O documento descreve a experiência de estágio de uma estudante de licenciatura em uma escola pública em Alagoinhas, Bahia. Ao longo de oito semanas, a estagiária ensinou biologia para turmas do ensino médio, enfrentando desafios como turmas numerosas e desinteressadas. Ela experimentou diferentes estratégias de ensino para engajar os alunos, como dinâmicas, jogos didáticos e avaliações criativas. Ao final, percebeu melhorias na motivação dos alunos e valorizou a experi
1. Universidade do Estado da Bahia
Departamento de Ciências Exatas e da Terra
Campus II – Alagoinhas - Bahia
Produção: Nayane Cerqueira
Motivadora: Claudia Regina T. Souza
2. Este portfólio é apenas uma coleção de
alguns dos meus trabalhos com ensino e
educação.
Nele consta de forma organizada e
estruturada uma pequena amostra da minha
experiência em ensinar uma turma Ensino
Médio, de tudo o que pude desenvolver, ensinar
e principalmente aprender.
3. Desenvolvi meu estagio na rede estadual de ensino, no Colégio
Modelo Luis Eduardo Magalhães em Alagoinhas, Bahia.
O ambiente escolar possui um amplo espaço físico, com salas
de tamanho considerável, boa limpeza e organização
A escola dispõe de laboratório para aulas experimentais, e
recursos audiovisuais como Tv, aparelho de Dvd e data
show, o que favorece um melhor dinamismo nas aulas.
Os horários de funcionamento acontece nos três turnos,
embora meu estagio tenha sido realizado no vespertino.
4. “ A primeira experiência, denominada pelos
professores de aula quebra-gelo tem como objetivo a
familiarização entre estagiário e alunos.”
Chaves (2002)
Inicialmente as minhas aulas passei por um
período de observação que durou duas
semana, no período de 26 de abril a 4 de
maio, cuja finalidade era conhecer o perfil
da turma. A turma escolhida foi o 1° Ano 2,
onde me deparei com classe numerosa de
41 alunos e uma sala com difícil acústica, o
que me fez perceber o difícil caminho que
iria percorrer. Paralelo a isso tive uma boa
receptividade da regente em aceitar-me
como estagiária.
5. Segundo Paulo Freire (1997):
“Ninguém educa ninguém, e ninguém se educa sozinho. É preciso
tornar a educação um ato coletivo, solidário”.
Por isso trabalhei bastante durante a fase de
planejamento das aulas. Idealizei para minha aula
inicial, ações dinâmicas a partir da utilização de
ferramentas audiovisuais e trabalho em equipe para
contextualização do conteúdo.
6. “ O estágio supervisionado torna-se importante no processo de formação
docente... Pois pela primeira os alunos enfrentaram o desafio de conviver, falar e
ouvir, com linguagens e saberes diferentes daqueles de seus campos específicos”
Pimenta (1987)
Minha primeira aula real aconteceu no dia 10 de maio.
Foi uma experiência inicial bem difícil, pois tive o
primeiro impacto real da turma.
Meu planejamento se mostrou um completo desastre: o
vídeo que seria passado não foi copiado no formato
certo e assim só pude contar com o auxilio das
imagens para a explicação. Alem disso a turma
mostrou-se bastante inquieta e isso provocou em mim
bastante nervosismo.
Explanado o assunto passei uma atividade extraclasse
de pesquisa afim de estimular o trabalho em equipe.
7. “ Quase tudo o que acontece exerce um efeito sobre o
comportamento dos alunos, designadamente: o clima escolar, a
idade, sexo, o auto-controle, o auto-conceito e o estilo cognitivo são
condicionantes fundamentais que o professor devera considerar
quando lida com diferentes turmas, diferentes alunos em
particular”
Fontana (1988)
Na segunda aula (11/05), estava mais calma e
segura e percebi em mim uma maior habilidade em
expressar os conteúdos. Pude perceber que a sala
era dividida em grupos: haviam os mais
conversadores, que ficavam próximos a porta e
janela, os que prestava atenção a aula ficam no
meio da sala e próximo ao professor e os que eram
mais discretos no fundo da sala. Ao apresentarem a
atividade da aula anterior somente um grupo não
realizou a atividade (os próximos a porta). No mais
foi preciso em alguns momentos pedir silêncio a
turma para que pudéssemos prosseguir a aula.
8. “A flexibilidade das aplicações educativas pode permitir
que alunos e professores "cresçam" com a aplicação.”
