SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Raízes e perfis do homem e da
modernidade na América Latina
  Uma história dos Conceitos e Métodos
  propostos nos clássicos livros de Sergio
   Buarque de Holanda e Samuel Ramos
Hipótese central:

• Junto ao lado de importantes referenciais
  locais, o pensamento centro-europeu teve
  primordial importância nas interpretações de
  RdB e OphcM sobre a modernidade latino-
  americana como uma modernidade autêntica.
Eles recorreram a um aparato teórico plural:
a) tanto no que diz respeito ao contexto no qual são
    formulados (América Latina e Europa Central);
b) quanto no que diz respeito à categoria na qual se
    insere tal aparato
    (ensaísmo, Literatura, Psicanálise, Sociologia)...
   Para dar conta de uma realidade plural.


                DEMANDAS PLURAIS
 ESPAÇO DE EXPERIÊNCIA MARCADO PELA PLURALIDADE
     HORIZONTE DE EXPECTATIVA MARCADO PELA
                    PLURALIDADE
I. Estruturação do texto da Qualificação
a) Conceitos, abordagens, teorizações
b) Justificativas – importância atual:
    integração/identificação (cultural) » integração
     institucional/econômica
    revisão dos modos de se escrever História
c) Objetos centrais de análise




d) Objetos tangentes (embora fundamentais): biografia dos
   autores, universo acadêmico que os envolveu, questões político
   institucionais em vigor na época... Enfim: o que denomino
   “demandas”.
a) Conceitos, abordagens e
                 teorizações
a.1. conceitos:
 Raízes e perfis # passado e presente # construção e vivência #
   identidade e atualidade # processo e modus operandi.
 Homem e modernidade # identidade e modernidade #
   latinoamericanidade e latino-americanidade em novos tempos #
   continuidades e descontinuidades # arcaísmos e avanços # homem
   médio e projetos de desenvolvimento.
 Conceitos e Métodos # elaborações e procedimentos = textos X
   “contextos” # construção e vivência # o que está dado e algumas
   movimentações interpretativas # o que se pode ler a algumas
   correlações.
 Mais adiante, de maneira mais clara e evidente, também: subjetividade
   e objetividade # individual e coletivo # espiritual e material #
   psicogênese e sociogênese # subjetividade no homem
   latinoamericano, do homem moderno e também dos intelectuais que
   analisam.
Conceito fundamental: “Modernidade”:
» Para Koseleck:
 “dimensão histórica e antropológica inerente a toda
   conceituidade”; porque todo conceito é criado e cria
   realidade.
 “tempo histórico” como conceito.
 “modernidade” como conceito: referente à
   Alemanha, entre outros países, e referente ao século
   XIX (Romantismo).
 “modernidade” como conceito: presente constrói o
   passado e elabora futuro.

» Para Berman:
 “modernidade” 1: referente à Alemanha, entre outros
   países, e referente ao século XIX – otimismo crítico.
 “modernidade” 2: referente à Alemanha, entre outros
   países, e referente ao pós 1960 – ceticismo.
» Para Sergio e Ramos:
“modernidade”: América Latina, início do século
  XX.
“modernidade”: construção do passado e
  projeção do futuro.
 mas um passado ainda muito presente; e um
  futuro que se teme e se deseja ansiosamente.

        noção de identidade latino-americana
                           X
        noção de tempo histórico koselleckiana
                            =
               noção de modernidadeS
         (dentre as quais, a latino-americana).
Me pergunto se nós, latino-americanos, não
 teríamos, afinal, em nossa própria cultura política e
 literária, essas bases (...) Me pergunto se a história de
 nosso pensamento latino-americano não seria
 largamente caracterizada por visões de ação, modos
 de encontro, conflito e diálogos tensos mas de
 qualquer maneira encontrados, e, por fim, concepções
 de enfrentamento da ordem estabelecida. Me
 pergunto, enfim, se nossa intelectualidade, desde o
 início do século XX, já não trabalhava com uma visão
 crítica da civilização ocidental. Sim, aqui se trabalhava
 sob o signo de uma identidade/modernidade
 periféricas; porém, o trauma da irresolução em meados
 da década de 1930 passou a inspirar avaliações acerca
 do passado num viés não derrotista, mas crítico e
 marcado por uma suave esperança em relação ao
 futuro...
a.2. abordagens:
» Para Berman e Koselleck: foco nos clássicos
  europeus e norte-americanos.
» Para Silviano Santiago:
 Toma dois textos produzidos em conjunturas
  diversas, impedindo maiores especulações sobre
  a dimensão temporal que envolve a produção de
  cada um.
» Para Claudia Wasserman: conjuntura (dada) X
  texto (construção voluntária), separadamente.
 Nada sobre conceitos.
 Nada sobre métodos.
Concordo que considerar a conjuntura na qual
  clássicos são elaborados é fundamental, tanto
  para que tomemos dimensão das demandas
  econômicas, políticas e sociais que os envolvem e
  viabilizam; quanto para que compreendamos com
  maior radicalidade os conceitos, vocábulos e
  leituras compartilhados.
Mas
Não se deve obliterar aquilo que os autores
  apresentam acerca da vida, da sociedade e da
  intelectualidade que experimentaram quando da
  elaboração de suas obras; não podemos deixar de
  conceder foco intenso às leituras que eles
  próprios fizeram do mundo.
» Para Dominick LaCapra (Creio que o ocultei
erroneamente).
     “CON/TEXTOS” = DIÁLOGOS ENTRE TEXTOS
     Tipos de “textos”, na visão de LaCapra:
a)     Obras clássicas;
b)     Biografias de autores;
c)     Estudos e registros sobre o universo acadêmica na qual esses autores
       estavam inseridos;
d)     Estudos e registros sobre a conjuntura histórico-social na qual estavam
       inseridos.
e)     Textos produzidos hoje sobre os conceitos e métodos propostos nas
       obras clássicas.
f)     Etc...
     Tudo isso, por fim, aborda demandas; quer dizer: o ponto entre “espaço de
       experiência” e “horizonte de expectativa”.
• “Estudos”: bibliografia mais recente.
• ”Registros”: cartas, ...
artigos de jornal, ...
os próprios textos de RdB e OphcM, ...
e textos de intelectuais com os quais eles
  conviveram, e se referem em suas obras
  tanto ao universo acadêmico, quanto a
  questões relativas ao momento histórico no
  qual estavam inseridos.
Nesta Tese, são os textos que inspiram uma
dada possibilidade de análise dos contextos, e
               não o contrário.
II. Estruturação do texto da Tese

