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Lançai as Redes
Boletim Bimensal

Editorial
Cuidar das vocações
Para que Cristo se forme em nós é o tema
da semana dos seminários, de 10 a 17 de novembro. É uma semana que nos lembra o
mandamento de Jesus: «A messe é grande,
mas os operários são poucos. Pedi ao Senhor
da messe que mande operários para a sua
messe» (Mt 9, 37-38). Estas são as primeiras
atitudes que devemos ter esta semana: rezar
pelos nossos seminários e rezar pelos nossos
seminaristas. Este ano a nossa diocese tem
cinco seminaristas. Mais adiante “eles falam
connosco”. Por isso, nesta semana é importante que nos lembremos deles nas nossas
orações, que peçamos ao Espírito Santo que
os ilumine, e que eles sejam capazes de discernir a vocação a que Deus os chama. Esta
semana é um tempo propício para nos juntarmos, 2 ou 3 pelo menos, por esta intenção.
Juntarmo-nos à volta do Senhor no Santíssimo Sacramento, ou juntarmo-nos à volta de
Nossa Senhora, ou de outra forma. Muitas
comunidades, muitos grupos, já o fazem. Mas
podemos ser mais. Pôr a nossa voz a implorar
ao Pai pelos futuros obreiros da sua messe.
Esta semana é também tempo para ajudarmos os mais novos a descobrirem que também eles são chamados pelo Senhor de uma
forma concreta, e que alguns deles podem ser
chamados a ser sacerdotes, a oferecerem pelos irmãos o sacrifício eucarístico e levarem
a boa nova de Jesus.
O “Lançai as Redes” pretende ser uma ajuda no seio da Igreja diocesana a isto mesmo.
Nesta edição “deixámos que os seminaristas
da nossa diocese nos falem”, nos interpelem
com o seu seguimento de Jesus, conhecemos
o testemunho vocacional da Irmã Sandra e
damos o conhecer as datas da atividades da
pastoral vocacional diocesana para este ano.
Chamamos a atenção para as atividades vocacionais que iremos realizar até ao Natal e,
sobretudo, lançamos o repto a que nos procurem, a que juntos cuidemos das vocações na
nossa diocese.
Pe. Miguel Ângelo

Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações
Ano V, nº 18	

Novembro 2013

Da mensagem do Presidente
da Comissão Episcopal
das Vocações e Ministérios
A Semana dos Seminários constitui uma grande oportunidade para que todas as comunidades
cristãs reavivem a consciência de que hão de estar sempre abertas a acolher Cristo e a permitir
que Ele se forme nelas.
O caminho da descoberta da vocação sacerdotal passa sempre pela comunidade cristã que
possibilita às crianças e aos jovens esse encontro marcante com Cristo, que chama, transforma e envia.
D. Virgílio do Nascimento Antunes

O material da Semana dos Seminários está
facultado no site da Pastoral Vocacional

sdpvsantarem.blogspot.pt
Falam os nossos
Lançai as Redes

Quem é para ti Jesus Cristo?

Novembro

2

Podia começar a responder a esta questão com grandes teorias filosóficas,
teológicas ou com base histórica, mas penso que esta resposta apenas e só pode
surgir tendo como base a relação que vou tendo com o Senhor Jesus.
Desde pequeno que para mim a figura de Jesus sempre me trouxe muitas
questões. Quem é este homem afinal? Que papel tem Ele na minha vida? Que
trouxe Ele ao mundo? Jesus é para mim, o amigo, o irmão que está sempre ao
meu lado, incondicionalmente, sempre disponível para me escutar e para me
ajudar nesta peregrinação que é a vida. A Sua mensagem de amor, de esperança, de caridade para com os irmãos faz cada vez mais sentido no mundo
em que vivemos e concretamente no caminho de discernimento, que faço no
Seminário, e de encontro diário com o Senhor ressuscitado. Em Jesus coloco a
minha confiança para que em todo o tempo e lugar possa ser sempre Ele a Luz
que guia os meus passos, para que eu veja!
João Moita

