SlideShare uma empresa Scribd logo
LIMA BARRETO
“UM DOS MAIORES CRÍTICOS SOCIAIS DA ÉPOCA”
CARACTERÍSTICAS:
•Estilo bem-humorado e agradável - Sátira
•Linguagem coloquial - jornalística
•Combate ao academicismo e à mediocridade cultural das elites
•Luta contra o preconceito racial e social
•Desmascaramento das falcatruas eleitorais
•Denúncia da corrupção e do abuso de autoridades
•Ironia ao falso patriotismo e à ingenuidade do nacionalismo
ufanista.
O CEMITÉRIO DOS VIVOS
• O próprio Lima conta sobre os objetivos
deste seu livro: "Essa narração, porém,
não tem por fim indicar medidas de
administração; quero contar simplesmente
as impressões da minha sociedade com
os loucos, as minhas conversas com eles
e o que esse transitório comércio me
provocou pensar".
O CEMITÉRIO DOS VIVOS
O livro está dividido em cinco capítulos:
O primeiro é quase pura ficção. Seria o que
poderíamos dizer, os anos de formação de
Vicente Mascarenhas. A sua timidez, o seu
interesse por literatura, os seus projetos e
sonhos de ser um escritor reconhecido,
o seu casamento e sobre o seu único filho.
Chama atenção neste capítulo uma
descrição da arrogância da ciência.
CEMITÉRIO DOS VIVOS
No segundo capítulo ele narra sua internação num dia de
natal.
É submetido a todas as humilhações possíveis a um ser
humano. Aí é que se recorda de Dostoiévski e de Cervantes,
recolhidos em prisões. Ele não faz distinção entre prisão,
hospício e inferno. O seu estado psicológico está assim
descrito: "Veio-me, repentinamente, um horror à sociedade e
à vida; uma vontade de absoluto aniquilamento, mais do que
aquele que a morte traz; um desejo de perecimento total da
minha memória na terra; um desespero por ter sonhado e
terem me acenado tanto grandeza, e ver agora, de uma hora
para outra, sem ter perdido de fato a minha situação, cair
tão, tão baixo, que quase me pus a chorar que nem uma
criança".
CEMITÉRIO DOS VIVOS
O capítulo mostra o choque entre seus sonhos de
jovem, a sua formação relacionada com a sua origem,
proveniente de uma mistura racial, os seus altos
sonhos com a literatura, a sua permanente falta de
dinheiro, que o levou a bebidas baratas, à cachaça. O
seu estado de ânimo está assim descrito: "Tinha trinta
e poucos anos, um filho fatalmente analfabeto, uma
sogra louca, eu mesmo com uma fama de bêbado,
tolerado na repartição que me aborrecia, pobre, eu vi
a vida fechada. Moço, eu não podia apelar para
minha mocidade; ilustrado, não podia fazer valer a
minha ilustração; educado, era tomado por um
vagabundo por todo mundo e sofria as maiores
humilhações. A vida não me tinha mais sabor e
parecia que me abandonava a esperança".
Novas reflexões são trazidas no terceiro capítulo
Desta vez elas atingem o próprio estado da
loucura. Origens, causas e explicações? Procura
desmistificar as absurdas teorias da origem
hereditária. Se assim fosse, quem não seria louco,
deduz. E a sua reflexão continuava, sobre o ser
moral que está no homem: "Eu sofria
honestamente por um sofrimento que ninguém
podia adivinhar;
eu tinha sido humilhado, e estava, a bem dizer,
ainda sendo, eu andei sujo e imundo, mas eu
sentia que interiormente eu resplandecia de
bondade, de sonhos de atingir a verdade, do amor
pelos outros, de arrependimento dos meus erros e
um desejo imenso de contribuir para que os outros
fossem mais felizes do que eu, e procurava e
sondava os mistérios de nossa natureza moral,
uma vontade de descobrir o seu núcleo primitivo
de amor e de bondade".
Em meio a tudo isso, ele recebe tratamentos um
pouco mais humanizados e isso lhe faz renascer as
esperanças.
• O quarto capítulo trata fundamentalmente das
relações que ocorrem no presídio.
Ele é observado e ganha um tratamento diferenciado.
Ele jamais o reivindicou, especialmente, por
sentimentos de culpa, que o aniquilavam. De maneira
geral, os funcionários eram portugueses pobres.
Descreve, mas pede para não generalizar, um
brasileiro, lhe conferindo as qualidade de exibição,
mando e autoritarismo. Com ele teve um atrito, dos
poucos que teve. Soberba, superioridade e
inferioridade nas relações ganham também as suas
observações. Considera a falta de solidão um dos
piores suplícios do hospício. Sempre tem um louco
por perto a incomodar. A hora mais triste é a que está
entre o pós jantar e o dormir, quando afloram na
memória os tristes episódios da vida.
• No quinto capítulo descreve e reflete sobre a
sua relação com os médicos. Descreve com
atenção especial dois médicos com atitudes
opostas. De um teme que lhe aplique os novos
inventos da medicina. De outro, exalta as suas
qualidades humanas. Da ciência louva o
progresso da técnica, mas duvida das ciências
médicas, por sua arrogância e o
distanciamento na interação do médico com o
paciente. Este é tratado como um objeto.
Passou por cinco médicos, cada um com as suas
peculiaridades. Descreve, ainda as cinco sessões
do hospício. Sobra tempo também para uma
reflexão sobre a bebida, quando um dos médicos
constata que ela não lhe provocara estragos tão
grandes. "Eram mínimos", constatou. E aí começa
a sua nova reflexão:
"Ela não me matava, ela não me estragava de vez,
não me arruinava. De quando em quando,
provocava-me alucinações, eu incomodava os
outros, metiam-me em casas de saúde ou no
Hospício, eu renascia, voltava, e assim levava uma
vida insegura, desgostosa, e desgostando os
outros, sem realizar plenamente o meu destino,
que as coisas obscuras queriam dizer não ser o de
um simples bêbado. Era preciso reagir".

