1) O estudo analisou prescrições de medicamentos para gestantes atendidas pelo sistema público de saúde em Piracicaba, Brasil, usando indicadores de prescrição da OMS e classificação de risco fetal da FDA.
2) 44,7% das gestantes receberam prescrições médicas, sendo os medicamentos mais prescritos aqueles que atuam no sistema hematopoiético (34,9%).
3) 26,0% dos medicamentos prescritos estavam na categoria C de risco fetal da FDA, enquanto 1,5% est
O Uso De Medicamentos Em PuéRpuras Interfere Nas RecomendaçõEs Quanto Ao Alei...Biblioteca Virtual
Este estudo avaliou o uso de medicamentos no pós-parto em quatro hospitais de Belo Horizonte. Mais de 96% das mulheres receberam medicação, principalmente drogas compatíveis com a amamentação. A maioria dos medicamentos prescritos não interferiu na saúde das mães ou recém-nascidos.
1. O documento discute o uso de medicamentos pela mulher durante a amamentação, identificando este como um fator de risco para interrupção precoce do aleitamento.
2. É apresentada uma classificação de medicamentos de acordo com o nível de segurança para uso durante a lactação, variando de compatíveis a perigosos.
3. São discutidos também fatores que podem levar ao desmame desnecessário, como receio materno e informações inadequadas em bulas, e medidas para evitar isto.
Exemplo de artigo de revisão revista de farmácia 2011Bernadete Aragao
Este documento apresenta uma revisão sistemática de 15 estudos descritivos sobre o uso de medicamentos em crianças hospitalizadas. Os estudos analisaram um total de 13.995 pacientes pediátricos internados em oito países diferentes. Os resultados mostraram que a média de medicamentos utilizados por paciente foi de 3,8 e a média de dias de hospitalização por paciente foi de 7,3 dias. Antibióticos foram o grupo terapêutico mais prescrito na maioria dos estudos.
O documento discute os principais aspectos da farmacoterapia em pediatria. As crianças não são pequenos adultos e apresentam diferenças nos parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos em relação aos adultos, o que requer abordagens específicas no manejo da dor e administração de medicamentos. Fatores como comorbidades, doses extrapoladas de adultos e compliance podem afetar a eficácia e segurança da terapia.
1) O documento discute a prática farmacêutica clínica em unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal, incluindo aspectos importantes dessas unidades, estudos de utilização de medicamentos e administração de medicamentos.
2) É destacada a população pediátrica/neonatal, com suas particularidades e impacto na administração de medicamentos.
3) A assistência farmacêutica pediátrica e neonatal é abordada, com ênfase na obtenção sistemática de dados e avaliação farmacêutica
Discussão sobre o Uso racional de medicamentos e o seu histórico. A importância do desenvolvimento dos fármacos, diferença entre medicamento referência, genético e similar, dentro outros tópicos.
O documento discute as particularidades da farmacoterapia pediátrica, incluindo: 1) o uso frequente de medicamentos não licenciados ou sem indicação em crianças; 2) as dificuldades em conduzir estudos clínicos em pediatria; 3) as diferenças anatomofisiológicas entre crianças e adultos que impactam a administração e ação dos medicamentos.
O documento descreve as atividades da Farmácia Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da USP, incluindo o processo de avaliação farmacêutica das prescrições médicas, o monitoramento dos pacientes e indicadores do serviço em 2006, como 269 intervenções farmacêuticas e orientações a pacientes de alta.
O Uso De Medicamentos Em PuéRpuras Interfere Nas RecomendaçõEs Quanto Ao Alei...Biblioteca Virtual
Este estudo avaliou o uso de medicamentos no pós-parto em quatro hospitais de Belo Horizonte. Mais de 96% das mulheres receberam medicação, principalmente drogas compatíveis com a amamentação. A maioria dos medicamentos prescritos não interferiu na saúde das mães ou recém-nascidos.
1. O documento discute o uso de medicamentos pela mulher durante a amamentação, identificando este como um fator de risco para interrupção precoce do aleitamento.
2. É apresentada uma classificação de medicamentos de acordo com o nível de segurança para uso durante a lactação, variando de compatíveis a perigosos.
3. São discutidos também fatores que podem levar ao desmame desnecessário, como receio materno e informações inadequadas em bulas, e medidas para evitar isto.
Exemplo de artigo de revisão revista de farmácia 2011Bernadete Aragao
Este documento apresenta uma revisão sistemática de 15 estudos descritivos sobre o uso de medicamentos em crianças hospitalizadas. Os estudos analisaram um total de 13.995 pacientes pediátricos internados em oito países diferentes. Os resultados mostraram que a média de medicamentos utilizados por paciente foi de 3,8 e a média de dias de hospitalização por paciente foi de 7,3 dias. Antibióticos foram o grupo terapêutico mais prescrito na maioria dos estudos.
O documento discute os principais aspectos da farmacoterapia em pediatria. As crianças não são pequenos adultos e apresentam diferenças nos parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos em relação aos adultos, o que requer abordagens específicas no manejo da dor e administração de medicamentos. Fatores como comorbidades, doses extrapoladas de adultos e compliance podem afetar a eficácia e segurança da terapia.
1) O documento discute a prática farmacêutica clínica em unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal, incluindo aspectos importantes dessas unidades, estudos de utilização de medicamentos e administração de medicamentos.
2) É destacada a população pediátrica/neonatal, com suas particularidades e impacto na administração de medicamentos.
3) A assistência farmacêutica pediátrica e neonatal é abordada, com ênfase na obtenção sistemática de dados e avaliação farmacêutica
Discussão sobre o Uso racional de medicamentos e o seu histórico. A importância do desenvolvimento dos fármacos, diferença entre medicamento referência, genético e similar, dentro outros tópicos.
O documento discute as particularidades da farmacoterapia pediátrica, incluindo: 1) o uso frequente de medicamentos não licenciados ou sem indicação em crianças; 2) as dificuldades em conduzir estudos clínicos em pediatria; 3) as diferenças anatomofisiológicas entre crianças e adultos que impactam a administração e ação dos medicamentos.
O documento descreve as atividades da Farmácia Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da USP, incluindo o processo de avaliação farmacêutica das prescrições médicas, o monitoramento dos pacientes e indicadores do serviço em 2006, como 269 intervenções farmacêuticas e orientações a pacientes de alta.
A farmácia clínica é a ciência responsável por garantir o uso racional de medicamentos mediante a aplicação de conhecimentos para cuidar dos pacientes. Ela é aplicada em hospitais, farmácias privadas e públicas com o objetivo de adequar dosagens, orientar pacientes sobre medicamentos e interações, monitorar reações adversas e melhorar a adesão aos tratamentos.
Aleitamento Materno E Uso De Medicamentos Durante A LactaçãOBiblioteca Virtual
Este artigo descreve um estudo sobre o uso de medicamentos por mães que amamentam. O estudo entrevistou 502 mães e descobriu que 341 (68%) usaram um ou mais medicamentos durante a amamentação, principalmente suplementos de ferro e vitaminas (59%). Apenas 3 mães (1%) interromperam a amamentação devido ao uso de medicamentos. O artigo conclui que é importante informar as mães sobre a compatibilidade dos medicamentos com a amamentação.
O documento discute a importância dos estudos sobre o uso de medicamentos, como a farmacoeconomia e a farmacoepidemiologia. Essas áreas analisam os custos e consequências dos tratamentos para melhorar o uso racional de medicamentos. O documento também descreve problemas relacionados ao uso irracional de medicamentos, como escolhas inadequadas e efeitos adversos.
13 30 Lorenzo Bandeira Cuidado Farmac%E Autico A Pacientes Hipertensos E Di...Jose Eduardo
O documento discute o papel do farmacêutico no cuidado de pacientes hipertensos e diabéticos, incluindo a realização de acompanhamento farmacoterapêutico utilizando métodos como PWDT e Método Dáder para melhorar a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.
