Ritmo de dor no cérebro
Dor é um fenômeno que resulta de uma integração dinâmica entre os processos: sensorial e contextual ( ex.:cognitivo, emocional e motivacional)
A experiência de dor no cérebro esta associada com oscilações neuronais e diferentes sincronização de frequência.
Um estimulo nocivo, vindo de um processo subjacente, que induz a um processo fisiológico referido como nocicepção que se traduz em dor.
Como compreender os ritmos da dor no cérebro?
Na saúde
Na doença
Cada uma tem suas peculiaridades
A Influência de ampla variedade de fatores contextuais em nosso dia-a-dia permite o uso desta influência como por exemplo
“confortar uma criança que bateu a perna passamos a mão no local ou aproveitar o efeito placebo para terapia de dor".
Ou mesmo como temos uma entrada do estimulo nocivo que pode não causar dor quando temos um objetivo a ser alcançado ( during a long distance run running ... entretanto sob outras condições poderia resultar em forte dor ( quando tememos a uma doença grave )
Este processo de integração não é estático mais precisa ser dinamicamente ajustado para as constantes mudanças na vida cotidiana. Portanto, a integração dinâmica dos processos sensoriais e contextuais desempenha um papel de destaque na dor que provavelmente excede seu papel nas demais modalidades.
2. DEFINIÇÃO DE DOR SEGUNDO IASP
DOR - segundo IASP
No contexto atual, a “International Association for Study of Pain” (IASP) define Dor
como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano
tecidual presente ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”.
3. Definição para Dor e Consciência
DOR uma experiência associada a dano tecidual presente ou potencial, ou descrita
em termos de tal lesão, que esta vinculada a sobrevivência do ser vivo ou do
organismo.
A consciência é um conjunto de imagens que permite fazer funcionar um
organismo vivo
consciência” – do latim
“con” (com) e “scire” (saber)
Damasio responde a seguinte questão: Qual o papel do corpo na emergência da
consciência? R. A consciência de si é construída a partir de uma imagem do corpo,
que decorre por sua vez das sensações que experimentamos ( frio, calor,
palpitações do coração, movimentos, etc.).Elaboramos uma imagem do nosso
corpo e de suas reações em função dos constrangimentos externos . Representação
do corpo e consciência estão intimamente ligados.
4. Para Damasio , Não pode haver consciência sem o mecanismo que o homem é
capaz de criar em seu `”cérebro” uma representação de suas funções
corporais e de suas alterações, isto é , de perceber a si mesmo.
Parafraseando Damasio “ a consciência é o ingresso para iniciar o show da
vida”
5. Hipóteses
A inabilidade do individuo comunicar verbalmente o estado de dor não pode
negar a existência de dor.
6. Dor uma experiência na história
Nos dias atuais da dor:
O alívio da dor é um tema de destaque na sociedade em geral.
A dor aguda e crônica afeta incontáveis pessoas em todo o mundo.
USA, dados mostram que em 2000, havia cerca, de 86 milhões de norte-
americanos com dor crônica ( 65 milhões de pessoas estavam total ou
parcialmente incapacitados.
No Brasil não existem dados epidemiológicos para análises deste tipo. Em
1999 estudo de Prevalência de Dor no HC-FMUSP e Estimativas para a
População Brasileira, estima-se que 13,6 milhões de brasileiros seriam
portadores de quadros dolorosos, persistentes ou intensos , dos quais 50%
a 60% de dores crônicas
Teixeira, M.J. Prevalência de Dor no HC-FMUSP e Estimativas para a População Brasileira. Rev. Méd. São Paulo, vol. 1, p. 36-52. 1999.
Fonte: Sociedade Brasileira da História da Medicina
7. Review Is fetal pain a real evidence? Carlo
Valerio Bellieni1,2 & Giuseppe Buonocore1,3
. Devido ao progresso na cirurgia fetal, é importante adquirir dados sobre dor
fetal. Material e métodos: Realizamos uma pesquisa medline de 1995,
combinando as seguintes palavras-chave: "dor" e "feto", com as seguintes:
"subplaca", "talamocortical", "mielinação", "analgesia", "anestesia", "cérebro",
"estados comportamentais", "substância p". Focamos em: (a) desenvolvimento
fetal de vias nociceptivas; b Reações eletrofisiológicas, endocrinologicas e
comportamentais a estímulos e dores
A maioria dos estudos endocrinologistas, comportamentais e eletrofisiológicos
da dor fetal são realizados no terceiro trimestre, e parecem concordar que o
feto no 3º trimestre pode sentir dor.
8. “
”
A dor não é de todo
um entrave à alegria,
tal como eu entendo a
dor, pois para mim
está vinculada à
intensificação da
consciência."
Manoel Vilas Ordesa – Livro Anatomia da dor
9. Questões para reflexão sobre Postulado (
Prof Abrahão)
Reflexão Construção
1- O que postula a sua teoria?
A dor é um evento que pode ser induzido por um estimulo ou um
gatilho e ser traduzida por experiências distintas e que algumas vezes
é passível de escolha.
2- Que postulados podem ou não ser
refutados? Da intensidade
A consciência da dor não poderia determinar
a intensidade no que se refere normal e
anormal
Reflexão Teoria
3- Que eventos ou exemplos práticos
sustentam esta teoria?
R.
4- Qual a magnitude de contribuição desta
teoria para compreensão global da teoria?
R. A dor não pode ser negada mesmo que o
individuo seja inapto para se expressar
verbalmente como nos casos do Coma, estado
vegetativo, fetal , recém natos, crianças e
idosos. A consciência da dor esta vinculada a
sobrevivência do ser humano.
