Contribuição a geologia do holoceno da Província Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil.
JORGE ALBERTO VILLWOCK
Orientador: Prof. Luiz Roberto Silva Martins
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Curso de Pós Graduação em Geociências
Porto Alegre, 1972
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
Itapua geologia vilwock
1. J"-!.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
"
CONTRIBUIÇÃO
A GEOLOGIA
DO HOLOCENO
DA
PRO.-
VINCIA COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL - BRASIL
li
Por:
JORGE
ALBERTO
VIllWOCK
Orientador:
PROF. LUIZ ROBERTO
SILVA MARTINS
-1972
-
"
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROF.
IVO WOLFF
Reitor
PROF. WALTER
OTTO CYBIS
Superintendente
Acadêmico
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCI~NCIAS
PROF.
CARLOS
ALFREDO
BORTOLUZZI
Coordenador
Comissão
PROF.
Coordenadora
PROF.
DARCY CLOSS
,
IRAJA DAMIANI
PROF.
LUIZ ROBERTO
PROF.
PAULO MIRANDA
PINTO
SILVA MARTINS
DE FIGUEIREDO
FILHO
Comissão Examinadora
PROF. LUIZ ROBERTO SILVA MARTINS
PROF. MILTON
PROF.
LUIZ LAQUINTINIE
IRAJÁ DAMIANI
PINTO
FORMOSO
3. devo
-a
este
trabalho
Hilda
me,
nos
profe~sora,
e a mente
para
,
de estarias,
pelas
e learsi
tempos
primeira
o conta~or
Pedone
cessitava
-a
minha
entusiamado-me
a Antonio
pessoas:
os olhos
lobato,
da cedo,
-
Coelho,
a abrir
Monteiro
MAITÊ
a muitas
Melleu
judar-me
-a
e
lUIS HUMBERTO
MARIC~,
coisas
Correia
de gin~sio,por
o conhecimento;
por
ter,
ain
da geologia;
da Silva,
que
~
por
por
e como esta
mostra~
P~tria
ne
de geólogos;
todos
os meus professores
niversidade
Federal
da Escola
do Rio Grande
de Geologia
do Sul
da U-
que ensinaram-
me a sê-Ia;
- aos meus pais,
Villwock,
mais
por
pouparam
-
neles
para
Adolfo
esposa
tituirem
parte
integrante
e renovar
a cada
estes
10 seu
estimulo
imperfeições
dia,
e nossos
e a muitos
mas acima
este
e omissões,
parcial
aos
seus
não
que
só por
fazem
cons-
ampliar
(
pe 1 o conv~v~o
de tudo,
outros,pessoas
pequeno
espero
.
posta
de opção e j~
.
,
necessaria.
e assistência,
dedico
filhos,
de um ideal
a tranquilidade
A todos
1peitosamente
o direito
Ennes
continuar;
minha
traz
Glaucia
em apoiar-me
na busca do objeti,
encontro
ate hoje o exemplo e a co-
a vocês,
que
e
Villwock
que me asseguraram
esforços
vo escolhido,
ragem
Alberto
esforços
diretos
e instituições,p~
e indiretos,
res-
Apesar
de suas
trabalho.
que ele
,
constitua
,
e a sua fe.
uma res
4. - 4,
INDICE
RESUMO
6
.
.
ABSTRACT
12
INTRODUÇAO
Objetivos
1?
.
~
Localizaçao
,
e metados
15
.
de trabalho
17
Agradecimentos
17
.
GEOLOGIA
REGIONAL
Aspectos
tectônico-estruturais
Aseectos
estratigráficos
continental
o Mioceno
9
O Mioceno marinho
19
.
24
25
.
25
.
26
Formação Graxaim
.
Formação Chui
28
30
Formação Guaiba
. .
Formação Itapoã
31
.
Laterita Serra de Tapes
33
Formação Gravatai
'.