O documento discute transtornos menores e autocuidado. Define transtornos menores como condições autolimitadas que não impedem as atividades diárias por muito tempo. Discute que pessoas geralmente buscam autocuidado para transtornos menores, como consultar farmácias, antes de procurar um médico. Transtornos menores representam a maior parte dos problemas de saúde tratados na atenção primária.
Efeitos da atenção farmacêutica em pacientes com diabetes tipo 2 em farmácia ...Cassyano Correr
O documento descreve um estudo que avaliou os efeitos de um programa de atenção farmacêutica em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. O estudo comparou resultados clínicos e de saúde entre um grupo que recebeu intervenções farmacêuticas e um grupo controle. As intervenções mais comuns foram reduzir a não adesão à farmacoterapia, modificar a dose de medicamentos e substituir medicamentos prescritos."
O documento discute os conceitos e interfaces da assistência farmacêutica. A assistência farmacêutica envolve vários campos como farmacologia, medicina, psicologia e administração. Ela inclui a orientação sobre prescrição e uso de medicamentos, disponibilidade e gerenciamento de medicamentos, farmacovigilância e estudos de utilização. A obtenção de medicamentos depende do sistema de saúde e das condições socioeconômicas do paciente.
O documento discute o uso de medicamentos durante a amamentação, fornecendo informações sobre os fatores que influenciam a transferência de drogas para o leite materno e classificando os medicamentos de acordo com sua segurança durante a lactação. O objetivo é contribuir para o uso racional de medicamentos e proteger o aleitamento materno.
O documento descreve as experiências da farmácia clínica pediátrica do Hospital Universitário da USP. Apresenta detalhes sobre a estrutura da farmácia, o processo de prescrição médica e avaliação farmacêutica, etapas do trabalho do farmacêutico como entrevista, triagem e seguimento. Inclui casos exemplificando intervenções farmacêuticas relacionadas a adesão, segurança, posologia e alta hospitalar.
Farmacoterapia baseada em evidências: Uma abordagem sobre os processos da far...Cassyano Correr
P1. O documento descreve os seis processos da farmacoterapia: seleção, administração, biofarmacêutico, farmacocinético, farmacodinâmico e resultados terapêuticos.
P2. Cada processo é definido e modelos conceituais são apresentados para auxiliar na compreensão dos mesmos.
P3. Exemplos ilustram a aplicação prática dos conceitos discutidos para orientar o raciocínio farmacoterapêutico.
O documento discute estudos de utilização de medicamentos, abordando: 1) Histórico do desenvolvimento de novos medicamentos e da farmacovigilância; 2) Metodologia dos estudos, incluindo classificação ATC e dose diária definida; 3) Aplicações dos estudos para avaliar padrões de uso e subsidiar intervenções clínicas.
O documento discute conceitos e usos da farmacoepidemiologia. A farmacoepidemiologia estuda o uso e efeitos de medicamentos em populações, focando em efeitos adversos após a comercialização. Ela aplica métodos epidemiológicos para avaliar a utilização e monitorar o uso de medicamentos em nível populacional.
O documento discute as interações entre anticoncepcionais orais e outros medicamentos como antibióticos e álcool relacionadas à prática da automedicação. Essas interações podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais levando a gravidezes indesejadas. O documento revisa estudos que mostram como alguns antibióticos e o álcool podem interferir no metabolismo dos hormônios presentes nos anticoncepcionais orais.
Projeto Piloto de Cuidado Farmacêutica na Atenção Básica em Curitiba- Aprese...HorusQualifar
Apresentação do Projeto Piloto de Cuidado Farmacêutica na Atenção Básica em Curitiba, uma parceria do Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica (Qualifar SUS) e e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (PR). Apresentação feita no Congresso do Conasems 2014 em Serra (ES).
Âmbito Farmacêutico: Atividades que o farmacêutico pode desenvolverMarcelo Polacow Bisson
O documento descreve as principais áreas da farmácia clínica, como farmacoterapia, farmacovigilância e gerenciamento de reações adversas a medicamentos. Também aborda o histórico do desenvolvimento da farmácia clínica nas décadas após a segunda guerra mundial e sua consolidação no Brasil a partir da década de 1970. Por fim, discute perspectivas futuras como o crescimento de farmácias hospitalares e a atuação de farmacêuticos em serviços públicos e na indústria farmacêutica.
Palestra 8 - "Reconciliação medicamentosa: Um serviço clínico"JOFARUFPR
O documento discute a reconciliação medicamentosa, que é o processo de comparar a lista de medicamentos que o paciente tomava antes da admissão hospitalar com a lista de medicamentos prescritos no hospital para identificar qualquer discrepância. A reconciliação medicamentosa deve ocorrer na admissão, transferência entre unidades e alta para garantir a segurança do paciente e a continuidade dos cuidados. O documento descreve os passos para realizar a reconciliação medicamentosa, incluindo coletar informações, comparar listas, comunicar discrepâncias e orient
Material muito bom sobre Uso de medicamentos durante a gravidez.
Confira e deixe a sua opinião.
O Instituto Brasileiro Sou Enfermagem é uma Organização Social sem fins lucrativos e que estar de portas abertas para ajudar. Junte-se à nossa família. Chame seus amigos e venham participar.
Este documento apresenta os resultados de um estudo sobre o uso de medicamentos no Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, visando subsidiar a implantação de um programa de atenção farmacêutica. O estudo analisou prescrições médicas e o processo de dispensação, identificando problemas como a falta de especificação de doses e regimes de uso dos medicamentos nas prescrições, além de dúvidas dos pacientes sobre administração dos fármacos.
A farmácia clínica é a ciência responsável por garantir o uso racional de medicamentos mediante a aplicação de conhecimentos para cuidar dos pacientes. Ela é aplicada em hospitais, farmácias privadas e públicas com o objetivo de adequar dosagens, orientar pacientes sobre medicamentos e interações, monitorar reações adversas e melhorar a adesão aos tratamentos.
Aleitamento Materno E Uso De Medicamentos Durante A LactaçãOBiblioteca Virtual
Este artigo descreve um estudo sobre o uso de medicamentos por mães que amamentam. O estudo entrevistou 502 mães e descobriu que 341 (68%) usaram um ou mais medicamentos durante a amamentação, principalmente suplementos de ferro e vitaminas (59%). Apenas 3 mães (1%) interromperam a amamentação devido ao uso de medicamentos. O artigo conclui que é importante informar as mães sobre a compatibilidade dos medicamentos com a amamentação.
O documento discute a importância dos estudos sobre o uso de medicamentos, como a farmacoeconomia e a farmacoepidemiologia. Essas áreas analisam os custos e consequências dos tratamentos para melhorar o uso racional de medicamentos. O documento também descreve problemas relacionados ao uso irracional de medicamentos, como escolhas inadequadas e efeitos adversos.
13 30 Lorenzo Bandeira Cuidado Farmac%E Autico A Pacientes Hipertensos E Di...Jose Eduardo
O documento discute o papel do farmacêutico no cuidado de pacientes hipertensos e diabéticos, incluindo a realização de acompanhamento farmacoterapêutico utilizando métodos como PWDT e Método Dáder para melhorar a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.
O documento discute transtornos menores e autocuidado. Define transtornos menores como condições autolimitadas que não impedem as atividades diárias por muito tempo. Discute que pessoas geralmente buscam autocuidado para transtornos menores, como consultar farmácias, antes de procurar um médico. Transtornos menores representam a maior parte dos problemas de saúde tratados na atenção primária.
