1. NORMA 568 B
Cabeamento Estruturado
em Edifícios Comerciais
Por Wilson Junior
Baseado no Capítulo 6 do livro
“Projetos de Redes Locais
com Cabeamento Estruturado
Autor: Paulo Eustáquio Coelho
2. Propósito da norma 568B
O propósito desta norma é especificar um sistema de
cabeamento genérico para edifícios comerciais que suporte um
ambiente com produtos de vários fabricantes.
Ela também fornece informações que podem ser usadas para
uso em projetos de sistemas de telecomunicações em empresas
comerciais.
3. A norma 568B recomenda que a concepção de um sistema de
cabeamento estruturado seja elaborada durante a construção ou
mesmo reforma dos edifícios, pois dessa maneira o custo é
substancialmente reduzido quando comparado à reestruturação
do cabeamento em edifícios já construídos ou ocupados.
Ela também especifica critérios técnicos de desempenho para
vários sistemas e configurações de cabeamento. De uma
maneira geral, ela determina os requisitos de um sistema de
cabeamento genérico que suporta vários serviços de
telecomunicações, como vídeo, dados e telefonia.
4. Critérios utilizados na norma ANSI/EIA/TIA 568B
Dois critérios se aplicam à norma EIA/TIA 568B:
•Mandatório
•Recomendado
5. Mandatório
aplica-se à proteção, desempenho, administração e
compatibilidade exigidos como requisitos mínimos aceitáveis.
Recomendado
são características desejáveis que, quando alcançadas
melhoram substancialmente o desempenho do sistema como
um todo.
6. Escopo da norma ANSI/EIA/TIA 568B
Esta norma especifica os requisitos mínimos dos
componentes utilizados em sistemas estruturados, como
tomadas, conectores internos e externos, meios físicos e até
mesmo o ambiente que envolve conexão entre prédios.
Essa norma categoriza o desempenho desses componentes
em relação à configuração e freqüência em Mhz que eles
suportam.
7. Abrangência da norma ANSI/EIA/TIA 568B
A divisão de um sistema de cabeamento estruturado em 7
subsistemas que detalham todas as etapas de um ambiente
que se adeque a qualquer necessidade.
Os sistemas de cabeamento em edifícios comerciais com
extensão de até 1.000.000m2 de escritório e uma população
de até 50.000 usuários.
8. Distância geográfica entre prédios de até 300m.
Especificações mínimas para cabeamento de
telecomunicações dentro de um ambiente de escritório.
Recomendações sobre topologias e distâncias.
Especificação de parâmetros sob os quais podem ser
determinados meios de desempenho.
9. Especificações de conectores e combinações de pinagens
para assegurar compatibilidade e interoperatividade.
Especificação de vida útil de um sistema de cabeamento
para telecomunicações de, no mínimo, 10 anos.
Especificação dos cabos UTP em categorias, como categoria
3, categoria 5e e categoria 6(adendo 568.B.2.1).
10. Os sete subsistemas de cabeamento
A norma ANSI/EIA/TIA 568B define sete subsistemas
básicos, cada um responsável por uma área específica do
cabeamento estruturado.
Juntos, esses subsistemas resolvem quaisquer projetos de
um sistema estruturado.
11. Acesso ao Prédio
Sala de Equipamentos
Cabeamento Vertical
Salas de telecomunicações
Cabeamento Horizontal
Área de Trabalho
Administração
12. Acesso ao Prédio
As instalações na entrada do edifício fornecem o ponto na
qual é feita a interface entre o cabeamento externo e o cabeamento vertical
interno.
O subsistema de acesso ao prédio consiste de cabos, hardware de
conexão e equipamentos de proteção necessários para conectar os
sistemas externos ao cabeamento interno.
O acesso ao prédio deverá ser desenhado, projetado e instalado de
acordo com os requerimentos da norma ANSI/EIA/TIA 569A.
As obras de acesso ao prédio devem estar localizadas em áreas secas,
não sujeitas à umidade e o mais próximo possível dos dutos que servem
ao cabeamento vertical.
13. Sala de Equipamentos
A sala de equipamentos aloja os equipamentos que
concentram a administração e gerência de todo o sistema
de cabeamento, sejam eles dados, vídeo, telefonia,
segurança, etc.
As salas de equipamentos desempenham funções mais
complexas e mais sofisticadas dentro de um sistema de
cabeamento estruturado.