Deposltos atuais
'
Situa2ão da area de estudo
34
GEOMORFOLOGIA
38
Terras Altas de Porto Alegre-~iamão
42
Arenosa Litorânea
45
Planície
A margem lagunar
35
36
.
.
46
73
A barreira
A
.
.
A margem oceanlca
83
,
ORIGEM
E EVOLUÇAO
Origem
das barreiras
Varia2ões
DA BARREIRA
eustáticas
.
.
.
.
MULTIPLA
.
no Holoceno
.
DA LAGOA DOS PATOS.
89
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
89
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
95
6. -
6
-
RESUMO
A região costeira do Brasil Meridional, definida como Pr~
vincia
Costeira
lementos
do Rio Grande
geológicos
maiores,
do Sul
por dois e-
constituida
é
o Embasamento
e a Bacia de
Pelo-
,
tas. O primeiro, composto pelo complexo cristalino pre-cambri~
no e pelas sequências sedimentares e vulcânicas, paleozóicas e
,
mesozoicas,
forma
,
da Bacia do Parana,
instável
gundo,
durante
através
Desde
dente,
os tempos
de movimentações
então a Bacia
passou
ção das terras
comportando-se
a receber
altas
cretácicos,
como uma platadeu origem
ao se-
uma bacia marginal
subsi-
tectônicas.
de Pelotas,
a carga clástica
adjacentes
da disseca-
derivada
as quais
parte do
constituíam
seu embasamento que na parte ocidental atuou no inicio
,
,
ma area levemente positiva, estabilizando-se
apos.
A sequência
sedimentar
tros de espessura,
sões.
Controladas
subsidência
fruto de sucessivas
no princ{pio
e de sedimentação,
transgressões
riações
é
ali acumulada,
e regressões
glacio-eustáticas
cerca
como u-
de I 500 me-
transgressões
e regr~
taxas de
pelo balanço
entre as
a partir
Pleistoceno
passaram
ocorridas
do
a ser governadas
no decorrer
estas
pelas
va-
da Era Cenozói
ca.
A cobertura
outro
holocênica
deste conjunto
elemento
geológico
importante
fato de compor
a maioria
das grandes
é
,
tituida
feiçoes
~
pela configuraçao
por um pacote
como
da provincia
~
ponsaveis
considerada
costeira pelo
,
morfograficas
re~
~,
superficial
trans-regressivo
da regiao.
cuja porção
Ela e conssuperior
e~
põe-se na plan{cie litorânea, encerrando uma série de unidades
"
lito-estratigraficas
tes do deslocamento
descontinuas
de vários
,
e de idade variavel
ambientes
de sedimentação
resultan
por
so
7. - 7-
~
bre a mesma
ca
somente
,
regiao.
O estabelecimento
"
possivel
tornou-se
apos
,
de sua historia
,
analise
detida
geologi-
,
geomorfologl
ca.
A planicie
do Oceano
Atlântico,
tro sistemas
Múltipla
cionada
rante
arenosa
litorânea
revelou-se
de barreiras,
da Lagoa
os últimos
composta
constituindo
dos Patos,
às oscilações
que separa
6 000 anos,
pela sucessão
de quaBarreira
a denominada
cuja origem
eustáticas
a Lagoa dos Patos
está diretamente
que se sucederam
rel~
na região,d~
após o final da Transgressão
Flan
driana.
A primeira
gido
barreira
formou-se
pelo mar no final da grande
truida
a partir
montórios
de longos
existentes
vam a costa
de então.
te pequenas
oscilações
nosos
de natureza
Outra
barras
s~onando
de areia
gunares
grandes
que ornament~
acumularam-se,
campos
dura~
depósitos
are
quando
de
da emersão
grandes
quantidades
pelo
foram mobilizadas
de dunas sobre a barreira
afetada
pela regressão,
foram acumulados
estruturada,
a partir
desta transgressão,
igualmente
va subsequente
baias
aos pro-
que se sucedeu, apri
,
sobre um terraço marinho recem expo~
da antepraia
e paludais
Assim
ancorados
con~
a fase regressiva
lagunar
trazidas
área lagunar,
holocênica,
do nivel do mar, extensos
foi desenvolvida
no decorrer
construindo
das várias
Sobre tais esporões
durante
um corpo
to. Ainda
arenosos
atin
eólica.
barreira
marinhas
o nivel máximo
transgressão
esporões
na entrada
durante
a barreira
o aumento
emersa.Na
depósitos
sobre o terraço
resistiu
vento
la-
marinho.
a fase transgressl
do nivel do mar foi insuficien
te para encobri-Ia.