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a O cemitério dos vivos (2).pptx Lima barreto

Nessahan alita como lidar com mulheres
Nessahan alita como lidar com mulheresNessahan alita como lidar com mulheres
Nessahan alita como lidar com mulheres
Anderson Santana
 
Memórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás CubasMemórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás Cubas
Octávio Da Matta
 
Alberoni erotismo
Alberoni erotismoAlberoni erotismo
Alberoni erotismo
Claudinei Santos
 
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
ESCRIBAVALDEMIR
 
O que é masculinidade.pptx
O que é masculinidade.pptxO que é masculinidade.pptx
O que é masculinidade.pptx
CAIQUEAZEVEDP
 
Literatura e Fome
Literatura e FomeLiteratura e Fome
Literatura e Fome
Universidade das Quebradas
 
Lançamentos março
Lançamentos marçoLançamentos março
Lançamentos março
Jaira Costa
 
Lançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora PlanetaLançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora Planeta
Claudia Valeria Ortega
 
Wole soyinka
Wole soyinkaWole soyinka
Wole soyinka
tyromello
 
A via crucis do corpo
A via crucis do corpoA via crucis do corpo
A via crucis do corpo
rochamendess82
 
Dom casmurro
Dom casmurroDom casmurro
Dom casmurro
Francis Paula
 
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdfO Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
MarcusMendes21
 
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
Edimar de Freitas
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
Paula Rubato
 
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6   Modernidade E HiperestíMuloPowerpoint 6   Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Erly Vieira Jr
 
A crítica social e a experiência estética na literatura.docx
A crítica social e a experiência estética na literatura.docxA crítica social e a experiência estética na literatura.docx
A crítica social e a experiência estética na literatura.docx
JOSADNILTONFERREIRA
 
Literatura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A CarneLiteratura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A Carne
Ezequias Guimaraes
 
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDFMentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
Elaine Santos
 
Novo chnotícias8 (2)
Novo chnotícias8 (2)Novo chnotícias8 (2)
A doutrina do pecado
A doutrina do pecadoA doutrina do pecado
A doutrina do pecado
leniogravacoes
 

Semelhante a O cemitério dos vivos (2).pptx Lima barreto (20)

Nessahan alita como lidar com mulheres
Nessahan alita como lidar com mulheresNessahan alita como lidar com mulheres
Nessahan alita como lidar com mulheres
 
Memórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás CubasMemórias póstumas de Brás Cubas
Memórias póstumas de Brás Cubas
 
Alberoni erotismo
Alberoni erotismoAlberoni erotismo
Alberoni erotismo
 
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
VOCÊ É INVEJOSO, ENTENDA ISSO!
 
