A protensão não aderente aplica cabos de aço envolvidos em capas plásticas para gerar tensões de compressão no concreto, compensando as tensões de tração durante o uso. Diferentemente da protensão aderente, os cabos não aderem ao concreto e vêm isolados por capas plásticas para proteção contra corrosão. O sistema é mais fácil de operar, barato e adequado para lajes delgadas.
3. O que é protensão não aderente ?
Segundo um trabalho publicado em 1933 por um dos pioneiros na protensão,
Eugene Freyssinet, a técnica baseia-se na criação de tensões prévias de
compressão no concreto, para compensar os esforços de tração que o material
sofrerá quando receber as sobrecargas. No caso de um edifício, os cabos de
protensão ancorados nas extremidades das lajes são tracionados contra o
concreto, comprimindo-o. Mas, além disso, os cabos são dispostos no interior da
peça em ondulações previamente estudadas pelos calculistas, de forma a gerar as
forças de compensação, que atuam sempre em direção ao centro das curvaturas,
contra o sentido das flechas.
Protensão não aderente é regida pelos mesmos princípios da protensão
convencional aderente, isto é, aplica-se às peças estruturais um sistema
permanente de forças por intermédio de cabos esticados, que não retornam ao
comprimento inicial devido a um sistema de ancoragens. Da superposição das
cargas comuns de utilização com as deste sistema, resultam um funcionamento
mais adequado dos materiais estruturais.
A diferença é que no sistema não aderente, os cabos já vêm isolados com
uma capa plástica de polietileno que serve de bainha, além de que uma camada
de graxa de alta densidade se interpõe entre o cabo e a capa, propiciando uma
proteção permanente contra corrosão. Utilizações: para construções de prédios,
pontes, shoppings, silos e fundações.
O sistema é denominado "monocordoalha", pois cada ancoragem segura
apenas uma cordoalha. Devido a seu baixo coeficiente de atrito, geralmente cada
cordoalha leva uma ancoragem pré-encunhada em uma extremidade (ancoragem
passiva), sendo protendida apenas pela outra (ancoragem ativa). A capa protetora
(bainha plástica), feita de polietileno de alta densidade com espessura mínima de
1mm, oferece excelente resistência ao manuseio e arraste por entre as ferragens
frouxa da obra. Apesar de ancoradas individualmente, as cordoalhas podem ser
reunidas em grupos; podem também ser separadas no meio de uma laje para
desviar-se de obstáculos. A protensão é feita por um macaco hidráulico de pistões
paralelos que segura cada cordoalha no centro dos dois pistões, em operação
muito rápida. Pode ser utilizado, também macaco de furo central. A leitura do
alongamento não precisa ser feita em diversos intervalos de pressão, mas
somente ao final da protensão, pois não há acomodação nem retificação da
cordoalha, nem o risco de cabos presos por pasta de injeção dentro das bainhas.
Além da praticidade do manuseio, esse tipo de cordoalha elimina a constante
preocupação com a integridade da bainha metálica durante seu posicionamento
nas fôrmas para se verificar eventuais amassamentos ou entrada de nata de
cimento que possa prender a cordoalha.
Ideal para protensões de baixa densidade, o sistema não aderente foi criado
e desenvolvido para uso em lajes do tipo cogumelo e ganhou força no sudoeste
dos Estados Unidos. Por sua extrema facilidade de aplicação, tornou-se
importantíssimo na desenvolvida indústria de pré-fabricados norte-americana.
4. A procura por um sistema de protensão de fácil operação e de baixo custo,
para a execução de muitas obras de pequenas dimensões, fez surgir no final da
década sde 50 a primeira patente de protensão que utilizava bainhas individuais de
plásticos extrudadas sobre a cordoalha. Como elemento protetor e inibidor da
corrosão, uma graxa especial envolvia a cordoalha antes da extrusão do plástico.
Essa graxa inibidora da corrosão fornece também excelente lubrificação entre a
cordoalha e a capa, reduzindo drasticamente o coeficiente de atrito, que passa de
0.24, no caso de bainhas metálicas, para 0.07, no caso de capa plástica.
Não, já é usada nos Estados Unidos desde o início dos anos 60 e hoje se
espalha por diversos países das Américas, Europa e Ásia. O projeto estrutural e a
execução de obras com este tipo de protensão acham-se devidamente
normalizados por diversos comitês, sendo os mais importantes: O ACI - American
Concrete Institute e o PTI- Post Tension Institute.
Evita bainhas metálicas e a posterior injeção de cimento.
Preços bastante reduzidos.
Lajes para armazenagem de grandes sobrecargas.
Uso para lajes apoiadas no solo - veja item RADIER.
Fácil operação.
Economia de formas.
Maior facilidade e rapidez na colocação das cordoalhas nas formas.
Maior excentricidade possível (importante em lajes finas).
O aço de protensão já chega ao canteiro protegido pela graxa e capa
plástica.
Menor perda por atrito.
Ausência de deformações e fissuras.
Maior durabilidade da estrutura.
Lajes planas.