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34 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017
Crise econômica, margens de lucro cada vez mais restritas, clientes que demandam
maior controle na aplicação dos ativos e redução nos custos operacionais. O que
poderia ser motivo de preocupação para as empresas locadoras de equipamentos
de movimentação tornou-se oportunidade de negócios, com a aplicação de sistemas
de gerenciamento de frota. Assim, os players do setor estruturam suas ações, geram
visibilidade nas atividades e disponibilizam aos locatários serviços eficazes de gestão
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS
Sob controle
Shutterstock
Janeiro/Fevereiro 2017 - Revista Tecnologística - 35
O
mercado de locação de
equipamentos de movi-
mentação de materiais pas-
sa por uma fase de reajustes. São
diversos os fatores que têm levado
os players do setor a realizarem
uma readequação em seus mode-
los de negócio e operacional. A tão
falada crise econômica, que teima
em afetar o desenvolvimento do
país, também impactou diretamen-
te o segmento. E o desempenho
dessas empresas ao final do ano de
2016 ilustra muito bem esse cená-
rio. Segundo um
levantamento da
Bentivegna Con-
sultoria Empresa-
rial, o mercado de
locação não apre-
sentou crescimen-
to em relação a no-
vos contratos.
Além disso, os
preços dos equipa-
mentos ou acom-
panharam a infla-
ção ou, em muitos
casos, tiveram ele-
vação acima da inflação devido à
taxa de câmbio, gerando o repas-
se dos custos. Isso estabeleceu um
novo patamar de preço de locação,
fazendo com que, muitas vezes,
o valor praticado cobrisse apenas
a depreciação dos
equipamentos, nos
casos de equipamen-
tos novos em contra-
tos de 36 meses, por
exemplo. Uma nova
prática também foi
adotada nos casos de
renovação de contra-
to: a estratégia dos
locadores foi oferecer
descontos nos valores
praticados para ga-
rantir a continuidade
do contrato por mais
um período de 12 a
24 meses.
Mas o cenário adverso também
gerou oportunidades, e mudanças
significativas comportamentais, ge-
renciais e operacionais começaram
a ser observadas tanto na prestação
dos serviços dos locadores quanto
nas atividades diárias dos locatá-
rios. E a aplicação de novas tecno-
logias de gestão e controle foi uma
delas. Segundo o diretor da con-
sultoria, Flávio Bentivegna, as fer-
ramentas tecnológicas vieram para
ficar e serão cada
vez mais utiliza-
das para a melho-
ria da performance
no setor. “Elas es-
tão estabelecendo
um novo padrão
de utilização dos
e q u i p a m e n t o s ,
tornando-os mais
econômicos e me-
lhorando a utiliza-
ção”, garante. Para
ele, a internet das
coisas será cada
vez mais útil e presente na gestão
de equipamentos, permitindo às
empresas que possuam inteligência
obter melhores resultados, diferen-
temente do que acontece hoje, com
a competição muitas vezes sendo
definida por aquele
player que loca pelo
menor preço.
A utilização da tec-
nologia para coletar
dados a respeito das
mais variadas nuances
de uma operação já
não é mais novidade
na logística há algum
tempo. Beneficiar-se
dessas vantagens tor-
nou-se praticamente
uma obrigação para
qualquer transporta-
dora, seja para acom-
panhar a movimen-
tação da carga ou até mesmo para
saber detalhes a respeito dos seus
veículos, permitindo programar pa-
radas para a realização de trabalhos
de manutenção, garantindo uma
operação ininterrupta ou, ao me-
nos, otimizada ao máximo. Trata-se
de interpretar as informações co-
letadas, trabalhando-as da melhor
maneira possível em prol de uma
maior produtividade. “Não basta
simplesmente aplicar rastreamento
Bentivegna: menos de 5% do
total de máquinas disponíveis
para locação conta com
soluções tecnológicas
Divulgação
Simplesmente coletar
dados não é mais
suficiente. Uma
gestão efetiva analisa
com inteligência
as informações
para auxiliar nas
tomadas de decisão
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS
36 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017
e telemetria para coletar os dados.
É preciso analisar com inteligência
e tomar medidas a fim de otimizar
as operações”, afirma Bentivegna.
Esta é, de maneira pura e simples, a
definição da expressão business in-
telligence (BI).
Indústria na vanguarda
As companhias que atuam no
setor de locação de equipamentos
de movimentação já identifica-
ram essa demanda dos locatários,
conhecem as ferramentas tecnoló-
gicas disponíveis e estão cada vez
mais atentas aos movimentos do
mercado. A gerente de Locação da
Still Brasil, Fabiana Souza Cinto,
revela que a companhia sempre ob-
serva as necessidades dos clientes,
como a expectativa em termos de
redução de custo, melhorias ope-
racionais e maior controle na apli-
cação dos ativos. Ela revela que a
empresa sempre ofereceu esse tipo
de tecnologia, uma vez que as má-
quinas importadas já
vêm equipadas com
um sistema chama-
do Fleet Manager.
Fabiana reconhece,
porém, que havia al-
gumas barreiras, pois
a solução opera sob o
sistema GPRS, que no
Brasil é um tipo de
tecnologia difícil de
ser aplicada.
Para superar esse
problema e tropicali-
zar a solução, há dois
anos teve início o de-
senvolvimento de um sistema de
monitoramento de máquinas das
marcas Still e Linde que atendesse
especificamente ao mercado bra-
sileiro. Chamada de Datalogger, a
solução é oferecida como um servi-
ço adicional para máquinas elétri-
cas e a combustão. O conteúdo do
kit, que também pode ser aplicado
em máquinas de outras marcas, é
composto por um dispositivo de
armazenamento, um
de leitura de cartões
magnéticos, acelerô-
metro para coleta de
dados de impactos,
leitor de corrente de
bateria, antena e chi-
cotes. Como opcio-
nais, sirene e estrobo.
O início do proces-
so consiste em, por
meio de um cartão,
identificar o condu-
tor, tornando a ope-
ração individualizada.
Para armazenar as in-
formações coletadas, cada equipa-
mento é dotado de um chip. Já a
transmissão das informações cole-
tadas, destinadas ao banco de dados
da Still, é realizada por bluetooth
ou por meio de redes Wi-Fi. Depois
de consolidados, os dados são dis-
ponibilizados em um ambiente web
para os clientes.
Entre as vantagens da aplicação
da ferramenta estão o acesso con-
trolado aos equipamentos, o blo-
queio remoto de acesso, a função
GPS, o registro de impactos sofri-
dos pela máquina e a identifica-
ção do uso indevido das baterias
tracionárias e do nível de utiliza-
ção (ociosidade ou uso excessivo).
Além disso, o sistema informa a
respeito da necessidade de manu-
tenções preventivas.