                   • Partindo da
                     produção
                     daqueles dois
                     jovens ensaístas...
                     Para os textos
                     com os quais
                     possivelmente
                     dialogaram...
• Parte 1: Os objetos que privilegio, e sobre os
  quais pretendo, sobretudo, apresentar
  entendimentos.

• Parte 2: Estabelecendo pontes entre os textos de
  RdB e OphcM e textos brasileiros e mexicanos
  que Sergio e Ramos possivelmente leram.
  ENSAÍSTAS E POETAS.

• Parte 3: Terceiro movimento  saltando para
  fora das fronteiras nacionais, em direção à
  Europa Central. PSICANALISTAS E SOCIÓLOGOS.
Pretensão fundamental 1:
• Com esse movimento, de fora para dentro, busco
  demonstrar que, sim, beberam de referenciais
  estrangeiros (uma necessidade legítima).
• Busco demonstrar que esse movimento se iniciou
  dentro. E que houve uma autêntica busca local
  por inspiração e parâmetros. De forma ativa, e
  não passiva.
• Caso contrário (se começasse pela Europa
  Central), poderia deixar a impressão de que um
  dado desenvolvimento ocorreu fora, era
  estrangeiro, e invadiu a lógica de produção local.
Pretensão fundamental 2

• Começo pela produção ensaística e poética... e depois parto
  para autores estrangeiros que trabalham com estruturas mais
  “fechadas”.
• Quero dizer, assim, que o ensaísmo e a Literatura foram
  definitivas para RdB e OphcM se configurassem como obras
  autênticas.
• Ensaísmo e Literatura brasileiros e mexicanos focavam o
  subjetivo e a pluralidade. Diferentemente de muito dos
  referenciais tidos como “científicos.
• Ensaísmo e Literatura brasileiros e mexicanos, focando o
  subjetivo e o plural, levam Sergio e Ramos a escolher
  referenciais “científicos” que justamente estavam preocupados
  com o subjetivo e o plural.
III. RdB e OphcM
• Temas e definições: homem cordial e pelado.

• Forma: o repetitivo e a fluidez.
Contradição: tradição e avanço.

• Um novo olhar: enviesado, mestiço, tensionado.
Contradição: Abertura? Criatividade? Formas fixas?
  (pag. 38)
Definições:
             o homem latino-americano




                Ferramentas de
            interpretação que dariam
             conta de sua dimensão
                   histórica
                    poética
                  psicológica
                     social




Buscando: “o que está por trás da máscara”.
Sergio              Ramos


Homem cordial       Pelado


Diversos estratos   Diversos estrados
sociais             sociais

Cordial             Violento


Vulnerável e        Vulnerável e
mascarado           mascarado

Passional           Passional


Imediatista         Imediatista


Individualista      Individualista
Forma:


RdB                               OphcM
Um tipo principal                 Vários tipos contemporâneos,
contemporâneo.                    desdobrados do principal.
Outros tipos históricos, que se   Não “categorização” dos tipos
desdobram no tipo presente.       históricos.
Tipo como conceito interpretativo de determinada conjuntura;
realidade como mutável.
Tipos como conceitos: ferramentas de interpretação das respostas
mais comuns, e não respostas.
Tipos como conceitos: descrição de um “homem” (um indivíduo”)
para melhor entendimento de toda uma cultura (plural).
Um novo olhar:
                 a modernidade mestiça
o brasileiro mestiço de RdB                  O mexicano mestiço de OphcM
Negro: mão-de-obra; passividade.             Índio: “matiz de color”; passividade.
Índio: ociosidade e astúcia.
Português: base civilizacional; aberto à     Espanhol: base civilizacional; aberto à
miscigenação e flexível em relação à         miscigenação; passional.
hierarquia (cultura da personalidade);
imprevidente (semeador).

