O documento discute o transtorno de personalidade borderline, definindo-o como um transtorno caracterizado por instabilidade emocional, impulsividade e relacionamentos caóticos. Também fornece dicas para familiares de como lidar com alguém que tem esse transtorno, como estabelecer limites claros, mostrar empatia e buscar tratamento profissional.
2. “ Quando uma pessoa vive de verdade,
todas as outras também vivem! ”
Pinkola Éstes
3. Entendemos que seja:
Nossa individualidade. O que nos distingue do outro
Um conjunto de características marcantes de uma pessoa
Um conjunto de padrões de pensamentos, sentimentos e
comportamentos do indivíduo ao longo da vida
Uma tendência psicológica de realizar certos comportamentos
sociais
Uma combinação dinâmica do temperamento e do caráter de
uma pessoa
4. Segundo a CID-10 (1933) o transtorno de
Personalidade “borderline” é :
Um transtorno de personalidade no qual há uma
tendência marcante a agir impulsivamente sem consideração
das conseqüências, junto com a instabilidade afetiva.
A capacidade de planejar do indivíduo pode ser mínima,
e acessos de raiva intensa pode levar à violência ou a
explosões comportamentais: estas são facilmente
precipitadas quando atos impulsivos são criticados
ou impedidos por outros (p.200).
5. Você convive com alguém de difícil acesso na família ou relações
de amizade através de um comportamento que envolva:
Instabilidade / desregulação emocional intensa, várias vezes ao dia
Suas emoções transbordam!
Vivem no limite entre a neurose e a psicose
Contato social e afetivo prejudicado
Mecanismo mental do pensar, sentir, agir dicotômico: pensam de
uma certa maneira, sentem de outra e agem de outra
totalmente diferente
6. Delicados em alguns momentos e agressivos em outros
Labilidade afetiva, ansiedade, impacientes, com reações imprevisíveis de
raiva ou de alegria desproporcional ao estímulo, de raciocínio extremista,
imediatistas
Não toleram frustração. Sensíveis à rejeição.
Desmancha prazer
Impulsividade sem consideração das conseqüências
Sedutores e as vezes manipuladores
Acusam o outro de ter feito algo que o outro não fez
Sentimento persistente de vazio - vácuo existencial
7. Compensam este sentimento de vazio através do comer compulsivo, drogas,
bebidas, sexo, gastos excessivos
Distorcem a realidade
Ao sentirem-se rejeitados se auto mutilam como forma de tamponar a dor
psíquica, como tentativa de sentirem alguma dor “palpável”
Confusos e desorganizados emocional e afetivamente
Mundo interno e de relações caótico
Não toleram a separação
8. Enfurecem quando supõe que seu cuidador está indiferente
São paradoxais: buscam a aproximação do outro mas se afastam das pessoas
São crianças em corpos de adulto. Sentem medo intenso do abandono
Idealizam e desvalorizam as pessoas com as quais convivem permanentemente
Falta de auto-estima
Podem ser explosivos ou implosivos
Passivos para fazer mas muito ativos para achar quem faça por ele
9. Não se envolver diante dos ataques de fúria do TPB
Escutá-lo. Ser empático. Manter rotinas familiares
É importante acolher o indivíduo, mas não seu comportamento.
Falar a ele o sentimento que ele gerou em você com seu comportamento
Mostrar ao TPB que ele é responsável por suas ações
Não acolher o lugar de vitima em que ele se coloca
Estabelecer limites claros
Não deixá-lo isolar-se
Discutir com ele os problemas que surgem
Apoiá-lo quando ele se comprometer a fazer um tratamento
10. Estabelecer uma relação terapêutica de confiança
Não reforçar o comportamento mal adaptado do TPB
Traçar junto com o TPB objetivos específicos
Colocar limites
Trabalho corporal (relaxamento) , música e artes expressivas são
bem vindos, pode acalmá-lo
Construir sua subjetividade
11. O familiar adoece junto
Probabilidade do familiar ser acometido de depressão e stress é grande
O nível de ansiedade dos familiares é grande em decorrência
da instabilidade de humor do TPB
Quando os familiares se vêem despreparados e surpresos diante da
impulsividade do TPB
Para facilitar a comunicação do familiar com o TPB
• PORQUE O TRABALHO COM AS FAMÍLIAS:
12. Para que os familiares aprendam a ter uma mesma conduta diante do
TPB
Diminuir a culpa que sentem
Aprender a ter um tempo só para si
13. Tratamento psiquiátrico
Pequenas doses de anti-depressivos
Psicoterapia para ajudá-lo na reconstituição da personalidade
Especialistas acreditam que com o passar dos anos pode haver a
regressão dos sintomas, ainda que o TPB nunca se cure por completo.
Acreditam que eles consigam se relacionar melhor e a controlar o
vazio que sentem
• TRATAMENTO E PROGNÓSTICO:
14. Colaborar para que a convivência diária do familiar com o
portador do TPB seja mais harmoniosa
Ajudá-los a desenvolver habilidades de enfrentamento diante do TPB
Ajudá-los a diminuir a dor e os encargos emocionais
Aumentar a competência dos familiares no manejo com o TPB
Ajudá-los a encontrar saídas mais criativas
Estimular a troca de experiência entre as famílias através do espelhamento
• OBJETIVO DO TRABALHO COM AS FAMÍLIAS:
15. Referência bibliográfica:
Fonte: CID 10 1992
Transtornos mentais e do comportamento da CID 10
Sobrevivência Emocional
Rosa Cukier
Porto Alegre – Artes Médicas 1993
Corações descontrolados
Ana Beatriz Barbosa Silva
Ed. Fontanar