Hoje, a Still disponibiliza 3 mil
equipamentos para locação, entre
máquinas elétricas e a combustão
de 1,8 a 10 toneladas. De acordo
com a gerente, desse total de má-
quinas cerca de 15% contam com
as soluções de gestão de frota, seja
o Fleet Manager ou o mais recen-
te Datalogger. “Estamos utilizando
como um período de testes. Co-
meçamos a apresentar as soluções
para os clientes e a receptividade
foi muito boa. Atualmente, te-
Fabiana: clientes já exigem
a presença dos sistemas de
gestão de frota
Divulgação
DivulgaçãoStill
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS
38 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017
mos máquinas ge-
renciadas em quatro
grandes clientes”,
destaca. Em outros
dois, revela, os tes-
tes foram concluí-
dos. Após avaliar os
resultados, as duas
empresas, que locam
cada uma mais de 50
equipamentos, soli-
citaram a inclusão
do Datalogger, que
foi aplicado já no
início deste ano. “As
soluções irão ajudar
as companhias a otimizar suas ope-
rações”, garante.
A Crown Equipment, que loca
equipamentos elétricos e a combus-
tão com capacidade de até 2.950 kg,
também disponibiliza ao mercado
uma solução própria. Trata-se do
InfoLink, sistema wireless de gestão
de frotas e operadores de empilha-
deiras que fornece dados acionáveis
para ajudar os gestores de armazéns
a maximizar a produtividade. Além
disso, a ferramenta auxilia a fabri-
cante a conhecer a operação logísti-
ca do locatário.
Segundo gerente de Operações
da Crown Brasil, Augusto Macha-
do, a ferramenta, disponível por
aqui desde 2013 e comercializada
como um acessório, é flexível e se
alinha às necessidades dos clientes,
além de proporcionar diferentes ca-
minhos para a otimização da frota
de empilhadeiras, de acordo com
planejamento financeiro e priorida-
des organizacionais. Sem revelar o
tamanho da frota locável, o gerente
diz que 90% dela está em operação,
com 70% das unidades, do total do
parque, embarcadas com o sistema
de gerenciamento.
São duas as plataformas de ges-
tão. A Standard oferece às empresas
um ponto de partida com recursos
básicos de gestão de
frota e de operador,
tais como autoriza-
ção para o operador
usar o equipamento,
detecção de impacto
e alertas, juntamente
com status do equi-
pamento em tempo
real. Já a Advantage
provê a capacidade de
acompanhar a produ-
tividade do operador,
gerenciar a manuten-
ção planejada e não
planejada e otimizar
os recursos energéticos, incluin-
do trocas de bateria e consumo de
combustível, além dos recursos bá-
sicos de gestão de frota.
De acordo com o executivo, o
InfoLink ajuda os clientes a moni-
torar e gerenciar o uso eficiente de
sua frota de empilhadeiras e todas
as operações ao disponibilizar da-
dos acionáveis por meio de painéis
interativos e interface amigável,
com um conteúdo bastante rico,
que permite aos gerentes de frota
se concentrarem em oportunida-
des reais e evitarem desperdício de
tempo decifrando os dados.
Além de ser compatível com
uma variedade de protocolos de
criptografia de segurança, o Info-
Link exige nome de usuário e se-
nha para acesso aos dados. O aces-
so do operador de empilhadeira se
dá via códigos de teclado ou car-
tões de identificação, e os gerentes
controlam a autorização para cada
indivíduo ou grupo. Para auxiliar
os clientes, a Crown conta com
um departamento responsável pela
instalação do sistema nos equipa-
mentos e pela prestação de suporte
ao usuário.
Na opinião de Machado, a evo-
lução da movimentação de mate-
riais vai além do aprimoramento
contínuo da performance dos equi-
pamentos fabricados, por isso a
companhia busca inovar constan-
temente e colocar a tecnologia da
informação a serviço da operação
do cliente. “O InfoLink transfor-
ma amontoados de dados – obti-
dos em tempo real ou arquivados
em históricos – em um conjunto
de indicadores de performance or-
ganizado, priorizado, confiável e
totalmente acionável. A tendência
da tecnologia é termos cada vez
mais velocidade de informação e
gestão remota com dados em tem-
po real”, avalia.
Machado: a tendência é
termos cada vez mais dados em
tempo real e gestão remota
Divulgação
DivulgaçãoCrown
Diferencial
competitivo
Mas desenvol-
ver suas próprias
tecnologias não é
exclusividade dos
grandes fabricantes
de equipamentos.
Na Dinamik, por
exemplo, empresa
de locação que pos-
sui um parque for-
mado por 700 má-
quinas de diversas
marcas, esse trabalho também foi
realizado internamente. O diretor
de Logística e Comercial, Claudio
Cortez, informa que há dois anos
a companhia focou as atividades
de seu departamento de Tecnologia
da Informação no desenvolvimento
de uma solução própria. O resulta-
do foi o Gear, comercializado como
um acessório.
Trata-se de um sistema de BI
composto por um tablete aplicado
nas máquinas para a conferência
em tempo real do checklist ele-
trônico do equipamento e por um
aparelho que capta todos os even-
tos operacionais realizados pela
máquina e os converte em dados.
Esses hardwares se conectam a um
software, também de desenvolvi-
mento próprio, que consolida as
informações e as disponibiliza aos
clientes. “Cerca de 50% do nos-
so parque de máquinas está dota-
do com o Gear e os equipamentos
gerenciados já estão operando em
dois clientes”, diz.
O gestor Operacional da empre-
sa, Márcio Hoffmann, salienta que
a Dinamik não se resume a apenas
fornecer a solução. “Trabalhamos
junto aos clientes e auxiliamos na
gestão das informações. Nosso tra-
balho consiste em marcar reuniões
periódicas e ir às plantas para au-
xiliar na customi-
zação dos proces-
sos”. Além disso,
destaca, a empresa
conta com um call
center dedicado
ao atendimento
dos clientes que
utilizam a solução
Gear. “Não interfe-
rimos na operação,
esse não é nosso
foco, mas moni-
toramos os dados
e realizamos um
follow-up para informar os des-
vios identificados”, afirma. Cortez
ratifica, dizendo que a atenção da
companhia também está voltada
para a geração dos dados e a trans-
missão das informações no forma-
to demandado pelos gestores de lo-
gística dos clientes.
Os números comprovam a eficá-
cia do trabalho realizado de forma
integrada. De acordo com dados apu-
rados pela própria Dinamik, a redu-
ção no custo com manutenção, por
exemplo, chegou a 60%, enquanto
o índice de quebra operacional caiu
cerca de 90%. Já a disponibilidade
do parque, que sem a tecnologia era
de 90%, com o sistema Gear ficou
acima de 95%.
Cortez ressalta que o foco da
companhia não é oferecer a com-
modity dos serviços de locação e
ser apenas um rental de equipa-
mentos visando o volume. “Nossa
meta é agregar valor ao mercado de
locação, que julgamos ser carente
de sistemas de informação”, ana-
lisa. Hoffmann completa dizendo
que a empresa transformou suas
dificuldades quanto à segurança e
à gestão de frota em oportunida-
des. “O mercado está aderindo às
tecnologias em virtude da seguran-
ça e da redução de custos. Hoje,
ainda acontecem muitos acidentes
A aplicação das novas
tecnologias gera
também mudanças
comportamentais,
com profissionais
mais preocupados em
trabalhar da melhor
maneira possível
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS
40 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017
no mercado. As ferra-
mentas tecnológicas
monitoram essas ocor-
rências, além de me-
lhorar a performance
dos equipamentos”.
