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ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO E/OU
PERFUROCORTANTES ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Os acidentes de trabalho com material biológico e/ou perfurocortante
apresentam alta incidência entre os profissionais de saúde e aqueles ainda em
treinamento devido aos inúmeros riscos ocupacionais a que esses
trabalhadores/alunos estão expostos. Na Universidade Federal de São Paulo –
Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM) / Hospital São Paulo (HSP), o
Programa de Atendimento de Acidentes com Material Biológico é de
competência da Comissão Controle Infecção Hospitalar (CCIH) que presta
atendimento em tempo integral (24 horas por dia, todos os dias da semana,
incluindo finais de semana e feriados) aos funcionários, alunos, estagiários
acidentados do complexo UNIFESP – EPM / HSP.
O Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas/UNIFESP,
campus Diadema, oficializou uma parceria com a CCIH, e todos os acidentes
com material biológico e/ou perfurocortantes durante nossas aulas práticas
deverão ser encaminhados a CCIH.
CONCEITOS IMPORTANTES
a. Acidentes ocupacionais com material biológico:
Os acidentes envolvendo sangue ou outros fluidos orgânicos potencialmente
contaminados correspondem às exposições mais comumente relatadas. Os
ferimentos com material pérfuro-cortante em geral são considerados
extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais
de 50 tipos de patógenos diferentes. Sendo que, os agentes infecciosos mais
frequentemente relatados são o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e os
vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV).
O risco de adquirir infecção pós-exposição ocupacional é variável e depende
de diversos fatores como o tipo de acidente, tamanho e gravidade da lesão,
presença e volume de sangue envolvido, condições clínicas do paciente-fonte
e seguimento adequado pós-exposição.
b. Tipos de exposição envolvendo material biológico consideradas de
risco:
- Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou
cortantes (ex.: agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, etc.).
- Exposições de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho,
nariz ou boca; ou exposição de mucosa genital.
- Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta
dermatites ou feridas abertas.
- Arranhaduras e/ou mordeduras: são consideradas de risco quando envolvem
a presença de sangue.
MEDIDAS DE CONTROLE
Evitar a exposição ocupacional é o principal caminho para prevenir a
transmissão dos vírus das hepatites B e C e o HIV. Entretanto, a imunização
contra hepatite B e o atendimento adequado pós-exposição são componentes
integrais para um completo programa de prevenção de infecção após acidente
ocupacional e são importantes elementos para segurança do trabalho.
a. Medidas individuais: recomendações aos PAS
- Realizar o esquema completo da vacinação contra a hepatite B;
- Adotar precauções padrão: sempre utilizar luvas, óculos, máscara e avental
quando manipular sangue e secreções (independente do diagnóstico do
paciente);
- Manter atenção durante a realização dos procedimentos;
- Manipular com cuidado as agulhas e instrumentos cortantes;
- Não utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos
que utilizem materiais pérfuro-cortantes;
- Não reencapar as agulhas e não entortá-las, quebrá-las ou retirá-las das
seringas com as mãos;
- Desprezar conjunto seringa/agulha sem desmontá-lo;
- Seguir as recomendações para montagem e preenchimento das caixas de
pérfuro-cortantes;
- Desprezar todo material pérfuro-cortante, mesmo que estéril, em recipientes
adequados.
b. Acompanhamento pós exposição
- Coleta e realização das sorologias para HIV, hepatite B e hepatite C do
profissional acidentado e do paciente-fonte. Outras sorologias podem ser
solicitadas de acordo com a situação epidemiológica, tais como: sorologia para
Doença de Chagas, HTLV, sífilis.
- Indicação de profilaxia quando recomendado.
CONDUTAS GERAIS APÓS O ACIDENTE
a.Tratamento imediato do local da exposição
- Exposições percutâneas: o local exposto deve ser lavado exaustivamente
com água e sabão. Não apertar, espremer ou pressionar o local, pois isto
pode aumentar a superfície de contato. Anti-sépticos podem ser utilizados,
embora não exista evidência de que sua aplicação seja eficaz. Nunca
utilizar agentes irritantes (como hipoclorito, éter, benzina) sobre o local.
- Exposição de mucosa: a área exposta deve ser lavada apenas com água
ou soro fisiológico 0,9%.
b.Fluxo de atendimento
1. Comunicar o paciente-fonte e solicitar seu consentimento para
realização dos exames.