Atualmente, elas são consideradas Salas de Serviços,
pois delas são distribuídos todos os serviços de
telecomunicações necessários a uma edificação.
14. Serviços como dados, vídeo, telefonia, alarmes, tudo é distribuído a partir
da sala de equipamentos.
As salas de equipamentos devem ser desenhadas e projetadas de acordo
com a norma ANSI/EIA/TIA 568A.
Uma sala de equipamentos fornece um ambiente controlado para abrigar
equipamentos de telecomunicações, hardware de conexão, gabinetes de
emendas de fibras ópticas, aterramento e elementos de proteção.
Dentro ambiente de cabeamento estruturado, a sala de equipamentos
contém o Cross-Connect Principal (Rack contendo patch panels e blocos
de conexão) e/ou Cross-Connects intermediários.
15. Cabeamento Vertical
O cabeamento vertical (também conhecido como
BACKBONE) fornece a interligação entre as Salas de
Telecomunicações, as Salas de Equipamentos e as
instalações de entrada.
É o cabeamento que interliga os andares, levando a
informação para os racks e salas, de onde é sairá o
cabeamento para todos os equipamentos de
telecomunicação da edificação.
Ele consiste dos cabos que interligam que interligam os
armários de telecomunicações ao cross-connect principal
e aos intermediários.
16. Os cabos de conexão ou de jumpers utilizados para a
ligação de backbone, além dos cabos para as terminações
mecânicas também fazem parte do cabeamento vertical,
que inclui ainda:
Conexão vertical entre os andares.
São cabos do tipo Risers (são cabos utilizados para
conexão entre os andares, esses cabos necessitam
obrigatoriamente de proteção anti-chama),
que conectam todos os andares.
17. Cabos entre a sala de equipamentos e o local das
instalações de entrada dos cabos no prédio.
Cabos que fazem a conexão entre dois ou mais prédios.
18. Algumas considerações devem ser observadas para o backbone
Não deverá existir mais do que dois níveis hierárquicos
de cross-connects dentro do cabeamento vertical.
Não é recomendado fazer nenhum tipo de emenda no
cabeamento vertical.
Sistemas que são desenhados para operar sob
configuração não-estrela, como anel ou barramento,
podem frequentemente ser configurados dentro da
topologia estrela hierárquica através do uso de
interconexões apropriadas.
19. Meios de Transmissão normalizados para o Cabeamento Vertical
Cabo de par trançado não blindado (UTP) de 100 Ohms
800 m para voz (máximo)
100 m para dados (máximo)
Cabo de par trançado blindado (ScTP) de 100 Ohms
Fibras Ópticas multimodo 62.5/125μm ou 50/125μm(568 b.3)
Fibras Ópticas monomodo (3000m máximo)
20. Salas de telecomunicações
As salas de telecomunicações fornecem diferentes funções
para o sistema de cabeamento estruturado e são
frequentemente tratadas como um subsistema distinto
dentro da hierarquia do sistema de cabeamento
estruturado.
21. Funções de uma Sala de telecomunicações
Servir de ponto de terminação do sistema de cabeamento
Horizontal. Incluindo as terminações mecânicas, como
painéis de distribuição, blocos de conexão, etc.
Servir como ponto de conexão entre o cabeamento
vertical e o cabeamento horizontal independente do tipo
de cabo e envolvendo hardware compatível.
Fornecer um ambiente controlado para abrigar os
equipamentos de telecomunicações e hardware de conexão
que podem abrigar, dentre outros dispositivos, gabinetes
que alojam emendas de fibras ópticas.
22. Alojar os blocos de conexão (cross-connects) do cabeamento horizontal e do
cabeamento vertical (backbone) permitindo a distribuição de serviços às
tomadas de comunicação da Área de trabalho.
Conter os blocos de conexão principal ou intermediário para diferentes
porções do cabeamento vertical(backbone).
Atuar como ponto de conexão entre os cabeamentos verticais, quando
estiverem conectando dois prédios (interbuilding)
Ser usado para se comportar como ponto de administração central em
topologias físicas, como estrela ou anel.
Receber os equipamentos de proteção que atuarão em todo o sistema.
23. Considerações práticas para a Sala de Telecomunicações
Deve ser observada qualquer possibilidade de tensão ou
avaria dos cabos nas Salas de Telecomunicações a fim de
evitar o comprometimento de desempenho dos mesmos.
Evitar colocar os cabos onde os dutos estejam
congestionados. 40% de ocupação é considerado o
máximo de congestionamento em um duto.