Efeitos da atenção farmacêutica em pacientes com diabetes tipo 2 em farmácia ...Cassyano Correr
O documento descreve um estudo que avaliou os efeitos de um programa de atenção farmacêutica em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. O estudo comparou resultados clínicos e de saúde entre um grupo que recebeu intervenções farmacêuticas e um grupo controle. As intervenções mais comuns foram reduzir a não adesão à farmacoterapia, modificar a dose de medicamentos e substituir medicamentos prescritos."
O documento discute os conceitos e interfaces da assistência farmacêutica. A assistência farmacêutica envolve vários campos como farmacologia, medicina, psicologia e administração. Ela inclui a orientação sobre prescrição e uso de medicamentos, disponibilidade e gerenciamento de medicamentos, farmacovigilância e estudos de utilização. A obtenção de medicamentos depende do sistema de saúde e das condições socioeconômicas do paciente.
O documento discute o uso de medicamentos durante a amamentação, fornecendo informações sobre os fatores que influenciam a transferência de drogas para o leite materno e classificando os medicamentos de acordo com sua segurança durante a lactação. O objetivo é contribuir para o uso racional de medicamentos e proteger o aleitamento materno.
O documento descreve as experiências da farmácia clínica pediátrica do Hospital Universitário da USP. Apresenta detalhes sobre a estrutura da farmácia, o processo de prescrição médica e avaliação farmacêutica, etapas do trabalho do farmacêutico como entrevista, triagem e seguimento. Inclui casos exemplificando intervenções farmacêuticas relacionadas a adesão, segurança, posologia e alta hospitalar.
Farmacoterapia baseada em evidências: Uma abordagem sobre os processos da far...Cassyano Correr
P1. O documento descreve os seis processos da farmacoterapia: seleção, administração, biofarmacêutico, farmacocinético, farmacodinâmico e resultados terapêuticos.
P2. Cada processo é definido e modelos conceituais são apresentados para auxiliar na compreensão dos mesmos.
P3. Exemplos ilustram a aplicação prática dos conceitos discutidos para orientar o raciocínio farmacoterapêutico.
O documento discute estudos de utilização de medicamentos, abordando: 1) Histórico do desenvolvimento de novos medicamentos e da farmacovigilância; 2) Metodologia dos estudos, incluindo classificação ATC e dose diária definida; 3) Aplicações dos estudos para avaliar padrões de uso e subsidiar intervenções clínicas.
O documento discute conceitos e usos da farmacoepidemiologia. A farmacoepidemiologia estuda o uso e efeitos de medicamentos em populações, focando em efeitos adversos após a comercialização. Ela aplica métodos epidemiológicos para avaliar a utilização e monitorar o uso de medicamentos em nível populacional.
O documento discute as interações entre anticoncepcionais orais e outros medicamentos como antibióticos e álcool relacionadas à prática da automedicação. Essas interações podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais levando a gravidezes indesejadas. O documento revisa estudos que mostram como alguns antibióticos e o álcool podem interferir no metabolismo dos hormônios presentes nos anticoncepcionais orais.
Projeto Piloto de Cuidado Farmacêutica na Atenção Básica em Curitiba- Aprese...HorusQualifar
Apresentação do Projeto Piloto de Cuidado Farmacêutica na Atenção Básica em Curitiba, uma parceria do Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica (Qualifar SUS) e e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (PR). Apresentação feita no Congresso do Conasems 2014 em Serra (ES).
Âmbito Farmacêutico: Atividades que o farmacêutico pode desenvolverMarcelo Polacow Bisson
O documento descreve as principais áreas da farmácia clínica, como farmacoterapia, farmacovigilância e gerenciamento de reações adversas a medicamentos. Também aborda o histórico do desenvolvimento da farmácia clínica nas décadas após a segunda guerra mundial e sua consolidação no Brasil a partir da década de 1970. Por fim, discute perspectivas futuras como o crescimento de farmácias hospitalares e a atuação de farmacêuticos em serviços públicos e na indústria farmacêutica.
Palestra 8 - "Reconciliação medicamentosa: Um serviço clínico"JOFARUFPR
O documento discute a reconciliação medicamentosa, que é o processo de comparar a lista de medicamentos que o paciente tomava antes da admissão hospitalar com a lista de medicamentos prescritos no hospital para identificar qualquer discrepância. A reconciliação medicamentosa deve ocorrer na admissão, transferência entre unidades e alta para garantir a segurança do paciente e a continuidade dos cuidados. O documento descreve os passos para realizar a reconciliação medicamentosa, incluindo coletar informações, comparar listas, comunicar discrepâncias e orient
Material muito bom sobre Uso de medicamentos durante a gravidez.
Confira e deixe a sua opinião.
O Instituto Brasileiro Sou Enfermagem é uma Organização Social sem fins lucrativos e que estar de portas abertas para ajudar. Junte-se à nossa família. Chame seus amigos e venham participar.
Este documento apresenta os resultados de um estudo sobre o uso de medicamentos no Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira, visando subsidiar a implantação de um programa de atenção farmacêutica. O estudo analisou prescrições médicas e o processo de dispensação, identificando problemas como a falta de especificação de doses e regimes de uso dos medicamentos nas prescrições, além de dúvidas dos pacientes sobre administração dos fármacos.
Este documento apresenta um estudo de revisão sobre os principais medicamentos utilizados por gestantes no Brasil. O estudo analisou artigos publicados entre 2001-2011 e encontrou que os antianêmicos, principalmente o sulfato ferroso, e os analgésicos, especialmente o paracetamol, são as classes de medicamentos mais prescritas para gestantes. A maioria das mulheres usa medicamentos por prescrição médica, embora a automedicação também ocorra.
O documento discute a importância dos medicamentos para aumentar a qualidade e expectativa de vida, mas também os riscos relacionados ao seu uso inadequado. Ele apresenta estratégias para promover a segurança do paciente no processo de medicação, como a dupla checagem e protocolos para medicamentos de alto risco.
O documento discute a importância dos medicamentos para a saúde e qualidade de vida das pessoas, além de possíveis problemas relacionados ao seu uso. São apresentados protocolos e estratégias para promover a segurança do paciente no processo de medicação.
Medicamentos E AmamentaçãO AtualizaçãO E RevisãO Aplicadas à ClíNica Materno ...Biblioteca Virtual
1) O artigo apresenta uma revisão dos riscos associados ao uso de medicamentos durante a amamentação, classificando os fármacos de acordo com seu nível de segurança.
2) Há carência de informações sobre a segurança de muitos medicamentos durante a amamentação. A maioria dos fármacos com informações disponíveis é considerada segura, e poucos são contraindicados.
3) O uso frequente de medicamentos durante a amamentação deve ser avaliado cuidadosamente devido à relação entre seu uso e o desmame precoce, considerando os riscos
Anais da 20ª Semana Racine - Congresso de FarmáciaInstituto Racine
O documento apresenta resumos de trabalhos acadêmicos apresentados no 20o Congresso de Farmácia em São Paulo entre 1o e 3 de Julho de 2010. Os resumos discutem vários tópicos relacionados à assistência farmacêutica no Brasil, incluindo a avaliação do nível de informação de pacientes sobre medicamentos prescritos, a importância da atuação de farmacêuticos na atenção básica à saúde, e o uso de critérios para analisar prescrições médicas na unidade de terapia intensiva.
O documento discute a história e conceitos fundamentais da farmacoepidemiologia. Apresenta o surgimento da disciplina com a necessidade de avaliar riscos associados ao uso de medicamentos. Discutem-se também os primeiros estudos de utilização de medicamentos e o desenvolvimento do sistema ATC/DDD para classificação de fármacos. Por fim, aborda-se o desenvolvimento da farmacoepidemiologia no Brasil.