João Moita
19 Anos
Paróquia de
Torres Novas
Seminário de Caparide
1º Ano de Teologia

O que é para ti o Seminário?
O Seminário é o lugar de encontro com o Senhor e connosco próprios onde
fazemos aquela pergunta que Saulo de Tarso fez: Quem és Tu, Senhor? O que
queres de mim? É aqui que somos convidados a irmos, com o Senhor, “contra
a corrente”. De não renunciarmos a este dom de Deus e de pertencermos à
única família dos seus filhos. É o lugar do encontro e de acolhimento de todos,
da solidariedade e a da fraternidade que são os elementos que tornam a nossa
civilização verdadeiramente humana. É o tempo de formação, amadurecimento e de crescimento humano, espiritual, intelectual, cultural e comunitário fazendo um caminho de busca e, sobretudo, de descoberta de Cristo.
Alexsander Baccarini

Alexsander Baccarini
19 Anos
Paróquia de
Divino Salvador - Sé
Seminário de Caparide
1º Ano de Teologia

Como é que ouviste o chamamento de Deus
que te trouxe ao Seminário?
Ao longo de toda a minha vida a minha família criou-me oportunidades de
encontro com o Senhor e, assim, fui cultivando, desde pequeno, uma vida de
oração na qual sempre pedia ajuda a Deus. Ao passar tempo sozinho ia-me
pondo perto d’Ele, falando e desabafando a minha vida ao mesmo tempo que
Lhe pedia somente para casar cedo com a mulher da minha vida. De algum
modo esse era o “acordo”. Ao chegar à Universidade tive uma fase de grande
afastamento, tentei deixar de rezar e de acreditar, não via razões palpáveis
para o fazer, mas continuei a ir com a minha família à missa em Santarém porque não fazia sentido negar isso aos meus pais. Nesse afastamento, ao passar
uma fase de grande sofrimento (por outras razões) tive de tomar uma posição
coerente questionando o que acreditava e a vida que levava: se era para acreditar tinha de ser a sério; se era para não acreditar tinha de ser a sério. Não
sei se, motivado por exemplos de amigos que viviam uma vida em que o ser
cristão lhes era intrínseco, se por me terem chamado para fazer missões, se
por não conseguir negar o meu amigo mais fiel, amoroso e paciente. O caminho foi claro: tinha de O seguir e a sério. Entreguei-me à oração; aproximei-me muito da missa; tive um dos dias mais felizes da minha vida quando fui
crismado; e uma euforia total “estúpida” quando o Papa Bento XVI veio. Tinha
de evangelizar, era a minha alegria e nova condição. Um dia quando ofereci a
Deus a minha vida rezei uma oração dada pela minha mãe que dizia: “Amo-te,
não esperes ser perfeito para vir até Mim”. Assim percebi que tinha de pôr a
hipótese de ser padre.
João Ramalho

João Ramalho
25 Anos
Paróquia de
Póvoa da Isenta
Seminário dos Olivais
2º Ano de Teologia
seminaristas...