Fornecedores
Companhias que
atuam de forma mais
pulverizada, com pou-
cos equipamentos em
diferentes operações,
também começam a
adotar as novas tecno-
logias para gestão de frota. E quan-
do investir na criação de sistemas
próprios não parece ser o melhor
caminho, recorrer a um fornecedor
de tecnologia pode ser a solução. A
Trax Rental, por exemplo, que pos-
sui 320 equipamentos multimarcas
para locação, entre máquinas elétri-
cas e a combustão de 1,8 a 45 tone-
ladas, apresenta como característica
atender a diversas empresas com pe-
quenas quantidades de
máquinas. Seu diretor,
Antônio Carlos Rubino,
conta que a empresa
decidiu oferecer ferra-
mentas que auxiliem
na gestão da frota a fim
de agregar mais serviços
aos clientes. “Toma-
mos a decisão de olhar
a gestão da frota com a
utilização da tecnolo-
gia, pois
h o j e
q u a l -
q u e r
empresa de locação é
um prestador de servi-
ço. O nível da concor-
rência aumentou, os
preços estão abaixo da
realidade e essa inicia-
tiva ajuda a fidelizar o
cliente, melhora sua
cesta de serviços e traz
redução de custo na
frota locada”, avalia.
Para atingir esses objetivos, a Trax
Rental estabeleceu um contrato com
a Softrack, empresa que desenvolve
e aplica sistemas de suporte à gestão
estratégica de frotas. A solução ofe-
recida consiste, essencialmente, em
dois equipamentos embarcados que
obtêm os dados da máquina, um res-
ponsável por aspectos operacionais
e o outro relacionado à telemetria.
Vale lembrar que existe uma versão
da solução para máquinas elétricas
e outra para a com-
bustão, desenvolvidas
com base nas condi-
ções operacionais e cli-
máticas brasileiras.
A ferramenta ope-
racional é um dis-
play de checklist, que
identifica o operador
e verifica, por meio
de uma série de per-
guntas – estabelecida
de forma distinta por
cada uma das empresas
–, se aquele profissio-
nal está autorizado a
operar o equipamento. Além disso,
as questões introduzidas no display
averiguam se a máquina está meca-
nicamente em condições de utiliza-
ção. Já o equipamento de telemetria
computa a cada 15 segundos os da-
dos estabelecidos referentes à opera-
ção, como quanto tempo a máquina
ficou ligada, quanto passou efetiva-
mente trabalhando, de que forma
foi tracionada e de que forma foram
utilizados os acessórios. Ele armaze-
na os dados e os transmite via GPRS
para o servidor da Softrack. Nes-
se banco de dados as informações
de cada máquina são processadas e
analisadas de forma automática e,
posteriormente, disponibilizadas em
um site para que os profissionais das
empresas envolvidas no processo –
locadores ou locatários – as analisem
e tomem as melhores decisões.
Cortez: departamento de TI
focado no desenvolvimento de
soluções próprias
Divulgação
Hoffmann: além de fornecer a
tecnologia, temos que auxiliar no
gerenciamento das informações
Divulgação
DivulgaçãoDinamik
Janeiro/Fevereiro 2017 - Revista Tecnologística - 41
Na Trax Rental,
os trabalhos consis-
tiram em selecionar
dois clientes, um com
12 máquinas e outro
com sete, e em cada
um deles implantar
o sistema da Softrack
em um equipamento,
para realizar medi-
ções e depois mensu-
rar e apresentar aos
clientes os resulta-
dos, as vantagens e os
benefícios. “A ideia é
que já neste início de
2017 tenhamos um banco de dados
estruturado”, diz Rubino. O execu-
tivo considera que os dados obti-
dos serão benéficos para todos os
envolvidos no processo de locação.
“O locador poderá prever o custo
de manutenção, observar a opera-
ção e minimizar os danos por má
utilização, promovendo, por exem-
plo, treinamentos de reciclagem
para os operadores. Já o locatário
acompanhará de que forma sua fro-
ta está sendo utilizada e corrigirá
possíveis falhas e desvios”, afirma.
A solução da Softrack está em-
barcada hoje em 450 máquinas
de dez empresas diferentes, sendo
uma na Argentina. Desse volume
gerenciado, 70% são máquinas lo-
cadas. “Trabalhando sobre dados, é
possível que as companhias envol-
vidas nos processos identifiquem
desvios, detalhem a operação e oti-
mizem o uso dos recursos. A tecno-
logia torna a operação transparen-
te”, analisa o gerente Comercial da
Softrack, Mário Bavaresco. Segun-
do o executivo, o resultado quanto
ao nível de segurança do operador
é incomensurável e, somente par-
tindo do princípio de que ninguém
mais liga uma máquina sem estar
habilitado, centenas de problemas
já são evitados.
O benefício direto
em curto prazo e mais
visível é a economia
de combustível, gera-
da por duas situações:
pela eficiência no uso
da máquina e pela re-
dução potencial da
quantidade de máqui-
nas empregadas. Se fo-
rem levadas em conta,
além dessas, todas as
outras variáveis, como
manutenção e otimi-
zação do quadro de
funcionários, o uso da
tecnologia proporciona para o loca-
tário uma redução média de 20% no
custo com o parque de máquinas. O
payback também é um resultado de
curto prazo. “Apenas o valor da lo-
cação, em um contrato de 36 meses,
é pago em 18 meses”, calcula Bava-
resco. O valor consolidado, claro,
depende do tamanho
de cada operação.
Na opinião do di-
retor da Softrack, Ri-
cardo Raschiatore,
a decisão de aplicar
uma solução tecnoló-
gica desse tipo pode
partir tanto do loca-
dor quanto do loca-
tário, já que a meta
de quem fornece as
máquinas com a tec-
nologia é oferecer
qualidade nos servi-
ços, e a do locatário é
avaliar se os ativos contratados es-
tão operando da forma estabelecida
no contrato.
Potencial
O consultor Bentivegna afirma
que o setor de tecnologias volta-
das para o mercado de equipamen-
tos de movimentação apresenta
um potencial muito elevado. Ele
estima que no Brasil o número de
máquinas disponíveis para locação
seja de 150 mil unidades. Desse to-
tal, uma parcela de menos de 5%
conta com algum tipo de solução
aplicada, desde os equipamentos
mais básicos de telemetria.
Para Fernando Sobral, diretor da
Interlogis, consultoria especializa-
da em logística, a taxa de utilização
é baixa porque tudo ainda é muito
recente. “Temos contato com loca-
dores de empilhadeiras, principal-
mente empresas médias e pequenas,
que nunca ouviram falar dessas tec-
nologias. E muitos dos que já ouvi-
ram pensam que as ferramentas irão
contribuir apenas para a reposição e
a troca de peças do parque de má-
quinas locado”, relata.