O documento discute a evolução da assistência farmacêutica no Brasil e no mundo. Aponta que o sistema de saúde brasileiro enfrenta desafios como falta de acesso a medicamentos e novas necessidades geradas pelo desenvolvimento socioeconômico. Defende que os farmacêuticos devem sair de trás do balcão e passar a oferecer cuidados centrados no paciente.
O documento discute os cuidados farmacêuticos na neonatologia, incluindo as particularidades da população neonatal e como elas afetam a administração de medicamentos, bem como os principais desafios no tratamento de recém-nascidos.
Este documento descreve um estudo sobre o consumo de contraceptivos de emergência em farmácias de Maringá. Os principais achados foram: (1) a pílula mais adquirida foi a Pilen® por 57% dos participantes; (2) 46% dos usuários já usaram o método duas vezes em um ano, sendo a faixa etária mais comum entre 21-29 anos; (3) em nenhum caso houve prescrição médica para a compra do contraceptivo de emergência.
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...Biblioteca Virtual
1) O documento analisa as informações contidas nas bulas de medicamentos antiinflamatórios não esteróides em comparação com as evidências científicas sobre seu uso durante a amamentação.
2) Foram encontradas referências de segurança para uso durante a amamentação em apenas 14 dos 27 antiinflamatórios não esteróides comercializados no Brasil.
3) As bulas de nove dos dez antiinflamatórios considerados seguros para uso durante a amamentação continham informações para evitar seu uso nesse período.
AmamentaçãO E Uso De AntiinflamatóRios NãO EsteróIdes Pela Nutriz InformaçõEs...Biblioteca Virtual
1) O documento analisa as informações contidas nas bulas de medicamentos antiinflamatórios não esteróides em comparação com as evidências científicas sobre seu uso durante a amamentação.
2) Foi encontrada referência à segurança de uso durante a amamentação em apenas 14 de 27 medicamentos, e 9 de 10 medicamentos considerados seguros aconselhavam evitar o uso ou suspender a amamentação.
3) As bulas são discordantes das evidências científicas sobre a compatibilidade desses medicamentos com a amamentação, sendo necess
O documento discute a promoção do uso racional de medicamentos no Brasil, definindo o conceito, as causas do uso irracional e suas consequências. Ele também descreve medidas educativas implementadas no país para melhorar o uso de medicamentos, incluindo cursos, publicações e pesquisas.
Este estudo investigou o uso de práticas alternativas e complementares (PACs) entre pacientes com câncer de mama no Ambulatório de Mama do CAISM/Unicamp. A maioria das pacientes eram mulheres entre 50-60 anos, casadas e de baixa renda. Embora 90% negassem usar PACs, 96% mencionaram usar pelo menos uma prática, principalmente oração. A oração foi a PAC mais comum. Pacientes esperavam que as práticas aliviassem efeitos colaterais do tratamento convencional, mas não como cura
O documento descreve um programa multidisciplinar aplicado a funcionários de uma fábrica que incluiu atenção farmacêutica, atividade física e orientação nutricional. O programa avaliou fatores de risco dos funcionários e forneceu orientações sobre uso de medicamentos, alimentação saudável e atividade física. Após o programa, houve redução do IMC e melhorias em exames de alguns participantes, demonstrando os benefícios de um programa multidisciplinar para a saúde.
Revista Ciência Equatorial (ISSN 2179-9563), foi uma publicação semestral do Colegiado de Farmácia, da Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Foi publicada de 2011 à 2013 e teve por objetivo divulgar a produção científica resultante das atividades de estudos, pesquisas, trabalhos técnicos e outros, dos professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação desta e de outras instituições de ensino e de pesquisa, tanto no Brasil como no exterior. Publicava artigos originais, notas prévias e trabalhos de revisão que cobriam todos os aspectos da ciência em suas diversas áreas.
O documento discute estudos relevantes sobre erros de medicação e suas consequências. Estudos na década de 1990 mostraram que erros de medicação causaram entre 3,7% a 6,5% dos eventos adversos em hospitais e aumentaram os custos médicos. Um estudo de 1999 estimou que erros médicos causam entre 44.000 a 98.000 mortes por ano nos EUA, sendo erros de medicação responsáveis por mais de 7.000 dessas mortes.
1) Novas tecnologias em saúde trouxeram avanços, mas também riscos, como medicamentos que causaram danos após aprovação;
2) É necessário notificar efeitos adversos e avaliar novas tecnologias antes da adoção pelos sistemas de saúde;
3) Testes pré-comerciais não identificam todos os riscos, que só surgem com uso em larga escala.
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
1. ARTIGO ARTICLE1004
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
Prescrições de medicamentos para gestantes:
um estudo farmacoepidemiológico
Drug prescription for pregnant women:
a pharmacoepidemiological study
1 Faculdade de Ciências
da Saúde, Universidade
Metodista de Piracicaba,
Piracicaba, Brasil.
2 Faculdade de Saúde
Pública, Universidade de
São Paulo, São Paulo, Brasil.
Correspondência
T. A. Carmo
Faculdade de Ciências
da Saúde, Universidade
Metodista de Piracicaba.
Rua Nuporanga 20,
Piracicaba, SP
13420-252, Brasil.
thacarmo@unimep.br
Thais Adriana do Carmo 1
Sandra Maria O. O. Nitrini 2
Abstract
Prescription drug use by pregnant women should
be viewed as a public health issue, since there
are numerous gaps in knowledge on the conse-
quences for both the mother and the fetus. Phar-
macoepidemiological studies can help mini-
mize the inherent risks in drug treatment by es-
tablishing a profile of drug consumption during
pregnancy, providing an evaluation of this ser-
vice, and identifying intervention measures. The
purpose of this study was to establish a prescrip-
tion profile for pregnant women treated under
the National Health System (SUS) in Piracica-
ba, São Paulo State, Brazil, using prescription
indicators recommended by the World Health
Organization and the U.S. Food and Drug Ad-
ministration classification of medicines accord-
ing to risk to the fetus. According to the current
study, during prenatal consultations 44.7% of
the women received drug prescriptions, and the
most widely prescribed group of drugs were those
acting on the hematopoietic system (34.9%). Of
this total, 26.0% of the drugs were included in
fetal risk category C, 1.5% in category D, and
1.5% in category E. These data point to the med-
icalization of pregnancy and the need for inter-
vention measures aimed at rational prescrip-
tion drug use during the prenatal period.
Drugs; Pregnant Women; Drug Prescriptions
Introdução
A utilização de medicamentos por gestantes e
seus efeitos sobre o feto passou a ser objeto de
grande preocupação após a tragédia da talido-
mida ocorrida entre 1950 e 1960. Cerca de 10
mil crianças nascidas naquele período apre-
sentaram focomelia, bem como outras altera-
ções congênitas, associadas à utilização deste
medicamento durante a gravidez 1.
Esta catástrofe teve importante repercus-
são internacional constituindo-se um alerta
sobre a questão da segurança na utilização de
novos fármacos, da importância de normas
mais rigorosas em estudos clínicos antes da li-
beração de medicamentos para o consumo e a
necessidade de criação de órgãos de Farmaco-
vigilância. Especificamente em relação à gravi-
dez, provocou também decisivas mudanças
nas atitudes e práticas relativas a prescrição 2,3.
Acreditava-se até então, que a placenta
funcionava como uma barreira, protegendo o
feto de qualquer agressão farmacológica. Atu-
almente sabe-se que a maioria dos fármacos
contidos nos medicamentos utilizados por
gestantes atravessa a placenta e atinge a cor-
rente sangüínea do feto 4. Deve-se considerar
então, que quando uma grávida ingere ou re-
cebe qualquer medicamento dois organismos
serão afetados, sendo que um deles (o feto)
ainda não tem a mesma capacidade de meta-
bolizar substâncias que a mãe, estando por-
2. PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS PARA GESTANTES 1005
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
tanto, mais sujeitos a efeitos negativos não es-
perados 5.
