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6. Característica da poesia Épica
• Caráter episódico dos cantos (início – meio – fim);
• “Estilo Formular” (Milman Parry): Uso de repetições,
epítetos, frases prontas, comparações. (Recurso
Mnemônico);
• Hexâmetros Dactílicos;
• Narração in medias res;
• Dialeto Homérico: Base Jônica;
• Narrador onisciente e onipresente;
• Narração em 3ª pessoa (sujeito X objeto);
• Personagens heroicas e divinas
7. Hexâmetros dactílicos
• Uso de 6 pés de sílabas com uma longa e duas
breves, com poucas variações:
• -uu -uu -uu -uu -uu - - (espondeu no final)
• ou
• -uu -uu -uu -uu -uu -u (troqueu no final)
8. Estrutura da Narrativa Épica
• Invocação : Demonstração ritual da relação do
profeta com a divindade;
• Proposição : Síntese do enredo que será contado;
• Narração : Ação de contar o poema, a história;
9. Personagens : Heróis
• Eram seres mortais, mas semelhantes aos deuses;
• Apresentam características superiores aos demais mortais;
• Características:
• 1) Areté: Elemento constituinte da classe guerreira.
Coragem/Beleza/Eloquência;
• 2) Timé: Reconhecimento público. Deviam ser honrados em vida.
• 3) Kléos: Glória, fama. A Kléos era o objetivo do herói. É falada
posteriormente para imortalizá-lo, superando-o da condição
humana. Melhor maneira de obter a Kléos é através do
combate singular.
Ex:Ilíada, Canto III – Páris X Menelau.
10. Personagem : Deuses
• Intervinham do campo de batalha ( Canto III – vv
379 – 381 )
• Aparições epifânicas ( Canto I – Afrodite com Páris
e Helena)
• Decisões eram tomadas em assembleias.
11. Forças dominantes :
• Áte : Força que é caracterizada como ‘ cegueira’, que leva
o herói ao erro. Conduz o ser humano ao erro pelo
desconhecimento, cometido por ignorância.
• Hýbris : Elemento que caracteriza o comportamento
desmedido. Ultrapassar , agir com violência.
• ( Agamemnon toma Briseides de Aquiles )
• Moîra : Não é personalizada. Age como uma força que
representa a condição humana, fazendo a diferença entre
homens e deuses.
12.
13. Cantos I – III Ilíada
• Inicia-se com uma assembleia para saber o
motivo da peste que invade os Aqueus.
Agamémnone toma Briseides de Aquiles e esse
por sua vez sai da Guerra. Tétis pede um favor a
Zeus e este tentar cumprir . O rei dos Gregos
começa a enumerar a as naus e os chefes dos
Gregos e Troianos. Páris desafia Menelau a um
combate singular, propondo decidir o destino da
Guerra. O herói Grego ganha o duelo, mas o
Troiano é salvo pela deusa Afrodite.
14. Canto IV – VI
• Após Afrodite ‘trapacear’ e salvar Páris, ela pede a Zeus para
que a Guerra volte acontecer, está ganha o consentimento
de Zeus. Atenas salva a vida de Menelau depois de um
guerreiro Troiano lançar uma flecha contra ele. E assim inicia-
se uma batalha terrível. O canto V narra os feitos de
Diomedes (Areté de Diomedes), conta o que ele fez na
batalha, e nos mostra a ação dos deuses junto aos homens
na batalha; já no canto VI é a caracterização do maior herói
troiano – Heitor. O exército Troiano começa a sentir a força
dos heróis Gregos. Heitor pede para sua mãe invocar a
proteção de Atena. Ele exorta seu irmão Páris e vai encontrar
sua esposa – Andrômaca – momento especial, pois é o único
canto romanceado.
15. Cantos VII - VIII
• Começa um combate singular Heitor x Ajáz. Lutam
até a noite, mas ninguém sai morto. Mas a batalha
tinha que parar ao anoitecer. Há uma trégua e é
nessa pausa que enterram os mortos, ocorre o ritual
fúnebre. No Canto VIII, Zeus proíbe a ação dos
deuses na Guerra e vai ao Monte Ida assistir aos
combates. Os Troianos então começam a ganhar
dos Gregos. Mais uma vez, a noite interrompe os
combates.
16. Canto IX
• É a narrativa que mostra a mistura de
temporalidade;
• Como o exército Grego estava perdendo a
batalha, Agamémnone, no conselho, desesperado
pede o retorno à Grécia. Diomedes e Nestor o
acusam de covardia e de injustiça com o melhor
guerreiro da Grécia – Aquiles. Então ele resolve
devolver Briseides junto com uma recompensa. É
formada uma comissão, composta por Odisseu,
Fenice e Ajax para convencer Aquiles a voltar pra
guerra, mas este se mostra inflexível.
17. Cantos X - XII
• São contados os feitos de Dolão (Troiano que foi enviado
para espionar os Gregos). Ele é preso por Odisseu e Diomedes
, que o pressionam para contar os planos do exército inimigo.
O canto XI conta os feitos do rei Agamemnone , este por sua
vez mata muitos Troianos, mas é ferido e tem que deixar a
batalha. Os Troianos então retomam a vantagem e muitos
Gregos são feridos. A embaixada implora a volta de Aquiles,
mas ele age como uma pessoa irredutível, então pedem para
que ele empreste sua armadura a Pátroclo. Já no canto XII,
Heitor e seu exercito encurralam os Gregos para trás do muro.
