2. A localização do assentamento de cada
povo foi demonstrado no sentido do curso
das águas, através de
províncias, categoria utilizada nos
documentos da época para situar um
determinado domínio territorial indígena.
3. Localização – Os registros etno-históricos informam que
no século XVI, a província de Aparia se estendia no
baixo rio Napo, até a região que medeia os rios Javari e
Iça, ambos afluentes do Solimões, região onde envolve
a atual cidade de São Paulo de Olivença.
Povoação – Era formada por cerca de vinte povoados
compostos de até cinqüenta grandes casas.
Poder Político- A chefia desse povo parecia estar
centralizado na figura do grande senhor de
Aparia, chefe do povoado.
4. Costume- Os habitantes dessa província vestiam
“camisetas pintadas com desenhos e cores ao modo
do Peru e todos traziam enfeites de ouro muito fino.
Esse ouro vinha de outra região com a qual o povo
Aparia mantinha atividades comerciais regulares.
Possivelmente esse povo falava uma língua do troco
Tupi.
Nessa região também foi identificada a tribo dos
Aricanas, índios que vestiam roupas de algodão
pintadas a pincel, e suas mulheres costumavam andar
calçadas com botinhas e usavam roupa de meias
mangas habilmente confeccionadas com algodão e
empastada com pinche negro.
5. Localização – No século XVII, a região da
Província de Aparia, estava ocupada pelos índios
Omáguas, com um certo deslocamento rio abaixo.
A Província dos Omáguas começava mais abaixo
da boca do rio Napo, a cerca de 120 quilômetros
acima da foz do Javari, e se estendia até a boca do
Mamoriá, entre os rios Jutaí e Juruá, medindo mais
de 700 quilômetros, ao longo da calha do
Amazonas/Solimões: Além desse território, os
Omáguas mantinham, mediante incursões
contínuas, uma buffer zone despovoada acima e
abaixo do seu território, que servia como zonas de
proteção.
6. A província dos Omáguas foi considerada pelo frei
Cristóbal de Acuña como “a maior e mais dilatada
província” de todas que foram encontradas no grande rio.
7. No século XVI, a Província dos Negros ía da região de Monte Alegre até o
rio Xingu. Carvajal descreveu os índios dessa província como homens
enormes, mais altos que os maiores de seus companheiros de
expedição, eram tosquados e estavam pintados de negro e por isso a
chamaram de Província dos Negros. Tinham um grande chefe, chamado de
Aripuna (ou Caripuna), que era senhor de muitas terras.
Dos limites dessa província até a foz do Amazonas foi registrada pelos
cronistas espanhóis mais uma grande quantidade de povoações indígenas.
8. O trecho do rio Amazonas, que vai da boca do rio
Nhamundá até o baixo curso do rio Tapajós, foi concebida
pelo frei Gaspar de Carvajal, no século XVI, como uma
única grande província, e a denominou de São João, pelo
fato de tê-la atingida no dia 24 de junho. De acordo com o
relato desse cronista, ambas as margens do Rio
Amazonas, nessa província, estavam pontilhadas de
aldeias, mas as maiories, que as definiu como “grandes
cidades”, estavam situadas na sua margem
direita, recuadas umas duas léguas para interior.
Carvajal, não fornece nenhum nome tribal para essa
província, no entanto, tudo indica que a região era habitada
pelos índios Tapajós.
9. Localização - De um território que começava acima da boca do rio Tefé e se
estendia até próximo ao rio Coari, a Província de Aisuari, expandiu-se
territorialmente, cerca de 120 quilômetros, rumo ao Oeste, ultrapassando a
foz do rio Juruá. Nessa expansão territorial ocuparam a buffer zone que
protegia os Omáguas.
A primeira povoação dos aisuaris foi chamada pelos expedicionários de
Pedro Teixeira de Aldeia de Ouro, pelo fato de seus habitantes ostentarem
no nariz e nas orelhas pequenos pingentes do metal precioso.
Comércio - O ouro encontrado entre os Aisuaris era procedente do alto
Uaupés, trazido pelos índios Manaus do rio Negro para o Japurá. Os
Manaus traziam, principalmente, além das pequenas lâminas de
ouro, urucum, raladores de mandioca, redes de miriti, cestarias e
tacapes, enquanto os Aisuaris forneciam cerâmica de excelente qualidade
produzida especialmente para fazer comércio com as demais nações.
10. No início da Província dos Tapajós, num lugar incerto, aconteceu o
famoso combate entre os soldados de Orellana e os índios, que
pareciam ser comandados por mulheres. Esse combate foi muito
acirrado.
As mulheres guerreiras que Carvajal se referiu como as
Amazonas, viveriam conforme o relato de um índio aprisionado pela
Expedição de Orellana em várias cidades, e a sua chefa chamava-se
Coñori que residiria numa cidade principal onde havia cinco casas
que funcionavam como grandes templos dedicados ao deus-sol.
11. Localização- No século XVII, estava localizada
na margem direita do rio Amazonas.
Considerada como a maior aldeia já encontrada
nesse rio, moravam em casa comunais: cada
casa abrigava quatro, cinco ou mais famílias.
Comércio - Os yoriman desenvolviam uma
intensa atividade comercial tanto
intertribal, quanto Inter étnica: com os seus
vizinhos indígenas, negociavam
manufaturadas, e indiretamente com os
brancos, escravos, armas e ferramentas.
12. Localização - No século
XVI, a província de
Paguana estava localizada
num território que
começava acima da boca
do rio Purus e estendia até
uns cem quilômetros acima
do encontro das águas do
rio Negro com as do
Solimões.
Da "aldeia dos Bobos", até
"aldeia dos Viciosos", a
expedição de Orellana
navegou apenas pela
margem direita do rio, e
sempre por um grande
povoamento, e houve um
dia em que passou por
mais de vinte aldeias.
13. Sabe-se que entre os rios Negro e Urubu havia uma série
de aldeias fortificadas com paliçadas de toras grossas e
uma única entrada, havia indícios de ofertas de bebidas
fermentadas a uma divindade solar e, de acordo com Frei
Carvajal, muitos trajes feitos de plumas de diversas cores
aplicadas e tecidas sobre o algodão, muito gentis, os quais
vestem os índios para celebrar suas festas.
14. Após a boca do rio Madeira, uma província foi
denominada de Picotas, pelo fato de em seus
povoados haver muitas estacas ostentando cabeça de
mortos, as cabeças-troféu.
Em meados do século XVII, a margem esquerda do
rio Amazonas, desde a barra do rio Negro até o
Urubu, era habitada pelos índios Tarumãs e outros
grupos de línguas Aruaque. Quanto a ilha de
Tupinambarana, estava toda habitada pelos
Tupinambás oriundos da costa leste do Brasil devido à
presença dos portugueses.
15. O antropólogo Antonio Porro ensina que
“saber quantos e quem eram os índios
que estavam no Brasil à chegada dos
europeus é importante para uma justa
avaliação do seu passado e do presente”.
Esse raciocínio particularmente serve
para a Amazônia, considerando que a sua
história colonial não
esteve, necessariamente, ligada à do
Brasil.