SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
 A localização do assentamento de cada
povo foi demonstrado no sentido do curso
das águas, através de
províncias, categoria utilizada nos
documentos da época para situar um
determinado domínio territorial indígena.
 Localização – Os registros etno-históricos informam que
no século XVI, a província de Aparia se estendia no
baixo rio Napo, até a região que medeia os rios Javari e
Iça, ambos afluentes do Solimões, região onde envolve
a atual cidade de São Paulo de Olivença.
 Povoação – Era formada por cerca de vinte povoados
compostos de até cinqüenta grandes casas.
 Poder Político- A chefia desse povo parecia estar
centralizado na figura do grande senhor de
Aparia, chefe do povoado.
 Costume- Os habitantes dessa província vestiam
“camisetas pintadas com desenhos e cores ao modo
do Peru e todos traziam enfeites de ouro muito fino.
Esse ouro vinha de outra região com a qual o povo
Aparia mantinha atividades comerciais regulares.
Possivelmente esse povo falava uma língua do troco
Tupi.
 Nessa região também foi identificada a tribo dos
Aricanas, índios que vestiam roupas de algodão
pintadas a pincel, e suas mulheres costumavam andar
calçadas com botinhas e usavam roupa de meias
mangas habilmente confeccionadas com algodão e
empastada com pinche negro.
 Localização – No século XVII, a região da
Província de Aparia, estava ocupada pelos índios
Omáguas, com um certo deslocamento rio abaixo.
A Província dos Omáguas começava mais abaixo
da boca do rio Napo, a cerca de 120 quilômetros
acima da foz do Javari, e se estendia até a boca do
Mamoriá, entre os rios Jutaí e Juruá, medindo mais
de 700 quilômetros, ao longo da calha do
Amazonas/Solimões: Além desse território, os
Omáguas mantinham, mediante incursões
contínuas, uma buffer zone despovoada acima e
abaixo do seu território, que servia como zonas de
proteção.
 A província dos Omáguas foi considerada pelo frei
Cristóbal de Acuña como “a maior e mais dilatada
província” de todas que foram encontradas no grande rio.
 No século XVI, a Província dos Negros ía da região de Monte Alegre até o
rio Xingu. Carvajal descreveu os índios dessa província como homens
enormes, mais altos que os maiores de seus companheiros de
expedição, eram tosquados e estavam pintados de negro e por isso a
chamaram de Província dos Negros. Tinham um grande chefe, chamado de
Aripuna (ou Caripuna), que era senhor de muitas terras.
 Dos limites dessa província até a foz do Amazonas foi registrada pelos
cronistas espanhóis mais uma grande quantidade de povoações indígenas.
 O trecho do rio Amazonas, que vai da boca do rio
Nhamundá até o baixo curso do rio Tapajós, foi concebida
pelo frei Gaspar de Carvajal, no século XVI, como uma
única grande província, e a denominou de São João, pelo
fato de tê-la atingida no dia 24 de junho. De acordo com o
relato desse cronista, ambas as margens do Rio
Amazonas, nessa província, estavam pontilhadas de
aldeias, mas as maiories, que as definiu como “grandes
cidades”, estavam situadas na sua margem
direita, recuadas umas duas léguas para interior.
Carvajal, não fornece nenhum nome tribal para essa
província, no entanto, tudo indica que a região era habitada
pelos índios Tapajós.
 Localização - De um território que começava acima da boca do rio Tefé e se
estendia até próximo ao rio Coari, a Província de Aisuari, expandiu-se
territorialmente, cerca de 120 quilômetros, rumo ao Oeste, ultrapassando a
