens audiovisuais nestes pequenos filmes já documentados, que dependendo, viram sucesso no mundo todo.
  • 11. 10 1.5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Existem vários diretores musicais, porém um dos mais conceituados é Nigel Dick, do qual produziu clipes que fazem sucesso até hoje, como Sweet Child o' Mine" de Guns N' Roses e .Baby One More Time" da Britney Spears. Lá pelos anos 70, os artistas começaram a fazer clipes (ou ‘Pop Promos’) para canções individuais, como ferramentas promocionais em si – o melhor exemplo é o vídeo do Queen, Bohemian Rhapsody, que foi totalmente inovador em sua época, e contribuiu para tornar a música um sucesso maciço no Reino Unido. (DICK, Dick Ensina, 2004). A partir daí, começou a moda de fazer clipes musicais, ainda segundo Nigel, “Na Grã-Bretanha, [...] os vídeos tornaram-se uma ferramenta promocional essencial, e toda banda tinha que ter um”. E esta afirmação continua até os dias atuais. Molleta em seu livro Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta de produção de baixo custo, disse o lema do Cinema Novo: “Uma câmera na mão, e uma ideia na cabeça.” Esta frase pode-se aplicar claramente na elaboração dos clipes musicais da atualidade, já que o vídeo que mais se destaca é aquele que abusa da criatividade. 1.6 CRONOGRAMA Pesquisa Elaboração Entrega Novembro x
  • 12. 11 Dezembro x Janeiro x Fevereiro x x 1.7 REFERÊNCIAS URL: (http://www.nigeldick.com/) Dick Ensina, Capitulo Um, A História dos Vídeos Musicais – Acessado em 16/02/2015 às 13:00 MOLETTA, A. Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta de produção de baixo custo. São Paulo: Summus, 2009.
  • 13. 12 2 INTRODUÇÃO Existem vários tipos de filmes, tem aqueles que vemos no cinema de longa ou curta metragem, filmes publicitários que servem para divulgar algum produto/serviço e também existem os filmes musicais, utilizados para a promoção de uma música e artista. Atualmente virou moda fazer esse tipo de filmagem, pois é uma maneira de se destacar no mundo musical. Com tantas referências, seja de filmes ou de épocas e culturas, técnicas, de filmagem, enquadramento e efeitos, que traz como principal aliada a tecnologia, é comum trazer toda a história do cinema para esses vídeos que duram em média de 3 a 5 minutos. Uma vez que o cinema passou por diferentes etapas, criando assim vários estilos, como filmes policiais, futurísticos, terror, comédia, non sense, ficção, romântico e ação. Desta forma, cada artista e música também tem seu estilo, podendo fazer o clipe de acordo com a mensagem e ritmo da música. Não é fácil prender a atenção do público por 3 a 5 minutos, por isso é importante estruturar uma história que tenha começo, meio e fim. Protagonistas, antagonistas e coadjuvantes. Trazendo experiências pessoais, para que a pessoa que estiver vendo o clipe se identifique com o vídeo e principalmente com a música. A criatividade é essencial, porque grandes ideias merecem destaque.
  • 14. 13 3 DESENVOLVIMENTO Assim como em grandes filmes, para a produção de um clipe, tudo começa a partir do roteiro. Sem ele não é possível começar as gravações, nem escolher atores, locação e etc. O roteiro ajuda na orientação da história que será contada, ele delimita começo meio e fim, nos dá diretrizes do que, como e em quanto tempo faremos, faz com que toda a produção caminhe bem, ele é fundamental para o bom desenvolvimento da produção. Outro assunto importante nos clipes musicais, assim como nos filmes são os detalhes, enriquecer o cenário com artigos de decoração sobre o tema do clipe, porta retratos, para contar uma história e o figurino. Estes são elementos fundamentais para um vídeo musical. Como qualquer produção audiovisual o clipe deve contar uma história com ajuda dos elementos de Áudio (a música em si, e talvez outros recursos) e principalmente o visual, ele ganha o público, por isso a importância dos cenários estarem completos, enriquecido em detalhes, desde a cor da parede até a maquiagem dos personagens.