10. On the feasibility of accessing acute pain–related facial expressions
in the human fetus and its potential implications: a case report
Foi a primeira vez que avaliaram e quantificaram as expressões faciais de dor
aguda no feto durante punção anestésica dolorosa, captada pelo equipamento
de Ultra som 4D
NFCS - sistema de codificação facial neonatal. Esta ferramenta analisou os
dados. Os indicadores utilizados são movimentos faciais do tipo protuberância
da sobrancelha, olhos apertados, sulco nasolabial aprofundado, lábios
abertos, boca esticada no sentindo vertical ou horizontal e língua tensa.
Considera-se a presença de dor quando três ou mais destes movimentos
faciais são observados em um intervalo de tempo (Gaspardo et al., 2008).
Essa abordagem de avaliação da dor durante na vida intrauterina ainda não
foi muito explorada, necessitando de maiores estudos como forma de
monitorar a expressão facial relacionada à dor aguda em fetos humanos.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6181467/
11. On the feasibility of accessing acute pain–related
facial expressions in the human fetus and its
potential implications: a case report
Lisandra Stein Bernardesa,*, Juliana Fontan Ottoliaa, Marina Cecchinib, Antoˆ nio Gomes de Amorim Filhoa,
Manoel Jacobsen Teixeirab, Rossana Pulcineli Vieira Franciscoa, Daniel Ciampi de Andradeb,c, Grupo de Estudo da
Dor Fetal (Fetal Pain Study Group)
Segundo este artigo, um estímulo tátil pode revelar a percepção de dor aguda
no feto. Fato este, foi filmado e registrado pelo equipamento de Ultra som 4D
que mostrou as reações da face do feto antes da punção anestésica e após a
punção.
Este evento pode refutar a teoria dor e consciência
Considerando que na teoria da intensidade “ A dor ocorre quando um estímulo é
mais forte que o normal”
Refutamos defendendo que a dor é induzida por um estimulo neural e a sua
intensidade não determina o normal do que é anormal.
12. Dor em neonatos e crianças: avaliação e intervenções
não farmacológicas
A dor é uma experiência subjetiva, mas pode ser mensurada por meio de
auto/heterorrelato e sinais objetivos de alteração fisiológica e comportamental
Evidências cientificas revelam a existência de instrumentos validados para avaliar
dor em crianças, em diferentes etapas do desenvolvimento. Os indicadores
utilizados são movimentos faciais do tipo protuberância da sobrancelha, olhos
apertados, sulco nasolabial aprofundado, lábios abertos, boca esticada no sentindo
vertical ou horizontal e língua tensa. Considera-se a presença de dor quando três
ou mais destes movimentos faciais são observados em um intervalo de tempo
(Gaspardo et al., 2008).
O feto por volta de 18 a 20 semanas de idade gestacional, neonatos, pré-termo,
mostram reações fisiológicas e comportamentais à dor e ao estresse ((Anand &
Whit Hall, 2007; van de Velde, Jani, De Buck, & Deprest, 2006).
O feto tem os componentes necessários para sentir dor: anatômico,
neurofisiológico, hormonal.
Os recém-nascidos possuem capacidade neurológica para perceber a dor, mesmo
os neonatos prematuros (Bartocci,Bergqvist, Lagercrant, & Anand, 2006).
13. lllllll
A mielinização incompleta implica apenas em velocidade de condução lenta
no trajeto do sistema nervoso central, como a trajetória é de curta duração,
14. Artigo
Pain and consciousness
Luis Garcia-Larrea, Hélène Bastuji
Melzack and Casey , 1968, sugeriram que além da dor ser multidimensional
produzida e distribuída por um padrão neural, mais que também poderia ser
somente concebida como uma sensação consciente.
1990 surgiu o conceito Neuromatrix , uma rede de neurônios generalizada se
extendia ao longo das áreas do cérebro gerando padrões característicos de
impulsos neurais distinguindo cada sensação corporal. A neuromatrix gerou
uma neuroassinatura padrão para dor , na visão de Melzack, a consciência da
dor estava intimamente ligada para a consciência de si mesmo.
15. ANTÔNIO DAMÁSIO
O mistério da consciência
Do corpo e das emoções ao conhecimento de si
Tradução
Laura Teixeira Motta
Revisão técnica
Luiz Henrique Martins Castro
2ª reimpressão
Consciência Inconsciente Vigília Sono Consciência de si mesmo
Coma Estado vegetativo
Os reflexos estariam presentes mesmo com o individuo em Coma,
mais a consciência de si mesmo estaria ausente.
16. Projeto Connectome
Artigo The dynamic Pain Connectome.
A história das teorias da dor estão embasadas primariamente pelos processos
nocecpitivos e não consideram interações com os processos cognitivo e atencional
que estão inerentemente entrelaçados a experiência humana.
Uma das finalidades será devolver a consciência a pacientes em estado
vegetativo ou coma. ( volte a realidade e com as faculdades) Grande desafio
que a ciência teria pela frente.
Áreas A1 = Insula anterior ventral + pACC córtex cingulado anterior (
responsável pela dimensão da dor áreas 24, 32 e 33 forma-se colar parte
frontal do corpo caloso) + Tegumento pontino dorsolateral rostral do tronco
cerebral( pequena região TC associada ao coma)
17. Imaging attentional modulation of pain in
the periaquedutal gray in humans
https://www.jneurosci.org/content/22/7/2748
“ Este estudo mostrou evidências que apoiam a possibilidade da região
periaquedutal cinzenta (PAG), ser um local para maior controle cortical na
modulação da dor em humanos.
a ativação na substância cinzenta (PGA) foi significativamente aumentada
durante a condição de DISTRAÇÃO e o aumento total da ativação foi
preditivo de mudanças na intensidadade percebida.
PAG-substância cinzenta = papel importante na modulação descendente da
dor e no comportamento defensivo.