foz do rio Juruá. Nessa expansão territorial ocuparam a buffer zone que
protegia os Omáguas.
 A primeira povoação dos aisuaris foi chamada pelos expedicionários de
Pedro Teixeira de Aldeia de Ouro, pelo fato de seus habitantes ostentarem
no nariz e nas orelhas pequenos pingentes do metal precioso.
 Comércio - O ouro encontrado entre os Aisuaris era procedente do alto
Uaupés, trazido pelos índios Manaus do rio Negro para o Japurá. Os
Manaus traziam, principalmente, além das pequenas lâminas de
ouro, urucum, raladores de mandioca, redes de miriti, cestarias e
tacapes, enquanto os Aisuaris forneciam cerâmica de excelente qualidade
produzida especialmente para fazer comércio com as demais nações.
 No início da Província dos Tapajós, num lugar incerto, aconteceu o
famoso combate entre os soldados de Orellana e os índios, que
pareciam ser comandados por mulheres. Esse combate foi muito
acirrado.
 As mulheres guerreiras que Carvajal se referiu como as
Amazonas, viveriam conforme o relato de um índio aprisionado pela
Expedição de Orellana em várias cidades, e a sua chefa chamava-se
Coñori que residiria numa cidade principal onde havia cinco casas
que funcionavam como grandes templos dedicados ao deus-sol.
 Localização- No século XVII, estava localizada
na margem direita do rio Amazonas.
 Considerada como a maior aldeia já encontrada
nesse rio, moravam em casa comunais: cada
casa abrigava quatro, cinco ou mais famílias.
 Comércio - Os yoriman desenvolviam uma
intensa atividade comercial tanto
intertribal, quanto Inter étnica: com os seus
vizinhos indígenas, negociavam
manufaturadas, e indiretamente com os
brancos, escravos, armas e ferramentas.
 Localização - No século
XVI, a província de
Paguana estava localizada
num território que
começava acima da boca
do rio Purus e estendia até
uns cem quilômetros acima
do encontro das águas do
rio Negro com as do
Solimões.
 Da "aldeia dos Bobos", até
"aldeia dos Viciosos", a
expedição de Orellana
navegou apenas pela
margem direita do rio, e
sempre por um grande
povoamento, e houve um
dia em que passou por
mais de vinte aldeias.
 Sabe-se que entre os rios Negro e Urubu havia uma série
de aldeias fortificadas com paliçadas de toras grossas e
uma única entrada, havia indícios de ofertas de bebidas
fermentadas a uma divindade solar e, de acordo com Frei
Carvajal, muitos trajes feitos de plumas de diversas cores
aplicadas e tecidas sobre o algodão, muito gentis, os quais
vestem os índios para celebrar suas festas.
 Após a boca do rio Madeira, uma província foi
denominada de Picotas, pelo fato de em seus
povoados haver muitas estacas ostentando cabeça de
mortos, as cabeças-troféu.
 Em meados do século XVII, a margem esquerda do
rio Amazonas, desde a barra do rio Negro até o
Urubu, era habitada pelos índios Tarumãs e outros
grupos de línguas Aruaque. Quanto a ilha de
Tupinambarana, estava toda habitada pelos
Tupinambás oriundos da costa leste do Brasil devido à
presença dos portugueses.
O antropólogo Antonio Porro ensina que
“saber quantos e quem eram os índios
que estavam no Brasil à chegada dos
europeus é importante para uma justa
avaliação do seu passado e do presente”.
Esse raciocínio particularmente serve
para a Amazônia, considerando que a sua
história colonial não
esteve, necessariamente, ligada à do
Brasil.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiColonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiPortal do Vestibulando
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteJanicélia Feijó Garcia
 