Os gerenciadores de cabos devem ser compatíveis com
os cabos aos quais eles se aplicam.
24. Existem duas formas básicas de se terminar os cabos nas
salas de telecomunicações:
Interconnection – configuração mais utilizada para
redes de dados.
Cross-Connect – configuração muito utilizada para
cabeamento tradicional de telefonia.
25.
26. Cabeamento Horizontal
O Cabeamento Horizontal é a parte do cabeamento que se
estende da saída dos equipamentos de comunicações até
a Área de Trabalho, onde os equipamentos finais estão.
O cabeamento horizontal fornece a interligação entre a
Área de trabalho e os cross-connects na sala de
telecomunicações, ele inclui os cabos horizontais, as
tomadas na área de trabalho, a terminação mecânica e os
patch-cables localizados na sala de telecomunicações e na
área de trabalho.
27. O cabeamento horizontal contém a maior quantidade de
cabos individuais em um sistema estruturado.
Esse cabeamento é muito pouco acessível, já que após a
sua colocação, o esforço para efetuar mudanças é
extremamente alto e afeta diretamente o usuário da rede.
Esses fatores fazem com que a escolha, o layout e os
cabos utilizados no cabeamento horizontal sejam
elementos de fundamental importância no projeto dos
sistemas de cabeamento estruturado.
28. A seguinte lista de sistemas e serviços deve ser
considerada na utilização do cabeamento horizontal:
−Serviços de voz;
Equipamentos de serviços de telecomunicações;
Equipamentos de comunicação de dados
Redes locais
Outros serviços de telecomunicações como sistemas de
segurança, sistemas de videoconferência, sensores etc.
29. Três tipos de cabos são reconhecidos para o uso no
sistema de cabeamento horizontal:
Cabos UTP de 4 pares de 100 ohms ou ScTP
Cabos de fibra óptica multimodo com 2 fibras de 62/125μm
Obs: O cabo coaxial de 50 Ohms foi considerado fora da
norma na versão da norma ANSI/EIA/TIA 568B.
30. Distâncias para o cabeamento horizontal
Além dos 90m definidos para o cabeamento horizontal,
10m são reservados para a Área de trabalho e a sala de
telecomunicações, sendo 5m permitidos para os Jumper
Cables (que interligam as tomadas de telecomunicações
às estações) e 5m permitidos para os patch cables
(que interligam os patch panels aos equipamentos
eletrônicos de telecomunicações).
Cada tomada de telecomunicação na área de trabalho
deverá ter no mínimo, duas conexões fêmeas, sendo que
uma necessariamente deve ser RJ45.
31. As tomadas de telecomunicações podem ser:
1 tomada 4 pares UTP e/ou
1 tomada de fibra óptica e/ou
1 tomada RJ11
As tomadas devem ser RJ45 com 08 pinos configurados
conforme a norma 568A ou 568B.
32. Área de Trabalho
Os componentes da Área de Trabalho estendem-se da
saída das tomadas de telecomunicações até os
equipamentos da estação.
O cabeamento da área de trabalho é projetado para ser
de interconexão simples, de forma que deslocamentos,
expansões e alterações possam ser efetuados com
facilidade.
Os componentes utilizados nessa área se estendem da
tomada de telecomunicação até os terminais e os
equipamentos utilizados na área de trabalho e são
designados de tal forma que adições de novas estações e
mudanças de layout seja feitas facilmente.
33. Pode-se utilizar os seguintes componentes para área de
trabalho: computadores, fax, modems, etc.
Algumas considerações podem ser feitas para essa área:
Os cabos utilizados na área de trabalho (jumper cables)
devem ter, no máximo, 5m;
Pode-se usar vários tipos de adaptadores na área de
trabalho, como baluns e conectores de telefonia;
Pode-se usar vários tipos de conectores nas tomadas de
telecomunicações da área de trabalho, como conectores
ST/SC para fibras ópticas e conectores RJ45 para cabos
UTP/ScTP;
34.
35.
36. Administração
Este subsistema é definido pela norma ANSI/EIA/TIA 606
e trata especificamente de toda parte da administração dos
sistemas de cabeamento de telecomunicações, maiores
informações sobre esta norma favor consultar o capítulo 8
do livro PROJETOS DE REDES LOCAIS COM
CABEAMENTO ESTRUTURADO, do engenheiro
Paulo Eustáquio Coelho. A figura a seguir exemplifica os
subsistemas da norma ANSI/EIA/TIA 568B.