3
Rúben Figueiredo
30 Anos
Paróquia de
Divino Salvador - Sé
Seminário dos Olivais
3º Ano de Teologia

Rúben Figueiredo

O que tem sido para ti a caminhada de Seminário?
A minha caminhada de Seminário tem sido antes de tudo uma aproximação
crescente a Jesus, quer na intimidade da oração quer na escuta e meditação
da Palavra que Ele me dirige diariamente na celebração da Missa. Por outro
lado, é um tempo de caminho e de escuta no estudo da Teologia onde Deus se
revela, onde a fé amadurece e cresce, num seguimento exigente mas tão mais
alegre quanto mais fiel e efetivo consegue ser.
Outro ponto fundamental é a formação pastoral, no contacto direto com os
fiéis da nossa diocese, mormente nas Paróquias do Entroncamento e das cinco
Paróquias do Concelho de Vila Nova da Barquinha. Ali vou aprendendo o que
é o cuidado do pastor para com todos, quer no contacto efetivo com as várias
camadas do povo de Deus (das crianças e adolescentes da catequese aos mais
idosos, dos jovens às famílias) quer depois com o contacto com os sacerdotes
que têm ao seu cuidado pastoral aquelas paróquias. No pré-seminário, tenho
aprendido a descobrir noutros os mesmos sinais que Jesus me foi dando, descobrindo e aprofundando o desejo de ajudar outros a ler os planos que o Senhor
tem para eles. Naturalmente que isto se apoia depois num conjunto de pessoas
que me vão ajudando na oração por mim e pelos restantes seminaristas, que
sei existirem na minha Paróquia, naquelas por onde passo e no apoio dos meus
familiares que me transmitiram os primeiros passos da vida que hoje levo. No
fundo, trata-se de viver em seminário, confiado à oração daqueles que de perto
ou de longe me vão acompanhando, mantendo o coração aberto a Jesus, confiando nesta Igreja à qual vou procurando aprender a amar e servir, assente
em Cristo, que me justifica e prolonga.
Luís Caetano

Luís Caetano
29 Anos
Paróquia de
Pedrógão
Seminário dos Olivais
4º Ano de Teologia

Novembro

Nestes dias em que experimentamos como que uma agilidade evidente e
complexa para a dispersão e relativização dos acontecimentos, dos factos e das
histórias... em que os interesses têm que ver com o imediato e, direi “ruidoso”
ou aparatoso, a “descoberta” de um chamamento ao Seminário impõe-­ e como
s
algo totalmente diferente e radical. Assim, o chamamento ao Seminário, ao
discernimento vocacional, foca-­ e, em primeira mão, numa tomada de atitude
s
ousada, exigente (com critério), mas obrigatória e necessariamente apaixonada, honesta e livre. Contrariando a corrente, esta “descoberta” não brota
do aparente e do superficial, mas nasce de um encontro entre o jovem rapaz
e uma Pessoa real, que nos chama pelo nome e desarma... essa Pessoa é Jesus
Cristo, Deus vivo e verdadeiro!
No meu caso (sim, porque não há receitas ou generalidades!), esse encontro
personalizado brotou de um percurso de fé e de vida, na oração, no silêncio do
coração, que anima e na comunidade eclesial (a paróquia, os movimentos, etc.)
que confirma. É evidente que tudo isto não decorre como que num ambiente
“esterilizado” e perfeito, antes porém, ao longo de todos estes anos, vejo que o
Senhor, nestas realidades, me fez e continua, interminavelmente a fazer amadurecer e conhecer, a ler e interpretar os sinais (meus e dos tempos), com alegria,
determinação e luta. E isso não é, nem mais, que o espantoso caminho do cristão?
O Senhor chama ao Seminário rapazes simples e santos (sim: santos, porque
inteiros não “santinhos”), e não uma condição alienígena de “super-­ apazes/
r
/super-­ ristãos”... É claro que, para encetarmos tal desafio, não o podemos fac
zer de ânimo leve, precipitado, “freelancerista” ou inconsciente. Aqui, a Igreja
toma responsabilidade (padres, “pré”, catequistas, etc.)... apenas confiar para
confirmar! Aceita o desafio: Faz-­ e ao largo e lança as redes!
t

Lançai as Redes

Para ti, como é que hoje um jovem descobre
que Deus “talvez” o chame ao Seminário?
Um

Irmã Sandra
Bartolomeu

testemunho

31 Anos
Serva de Nossa
Senhora de Fátima

Lançai as Redes

vocacional...

