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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento 
DERAL - Departamento de Economia Rural 
Mandiocultura - Análise da Conjuntura Agropecuária 
Novembro de 2013 
A população mundial já ultrapassou sete bilhões de pessoas e o seu 
crescimento é desproporcional à produção de alimentos. Neste contexto estão os 
produtos da cesta básica e a mandioca se insere, como uma das importantes fontes 
alimentares, em especial nos países africanos, suprindo as necessidades da 
população mais carente. Por este motivo, a cultura da mandioca apresenta maior 
crescimento no Continente Africano que lidera o ranking mundial de produção. 
Com base nos dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e 
Alimentação – FAO- a produção mundial de mandioca continua em ritmo de 
crescimento contínuo, passando de 99,1 milhões de toneladas em 1970 para 254 
milhões de toneladas em 2012. Um dos motivos deste expressivo crescimento é a 
facilidade de adaptação às mais diversas condições edafoclimáticas de vários 
países, especialmente na África e na Ásia. 
A maior contribuição do crescimento da produção mundial vem do Continente 
Africano que passou de 40% da produção em 1970 para 57% em 2012. Dentre os 
países africanos, destaca-se a Nigéria, consagrada líder absoluta na produção 
mundial de mandioca em raiz. No ano de 2012, a produção na Nigéria foi de 54 
milhões de toneladas de raiz, o que corresponde a 37% daquele continente e a 21% 
dos 254 milhões produzidos no mundo. 
Na África, segundo a FAO, a mandioca representa o alimento de segurança 
nacional e se constitui na principal fonte alimentícia para cerca de 60% da 
população. Naqueles países, a mandioca é consumida principalmente sob a forma 
“in natura”, geralmente cozida, dada a precariedade de industrialização para 
produção de outros produtos. 
Responsável: Economista Methodio Groxko 
Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 1
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Em função da necessidade de combate à fome, a Nigéria vem atendendo ao 
desafio de produzir alimentos para suprir as necessidades das pessoas mais 
carentes. Dentro desta premissa aquele país conquistou em um curto espaço de 
tempo a liderança mundial na produção de mandioca. Seu crescimento foi notório, 
uma vez que passou de dez milhões de toneladas em 1970 para cinqüenta e quatro 
milhões de toneladas em 2012, o que corresponde a 440% de aumento. 
Mesmo com esse expressivo crescimento, na Nigéria e nos demais países 
africanos que cultivam a mandioca, a cadeia produtiva carece de muito investimento, 
na pesquisa agrícola com vistas ao aumento da produtividade e no setor industrial 
para a produção de produtos modificados e com maior valor agregado. Atualmente, 
a pesquisa enfrenta um forte desafio naqueles países, uma vez que a cultura da 
mandioca já atravessa sérios problemas relacionados às pragas e doenças. 
Ao contrário da África, a cultura da mandioca na Ásia tem forte estímulo dos 
governos: Federal, estadual e de alguns municípios. A pesquisa está bastante 
avançada e conta além do apoio dos órgãos oficiais a cooperação de produtores que 
se cotisam no sentido de contribuir na execução dos projetos. Com esta valorização 
da atividade, a mandioca na Ásia já conquistou um elevado grau de industrialização, 
destinando a maior parte de sua produção ao fabrica de fécula e de “pellets”. 
Dois países continuam se destacando como maiores produtores de mandioca, 
a Tailândia e a Indonésia, que representam 60% da produção asiática. A Tailândia 
consagrou-se no maior produtor de fécula e de “pellets” do mundo e também o maior 
exportador mundial desses produtos. Atualmente, as exportações tailandesas se 
destinam em sua grande maioria aos países da União Européia e nos últimos cinco 
anos também para China. 
Na América Latina houve um retrocesso nos volumes de produção de 
mandioca, principalmente após a década de 1970, quando a participação passou de 
30% para apenas 15% sobre o total mundial. Sem dúvida, o principal responsável 
Responsável: Economista Methodio Groxko 
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pela redução da América é o Brasil que após produzir 30 milhões de toneladas, 
contabiliza apenas 25 milhões durante as últimas safras. Apesar de produzir menos, 
o Brasil avançou consideravelmente nas pesquisas tanto agrícola como industrial. 
Porém, alguns pontos de estrangulamento ainda precisam ser resolvidos, um deles 
é a falta de mão de obra que dificulta algumas etapas, principalmente na colheita. 
Portanto, é necessário aprimorar a mecanização, com avanços nas máquinas para o 
plantio das manivas, mais principalmente no desenvolvimento de máquinas que 
possam substituir a mão de obra na colheita. 
TABELA 01 – MANDIOCA RAIZ – PRODUÇÃO MUNDIAL; PAÍSES SELECIONADOS (EM 
MILHÕES DE TONELADAS) 
PAÍSES 1970 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Part. % 
2012 
▲ 2012 (%) 
África 40,5 114,0 118,0 120,0 121,4 145,0 146,0 57,5 260 
Nigéria 10,2 35,4 44,6 36,8 37,5 52,4 54,0 21,3 529 
Rep. Fed do Con-go 
10,3 35,4 44,6 15,0 15,0 15,6 16,0 6,3 55 
Gana 1,5 9,6 9,7 12,2 13,5 14,2 14,5 5,7 867 
Outros 18,5 54,0 48,7 56,0 55,4 62,8 61,5 24,2 232 
Ásia 23,1 73,0 78,8 81,6 74,8 76,8 77,6 30,5 236 
Tailândia 3,2 22,6 27,6 30,1 22,0 21,9 22,5 8,9 603 
Indonésia 10,7 20,0 21,6 22,0 23,9 24,0 23,9 9,4 123 
Outros 9,2 30,4 29,6 29,5 28,9 30,9 31,2 12,2 239 
América do Sul 34,5 35,4 35,5 33,0 33,3 32,1 30,4 12,0 (12) 
Brasil 30,0 26,6 26,7 24,4 24,5 25,4 21,2 8,4 (29) 
Outros 5,5 10,5 10,3 8,6 8,8 6,7 9,2 3,6 67 
Total Mundial 99,1 224,1 233,8 234,6 229,5 253,9 254,0 100,0 156 
Fonte: FAO, SEAB/DERAL. 
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PANORAMA NACIONAL 
O Brasil já foi o maior produtor de mandioca, perdeu a hegemonia para a 
Nigéria e na sequência cedeu o 2º lugar para a Indonésia. A produção brasileira de 
mandioca havia se estabilizado na faixa dos 25 milhões de toneladas, porém na 
safra de 2012/13 a redução foi mais acentuada por conta da forte seca no Nordeste. 
Como os estados nordestinos sofreram acentuadas quebras na atual safra, a 
previsão de colheita é de apenas 21,2 milhões de toneladas, o que representa a 
menor produção dos últimos 10 anos. 
Com a menor oferta de mandioca, as indústrias de fécula e de farinha 
encontraram dificuldade para se abastecerem. Este comportamento já acontece 
durante as últimas quatro safras e o resultado imediato foi o aquecimento dos preços 
em todos os segmentos da comercialização. 
Algumas variáveis como a substituição de mandioca pelas rações 
balanceadas na suinocultura, os hábitos alimentares com preferência aos produtos 
do trigo, a competição de culturas mais rentáveis ou de menor ciclo e a crescente 
falta de mão de obra no campo, certamente estão impactando para a estagnação ou 
redução em alguns estados. Soma-se também a dificuldade na contratação do 
trabalhador rural em função das exigências legais, o que contribui ainda mais para 
que em propriedades pequenas as pessoas optem por culturas mecanizadas. 