Quilombos
QuilombosQuilombos
QuilombosLaguat
 
Descolonização da Ásia - Prof. Altair Aguilar
Descolonização da Ásia - Prof. Altair AguilarDescolonização da Ásia - Prof. Altair Aguilar
Descolonização da Ásia - Prof. Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 
Imperialismo e Primeira Guerra Mundial
Imperialismo e Primeira Guerra MundialImperialismo e Primeira Guerra Mundial
Imperialismo e Primeira Guerra MundialMarcelo Ferreira Boia
 
Engenho De AçúCar
Engenho De AçúCarEngenho De AçúCar
Engenho De AçúCarguestda9e9c
 
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º anoAula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano7 de Setembro
 
Guerra Fria e as Ditaduras na América Latina
Guerra Fria e as Ditaduras na América LatinaGuerra Fria e as Ditaduras na América Latina
Guerra Fria e as Ditaduras na América Latinaeiprofessor
 
História do maranhão
História do maranhãoHistória do maranhão
História do maranhãoLyssa Martins
 
O populismo; a república liberal, período democrático 1946 - 1964
O populismo; a república liberal, período democrático   1946 - 1964O populismo; a república liberal, período democrático   1946 - 1964
O populismo; a república liberal, período democrático 1946 - 1964Claudio Apolinário
 
Os bandeirantes conquistam Mato Grosso
Os bandeirantes conquistam  Mato GrossoOs bandeirantes conquistam  Mato Grosso
Os bandeirantes conquistam Mato GrossoEdenilson Morais
 
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.Tissiane Gomes
 

Mais procurados (20)

Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviiiColonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
Colonização portuguesa na amazônia nos séculos xvii e xviii
 
Expansão colonial na américa portuguesa
Expansão colonial na américa portuguesaExpansão colonial na américa portuguesa
Expansão colonial na américa portuguesa
 
GUERRA DE CANUDOS
GUERRA DE CANUDOSGUERRA DE CANUDOS
GUERRA DE CANUDOS
 
Slide idade média
Slide idade médiaSlide idade média
Slide idade média
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
 
Quilombos
QuilombosQuilombos
Quilombos
 
Revolução de 1930
Revolução de 1930Revolução de 1930
Revolução de 1930
 
Conjuração Mineira e Baiana
Conjuração Mineira e BaianaConjuração Mineira e Baiana
Conjuração Mineira e Baiana
 
Descolonização da Ásia - Prof. Altair Aguilar
Descolonização da Ásia - Prof. Altair AguilarDescolonização da Ásia - Prof. Altair Aguilar
Descolonização da Ásia - Prof. Altair Aguilar
 
Ideologias do século XIX
Ideologias do século XIXIdeologias do século XIX
Ideologias do século XIX
 
Imperialismo e Primeira Guerra Mundial
Imperialismo e Primeira Guerra MundialImperialismo e Primeira Guerra Mundial
Imperialismo e Primeira Guerra Mundial
 
Engenho De AçúCar
Engenho De AçúCarEngenho De AçúCar
Engenho De AçúCar
 
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º anoAula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano
Aula sobre 1ª Guerra Mundial - 9º ano
 
Guerra Fria e as Ditaduras na América Latina
Guerra Fria e as Ditaduras na América LatinaGuerra Fria e as Ditaduras na América Latina
Guerra Fria e as Ditaduras na América Latina
 
Índios brasileiros
Índios brasileirosÍndios brasileiros
Índios brasileiros
 
Socialismo
SocialismoSocialismo
Socialismo
 
História do maranhão
História do maranhãoHistória do maranhão
História do maranhão
 
O populismo; a república liberal, período democrático 1946 - 1964
O populismo; a república liberal, período democrático   1946 - 1964O populismo; a república liberal, período democrático   1946 - 1964
O populismo; a república liberal, período democrático 1946 - 1964
 
Os bandeirantes conquistam Mato Grosso
Os bandeirantes conquistam  Mato GrossoOs bandeirantes conquistam  Mato Grosso
Os bandeirantes conquistam Mato Grosso
 
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
 

Destaque

Descobrimento e conquista da amazônia.
Descobrimento e conquista da amazônia.Descobrimento e conquista da amazônia.
Descobrimento e conquista da amazônia.erivonaldo
 
Ocupação Territorial da Amazônia
Ocupação Territorial da AmazôniaOcupação Territorial da Amazônia
Ocupação Territorial da AmazôniaGuilherme Drumond
 
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da Amazônia
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da AmazôniaGEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da Amazônia
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da AmazôniaDiego Lopes
 