Novembro

4

O Senhor deu-me pais cristãos, isto é, que
acreditam em Jesus Cristo e nos seus ensinamentos, e assim me ensinaram. Na paróquia
onde cresci (Mafra), não conheci nenhuma Irmã
e, como a maior parte das pessoas da minha idade de então, achava que a vida religiosa era uma
coisa certamente muito piedosa, mas monótona
e desligada da vida humana e do prazer de viver.
Quando era adolescente, houve uma Quaresma que me marcou particularmente: o pároco
convidava todos os que tivessem tempo, para
irem à missa semanal. A princípio era um sacrifício. Mas depois de algum tempo, tudo começou
a fazer mais e mais sentido. Fazia a experiência
de Jesus ser Alguém vivo, atuante, que vinha ao
meu encontro através da Sua Palavra e recebia a
Sua força na Eucaristia. Foi nesse verão que um
seminarista me perguntou “Já alguma vez pensaste na vida consagrada?” Ao que eu respondi:
“Não.” (Eu sei que é o que parece, mas não –
pensava eu). E de facto nunca tinha pensado em
tal. Aos 15 anos desejava casar-me, constituir
uma família, ser santa, mas não religiosa. Contudo, esta pergunta perseguia-me: era ou não da
vontade de Deus que eu Lhe consagrasse a minha vida? Por um lado parecia-me que sim. Por
outro, as incertezas eram muitas. De uma coisa
tinha certeza: viver uma vida sem que Deus fosse o fundamental, era uma vida sem sentido, e
eu não a queria.
Aos 18 anos surgiu a oportunidade de fazer
um Retiro de Silêncio organizado pelas Servas
de Nossa Senhora de Fátima, em Santarém. Pensei encontrar lá claramente a resposta, mas não.
Candidatei-me à Faculdade e estudei Pintura.
Trabalhei no ensino e na educação artística. Ao
longo do caminho, de encontros e desencontros,
de relacionamentos humanos e conhecimentos
de tantos novos mundos, as incertezas tornaram-se quase na segurança de que Deus não me chamava à vida consagrada. Sentia claramente que
realizava-me na medida em que servia e dava-me com simplicidade e totalidade aos outros, e
que o dom da fé era o tesouro mais excelente
que me foi dado. Fui rezando, participando na
comunidade cristã e empenhando-me em encontros juvenis. Até que, a certo ponto, saltam de
novo e com nova forma para mim as perguntas
últimas da existência humana: afinal, qual é o
sentido da minha vida? No sonho de Deus, que
papel ocupo eu no seu imenso projeto para a hu-

manidade? Para arriscar numa hipótese a esta
pergunta partia de algumas premissas que com
o Senhor aprendera: Deus ama-nos infinitamente e não deseja para nós algo que não seja para a
nossa felicidade; Ele destina-nos a algo grandioso; Deus e os seus desígnios são mais valiosos do
que todos os bens e a vida. Novamente diante da
pergunta vocacional, pensei: porque não arriscar? Em verdade, não tenho nada a perder.
O tempo da formação teve etapas difíceis,
de conflito interior e de tensão de forças. Mas
permitiu-me, com ajuda, descobrir e confirmar
que o Senhor chamava-me a consagrar-Lhe toda
a minha vida, servindo-O no próximo. Como é
agora ser religiosa? Continua a ser um caminho de formação interior e de aprofundamento
constante. Não é de todo um ponto de chegada.
Sinto-o como um novo ponto de partida: parto da
certeza de pertencer ao Senhor: Ele aceita-me e
conta comigo de uma forma particular para ser
sinal da sua presença no mundo. Não estou nesse subir da montanha, mas em comunidade com
as minhas Irmãs, num caminhar em que nos ajudamos mutuamente. Confirmo que Deus não nos
tira nada de essencial para a nossa felicidade,
pelo contrário! Concede-nos tudo o que precisamos. E que a vida consagrada a Deus pode ser
um caminho de intensidade de vida e alegria a
partilhar aos outros.