Diante desta realidade e dada a necessidade de aumentar a oferta de 
produtos da cesta básica, o conjunto de órgãos ligados à pesquisa têm desafio de 
encontrar soluções rápidas, em especial no tocante a colheita e o plantio da 
mandioca. Paralelamente à pesquisa agrícola e industrial, é preciso também dotar 
de infra estrutura o meio rural para que o êxodo, principalmente, dos jovens se 
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reduza e as famílias possam dar continuidade à vida no campo. 
TABELA 02 – MANDIOCA – BRASIL E PARANÁ – ÁREA E PRODUÇÃO -2005 A 2013 
Brasil Paraná Produção Colocação 
Anos Área 
(1.000 
ha) 
Produção 
(1.000 t) 
Área 
(1.000 
ha) 
Produção 
(1.000 t) 
PR/BR (%) PR/BR 
2005 1.902 25.872 167 3.347 12,9 3º 
2006 1.897 26.639 170 3.800 14,3 3º 
2007 1.894 26.541 150 3.400 12,8 3º 
2008 1.889 26.703 179 3.900 14,6 3º 
2009 1.761 24.404 153 3.660 15,0 3º 
2010 1.790 24.967 172 4.013 16,4 2º 
2011 1.734 25.349 184 4.174 16,0 2º 
2012 1.820 23.414 178 4.087 15,7 2º 
2013 1.518 21.200 163 3.618 17,8 2 
Fonte: IBGE, SEAB/DERAL. 
PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS 
O cultivo da mandioca está presente em todos os estados do Brasil. É uma 
cultura de fácil adaptação, porém segundo a pesquisa a mandioca produz melhor 
em região de clima mais quente. A maior concentração ocorre nos estados do 
nordeste, cuja Região representa aproximadamente 25% da produção Nacional. 
Assim como nos países africanos, no Nordeste e no Norte do Brasil a mandioca 
também representa o principal produto da cesta básica para um enorme contingente 
populacional. 
No nordeste as secas aparecem com bastante frequência e o cultivo da 
mandioca, comparativamente aos demais produtos, apresentou maior resistência e 
mesmo em épocas mais críticas, ainda é possível salvar alguma parcela das 
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lavouras. Outra particularidade da mandioca é o seu ciclo longo, o que leva 
vantagem sobre o feijão ou milho por serem mais sensíveis à falta de água e pelo 
fato de completarem o ciclo em apenas quatro meses. 
Ambas as regiões do Norte e Nordeste guardam uma forte semelhança 
quanto ao uso da mandioca, que é destinada basicamente ao consumo humano, 
através de vários produtos como: farinha, biju, polvilho doce e muitos outros pratos 
típicos extraídos da principal matéria prima que é a raiz ou as folhas usadas nas 
mais diversas culinárias. 
Tanto no Norte como no Nordeste existem algumas centenas de casas de 
farinha, atafonas ou pequenas farinheiras como são localmente conhecidas. Além de 
produzirem a maior quantidade de farinha do País, estas regiões também são 
responsáveis pelo maior consumo percapita da farinha. Este fato pode ser 
constatado na capital Belém, onde são comercializados grandes volumes de farinha 
nas principais feiras livres, quitandas e nos supermercados. 
Com apenas 10% de representatividade na produção de raiz, a Região 
Sudeste se destaca com o estado de São Paulo, que tem um excelente potencial 
agrícola, possui grandes e modernas indústrias de fécula, mas também se destaca 
como produtor de farinha. A cidade de São Paulo é conhecida como o principal pólo 
de comercialização de farinha do país. Além de grande consumidor, é também 
importante fornecedor de farinha para o Norte e Nordeste. Destaca-se também o 
Estado de Minas Gerais com suas fabricas de polvilho azedo, na Região do triângulo 
Mineiro, cujo produto se destina ao fabrico de pão de queijo ou bolachas. 
A Região Sul ocupa o 3º lugar no Ranking nacional de produção de mandioca, 
é o principal pólo industrial e contabiliza o maior número de fecularias de médio e 
grande porte. O estado do Paraná é o principal produtor, corresponde em média de 
67% da produção agrícola na Região Sul e contribui com 70% da fécula brasileira. 
Santa Catarina foi o estado precursor na produção de fécula, mas atualmente 
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reduziu consideravelmente a sua participação. 
É importante lembrar que a industrialização de fécula no Paraná se expandiu 
mais precisamente na década de 80 e inicio de 90. Neste período muitos 
empresários de Santa Catarina aproveitando algumas vantagens transferiram suas 
plantas para nosso estado. A maior produtividade agrícola, o desejo dos produtores 
plantarem a mandioca em pequenas propriedades, antes ocupadas com o café que 
foi dizimado com as geadas de 1975 e as vantagens oferecidas em alguns 
municípios, atraiu os empresários catarinenses. Já no caso do Rio Grande do Sul, 
apesar de expressiva, produção de raiz, não possui indústrias e toda a sua produção 
é destinada ao consumo humano e animal. 
TABELA 03 – MANDIOCA – PRINCIPAIS PRODUTORES – ÁREA, PRODUÇÃO E 
PRODUTIVIDADE 2012/2013 
REGIÕES/ESTADOS ÁREA 
(1000ha) 
PRODUÇÃO 
(1000 t) 
PRODUTIVIDADE 
(kg / ha) 
PARTICIPAÇÃO 
(%) 
NORDESTE 556 4.850 8.984 23,0 
Bahia 123 1.328 10.228 6,3 
Maranhão 190 1.330 7.763 6,3 
Ceará 80 626 7.988 3,0 
Outros 163 1.566 9.957 7,4 
NORTE 485 7.437 15.334 35,2 
Pará 299 4.681 15.656 22,2 
Amazonas 81 852 10.519 4,0 
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Outros 105 1.904 18.133 9,0 
SUDESTE 146 2.274 15.575 10,8 
São Paulo 58 1.054 18.172 5,0 
Minas Gerais 59 824 13.966 3,9 
Outros 29 396 13.655 1,9 
CENTRO-OESTE 69 1.258 18.231 6,0 
Mato Grosso do Sul 31 692 22.323 3,3 
Mato Grosso 24 347 14.458 1,7 
Outros 14 219 15.643 1,0 
SUL 262 5.293 20.202 25,0 
Paraná 163 3.618 22.196 17,1 
Rio Grande do Sul 72 1.168 16.222 5,5 
Santa Catarina 27 507 18.778 2,4 
BRASIL 1.518 21.100 13.900 100,0 
Fonte: IBGE, SEAB/DERAL. 
PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA 
A industrialização brasileira de mandioca objetivando a produção de fécula foi 
impulsionada a partir dos anos 1990. A partir deste período, houve uma forte 
aceleração do parque industrial tanto na ampliação das plantas já existentes como 
nas implantações de novas unidades. Este crescimento ocorreu principalmente nos 
estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, já no caso de Santa Catarina houve uma 
desaceleração, pois muitas indústrias foram transferidas para o Paraná. 
Responsável: Economista Methodio Groxko 
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Segundo a pesquisa realizada em 2011 pelo Centro de Estudos Avançados 
em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ, o parque industrial feculeiro teve um 
aumento de 31,3% entre os anos de 2004 e 2011, passando de 14.063 para 18.467 
toneladas/dia de mandioca em raiz. Esta pesquisa contabilizou 67 indústrias das 
quais 40 estão localizadas no Estado do Paraná, representando aproximadamente 
60% das fecularias brasileiras. 