O que é masculinidade.pptx
O que é masculinidade.pptxO que é masculinidade.pptx
O que é masculinidade.pptx
 
Literatura e Fome
Literatura e FomeLiteratura e Fome
Literatura e Fome
 
Lançamentos março
Lançamentos marçoLançamentos março
Lançamentos março
 
Lançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora PlanetaLançamentos março da editora Planeta
Lançamentos março da editora Planeta
 
Wole soyinka
Wole soyinkaWole soyinka
Wole soyinka
 
A via crucis do corpo
A via crucis do corpoA via crucis do corpo
A via crucis do corpo
 
Dom casmurro
Dom casmurroDom casmurro
Dom casmurro
 
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdfO Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
O Imbecil Coletivo - Olavo de Carvalho.pdf
 
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
Como lidar com as mulheres /Nessahan alita
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
 
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6   Modernidade E HiperestíMuloPowerpoint 6   Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
 
A crítica social e a experiência estética na literatura.docx
A crítica social e a experiência estética na literatura.docxA crítica social e a experiência estética na literatura.docx
A crítica social e a experiência estética na literatura.docx
 
Literatura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A CarneLiteratura Brasileira: Livro A Carne
Literatura Brasileira: Livro A Carne
 
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDFMentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
Mentes Perigosas - O Psicopata Mora ao Lado - Ana Beatriz Barbosa Silva.PDF
 
Novo chnotícias8 (2)
Novo chnotícias8 (2)Novo chnotícias8 (2)
Novo chnotícias8 (2)
 
A doutrina do pecado
A doutrina do pecadoA doutrina do pecado
A doutrina do pecado
 

Mais de PabloGabrielKdabra

REALISMOKDABRA literatura brasileira kda
REALISMOKDABRA literatura brasileira kdaREALISMOKDABRA literatura brasileira kda
REALISMOKDABRA literatura brasileira kda
PabloGabrielKdabra
 
Filosofia pré socrática filósofos da phi
Filosofia pré socrática filósofos da phiFilosofia pré socrática filósofos da phi
Filosofia pré socrática filósofos da phi
PabloGabrielKdabra
 
aula de filosofia antiga, medieval e mod
aula de filosofia antiga, medieval e modaula de filosofia antiga, medieval e mod
aula de filosofia antiga, medieval e mod
PabloGabrielKdabra
 
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptxAulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
PabloGabrielKdabra
 
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptxAULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
PabloGabrielKdabra
 
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptxSLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
PabloGabrielKdabra
 
aula.pptx aula cientificismo revolução cient
aula.pptx aula cientificismo revolução cientaula.pptx aula cientificismo revolução cient
aula.pptx aula cientificismo revolução cient
PabloGabrielKdabra
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
PabloGabrielKdabra
 
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologiaÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
PabloGabrielKdabra
 
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima BarretopptxO cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
PabloGabrielKdabra
 
DIREITOS HUMANOS AULA/BASE kadabra.pptx
DIREITOS HUMANOS  AULA/BASE  kadabra.pptxDIREITOS HUMANOS  AULA/BASE  kadabra.pptx
DIREITOS HUMANOS AULA/BASE kadabra.pptx
PabloGabrielKdabra
 
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOSAULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
PabloGabrielKdabra
 
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima BarretoResumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
PabloGabrielKdabra
 
LITERATURA PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
LITERATURA  PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptxLITERATURA  PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
LITERATURA PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
PabloGabrielKdabra
 
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptxANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
PabloGabrielKdabra
 
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptxMODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
PabloGabrielKdabra
 
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).pptANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
PabloGabrielKdabra
 
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).pptANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
PabloGabrielKdabra
 
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.pptO-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
PabloGabrielKdabra
 
AULA I COE.pptx
AULA I COE.pptxAULA I COE.pptx
AULA I COE.pptx
PabloGabrielKdabra
 

Mais de PabloGabrielKdabra (20)

REALISMOKDABRA literatura brasileira kda
REALISMOKDABRA literatura brasileira kdaREALISMOKDABRA literatura brasileira kda
REALISMOKDABRA literatura brasileira kda
 