Gomes & Duarte (1994)
Na primeira aula, dia 17 de maio optei por uma aula
expositiva e com aplicação de exercícios.
Na segunda aula da semana, dia 18, minha regente sugeriu
uma dinâmica para ensinar o conteúdo de transporte celular,
uma dramatização relâmpago onde encontrei uma resistência
dos alunos, principalmente dos meninos, em participar. No
final todos adoraram e a aula tornou-se mais prazerosa e
explicativa. Pude perceber que a regente não utilizava técnicas
de dinamismo nas aulas e por isso os alunos mostravam
receio em participar o que veio me motivar a buscar técnicas
lúdicas de ensino.
9. “Para se aprender é necessária a prática, e não
poderia ser diferente com a biologia.
Pimenta (2004)
Planejei uma aula pratica para contextualizar melhor o
conteúdo. Ela foi realizada na terceira semana, dia 24 de
maio, sobre osmose em batata, cujo objetivo era perceber
a perda de água na célula vegetal. Durante a aula pratica
os alunos apresentaram agitação em formar as equipes e
conversa paralela. Foi necessário abordar novamente o
conceito de transporte celular.
Na aula do dia 25 seria aplicado a primeira avaliação, um
teste com os assuntos iniciais de citologia , porem devido
a uma paralisação estadual foi preciso adiar a atividade.
10. “ É responsabilidade do educador provocar no aluno o
prazer de aprender”
Tiba (1998)
Finalmente consegui aplicar o teste que tanto planejei. No dia 31
de maio apliquei a avaliação que resultou nos alunos um pedido
pelos geral de que a avaliação fosse feita em trio ou com
consulta. Diante de bastante tumulto decidir por seguir meus
planos e apliquei a atividade em dupla.
No dia 1° de junho entreguei o teste já corrigido, o que
provocando uma agitação na turma. Diante da agitação geral
decidi por iniciar o conteúdo da aula pela demonstração de uma
parodia sobre o assunto o que na minha opinião me pareceu ser
o melhor dia de aula de todo estagio. A parodia que foi recebida
com muita animação pela turma. Eles cantaram e pediram bis.
11. “ Uma boa aula é como uma refeição, quanto mais atraentes
estiverem os pratos que o cozinheiro oferecer, mais desejarão
saboreá-lo.”
Tiba (1998)
A aula do dia 07, teve inicio depois de um longo
atraso e por isso decidi alterar a minha seqüência
didática , entregando a cruzadinha didática e
posteriormente explicando o conteúdo o conteúdo.
Novamente percebi que os alunos não tinham o
costume de ter nas aulas uma abordagem lúdica.
Na terça-feira dia 08 de junho foi aplicado a prova das
Olimpíadas de Matemática (OBMEP), e contribui para
a observação da aplicação da prova da mesma.
12. “As inter-relações sociais e afetiva entre alunos e professores e entre
alunos e alunos são fundamentais na construção do conhecimento, e não
podem ser substituídos por nenhum processo automatizado.”
Gomes & Duarte(1994)
No dia 14 de junho decidi ouvir a turma sobre o que eles
gostariam de fazer para completar os 4,0 pontos de atividade
didáticas (1,0 ponto), dando assim a oportunidade de
interação professor-aluno. Em resposta eles propuseram um
estudo, porem não achei pertinente aceitar a sugestão, pois
gostaria de desenvolver alguma atividade em classe, para que
pudesse perceber o envolvimento dos alunos em resolver a
atividade. Estipulei então uma revisão no retorno das aulas,
(05/07) e um teste (06/07), afim de que eles estudem o
conteúdo, embora decidisse aplicar um jogo didático em
grupo.
13. “ São atribuições Supervisor Acadêmico de Estágio:
• Orientar o aluno sobre a forma de realização das atividades;
• Supervisionar as atividades realizadas...
• Avaliar o desempenho...
•Registrar os atendimentos realizados.”
Dias et.al. (2009)
Dia 5 de julho: a agitação foi geral no retorno das férias como
era de se esperar. Houve discussão acerca da aplicação do teste
previsto para a aula seguinte. Mantive a minha proposta de
aplicar a avaliação individual e sem consulta. Neste dia recebi a
visita de minha regente que pode conhecer bem a realidade da
turma. Esperava ficar nervosa com sua presença mas, acredito
a agitação da turma foi suficiente para distrair minha atenção.
Infelizmente acredito não ter dado uma boa impressão, mas,
assim como ela havia conversado comigo, esse comportamento
traduz o perfil de idade, turno e escola.