Paralelamente ao aumento da capacidade instalada no país, a produção de 
fécula apresentou um notável crescimento, principalmente a partir do ano 2000. Na 
sequência dos últimos oito anos o volume produzido se estabilizou na média de 557 
mil toneladas de fécula. Evidentemente existe um alto grau de ociosidade, pois a 
produção de matéria prima está enfrentando alguns desafios, entre eles a falta de 
mão de obra no campo. Ressalta-se ainda a grande concorrência em 2012 e 2013 
entre as fecularias e as farinheiras, pois houve a necessidade de produzir mais 
farinha para atende os mercados do Nordeste. 
Dos quatro principais estados produtores de fécula, destaca-se o Paraná que 
mantém a liderança e representa cerca de 70% da produção brasileira. No Paraná, 
os Núcleos Regionais de Paranavaí, Umuarama, Toledo e Campo Mourão detêm a 
maior parte das fecularias e também de farinheiras e polvilheiras. 
FIGURA 01 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA (1.000 T) 
1990 
1995 
2000 
2005 
2006 
2007 
2008 
2009 
2010 
2011 
2012 
700 
600 
500 
400 
300 
200 
100 
0 
Fonte: ABAM, SEAB/DERAL 
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DERAL - Departamento de Economia Rural 
FIGURA 02 – PRODUÇÃO DE FÉCULA - MAIORES PRODUTORES em 2012 
PR 
MS 
SP 
SC 
PA 
BA 
Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL 
72% 
17% 
9% 
0% 1% 1% 
A produção brasileira de fécula no ano de 2012 registrou um aumento de 
apenas 0,2% comparativamente a 2011. Um dos motivos desta estagnação foi a 
disputa pela matéria-prima entre as fecularias e as farinheiras que se iniciou já em 
meados do segundo semestre de 2012. Esta acirrada concorrência entre as 
indústrias se estendeu até meados do mês de agosto de 2013, período em que as 
farinheiras ampliaram seus turnos de trabalho para poderem atender a demanda do 
mercado nordestino, que sofreu com a falta do produto devido à prolongada seca. 
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TABELA 04 – FÉCULA DE MANDIOCA – PRODUÇÃO EM ESTADOS SELECIONADOS - 
2012 
ESTADOS 2009 2010 2011 2012 ) 
Mil t % Mil t % Mil t % Mil t % 
PARANÁ 413 71 404 75 366 71 374 72 
MATO GROSSO 
DO SUL 
81 14 81 15 89 17 88 17 
SÃO PAULO 76 13 51 9 55 11 48 9 
SANTA 
7 1 6 1 5 1 5 1 
CATARINA 
OUTROS 5 1 0 0 0 0 5 1 
BRASIL 582 100 542 100 519 100 520 100 
Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL 
DEMANDA BRASILEIRA DE FÉCULA 
Praticamente toda a produção brasileira de fécula se destina ao mercado 
interno e apenas cerca de 2% é exportada para outros países. Até 2012 a economia 
estava com o crescimento mais acelerado e a demanda por fécula também 
apresentava aumentos contínuos. Já em 2013 houve uma desaceleração e vários 
setores diminuíram o uso deste produto, outros ainda substituíram em parte pelo 
amido de milho, pois este apresentava vantagem competitiva em relação à fécula. 
Evidentemente que a demanda brasileira se completa também com as 
importações de fécula, em especial nos períodos de seca no Nordeste quando se 
produz mais farinha em detrimento da fécula. Do volume total de fécula produzida 
em nosso país, cerca de 30% é modificada através de química fina em produtos de 
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maior valor agregado. Os modificados também são consumidos em grande maioria 
no mercado interno. 
Dentre os maiores consumidores de fécula destacam-se os frigoríficos, a 
indústria de papel e papelão e as massas alimentícias como bolachas, biscoitos, 
panificação e pão-de-queijo. Também vale ressaltar que os mercados das grandes 
capitais, com destaque para São Paulo, são os maiores consumidores deste 
produto. 
TABELA 05 – FÉCULA DE MANDIOCA– PRINCIPAIS COMPRADORES (2006-2012) 
CONSUMO (%) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 
Frigoríficos 19,5 23,7 13,5 16,3 17,3 13,1 13,2 
Papel/Papelão 26,3 19,7 23,5 23,8 20,0 18,2 15,8 
Atacadistas 16,8 16,6 21,8 19,8 29,4 27,7 25,0 
Massas/Biscoitos/Panificação 14,5 14,1 22,5 18,7 14,4 11,8 18,6 
Têxtil 4,9 4,9 3,8 2,2 2,3 1,1 3,7 
Indústria Química 6,6 3,4 3,8 2,6 2,9 2,3 4,7 
Varejistas 4,8 3,2 3,1 2,7 3,8 11,2 7,6 
Outras Fecularias 3,1 2,9 2,9 5,1 6,4 5,1 5,2 
Outros 3,5 11,5 5,1 8,8 3,5 9,5 6,2 
Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL 
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MERCADO INTERNACIONAL DE FÉCULA 
As transações internacionais de fécula de mandioca continuaram sendo 
abastecidas com o produto da Tailândia. Do volume total transacionado, cerca de 
85%de fécula tem como origem a Tailândia e o destino principal é a União Européia. 
Segundo a Thai Tapioca Starch Association os melhores preços na Tailândia foram 
registrados durante o ano de 2010, tendo alcançado o valor Recorde de US$ 598/t, 
durante o mês de Julho- Fob Bangkok. Este preço significou um aumento de 109,6% 
referente ao mesmo período de 2009. 
Durante os anos seguintes 2011, 2012 e até o mês de Abril de 2013 esses 
preços foram reduzidos e se estabilizaram na faixa dos US$ 400 a US$ 500/t de 
fécula. Durante o ano de 2013 houve recuo na demanda chinesa, visto que outros 
países asiáticos como o Vietnã e a Indonésia também passaram a ofertar, o que 
contribuiu para que os preços se mantivessem estáveis em patamares mais baixos. 
FIGURA 03 – VALOR DAS EXPORTAÇÕES TAILANDESAS DE FÉCULA (US$ / t) 
07/12 
08/12 
09/12 
10/12 
11/12 
12/12 
01/13 
02/13 
03/13 
04/13 
05/13 
06/13 
07/13 
540 
520 
500 
480 
460 
440 
420 
400 
Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL 
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O Brasil praticamente não exporta e a sua participação no mercado 
internacional atinge menos de 2% do total produzido que foi de 520.000 toneladas 
de fécula em 2012. As maiores dificuldades em aumentar as exportações brasileiras 
residem em duas variáveis: altos custos de produção se comparados aos da 
Tailândia e a oferta brasileira está praticamente ajustada à demanda do país. 
Portanto, é preciso investir mais em pesquisas para baixar custos e produzir maiores 
volumes para gerar excedentes e conquistar parte do mercado, que atualmente é 
suprido basicamente com o produto dos países asiáticos. 
TABELA 06 – FÉCULA – PRINCIPAIS ESTADOS EXPORTADORES – 2010/2013 
ESTADOS 2010 2011 2012 2013 
t US$ t US$ t US$ t US$ 
PARANÁ 2.201 2.273 2.501 2.192 3.596 3.335 2.642 2.591 
SÃO PAULO 1.528 1.034 1.100 691 409 547 147 230 
MATO GROSSO 
DO SUL 
1.323 1.164 1.455 1.334 1.431 909 1.301 892 
SANTA CATARINA 741 689 463 600 1.712 1.392 667 682 
OUTROS 191 242 1.243 754 115 166 40 58 
BRASIL 5.984 5.402 6.762 5.571 7.262 6.309 4.797 4.453 
Fonte: MDIC/SECEX/ALIC E WEB ELABORAÇÃO: SEAB/DERAL. 