Meadows 6 observa que enquanto há certe-
za do uso e segurança ao feto para alguns me-
dicamentos, na maioria dos casos o conheci-
mento é limitado, transformando a prescrição
medicamentosa na gravidez num grande dile-
ma que deve ser avaliado entre o médico e a
paciente. Para a maioria dos medicamentos, o
potencial teratogênico é desconhecido 7.
Um agente pode ser considerado teratogê-
nico quando produz uma alteração, maior ou
menor, na morfologia e ou fisiologia normais
do feto 8. Tais alterações, principalmente as
má-formações congênitas, têm maior risco de
acontecer quando o medicamento com poten-
cial teratogênico é utilizado no primeiro trimes-
tre de gravidez (período de diferenciação em-
briológica). Nos outros períodos podem ocorrer
danos fetais decorrentes de alterações na fisio-
logia materna, efeitos farmacológicos sobre o
feto e interferência no desenvolvimento fetal.
Existem algumas classificações de medica-
mentos conforme o risco associado ao seu uso
durante a gravidez. A classificação adotada pe-
lo Food and Drug Administration (FDA – Esta-
dos Unidos) enquadra os medicamentos em
cinco categorias 6,7:
• Categoria A: medicamentos para os quais
não foram constatados riscos para o feto em
ensaios clínicos cientificamente desenhados e
controlados;
• Categoria B: medicamentos para os quais
os estudos com animais de laboratório não de-
monstraram risco fetal (mas não existem estu-
dos adequados em humanos) e medicamentos
cujos estudos com animais indicaram algum
risco, mas que não foram comprovados em hu-
manos em estudos devidamente controlados;
• Categoria C: medicamentos para os quais os
estudos em animais de laboratório revelaram
efeitos adversos ao feto, mas não existem estu-
dos adequados em humanos e medicamentos
para os quais não existem estudos disponíveis;
• Categoria D: medicamentos para os quais a
experiência de uso durante a gravidez mostrou
associação com o aparecimento de má-forma-
ções, mas que a relação risco-benefício pode
ser avaliada;
• Categoria X: medicamentos associados
com anormalidades fetais em estudos com ani-
mais e em humanos e ou cuja relação risco-be-
nefício contra indica seu uso na gravidez.
Outro aspecto que deve ser observado quan-
do se trata da utilização de medicamentos por
mulheres grávidas é a provável alteração de ca-
racterísticas farmacocinéticas dos medicamen-
tos no período da gestação 9. Segundo dados
da literatura internacional, pouco se sabe so-
bre estas alterações 6,10.
Entretanto, apesar de todos os riscos, o qua-
dro que se apresenta atualmente é o da medi-
calização da gestante, fenômeno relatado por
diferentes autores, tanto em países europeus,
Estados Unidos e Brasil 2,3,7,11,12,13, fruto, entre
outros determinantes, da lógica de mercado
inerente às práticas dos produtores de medica-
mentos e, por outro lado, da hegemonia da vi-
são mecanicista, biomédica e cartesiana do
processo saúde-doença 14.
Estudos de utilização de medicamentos
Partindo do pressuposto que não há como abs-
ter gestantes da utilização de medicamentos e,
conseqüentemente, da exposição de seus fi-
lhos aos riscos inerentes a uma terapia medi-
camentosa, os estudos epidemiológicos, po-
dem ser utilizados para protegê-los de riscos
desnecessários 12,15.
A incorporação dos métodos epidemiológi-
cos para estudar e mensurar os eventos medi-
camento-mediados que ocorrem nas popula-
ções, começou a surgir há cerca de trinta anos
e a partir daí a Farmacoepidemiologia, ciência
constituída por duas grandes áreas: os estudos
de eventos adversos ou benéficos decorrentes
do uso de medicamentos através de estudos
controlados e os Estudos de Utilização de Me-
dicamentos (EUM) 16.
Os EUM têm como objetivos identificar os
sujeitos, os fatores interferentes e o modo como
os medicamentos são utilizados nas populações.
Tais objetivos são importantes para tomada de
decisões não somente em relação aos medica-
mentos, mas também sobre a cadeia de saúde
de forma global, já que o uso de medicamentos
se dá dentro de um contexto mais amplo 17.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), ba-
seada nestes conceitos, desenvolveu, padroni-
zou e testou um conjunto de indicadores bási-
cos de utilização de medicamentos publicados
em 1993. Tais indicadores são parâmetros alta-
mente normatizados, objetivos, que não preci-
sam ser adaptados a cada país ou a cada reali-
dade e cujo emprego é recomendado para qual-
quer estudo sobre o uso de medicamentos 18,19.
É importante salientar que cada vez mais os
EUM têm sido considerados como importante
ferramenta para planejar e gerenciar os servi-
3. Carmo TA, Nitrini SMOO1006
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
ços de Assistência Farmacêutica, nortear as
políticas de medicamentos e subsidiar as polí-
ticas de saúde. Isto porque os medicamentos
ocupam atualmente um lugar importante nos
sistemas de saúde, tanto no aspecto econômi-
co, quanto nos aspectos técnicos (resolutivida-
de dos serviços) e sociais (uso racional de me-
dicamentos).
Considerando os aspectos apresentados,
este trabalho teve como objetivo a investigação
das prescrições medicamentosas em gestantes
usuárias de um Serviço Público de Saúde, utili-
zando-se dos indicadores de prescrição preco-
nizados pela OMS, da classificação dos medi-
camentos prescritos nas categorias de risco ao
feto segundo o FDA e de análise dos medica-
mentos mais prescritos.
Metodologia
Este trabalho foi desenvolvido no Município de
Piracicaba, São Paulo, Brasil, com gestantes
usuárias de serviços de pré-natal de atenção
primária, no período de janeiro a outubro de
2001. No total foram entrevistadas 427 mulhe-
res (cerca de 5,6% do total de consultas de pré-
natal realizadas no período), que faziam o
acompanhamento de pré-natal em Unidades
Básicas de Saúde (UBS) e na maternidade da
Santa Casa de Misericórdia (nesta última so-
mente com gestantes encaminhadas pelo Sis-
tema Único de Saúde – SUS – e matriculadas
em UBS sem o serviço de pré-natal).
Tratou-se, segundo Rouquayrol & Almeida
Filho 20, de um estudo individuado – observa-
cional – transversal (ou seccional), baseado em
avaliações individuais.
A partir dos objetivos traçados, optou-se,
dentre os indicadores propostos pela OMS, por
se construir apenas os indicadores de prescri-
ção, entendendo-se que tais indicadores refle-
tem o funcionamento da assistência à saúde
em relação a diversos aspectos chaves relacio-
nados à utilização de medicamentos, tais co-
mo: grau de polimedicação, tendência de pres-
crição por nome genérico, abuso de medica-
mentos específicos (antibióticos e injetáveis) e
porcentagem de adesão dos prescritores à lista
de medicamentos considerados essenciais pe-
lo município.
Para tentar evitar qualquer viés metodoló-
gico, não se entrevistou gestantes de risco ou
em atendimento de urgência, mas apenas aque-
las em consultas de rotina.
Para definição do tamanho da amostra, par-
tiu-se da hipótese de uma prevalência de 80% de
utilização de pelo menos um medicamento por
gestante 2,7,11,12,13 e uma margem de erro tolerá-
vel de 5% (com um nível de confiança de 95%).
Visando-se garantir também a recomenda-
ções da OMS 21 de realização de trinta entrevis-
tas por serviço de saúde, estabeleceu-se que nas
unidades onde havia pré-natal seriam envolvi-
das no mínimo trinta gestantes de cada uma. As
demais seriam entrevistadas na maternidade.