Espanhol: previdente (ladrilhador).
                          Francês: base filosófica/conceitual.
Estados Unidos: ética protestantes (tipo     Estados Unidos: paradigma materialista,
trabalhador).                                pragmático.
IV. Pensando os universos políticos/
            acadêmicos 1

Antecipando algumas questões:

a) Sobre semelhanças a despeito da
   improbabilidade do acesso direto.
b) Sobre demandas comuns:
   pessoais, intelectuais, políticas (no âmbito
   institucional e simbólico).
V. Pensando os universos políticos/
          acadêmicos II
Artistas, ensaístas, poetas, psicanalistas, sociólogo
                   s e instituições
América Latina
              e seus intelectuais/ ensaístas
                  Diretrizes               Intelectual como carreira     Alguns nomes importantes do
                                                                         ensaísmo
transição do      Referenciais             Parca especialização, parca   O argentino Juan Bautista Alberdi, o
século XIX para   estrangeiros:            profissionalização;           chinelo André Bello, o venezuelano
o século XX       romantismo e             dependência do Estado,        Simon Bolivar, o nicaraguense
                  cientificismo.           mercado consumidor            Ruben Darío, o cubano José Martí,
                                           limitado; elitismo.           uruguaio José Henrique Rodó.
                  Como tradição
                  recorrente, sob um
                  índice um tanto mais
                  original: os ensaios.
Pós-guerra        Maior liberdade de       Vida acadêmica                o peruano José Carlos Mariátegui,
                  atuação tanto política   paulatinamente mais e mais    os argentinos Ezequiel Marínez
                  quanto intelectual (no   institucionalizada. Mas       Estrada e Gabriela Mistral...
                  que diz respeito à       expressiva informalidade.
                  influência externa dos
                  EUA e da Europa).
Sergio e seus contemporâneos
                    Princípios motores da        Intelectual como carreira       Grupos e autores que se
                    reflexão sobre o homem                                       destacam
                    nacional
transição do        interpretações               Elitização, informalidade,      Romancistas românticos e
século XIX para o   românticas laudatórias e     não especialização.             realistas. Parnasianos da ABL.
século XX           interpretações raciais                                       Pesquisadores do IHGB. Silvio
                    denegritórias.                                               Romero, Nina Rodrigues,
                                                                                 Oliveira Viana.
início da década    a problemática da            Informalidade e desejo de       Semana da Arte Moderna.
de 1920             modernização                 ampliação do cardápio de
                    (referência ocidental e      temas e modelos
                    universalizante)             (democratização). Militância.
meados de 1920      a problemática do            Informalidade e desejo de       poetas modernistas
                    nacional como                ampliação do cardápio de        (antropófagos, grupo Verde-
                    construção                   temas e modelos                 amarelo, literatos ligados a
                                                 (democratização). Rachas.       Graça Aranha), e ensaístas
                                                                                 como Paulo Prado.


década de 1930      discurso romântico de        Parca institucionalização da    poetas mais autonômos como
                    sustentação ao poder         academia: surgem as             Murilo Mendes, Drummond e
                    institucionalizado, e/ou a   primeiras universidades.        Manuel Bandeira; ensaístas
                    crítica das construções      Estado como financiador de      como Gilberto Freyre, Sergio
                    operadas                     políticas culturais de grande   e Caio Prado.
                                                 alcance.
Ramos e seus contemporâneos
                   Princípios motores da     Intelectual como carreira       Grupos e autores que se destacam
                   reflexão sobre o
                   homem nacional
transição do       interpretações            Informalidade ou ação técnica   Romancistas românticos e realistas.
século XIX para    românticas laudatórias    como assessores do ditador.     Poetas modernistas. Pesquisadores
o século XX        e interpretações                                          do IHGB. Técnicos ligados ao
                   cientificistas e                                          ditador, chamados “científicos”.
                   modernizantes
                   (referência ocidental e
                   universalizante).

início da década   Revolução.                Militância. Desejo de           Ateneo de la Juventud, Los siete
de 1920                                      institucionalização de novos    sábios, e os poetas estridentistas.
                                             padrões de comportamento e
                                             procedimentos políticos.
meados de 1920     a problemática do         Institucionalização e desejo    Vasconcelos como ministro; Caso,
                   nacional como             de ampliação do cardápio de     Ureña e Reyes. Marxistas entre os
                   construção                temas e modelos                 estridentistas e ao lado de
                                             (democratização ao menos        Lombardo Toledano. Poetas e
                                             simbólica). Rachas.             ensaístas ligados à revista
                                                                             Contemporáneos.
década de 1930     discurso romântico de     Forte institucionalização;      Os callistas Rafael Sáenz e
                   sustentação ao poder      carreira intelectual            Lombardo Toledano, e o ensaístas
                   institucionalizado, e/    oficializada.                   Samuel Ramos (que dava os
                   ou crítica das                                            primeiros passos para a legitimação
                   construções operadas                                      de uma Filosofia Mexicana).
Europa Central e seus intelectuais
                  Questões postas         Intelectual como carreira        Campos e vertentes


transição do      Quem é o homem
século XIX para   moderno? Quem é o       Vida acadêmica
o século XX       homem local? Como       institucionalizada. Mas
                  lidar com a             expressiva informalidade,        Romantismo na Filosofia e na
                  diversidade? Como       sobretudo, é claro, no caso      Literatura.
                  pensar Estados          dos artistas e literatos.
                  unificados, ordenados
                  e promissores?