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DERAL - Departamento de Economia Rural 
PANORAMA ESTADUAL 
Após vários anos em que a maior demanda de mandioca em raiz se 
destinava basicamente às indústrias de fécula, a partir do segundo semestre de 
2012, boa parcela passou para as fábricas de farinha. Nos últimos anos, as 
farinheiras estavam trabalhando com alta ociosidade, ou seja, funcionavam apenas 
para atender a demanda tradicional dos estados do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. 
No entanto, este quadro sofreu profunda modificação a partir do segundo semestre 
de 2012 quando os estados nordestinos começaram o seu abastecimento de farinha 
produzida no Paraná. 
A produção de mandioca em nosso Estado se concentra basicamente nas 
Regiões Norte, Oeste e Nordeste e cerca de 70% se destina ao consumo industrial. 
Pela ordem a maior concentração está nos Núcleos Regionais de Paranavaí, 
Umuarama, Toledo e Campo Mourão. Nestas regiões as áreas são maiores que no 
restante do Estado, geralmente com maior grau tecnológico, como seleção de 
manivas, adubação adequada e muitos produtores recebem assistência técnica 
privada ou oficial. 
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TABELA 07 – MANDIOCA – ÁREA E PRODUÇÃO NOS PRINCIPAIS NÚCLEOS REGIONAIS 
NÚCLEOS REGIONAIS SAFRA 2012/2013 SAFRA 2013/2014 PART. 
ÁREA (1.000 
ha) 
PRODUÇÃO 
(1.000 t) 
ÁREA 
(1.000 ha) 
PRODUÇÃO 
(1.000 t) % 
UMUARAMA 45 1.073 51 1.257 30 
PARANAVAÍ 45 1.062 47 1.010 24 
TOLEDO 18 600 20 566 13 
CAMPO MOURÃO 13 238 14 259 6 
CASCAVEL 7 210 9 249 6 
MARINGÁ 7 154 12 252 6 
OUTROS 28 548 27 607 15 
TOTAL PARANÁ 163 3.885 180 4.200 100 
Fonte: SEAB/DERAL 
MÃO DE OBRA 
O grande desafio da pesquisa em mandioca é a mecanização, apesar do 
avanço nos últimos anos, algumas etapas da cadeia produtiva ainda continuam 
dependendo do uso de mão de obra. A maior dificuldade ainda está na colheita, uma 
vez que as máquinas existentes ainda continuam com dificuldades para que a força 
manual possa ser substituída. Em segundo lugar está a fase do plantio, cuja prática 
ainda continua em muitas regiões sendo executada manualmente. 
Com a erradicação do café causada pelas geadas em 1975, a migração da 
cultura do algodão para o Brasil Central e a expansão das culturas mecanizadas, 
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como a soja e o milho, forçaram os trabalhadores a migrarem para as grandes 
cidades ou outras regiões em busca de alternativas. Com a oferta de mão de obra 
no campo escassa, e as leis trabalhistas vigentes, a contratação desses 
trabalhadores fica limitada e já dificulta o plantio em alguns municípios. 
Além da escassez de trabalhadores no meio rural, é também necessário frisar 
que a mão de obra é o componente do custo de produção de mandioca com maior 
valor, variando entre 50 e 60%. Como a cultura da mandioca utiliza o coeficiente de 
0,2 homens por hectare ano, estima-se que na safra de 2012/2013, a cultura 
empregou cerca de 32.600 trabalhadores na área de 163.000 ha plantados. 
RENTABILIDADE ECONÔMICA 
A cadeia produtiva da mandioca vem atravessando um período bastante satisfatório 
durante os últimos quatro anos. O comportamento dos preços, durante este período 
tem permitido uma rentabilidade econômica acima dos custos de produção. 
A estabilidade nos preços da mandioca em raiz se iniciou em 2007, mas a 
melhor performance foi atingida a partir de 2010 e se mantém até a presente safra. 
Alguns analistas atribuíram esse comportamento à estabilidade na área de plantio, o 
que permite um ajuste de oferta e demanda, o aumento do número de fecularias e a 
disputa pelas terras para a soja e a cana-de-açúcar. 
Durante o ano de 2013 os preços recebidos pelos produtores se mantiveram 
em patamares elevados, registrando-se valores acima de R$ 350, 00/t de raiz postos 
na indústria. Esses preços cobriam os custos totais de produção ao longo dos 
meses, o que efetivamente passou a diferenciar o resultado econômico dos demais 
produtos cultivados em nosso Estado. 
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Para a mandioca de dois ciclos, com uma produtividade de 33.000 kg/ha, a 
rentabilidade econômica no mês de agosto de 2013 foi de 118% sobre o custo 
variável e de 75% sobre o custo total de produção. Normalmente, durante o segundo 
semestre a oferta de raiz diminuiu, o que deverá provocar mais altas nos preços e 
resultar em rentabilidade mais expressiva aos produtores. 
PREÇOS 
A estabilidade de plantio de mandioca em nosso Estado, nos últimos 4 ou 5 
anos, vem contribuindo de forma decisiva também no comportamento dos preços. 
Efetivamente, a oferta de mandioca às indústrias, neste período de tempo, está 
relativamente ajustada à demanda, o que permite produzir fécula e farinha sem 
grandes excedentes e aos preços remuneradores. 
Os bons resultados na comercialização também se devem ao milho, que após 
a expressiva participação nas exportações internacionais e a reação positiva no 
mercado interno, tem influenciado o aquecimento dos produtos da mandioca. Outro 
fator positivo para o aquecimento dos preços é a ausência dos estoques do Governo 
Federal há mais de três anos. Muito embora este instrumento de política agrícola 
seja de fundamental importância em momentos de excesso de produção para 
enxugar o mercado e permitir a acomodação dos preços. 
No mês de setembro, os produtores receberam, em média, de R$ 404,00/t de 
mandioca posta na indústria, o que significa um aumento de 52% se comparado ao 
mesmo período do ano passado. A farinha crua passou de R$61,00/SC de 50kg para 
R$92,00/SC de 50kg, ou seja, 51% de aumento. A fécula foi comercializada em 
média de R$52,00/SC de 25kg e representou um acréscimo neste ano em torno de 
41%. 
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Considerando-se ainda a seca que assolou os estados nordestinos e a 
necessidade de abastecimento com a farinha paranaense, é muito provável que 
durante os últimos meses de 2013 esses preços se mantenham em alta em todos os 
segmentos da comercialização. 
FIGURA 04 – EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA MANDIOCA EM RAIZ (R$ / t) 
2008 
2009 
2010 
2011 
2012 
2013 
400 
350 
300 
250 
200 
150 
100 
50 
0 
Fonte: SEAB/DERAL 
PROGNÓSTICO 
Normalmente, a variável preço da safra passada definia o sucesso do 
aumento ou a redução da área a ser plantada para o ano seguinte. Entretanto, dado 
o avanço tecnológico no campo, seja na implantação de novas culturas e também no 
processo de intensificação na mecanização, provocaram o surgimento de dois novos 
fatos; a disputa de terra para outras culturas e a falta de mão-de-obra. Atualmente, a 
mandioca sofre concorrência com a cana-de-açúcar e principalmente com a soja que 
além de excelentes preços recebidos pelos produtores, é a cultura de retorno rápido 
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e a sua exploração é toda mecanizável. 
No Paraná, o plantio de mandioca já atinge um elevado grau de mecanização, 
porém a principal fase da cultura que é a colheita, ainda se processa basicamente 
com a utilização de mão de obra. Algumas máquinas já foram testadas, mas o que 
se observa apenas o uso de um afofador, mas a complementação do processo de 
colheita ainda é manual. Outro complicador é a centralização do trabalhador rural 
que está cada dia mais difícil devido às exigências trabalhistas e, diante desta 
situação, os trabalhadores continuam migrando para as grandes cidades em busca 
de emprego. 