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto siteDescobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto sitePortal do Vestibulando
 
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaConquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaPortal do Vestibulando
 
Estudos amazonicos
Estudos amazonicosEstudos amazonicos
Estudos amazonicosJerfferson
 
Região amazônica
Região amazônicaRegião amazônica
Região amazônicaJ R Messias
 
Sociedades pré colonias da amazônia
Sociedades pré colonias da amazôniaSociedades pré colonias da amazônia
Sociedades pré colonias da amazôniaerivonaldo
 
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSTRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSarliscoimbra
 
Amazonia na II metade do sec. XVIII
Amazonia na II metade do sec. XVIIIAmazonia na II metade do sec. XVIII
Amazonia na II metade do sec. XVIIIJonas Araújo
 
Povos indígenas e a preservação da amazonia
Povos indígenas e a preservação da amazoniaPovos indígenas e a preservação da amazonia
Povos indígenas e a preservação da amazoniaLUIS ABREU
 
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXI
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXIPanorama Geográfico da Amazônia no início do século XXI
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXIRoberto Monteiro de Oliveira
 
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na Amazônia
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na AmazôniaGEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na Amazônia
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na AmazôniaDiego Lopes
 

Destaque (20)

Descobrimento e conquista da amazônia.
Descobrimento e conquista da amazônia.Descobrimento e conquista da amazônia.
Descobrimento e conquista da amazônia.
 
Ocupação Territorial da Amazônia
Ocupação Territorial da AmazôniaOcupação Territorial da Amazônia
Ocupação Territorial da Amazônia
 
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da Amazônia
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da AmazôniaGEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da Amazônia
GEO PSC1 - A Conquista e a Ocupação da Amazônia
 
Amâzônia antes dos europeus GEO
Amâzônia antes dos europeus GEOAmâzônia antes dos europeus GEO
Amâzônia antes dos europeus GEO
 
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto siteDescobrimento e conquista da amazônia augusto site
Descobrimento e conquista da amazônia augusto site
 
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígenaConquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
Conquista lusitana na amazônia e a resistência indígena
 
Estudos amazonicos
Estudos amazonicosEstudos amazonicos
Estudos amazonicos
 
Amazônia colonial
Amazônia colonialAmazônia colonial
Amazônia colonial
 
Região amazônica
Região amazônicaRegião amazônica
Região amazônica
 
Sociedades pré colonias da amazônia
Sociedades pré colonias da amazôniaSociedades pré colonias da amazônia
Sociedades pré colonias da amazônia
 
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOSTRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
TRAÇOS MARAJOARAS E TAPAJONICOS
 
Amazonia na II metade do sec. XVIII
Amazonia na II metade do sec. XVIIIAmazonia na II metade do sec. XVIII
Amazonia na II metade do sec. XVIII
 
Amazônia no século XVIII
Amazônia   no século XVIIIAmazônia   no século XVIII
Amazônia no século XVIII
 
Povos indígenas e a preservação da amazonia
Povos indígenas e a preservação da amazoniaPovos indígenas e a preservação da amazonia
Povos indígenas e a preservação da amazonia
 
Cartografia da conquista da amazônia colonial
Cartografia da conquista da amazônia colonialCartografia da conquista da amazônia colonial
Cartografia da conquista da amazônia colonial
 
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXI
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXIPanorama Geográfico da Amazônia no início do século XXI
Panorama Geográfico da Amazônia no início do século XXI
 
Tapajos ebook
Tapajos ebookTapajos ebook
Tapajos ebook
 
Urubu: Linux UAV
Urubu: Linux UAVUrubu: Linux UAV
Urubu: Linux UAV
 
Cartilha "Complexo Tapajós"
Cartilha "Complexo Tapajós"Cartilha "Complexo Tapajós"
Cartilha "Complexo Tapajós"
 