  • 15. 14 Imagem 1 – Exemplo de Roteiro para Clipe Musicial. Fonte:http://kekosinclair.blogspot.com.br/2011/04/breve-o-beaba-do-videoclipe-musical.html. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
  • 16. 15 3.1 Cinema Mudo O primeiro filme da história, publicado pelos irmãos Lumiére, foi o pontapé para as projeções cinematográficas. Por muito tempo o cinema mudo e em preto e branco, foi utilizado como entretenimento da sociedade. Este pode-se considerar umas das maiores referências cinematográficas, pois foi onde tudo começou. Desta forma, utilizar esta referência em clipes musicais, é um diferencial. E isto foi o que o Coldplay fez com a música Magic, fazendo uma viagem no tempo. Segundo o produtor do clipe, Jonas Âkerlund, em uma entrevista, disse: “Eu apenas escrevi algo que iria combinar com a canção – basicamente, uma simples história de amor [...] e percebemos que tinha que ter um toque vintage.” Desta forma esse clipe resgatou essa fase clássica dos filmes trazendo mais conhecimento para a atualidade. Imagem 2 – Cenas do clipe Magic. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Qtb11P1FWnc. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
  • 17. 16 3.2 Personagens A criação de personagens tanto no cinema quanto no clipe é essencial, o ensaísta Antônio Candido, diz em A personagem no romance (CANDIDO, 2003, p. 53): “O enredo existe através das personagens; as personagens vivem no enredo”. Assim é possível entender que mesmo em um vídeo de 3 a 5 minutos é importante destacar quem é o mocinho (a), vilão (ã) e herói. É bem claro achar esses personagens em filmes de velho-oeste ou de ação. Mas estes personagens também são encontrados em clipes, como da banda Magic!, com a música Rude. Onde conta a velha história que a mocinha namora um rapaz, do qual seus pais não aprovam. Neste caso, os heróis são o pessoal da banda, a mocinha é a namorada e o vilão, é o pai, que passa o clipe inteiro proibindo sua filha de sair com seu namorado, para no final ela fugir com seu grande amor. Podemos ainda enquadrar esse clipe no estilo de filme romântico pelo fato dos protagonistas terem que lutar por um “amor impossível”. Imagem 3 – Cenas do clipe Rude. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=PIh2xe4jnpk. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
  • 18. 17 3.3 – Gêneros Cinematográficos O que diferencia um filme de outro são seus gêneros, cada um apresenta um estilo diferente, tornando-o atrativo para cada público-alvo. Assim como diz Luís Nogueira, “Os géneros cinematográficos são um campo amplo e diverso.” Na literatura, podemos remontar a questão dos géneros, pelo menos, a Artistóteles, que na sua ‘Poética’ efetua a distinção fundamental entre comédia, (poesia) épica e tragédia. [...] Assim, resulta daí uma extensa lista de géneros que podem ir da cosmogonia ao poema lírico ou ao aforismo, passando pela epopeia, pela ode, pela elegia, pelo romance, pela farsa, pelo conto, pela crónica, pela epístola ou pelo ensaio, entre outros. A cada um deles, ainda que com relativa irregularidade, o cinema foi buscar um pouco para si. (NOGUEIRA, Luís, Manuais de Cinema II, Gêneros Cinematográficos, p.2,2010) E assim como nos filmes os clipes também possuem diversos gêneros musicais. 3.3.1 – Comédia Nogueira diz que esse estilo procura suscitar necessariamente o riso, nas suas diversas manifestações (indo da gargalhada estridente e compulsiva ao sorriso mais cúmplice e recatado). Neste caso temos como exemplo o
  • 19. 18 clipe do Foo Fighters, Walk, onde conta a história sobre o dia que tudo deu errado na vida do protagonista, que no caso é o vocalista. Desde transito parado, a celular sem bateria e a um possível assalto, ou seja, o dia estava conspirando contra a seu favor, quando ele finalmente acorda para a vida e resolve reagir. Tudo acontece de uma maneira muito cômica e isso faz com que esse clipe de rock ganhe um destaque por ter esse toque de humor. Esta história contada no clipe é comum em filmes desse gênero, onde o ator principal passa por obstáculos, muitas vezes engraçados, até chegar a seu objetivo principal. Imagem 4 – Cenas do clipe Walk. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=4PkcfQtibmU. Acesso em 16 de fevereiro de 2015 3.3.2 Drama Se existe uma qualidade emotiva que o drama procura sublinhar ela é, sem dúvida, a seriedade dos fatos. Poderemos, então, afirmar que o seu objeto é o ser humano comum, normal, em situações quotidianas mais ou menos complexas, mas sempre com grandes