O levantamento de campo realizado pelos técnicos do Departamento de 
Economia Rural – DERAL indica um aumento de 10,4% na área de mandioca a ser 
plantada na safra de 2013/14. É um aumento significativo se analisado sob o ponto 
de vista da falta de terra e de escassez de mão-de-obra, porém razoável pelo 
resultado econômico que a cultura proporcionou aos agricultores no ano de 2013. 
A estimativa de plantio para a nova safra de 2013/14 deverá ser de 180.000 
hectares com uma produção de 4,2 milhões de toneladas de mandioca em raiz. 
Mesmo com a estimativa de aumento para a próxima safra, acredita-se que 
os preços aquecidos possam se manter pelo menos durante o primeiro semestre de 
2014. Apesar da volta das chuvas no nordeste, o mercado daqueles estados deverá 
se abastecer com a farinha paranaense, até a recuperação da produção local. 
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Produção mundial de mandioca cresce 157% entre 1970-2012; África lidera

  • 1. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Mandiocultura - Análise da Conjuntura Agropecuária Novembro de 2013 A população mundial já ultrapassou sete bilhões de pessoas e o seu crescimento é desproporcional à produção de alimentos. Neste contexto estão os produtos da cesta básica e a mandioca se insere, como uma das importantes fontes alimentares, em especial nos países africanos, suprindo as necessidades da população mais carente. Por este motivo, a cultura da mandioca apresenta maior crescimento no Continente Africano que lidera o ranking mundial de produção. Com base nos dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO- a produção mundial de mandioca continua em ritmo de crescimento contínuo, passando de 99,1 milhões de toneladas em 1970 para 254 milhões de toneladas em 2012. Um dos motivos deste expressivo crescimento é a facilidade de adaptação às mais diversas condições edafoclimáticas de vários países, especialmente na África e na Ásia. A maior contribuição do crescimento da produção mundial vem do Continente Africano que passou de 40% da produção em 1970 para 57% em 2012. Dentre os países africanos, destaca-se a Nigéria, consagrada líder absoluta na produção mundial de mandioca em raiz. No ano de 2012, a produção na Nigéria foi de 54 milhões de toneladas de raiz, o que corresponde a 37% daquele continente e a 21% dos 254 milhões produzidos no mundo. Na África, segundo a FAO, a mandioca representa o alimento de segurança nacional e se constitui na principal fonte alimentícia para cerca de 60% da população. Naqueles países, a mandioca é consumida principalmente sob a forma “in natura”, geralmente cozida, dada a precariedade de industrialização para produção de outros produtos. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 1
  • 2. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Em função da necessidade de combate à fome, a Nigéria vem atendendo ao desafio de produzir alimentos para suprir as necessidades das pessoas mais carentes. Dentro desta premissa aquele país conquistou em um curto espaço de tempo a liderança mundial na produção de mandioca. Seu crescimento foi notório, uma vez que passou de dez milhões de toneladas em 1970 para cinqüenta e quatro milhões de toneladas em 2012, o que corresponde a 440% de aumento. Mesmo com esse expressivo crescimento, na Nigéria e nos demais países africanos que cultivam a mandioca, a cadeia produtiva carece de muito investimento, na pesquisa agrícola com vistas ao aumento da produtividade e no setor industrial para a produção de produtos modificados e com maior valor agregado. Atualmente, a pesquisa enfrenta um forte desafio naqueles países, uma vez que a cultura da mandioca já atravessa sérios problemas relacionados às pragas e doenças. Ao contrário da África, a cultura da mandioca na Ásia tem forte estímulo dos governos: Federal, estadual e de alguns municípios. A pesquisa está bastante avançada e conta além do apoio dos órgãos oficiais a cooperação de produtores que se cotisam no sentido de contribuir na execução dos projetos. Com esta valorização da atividade, a mandioca na Ásia já conquistou um elevado grau de industrialização, destinando a maior parte de sua produção ao fabrica de fécula e de “pellets”. Dois países continuam se destacando como maiores produtores de mandioca, a Tailândia e a Indonésia, que representam 60% da produção asiática. A Tailândia consagrou-se no maior produtor de fécula e de “pellets” do mundo e também o maior exportador mundial desses produtos. Atualmente, as exportações tailandesas se destinam em sua grande maioria aos países da União Européia e nos últimos cinco anos também para China. Na América Latina houve um retrocesso nos volumes de produção de mandioca, principalmente após a década de 1970, quando a participação passou de 30% para apenas 15% sobre o total mundial. Sem dúvida, o principal responsável Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 2
  • 3. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural pela redução da América é o Brasil que após produzir 30 milhões de toneladas, contabiliza apenas 25 milhões durante as últimas safras. Apesar de produzir menos, o Brasil avançou consideravelmente nas pesquisas tanto agrícola como industrial. Porém, alguns pontos de estrangulamento ainda precisam ser resolvidos, um deles é a falta de mão de obra que dificulta algumas etapas, principalmente na colheita. Portanto, é necessário aprimorar a mecanização, com avanços nas máquinas para o plantio das manivas, mais principalmente no desenvolvimento de máquinas que possam substituir a mão de obra na colheita. TABELA 01 – MANDIOCA RAIZ – PRODUÇÃO MUNDIAL; PAÍSES SELECIONADOS (EM MILHÕES DE TONELADAS) PAÍSES 1970 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Part. % 2012 ▲ 2012 (%) África 40,5 114,0 118,0 120,0 121,4 145,0 146,0 57,5 260 Nigéria 10,2 35,4 44,6 36,8 37,5 52,4 54,0 21,3 529 Rep. Fed do Con-go 10,3 35,4 44,6 15,0 15,0 15,6 16,0 6,3 55 Gana 1,5 9,6 9,7 12,2 13,5 14,2 14,5 5,7 867 Outros 18,5 54,0 48,7 56,0 55,4 62,8 61,5 24,2 232 Ásia 23,1 73,0 78,8 81,6 74,8 76,8 77,6 30,5 236 Tailândia 3,2 22,6 27,6 30,1 22,0 21,9 22,5 8,9 603 Indonésia 10,7 20,0 21,6 22,0 23,9 24,0 23,9 9,4 123 Outros 9,2 30,4 29,6 29,5 28,9 30,9 31,2 12,2 239 América do Sul 34,5 35,4 35,5 33,0 33,3 32,1 30,4 12,0 (12) Brasil 30,0 26,6 26,7 24,4 24,5 25,4 21,2 8,4 (29) Outros 5,5 10,5 10,3 8,6 8,8 6,7 9,2 3,6 67 Total Mundial 99,1 224,1 233,8 234,6 229,5 253,9 254,0 100,0 156 Fonte: FAO, SEAB/DERAL. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 3
  • 4. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural PANORAMA NACIONAL O Brasil já foi o maior produtor de mandioca, perdeu a hegemonia para a Nigéria e na sequência cedeu o 2º lugar para a Indonésia. A produção brasileira de mandioca havia se estabilizado na faixa dos 25 milhões de toneladas, porém na safra de 2012/13 a redução foi mais acentuada por conta da forte seca no Nordeste. Como os estados nordestinos sofreram acentuadas quebras na atual safra, a previsão de colheita é de apenas 21,2 milhões de toneladas, o que representa a menor produção dos últimos 10 anos. Com a menor oferta de mandioca, as indústrias de fécula e de farinha encontraram dificuldade para se abastecerem. Este comportamento já acontece durante as últimas quatro safras e o resultado imediato foi o aquecimento dos preços em todos os segmentos da comercialização. Algumas variáveis como a substituição de mandioca pelas rações balanceadas na suinocultura, os hábitos alimentares com preferência aos produtos do trigo, a competição de culturas mais rentáveis ou de menor ciclo e a crescente falta de mão de obra no campo, certamente estão impactando para a estagnação ou redução em alguns estados. Soma-se também a dificuldade na contratação do trabalhador rural em função das exigências legais, o que contribui ainda mais para que em propriedades pequenas as pessoas optem por culturas mecanizadas. Diante desta realidade e dada a necessidade de aumentar a oferta de produtos da cesta básica, o conjunto de órgãos ligados à pesquisa têm desafio de encontrar soluções rápidas, em especial no tocante a colheita e o plantio da mandioca. Paralelamente à pesquisa agrícola e industrial, é preciso também dotar de infra estrutura o meio rural para que o êxodo, principalmente, dos jovens se Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 4