Para obtenção dos dados foi utilizado ques-
tionário estruturado, aferido em pré-teste rea-
lizado após análise e aprovação pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pú-
blica (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).
As entrevistas foram realizadas antes e após
a consulta médica. Os dados obtidos após a
consulta foram destinados à construção dos
indicadores de prescrição:
1. Número médio de medicamentos por con-
sulta: média obtida dividindo-se o número to-
tal de medicamentos prescritos pelo total de
entrevistas realizadas.
2. Porcentagem de medicamentos prescritos
por nome genérico (para nome genérico, consi-
derou-se a Denominação Comum Brasileira 22:
número de medicamentos
% =
prescritos pelo nome genérico
x 100
número total de medicamentos
receitados
3. Porcentagem de consultas em que se pres-
creve antibióticos:
número de consultas em que
% =
se receita um antibiótico
x 100
número total de consultas
envolvidas no estudo
4. Porcentagem de consultas em que se pres-
creve um medicamento injetável (a única vaci-
na mencionada – dupla adulta – não foi conta-
bilizada como injetável):
número de consultas em que
% =
se receita um injetáveis
x 100
número total de consultas
envolvidas no estudo
5. Porcentagem de medicamentos prescritos
que figuram na lista de medicamentos essenci-
ais (Lista de Medicamentos Padronizados –
LMP – pelo município):
número de medicamentos prescritos
mencionados na lista de
% =
medicamentos essenciais
x 100
número total de consultas
envolvidas no estudo
4. PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS PARA GESTANTES 1007
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
Partindo-se do pressuposto de que os indi-
cadores do uso de medicamentos são parâme-
tros de primeiro nível, concebidos, entre outras
coisas, para estimular uma análise mais pro-
funda e detalhada em situações específicas e
orientar medidas subseqüentes 21, após identi-
ficação dos medicamentos prescritos, buscou-
se categorizá-los segundo potencial de risco
para o feto, utilizando-se a classificação do FDA.
Resultados
A grande maioria das mulheres envolvidas na
pesquisa era de regiões periféricas (94,1%) do
Município de Piracicaba. A idade variou de 13
a 43 anos, sendo a média de 23,4 anos, com des-
vio padrão de 5,9 anos e intervalo de confiança
entre 5,7 a 41,1 anos. Apenas 25,0% delas ti-
nham idade acima de 28 anos.
Em relação ao grau de escolaridade, 0,9%
eram analfabetas, 15,7% estudaram até a 4a sé-
rie do Ensino Fundamental e 50,8% até a 8a sé-
rie. Com ensino superior foram encontradas
apenas 0,9% das mulheres.
Considerando-se as 379 respostas obtidas,
a renda familiar média foi de 3,4 salários míni-
mos vigentes (aproximadamente 70 dólares men-
sais), com desvio padrão de 2,1, sendo que 75,0%
das gestantes tinham renda familiar inferior a
4,4 salários mínimos. A renda per capita por
domicílio correspondeu a 0,9 salário mínimo.
Em relação ao trimestre de gestação, 46,7%
das mulheres entrevistadas estavam no último
trimestre.
Após serem consultadas, 44,7% das gestan-
tes tiveram prescrição medicamentosa. O mai-
or número de prescrições medicamentosas
ocorreu em gestantes que estavam no segundo
trimestre de gestação (43,5%).
A Tabela 1 apresenta a classificação dos me-
dicamentos prescritos nas consultas de pré-
natal segundo os grupos e subgrupos farmaco-
lógicos definidos pela Relação Nacional de Me-
dicamentos Essenciais 23 e, dentro de cada gru-
po, os medicamentos mais freqüentes.
No primeiro trimestre de gestação os grupos
farmacológicos mais prescritos foram: medica-
mentos que atuam sobre o sistema hematopoiéti-
co – 37,5%; medicamentos que atuam sobre o sis-
tema digestivo – 26,1% e os antiinfecciosos – 18,2%.
Indicadores de prescrição (OMS):
indicadores de prescrição
Foram obtidos os seguintes valores:
• Número médio de medicamentos por con-
sulta: 0,6;
• Porcentagem de medicamentos prescritos
pelo nome genérico: 49,4%;
• Porcentagem de consultas em que foram
prescritos antibióticos: 5,6%;
• Porcentagem de consultas em que foram
prescritos medicamentos injetáveis: 0,7%;
• Porcentagem de medicamentos prescritos
que constavam na lista de medicamentos pa-
dronizados pelo município: 53,5%.
Classificação dos medicamentos prescritos
nas categorias de risco ao feto (FDA)
Na Tabela 2 estão apresentadas as freqüências
dos medicamentos prescritos segundo a classi-
ficação do FDA, seguida dos três medicamen-
tos mais prescritos dentro de cada uma delas.
Discussão
Após passarem pela consulta médica de pré-na-
tal, 44,7% das mulheres receberam prescrição
medicamentosa, sendo que o maior número de
prescrições (43,5%) ocorreu para aquelas que
estavam no segundo trimestre de gestação. Nos
artigos consultados não foram encontrados pa-
râmetros para inferir sobre a qualificação destes
valores. Entretanto, discutir prescrições é aspec-
to fundamental para buscar uma utilização ra-
cional de medicamentos. Segundo a OMS 24, os
dados disponíveis mostram que de uma forma
geral o pessoal médico e outros profissionais
que formulam prescrições estão muito distan-
tes de utilizar os medicamentos racionalmen-
te. Na realidade, a prescrição medicamentosa
constitui-se em uma prática definida em um
contexto maior e mais complexo, que é o pro-
cesso saúde – doença como um todo, refletindo
as concepções existentes na comunidade na
qual está inserida. Acredita-se então, que atra-
vés da análise das prescrições alguns aspectos
interferentes possam ser explicitados e a partir
daí proporem-se medidas de intervenção.
De acordo com os dados obtidos, os grupos
farmacológicos mais prescritos foram: medica-
mentos que atuam sobre o sistema hematopoi-
ético – 34,9%; antiinfecciosos – 21,2%; e os que
atuam sobre o sistema digestivo – 15,6%. Tais
informações são compatíveis com outros arti-
gos consultados. O interessante é que não hou-
ve variabilidade destes grupos em função do
trimestre de gestação.
Em relação aos medicamentos que atuam
sobre o sistema hematopoiético, os produtos
tinham como princípio ativo: sulfato ferroso
(monodroga), compostos de ferro associados a
suplementos vitamínicos, ácido fólico (mono-
5. Carmo TA, Nitrini SMOO1008
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
Tabela 1
Medicamentos, por nome genérico, prescritos em consultas de pré-natal (SUS) segundo grupo farmacológico
(Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Piracicaba, São Paulo, Brasil, 2001.