Encontros vocacionais do Pré-Seminário
15 e 16 de novembro	

27 a 29 de dezembro

O grupo vocacional de São Francisco de Sales
iniciar-se-á no dia 6 de dezembro
Os encontros vocacionais para raparigas
serão a 20 e 21 de dezembro

Lançai as Redes
Boletim do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações
Propriedade: Diocese de Santarém; Director: Pe. Miguel Ângelo
Ferreira; Paginação: Cláudio Nunes; Tiragem: 7.800 exemplares;
Periodicidade: Bimensal; Depósito Legal N.º 300455/09; Execução:
Gráfica Almondina – Torres Novas.

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Seminários: chamados a cuidar das vocações

  • 1. Lançai as Redes Boletim Bimensal Editorial Cuidar das vocações Para que Cristo se forme em nós é o tema da semana dos seminários, de 10 a 17 de novembro. É uma semana que nos lembra o mandamento de Jesus: «A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe» (Mt 9, 37-38). Estas são as primeiras atitudes que devemos ter esta semana: rezar pelos nossos seminários e rezar pelos nossos seminaristas. Este ano a nossa diocese tem cinco seminaristas. Mais adiante “eles falam connosco”. Por isso, nesta semana é importante que nos lembremos deles nas nossas orações, que peçamos ao Espírito Santo que os ilumine, e que eles sejam capazes de discernir a vocação a que Deus os chama. Esta semana é um tempo propício para nos juntarmos, 2 ou 3 pelo menos, por esta intenção. Juntarmo-nos à volta do Senhor no Santíssimo Sacramento, ou juntarmo-nos à volta de Nossa Senhora, ou de outra forma. Muitas comunidades, muitos grupos, já o fazem. Mas podemos ser mais. Pôr a nossa voz a implorar ao Pai pelos futuros obreiros da sua messe. Esta semana é também tempo para ajudarmos os mais novos a descobrirem que também eles são chamados pelo Senhor de uma forma concreta, e que alguns deles podem ser chamados a ser sacerdotes, a oferecerem pelos irmãos o sacrifício eucarístico e levarem a boa nova de Jesus. O “Lançai as Redes” pretende ser uma ajuda no seio da Igreja diocesana a isto mesmo. Nesta edição “deixámos que os seminaristas da nossa diocese nos falem”, nos interpelem com o seu seguimento de Jesus, conhecemos o testemunho vocacional da Irmã Sandra e damos o conhecer as datas da atividades da pastoral vocacional diocesana para este ano. Chamamos a atenção para as atividades vocacionais que iremos realizar até ao Natal e, sobretudo, lançamos o repto a que nos procurem, a que juntos cuidemos das vocações na nossa diocese. Pe. Miguel Ângelo Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Ano V, nº 18 Novembro 2013 Da mensagem do Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios A Semana dos Seminários constitui uma grande oportunidade para que todas as comunidades cristãs reavivem a consciência de que hão de estar sempre abertas a acolher Cristo e a permitir que Ele se forme nelas. O caminho da descoberta da vocação sacerdotal passa sempre pela comunidade cristã que possibilita às crianças e aos jovens esse encontro marcante com Cristo, que chama, transforma e envia. D. Virgílio do Nascimento Antunes O material da Semana dos Seminários está facultado no site da Pastoral Vocacional sdpvsantarem.blogspot.pt
  • 2. Falam os nossos Lançai as Redes Quem é para ti Jesus Cristo? Novembro 2 Podia começar a responder a esta questão com grandes teorias filosóficas, teológicas ou com base histórica, mas penso que esta resposta apenas e só pode surgir tendo como base a relação que vou tendo com o Senhor Jesus. Desde pequeno que para mim a figura de Jesus sempre me trouxe muitas questões. Quem é este homem afinal? Que papel tem Ele na minha vida? Que trouxe Ele ao mundo? Jesus é para mim, o amigo, o irmão que está sempre ao meu lado, incondicionalmente, sempre disponível para me escutar e para