14. ” O bom uso de jogos em aula requer que tenhamos uma noção básica
do que queremos explorar ali e de como fazê-lo... o ato de brincar
proporciona a construção do conhecimento de forma natural e
agradável; é um grande agente de socialização; cria e desenvolve
autonomia”
Cunha (2001)
Chegado o dia da avaliação os estudantes montaram uma
comissão pedindo que a avaliação fosse em dupla. Apresentei
então a minha sugestão , um jogo (Passa ou Repassa) que a
primeira vista os alunos não gostaram, me parecendo que
eles dão preferência a modelos sistemáticos. Aceita a
proposta apliquei atividade e como o tempo não foi suficiente
foi preciso finalizar a atividade na aula posterior.
15. “Provas são muito mais do que instrumentos para “aprovar” ou “reprovar”.
Prestam-se primordialmente à avaliação numérica e objetiva dos alunos,
possibilitando a identificação de talentos e o diagnóstico de deficiências, bem
como a quantificação da dimensão dos talentos e da gravidade das
deficiências.”
Melão (2006)
Já em minha oitava semana de aula e em semana
de prova. No dia 12 precisei substituir minha aula
por uma observação de prova, da qual tomei conta.
Já na terça dia 13, dei continuidade ao
jogo Passa ou Repassa, dei as notas e por fim me
dispus a esclarecer duvidas hora
individualmente, hora em grupo.
16. “O ideal é que a avaliação seja uma ferramenta através da
qual seja possível fazer uma análise do trabalho realizado
por turma e professor...”
Berrutti (1988)
Apliquei a minha prova da II Unidade no dia 19 de
julho. Constava de 14 questões no valor de 6,0 pontos
como delimitado pela direção. Houve muitos protestos
com relação a quantidade de questões mas considero
um número ideal pois atende não só ao nível dos
conteúdos abordados quanto ao exigido pela
professora regente.
Na aula do dia 20 não pude iniciar os assuntos da III
unidade pois a regularização das aulas só
aconteceram na semana posterior.
17. “ O estágio foi um período em que buscamos vincular aspectos teóricos com
aspectos práticos. Foi um momento em que a teoria e a prática se mesclaram
para que fosse possível apresentar um bom resultado. E, sobretudo perceber a
necessidade em assumir uma postura não só crítica, mas também reflexiva da
nossa prática educativa diante da realidade...”
Barreto (2006)
Finalizei meu período de estagio no dia 27 de julho.
Na segunda, dia 26 decidi, segundo sugestão de minha
regente, realizar uma avaliação extra (paralela) no valor
de 2,0 pontos para recuperação na media final.
Na terça, ultimo dia da minha regência entreguei os
resultados finais e a prova e pude me despedir da turma.
Foi uma despedida calma e sem grandes emoções.
18. Quando paro para analisar meu desempenho percebo que não
foi um estagio fácil, tanto pela estrutura na sala, quanto pela
quantidade de alunos e seu interesse em aprender.
Devo confessar que durante o percurso mudei varias vezes
minha postura, ora tradicional, ora dinâmica em busca de
conquistar atenção e respeito dos alunos. Busquei na medida
do possível tornar o assunto mais dinâmico empolgante. E isso
me fez percebe que existia ali uma necessidade de motivação.
Com isso consegui, mesmo que não em todos os momentos
agradar a turma. Espero que o mínimo que eu possa ter tenha
ensinado tenha provocado alguma mudança.
Pelos pontos positivos e também pelos negativos foi uma
experiência inesquecível.
19. Me considero vitoriosa por ter enfrentado dificuldades pessoais e
por alcançar os objetivos traçados para este estágio. Agradeço a
minha regente que esteve sempre disposta a contribuir com meu
trabalho, na atenção e contribuições em praticas didáticas.
Preciso confessar que ensinar não era bem o que eu mais
gostava, mas com esse novo projeto me fez repensar em
seguir a profissão.
A todos desejo boa sorte e espero que meu esforço tenha valido
a pena.
20. ALVES, 1933_ apud BARRETO, C. S. Estagio Supervisionado I. Vitoria da Conquista –
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BARRETO, C. S. Estagio Supervisionado I. Vitoria da Conquista – Ba, 2006. Acesso
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BERRUTI, L. de M. Aprendiz de professora I: observando as aulas de Biologia.
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CHAVES, S. M.; Regulamento de Licenciatura em Historia. Disponível em:
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21. FONTANA 1988 _apud PICADO, L. A indisciplina em sala de aula; Uma abordagem
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