Pós-guerra        Quais os fundamentos                                     Poetas expressionistas
                  dos problemas           Relativa independência, no
                  mentais/espirituais e   que diz respeito aos Estados.
                  sociais/políticos? Na   A lógica universitária pautada   Psiquiatria e Psicanálise: Freud,
                  região e no mundo?      na diferenciação entre           Adler, Jung.
                  Nos indivíduos e na     professores Privatdozent
                  coletividade?
                                          e Dozent.
                                                                           História e Sociologia: Simmel,
                                                                           Weber, Sombart.
                                          Questão política: carisma e
                                          relações de amizade.
                                          Questão “racial” primordial:
                                          anti-semitismo.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Artigo anpuh 2013 joão carlos de freitas borges
Artigo anpuh 2013   joão carlos de freitas borgesArtigo anpuh 2013   joão carlos de freitas borges
Artigo anpuh 2013 joão carlos de freitas borgesJoão Carlos Borges
 
8636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615
8636445 texto do artigo-6122-1-10-201506158636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615
8636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615LucasGabriel820719
 
Monografia - pensamento politico militar do Che
Monografia - pensamento politico militar do CheMonografia - pensamento politico militar do Che
Monografia - pensamento politico militar do CheIsabel Cunha Lopes
 
Literariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLiterariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLima Venancio
 
A literatura e a formação do homem
A literatura e a formação do homemA literatura e a formação do homem
A literatura e a formação do homemJussiara Amaral
 
127 texto do artigo-240-2-10-20200104
127 texto do artigo-240-2-10-20200104127 texto do artigo-240-2-10-20200104
127 texto do artigo-240-2-10-20200104LucasGabriel820719
 
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiro
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiroPlinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiro
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiroHelciclever Barros
 
A problematica do pos-modernismo
A problematica do pos-modernismoA problematica do pos-modernismo
A problematica do pos-modernismoLucas pk'
 
Sandro ornellas
Sandro ornellasSandro ornellas
Sandro ornellasliterafro
 
A literatura infantil e a crítica
A literatura infantil e a críticaA literatura infantil e a crítica
A literatura infantil e a críticamarimidlej
 
Literatura Brasileira
Literatura BrasileiraLiteratura Brasileira
Literatura BrasileiraProfessor
 
Apostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreApostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreMaria Teresa Fortes
 
Tese dadie kacou_christian
Tese dadie kacou_christianTese dadie kacou_christian
Tese dadie kacou_christianhcesarcl
 
Literatura brasileira ii_1360182109
Literatura brasileira ii_1360182109Literatura brasileira ii_1360182109
Literatura brasileira ii_1360182109Maria Guimarães
 
Movimento Literário Realismo
Movimento Literário Realismo Movimento Literário Realismo
Movimento Literário Realismo Luiz Fernando
 

Mais procurados (20)

Artigo anpuh 2013 joão carlos de freitas borges
Artigo anpuh 2013   joão carlos de freitas borgesArtigo anpuh 2013   joão carlos de freitas borges
Artigo anpuh 2013 joão carlos de freitas borges
 
Critica
CriticaCritica
Critica
 
64024698012
6402469801264024698012
64024698012
 
8636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615
8636445 texto do artigo-6122-1-10-201506158636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615
8636445 texto do artigo-6122-1-10-20150615
 
Monografia - pensamento politico militar do Che
Monografia - pensamento politico militar do CheMonografia - pensamento politico militar do Che
Monografia - pensamento politico militar do Che
 
Literariedade e mimesis
Literariedade e mimesisLiterariedade e mimesis
Literariedade e mimesis
 
A literatura e a formação do homem
A literatura e a formação do homemA literatura e a formação do homem
A literatura e a formação do homem
 
127 texto do artigo-240-2-10-20200104
127 texto do artigo-240-2-10-20200104127 texto do artigo-240-2-10-20200104
127 texto do artigo-240-2-10-20200104
 
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiro
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiroPlinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiro
Plinio marcos um maldito dramaturgo intelectual brasileiro
 
A problematica do pos-modernismo
A problematica do pos-modernismoA problematica do pos-modernismo
A problematica do pos-modernismo
 
Sandro ornellas
Sandro ornellasSandro ornellas
Sandro ornellas
 
Generos Subalternizacao Edson Soares Martins
Generos Subalternizacao   Edson Soares MartinsGeneros Subalternizacao   Edson Soares Martins
Generos Subalternizacao Edson Soares Martins
 
A literatura infantil e a crítica
A literatura infantil e a críticaA literatura infantil e a crítica
A literatura infantil e a crítica
 
Literatura Brasileira
Literatura BrasileiraLiteratura Brasileira
Literatura Brasileira
 
Apostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libreApostila literatura brasileira-libre
Apostila literatura brasileira-libre
 
Texto 2 larissa
Texto 2 larissaTexto 2 larissa
Texto 2 larissa
 
Tese dadie kacou_christian
Tese dadie kacou_christianTese dadie kacou_christian
Tese dadie kacou_christian
 
Literatura brasileira ii_1360182109
Literatura brasileira ii_1360182109Literatura brasileira ii_1360182109
Literatura brasileira ii_1360182109
 
Movimento Literário Realismo
Movimento Literário Realismo Movimento Literário Realismo
Movimento Literário Realismo
 
Introdução entre o mito e a fronteira
Introdução entre o mito e a fronteiraIntrodução entre o mito e a fronteira
Introdução entre o mito e a fronteira
 

Destaque (19)

Estados Unidos 1929
Estados Unidos 1929Estados Unidos 1929
Estados Unidos 1929
 
Ppla sessão 10
Ppla   sessão 10Ppla   sessão 10
Ppla sessão 10
 
Geração y
Geração yGeração y
Geração y
 
Aula Introdutória: Amor No Imperio
Aula Introdutória: Amor No ImperioAula Introdutória: Amor No Imperio
Aula Introdutória: Amor No Imperio
 