Grupo farmacológico Medicamento Freqüência %
Analgésicos e medicamentos antienxaquecas
Analgésicos não opióides Dipirona* 1 0,4
Paracetamol 17 6,3
Antiinflamatórios e antigotosos
Antiinflamatórios não esteróides Indometacina 1 0,4
Diclofenaco de sódio 1 0,4
Antiinflamatórios esteróides Triancinolona 1 0,4
Hidrocortisona* 1 0,4
Antiinfecciosos
Antibióticos Amoxacilina 1 0,4
Ampicilina 6 2,2
Benzil penicilina benzatina 1 0,4
Cefalexina 14 5,2
Tetraciclina* 1 0,4
Nitrofurantoína 3 1,1
Nistatina 16 5,9
Cetoconazol* 2 0,7
Antifúngicos Tinidazol* 3 1,1
Isoconazol 2 0,7
Terconazol 1 0,4
Antiparasitários Metronidazol 4 1,5
Espiramicina 2 0,7
Anti-sépticos e desinfetantes Cetilpiridínio 1 0,4
Imuno-moduladores e imunoterápicos
Vacina e toxóides Vacina dupla-adulta 2 0,7
Nutrientes
Nutrição e reposição hídrica parental Glicose 25% 1 0,4
Vitaminas e sais minerais Vitamina A* 7 2,6
Vitamina C 1 0,4
Vitamina C* 3 1,1
Cálcio 1 0,4
Vitamina B6* 7 2,6
Medicamentos que atuam sobre
o sistema cardiovascular
Antihipertensivos Metildopa 3 1,1
Dermatológicos
Medicamentos antipruriginosos
e antiinflamatórios tópicos Lisozima 1 0,4
Ácido mucopolissacárido- 1 0,4
polissulfúrico
Medicamentos que atuam sobre
o sistema respiratório
Anti-asmáticos Fenilefrina* 2 0,7
Etafedrina* 1 0,4
Antitussígenos e fluidificantes Ambroxol 2 0,7
Bromexina 2 0,7
Iodeto de potássio* 3 1,1
Medicamentos que atuam sobre o sistema endócrino
reprodutor e produtos farmacêuticos correlatos
Medicamentos que atuam na motilidade uterina Hesperidina* 8 3,0
Isoxsuprina 1 0,4
(continua)
6. PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS PARA GESTANTES 1009
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
droga) e ácido fólico associado em suplemen-
tos vitamínicos.
Quanto ao uso de sais de ferro na gestação,
percebe-se se trata de uma intervenção de roti-
na 2,7. Entretanto, Mengue et al. 7 ressaltam que
as evidências que sustentam esta conduta são
fracas e os benefícios do tratamento não são
claramente definidos.
A favor da prescrição de suplementos de
ferro, está a recomendação da OMS de que de-
vido às altas taxas de anemia nos países de ter-
ceiro mundo, deve-se ministrar tais medica-
mentos a todas as mulheres nos últimos quatro
a cinco meses de gravidez 25.
Entretanto, contra a prescrição de suple-
mentos de ferro de maneira generalizada, está o
fato de que somente 5,0 a 10,0% do ferro ingeri-
do é absorvido em condições normais. O orga-
nismo humano só absorve ferro em proporções
maiores (25,0%) em situações de deficiência 9.
Deste modo, a ingestão diária através da dieta é
geralmente suficiente para manter os níveis
adequados de ferro no organismo, justificando-
se a utilização de medicamentos com ferro so-
mente em casos de anemia diagnosticada 25.
Além disto, devido à má absorção do sal, as
preparações de ferro freqüentemente podem
causar alterações gastrointestinais 25,26 e exis-
tem trabalhos sugerindo propriedades terato-
gênicas quando da sua ingestão no primeiro
trimestre de gravidez 25,27.
Considerando como dose profilática 25 a
30mg de ferro elementar/dia 9,28, vale destacar
que nas prescrições analisadas 94,8% dos me-
dicamentos com ferro estavam em concentra-
ções acima da dose recomendada, embora ain-
da dentro da faixa terapêutica (180mg/dia). Es-
ta informação é importante porque se sabe que
os efeitos adversos do ferro oral são geralmen-
te dose-dependente e a dose tóxica é muito
próxima da dose terapêutica 9. Estes dados su-
gerem um uso inadequado dos suplementos de
ferro, sujeitando as gestantes e seus fetos a efei-
tos adversos desnecessário.
Em relação ao ácido fólico, vitamina hidros-
solúvel do complexo B, sabe-se que a deficiên-
cia materna ou a utilização de medicamentos
antagonistas do seu metabolismo no período
periconcepcional (de um a dois meses antes do
último período menstrual) estão associados a
um aumento do risco de defeitos no tubo neu-
ral (DTN) 29,30.
Nesta perspectiva, Werler et al. 30 descre-
vem estudo caso-controle, onde os resultados
obtidos sugerem que uma suplementação diá-
ria de 0,4mg entre os dois meses antes da con-
Tabela 1 (continuação)
Grupo farmacológico Medicamento Freqüência %
Medicamentos que atuam sobre
o sistema hemocitopoiético
Antianêmicos Ácido fólico 5 1,8
Ácido fólico* 2 0,7
Sulfato ferroso 60 22,3
Ferro* 27 10,0
Medicamentos que atuam sobre
o sistema digestivo
Antiulcerosos Cimetidina 2 0,7
Antiácidos Hidróxido de Alumínio * 11 4,1
Hidróxido de Alumínio 3 1,1
Antieméticos e agentes pró-cinéticos Metoclopromida 2 0,7
Dimenidrato 2 0,7
Bromoprida 3 1,1
Antidiarréicos sintomáticos
Antiespasmódicos e correlatos Hioscina 18 6,7
Laxativos Bisacodil 1 0,4
Outros (medicamentos que não se enquadram
em nenhum grupo)
Dexpantenol 1 0,4
Dimeticona 1 0,4
Nafazolina* 2 0,7
Passiflora* 1 0,4
Total 269 100,0
* em associação com outras substâncias.
7. Carmo TA, Nitrini SMOO1010
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
cepção e o início da gestação reduz os riscos de
má-formação, entre elas a ocorrência de espi-
nha bífida, defeito nos lábios e no palato, má-
formação do coração, membros, trato urinário
e cérebro.
De fato, o relato do uso de ácido fólico por
gestantes é comum tanto nos artigos consulta-
dos quanto foi no presente trabalho. Entretan-
to, assim como em relação aos suplementos de
ferro, o que chama a atenção é a concentração
dos medicamentos utilizados. Considerando
como dose recomendada uma suplementação
diária de 0,4mg de ácido fólico no período pe-
rinatal e até a décima segunda semana de gra-
videz 25, do total de prescrições 47,9% estavam
acima da dose diária recomendada. Vale ressal-
tar que até a concentração de 0,8mg/dia, o áci-
do fólico é considerado categoria A de risco ao
feto. Acima disto passa a ser categoria C 31. Ou-
tro aspecto a ser destacado é a prescrição de áci-
do fólico para mulheres no segundo e no terceiro
trimestre de gravidez, quando já não ocorre seu
efeito protetor contra má-formação congênita.
Levando-se em consideração que os suple-
mentos de ácido fólico também podem causar
efeitos colaterais tais como: choque anafiláti-
co, prurido, erupção na pele, estreitamento dos
brônquios e mal estar 32, os dados obtidos su-
gerem a necessidade de adequação de quase
metade das prescrições na busca de minimizar
os problemas decorrentes da utilização de tais
medicamentos.
Quanto à utilização do sulfato ferroso e do
ácido fólico em associação a outras vitaminas,
os resultados são bastante controversos. Segun-
do Chetley 25, não há justificativa para o uso de
tais medicamentos. Por outro lado, Scholl et al.
33 relatam estudo realizado nos Estados Uni-
dos, com mulheres de baixa renda, onde a in-
gestão de multivitamínicos contribuiu para um
ganho de peso adequado das gestantes e uma
diminuição de partos prematuros.
Diniz 34 ressalta que a deficiência de Vita-
mina A é também um dos mais importantes
problemas nutricionais dos países em desen-
volvimento. E parece estar relacionada com o
aparecimento de má-formação congênita. En-
tretanto, destaca que altas doses de Vitamina A
podem ser teratogênicas, principalmente quan-
do administradas no início da gravidez. Por is-
Tabela 2
Distribuição dos medicamentos prescritos em consultas de pré-natal (SUS), segundo categorias de risco ao feto
(FDA), e os três mais freqüentes (por nome genérico) dentro de cada categoria. Piracicaba, São Paulo, Brasil, 2001.