  • 5. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural reduza e as famílias possam dar continuidade à vida no campo. TABELA 02 – MANDIOCA – BRASIL E PARANÁ – ÁREA E PRODUÇÃO -2005 A 2013 Brasil Paraná Produção Colocação Anos Área (1.000 ha) Produção (1.000 t) Área (1.000 ha) Produção (1.000 t) PR/BR (%) PR/BR 2005 1.902 25.872 167 3.347 12,9 3º 2006 1.897 26.639 170 3.800 14,3 3º 2007 1.894 26.541 150 3.400 12,8 3º 2008 1.889 26.703 179 3.900 14,6 3º 2009 1.761 24.404 153 3.660 15,0 3º 2010 1.790 24.967 172 4.013 16,4 2º 2011 1.734 25.349 184 4.174 16,0 2º 2012 1.820 23.414 178 4.087 15,7 2º 2013 1.518 21.200 163 3.618 17,8 2 Fonte: IBGE, SEAB/DERAL. PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS O cultivo da mandioca está presente em todos os estados do Brasil. É uma cultura de fácil adaptação, porém segundo a pesquisa a mandioca produz melhor em região de clima mais quente. A maior concentração ocorre nos estados do nordeste, cuja Região representa aproximadamente 25% da produção Nacional. Assim como nos países africanos, no Nordeste e no Norte do Brasil a mandioca também representa o principal produto da cesta básica para um enorme contingente populacional. No nordeste as secas aparecem com bastante frequência e o cultivo da mandioca, comparativamente aos demais produtos, apresentou maior resistência e mesmo em épocas mais críticas, ainda é possível salvar alguma parcela das Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 5
  • 6. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural lavouras. Outra particularidade da mandioca é o seu ciclo longo, o que leva vantagem sobre o feijão ou milho por serem mais sensíveis à falta de água e pelo fato de completarem o ciclo em apenas quatro meses. Ambas as regiões do Norte e Nordeste guardam uma forte semelhança quanto ao uso da mandioca, que é destinada basicamente ao consumo humano, através de vários produtos como: farinha, biju, polvilho doce e muitos outros pratos típicos extraídos da principal matéria prima que é a raiz ou as folhas usadas nas mais diversas culinárias. Tanto no Norte como no Nordeste existem algumas centenas de casas de farinha, atafonas ou pequenas farinheiras como são localmente conhecidas. Além de produzirem a maior quantidade de farinha do País, estas regiões também são responsáveis pelo maior consumo percapita da farinha. Este fato pode ser constatado na capital Belém, onde são comercializados grandes volumes de farinha nas principais feiras livres, quitandas e nos supermercados. Com apenas 10% de representatividade na produção de raiz, a Região Sudeste se destaca com o estado de São Paulo, que tem um excelente potencial agrícola, possui grandes e modernas indústrias de fécula, mas também se destaca como produtor de farinha. A cidade de São Paulo é conhecida como o principal pólo de comercialização de farinha do país. Além de grande consumidor, é também importante fornecedor de farinha para o Norte e Nordeste. Destaca-se também o Estado de Minas Gerais com suas fabricas de polvilho azedo, na Região do triângulo Mineiro, cujo produto se destina ao fabrico de pão de queijo ou bolachas. A Região Sul ocupa o 3º lugar no Ranking nacional de produção de mandioca, é o principal pólo industrial e contabiliza o maior número de fecularias de médio e grande porte. O estado do Paraná é o principal produtor, corresponde em média de 67% da produção agrícola na Região Sul e contribui com 70% da fécula brasileira. Santa Catarina foi o estado precursor na produção de fécula, mas atualmente Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 6
  • 7. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural reduziu consideravelmente a sua participação. É importante lembrar que a industrialização de fécula no Paraná se expandiu mais precisamente na década de 80 e inicio de 90. Neste período muitos empresários de Santa Catarina aproveitando algumas vantagens transferiram suas plantas para nosso estado. A maior produtividade agrícola, o desejo dos produtores plantarem a mandioca em pequenas propriedades, antes ocupadas com o café que foi dizimado com as geadas de 1975 e as vantagens oferecidas em alguns municípios, atraiu os empresários catarinenses. Já no caso do Rio Grande do Sul, apesar de expressiva, produção de raiz, não possui indústrias e toda a sua produção é destinada ao consumo humano e animal. TABELA 03 – MANDIOCA – PRINCIPAIS PRODUTORES – ÁREA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE 2012/2013 REGIÕES/ESTADOS ÁREA (1000ha) PRODUÇÃO (1000 t) PRODUTIVIDADE (kg / ha) PARTICIPAÇÃO (%) NORDESTE 556 4.850 8.984 23,0 Bahia 123 1.328 10.228 6,3 Maranhão 190 1.330 7.763 6,3 Ceará 80 626 7.988 3,0 Outros 163 1.566 9.957 7,4 NORTE 485 7.437 15.334 35,2 Pará 299 4.681 15.656 22,2 Amazonas 81 852 10.519 4,0 Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 7
  • 8. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Outros 105 1.904 18.133 9,0 SUDESTE 146 2.274 15.575 10,8 São Paulo 58 1.054 18.172 5,0 Minas Gerais 59 824 13.966 3,9 Outros 29 396 13.655 1,9 CENTRO-OESTE 69 1.258 18.231 6,0 Mato Grosso do Sul 31 692 22.323 3,3 Mato Grosso 24 347 14.458 1,7 Outros 14 219 15.643 1,0 SUL 262 5.293 20.202 25,0 Paraná 163 3.618 22.196 17,1 Rio Grande do Sul 72 1.168 16.222 5,5 Santa Catarina 27 507 18.778 2,4 BRASIL 1.518 21.100 13.900 100,0 Fonte: IBGE, SEAB/DERAL. PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA A industrialização brasileira de mandioca objetivando a produção de fécula foi impulsionada a partir dos anos 1990. A partir deste período, houve uma forte aceleração do parque industrial tanto na ampliação das plantas já existentes como nas implantações de novas unidades. Este crescimento ocorreu principalmente nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, já no caso de Santa Catarina houve uma desaceleração, pois muitas indústrias foram transferidas para o Paraná. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 8