Propaganda e identidade
Propaganda e identidadePropaganda e identidade
Propaganda e identidade
 
Primeira Guerra Mundial
Primeira Guerra MundialPrimeira Guerra Mundial
Primeira Guerra Mundial
 
Salazarismo
SalazarismoSalazarismo
Salazarismo
 
A Era Estalinista Na Urss
A Era Estalinista Na UrssA Era Estalinista Na Urss
A Era Estalinista Na Urss
 
A Sociedade Senhorial
A Sociedade SenhorialA Sociedade Senhorial
A Sociedade Senhorial
 
Ditadura Argentina
Ditadura ArgentinaDitadura Argentina
Ditadura Argentina
 
Stalinismo
StalinismoStalinismo
Stalinismo
 
O estalinismo
O estalinismoO estalinismo
O estalinismo
 
stalinismo
stalinismostalinismo
stalinismo
 
Stalinismo
StalinismoStalinismo
Stalinismo
 
Educação no trânsito
Educação no trânsitoEducação no trânsito
Educação no trânsito
 
O Antigo Egipto
O Antigo EgiptoO Antigo Egipto
O Antigo Egipto
 
Era estalinista
Era estalinistaEra estalinista
Era estalinista
 
Arte do Paleolitico
Arte do PaleoliticoArte do Paleolitico
Arte do Paleolitico
 
Estalinismo
EstalinismoEstalinismo
Estalinismo
 

Semelhante a Qualificação

Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006jorgefutatahotmail
 
Teoria e historia jose carlos reis
Teoria e historia   jose carlos reisTeoria e historia   jose carlos reis
Teoria e historia jose carlos reisFabiana de Andrade
 
Revolução Mexicana: um perfil político
Revolução Mexicana: um perfil políticoRevolução Mexicana: um perfil político
Revolução Mexicana: um perfil políticoAna Lod Ferreira
 
Cartas aos meus amigos
Cartas aos meus amigosCartas aos meus amigos
Cartas aos meus amigosIvan Andrade
 
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo Zea
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo ZeaO debate entre Salazar Bondy e Leopoldo Zea
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo ZeaAna Vilela
 
Caderno de Seminário de Pesquisa
Caderno de Seminário de PesquisaCaderno de Seminário de Pesquisa
Caderno de Seminário de PesquisaIvete Almeida
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaCynthia Funchal
 
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadePós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadeAmanda Guerra
 
Movimento Literário Realismo -
Movimento Literário Realismo - Movimento Literário Realismo -
Movimento Literário Realismo - Gabriel Alves
 
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...Gabriel Alves
 
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe Corrêa
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe CorrêaO Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe Corrêa
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe CorrêaBlackBlocRJ
 
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptx
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptxBrasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptx
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptxNome Sobrenome
 
O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault
 O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault
O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucaultAndréia Brito de Souza
 
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.Jose Denilson Figueira
 
2ª série - LP 21.pptx
2ª série - LP 21.pptx2ª série - LP 21.pptx
2ª série - LP 21.pptxGoisTec
 
Ultrarromantismo uma introdução
Ultrarromantismo uma introduçãoUltrarromantismo uma introdução
Ultrarromantismo uma introduçãoSamara Silva
 
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.IFPE - Campus Garanhuns
 

Semelhante a Qualificação (20)

Caio prado
Caio pradoCaio prado
Caio prado
 
Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006Artes literatura programa_ii_2006
Artes literatura programa_ii_2006
 
Teoria e historia jose carlos reis
Teoria e historia   jose carlos reisTeoria e historia   jose carlos reis
Teoria e historia jose carlos reis
 
Revolução Mexicana: um perfil político
Revolução Mexicana: um perfil políticoRevolução Mexicana: um perfil político
Revolução Mexicana: um perfil político
 
Cartas aos meus amigos
Cartas aos meus amigosCartas aos meus amigos
Cartas aos meus amigos
 
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo Zea
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo ZeaO debate entre Salazar Bondy e Leopoldo Zea
O debate entre Salazar Bondy e Leopoldo Zea
 
Caderno de Seminário de Pesquisa
Caderno de Seminário de PesquisaCaderno de Seminário de Pesquisa
Caderno de Seminário de Pesquisa
 
Romantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - ProsaRomantismo no Brasil - Prosa
Romantismo no Brasil - Prosa
 
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidadePós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
Pós-modernismo e a arte de definir a contemporaneidade
 
O Mito do Autor
O Mito do AutorO Mito do Autor
O Mito do Autor
 
Movimento Literário Realismo -
Movimento Literário Realismo - Movimento Literário Realismo -
Movimento Literário Realismo -
 
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...
Movimento Literário Realismo: A diferença do comportamento humano conforme a ...
 
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe Corrêa
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe CorrêaO Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe Corrêa
O Pensamento Socialista Libertário de Noam Chomsky - Felipe Corrêa
 
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptx
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptxBrasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptx
Brasil-Neomodernismo-Geracao-de-1945 (2.0).pptx
 
O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault
 O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault
O HOMEM ESTÁ MORTO? - ENTREVISTA COM Michael foucault
 
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.
Realismo: Retrato da sociedade brasileira com base em obras Machadianas.
 
