O documento discute os contrastes sociais no Brasil através da análise do filme "Central do Brasil". Apresenta como essas desigualdades são reflexos da má distribuição de renda causada pelo capitalismo. A personagem Dora representa aqueles que buscam meios fáceis de enriquecer, enquanto Irene preserva valores éticos apesar das dificuldades. Conclui que é preciso entender as singularidades humanas e questionar injustiças sociais.

1. SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
JOSÉ CARLOS DE SOUZA
MARIA CRISTINA SANTOS
CARLA LIMA
FABIANA CERQUEIRA
ANA PAULA BISPO
OS COSTRASTES DAS RELIDADES BRASILEIRAS
ILHÉUS
2011

2. JOSÉ CARLOS DE SOUZA
MARIA CRISTINA SANTOS
CARLA LIMA
FABIANA CERQUEIRA
ANA PAULA BISPO
OS COSTRASTES DAS RELIDADES BRASILEIRAS
Trabalho de graduação em Serviço Social: 1° semestre
apresentado à Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR, módulo I das disciplinas: Estado, Questão
Social, Políticas Públicas, Direitos e Seguridade Social.
Orientadoras: Prof. Gleiton Lima
Profª Giane Albiazzetti
Profª Rosane Malvezzi
Profª Lisneia Rampazzo
ILHÉUS
2011

3. INTRODUÇÃO
Estudar ou falar sobre as diferentes realidades de um país implica em
analisar minuciosamente os aspectos culturais, sociais e econômicos. As
desigualdades sociais e as injustiças são questões que intrigam e que fizeram
muitos estudiosos se debruçarem sobre esse assunto, buscando respostas para
seus questionamentos; não as encontrando por completo, pois as lutas sociais e de
classe são diárias. A luta por interesses próprios é uma questão inacabada, e por
isso é necessário para entendermos e interferirmos nos problemas presentes, uma
análise e estudo do passado. Nesse referido trabalho, analisaremos o filme “Central
do Brasil” que nos fará refletir sobre os contrastes sociais entendendo que eles são
reflexos e conseqüências do capitalismo e da má distribuição de renda.

4. DESENVOLVIMENTO
O estudo do homem e da sociedade se faz necessário para entendermos os
acontecimentos cotidianos, fazemos parte de uma sociedade com costumes e
práticas específicas. Necessário se faz conhecermos e estudarmos outras
sociedades para observarmos que os costumes e práticas são outros, mas que
precisam ser respeitados. No estudo antropológico, o homem é um ser ativo e capaz
de se apropriar da natureza para garantir a sua sobrevivência e transformá-la se
necessário para suprir suas necessidades e interesses.
Também é necessário entender o ser humano em sua totalidade, sabendo
que ele traz consigo diversidades biológicas, sociais, e culturais que não devem ser
desprezadas, e sim valorizadas.Esse entendimento só acontecerá, se exercitarmos
o nosso olhar amplo, relativista e abrangente do grandioso mundo que existe e nos
cerca, questionando e perguntando sobre o porquê de determinado comportamento
de uma sociedade, e avaliar o quanto as forças externas influenciam nesse
comportamento apresentado. É importante destacar os primeiros movimentos
sociais que revelavam o descontentamento crescente das classes populares com os
dirigentes do nosso país e que tem uma mudança superficial, sem força real, apenas
camuflando e maquiando o nosso país através de uma ordem imposta.Essas
questões sociais, e por que não dizer, problemas, são derivados da má distribuição
de renda e desigualdade social, que vieram como conseqüência do capitalismo, que
é um vasto e complexo processo social, econômico, político e cultural. Sabemos que
com o capitalismo se estabelece a sociedade de classes e se forma um novo modo
de relações sociais, mediatizadas pela posse privada de bens e que esse é o início
de todas as tentativas de ruptura da exploração da maioria pela minoria, que só
tenta beneficiar-se com o sofrimento da classe desfavorecida.
O maior impacto para a explicação da grande evolução e conseqüências do
capitalismo se deu no século XIX com a Revolução Industrial que abalou a estrutura
da sociedade, mudando todo o seu contexto. A grande necessidade de mão-de-obra
para satisfazer o ritmo de produção exigida por essa nova realidade, faz surgir uma
grande população operária nos arredores das fábricas A partir da década de 40, o
poder público começou a investir, sistematicamente, em programas de urbanização

