O documento discute como o conceito de instinto de morte de Freud permite entender a agressividade humana, presente em políticos que buscam o poder a qualquer custo. Argumenta que políticos frequentemente mentem e abusam da avidez das pessoas para alcançar seus objetivos, diferindo de estadistas que pensam nas gerações futuras. Afirma também que a linguagem política distorce a verdade e banaliza a violência.
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Meraldo Zisman - "Instinto de morte e política" - Recife 06-05-2013 Gralha Azul No. 37
1. INSTINTO DE MORTE E POLÍTICA – MeraldoZisman Recife 06-05-2013
Acautelo os leitores que não desejo psicanalisar a Política, qualquer política, seja
ela com “p” minúsculo ou “P” maiúsculo.
Ao introduzir o conceito de instinto de morte em oposição ao instinto devida em
1920, Freud permite um alargamento da visão sobre a humanidade. O homem
não se move pela busca e satisfação de um prazer, mais comumente relacionado
ao prazer físico ou sexual, mas pela busca de algo além do princípio desse prazer.
Vivemos tempos violentos, eivados por um terrorismo que se apoia no impulso
de agressão ao Homo sapiens. E que não visa apenas saciar o desejo de agredir
ou matar o outro, mas da vontade de fazer mal a si próprio. Os exemplos estão
bem claros, por aí.
Políticos dificilmente trombam de frente e evitam empregar a sinceridade, para
que possam alcançar seus desígnios. Empregam outros métodos. Abusam da
avidez, da inveja, bordejando a delinquência , chegando ao desvairo para
alcançar seus objetivos.
O fato é que apesar de todos os avanços da ciência, da cultura, das humanidades,
a agressão ao próximo continua agudamente presente em grupos de pessoas
com tal perfil, em sua maioria políticos, que necessitam estar no poder – para
poder se realizar. “A vontade de poder, denunciada ou glorificada pelos
pensadores modernos de Hobbes a Nietzsche, longe de ser uma característica do
forte, é, como a cobiça e a inveja, um dos vícios do fraco, talvez o seu mais
perigoso vício”. Conferir com a filósofa Hannah Arendt, A Condição Humana, Rio
de Janeiro: Editora Forense Universitária(1958)2001, pág. 215.
Não devemos confundir um poítico com um estadista. As diferenças entre
políticos e estadistas são infinitas. Vejam algumas das diferenças entre um
político e um estadista: o estadista pensa nas próximas gerações. O político pensa
nas próximas eleições, além de narcisamente buscar a popularidade. Quer ser
amado patologicamente. E para isto mente e sua o poder para atingir o que julga
ser o Nirvana. Estadistas pedem o esforço pessoal de cada um dos cidadãos para
construção de um grande país.
Afirmo: a linguagem política – e isso é verdade para todos os partidos, da
extrema direita à extrema esquerda, dos conservadores aos anarquistas – faz
com que mentiras ecoem como verdades, o assassinato como algo respeitável...
Política não passa do procedimento ou astúcia de usar as pessoas em proveito
próprio. Política segundo do dicionário de Houaiss é a arte ou ciência da
organização, direção e administração de nações ou estados; a aplicação dessa
arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos
(política externa).
Ciência política não deve ser confundida com politicagem. Esta última, para mim,
vem a ser um agravo vulgar. Desrespeito às Artes.
E não me venham com a história que em política é necessário curar os males,
nunca vinga-los.
Chega de farsas.