Os Gregos e, principalmente, os dois Ajazes defendem o
acampamento. Depois de uma luta indecisa, os Troianos
fazem uma brecha na muralha, mas não conseguem passar.
Então Heitor quebra o portão e eles encurralam os Gregos em
seus navios.
18. Cantos : XIII - XV
• Enquanto Zeus se vira e olha para outras regiões , Posidon vai até
a Planície, onde os Gregos estão sendo atacados pelos Troianos,
e incita-os coragem para guerrear. Os gregos se fortalecem e
começam a se sobressair. Esse combate é muito sangrento,
guerreiros de ambos os exércitos morrem. No canto XIV Nestor
que curava um guerreiro troiano, sai para ver a gritaria e
encontra : Agmemnone, Diomedes e Odisseu feridos. O rei quer
fugir, mas Posidon o acalma. No campo dos deuses, Hera se
prepara para seduzir Zeus, e acaba adormecendo seu marido.
Posidon insufla força as Gregos, que ganham vantagem. Ajaz
fere Heitor. Assim os Aqueus conseguem afastar os troianos de
suas naus. Zeus acorda e percebe que foi enganado, ameaça e
conta os acontecimentos até o final da guerra. Ele manda uma
mensagem para Apolo para que ajude os Troianos. Pátroclo
implora ajuda a Aquiles, enquanto isso Heitor, curado por Apolo,
se prepara para incendiar o navio de Protesilau.
19. Cantos : XVI - XVIII
• São cantados os feitos de Pátroclo, este implora as armas de
Aquiles, que as concede mas apenas para proteger os navios.
Quando este aparece com o exercito de Mírmidones, os troianos
o confundem com Aquiles. Combate entre Sarpedone e
Pátroclo. Ele se esquece da promessa feita a Aquiles e os
persegue até as muralhas. Pátroclo mata muitos troianos, mas
acaba sendo desarmado por Apolo e morto por Heitor. O canto
XVII consiste em uma narrativa sobre os feitos de Menelau que
mata Euforbo, que tentava levar as armas de Pátroclo. Ele
chama Ajaz para defender o corpo de Pátroclo que Heitor queria
ultrajar. Eles conseguem pegar o corpo do morto e Menelau
pede que Antíloco avise Aquiles. O maior herói Grego se
desespera com a notícia do amigo. Sua mãe o consola,
prometendo-lhe uma nova armadura feita por Hefesto. Ele sai de
sua tenda e afasta os troianos apenas com seus gritos. Tétis vai a
casa de Hefesto e recebe a descrição das norvas armas de seu
filho.
20. XIX - XXI
• Tétis entrega a nova armadura a Aquiles e cuida do corpo de
Pátroclo. Aquiles convoca uma assembleia e pede para
retornar a Guerra. Agamémnone reconhece seus erros e
devolve Briseides. Atena lhe infude força. Xanto, seu cavalo,
prevê a morte em breve, logo após matar Heitor. No canto
XX, é convocado o conselho universal dos deuses. E Zeus diz
que os deuses estão livres para tomar partido de quem
quiserem. Aquiles mata muitos Troianos. No embate entre
Heitor e Aquiles, o troiano fica em perigo, sendo salvo por
Apolo. No XXI os Troianos fogem para dentro do rio Xanto.
Posidon e Atena encorajam Aquiles, que luta contra o rio.
Hera envia seu filho Hefesto para salvar Aquiles das ondas do
rio Xanto. Os deuses lutam uns contra os outros. Depois
retornam ao Olimpo.
21. XXII -XXIII
• Heitor fica fora dos muros de Troia , mesmo com o pedido de
seus pais. Mas quando Aquiles chega este fica com medo e
foge, e eles dão três voltas ao redor da cidade. Zeus pesa em
uma balança o destino dos heróis. Atena desce para ajudar
Aquiles. Inicia-se uma batalha entre Aquiles e Heitor, saindo
vencedor Aquiles. Então o Grego ultraja o cadáver de Heitor,
e o leva junto para junto dos navios. No XVIII, Aquiles e os
guerreiros fazem honra ao corpo de Pátroclo. Pela manhã é
acessa uma pira e Doze jovens troianos são sacrificados ao
amigo de Aquiles. As cinzas são colocadas numa urna de
ouro e um túmulo é construído para Pátroclo. Iniciam-se os
jogos em homenagem a Pátroclo.
22. Canto XXIV
• Aquiles ainda muito triste com a morte de seu amigo,
ultraja o corpo de Heitor todo dia, dando três voltas ao
redor do túmulo de Pátroclo. Os deuses que estavam
do lado de Troia se indignam com a falta de respeito de
Aquiles e pedem que Zeus o faça parar. Zeus envia
Tétis para acalmar Aquiles. Príamo, protegido pelo
deus, vai até o acampamento de Aquiles, e conversa
com o guerreiro para que este devolva o cadáver de
seu filho. Aquiles aceita e devolve o corpo de Heitor, e
ainda concede onze dias de trégua para que seja feito
o ritual fúnebre do Troiano. Neste ritual há uma grande
lamentação, é extremamente trágico. O autor termina
a Ilíada falando sobre Heitor, por isso alguns autores
dizem que a epopeia deveria ser chamada “ A tragédia
de Heitor”.