me ajudar nesta peregrinação que é a vida. A Sua mensagem de amor, de esperança, de caridade para com os irmãos faz cada vez mais sentido no mundo em que vivemos e concretamente no caminho de discernimento, que faço no Seminário, e de encontro diário com o Senhor ressuscitado. Em Jesus coloco a minha confiança para que em todo o tempo e lugar possa ser sempre Ele a Luz que guia os meus passos, para que eu veja! João Moita João Moita 19 Anos Paróquia de Torres Novas Seminário de Caparide 1º Ano de Teologia O que é para ti o Seminário? O Seminário é o lugar de encontro com o Senhor e connosco próprios onde fazemos aquela pergunta que Saulo de Tarso fez: Quem és Tu, Senhor? O que queres de mim? É aqui que somos convidados a irmos, com o Senhor, “contra a corrente”. De não renunciarmos a este dom de Deus e de pertencermos à única família dos seus filhos. É o lugar do encontro e de acolhimento de todos, da solidariedade e a da fraternidade que são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. É o tempo de formação, amadurecimento e de crescimento humano, espiritual, intelectual, cultural e comunitário fazendo um caminho de busca e, sobretudo, de descoberta de Cristo. Alexsander Baccarini Alexsander Baccarini 19 Anos Paróquia de Divino Salvador - Sé Seminário de Caparide 1º Ano de Teologia Como é que ouviste o chamamento de Deus que te trouxe ao Seminário? Ao longo de toda a minha vida a minha família criou-me oportunidades de encontro com o Senhor e, assim, fui cultivando, desde pequeno, uma vida de oração na qual sempre pedia ajuda a Deus. Ao passar tempo sozinho ia-me pondo perto d’Ele, falando e desabafando a minha vida ao mesmo tempo que Lhe pedia somente para casar cedo com a mulher da minha vida. De algum modo esse era o “acordo”. Ao chegar à Universidade tive uma fase de grande afastamento, tentei deixar de rezar e de acreditar, não via razões palpáveis para o fazer, mas continuei a ir com a minha família à missa em Santarém porque não fazia sentido negar isso aos meus pais. Nesse afastamento, ao passar uma fase de grande sofrimento (por outras razões) tive de tomar uma posição coerente questionando o que acreditava e a vida que levava: se era para acreditar tinha de ser a sério; se era para não acreditar tinha de ser a sério. Não sei se, motivado por exemplos de amigos que viviam uma vida em que o ser cristão lhes era intrínseco, se por me terem chamado para fazer missões, se por não conseguir negar o meu amigo mais fiel, amoroso e paciente. O caminho foi claro: tinha de O seguir e a sério. Entreguei-me à oração; aproximei-me muito da missa; tive um dos dias mais felizes da minha vida quando fui crismado; e uma euforia total “estúpida” quando o Papa Bento XVI veio. Tinha de evangelizar, era a minha alegria e nova condição. Um dia quando ofereci a Deus a minha vida rezei uma oração dada pela minha mãe que dizia: “Amo-te, não esperes ser perfeito para vir até Mim”. Assim percebi que tinha de pôr a hipótese de ser padre. João Ramalho João Ramalho 25 Anos Paróquia de Póvoa da Isenta Seminário dos Olivais 2º Ano de Teologia
  • 3. seminaristas... 3 Rúben Figueiredo 30 Anos Paróquia de Divino Salvador - Sé Seminário dos Olivais 3º Ano de Teologia Rúben Figueiredo O que tem sido para ti a caminhada de Seminário? A minha caminhada de Seminário tem sido antes de tudo uma aproximação crescente a Jesus, quer na intimidade da oração quer na escuta e meditação da Palavra que Ele me dirige diariamente na celebração da Missa. Por outro lado, é um tempo de caminho e de escuta no estudo da Teologia onde Deus se revela, onde a fé amadurece e cresce, num seguimento exigente mas tão mais alegre quanto mais fiel e efetivo consegue ser. Outro ponto fundamental é a formação pastoral, no contacto direto com os