Esse conceito não está de todo
errado, se levados em conta os pro-
cessos de manutenção, principal-
mente para pequenos
locadores. Em grandes
locações existem me-
cânicos na planta do
cliente, mas em pe-
quenas não, e muitas
vezes o deslocamento
realizado pelo mecâ-
nico do locador até o
site mostra-se inviá-
vel. Com a aplicação
de tecnologias que
proporcionam mais
visibilidade e inteli-
gência à operação, o
envio de reparadores
até o cliente pode ser realizado ape-
nas quando realmente necessário, o
que diminui os custos.
Além disso, as tecnologias tam-
bém ajudam – e por isso ainda so-
frem certa resistência – a identificar
outro comportamento muito co-
mum no mercado e que vem se mos-
trando cada vez mais equivocado:
a locação de um grande volume de
Rubino: oferecer soluções
agregadas ajuda a fidelizar
o cliente
Divulgação
Bavaresco: tecnologias
aplicadas tornam a operação
mais transparente
Divulgação
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS
42 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017
máquinas antigas, geralmente rea-
lizada a um custo inicial bem mais
atrativo quando comparada ao alu-
guel de equipamentos
novos. A aplicação de
inteligência de dados
escancara o quanto a
prática pode, na ver-
dade, prejudicar os
negócios do locatá-
rio, já que muitas ve-
zes mostra que com
um número menor de
máquinas novas há
mais produtividade.
Esse é um dos
pontos cruciais, na
opinião de Bentiveg-
na, a ser observado.
“O locador acredita que aplicando
a tecnologia ele irá canibalizar seu
negócio, já que em certas operações
haverá uma redução na quantidade
de equipamentos fornecidos”, diz.
Mas as barreiras também existem no
outro elo da cadeia, pois ainda há
no locatário a cultura de locar, pen-
sando na disponibilidade imediata
dos ativos diante de manutenções
operacionais, um número superior
de máquinas àquele realmente apli-
cado nas operações.
Para Raschiatore, ambos os com-
portamentos são deri-
vados do desconheci-
mento das vantagens
da aplicação de ferra-
mentas tecnológicas.
“O mercado ainda não
entende completamen-
te as possibilidades que
isso traz para a gestão
da frota. Falta baliza-
mento do que pode ser
feito e obtido”, resume.
O executivo salienta,
contudo, que para obter
dados confiáveis com a
implementação de no-
vas tecnologias é preciso um período
de quatro a seis meses. “É um proces-
so gradativo de obtenção de variáveis
que devem ser ajustadas”.
Mudança de cultura
Sejam desenvolvidos pela indús-
tria, pelo departamento de Tecnolo-
gia da Informação dos locadores ou
adquiridos no mercado, os sistemas
de gestão de frota se tornam a cada
dia mais presentes no cotidiano do
setor. E essa é uma realidade sem
volta por diversos motivos. Segun-
do Bentivegna, muitos locatários já
estão exigindo em seus processos de
concorrência que os equipamentos
sejam dotados de telemetria e solu-
ções de gerenciamento. “Até então
as avaliações de desempenho dos
equipamentos eram empíricas, ago-
ra não mais”, define. Para Sobral,
a empresa de locação que não im-
plantar novas tecnologias começará
a perder mercado.
A afirmação dos consultores é
comprovada no dia a dia dos negó-
cios. Fabiana, da Still, diz que em
2016 os maiores BIDs de locação –
acima de 50 máquinas – de que a
companhia participou, cerca de sete,
exigiram a presença de sistemas de
gestão de frota. Alguns solicitaram
que o valor do serviço já estivesse in-
cluso no pacote de locação e outros
que estivesse descrito à parte, a fim
de saber seu custo.
De acordo com a executiva, antes
a empresa oferecia aos clientes aná-
lises por meio de KPIs e pontuava
como estava sua performance den-
tro das operações. “Chegamos a um
ponto em que isso e as visitas que
realizávamos às plantas não eram
suficientes. A tecnologia trouxe in-
formações adicionais. O cliente quer
saber se o equipamento locado está
realmente sendo utilizado, se pode
ser otimizado entre áreas, em que
turno é mais utilizado, quer identi-
ficar a origem de falhas e o motivo
de determinada ocorrência. Estamos
caminhando para um processo que
não tem como retroagir e uma ten-
dência que irá se manter”, afirma.
A mudança profissional, na opinião
da gerente, acompanha a evolução
da tecnologia e o novo cenário, com
análises cada vez mais inteligentes
baseadas em dados. “Será preciso
Raschiatore: decisão de aplicar
uma solução pode vir tanto do
locador quanto do locatário
Divulgação
DivulgaçãoSoftrack
um profissional pre-
parado, que tenha
conhecimentos em
logística, para reali-
zar as análises e fazer
a aplicação de ações
baseadas nas informa-
ções geradas”, diz.
Hoffmann, da Di-
namik, vai além. Para
ele, a aplicação das
soluções tecnológicas
exige readequações
operacionais. “O ope-
rador que trabalha
sem monitoramento
tende a se omitir quando há alguma
ocorrência. Mas quando é obrigado a
realizar o checklist no equipamento,
e nisso está inclusa sua identificação,
ele se torna mais cuidadoso. O pro-
fissional começa a se preocupar e se
previne para não gerar informações
que denigram sua performance na
operação, pois ela é monitorada”, ex-
plica. Já os gestores, pontua o execu-
tivo, têm a possibilidade de verificar a
operação a qualquer momento e isso
exige que sejam profissionais com
dedicação à análise das informações.
“Temos aqui uma mudança compor-
tamental. Alguns gestores já reservam
um período do dia apenas para verifi-
car os dados. Em certas companhias,
há profissionais dedicados à análise
das informações geradas pela solução
de gestão de frota”, relata.
Para Rubino, da Trax Rental, as
tecnologias já mudaram o mercado,
pois os níveis de controle são muito
mais apurados do que no passado, e
as tecnologias de gestão de frota são
ferramentas poderosas na adminis-
tração dos negócios. “Antigamen-
te o gestor de frota era guiado pelo
achismo. Hoje isso já não é mais vi-
ável. Atualmente, tomamos decisões
baseados em informações”, diz. E
o diretor também destaca a neces-
sidade de uma mudança no perfil
dos profissionais. “As
pessoas precisam se
atualizar tecnologica-
mente, conhecer o que
cada solução oferece
para poder interpretá-
-la e tirar dela seu me-
lhor desempenho”, de-
fine.
Essa é a linha segui-
da por Bavaresco, da
Softrack. Para ele, ape-
sar de ser uma tecno-
logia nova no mercado
de locação, os sistemas
de gestão de frota são
ferramentas consultadas diariamente
pelo profissional moderno, utilizadas
pelo mecânico, passando pelo pesso-
al de recursos humanos, até chegar
ao diretor da empresa, que vai anali-
sar os dados para definir se loca mais
equipamentos, retira máquinas da
operação ou muda as características
dos ativos locados.