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na Amazônia
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na AmazôniaGEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na Amazônia
GEO PSC1 - Migração e Dinâmica Urbana na Amazônia
 

Semelhante a Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii

Semelhante a Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii (20)

Camilo janaina
Camilo janainaCamilo janaina
Camilo janaina
 
Os guaranis
Os guaranisOs guaranis
Os guaranis
 
T ribos do ms 8º c
T ribos do ms 8º cT ribos do ms 8º c
T ribos do ms 8º c
 
A_Cronica_de_Akakor.pdf
A_Cronica_de_Akakor.pdfA_Cronica_de_Akakor.pdf
A_Cronica_de_Akakor.pdf
 
Roraima
RoraimaRoraima
Roraima
 
Fdocumentos.tips povos e-culturas-africanas-malineses-centenas-de-povos-com-c...
Fdocumentos.tips povos e-culturas-africanas-malineses-centenas-de-povos-com-c...Fdocumentos.tips povos e-culturas-africanas-malineses-centenas-de-povos-com-c...
Fdocumentos.tips povos e-culturas-africanas-malineses-centenas-de-povos-com-c...
 
Capitulo 7
Capitulo 7Capitulo 7
Capitulo 7
 
Incas - (Trabalho em Grupo)
Incas - (Trabalho em Grupo)Incas - (Trabalho em Grupo)
Incas - (Trabalho em Grupo)
 
Origem de Granja
Origem de GranjaOrigem de Granja
Origem de Granja
 
India história
India históriaIndia história
India história
 
Aula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de RondôniaAula História e Geografia de Rondônia
Aula História e Geografia de Rondônia
 
América
AméricaAmérica
América
 
Expansão e ocupação territorial
Expansão e ocupação territorialExpansão e ocupação territorial
Expansão e ocupação territorial
 
Historia ms aula2
Historia ms aula2Historia ms aula2
Historia ms aula2
 
Aula sobre povos pré colombianos
Aula sobre povos pré colombianosAula sobre povos pré colombianos
Aula sobre povos pré colombianos
 
Relendo Macahé em Tratado Descritivo do Brasil 2
Relendo Macahé em  Tratado Descritivo do Brasil 2Relendo Macahé em  Tratado Descritivo do Brasil 2
Relendo Macahé em Tratado Descritivo do Brasil 2
 
Mineração
MineraçãoMineração
Mineração
 
Apostila a história de alagoas
Apostila   a história de alagoasApostila   a história de alagoas
Apostila a história de alagoas
 
Povos pi ebql
Povos pi ebqlPovos pi ebql
Povos pi ebql
 
Primeiros povos
Primeiros povosPrimeiros povos
Primeiros povos
 

Mais de Portal do Vestibulando

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoPortal do Vestibulando
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasPortal do Vestibulando
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)Portal do Vestibulando
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasPortal do Vestibulando
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoPortal do Vestibulando
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausPortal do Vestibulando
 

Mais de Portal do Vestibulando (20)

Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino FrancoIdade Média - Feudalismo - Reino Franco
Idade Média - Feudalismo - Reino Franco
 
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, AstecasSociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
Sociedades Pré-colombianas: Toltecas, Olmecas, Incas, Nazca, Maias, Astecas
 
Independência dos EUA
Independência dos EUAIndependência dos EUA
Independência dos EUA
 
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)Ditadura militar   anos de chumbo (1964-1985)
Ditadura militar anos de chumbo (1964-1985)
 
07 revolução mexicana
07   revolução mexicana07   revolução mexicana
07 revolução mexicana
 
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismoPeríodo entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
Período entre guerras - crise de 1929 - nazifascismo
 
Guerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - AtualizadaGuerra Fria - Atualizada
Guerra Fria - Atualizada
 
Nova República
Nova RepúblicaNova República
Nova República
 
Senhora
SenhoraSenhora
Senhora
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Absolutismo
AbsolutismoAbsolutismo
Absolutismo
 