2ª série - LP 21.pptx
2ª série - LP 21.pptx2ª série - LP 21.pptx
2ª série - LP 21.pptx
 
Ultrarromantismo uma introdução
Ultrarromantismo uma introduçãoUltrarromantismo uma introdução
Ultrarromantismo uma introdução
 
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.
Bosi, alfredo. formações ideológicas na cultura brasileira.
 
Hz242 a
Hz242 aHz242 a
Hz242 a
 

Mais de Ana Lod Ferreira (11)

Afro brasil
Afro brasilAfro brasil
Afro brasil
 
Pressupostos
PressupostosPressupostos
Pressupostos
 
Franquismo
FranquismoFranquismo
Franquismo
 
Nazismo
NazismoNazismo
Nazismo
 
Integralismo
IntegralismoIntegralismo
Integralismo
 
Fascismo
FascismoFascismo
Fascismo
 
Socialismo de Marx à Rússia
Socialismo de Marx à RússiaSocialismo de Marx à Rússia
Socialismo de Marx à Rússia
 
Revolução Mexicana
Revolução MexicanaRevolução Mexicana
Revolução Mexicana
 
11 Mandela
11 Mandela11 Mandela
11 Mandela
 
6 Republica
6 Republica6 Republica
6 Republica
 
Revolta da Vacina
Revolta da VacinaRevolta da Vacina
Revolta da Vacina
 

Qualificação

  • 1. Raízes e perfis do homem e da modernidade na América Latina Uma história dos Conceitos e Métodos propostos nos clássicos livros de Sergio Buarque de Holanda e Samuel Ramos
  • 2. Hipótese central: • Junto ao lado de importantes referenciais locais, o pensamento centro-europeu teve primordial importância nas interpretações de RdB e OphcM sobre a modernidade latino- americana como uma modernidade autêntica.
  • 3. Eles recorreram a um aparato teórico plural: a) tanto no que diz respeito ao contexto no qual são formulados (América Latina e Europa Central); b) quanto no que diz respeito à categoria na qual se insere tal aparato (ensaísmo, Literatura, Psicanálise, Sociologia)... Para dar conta de uma realidade plural. DEMANDAS PLURAIS ESPAÇO DE EXPERIÊNCIA MARCADO PELA PLURALIDADE HORIZONTE DE EXPECTATIVA MARCADO PELA PLURALIDADE
  • 4. I. Estruturação do texto da Qualificação a) Conceitos, abordagens, teorizações b) Justificativas – importância atual: integração/identificação (cultural) » integração institucional/econômica revisão dos modos de se escrever História c) Objetos centrais de análise d) Objetos tangentes (embora fundamentais): biografia dos autores, universo acadêmico que os envolveu, questões político institucionais em vigor na época... Enfim: o que denomino “demandas”.
  • 5. a) Conceitos, abordagens e teorizações a.1. conceitos:  Raízes e perfis # passado e presente # construção e vivência # identidade e atualidade # processo e modus operandi.  Homem e modernidade # identidade e modernidade # latinoamericanidade e latino-americanidade em novos tempos # continuidades e descontinuidades # arcaísmos e avanços # homem médio e projetos de desenvolvimento.  Conceitos e Métodos # elaborações e procedimentos = textos X “contextos” # construção e vivência # o que está dado e algumas movimentações interpretativas # o que se pode ler a algumas correlações.  Mais adiante, de maneira mais clara e evidente, também: subjetividade e objetividade # individual e coletivo # espiritual e material # psicogênese e sociogênese # subjetividade no homem latinoamericano, do homem moderno e também dos intelectuais que analisam.
  • 6. Conceito fundamental: “Modernidade”: » Para Koseleck:  “dimensão histórica e antropológica inerente a toda conceituidade”; porque todo conceito é criado e cria realidade.  “tempo histórico” como conceito.  “modernidade” como conceito: referente à Alemanha, entre outros países, e referente ao século XIX (Romantismo).  “modernidade” como conceito: presente constrói o passado e elabora futuro. » Para Berman:  “modernidade” 1: referente à Alemanha, entre outros países, e referente ao século XIX – otimismo crítico.  “modernidade” 2: referente à Alemanha, entre outros países, e referente ao pós 1960 – ceticismo.
  • 7. » Para Sergio e Ramos: “modernidade”: América Latina, início do século XX. “modernidade”: construção do passado e projeção do futuro.  mas um passado ainda muito presente; e um futuro que se teme e se deseja ansiosamente. noção de identidade latino-americana X noção de tempo histórico koselleckiana = noção de modernidadeS (dentre as quais, a latino-americana).
  • 8. Me pergunto se nós, latino-americanos, não teríamos, afinal, em nossa própria cultura política e literária, essas bases (...) Me pergunto se a história de nosso pensamento latino-americano não seria largamente caracterizada por visões de ação, modos de encontro, conflito e diálogos tensos mas de qualquer maneira encontrados, e, por fim, concepções de enfrentamento da ordem estabelecida. Me pergunto, enfim, se nossa intelectualidade, desde o início do século XX, já não trabalhava com uma visão crítica da civilização ocidental. Sim, aqui se trabalhava sob o signo de uma identidade/modernidade periféricas; porém, o trauma da irresolução em meados da década de 1930 passou a inspirar avaliações acerca do passado num viés não derrotista, mas crítico e marcado por uma suave esperança em relação ao futuro...