Filosofia pré socrática filósofos da phi
Filosofia pré socrática filósofos da phiFilosofia pré socrática filósofos da phi
Filosofia pré socrática filósofos da phi
 
aula de filosofia antiga, medieval e mod
aula de filosofia antiga, medieval e modaula de filosofia antiga, medieval e mod
aula de filosofia antiga, medieval e mod
 
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptxAulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
Aulão em Dose Triplahh Pablo kdabra.pptx
 
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptxAULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
AULA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA PABLO KDABRA.pptx
 
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptxSLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
SLIDE-02-FILOSOFIA-medieval KDADBRA.pptx
 
aula.pptx aula cientificismo revolução cient
aula.pptx aula cientificismo revolução cientaula.pptx aula cientificismo revolução cient
aula.pptx aula cientificismo revolução cient
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologiaÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
ÚLTIMA AULA DE SOCIOLOGIA DO ANO.pptx aula de sociologia
 
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima BarretopptxO cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
O cemitério dos vivos. Obra do grande escritor pré modernista Lima Barretopptx
 
DIREITOS HUMANOS AULA/BASE kadabra.pptx
DIREITOS HUMANOS  AULA/BASE  kadabra.pptxDIREITOS HUMANOS  AULA/BASE  kadabra.pptx
DIREITOS HUMANOS AULA/BASE kadabra.pptx
 
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOSAULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
AULÃO DE LINGUAGENS ESPECIAL PARA VESTIBULANDOS
 
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima BarretoResumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Resumo do livro Clara dos Anjos, de Lima Barreto
 
LITERATURA PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
LITERATURA  PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptxLITERATURA  PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
LITERATURA PARA VESTIBULANDOS E CONCURSEIROS(3).pptx
 
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptxANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
 
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptxMODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
MODERNISMO TERCEIRA FASEaa.pptx
 
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).pptANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
 
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).pptANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
ANÁLISE VIDAS SECAS (2).ppt
 
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.pptO-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
O-MODERNISMO-E-AS-ARTES-NO-BRASIL.ppt
 
AULA I COE.pptx
AULA I COE.pptxAULA I COE.pptx
AULA I COE.pptx
 

Último

05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
AdrianoMontagna1
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
fernandacosta37763
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
Suzy De Abreu Santana
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Danielle Fernandes Amaro dos Santos
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Centro Jacques Delors
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
djincognito
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmenteeducação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
DeuzinhaAzevedo
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 

Último (20)

05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...“A classe operária vai ao paraíso  os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
“A classe operária vai ao paraíso os modos de produzir e trabalhar ao longo ...
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptx
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
 
0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmenteeducação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
educação inclusiva na atualidade como ela se estabelece atualmente
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 