Hoffmann faz uma última aposta.
“A tendência é que as companhias
relacionem as informações obtidas
por meio dessas soluções com os
seus sistemas gerenciais (ERP) e lo-
gísticos (WMS e TMS). Além disso,
ao contrário do que acontece hoje,
com o sistema de gestão sendo ainda
um diferencial e um serviço cobra-
do à parte, em médio prazo acredito
que os locadores passarão a oferecer
seu parque de máquinas com o ser-
viço incluso e compondo o valor de
locação”, finaliza.
Fábio Penteado
Bentivegna Consultoria Empresarial:
(11) 95328-6888
Dinamik: (41) 3381-2300
Interlogis: (11) 3862-5670
Softrack: (19) 2517-0215
Still: (11) 4066-8157
Trax Rental: (11) 4468-7777
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vão perder mercado
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  • 1. 34 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017 Crise econômica, margens de lucro cada vez mais restritas, clientes que demandam maior controle na aplicação dos ativos e redução nos custos operacionais. O que poderia ser motivo de preocupação para as empresas locadoras de equipamentos de movimentação tornou-se oportunidade de negócios, com a aplicação de sistemas de gerenciamento de frota. Assim, os players do setor estruturam suas ações, geram visibilidade nas atividades e disponibilizam aos locatários serviços eficazes de gestão LOCADORES DE EQUIPAMENTOS Sob controle Shutterstock
  • 2. Janeiro/Fevereiro 2017 - Revista Tecnologística - 35 O mercado de locação de equipamentos de movi- mentação de materiais pas- sa por uma fase de reajustes. São diversos os fatores que têm levado os players do setor a realizarem uma readequação em seus mode- los de negócio e operacional. A tão falada crise econômica, que teima em afetar o desenvolvimento do país, também impactou diretamen- te o segmento. E o desempenho dessas empresas ao final do ano de 2016 ilustra muito bem esse cená- rio. Segundo um levantamento da Bentivegna Con- sultoria Empresa- rial, o mercado de locação não apre- sentou crescimen- to em relação a no- vos contratos. Além disso, os preços dos equipa- mentos ou acom- panharam a infla- ção ou, em muitos casos, tiveram ele- vação acima da inflação devido à taxa de câmbio, gerando o repas- se dos custos. Isso estabeleceu um novo patamar de preço de locação, fazendo com que, muitas vezes, o valor praticado cobrisse apenas a depreciação dos equipamentos, nos casos de equipamen- tos novos em contra- tos de 36 meses, por exemplo. Uma nova prática também foi adotada nos casos de renovação de contra- to: a estratégia dos locadores foi oferecer descontos nos valores praticados para ga- rantir a continuidade do contrato por mais um período de 12 a 24 meses. Mas o cenário adverso também gerou oportunidades, e mudanças significativas comportamentais, ge- renciais e operacionais começaram a ser observadas tanto na prestação dos serviços dos locadores quanto nas atividades diárias dos locatá- rios. E a aplicação de novas tecno- logias de gestão e controle foi uma delas. Segundo o diretor da con- sultoria, Flávio Bentivegna, as fer- ramentas tecnológicas vieram para ficar e serão cada vez mais utiliza- das para a melho- ria da performance no setor. “Elas es- tão estabelecendo um novo padrão de utilização dos e q u i p a m e n t o s , tornando-os mais econômicos e me- lhorando a utiliza- ção”, garante. Para ele, a internet das coisas será cada vez mais útil e presente na gestão de equipamentos, permitindo às empresas que possuam inteligência obter melhores resultados, diferen- temente do que acontece hoje, com a competição muitas vezes sendo definida por aquele player que loca pelo menor preço. A utilização da tec- nologia para coletar dados a respeito das mais variadas nuances de uma operação já não é mais novidade na logística há algum tempo. Beneficiar-se dessas vantagens tor- nou-se praticamente uma obrigação para qualquer transporta- dora, seja para acom- panhar a movimen- tação da carga ou até mesmo para saber detalhes a respeito dos seus veículos, permitindo programar pa- radas para a realização de trabalhos de manutenção, garantindo uma operação ininterrupta ou, ao me- nos, otimizada ao máximo. Trata-se de interpretar as informações co- letadas, trabalhando-as da melhor maneira possível em prol de uma maior produtividade. “Não basta simplesmente aplicar rastreamento Bentivegna: menos de 5% do total de máquinas disponíveis para locação conta com soluções tecnológicas Divulgação Simplesmente coletar dados não é mais suficiente. Uma gestão efetiva analisa com inteligência as informações para auxiliar nas tomadas de decisão
  • 3. LOCADORES DE EQUIPAMENTOS 36 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017 e telemetria para coletar os dados. É preciso analisar com inteligência e tomar medidas a fim de otimizar as operações”, afirma Bentivegna. Esta é, de maneira pura e simples, a definição da expressão business in- telligence (BI). Indústria na vanguarda As companhias que atuam no setor de locação de equipamentos de movimentação já identifica- ram essa demanda dos locatários, conhecem as ferramentas tecnoló- gicas disponíveis e estão cada vez mais atentas aos movimentos do mercado. A gerente de Locação da Still Brasil, Fabiana Souza Cinto, revela que a companhia sempre ob- serva as necessidades dos clientes, como a expectativa em termos de redução de custo, melhorias ope- racionais e maior controle na apli- cação dos ativos. Ela revela que a empresa sempre ofereceu esse tipo de tecnologia, uma vez que as má- quinas importadas já vêm equipadas com um sistema chama- do Fleet Manager. Fabiana reconhece, porém, que havia al- gumas barreiras, pois a solução opera sob o sistema GPRS, que no Brasil é um tipo de tecnologia difícil de ser aplicada. Para superar esse problema e tropicali- zar a solução, há dois anos teve início o de- senvolvimento de um sistema de monitoramento de máquinas das marcas Still e Linde que atendesse especificamente ao mercado bra- sileiro. Chamada de Datalogger, a solução é oferecida como um servi- ço adicional para máquinas elétri- cas e a combustão. O conteúdo do kit, que também pode ser aplicado em máquinas de outras marcas, é composto por um dispositivo de armazenamento, um de leitura de cartões magnéticos, acelerô- metro para coleta de dados de impactos, leitor de corrente de bateria, antena e chi- cotes. Como opcio- nais, sirene e estrobo. O início do proces- so consiste em, por meio de um cartão, identificar o condu- tor, tornando a ope- ração individualizada. Para armazenar as in- formações coletadas, cada equipa- mento é dotado de um chip. Já a transmissão das informações cole- tadas, destinadas ao banco de dados da Still, é realizada por bluetooth ou por meio de redes Wi-Fi. Depois de consolidados, os dados são dis- ponibilizados em um ambiente web para os clientes. Entre as vantagens da aplicação da ferramenta estão o acesso con- trolado aos equipamentos, o blo- queio remoto de acesso, a função GPS, o registro de impactos sofri- dos pela máquina e a identifica- ção do uso indevido das baterias tracionárias e do nível de utiliza- ção (ociosidade ou uso excessivo). Além disso, o sistema informa a respeito da necessidade de manu- tenções preventivas. Hoje, a Still disponibiliza 3 mil equipamentos para locação, entre máquinas elétricas e a combustão de 1,8 a 10 toneladas. De acordo com a gerente, desse total de má- quinas cerca de 15% contam com as soluções de gestão de frota, seja o Fleet Manager ou o mais recen- te Datalogger. “Estamos utilizando como um período de testes. Co- meçamos a apresentar as soluções para os clientes e a receptividade foi muito boa. Atualmente, te- Fabiana: clientes já exigem a presença dos sistemas de gestão de frota Divulgação DivulgaçãoStill