  • 9. a.2. abordagens: » Para Berman e Koselleck: foco nos clássicos europeus e norte-americanos. » Para Silviano Santiago:  Toma dois textos produzidos em conjunturas diversas, impedindo maiores especulações sobre a dimensão temporal que envolve a produção de cada um. » Para Claudia Wasserman: conjuntura (dada) X texto (construção voluntária), separadamente.  Nada sobre conceitos.  Nada sobre métodos.
  • 10. Concordo que considerar a conjuntura na qual clássicos são elaborados é fundamental, tanto para que tomemos dimensão das demandas econômicas, políticas e sociais que os envolvem e viabilizam; quanto para que compreendamos com maior radicalidade os conceitos, vocábulos e leituras compartilhados. Mas Não se deve obliterar aquilo que os autores apresentam acerca da vida, da sociedade e da intelectualidade que experimentaram quando da elaboração de suas obras; não podemos deixar de conceder foco intenso às leituras que eles próprios fizeram do mundo.
  • 11. » Para Dominick LaCapra (Creio que o ocultei erroneamente). “CON/TEXTOS” = DIÁLOGOS ENTRE TEXTOS Tipos de “textos”, na visão de LaCapra: a) Obras clássicas; b) Biografias de autores; c) Estudos e registros sobre o universo acadêmica na qual esses autores estavam inseridos; d) Estudos e registros sobre a conjuntura histórico-social na qual estavam inseridos. e) Textos produzidos hoje sobre os conceitos e métodos propostos nas obras clássicas. f) Etc... Tudo isso, por fim, aborda demandas; quer dizer: o ponto entre “espaço de experiência” e “horizonte de expectativa”.
  • 12. • “Estudos”: bibliografia mais recente. • ”Registros”: cartas, ... artigos de jornal, ... os próprios textos de RdB e OphcM, ... e textos de intelectuais com os quais eles conviveram, e se referem em suas obras tanto ao universo acadêmico, quanto a questões relativas ao momento histórico no qual estavam inseridos.
  • 13. Nesta Tese, são os textos que inspiram uma dada possibilidade de análise dos contextos, e não o contrário.
  • 14. II. Estruturação do texto da Tese • Partindo da produção daqueles dois jovens ensaístas... Para os textos com os quais possivelmente dialogaram...
  • 15. • Parte 1: Os objetos que privilegio, e sobre os quais pretendo, sobretudo, apresentar entendimentos. • Parte 2: Estabelecendo pontes entre os textos de RdB e OphcM e textos brasileiros e mexicanos que Sergio e Ramos possivelmente leram. ENSAÍSTAS E POETAS. • Parte 3: Terceiro movimento  saltando para fora das fronteiras nacionais, em direção à Europa Central. PSICANALISTAS E SOCIÓLOGOS.
  • 16. Pretensão fundamental 1: • Com esse movimento, de fora para dentro, busco demonstrar que, sim, beberam de referenciais estrangeiros (uma necessidade legítima). • Busco demonstrar que esse movimento se iniciou dentro. E que houve uma autêntica busca local por inspiração e parâmetros. De forma ativa, e não passiva. • Caso contrário (se começasse pela Europa Central), poderia deixar a impressão de que um dado desenvolvimento ocorreu fora, era estrangeiro, e invadiu a lógica de produção local.
  • 17. Pretensão fundamental 2 • Começo pela produção ensaística e poética... e depois parto para autores estrangeiros que trabalham com estruturas mais “fechadas”. • Quero dizer, assim, que o ensaísmo e a Literatura foram definitivas para RdB e OphcM se configurassem como obras autênticas. • Ensaísmo e Literatura brasileiros e mexicanos focavam o subjetivo e a pluralidade. Diferentemente de muito dos referenciais tidos como “científicos. • Ensaísmo e Literatura brasileiros e mexicanos, focando o subjetivo e o plural, levam Sergio e Ramos a escolher referenciais “científicos” que justamente estavam preocupados com o subjetivo e o plural.
  • 18. III. RdB e OphcM • Temas e definições: homem cordial e pelado. • Forma: o repetitivo e a fluidez. Contradição: tradição e avanço. • Um novo olhar: enviesado, mestiço, tensionado. Contradição: Abertura? Criatividade? Formas fixas? (pag. 38)
  • 19. Definições: o homem latino-americano Ferramentas de interpretação que dariam conta de sua dimensão histórica poética psicológica social Buscando: “o que está por trás da máscara”.
  • 20. Sergio Ramos Homem cordial Pelado Diversos estratos Diversos estrados sociais sociais Cordial Violento Vulnerável e Vulnerável e mascarado mascarado Passional Passional Imediatista Imediatista Individualista Individualista
  • 21. Forma: RdB OphcM Um tipo principal Vários tipos contemporâneos, contemporâneo. desdobrados do principal. Outros tipos históricos, que se Não “categorização” dos tipos desdobram no tipo presente. históricos. Tipo como conceito interpretativo de determinada conjuntura; realidade como mutável. Tipos como conceitos: ferramentas de interpretação das respostas mais comuns, e não respostas. Tipos como conceitos: descrição de um “homem” (um indivíduo”) para melhor entendimento de toda uma cultura (plural).
  • 22. Um novo olhar: a modernidade mestiça o brasileiro mestiço de RdB O mexicano mestiço de OphcM Negro: mão-de-obra; passividade. Índio: “matiz de color”; passividade. Índio: ociosidade e astúcia. Português: base civilizacional; aberto à Espanhol: base civilizacional; aberto à miscigenação e flexível em relação à miscigenação; passional. hierarquia (cultura da personalidade); imprevidente (semeador). Espanhol: previdente (ladrilhador). Francês: base filosófica/conceitual. Estados Unidos: ética protestantes (tipo Estados Unidos: paradigma materialista, trabalhador). pragmático.
