SlideShare uma empresa Scribd logo
Escola Secundária de Santo André
       EFA – Nível Secundário                     2008                                STC

    Nome: ________________________________________ Turma: ____ Data: _____/_____/_____

 Eu no Mundo
 Ø Como penso e participo na organização social e económica
 da sociedade em que me integro?
 Núcleo Gerador: Gestão e economia
 ØDR 3: Sistemas Monetários e Financeiros


A inflação europeia e os efeitos em Portugal


       A inflação continua a subir na Zona Euro. Atingiu o máximo histórico de 3,7%, em Maio último, sem
fim da tendência altista à vista. Esta situação raia o dobro da chamada estabilidade de preços na zona
euro (o equivalente a uma inflação inferior a 2%) fez com que o Banco Central Europeu (BCE) ficasse sem
margem de manobra. Vendo a onda da subida dos preços encastelar-se a meses de distância - com o
encarecimento de matérias-primas, combustíveis e bens alimentares -, resistiu aos apelos à descida do
preço do euro, mantendo a taxa directora nos 4% de há um ano a esta parte. Mas a crista da onda tem
vindo a crescer sempre, o que significa que as taxas de juro reais, o verdadeiro travão para uma oferta de
moeda sobreaquecida, têm minguado na proporção inversa. De tal forma que as últimas taxas comerciais
Euribor já incorporam inevitável subida de, pelo menos, 25 pontos-base, decretada pelo BCE na sua
próxima reunião do mês de Julho.
        Para Portugal, cuja anemia do crescimento económico se mede hoje numa inflação bem mais
baixa (2,8%) do que a média da Zona Euro, tudo isto são más notícias. Dinheiro mais caro significa subida
de encargos com a casa nova para 1,6 milhões de famílias portuguesas endividadas - sem contrapartida
suficiente de aumentos no rendimento disponível. O sobreendividamento das famílias e a queda drástica
da sua taxa de poupança constituem hoje o maior factor limitante do crescimento económico do País.
Precisávamos de expansão da procura externa dirigida às exportações nacionais de bens e serviços, e
não o contrário. Precisávamos de dinheiro mais barato para potenciar o investimento, e não o contrário.
Entrámos num clube (o euro) com uma quota de, apenas, 2% (que é o nosso peso nesse todo). Mas o seu
guardião monetário (o BCE) leva em conta a situação dos sócios maioritários, a Alemanha, a França, a
Itália, e não a nossa!...
        Na Ucrânia, as opiniões dividem-se fortemente sobre uma adesão à NATO. Mas é sobretudo a
norte, na Rússia, que um eventual novo alargamento da Aliança Atlântica gera preocupação. Para
Moscovo, a contínua progressão da NATO para leste - primeiro integrando países do extinto Pacto de
Varsóvia, depois os três estados bálticos e agora eventualmente uma das principais repúblicas ex-
soviéticas - só pode ser entendido como uma manifestação de desafio, mesmo que tanto os líderes
ucranianos como ocidentais garantam o contrário.
       A actual Rússia não tem o poderio da desaparecida URSS, mas continua a ver-se como uma
grande potência. E as grandes potências não gostam de ser desafiadas mesmo junto às suas portas. É
um risco exagerado perturbar a Rússia de Medvedev e Putin sem necessidade geopolítica. E está por
provar que a NATO ganha com a entrada da Ucrânia.


                                                                           Editorial DN 17 - Junho - 2008

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (10)

5
55
5
 
Solução única de Cristina Casalinho
Solução única de Cristina CasalinhoSolução única de Cristina Casalinho
Solução única de Cristina Casalinho
 
Newsletter Diaria Fincor 13-11-2013
Newsletter Diaria Fincor 13-11-2013 Newsletter Diaria Fincor 13-11-2013
Newsletter Diaria Fincor 13-11-2013
 
fmi_completo
fmi_completofmi_completo
fmi_completo
 
Clipagem Diponto Março 2011
Clipagem Diponto Março 2011Clipagem Diponto Março 2011
Clipagem Diponto Março 2011
 
A Restruturação da Dívida Publica é inevitável, artigo do Prof. Doutor Rui Te...
A Restruturação da Dívida Publica é inevitável, artigo do Prof. Doutor Rui Te...A Restruturação da Dívida Publica é inevitável, artigo do Prof. Doutor Rui Te...
A Restruturação da Dívida Publica é inevitável, artigo do Prof. Doutor Rui Te...
 