  • 4. LOCADORES DE EQUIPAMENTOS 38 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017 mos máquinas ge- renciadas em quatro grandes clientes”, destaca. Em outros dois, revela, os tes- tes foram concluí- dos. Após avaliar os resultados, as duas empresas, que locam cada uma mais de 50 equipamentos, soli- citaram a inclusão do Datalogger, que foi aplicado já no início deste ano. “As soluções irão ajudar as companhias a otimizar suas ope- rações”, garante. A Crown Equipment, que loca equipamentos elétricos e a combus- tão com capacidade de até 2.950 kg, também disponibiliza ao mercado uma solução própria. Trata-se do InfoLink, sistema wireless de gestão de frotas e operadores de empilha- deiras que fornece dados acionáveis para ajudar os gestores de armazéns a maximizar a produtividade. Além disso, a ferramenta auxilia a fabri- cante a conhecer a operação logísti- ca do locatário. Segundo gerente de Operações da Crown Brasil, Augusto Macha- do, a ferramenta, disponível por aqui desde 2013 e comercializada como um acessório, é flexível e se alinha às necessidades dos clientes, além de proporcionar diferentes ca- minhos para a otimização da frota de empilhadeiras, de acordo com planejamento financeiro e priorida- des organizacionais. Sem revelar o tamanho da frota locável, o gerente diz que 90% dela está em operação, com 70% das unidades, do total do parque, embarcadas com o sistema de gerenciamento. São duas as plataformas de ges- tão. A Standard oferece às empresas um ponto de partida com recursos básicos de gestão de frota e de operador, tais como autoriza- ção para o operador usar o equipamento, detecção de impacto e alertas, juntamente com status do equi- pamento em tempo real. Já a Advantage provê a capacidade de acompanhar a produ- tividade do operador, gerenciar a manuten- ção planejada e não planejada e otimizar os recursos energéticos, incluin- do trocas de bateria e consumo de combustível, além dos recursos bá- sicos de gestão de frota. De acordo com o executivo, o InfoLink ajuda os clientes a moni- torar e gerenciar o uso eficiente de sua frota de empilhadeiras e todas as operações ao disponibilizar da- dos acionáveis por meio de painéis interativos e interface amigável, com um conteúdo bastante rico, que permite aos gerentes de frota se concentrarem em oportunida- des reais e evitarem desperdício de tempo decifrando os dados. Além de ser compatível com uma variedade de protocolos de criptografia de segurança, o Info- Link exige nome de usuário e se- nha para acesso aos dados. O aces- so do operador de empilhadeira se dá via códigos de teclado ou car- tões de identificação, e os gerentes controlam a autorização para cada indivíduo ou grupo. Para auxiliar os clientes, a Crown conta com um departamento responsável pela instalação do sistema nos equipa- mentos e pela prestação de suporte ao usuário. Na opinião de Machado, a evo- lução da movimentação de mate- riais vai além do aprimoramento contínuo da performance dos equi- pamentos fabricados, por isso a companhia busca inovar constan- temente e colocar a tecnologia da informação a serviço da operação do cliente. “O InfoLink transfor- ma amontoados de dados – obti- dos em tempo real ou arquivados em históricos – em um conjunto de indicadores de performance or- ganizado, priorizado, confiável e totalmente acionável. A tendência da tecnologia é termos cada vez mais velocidade de informação e gestão remota com dados em tem- po real”, avalia. Machado: a tendência é termos cada vez mais dados em tempo real e gestão remota Divulgação DivulgaçãoCrown
  • 5. Diferencial competitivo Mas desenvol- ver suas próprias tecnologias não é exclusividade dos grandes fabricantes de equipamentos. Na Dinamik, por exemplo, empresa de locação que pos- sui um parque for- mado por 700 má- quinas de diversas marcas, esse trabalho também foi realizado internamente. O diretor de Logística e Comercial, Claudio Cortez, informa que há dois anos a companhia focou as atividades de seu departamento de Tecnologia da Informação no desenvolvimento de uma solução própria. O resulta- do foi o Gear, comercializado como um acessório. Trata-se de um sistema de BI composto por um tablete aplicado nas máquinas para a conferência em tempo real do checklist ele- trônico do equipamento e por um aparelho que capta todos os even- tos operacionais realizados pela máquina e os converte em dados. Esses hardwares se conectam a um software, também de desenvolvi- mento próprio, que consolida as informações e as disponibiliza aos clientes. “Cerca de 50% do nos- so parque de máquinas está dota- do com o Gear e os equipamentos gerenciados já estão operando em dois clientes”, diz. O gestor Operacional da empre- sa, Márcio Hoffmann, salienta que a Dinamik não se resume a apenas fornecer a solução. “Trabalhamos junto aos clientes e auxiliamos na gestão das informações. Nosso tra- balho consiste em marcar reuniões periódicas e ir às plantas para au- xiliar na customi- zação dos proces- sos”. Além disso, destaca, a empresa conta com um call center dedicado ao atendimento dos clientes que utilizam a solução Gear. “Não interfe- rimos na operação, esse não é nosso foco, mas moni- toramos os dados e realizamos um follow-up para informar os des- vios identificados”, afirma. Cortez ratifica, dizendo que a atenção da companhia também está voltada para a geração dos dados e a trans- missão das informações no forma- to demandado pelos gestores de lo- gística dos clientes. Os números comprovam a eficá- cia do trabalho realizado de forma integrada. De acordo com dados apu- rados pela própria Dinamik, a redu- ção no custo com manutenção, por exemplo, chegou a 60%, enquanto o índice de quebra operacional caiu cerca de 90%. Já a disponibilidade do parque, que sem a tecnologia era de 90%, com o sistema Gear ficou acima de 95%. Cortez ressalta que o foco da companhia não é oferecer a com- modity dos serviços de locação e ser apenas um rental de equipa- mentos visando o volume. “Nossa meta é agregar valor ao mercado de locação, que julgamos ser carente de sistemas de informação”, ana- lisa. Hoffmann completa dizendo que a empresa transformou suas dificuldades quanto à segurança e à gestão de frota em oportunida- des. “O mercado está aderindo às tecnologias em virtude da seguran- ça e da redução de custos. Hoje, ainda acontecem muitos acidentes A aplicação das novas tecnologias gera também mudanças comportamentais, com profissionais mais preocupados em trabalhar da melhor maneira possível