fiéis da nossa diocese, mormente nas Paróquias do Entroncamento e das cinco Paróquias do Concelho de Vila Nova da Barquinha. Ali vou aprendendo o que é o cuidado do pastor para com todos, quer no contacto efetivo com as várias camadas do povo de Deus (das crianças e adolescentes da catequese aos mais idosos, dos jovens às famílias) quer depois com o contacto com os sacerdotes que têm ao seu cuidado pastoral aquelas paróquias. No pré-seminário, tenho aprendido a descobrir noutros os mesmos sinais que Jesus me foi dando, descobrindo e aprofundando o desejo de ajudar outros a ler os planos que o Senhor tem para eles. Naturalmente que isto se apoia depois num conjunto de pessoas que me vão ajudando na oração por mim e pelos restantes seminaristas, que sei existirem na minha Paróquia, naquelas por onde passo e no apoio dos meus familiares que me transmitiram os primeiros passos da vida que hoje levo. No fundo, trata-se de viver em seminário, confiado à oração daqueles que de perto ou de longe me vão acompanhando, mantendo o coração aberto a Jesus, confiando nesta Igreja à qual vou procurando aprender a amar e servir, assente em Cristo, que me justifica e prolonga. Luís Caetano Luís Caetano 29 Anos Paróquia de Pedrógão Seminário dos Olivais 4º Ano de Teologia Novembro Nestes dias em que experimentamos como que uma agilidade evidente e complexa para a dispersão e relativização dos acontecimentos, dos factos e das histórias... em que os interesses têm que ver com o imediato e, direi “ruidoso” ou aparatoso, a “descoberta” de um chamamento ao Seminário impõe-­ e como s algo totalmente diferente e radical. Assim, o chamamento ao Seminário, ao discernimento vocacional, foca-­ e, em primeira mão, numa tomada de atitude s ousada, exigente (com critério), mas obrigatória e necessariamente apaixonada, honesta e livre. Contrariando a corrente, esta “descoberta” não brota do aparente e do superficial, mas nasce de um encontro entre o jovem rapaz e uma Pessoa real, que nos chama pelo nome e desarma... essa Pessoa é Jesus Cristo, Deus vivo e verdadeiro! No meu caso (sim, porque não há receitas ou generalidades!), esse encontro personalizado brotou de um percurso de fé e de vida, na oração, no silêncio do coração, que anima e na comunidade eclesial (a paróquia, os movimentos, etc.) que confirma. É evidente que tudo isto não decorre como que num ambiente “esterilizado” e perfeito, antes porém, ao longo de todos estes anos, vejo que o Senhor, nestas realidades, me fez e continua, interminavelmente a fazer amadurecer e conhecer, a ler e interpretar os sinais (meus e dos tempos), com alegria, determinação e luta. E isso não é, nem mais, que o espantoso caminho do cristão? O Senhor chama ao Seminário rapazes simples e santos (sim: santos, porque inteiros não “santinhos”), e não uma condição alienígena de “super-­ apazes/ r /super-­ ristãos”... É claro que, para encetarmos tal desafio, não o podemos fac zer de ânimo leve, precipitado, “freelancerista” ou inconsciente. Aqui, a Igreja toma responsabilidade (padres, “pré”, catequistas, etc.)... apenas confiar para confirmar! Aceita o desafio: Faz-­ e ao largo e lança as redes! t Lançai as Redes Para ti, como é que hoje um jovem descobre que Deus “talvez” o chame ao Seminário?