  • 9. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Segundo a pesquisa realizada em 2011 pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ, o parque industrial feculeiro teve um aumento de 31,3% entre os anos de 2004 e 2011, passando de 14.063 para 18.467 toneladas/dia de mandioca em raiz. Esta pesquisa contabilizou 67 indústrias das quais 40 estão localizadas no Estado do Paraná, representando aproximadamente 60% das fecularias brasileiras. Paralelamente ao aumento da capacidade instalada no país, a produção de fécula apresentou um notável crescimento, principalmente a partir do ano 2000. Na sequência dos últimos oito anos o volume produzido se estabilizou na média de 557 mil toneladas de fécula. Evidentemente existe um alto grau de ociosidade, pois a produção de matéria prima está enfrentando alguns desafios, entre eles a falta de mão de obra no campo. Ressalta-se ainda a grande concorrência em 2012 e 2013 entre as fecularias e as farinheiras, pois houve a necessidade de produzir mais farinha para atende os mercados do Nordeste. Dos quatro principais estados produtores de fécula, destaca-se o Paraná que mantém a liderança e representa cerca de 70% da produção brasileira. No Paraná, os Núcleos Regionais de Paranavaí, Umuarama, Toledo e Campo Mourão detêm a maior parte das fecularias e também de farinheiras e polvilheiras. FIGURA 01 – PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FÉCULA (1.000 T) 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 700 600 500 400 300 200 100 0 Fonte: ABAM, SEAB/DERAL Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 9
  • 10. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural FIGURA 02 – PRODUÇÃO DE FÉCULA - MAIORES PRODUTORES em 2012 PR MS SP SC PA BA Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL 72% 17% 9% 0% 1% 1% A produção brasileira de fécula no ano de 2012 registrou um aumento de apenas 0,2% comparativamente a 2011. Um dos motivos desta estagnação foi a disputa pela matéria-prima entre as fecularias e as farinheiras que se iniciou já em meados do segundo semestre de 2012. Esta acirrada concorrência entre as indústrias se estendeu até meados do mês de agosto de 2013, período em que as farinheiras ampliaram seus turnos de trabalho para poderem atender a demanda do mercado nordestino, que sofreu com a falta do produto devido à prolongada seca. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 10
  • 11. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural TABELA 04 – FÉCULA DE MANDIOCA – PRODUÇÃO EM ESTADOS SELECIONADOS - 2012 ESTADOS 2009 2010 2011 2012 ) Mil t % Mil t % Mil t % Mil t % PARANÁ 413 71 404 75 366 71 374 72 MATO GROSSO DO SUL 81 14 81 15 89 17 88 17 SÃO PAULO 76 13 51 9 55 11 48 9 SANTA 7 1 6 1 5 1 5 1 CATARINA OUTROS 5 1 0 0 0 0 5 1 BRASIL 582 100 542 100 519 100 520 100 Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL DEMANDA BRASILEIRA DE FÉCULA Praticamente toda a produção brasileira de fécula se destina ao mercado interno e apenas cerca de 2% é exportada para outros países. Até 2012 a economia estava com o crescimento mais acelerado e a demanda por fécula também apresentava aumentos contínuos. Já em 2013 houve uma desaceleração e vários setores diminuíram o uso deste produto, outros ainda substituíram em parte pelo amido de milho, pois este apresentava vantagem competitiva em relação à fécula. Evidentemente que a demanda brasileira se completa também com as importações de fécula, em especial nos períodos de seca no Nordeste quando se produz mais farinha em detrimento da fécula. Do volume total de fécula produzida em nosso país, cerca de 30% é modificada através de química fina em produtos de Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 11
  • 12. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural maior valor agregado. Os modificados também são consumidos em grande maioria no mercado interno. Dentre os maiores consumidores de fécula destacam-se os frigoríficos, a indústria de papel e papelão e as massas alimentícias como bolachas, biscoitos, panificação e pão-de-queijo. Também vale ressaltar que os mercados das grandes capitais, com destaque para São Paulo, são os maiores consumidores deste produto. TABELA 05 – FÉCULA DE MANDIOCA– PRINCIPAIS COMPRADORES (2006-2012) CONSUMO (%) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Frigoríficos 19,5 23,7 13,5 16,3 17,3 13,1 13,2 Papel/Papelão 26,3 19,7 23,5 23,8 20,0 18,2 15,8 Atacadistas 16,8 16,6 21,8 19,8 29,4 27,7 25,0 Massas/Biscoitos/Panificação 14,5 14,1 22,5 18,7 14,4 11,8 18,6 Têxtil 4,9 4,9 3,8 2,2 2,3 1,1 3,7 Indústria Química 6,6 3,4 3,8 2,6 2,9 2,3 4,7 Varejistas 4,8 3,2 3,1 2,7 3,8 11,2 7,6 Outras Fecularias 3,1 2,9 2,9 5,1 6,4 5,1 5,2 Outros 3,5 11,5 5,1 8,8 3,5 9,5 6,2 Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 12
  • 13. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural MERCADO INTERNACIONAL DE FÉCULA As transações internacionais de fécula de mandioca continuaram sendo abastecidas com o produto da Tailândia. Do volume total transacionado, cerca de 85%de fécula tem como origem a Tailândia e o destino principal é a União Européia. Segundo a Thai Tapioca Starch Association os melhores preços na Tailândia foram registrados durante o ano de 2010, tendo alcançado o valor Recorde de US$ 598/t, durante o mês de Julho- Fob Bangkok. Este preço significou um aumento de 109,6% referente ao mesmo período de 2009. Durante os anos seguintes 2011, 2012 e até o mês de Abril de 2013 esses preços foram reduzidos e se estabilizaram na faixa dos US$ 400 a US$ 500/t de fécula. Durante o ano de 2013 houve recuo na demanda chinesa, visto que outros países asiáticos como o Vietnã e a Indonésia também passaram a ofertar, o que contribuiu para que os preços se mantivessem estáveis em patamares mais baixos. FIGURA 03 – VALOR DAS EXPORTAÇÕES TAILANDESAS DE FÉCULA (US$ / t) 07/12 08/12 09/12 10/12 11/12 12/12 01/13 02/13 03/13 04/13 05/13 06/13 07/13 540 520 500 480 460 440 420 400 Fonte: CEPEA, SEAB/DERAL Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 13
  • 14. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural O Brasil praticamente não exporta e a sua participação no mercado internacional atinge menos de 2% do total produzido que foi de 520.000 toneladas de fécula em 2012. As maiores dificuldades em aumentar as exportações brasileiras residem em duas variáveis: altos custos de produção se comparados aos da Tailândia e a oferta brasileira está praticamente ajustada à demanda do país. Portanto, é preciso investir mais em pesquisas para baixar custos e produzir maiores volumes para gerar excedentes e conquistar parte do mercado, que atualmente é suprido basicamente com o produto dos países asiáticos. TABELA 06 – FÉCULA – PRINCIPAIS ESTADOS EXPORTADORES – 2010/2013 ESTADOS 2010 2011 2012 2013 t US$ t US$ t US$ t US$ PARANÁ 2.201 2.273 2.501 2.192 3.596 3.335 2.642 2.591 SÃO PAULO 1.528 1.034 1.100 691 409 547 147 230 MATO GROSSO DO SUL 1.323 1.164 1.455 1.334 1.431 909 1.301 892 SANTA CATARINA 741 689 463 600 1.712 1.392 667 682 OUTROS 191 242 1.243 754 115 166 40 58 BRASIL 5.984 5.402 6.762 5.571 7.262 6.309 4.797 4.453 Fonte: MDIC/SECEX/ALIC E WEB ELABORAÇÃO: SEAB/DERAL. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 14
  • 15. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural PANORAMA ESTADUAL Após vários anos em que a maior demanda de mandioca em raiz se destinava basicamente às indústrias de fécula, a partir do segundo semestre de 2012, boa parcela passou para as fábricas de farinha. Nos últimos anos, as farinheiras estavam trabalhando com alta ociosidade, ou seja, funcionavam apenas para atender a demanda tradicional dos estados do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, este quadro sofreu profunda modificação a partir do segundo semestre de 2012 quando os estados nordestinos começaram o seu abastecimento de farinha produzida no Paraná. A produção de mandioca em nosso Estado se concentra basicamente nas Regiões Norte, Oeste e Nordeste e cerca de 70% se destina ao consumo industrial. Pela ordem a maior concentração está nos Núcleos Regionais de Paranavaí, Umuarama, Toledo e Campo Mourão. Nestas regiões as áreas são maiores que no restante do Estado, geralmente com maior grau tecnológico, como seleção de manivas, adubação adequada e muitos produtores recebem assistência técnica privada ou oficial. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 15