Categorias Freqüência % Medicamentos Freqüência %
A 96 35,7 Sulfato ferroso 60 62,5
Ferro (assoc.) 27 23,1
Vitamina A (assoc.) 3 3,1
B 74 27,5 Paracetamol 17 23,9
Nistatina 16 22,5
Cefalexina 14 19,7
C 70 26,0 Hioscina 18 25,1
Hidróxido de alumínio (assoc.) 11 15,7
Vitamina B6* 7 10,0
D 5 1,5 Iodeto de potássio (assoc.) 3 60,0
Tetraciclina (assoc.) 1 20,0
Indometacina** 1 20,0
E 4 1,5 Vitamina A (assoc.) (acima de 3.000UI) 4 100,0
Sem informações 20 7,3 Hesperidina (assoc.) 8 40,0
Bromoprida 3 15,0
Ambroxol 2 10,0
Isoconazol 2 10,0
* classificação dependente da dose;
** quando utilizado no terceiro trimestre de gestação.
8. PRESCRIÇÕES DE MEDICAMENTOS PARA GESTANTES 1011
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
so a suplementação indiscriminada não é re-
comendada.
De fato, doses acima de 10 mil UI de Vita-
mina A diárias são consideradas categoria X de
risco ao feto 31, ou seja, possuem teratogenici-
dade confirmada e não devem ser usadas na
gestação. Berglund et al. 4 citam a associação de
má-formação óssea e craniana em crianças a
doses excessivas da Vitamina A e seus derivados.
Em relação à classificação dos medicamen-
tos pelo risco ao feto, sugere-se que cerca de
40,0% dos medicamentos prescritos às gestan-
tes foram de medicamentos cuja segurança de
uso na gravidez pode ser questionada, pois co-
loca em risco a formação das futuras crianças.
O mais grave, porém, foi a prescrição de medi-
camentos sabidamente teratogênicos.
Quanto aos resultados obtidos para os indi-
cadores é importante salientar que, segundo
Hogerzeil et al. 35, para três deles é muito difícil
definir valores ótimos. São os seguintes: o nú-
mero médio de medicamentos por consulta,
porcentagem de consultas em que se prescre-
vem antibióticos e porcentagem de consultas
em que se prescrevem injetáveis. Isto ocorre
porque tais indicadores sofrem influência de
diferentes fatores fortemente dependentes de
características regionais e locais (perfil de mor-
bidade, características dos serviços de saúde,
existência de lista de medicamentos padroni-
zados, entre outros) 36.
Por outro lado, para os indicadores que me-
dem a porcentagem de medicamentos prescri-
tos pelo nome genérico e a porcentagem dos
medicamentos prescritos que constam da lista
de medicamentos padronizados, os valores são
óbvios: eles devem ser o mais alto possível, con-
siderando-se que:
• Se existe uma lista de medicamentos pa-
dronizados, de medicamentos essenciais àque-
la localidade ou serviço, ela deve ser seguida, a
menos que não reflita as demandas existentes
(nestes casos valores baixos podem indicar ne-
cessidade de sua revisão);
• A prescrição por nome genérico faz parte
das estratégias da OMS para se aumentar o
acesso da população ao medicamento e pro-
mover a utilização racional dos mesmos 24.
Sendo assim, os três indicadores abaixo não
podem ser avaliados em relação a sua adequa-
ção, mas devem ser analisados dentro de um
contexto:
• Número médio de medicamentos por con-
sulta: 0,6;
• Porcentagem de consultas em que se pres-
creveram antibióticos: 5,6%;
• Porcentagem de consultas em que se pres-
creveram injetáveis: 0,7%.
A princípio parecem valores baixos se com-
parados com os relatados em outros trabalhos,
entretanto, frente à observação de que cerca de
77,0% das prescrições avaliadas apresentavam
algum tipo de problema (risco potencial ao fe-
to e ou dose ou posologia inadequadas) consti-
tuem-se apenas em dados descritivos não de-
vendo ser agregados a nenhum juízo de valor.
Quanto aos demais indicadores (porcenta-
gem de medicamentos prescritos pelo nome
genérico e porcentagem de medicamentos pres-
critos constantes da LMP), pode-se dizer que
os valores encontrados são baixos, sugerindo a
necessidade de discussão das práticas de pres-
crição. Primeiro, porque, a partir deles, parece
haver desconhecimento da legislação por par-
te dos prescritores: a metade dos medicamen-
tos prescritos não estava grafada pelo nome
genérico. Segundo, porque estes dados revelam
a não adesão dos profissionais às políticas na-
cional e local de medicamentos e conseqüen-
temente à Política de Saúde. E, por outro lado,
a alta prescrição de medicamentos não-padro-
nizados, sugere a necessidade de revisão da
LMP e talvez sua adequação.
Conclusão
Considerando-se os resultados obtidos, suge-
re-se uma existência de um padrão de prescri-
ção na gestação que merece ser discutido vi-
sando à minimização de riscos efeitos adversos
desnecessários, que pode comprometer os re-
sultados do atendimento de pré-natal oferecido.
Recomenda-se, então, que medidas de in-
tervenção sejam tomadas promovendo uma
utilização racional dos medicamentos e dos re-
cursos disponíveis, tais como: um programa de
conscientização dos prescritores sobre a im-
portância da prescrição por nome genérico,
tanto em relação à questão legal, quanto em
relação à otimização do seu trabalho e dos ser-
viços de saúde que integra; discussão e, se ne-
cessário, revisão da LMP; divulgação da LMP
existente; estímulo à educação continuada dos
profissionais de saúde envolvidos com o pré-
natal, visando uma melhoria da qualidade das
prescrições e conseqüentemente da atenção à
gestante e, principalmente, discussões com to-
dos os sujeitos do processo sobre a concepção
de saúde-doença que norteia as práticas do
serviço e da comunidade, visando resgatar a
representação da gestação como um processo
fisiológico normal, que exige cuidados, mas
que não é patológico e, portanto, não implica
necessariamente em intervenções curativas,
entre elas a prescrição de medicamentos.
9. Carmo TA, Nitrini SMOO1012
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(4):1004-1013, jul-ago, 2004
Colaboradores
T. A. Carmo escreveu o artigo e S. M. O. O. Nitrini con-
tribuiu na revisão do manuscrito.
Resumo
A utilização de medicamentos por gestantes deve ser
considerada um problema de saúde pública, pois exis-
tem inúmeras lacunas sobre suas conseqüências ao fe-
to e à gestante. Os estudos farmacoepidemiológicos
podem contribuir para minimizar os riscos inerentes à
terapia medicamentosa, traçando um perfil do consu-
mo de medicamentos na gestação, propiciando uma
avaliação do serviço e apontando medidas de inter-
venção. O objetivo deste trabalho foi traçar um perfil
de prescrição de medicamentos em gestantes usuárias
do SUS de Piracicaba, São Paulo, Brasil, utilizando-se
os indicadores de prescrição recomendados pela Orga-
nização Mundial da Saúde e a classificação de medi-
camentos segundo risco ao feto do Food and Drug Ad-
ministration. Encontrou-se que, na consulta de pré-
natal, 44,7% das mulheres receberam prescrição medi-
camentosa, sendo o grupo de medicamento mais pres-
crito aquele que atua sobre o sistema hematopoiético
(34,9%). Do total, 26,0% dos medicamentos foram in-
cluídos na categoria C de risco ao feto; 1,5% na catego-
ria D e 1,5% na categoria E. Estes dados sugerem uma
medicalização da gestação e a necessidade de medidas
de intervenção para uma utilização racional dos me-
dicamentos no pré-natal.
Medicamentos; Mulheres Grávidas; Prescrição de Me-
dicamentos
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Recebido em 25/Abr/2003
Versão final reapresentada em 05/Jan/2004
Aprovado em 09/Mar/2004