  • 4. Um Irmã Sandra Bartolomeu testemunho 31 Anos Serva de Nossa Senhora de Fátima Lançai as Redes vocacional... Novembro 4 O Senhor deu-me pais cristãos, isto é, que acreditam em Jesus Cristo e nos seus ensinamentos, e assim me ensinaram. Na paróquia onde cresci (Mafra), não conheci nenhuma Irmã e, como a maior parte das pessoas da minha idade de então, achava que a vida religiosa era uma coisa certamente muito piedosa, mas monótona e desligada da vida humana e do prazer de viver. Quando era adolescente, houve uma Quaresma que me marcou particularmente: o pároco convidava todos os que tivessem tempo, para irem à missa semanal. A princípio era um sacrifício. Mas depois de algum tempo, tudo começou a fazer mais e mais sentido. Fazia a experiência de Jesus ser Alguém vivo, atuante, que vinha ao meu encontro através da Sua Palavra e recebia a Sua força na Eucaristia. Foi nesse verão que um seminarista me perguntou “Já alguma vez pensaste na vida consagrada?” Ao que eu respondi: “Não.” (Eu sei que é o que parece, mas não – pensava eu). E de facto nunca tinha pensado em tal. Aos 15 anos desejava casar-me, constituir uma família, ser santa, mas não religiosa. Contudo, esta pergunta perseguia-me: era ou não da vontade de Deus que eu Lhe consagrasse a minha vida? Por um lado parecia-me que sim. Por outro, as incertezas eram muitas. De uma coisa tinha certeza: viver uma vida sem que Deus fosse o fundamental, era uma vida sem sentido, e eu não a queria. Aos 18 anos surgiu a oportunidade de fazer um Retiro de Silêncio organizado pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima, em Santarém. Pensei encontrar lá claramente a resposta, mas não. Candidatei-me à Faculdade e estudei Pintura. Trabalhei no ensino e na educação artística. Ao longo do caminho, de encontros e desencontros, de relacionamentos humanos e conhecimentos de tantos novos mundos, as incertezas tornaram-se quase na segurança de que Deus não me chamava à vida consagrada. Sentia claramente que realizava-me na medida em que servia e dava-me com simplicidade e totalidade aos outros, e que o dom da fé era o tesouro mais excelente que me foi dado. Fui rezando, participando na comunidade cristã e empenhando-me em encontros juvenis. Até que, a certo ponto, saltam de novo e com nova forma para mim as perguntas últimas da existência humana: afinal, qual é o sentido da minha vida? No sonho de Deus, que papel ocupo eu no seu imenso projeto para a hu- manidade? Para arriscar numa hipótese a esta pergunta partia de algumas premissas que com o Senhor aprendera: Deus ama-nos infinitamente e não deseja para nós algo que não seja para a nossa felicidade; Ele destina-nos a algo grandioso; Deus e os seus desígnios são mais valiosos do que todos os bens e a vida. Novamente diante da pergunta vocacional, pensei: porque não arriscar? Em verdade, não tenho nada a perder. O tempo da formação teve etapas difíceis, de conflito interior e de tensão de forças. Mas permitiu-me, com ajuda, descobrir e confirmar que o Senhor chamava-me a consagrar-Lhe toda a minha vida, servindo-O no próximo. Como é agora ser religiosa? Continua a ser um caminho de formação interior e de aprofundamento constante. Não é de todo um ponto de chegada. Sinto-o como um novo ponto de partida: parto da certeza de pertencer ao Senhor: Ele aceita-me e conta comigo de uma forma particular para ser sinal da sua presença no mundo. Não estou nesse subir da montanha, mas em comunidade com as minhas Irmãs, num caminhar em que nos ajudamos mutuamente. Confirmo que Deus não nos tira nada de essencial para a nossa felicidade, pelo contrário! Concede-nos tudo o que precisamos. E que a vida consagrada a Deus pode ser um caminho de intensidade de vida e alegria a partilhar aos outros. Encontros vocacionais do Pré-Seminário 15 e 16 de novembro 27 a 29 de dezembro O grupo vocacional de São Francisco de Sales iniciar-se-á no dia 6 de dezembro Os encontros vocacionais para raparigas serão a 20 e 21 de dezembro Lançai as Redes Boletim do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações Propriedade: Diocese de Santarém; Director: Pe. Miguel Ângelo Ferreira; Paginação: Cláudio Nunes; Tiragem: 7.800 exemplares; Periodicidade: Bimensal; Depósito Legal N.º 300455/09; Execução: Gráfica Almondina – Torres Novas.