  • 16. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural TABELA 07 – MANDIOCA – ÁREA E PRODUÇÃO NOS PRINCIPAIS NÚCLEOS REGIONAIS NÚCLEOS REGIONAIS SAFRA 2012/2013 SAFRA 2013/2014 PART. ÁREA (1.000 ha) PRODUÇÃO (1.000 t) ÁREA (1.000 ha) PRODUÇÃO (1.000 t) % UMUARAMA 45 1.073 51 1.257 30 PARANAVAÍ 45 1.062 47 1.010 24 TOLEDO 18 600 20 566 13 CAMPO MOURÃO 13 238 14 259 6 CASCAVEL 7 210 9 249 6 MARINGÁ 7 154 12 252 6 OUTROS 28 548 27 607 15 TOTAL PARANÁ 163 3.885 180 4.200 100 Fonte: SEAB/DERAL MÃO DE OBRA O grande desafio da pesquisa em mandioca é a mecanização, apesar do avanço nos últimos anos, algumas etapas da cadeia produtiva ainda continuam dependendo do uso de mão de obra. A maior dificuldade ainda está na colheita, uma vez que as máquinas existentes ainda continuam com dificuldades para que a força manual possa ser substituída. Em segundo lugar está a fase do plantio, cuja prática ainda continua em muitas regiões sendo executada manualmente. Com a erradicação do café causada pelas geadas em 1975, a migração da cultura do algodão para o Brasil Central e a expansão das culturas mecanizadas, Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 16
  • 17. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural como a soja e o milho, forçaram os trabalhadores a migrarem para as grandes cidades ou outras regiões em busca de alternativas. Com a oferta de mão de obra no campo escassa, e as leis trabalhistas vigentes, a contratação desses trabalhadores fica limitada e já dificulta o plantio em alguns municípios. Além da escassez de trabalhadores no meio rural, é também necessário frisar que a mão de obra é o componente do custo de produção de mandioca com maior valor, variando entre 50 e 60%. Como a cultura da mandioca utiliza o coeficiente de 0,2 homens por hectare ano, estima-se que na safra de 2012/2013, a cultura empregou cerca de 32.600 trabalhadores na área de 163.000 ha plantados. RENTABILIDADE ECONÔMICA A cadeia produtiva da mandioca vem atravessando um período bastante satisfatório durante os últimos quatro anos. O comportamento dos preços, durante este período tem permitido uma rentabilidade econômica acima dos custos de produção. A estabilidade nos preços da mandioca em raiz se iniciou em 2007, mas a melhor performance foi atingida a partir de 2010 e se mantém até a presente safra. Alguns analistas atribuíram esse comportamento à estabilidade na área de plantio, o que permite um ajuste de oferta e demanda, o aumento do número de fecularias e a disputa pelas terras para a soja e a cana-de-açúcar. Durante o ano de 2013 os preços recebidos pelos produtores se mantiveram em patamares elevados, registrando-se valores acima de R$ 350, 00/t de raiz postos na indústria. Esses preços cobriam os custos totais de produção ao longo dos meses, o que efetivamente passou a diferenciar o resultado econômico dos demais produtos cultivados em nosso Estado. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 17
  • 18. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Para a mandioca de dois ciclos, com uma produtividade de 33.000 kg/ha, a rentabilidade econômica no mês de agosto de 2013 foi de 118% sobre o custo variável e de 75% sobre o custo total de produção. Normalmente, durante o segundo semestre a oferta de raiz diminuiu, o que deverá provocar mais altas nos preços e resultar em rentabilidade mais expressiva aos produtores. PREÇOS A estabilidade de plantio de mandioca em nosso Estado, nos últimos 4 ou 5 anos, vem contribuindo de forma decisiva também no comportamento dos preços. Efetivamente, a oferta de mandioca às indústrias, neste período de tempo, está relativamente ajustada à demanda, o que permite produzir fécula e farinha sem grandes excedentes e aos preços remuneradores. Os bons resultados na comercialização também se devem ao milho, que após a expressiva participação nas exportações internacionais e a reação positiva no mercado interno, tem influenciado o aquecimento dos produtos da mandioca. Outro fator positivo para o aquecimento dos preços é a ausência dos estoques do Governo Federal há mais de três anos. Muito embora este instrumento de política agrícola seja de fundamental importância em momentos de excesso de produção para enxugar o mercado e permitir a acomodação dos preços. No mês de setembro, os produtores receberam, em média, de R$ 404,00/t de mandioca posta na indústria, o que significa um aumento de 52% se comparado ao mesmo período do ano passado. A farinha crua passou de R$61,00/SC de 50kg para R$92,00/SC de 50kg, ou seja, 51% de aumento. A fécula foi comercializada em média de R$52,00/SC de 25kg e representou um acréscimo neste ano em torno de 41%. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 18
  • 19. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Considerando-se ainda a seca que assolou os estados nordestinos e a necessidade de abastecimento com a farinha paranaense, é muito provável que durante os últimos meses de 2013 esses preços se mantenham em alta em todos os segmentos da comercialização. FIGURA 04 – EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA MANDIOCA EM RAIZ (R$ / t) 2008 2009 2010 2011 2012 2013 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Fonte: SEAB/DERAL PROGNÓSTICO Normalmente, a variável preço da safra passada definia o sucesso do aumento ou a redução da área a ser plantada para o ano seguinte. Entretanto, dado o avanço tecnológico no campo, seja na implantação de novas culturas e também no processo de intensificação na mecanização, provocaram o surgimento de dois novos fatos; a disputa de terra para outras culturas e a falta de mão-de-obra. Atualmente, a mandioca sofre concorrência com a cana-de-açúcar e principalmente com a soja que além de excelentes preços recebidos pelos produtores, é a cultura de retorno rápido Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 19
  • 20. SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural e a sua exploração é toda mecanizável. No Paraná, o plantio de mandioca já atinge um elevado grau de mecanização, porém a principal fase da cultura que é a colheita, ainda se processa basicamente com a utilização de mão de obra. Algumas máquinas já foram testadas, mas o que se observa apenas o uso de um afofador, mas a complementação do processo de colheita ainda é manual. Outro complicador é a centralização do trabalhador rural que está cada dia mais difícil devido às exigências trabalhistas e, diante desta situação, os trabalhadores continuam migrando para as grandes cidades em busca de emprego. O levantamento de campo realizado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural – DERAL indica um aumento de 10,4% na área de mandioca a ser plantada na safra de 2013/14. É um aumento significativo se analisado sob o ponto de vista da falta de terra e de escassez de mão-de-obra, porém razoável pelo resultado econômico que a cultura proporcionou aos agricultores no ano de 2013. A estimativa de plantio para a nova safra de 2013/14 deverá ser de 180.000 hectares com uma produção de 4,2 milhões de toneladas de mandioca em raiz. Mesmo com a estimativa de aumento para a próxima safra, acredita-se que os preços aquecidos possam se manter pelo menos durante o primeiro semestre de 2014. Apesar da volta das chuvas no nordeste, o mercado daqueles estados deverá se abastecer com a farinha paranaense, até a recuperação da produção local. Responsável: Economista Methodio Groxko Contato: methodio@seab.pr.gov.br ; (41) 3313-4036 20