  • 6. LOCADORES DE EQUIPAMENTOS 40 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017 no mercado. As ferra- mentas tecnológicas monitoram essas ocor- rências, além de me- lhorar a performance dos equipamentos”. Fornecedores Companhias que atuam de forma mais pulverizada, com pou- cos equipamentos em diferentes operações, também começam a adotar as novas tecno- logias para gestão de frota. E quan- do investir na criação de sistemas próprios não parece ser o melhor caminho, recorrer a um fornecedor de tecnologia pode ser a solução. A Trax Rental, por exemplo, que pos- sui 320 equipamentos multimarcas para locação, entre máquinas elétri- cas e a combustão de 1,8 a 45 tone- ladas, apresenta como característica atender a diversas empresas com pe- quenas quantidades de máquinas. Seu diretor, Antônio Carlos Rubino, conta que a empresa decidiu oferecer ferra- mentas que auxiliem na gestão da frota a fim de agregar mais serviços aos clientes. “Toma- mos a decisão de olhar a gestão da frota com a utilização da tecnolo- gia, pois h o j e q u a l - q u e r empresa de locação é um prestador de servi- ço. O nível da concor- rência aumentou, os preços estão abaixo da realidade e essa inicia- tiva ajuda a fidelizar o cliente, melhora sua cesta de serviços e traz redução de custo na frota locada”, avalia. Para atingir esses objetivos, a Trax Rental estabeleceu um contrato com a Softrack, empresa que desenvolve e aplica sistemas de suporte à gestão estratégica de frotas. A solução ofe- recida consiste, essencialmente, em dois equipamentos embarcados que obtêm os dados da máquina, um res- ponsável por aspectos operacionais e o outro relacionado à telemetria. Vale lembrar que existe uma versão da solução para máquinas elétricas e outra para a com- bustão, desenvolvidas com base nas condi- ções operacionais e cli- máticas brasileiras. A ferramenta ope- racional é um dis- play de checklist, que identifica o operador e verifica, por meio de uma série de per- guntas – estabelecida de forma distinta por cada uma das empresas –, se aquele profissio- nal está autorizado a operar o equipamento. Além disso, as questões introduzidas no display averiguam se a máquina está meca- nicamente em condições de utiliza- ção. Já o equipamento de telemetria computa a cada 15 segundos os da- dos estabelecidos referentes à opera- ção, como quanto tempo a máquina ficou ligada, quanto passou efetiva- mente trabalhando, de que forma foi tracionada e de que forma foram utilizados os acessórios. Ele armaze- na os dados e os transmite via GPRS para o servidor da Softrack. Nes- se banco de dados as informações de cada máquina são processadas e analisadas de forma automática e, posteriormente, disponibilizadas em um site para que os profissionais das empresas envolvidas no processo – locadores ou locatários – as analisem e tomem as melhores decisões. Cortez: departamento de TI focado no desenvolvimento de soluções próprias Divulgação Hoffmann: além de fornecer a tecnologia, temos que auxiliar no gerenciamento das informações Divulgação DivulgaçãoDinamik
  • 7. Janeiro/Fevereiro 2017 - Revista Tecnologística - 41 Na Trax Rental, os trabalhos consis- tiram em selecionar dois clientes, um com 12 máquinas e outro com sete, e em cada um deles implantar o sistema da Softrack em um equipamento, para realizar medi- ções e depois mensu- rar e apresentar aos clientes os resulta- dos, as vantagens e os benefícios. “A ideia é que já neste início de 2017 tenhamos um banco de dados estruturado”, diz Rubino. O execu- tivo considera que os dados obti- dos serão benéficos para todos os envolvidos no processo de locação. “O locador poderá prever o custo de manutenção, observar a opera- ção e minimizar os danos por má utilização, promovendo, por exem- plo, treinamentos de reciclagem para os operadores. Já o locatário acompanhará de que forma sua fro- ta está sendo utilizada e corrigirá possíveis falhas e desvios”, afirma. A solução da Softrack está em- barcada hoje em 450 máquinas de dez empresas diferentes, sendo uma na Argentina. Desse volume gerenciado, 70% são máquinas lo- cadas. “Trabalhando sobre dados, é possível que as companhias envol- vidas nos processos identifiquem desvios, detalhem a operação e oti- mizem o uso dos recursos. A tecno- logia torna a operação transparen- te”, analisa o gerente Comercial da Softrack, Mário Bavaresco. Segun- do o executivo, o resultado quanto ao nível de segurança do operador é incomensurável e, somente par- tindo do princípio de que ninguém mais liga uma máquina sem estar habilitado, centenas de problemas já são evitados. O benefício direto em curto prazo e mais visível é a economia de combustível, gera- da por duas situações: pela eficiência no uso da máquina e pela re- dução potencial da quantidade de máqui- nas empregadas. Se fo- rem levadas em conta, além dessas, todas as outras variáveis, como manutenção e otimi- zação do quadro de funcionários, o uso da tecnologia proporciona para o loca- tário uma redução média de 20% no custo com o parque de máquinas. O payback também é um resultado de curto prazo. “Apenas o valor da lo- cação, em um contrato de 36 meses, é pago em 18 meses”, calcula Bava- resco. O valor consolidado, claro, depende do tamanho de cada operação. Na opinião do di- retor da Softrack, Ri- cardo Raschiatore, a decisão de aplicar uma solução tecnoló- gica desse tipo pode partir tanto do loca- dor quanto do loca- tário, já que a meta de quem fornece as máquinas com a tec- nologia é oferecer qualidade nos servi- ços, e a do locatário é avaliar se os ativos contratados es- tão operando da forma estabelecida no contrato. Potencial O consultor Bentivegna afirma que o setor de tecnologias volta- das para o mercado de equipamen- tos de movimentação apresenta um potencial muito elevado. Ele estima que no Brasil o número de máquinas disponíveis para locação seja de 150 mil unidades. Desse to- tal, uma parcela de menos de 5% conta com algum tipo de solução aplicada, desde os equipamentos mais básicos de telemetria. Para Fernando Sobral, diretor da Interlogis, consultoria especializa- da em logística, a taxa de utilização é baixa porque tudo ainda é muito recente. “Temos contato com loca- dores de empilhadeiras, principal- mente empresas médias e pequenas, que nunca ouviram falar dessas tec- nologias. E muitos dos que já ouvi- ram pensam que as ferramentas irão contribuir apenas para a reposição e a troca de peças do parque de má- quinas locado”, relata. Esse conceito não está de todo errado, se levados em conta os pro- cessos de manutenção, principal- mente para pequenos locadores. Em grandes locações existem me- cânicos na planta do cliente, mas em pe- quenas não, e muitas vezes o deslocamento realizado pelo mecâ- nico do locador até o site mostra-se inviá- vel. Com a aplicação de tecnologias que proporcionam mais visibilidade e inteli- gência à operação, o envio de reparadores até o cliente pode ser realizado ape- nas quando realmente necessário, o que diminui os custos. Além disso, as tecnologias tam- bém ajudam – e por isso ainda so- frem certa resistência – a identificar outro comportamento muito co- mum no mercado e que vem se mos- trando cada vez mais equivocado: a locação de um grande volume de Rubino: oferecer soluções agregadas ajuda a fidelizar o cliente Divulgação Bavaresco: tecnologias aplicadas tornam a operação mais transparente Divulgação