Radar econômico - Semana 30
Radar econômico - Semana 30Radar econômico - Semana 30
Radar econômico - Semana 30
 
Radar Econômico - Semana 31
Radar Econômico - Semana 31Radar Econômico - Semana 31
Radar Econômico - Semana 31
 
Industria do aço
Industria do açoIndustria do aço
Industria do aço
 
Dn christine lagarde...
Dn  christine lagarde...Dn  christine lagarde...
Dn christine lagarde...
 

Destaque

Destaque (6)

A evolução da inflação em portugal
A evolução da inflação em portugalA evolução da inflação em portugal
A evolução da inflação em portugal
 
Economia A 10º Distribuição e Moeda
Economia A 10º Distribuição e MoedaEconomia A 10º Distribuição e Moeda
Economia A 10º Distribuição e Moeda
 
Slide inflaçao 1
Slide inflaçao 1Slide inflaçao 1
Slide inflaçao 1
 
Aula De Inflação
Aula De InflaçãoAula De Inflação
Aula De Inflação
 
O Plano Real
O Plano RealO Plano Real
O Plano Real
 
A evolução da moeda
A evolução da moedaA evolução da moeda
A evolução da moeda
 

Semelhante a Notícias dn a inflação europeia e os efeitos em portugal

Bdm 21.05.2010
Bdm 21.05.2010Bdm 21.05.2010
Bdm 21.05.2010
oabcred
 
União Europeia
União EuropeiaUnião Europeia
União Europeia
leogato5
 
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
Wander barreto
 
Bdm 17.05.2010
Bdm 17.05.2010Bdm 17.05.2010
Bdm 17.05.2010
oabcred
 

Semelhante a Notícias dn a inflação europeia e os efeitos em portugal (19)

1606 centro e periferias na europa 2- - portugal, um desastre periférico
1606   centro e periferias na europa  2- - portugal, um desastre periférico1606   centro e periferias na europa  2- - portugal, um desastre periférico
1606 centro e periferias na europa 2- - portugal, um desastre periférico
 
A não solução com um novo escudo
A não solução com um novo escudoA não solução com um novo escudo
A não solução com um novo escudo
 
FGV / IBRE - O Ambiente Internacional e seus Reflexos no Brasil - Affonso Cel...
FGV / IBRE - O Ambiente Internacional e seus Reflexos no Brasil - Affonso Cel...FGV / IBRE - O Ambiente Internacional e seus Reflexos no Brasil - Affonso Cel...
FGV / IBRE - O Ambiente Internacional e seus Reflexos no Brasil - Affonso Cel...
 
JFA24052013 a opção
JFA24052013 a opçãoJFA24052013 a opção
JFA24052013 a opção
 
Dados economicos genari
Dados economicos genariDados economicos genari
Dados economicos genari
 
Bdm 21.05.2010
Bdm 21.05.2010Bdm 21.05.2010
Bdm 21.05.2010
 
TEC 2010 05 - Indicadores de desemprego e de subocupação
TEC 2010 05 - Indicadores de desemprego e de subocupaçãoTEC 2010 05 - Indicadores de desemprego e de subocupação
TEC 2010 05 - Indicadores de desemprego e de subocupação
 
Portugal, 30 anos de Integração Europeia
Portugal, 30 anos de Integração EuropeiaPortugal, 30 anos de Integração Europeia
Portugal, 30 anos de Integração Europeia
 
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
A crise econômica na uniao europeia
A crise econômica na uniao europeiaA crise econômica na uniao europeia
A crise econômica na uniao europeia
 
Crise mundial de 2014
Crise mundial de 2014Crise mundial de 2014
Crise mundial de 2014
 
Rendimentos familiares e desigualdades na europa
Rendimentos familiares e desigualdades na europaRendimentos familiares e desigualdades na europa
Rendimentos familiares e desigualdades na europa
 
Atualidadeuniaoblog 1
Atualidadeuniaoblog 1Atualidadeuniaoblog 1
Atualidadeuniaoblog 1
 
2corsi12a19
2corsi12a192corsi12a19
2corsi12a19
 
União Europeia
União EuropeiaUnião Europeia
União Europeia
 
G8 - Crise econômica
G8 - Crise econômicaG8 - Crise econômica
G8 - Crise econômica
 
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
Paises desenvolvidos do norte ii (europa)
 
Países desenvolvidos do norte - Europa
Países desenvolvidos do norte - EuropaPaíses desenvolvidos do norte - Europa
Países desenvolvidos do norte - Europa
 
Bdm 17.05.2010
Bdm 17.05.2010Bdm 17.05.2010
Bdm 17.05.2010
 

Último

5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
edjailmax
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
luanakranz
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
tchingando6
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 

Último (20)

5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
 
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
Atividade-9-8o-ano-HIS-Os-caminhos-ate-a-independencia-do-Brasil-Brasil-Colon...
 