  • 20. 19 implicações afetivas ou causadoras de inescapável polémica social. (NOGUEIRA, Luís, Manuais de Cinema II, Gêneros Cinematográficos, p.23,2010) O Drama tanto nos filmes, quanto nos clipes musicais, trazem algo mais voltado para o emocional, utilizam assuntos cotidianos, onde os telespectadores ou ouvintes se encontram. Em clipes dramáticos encontra-se sempre alguém sofrendo muito, pois, perdeu um grande amor. A melodia não necessita ser triste, como um exemplo temos a música Maps do Maroon 5, onde o clipe conta a história de uma garota que está em uma festa e vê seu namorado a traindo, fazendo com que ela fique furiosa ao ponto de sair do local, atravessar a rua, ser atropelada e falecer. Gerando assim a culpa em seu namorado, a partir daí começa todo o drama dele de viver em uma vida sem a sua amada. Imagem 5 – Cenas do clipe Maps. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NmugSMBh_iI. Acesso em 16 de fevereiro de 2015
  • 21. 20 3.3.3 - Ação Para Luís Nogueira, o gênero ação, tende a privilegiar claramente aquilo que vulgarmente se designa por valores de produção, [...] sofisticados efeitos especiais [..]cenários sumptuosos, exóticos ou grandiosos que favorecem o encantamento e o escapismo. Os clipes musicais investem muito em grandes produções, como a música This is war (Isto é guerra), do 30 seconds to mars. Que mostra o dia a dia dos militares em campo de batalha e assim como nos filmes, o clipe soube retratar as estratégias que são feitas, os ataques, o cenário e efeitos visuais, sem contar nos planos utilizados, como se fosse mesmo um longa metragem. Imagem 6 – Cena do clipe This is War. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Zcps2fJKuAI. Acesso em 16 de fevereiro de 2015 3.3.4 – Fantástico O filme fantástico segundo Luís Nogueira é aquele onde a causalidade mais se afasta das premissas realistas e das leis comuns do quotidiano. Ou
  • 22. 21 seja, é tudo muito fantasioso, grandioso e muitas vezes sem lógica. Temos clássicos de filme desse gênero, como a saga Harry Potter e Senhor dos Anéis, onde ambos conquistaram o mundo inteiro através de sua história fantasiosa, bem como efeitos. No mundo cinematográfico temos como nome Geroge Méliès, um grande ilusionista, que é considerado o pai dos efeitos especiais. Já no mundo musical, temos cantores que abusam desses efeitos e trazem a fantasia para a nossa realidade. Como exemplo da atualidade, a cantora Lady Gaga é famosa por abusar da criatividade em seus clipes. Como no de Applause, onde a cantora mostra como é difícil ser uma artista e viver dos aplausos. O vídeo demostra um pouco da insanidade que muitas pessoas desse ramo chegam, afim de conquistar o sucesso. Neste caso, a fantasia veio em forma de crítica. Imagem 7 – Cenas do clipe Applause. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=pco91kroVgQ. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
  • 23. 22 3.3.5 Ficção Científica A designação deste gênero parece insinuar imediatamente uma espécie de paradoxo: entre o rigor factual, causal e universal do discurso e do saber científico e a liberdade de fabulação e imaginação típica da ficção, assim diz Nogueira em seu livro sobre Manual dos gêneros cinematográficos. Assim entende-se que filmes desse estilo são geralmente em um universo paralelo e futurístico. Filmes de Ficção Científica tem muito em comum com os de fantasia, porém sua diferença é no design dos cenários, personagens, que quase sempre são robôs, ETs ou Aliens. Um exemplo é o longa Exterminador do Futuro, que traz em sua história a guerra entre humanos e máquinas. Um marco de filmes desse estilo também são os efeitos especiais, que geralmente são um espetáculo. Prendendo a atenção do telespectador, levando-o em uma viagem para o futuro. No quesito musical, a cantora Katy Perry foi ousada em criar o clipe ET, que faz uma viagem ao espaço, mostrando um mundo paralelo, cheio de efeitos visuais e figurinos que fazem jus ao gênero. Imagem 8 – Cenas do Clipe ET. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=t5Sd5c4o9UM. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
