O documento discute como a memória da Revolta da Cabanagem pode ser preservada através do monumento construído por Oscar Niemeyer e do jogo educativo sobre o tema desenvolvido por pesquisadores da UFPA. O jogo será lançado para estudantes aprenderem sobre a história do Pará de forma lúdica, enquanto o monumento corre risco de ser esquecido devido ao abandono e falta de contextualização para os visitantes.
2. Quantas pessoas, em Belém do Pará, não, no Brasil
todo sabe que “A Cabanagem” foi a maior, e única
revolta popular que foi efetiva (pelo menos por um
tempo).
Mas no que essa revolta influenciou nas nossas
vidas ?
Quais as memórias que restaram sobre ela?
3. Momento de Reflexão e
interação Numero 1:
O que lembramos sobre a
Revolta da Cabanagem
Atualmente?
4.
5.
6. Cabanagem, o retrato fiel do
abandono
A única obra da Região Norte projetada pelo famoso arquiteto brasileiro
Oscar Niemeyer, sob encomenda do então governador Jader
Barbalho, estampa hoje a figura do abandono. Tomado pelo mato e lixo, o
Monumento da Cabanagem, inaugurado em 1985, em Belém, assim como
todo o Complexo do Entroncamento, virou abrigo para moradores de rua.
A falta de limpeza e a ausência de policiamento no local impedem que
pedestres utilizem as passarelas instaladas na praça.
Abandono é também a palavra utilizada pelo comerciante Josiel dos
Santos para descrever a rotina do complexo. Com uma banca de venda de
verduras em frente ao local, do outro lado da pista que dá acesso à
rotatória, ele precisa conviver com os problemas causados pela falta de
manutenç~o. “Desde que inauguraram isso aí, est| abandonado. Tem
mais de ano que não limpam esse lago”.
7. A cor escura da água, que já ultrapassa o limite da calçada, indica a grande
quantidade de sujeira no local. Copos e sacos plásticos compõem o cenário
à margem do lago artificial. Em volta dele, caixas de papelões e pedaços de
lençóis também entulham o monumento. “Eles fazem de tudo aí”, diz
Josiel.
As pessoas a quem o comerciante se refere fazem parte do grande grupo de
moradores de rua que utilizam o local como moradia. Acomodados
embaixo do monumento e sob as passarelas, eles tomam conta do espaço.
“Depois das 20h, é bom n~o passar por aí porque podem ser assaltados”,
recomenda. A insegurança também é sentida pelo funcionário de um
açougue que fica perto da venda de Josiel. “Isso até prejudica a gente
porque impede o cliente de vir para c|. As pessoas ficam com medo”, diz o
funcionário Gleidson Nascimento. Ele também reclama da sujeira nas três
passarelas que acabam sendo utilizadas como abrigo. “Eles defecam aí na
passarela e fica uma imundície”, informa.
Basta alguns minutos de observação para perceber que as passarelas quase
não são utilizadas por pedestres que precisam atravessar o complexo. As
três passarelas que dão acesso de um lado da pista até o centro da praça são
tomadas por papelões que servem de cama para os moradores de rua.
8. Momento de Reflexão e
interação Numero 2:
O que vem na nossas cabeças
quando a palavra “Cabanagem” é
usada ?
9. Brincadeira acaba em morte na Cabanagem
Assassinatos Roubos Morte
Chacina
Chacina
Chacina na
Cabanagem: Chacina Roubos
mandante está
Assassinatos
Morte foragido Morte
Assassinatos
10.
11. Durante toda a semana, o
Brasil e o mundo festejaram os
102 anos do arquiteto mais
importante da história recente
do Brasil. Oscar Niemeyer
comemorou a última terça-
feira trabalhando e recebendo
homenagens. Mas pouca gente
lembrou que Belém é a única
capital do Norte que pode
orgulhar-se de possuir um
monumento criado pelo velho
No Entroncamento, o monumento se tornou mestre. O Memorial da
alvo de vândalos Cabanagem existe há mais de
20 anos e, aos poucos, vai
http://diariodopara.diarioonline.com.br/N-
sendo tragado pela ausência
72721.html
de planejamento urbano para
a cidade.
12. “Niemeyer é o arquiteto brasileiro que tem projeç~o n~o só no Brasil,
mas no exterior. A sede do Partido Comunista em Paris é obra dele.
Deveria ser um orgulho para a cidade ter uma obra dele”, diz o diretor
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do
Pará (UFPA), Ronaldo Carvalho.
Mas o que deveria gerar autoestima entre os moradores de Belém,
pouco é reconhecido. “Para que isso ocorresse, a populaç~o deveria ser
orientada educacionalmente a conhecer essa parte da história e a
import}ncia do Niemeyer”, diz o professor. Segundo ele, deveria haver
um memorial que mostrasse a revolução que foi a Cabanagem, com o
significado que o arquiteto tem para a história contemporânea
brasileira. “Ainda estamos tentando sair dessa postura da
desinformaç~o”, diz ele.
O Memorial da Cabanagem é um monumento de 15 metros de altura
por 20 de comprimento, todo em concreto, erguido no Entroncamento,
principal entrada e saída de Belém. Foi projetado a pedido do então
governador Jader Barbalho, para as comemorações do sesquicentenário
da Cabanagem, ocorrido em 7 de janeiro de 1985.