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdfA NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
A NEUROPEDAGOGIA NO PROCESSO DE ENCINAGEM.pdf
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
Poema - Reciclar é preciso
Poema            -        Reciclar é precisoPoema            -        Reciclar é preciso
Poema - Reciclar é preciso
 
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptxPERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
PERFIL M DO LUBANGO e da Administraçao_041137.pptx
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfTesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
04_GuiaDoCurso_Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness.pdf
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docxAtividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
Atividades-Sobre-o-Conto-Venha-Ver-o-Por-Do-Sol.docx
 
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdfO autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
 

Notícias dn a inflação europeia e os efeitos em portugal

  • 1. Escola Secundária de Santo André EFA – Nível Secundário 2008 STC Nome: ________________________________________ Turma: ____ Data: _____/_____/_____ Eu no Mundo Ø Como penso e participo na organização social e económica da sociedade em que me integro? Núcleo Gerador: Gestão e economia ØDR 3: Sistemas Monetários e Financeiros A inflação europeia e os efeitos em Portugal A inflação continua a subir na Zona Euro. Atingiu o máximo histórico de 3,7%, em Maio último, sem fim da tendência altista à vista. Esta situação raia o dobro da chamada estabilidade de preços na zona euro (o equivalente a uma inflação inferior a 2%) fez com que o Banco Central Europeu (BCE) ficasse sem margem de manobra. Vendo a onda da subida dos preços encastelar-se a meses de distância - com o encarecimento de matérias-primas, combustíveis e bens alimentares -, resistiu aos apelos à descida do preço do euro, mantendo a taxa directora nos 4% de há um ano a esta parte. Mas a crista da onda tem vindo a crescer sempre, o que significa que as taxas de juro reais, o verdadeiro travão para uma oferta de moeda sobreaquecida, têm minguado na proporção inversa. De tal forma que as últimas taxas comerciais Euribor já incorporam inevitável subida de, pelo menos, 25 pontos-base, decretada pelo BCE na sua próxima reunião do mês de Julho. Para Portugal, cuja anemia do crescimento económico se mede hoje numa inflação bem mais baixa (2,8%) do que a média da Zona Euro, tudo isto são más notícias. Dinheiro mais caro significa subida de encargos com a casa nova para 1,6 milhões de famílias portuguesas endividadas - sem contrapartida suficiente de aumentos no rendimento disponível. O sobreendividamento das famílias e a queda drástica da sua taxa de poupança constituem hoje o maior factor limitante do crescimento económico do País. Precisávamos de expansão da procura externa dirigida às exportações nacionais de bens e serviços, e não o contrário. Precisávamos de dinheiro mais barato para potenciar o investimento, e não o contrário. Entrámos num clube (o euro) com uma quota de, apenas, 2% (que é o nosso peso nesse todo). Mas o seu guardião monetário (o BCE) leva em conta a situação dos sócios maioritários, a Alemanha, a França, a Itália, e não a nossa!... Na Ucrânia, as opiniões dividem-se fortemente sobre uma adesão à NATO. Mas é sobretudo a norte, na Rússia, que um eventual novo alargamento da Aliança Atlântica gera preocupação. Para Moscovo, a contínua progressão da NATO para leste - primeiro integrando países do extinto Pacto de Varsóvia, depois os três estados bálticos e agora eventualmente uma das principais repúblicas ex- soviéticas - só pode ser entendido como uma manifestação de desafio, mesmo que tanto os líderes ucranianos como ocidentais garantam o contrário. A actual Rússia não tem o poderio da desaparecida URSS, mas continua a ver-se como uma grande potência. E as grandes potências não gostam de ser desafiadas mesmo junto às suas portas. É um risco exagerado perturbar a Rússia de Medvedev e Putin sem necessidade geopolítica. E está por provar que a NATO ganha com a entrada da Ucrânia. Editorial DN 17 - Junho - 2008