  • 24. 23 3.3.6 – Terror O gênero terror para Luís Nogueira nada mais é “como se o espectador encontrasse o seu prazer precisamente no próprio sofrimento.” Em filmes desse gênero é comum o telespectador sentir medo, angústia, horror e isso os leve a desviar os olhares da tela, causar gritos e pânico. Um dos clipes que mais demonstram esse estilo é o vídeo da música Thriller do Michel Jackson, que foi inspirado nos filmes de horror dos anos 50. O clipe foi um grande salto no setor de mega produções musicais devido ao cenário, figurino, maquiagem, atores e coreografia. Dirigido por John Landis, o vídeo clipe conquistou o público do mundo inteiro e recebeu 6 indicações para o prêmio da MTV Vídeo Music Awards em 1984, sendo vencedor de três. Ele também foi o primeiro clipe a ser adicionado ao National Film Registry da Biblioteca do Congresso. Assim como em filmes, este clipe soube despertar a angústia, medo e gritos do público. Imagem 9 – Cenas do Clipe Thriller. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=4V90AmXnguw. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
  • 25. 24 4 PÓS – PRODUÇÃO A Pós-Produção em um filme é a parte da seleção para a montagem das cenas, criação de efeitos visuais e sonoplastia. Pós-Produção [...] Designa o conjunto de tratamentos dados a um material registrado: a montagem, o acréscimo de outras fontes visuais ou sonoras, as legendas, as vozes off,os efeitos especiais. Como conjunto de atividades ligadas ao mundo dos serviços e da reciclagem, a pós-produção faz parte do setor terciário [...]. (BORRIAUD Nicolas, Pós-Produção Como a arte reprograma o mundo contemporâneo, p7, 2009). Os clipes musicais também passam por esse processo e muitas vezes os cantores, assim como os atores dos filmes, gravam suas cenas no chroma key, para depois ser inserido na pós-produção o verdadeiro cenário ou algum elemento importante para o vídeo. Essa fase da edição está a cada dia ficando mais tecnológica e perfeita. Muitas vezes o efeito é tão bem feito que se parece real. Grandes produções investem muito nessa parte de efeitos especiais, concorrem a prêmios e isso vem chamando a atenção dos produtores de clipes musicais. É possível ver hoje na maioria dos vídeos grandes efeitos, como o da Taylor Swift com a música style. Onde a pós-produção fez um trabalho extraordinário.
  • 26. 25 Imagem 10 – Cenas do clipe Style. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=-CmadmM5cOk. Acesso em 17 de fevereiro de 2015
  • 27. 26 5 – CONCLUSÃO Depois de ler este trabalho de conclusão, é possível perceber como o cinema está presente em nossas vidas. Um filme ou um gênero sempre será usado como referência, seja para roupas, músicas, ou vídeos clipes. Estes que estão no topo das paradas e podem ser considerados curtas, pois suas produções que vão desde a estrutura do roteiro, locação de cenário, figurino, enquadramentos de câmeras à efeitos visuais. Estes são pequenos filmes que tem como a história a letra de suas músicas. Para chegar a tal trabalho, foi preciso passar por várias etapas e fazer descobertas, como os irmãos Lumiére, levando pequenos filmes em grandes projeções, chocando a sociedade da época. Ou até mesmo Méliès, com o ilusionismos, dando os primeiros passos para os efeitos visuais, que hoje são tão importantes quanto os personagens em um filme. Cinema é arte e esses clipes musicais chegaram a um patamar que podemos chamar de arte também, devido à técnica apresentada e qualidade na gravação das imagens. Não se esquecendo de destacar os Beattles e Elvis Presley como os primeiros a fazer vídeos musicais para divulgar seus trabalhos. Após essa era muitos artistas começaram a fazer o mesmo até os clipes virarem essa febre mundial que é hoje. A tendência é só melhorar, com a tecnologia, internet e novos programas de edição, esses pequenos filmes ganham espaço cada vez mais, com grandes produções e direções, gerando expectativa no público para saber qual será o próximo single de determinado artista, apenas para assistir o seu vídeo clipe.
  • 28. 27 REFERÊNCIAS NOGUEIRA, L. Manuais de cinema II - Gêneros Cinematográficos. Covilhã: LabCom Books, 2010. 157p. BORRIAUD, N. Pós-Produção – Como a arte reprograma o mundo contemporâneo. São Paulo: Martins, 2004.110p. MOLETTA, A. Criação de curta metragem em vídeo digital: uma proposta de produção de baixo custo. São Paulo: Summus, 2009. URL: (http://www.youtube.com/) - Pesquisado em 16 e 17/02/2015 das 13h00 às 18h00 URL: (http://www.nigeldick.com/) Dick Ensina, Capitulo Um, A História dos Vídeos Musicais – Pesquisado em 16/02/2015 às 13h00 URL:(http://kekosinclair.blogspot.com.br/2011/04/breve-o-beaba-do-videoclipe- musical.html) - Pesquisado em 16/02/2015 às 13h15 URL:(https://falandodemichaeljackson.wordpress.com/2010/10/18/thriller- %E2%80%93-parte-ii/) - Pesquisado em 17/02/2015 às 15h00