2. Coletar 2 tubos secos do paciente-fonte e identificá-los com nome
completo. Junto com os tubos deverá ser encaminhado impresso com os
seguintes dados do paciente-fonte:
i. Nome da mãe
ii. Data de nascimento
iii. Estado civil
iv. Sexo
3. O acidentado deverá comparecer à CCIH, juntamente com os 2 tubos de
sangue do paciente-fonte, já coletados no local do acidente.
CCIH (Rua Napoleão de Barros, 690, 2º andar) de segunda a sexta-feira
das 8 as 17h.
4. Fora do horário de funcionamento acima citado:
-O professor responsável deve entrar em contato com o celular 97140-
5698 (CCIH) para esclarecer o acidente.
-Comparecer ao Hospital São Paulo (professor e aluno) (Rua Napoleão
de Barros, 715) com os 2 tubos secos da fonte.
-Dirigir-se à enfermaria DIPA (7º andar), deixar um tubo para ser
armazenado na geladeira da enfermaria. O outro tubo deverá ser
encaminhado pelo professor ao Laboratório Central (2º andar) com
pedido para teste rápido de HIV preenchido com os dados do paciente-
fonte. O pedido para teste rápido de HIV deve ser retirado na enfermaria
DIPA.
-Deve-se esperar os 50 minutos para o resultado do teste rápido para
procedimentos posteriores em caso de positividade para HIV. Em caso
de teste rápido positivo para HIV, entrar novamente em contato no
celular da CCIH.
-O ACIDENTADO deve comparecer na CCIH no próximo dia útil (horário
normal de funcionamento da CCIH), para preenchimento de notificação
do acidente. O tubo que ficou armazenado na enfermaria DIPA deverá
ser retirado pelo profissional que se acidentou, para seu atendimento na
CCIH.
OBSERVAÇÕES GERAIS
- Todo acidente deve ser considerado uma emergência médica!
- O aluno acidentado ao chegar no CCIH deve estar acompanhado do
professor responsável pela aula no momento do acidente.
- Não mandar o ACIDENTADO e as amostras da FONTE apenas com
motorista!
- O ACIDENTADO deve ser encaminhado sempre junto com os tubos de
sangue do paciente-fonte, para que em caso de necessidade de profilaxia pós
exposição ela possa ser iniciada o mais rapidamente possível.

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Acidentes com material biológico entre profissionais da saúde

  • 1. ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO E/OU PERFUROCORTANTES ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Os acidentes de trabalho com material biológico e/ou perfurocortante apresentam alta incidência entre os profissionais de saúde e aqueles ainda em treinamento devido aos inúmeros riscos ocupacionais a que esses trabalhadores/alunos estão expostos. Na Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM) / Hospital São Paulo (HSP), o Programa de Atendimento de Acidentes com Material Biológico é de competência da Comissão Controle Infecção Hospitalar (CCIH) que presta atendimento em tempo integral (24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados) aos funcionários, alunos, estagiários acidentados do complexo UNIFESP – EPM / HSP. O Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas/UNIFESP, campus Diadema, oficializou uma parceria com a CCIH, e todos os acidentes com material biológico e/ou perfurocortantes durante nossas aulas práticas deverão ser encaminhados a CCIH. CONCEITOS IMPORTANTES a. Acidentes ocupacionais com material biológico: Os acidentes envolvendo sangue ou outros fluidos orgânicos potencialmente contaminados correspondem às exposições mais comumente relatadas. Os ferimentos com material pérfuro-cortante em geral são considerados extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir mais de 50 tipos de patógenos diferentes. Sendo que, os agentes infecciosos mais frequentemente relatados são o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e os vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV). O risco de adquirir infecção pós-exposição ocupacional é variável e depende de diversos fatores como o tipo de acidente, tamanho e gravidade da lesão, presença e volume de sangue envolvido, condições clínicas do paciente-fonte e seguimento adequado pós-exposição.