  • 8. LOCADORES DE EQUIPAMENTOS 42 - Revista Tecnologística - Janeiro/Fevereiro 2017 máquinas antigas, geralmente rea- lizada a um custo inicial bem mais atrativo quando comparada ao alu- guel de equipamentos novos. A aplicação de inteligência de dados escancara o quanto a prática pode, na ver- dade, prejudicar os negócios do locatá- rio, já que muitas ve- zes mostra que com um número menor de máquinas novas há mais produtividade. Esse é um dos pontos cruciais, na opinião de Bentiveg- na, a ser observado. “O locador acredita que aplicando a tecnologia ele irá canibalizar seu negócio, já que em certas operações haverá uma redução na quantidade de equipamentos fornecidos”, diz. Mas as barreiras também existem no outro elo da cadeia, pois ainda há no locatário a cultura de locar, pen- sando na disponibilidade imediata dos ativos diante de manutenções operacionais, um número superior de máquinas àquele realmente apli- cado nas operações. Para Raschiatore, ambos os com- portamentos são deri- vados do desconheci- mento das vantagens da aplicação de ferra- mentas tecnológicas. “O mercado ainda não entende completamen- te as possibilidades que isso traz para a gestão da frota. Falta baliza- mento do que pode ser feito e obtido”, resume. O executivo salienta, contudo, que para obter dados confiáveis com a implementação de no- vas tecnologias é preciso um período de quatro a seis meses. “É um proces- so gradativo de obtenção de variáveis que devem ser ajustadas”. Mudança de cultura Sejam desenvolvidos pela indús- tria, pelo departamento de Tecnolo- gia da Informação dos locadores ou adquiridos no mercado, os sistemas de gestão de frota se tornam a cada dia mais presentes no cotidiano do setor. E essa é uma realidade sem volta por diversos motivos. Segun- do Bentivegna, muitos locatários já estão exigindo em seus processos de concorrência que os equipamentos sejam dotados de telemetria e solu- ções de gerenciamento. “Até então as avaliações de desempenho dos equipamentos eram empíricas, ago- ra não mais”, define. Para Sobral, a empresa de locação que não im- plantar novas tecnologias começará a perder mercado. A afirmação dos consultores é comprovada no dia a dia dos negó- cios. Fabiana, da Still, diz que em 2016 os maiores BIDs de locação – acima de 50 máquinas – de que a companhia participou, cerca de sete, exigiram a presença de sistemas de gestão de frota. Alguns solicitaram que o valor do serviço já estivesse in- cluso no pacote de locação e outros que estivesse descrito à parte, a fim de saber seu custo. De acordo com a executiva, antes a empresa oferecia aos clientes aná- lises por meio de KPIs e pontuava como estava sua performance den- tro das operações. “Chegamos a um ponto em que isso e as visitas que realizávamos às plantas não eram suficientes. A tecnologia trouxe in- formações adicionais. O cliente quer saber se o equipamento locado está realmente sendo utilizado, se pode ser otimizado entre áreas, em que turno é mais utilizado, quer identi- ficar a origem de falhas e o motivo de determinada ocorrência. Estamos caminhando para um processo que não tem como retroagir e uma ten- dência que irá se manter”, afirma. A mudança profissional, na opinião da gerente, acompanha a evolução da tecnologia e o novo cenário, com análises cada vez mais inteligentes baseadas em dados. “Será preciso Raschiatore: decisão de aplicar uma solução pode vir tanto do locador quanto do locatário Divulgação DivulgaçãoSoftrack
  • 9. um profissional pre- parado, que tenha conhecimentos em logística, para reali- zar as análises e fazer a aplicação de ações baseadas nas informa- ções geradas”, diz. Hoffmann, da Di- namik, vai além. Para ele, a aplicação das soluções tecnológicas exige readequações operacionais. “O ope- rador que trabalha sem monitoramento tende a se omitir quando há alguma ocorrência. Mas quando é obrigado a realizar o checklist no equipamento, e nisso está inclusa sua identificação, ele se torna mais cuidadoso. O pro- fissional começa a se preocupar e se previne para não gerar informações que denigram sua performance na operação, pois ela é monitorada”, ex- plica. Já os gestores, pontua o execu- tivo, têm a possibilidade de verificar a operação a qualquer momento e isso exige que sejam profissionais com dedicação à análise das informações. “Temos aqui uma mudança compor- tamental. Alguns gestores já reservam um período do dia apenas para verifi- car os dados. Em certas companhias, há profissionais dedicados à análise das informações geradas pela solução de gestão de frota”, relata. Para Rubino, da Trax Rental, as tecnologias já mudaram o mercado, pois os níveis de controle são muito mais apurados do que no passado, e as tecnologias de gestão de frota são ferramentas poderosas na adminis- tração dos negócios. “Antigamen- te o gestor de frota era guiado pelo achismo. Hoje isso já não é mais vi- ável. Atualmente, tomamos decisões baseados em informações”, diz. E o diretor também destaca a neces- sidade de uma mudança no perfil dos profissionais. “As pessoas precisam se atualizar tecnologica- mente, conhecer o que cada solução oferece para poder interpretá- -la e tirar dela seu me- lhor desempenho”, de- fine. Essa é a linha segui- da por Bavaresco, da Softrack. Para ele, ape- sar de ser uma tecno- logia nova no mercado de locação, os sistemas de gestão de frota são ferramentas consultadas diariamente pelo profissional moderno, utilizadas pelo mecânico, passando pelo pesso- al de recursos humanos, até chegar ao diretor da empresa, que vai anali- sar os dados para definir se loca mais equipamentos, retira máquinas da operação ou muda as características dos ativos locados. Hoffmann faz uma última aposta. “A tendência é que as companhias relacionem as informações obtidas por meio dessas soluções com os seus sistemas gerenciais (ERP) e lo- gísticos (WMS e TMS). Além disso, ao contrário do que acontece hoje, com o sistema de gestão sendo ainda um diferencial e um serviço cobra- do à parte, em médio prazo acredito que os locadores passarão a oferecer seu parque de máquinas com o ser- viço incluso e compondo o valor de locação”, finaliza. Fábio Penteado Bentivegna Consultoria Empresarial: (11) 95328-6888 Dinamik: (41) 3381-2300 Interlogis: (11) 3862-5670 Softrack: (19) 2517-0215 Still: (11) 4066-8157 Trax Rental: (11) 4468-7777 Sobral: empresas que não adotarem as novas tecnologias vão perder mercado Divulgação