O cemitério dos vivos (2).pptx Lima barreto

  • 1.
  • 2. LIMA BARRETO “UM DOS MAIORES CRÍTICOS SOCIAIS DA ÉPOCA” CARACTERÍSTICAS: •Estilo bem-humorado e agradável - Sátira •Linguagem coloquial - jornalística •Combate ao academicismo e à mediocridade cultural das elites •Luta contra o preconceito racial e social •Desmascaramento das falcatruas eleitorais •Denúncia da corrupção e do abuso de autoridades •Ironia ao falso patriotismo e à ingenuidade do nacionalismo ufanista.
  • 3. O CEMITÉRIO DOS VIVOS • O próprio Lima conta sobre os objetivos deste seu livro: "Essa narração, porém, não tem por fim indicar medidas de administração; quero contar simplesmente as impressões da minha sociedade com os loucos, as minhas conversas com eles e o que esse transitório comércio me provocou pensar".
  • 4. O CEMITÉRIO DOS VIVOS O livro está dividido em cinco capítulos: O primeiro é quase pura ficção. Seria o que poderíamos dizer, os anos de formação de Vicente Mascarenhas. A sua timidez, o seu interesse por literatura, os seus projetos e sonhos de ser um escritor reconhecido, o seu casamento e sobre o seu único filho. Chama atenção neste capítulo uma descrição da arrogância da ciência.
  • 5. CEMITÉRIO DOS VIVOS No segundo capítulo ele narra sua internação num dia de natal. É submetido a todas as humilhações possíveis a um ser humano. Aí é que se recorda de Dostoiévski e de Cervantes, recolhidos em prisões. Ele não faz distinção entre prisão, hospício e inferno. O seu estado psicológico está assim descrito: "Veio-me, repentinamente, um horror à sociedade e à vida; uma vontade de absoluto aniquilamento, mais do que aquele que a morte traz; um desejo de perecimento total da minha memória na terra; um desespero por ter sonhado e terem me acenado tanto grandeza, e ver agora, de uma hora para outra, sem ter perdido de fato a minha situação, cair tão, tão baixo, que quase me pus a chorar que nem uma criança".
  • 6. CEMITÉRIO DOS VIVOS O capítulo mostra o choque entre seus sonhos de jovem, a sua formação relacionada com a sua origem, proveniente de uma mistura racial, os seus altos sonhos com a literatura, a sua permanente falta de dinheiro, que o levou a bebidas baratas, à cachaça. O seu estado de ânimo está assim descrito: "Tinha trinta e poucos anos, um filho fatalmente analfabeto, uma sogra louca, eu mesmo com uma fama de bêbado, tolerado na repartição que me aborrecia, pobre, eu vi a vida fechada. Moço, eu não podia apelar para minha mocidade; ilustrado, não podia fazer valer a minha ilustração; educado, era tomado por um vagabundo por todo mundo e sofria as maiores humilhações. A vida não me tinha mais sabor e parecia que me abandonava a esperança".
  • 7. Novas reflexões são trazidas no terceiro capítulo Desta vez elas atingem o próprio estado da loucura. Origens, causas e explicações? Procura desmistificar as absurdas teorias da origem hereditária. Se assim fosse, quem não seria louco, deduz. E a sua reflexão continuava, sobre o ser moral que está no homem: "Eu sofria honestamente por um sofrimento que ninguém podia adivinhar;
  • 8. eu tinha sido humilhado, e estava, a bem dizer, ainda sendo, eu andei sujo e imundo, mas eu sentia que interiormente eu resplandecia de bondade, de sonhos de atingir a verdade, do amor pelos outros, de arrependimento dos meus erros e um desejo imenso de contribuir para que os outros fossem mais felizes do que eu, e procurava e sondava os mistérios de nossa natureza moral, uma vontade de descobrir o seu núcleo primitivo de amor e de bondade". Em meio a tudo isso, ele recebe tratamentos um pouco mais humanizados e isso lhe faz renascer as esperanças.
  • 9. • O quarto capítulo trata fundamentalmente das relações que ocorrem no presídio. Ele é observado e ganha um tratamento diferenciado. Ele jamais o reivindicou, especialmente, por sentimentos de culpa, que o aniquilavam. De maneira geral, os funcionários eram portugueses pobres. Descreve, mas pede para não generalizar, um brasileiro, lhe conferindo as qualidade de exibição, mando e autoritarismo. Com ele teve um atrito, dos poucos que teve. Soberba, superioridade e inferioridade nas relações ganham também as suas observações. Considera a falta de solidão um dos piores suplícios do hospício. Sempre tem um louco por perto a incomodar. A hora mais triste é a que está entre o pós jantar e o dormir, quando afloram na memória os tristes episódios da vida.
  • 10. • No quinto capítulo descreve e reflete sobre a sua relação com os médicos. Descreve com atenção especial dois médicos com atitudes opostas. De um teme que lhe aplique os novos inventos da medicina. De outro, exalta as suas qualidades humanas. Da ciência louva o progresso da técnica, mas duvida das ciências médicas, por sua arrogância e o distanciamento na interação do médico com o paciente. Este é tratado como um objeto.
  • 11. Passou por cinco médicos, cada um com as suas peculiaridades. Descreve, ainda as cinco sessões do hospício. Sobra tempo também para uma reflexão sobre a bebida, quando um dos médicos constata que ela não lhe provocara estragos tão grandes. "Eram mínimos", constatou. E aí começa a sua nova reflexão:
  • 12. "Ela não me matava, ela não me estragava de vez, não me arruinava. De quando em quando, provocava-me alucinações, eu incomodava os outros, metiam-me em casas de saúde ou no Hospício, eu renascia, voltava, e assim levava uma vida insegura, desgostosa, e desgostando os outros, sem realizar plenamente o meu destino, que as coisas obscuras queriam dizer não ser o de um simples bêbado. Era preciso reagir".