  • 23. IV. Pensando os universos políticos/ acadêmicos 1 Antecipando algumas questões: a) Sobre semelhanças a despeito da improbabilidade do acesso direto. b) Sobre demandas comuns: pessoais, intelectuais, políticas (no âmbito institucional e simbólico).
  • 24. V. Pensando os universos políticos/ acadêmicos II Artistas, ensaístas, poetas, psicanalistas, sociólogo s e instituições
  • 25. América Latina e seus intelectuais/ ensaístas Diretrizes Intelectual como carreira Alguns nomes importantes do ensaísmo transição do Referenciais Parca especialização, parca O argentino Juan Bautista Alberdi, o século XIX para estrangeiros: profissionalização; chinelo André Bello, o venezuelano o século XX romantismo e dependência do Estado, Simon Bolivar, o nicaraguense cientificismo. mercado consumidor Ruben Darío, o cubano José Martí, limitado; elitismo. uruguaio José Henrique Rodó. Como tradição recorrente, sob um índice um tanto mais original: os ensaios. Pós-guerra Maior liberdade de Vida acadêmica o peruano José Carlos Mariátegui, atuação tanto política paulatinamente mais e mais os argentinos Ezequiel Marínez quanto intelectual (no institucionalizada. Mas Estrada e Gabriela Mistral... que diz respeito à expressiva informalidade. influência externa dos EUA e da Europa).
  • 26. Sergio e seus contemporâneos Princípios motores da Intelectual como carreira Grupos e autores que se reflexão sobre o homem destacam nacional transição do interpretações Elitização, informalidade, Romancistas românticos e século XIX para o românticas laudatórias e não especialização. realistas. Parnasianos da ABL. século XX interpretações raciais Pesquisadores do IHGB. Silvio denegritórias. Romero, Nina Rodrigues, Oliveira Viana. início da década a problemática da Informalidade e desejo de Semana da Arte Moderna. de 1920 modernização ampliação do cardápio de (referência ocidental e temas e modelos universalizante) (democratização). Militância. meados de 1920 a problemática do Informalidade e desejo de poetas modernistas nacional como ampliação do cardápio de (antropófagos, grupo Verde- construção temas e modelos amarelo, literatos ligados a (democratização). Rachas. Graça Aranha), e ensaístas como Paulo Prado. década de 1930 discurso romântico de Parca institucionalização da poetas mais autonômos como sustentação ao poder academia: surgem as Murilo Mendes, Drummond e institucionalizado, e/ou a primeiras universidades. Manuel Bandeira; ensaístas crítica das construções Estado como financiador de como Gilberto Freyre, Sergio operadas políticas culturais de grande e Caio Prado. alcance.
  • 27. Ramos e seus contemporâneos Princípios motores da Intelectual como carreira Grupos e autores que se destacam reflexão sobre o homem nacional transição do interpretações Informalidade ou ação técnica Romancistas românticos e realistas. século XIX para românticas laudatórias como assessores do ditador. Poetas modernistas. Pesquisadores o século XX e interpretações do IHGB. Técnicos ligados ao cientificistas e ditador, chamados “científicos”. modernizantes (referência ocidental e universalizante). início da década Revolução. Militância. Desejo de Ateneo de la Juventud, Los siete de 1920 institucionalização de novos sábios, e os poetas estridentistas. padrões de comportamento e procedimentos políticos. meados de 1920 a problemática do Institucionalização e desejo Vasconcelos como ministro; Caso, nacional como de ampliação do cardápio de Ureña e Reyes. Marxistas entre os construção temas e modelos estridentistas e ao lado de (democratização ao menos Lombardo Toledano. Poetas e simbólica). Rachas. ensaístas ligados à revista Contemporáneos. década de 1930 discurso romântico de Forte institucionalização; Os callistas Rafael Sáenz e sustentação ao poder carreira intelectual Lombardo Toledano, e o ensaístas institucionalizado, e/ oficializada. Samuel Ramos (que dava os ou crítica das primeiros passos para a legitimação construções operadas de uma Filosofia Mexicana).
  • 28. Europa Central e seus intelectuais Questões postas Intelectual como carreira Campos e vertentes transição do Quem é o homem século XIX para moderno? Quem é o Vida acadêmica o século XX homem local? Como institucionalizada. Mas lidar com a expressiva informalidade, Romantismo na Filosofia e na diversidade? Como sobretudo, é claro, no caso Literatura. pensar Estados dos artistas e literatos. unificados, ordenados e promissores? Pós-guerra Quais os fundamentos Poetas expressionistas dos problemas Relativa independência, no mentais/espirituais e que diz respeito aos Estados. sociais/políticos? Na A lógica universitária pautada Psiquiatria e Psicanálise: Freud, região e no mundo? na diferenciação entre Adler, Jung. Nos indivíduos e na professores Privatdozent coletividade? e Dozent. História e Sociologia: Simmel, Weber, Sombart. Questão política: carisma e relações de amizade. Questão “racial” primordial: anti-semitismo.