13. Consiste numa rampa elevada em direção ao céu, com uma
inclinação acentuada apontando para um ponto sem fim, tendo no
meio uma “fratura”, um pedaço do monumento que jaz no ch~o. A
ideia era representar a luta do povo cabano em um dos movimentos
mais importantes de todo o Brasil. Segundo Niemeyer, a rampa
elevada em direção ao firmamento representaria a grandiosidade da
revolta popular que chegou muito perto de atingir seus objetivos e a
“fratura” faz alus~o { ruptura do processo revolucion|rio. “A obra em
si tem um grande valor estético. É uma escultura de concreto
armado que exigiu muita ousadia no c|lculo”, atesta Carvalho.
O anúncio feito à época pelo governador Jader Barbalho não
escapou à polêmica. No início, os profissionais paraenses queriam
que fosse feita uma espécie de concurso para escolher o melhor
projeto. O anúncio de que seria Oscar Niemeyer o autor da obra e
que ele não cobraria pelo projeto acabou por apaziguar os ânimos.
À época, o Memorial da Cabanagem revitalizou o entorno do
Entroncamento. Mas com o passar dos anos, foi perdendo o sentido
original. Primeiro, porque o Entroncamento foi cada vez mais
estrangulado pelo trânsito da capital. Segundo, porque o local
passou a ser alvo de vândalos e pichadores.
14. “A obra hoje é incoerente”, diz a coordenadora do
Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural da
UFPA, Cibele Miranda.
“Urbanisticamente, ele est| apagado, porque a
visibilidade está sendo cada vez mais sufocada com a
construção de elevados e passarelas naquele entorno.
Ao mesmo tempo, o Memorial perdeu sua função
porque não se presta mais à visitação, já que não há
mais nada lá. Ele acaba por desaparecer no imaginário
da populaç~o”, diz ela.
A solução apontada pelos dois arquitetos seria
transportar o Memorial para outro ponto na cidade.
“Seria um desafio para a engenharia paraense realizar
essa empreitada”, conclui Carvalho.
15. Então a população pode ajudar com algo, sobre a
preservação da memória da Cabanagem?
Pode ?... Sim!, pode!
16. Jura?! Então conte como!
Simples, Preservando a memória física
(Monumento) e a memória não-física (Estudando
e conhecendo um pouco mais sobre)
17. Hm… n~o entendi …
Ok’s, vamos explicar com exemplos;
Se a população ajuda-se a preservar mais o
monumento, ele seria bem mais conhecido e utilizado
certo ?
Ou vão dizer que vocês sabiam que esse era o
monumento sobre a Cabanagem ?
18. Hmp, é claro que eles sabiam (eu acho…)
Agora vamos explicar sobre como preservar a memória não-
física, mas vamos passar para a próxima pagina.
Certo …
19. Quantos estudantes do ensino
fundamental você conhece que
adoram estudar História? Talvez
alguns. Mas quantos deles gostam
de jogar vídeo-game? Agora, a
resposta deve ser: quase todos.
Então por que não aproveitar o
fascínio natural por jogos de
computador para despertar nos
estudantes o interesse pela história
do Pará? Essa é a proposta do
Laboratório de Realidade Virtual do
http://diariodopara.diarioonlin Instituto de Tecnologia da UFPA
e.com.br/N-60196.html (LARV), que criou um game sobre a
Cabanagem, o único movimento
popular brasileiro em que o povo
tomou o poder durante o período
imperial.
20. O jogo será lançado nesta terça-feira, 15 de setembro (de
2009), no Centro de Convenções da Universidade Federal
do Pará e contará com a presença de alunos e professores da
rede pública de ensino, que aprenderão como utilizá-lo e
experimentarão o game em terminais instalados no local.
Em 2006, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
publicou um edital nacional para desenvolvimento e
disseminação de jogos de computador educativos. Em toda
a Região Norte, apenas o Jogo da Cabanagem, produzido
pela UFPA, foi aprovado e recebeu R$ 113 mil reais em
recursos administrados pela Fundação de Amparo e
Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP). O projeto durou
dois anos e meio e envolveu estudantes de graduação e pós-
graduação da Faculdade de Engenharia da Computação, do
Instituto de Tecnologia da UFPA (ITEC), coordenados pelo
professor Manoel Ribeiro Fiho.
21. Alunos da Escola de Aplicação da UFPA já começaram a
utilizar o vídeo-game nas aulas de História e receberam um
novo laboratório de informática, equipado com 16
computadores, graças ao projeto. “O objetivo do game é
aprender mais sobre a história do Pará, seus personagens
históricos, arquitetura e sistemas econômicos. O tema
central é a Cabanagem, mas é possível utilizar o jogo em
sala de aula como ponto de partida para vários outros temas
do currículo escolar, como escravidão, urbanização,
atividades econômicas, hábitos alimentares ou modo de
vida no Par|, durante o início do século XIX”, acredita o
engenheiro.
Estarão presentes no lançamento Walter Silva Júnior,
diretor da Escola de Aplicação da UFPA; Flávio Nassar, pró-
reitor de Relações Internacionais da Universidade
(PROINTER); Fernando Arthur, pró-reitor de Extensão da
Universidade (PROEX) e um representante da Reitoria da
UFPA.