5. com a consolidação da industrialização de produtos nacionais, que veio substituir as
importações. Esse período foi marcado por um intenso crescimento geográfico e
desenvolvimento elevado, que atraía um enorme contingente de migrantes em
busca de emprego e da realização do sonho de melhoria de vida. Dora, uma das
personagens do filme, é um exemplo vivo da luta pela sobrevivência, optou pela
malandragem como meio de vida, situação não tão diferente de alguns brasileiros
que procuram meios fáceis de adquirir o seu capital, mesmo que tal ato venha a
prejudicar outras pessoas. No nosso município não é difícil depararmos com práticas
explicitas de desonestidades, principalmente no meio político e infelizmente na
maioria das vezes tudo termina em pizza, raramente o corrupto é punido ou
desmascarado, trazendo com essa realidade um certo descrédito de dias melhores à
parte justa e trabalhadora. Diferente de Dora observamos em Irene a preservação
de valores morais e éticos mesmo em meio a tanta malandragem e busca por
interesses próprios, o clima de desonestidade e de pobreza apresentado no decorrer
do filme, não foram suficientes para retirar de Irene o seu senso de justiça, pudor e
confiança de que o trabalho dignifica e enobrece o homem. Percebemos, portanto
no referido filme a presença de diferentes culturas e raças, fruto de migrações de
pessoas que abandonaram a sua terra natal em busca de melhoria de vida, pela
falta de estrutura e de um trabalho social local que oportunize ao cidadão
desenvolver as suas potencialidades tendo clareza de seus direitos. Essa deficiência
faz com que sejam impulsionados a buscarem uma vida melhor motivados pela
insatisfação e esperança de dias melhores, portanto com a sua falta de qualificação
e preparo para o campo de trabalho, passam a viver de forma “escrava”, na maioria
das vezes decepcionando-se com iniciativa da mudança, não tendo às vezes
condições de retornar a sua terra de origem, necessitando de auxílio para fazê-lo,
quando não optam pela vida fácil da marginalidade e drogas que tanto tem
corrompido a nossa sociedade.Essa última abordagem é preocupante na nossa
região, pois percebemos que muitos indivíduos estão se enveredando pela linha de
“dinheiro fácil”, apresentado pelo mundo das drogas, mesmo observando que há um
trabalho local sendo realizado e as políticas públicas sendo efetivadas e
executadas.

6. CONCLUSÃO
É necessário entendermos as particularidades e singularidades dos
individuais que convivem em uma sociedade, necessário também a consciência de
que é importante compreendermos o nosso contexto social e não aceitarmos
situações que nos são impostas, é preciso questionarmos e nos incomodar com o
injusto. pois sabemos que as questões sociais são problemas que tomam um
sentido mais amplo, que atinge um grupo, comunidade ou sociedade, que
necessitam de estratégias diferentes das utilizadas para a solução de um problema
individual. Essas questões sociais, e por que não dizer, problemas, são derivados da
má distribuição de renda e desigualdade social, que vieram como conseqüência do
capitalismo, que é um vasto e complexo processo social, econômico, político e
cultural. Devemos, portanto ter o cuidado de não nos tornar indivíduos passivos e
meros expectadores da nossa própria vida, exercitando para isso o nosso senso
crítico e participativo para a efetivação de uma real e verdadeira mudança.

7. BIBLIOGRAFIA
ALBIAZZETTI, Giane. Antropologia: serviço social. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2009.
MELLO, João Manoel Cardoso de. O capitalismo tardio. São Paulo: Brasiliense,
1986.
FAUSTO, B. História concisa do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2006.
FILME ‘’CENTRAL DO BRASIL”
RAMPAZZO, Lisnéia Aparecida. Psicologia geral: serviço social. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2009.