Questão Palestina
Questão PalestinaQuestão Palestina
Questão Palestina
 
Descolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiáticaDescolonização afro-asiática
Descolonização afro-asiática
 
África nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlânticoÁfrica nos tempos de tráfico atlântico
África nos tempos de tráfico atlântico
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistasBrasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
Brasil Colônia: revoltas nativistas e separatistas
 
Brasil: Economia Colonial
Brasil: Economia ColonialBrasil: Economia Colonial
Brasil: Economia Colonial
 
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto históricoBrasil Pré-colonial - contexto histórico
Brasil Pré-colonial - contexto histórico
 
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - ManausCuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
Cuca Vestibulares - Maratona PSC 1 - Manaus
 
Religiões de matriz africana
Religiões de matriz africanaReligiões de matriz africana
Religiões de matriz africana
 

Amazônia indigena nos séc. xvi e xvii

  • 1.
  • 2.  A localização do assentamento de cada povo foi demonstrado no sentido do curso das águas, através de províncias, categoria utilizada nos documentos da época para situar um determinado domínio territorial indígena.
  • 3.  Localização – Os registros etno-históricos informam que no século XVI, a província de Aparia se estendia no baixo rio Napo, até a região que medeia os rios Javari e Iça, ambos afluentes do Solimões, região onde envolve a atual cidade de São Paulo de Olivença.  Povoação – Era formada por cerca de vinte povoados compostos de até cinqüenta grandes casas.  Poder Político- A chefia desse povo parecia estar centralizado na figura do grande senhor de Aparia, chefe do povoado.
  • 4.  Costume- Os habitantes dessa província vestiam “camisetas pintadas com desenhos e cores ao modo do Peru e todos traziam enfeites de ouro muito fino. Esse ouro vinha de outra região com a qual o povo Aparia mantinha atividades comerciais regulares. Possivelmente esse povo falava uma língua do troco Tupi.  Nessa região também foi identificada a tribo dos Aricanas, índios que vestiam roupas de algodão pintadas a pincel, e suas mulheres costumavam andar calçadas com botinhas e usavam roupa de meias mangas habilmente confeccionadas com algodão e empastada com pinche negro.
  • 5.  Localização – No século XVII, a região da Província de Aparia, estava ocupada pelos índios Omáguas, com um certo deslocamento rio abaixo. A Província dos Omáguas começava mais abaixo da boca do rio Napo, a cerca de 120 quilômetros acima da foz do Javari, e se estendia até a boca do Mamoriá, entre os rios Jutaí e Juruá, medindo mais de 700 quilômetros, ao longo da calha do Amazonas/Solimões: Além desse território, os Omáguas mantinham, mediante incursões contínuas, uma buffer zone despovoada acima e abaixo do seu território, que servia como zonas de proteção.
  • 6.  A província dos Omáguas foi considerada pelo frei Cristóbal de Acuña como “a maior e mais dilatada província” de todas que foram encontradas no grande rio.
  • 7.  No século XVI, a Província dos Negros ía da região de Monte Alegre até o rio Xingu. Carvajal descreveu os índios dessa província como homens enormes, mais altos que os maiores de seus companheiros de expedição, eram tosquados e estavam pintados de negro e por isso a chamaram de Província dos Negros. Tinham um grande chefe, chamado de Aripuna (ou Caripuna), que era senhor de muitas terras.  Dos limites dessa província até a foz do Amazonas foi registrada pelos cronistas espanhóis mais uma grande quantidade de povoações indígenas.