  • 2. b. Tipos de exposição envolvendo material biológico consideradas de risco: - Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou cortantes (ex.: agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, etc.). - Exposições de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; ou exposição de mucosa genital. - Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta dermatites ou feridas abertas. - Arranhaduras e/ou mordeduras: são consideradas de risco quando envolvem a presença de sangue. MEDIDAS DE CONTROLE Evitar a exposição ocupacional é o principal caminho para prevenir a transmissão dos vírus das hepatites B e C e o HIV. Entretanto, a imunização contra hepatite B e o atendimento adequado pós-exposição são componentes
  • 3. integrais para um completo programa de prevenção de infecção após acidente ocupacional e são importantes elementos para segurança do trabalho. a. Medidas individuais: recomendações aos PAS - Realizar o esquema completo da vacinação contra a hepatite B; - Adotar precauções padrão: sempre utilizar luvas, óculos, máscara e avental quando manipular sangue e secreções (independente do diagnóstico do paciente); - Manter atenção durante a realização dos procedimentos; - Manipular com cuidado as agulhas e instrumentos cortantes; - Não utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que utilizem materiais pérfuro-cortantes; - Não reencapar as agulhas e não entortá-las, quebrá-las ou retirá-las das seringas com as mãos; - Desprezar conjunto seringa/agulha sem desmontá-lo; - Seguir as recomendações para montagem e preenchimento das caixas de pérfuro-cortantes; - Desprezar todo material pérfuro-cortante, mesmo que estéril, em recipientes adequados. b. Acompanhamento pós exposição - Coleta e realização das sorologias para HIV, hepatite B e hepatite C do profissional acidentado e do paciente-fonte. Outras sorologias podem ser solicitadas de acordo com a situação epidemiológica, tais como: sorologia para Doença de Chagas, HTLV, sífilis. - Indicação de profilaxia quando recomendado. CONDUTAS GERAIS APÓS O ACIDENTE a.Tratamento imediato do local da exposição - Exposições percutâneas: o local exposto deve ser lavado exaustivamente com água e sabão. Não apertar, espremer ou pressionar o local, pois isto
  • 4. pode aumentar a superfície de contato. Anti-sépticos podem ser utilizados, embora não exista evidência de que sua aplicação seja eficaz. Nunca utilizar agentes irritantes (como hipoclorito, éter, benzina) sobre o local. - Exposição de mucosa: a área exposta deve ser lavada apenas com água ou soro fisiológico 0,9%. b.Fluxo de atendimento 1. Comunicar o paciente-fonte e solicitar seu consentimento para realização dos exames. 2. Coletar 2 tubos secos do paciente-fonte e identificá-los com nome completo. Junto com os tubos deverá ser encaminhado impresso com os seguintes dados do paciente-fonte: i. Nome da mãe ii. Data de nascimento iii. Estado civil iv. Sexo 3. O acidentado deverá comparecer à CCIH, juntamente com os 2 tubos de sangue do paciente-fonte, já coletados no local do acidente. CCIH (Rua Napoleão de Barros, 690, 2º andar) de segunda a sexta-feira das 8 as 17h. 4. Fora do horário de funcionamento acima citado: -O professor responsável deve entrar em contato com o celular 97140- 5698 (CCIH) para esclarecer o acidente. -Comparecer ao Hospital São Paulo (professor e aluno) (Rua Napoleão de Barros, 715) com os 2 tubos secos da fonte. -Dirigir-se à enfermaria DIPA (7º andar), deixar um tubo para ser armazenado na geladeira da enfermaria. O outro tubo deverá ser encaminhado pelo professor ao Laboratório Central (2º andar) com pedido para teste rápido de HIV preenchido com os dados do paciente- fonte. O pedido para teste rápido de HIV deve ser retirado na enfermaria DIPA. -Deve-se esperar os 50 minutos para o resultado do teste rápido para procedimentos posteriores em caso de positividade para HIV. Em caso
  • 5. de teste rápido positivo para HIV, entrar novamente em contato no celular da CCIH. -O ACIDENTADO deve comparecer na CCIH no próximo dia útil (horário normal de funcionamento da CCIH), para preenchimento de notificação do acidente. O tubo que ficou armazenado na enfermaria DIPA deverá ser retirado pelo profissional que se acidentou, para seu atendimento na CCIH. OBSERVAÇÕES GERAIS - Todo acidente deve ser considerado uma emergência médica! - O aluno acidentado ao chegar no CCIH deve estar acompanhado do professor responsável pela aula no momento do acidente. - Não mandar o ACIDENTADO e as amostras da FONTE apenas com motorista! - O ACIDENTADO deve ser encaminhado sempre junto com os tubos de sangue do paciente-fonte, para que em caso de necessidade de profilaxia pós exposição ela possa ser iniciada o mais rapidamente possível.