  • 8.  O trecho do rio Amazonas, que vai da boca do rio Nhamundá até o baixo curso do rio Tapajós, foi concebida pelo frei Gaspar de Carvajal, no século XVI, como uma única grande província, e a denominou de São João, pelo fato de tê-la atingida no dia 24 de junho. De acordo com o relato desse cronista, ambas as margens do Rio Amazonas, nessa província, estavam pontilhadas de aldeias, mas as maiories, que as definiu como “grandes cidades”, estavam situadas na sua margem direita, recuadas umas duas léguas para interior. Carvajal, não fornece nenhum nome tribal para essa província, no entanto, tudo indica que a região era habitada pelos índios Tapajós.
  • 9.  Localização - De um território que começava acima da boca do rio Tefé e se estendia até próximo ao rio Coari, a Província de Aisuari, expandiu-se territorialmente, cerca de 120 quilômetros, rumo ao Oeste, ultrapassando a foz do rio Juruá. Nessa expansão territorial ocuparam a buffer zone que protegia os Omáguas.  A primeira povoação dos aisuaris foi chamada pelos expedicionários de Pedro Teixeira de Aldeia de Ouro, pelo fato de seus habitantes ostentarem no nariz e nas orelhas pequenos pingentes do metal precioso.  Comércio - O ouro encontrado entre os Aisuaris era procedente do alto Uaupés, trazido pelos índios Manaus do rio Negro para o Japurá. Os Manaus traziam, principalmente, além das pequenas lâminas de ouro, urucum, raladores de mandioca, redes de miriti, cestarias e tacapes, enquanto os Aisuaris forneciam cerâmica de excelente qualidade produzida especialmente para fazer comércio com as demais nações.
  • 10.  No início da Província dos Tapajós, num lugar incerto, aconteceu o famoso combate entre os soldados de Orellana e os índios, que pareciam ser comandados por mulheres. Esse combate foi muito acirrado.  As mulheres guerreiras que Carvajal se referiu como as Amazonas, viveriam conforme o relato de um índio aprisionado pela Expedição de Orellana em várias cidades, e a sua chefa chamava-se Coñori que residiria numa cidade principal onde havia cinco casas que funcionavam como grandes templos dedicados ao deus-sol.
  • 11.  Localização- No século XVII, estava localizada na margem direita do rio Amazonas.  Considerada como a maior aldeia já encontrada nesse rio, moravam em casa comunais: cada casa abrigava quatro, cinco ou mais famílias.  Comércio - Os yoriman desenvolviam uma intensa atividade comercial tanto intertribal, quanto Inter étnica: com os seus vizinhos indígenas, negociavam manufaturadas, e indiretamente com os brancos, escravos, armas e ferramentas.
  • 12.  Localização - No século XVI, a província de Paguana estava localizada num território que começava acima da boca do rio Purus e estendia até uns cem quilômetros acima do encontro das águas do rio Negro com as do Solimões.  Da "aldeia dos Bobos", até "aldeia dos Viciosos", a expedição de Orellana navegou apenas pela margem direita do rio, e sempre por um grande povoamento, e houve um dia em que passou por mais de vinte aldeias.
  • 13.  Sabe-se que entre os rios Negro e Urubu havia uma série de aldeias fortificadas com paliçadas de toras grossas e uma única entrada, havia indícios de ofertas de bebidas fermentadas a uma divindade solar e, de acordo com Frei Carvajal, muitos trajes feitos de plumas de diversas cores aplicadas e tecidas sobre o algodão, muito gentis, os quais vestem os índios para celebrar suas festas.
  • 14.  Após a boca do rio Madeira, uma província foi denominada de Picotas, pelo fato de em seus povoados haver muitas estacas ostentando cabeça de mortos, as cabeças-troféu.  Em meados do século XVII, a margem esquerda do rio Amazonas, desde a barra do rio Negro até o Urubu, era habitada pelos índios Tarumãs e outros grupos de línguas Aruaque. Quanto a ilha de Tupinambarana, estava toda habitada pelos Tupinambás oriundos da costa leste do Brasil devido à presença dos portugueses.
  • 15. O antropólogo Antonio Porro ensina que “saber quantos e quem eram os índios que estavam no Brasil à chegada dos europeus é importante para uma justa avaliação do seu passado e do presente”. Esse raciocínio particularmente serve para a Amazônia, considerando que a sua história colonial não esteve, necessariamente, ligada à do Brasil.