~
veu a formaçao
redistribuindo-o
Na margem oceânica a ação das ondas promo,
de falesias, retrabalhando o material arenoso e
pela antepraia.
Na margem
da Lagoa
dos Patos
8. -8de entao,
,
das aguas
o avanço
nho parcialmente
recoberto
Nova fase regressiva
barreira
isolando
crescentada
na borda
oceânica
da Lagoa
O constante
acúmulo
paludais
mari-
e lagunares.
de outra
uma nova laguna enquanto que
um terraço
a este mesmo mecanismo
a costa
do terraço
o desenvolvimento
da Lagoa dos Patos emergia
Obedecendo
truido
por depósitos
ocasionou
no lado oceânico
na margem
a abrasao
causou
lagunar.
a quarta
e um segundo
barreira
terraço
foi a
lagunar
cons
dos Patos.
de sedimentos
arenosos
que se proces-
"
-"
,
sou na area apos a transgressaoholocenica, atraves de proces.
sos
praiais
e eólicos
desenvolvidos
"
tectonica,
tabilidade
aumentou
da província
costeira.
ca constitui
assim
uma grande
a plataforma
De posse
Sul
é
marinhos,
conforme
a costa atual
de barreiras,
a classificação
táticas
de correlaçao
deduzidas
a partir
corrida
vela
que constam
nos últimos
do Rio Grande do
modelada
quema
estudo
evolutivo
,
-
entre as varias
da análise
oscilaçoes
geomorfológica
dos terrenos
ra do Rio Grande
fácil
na curva de variaçao
6 000 anos,
apresentada
no sentido
aqui proposto,
holocênicos
restantes
crono-estratigráfica
que nela se encontram.
eus-
da região
(
do nlvel do mar o
por Fairbridge,
de e:stender o
como uma hipótese
do Sul. A sua utilização
a organização
por agentes
de Shepard.
encorajadoras
coincidências
deposicio-
depósitos que re
-
com aquelas
holocêni-
adjacente.
-
A tentativa
e.ê.,
,
a area emersa
regressiva
fonte os extensos
continental
secundária,
de completa
da cobertura
sequência
de tais elementos,
uma costa
ambiente
consideravelmente
A parte superior
nal, que teve como principal
cobriam
num
es-
de trabalho no
da Província
tornará
r~
Costei-
muito
das diversas
mais
unidades
9. - 9-
ABSTRACT
The Southern
Braziliam
coastal
area,
defined
as Rio Gran-
de do Sul Coastal Province, is composed by two major gealagic
elements:
Basement
and Pelatas
ted by the Pre-cambrian
zaic and Mesazoic,
Parana
Basin.
ginated
sedimentary
platfarm,
sin, results
Later,
The Halocene
to be considered
when this basement
a marginal
af subsidence
basin,
was ari-
to recent
times,
sedimentary
caver that lies aver
important
gealogic
for the present
af that area.
bed whose
There
That sequence
upper
portion
variable
superficial
could be found
geomorphologic
canfi-
by a trans
litho-stratias
sedimentation
over the same area. The geological
fea-
in the coastal
exposed
in age from place to place,
of different
in that
marphagraphic
is canstituted
is
them needs
element
one finds many discontinuous
sult of the displacement
tal sandy plain
taak place a-
Era.
up alI the major
units,
ear-
they was depen-
which
ascillatians
in that ba
and sedimentatianra
It makes
plain.
detailed
was acting
and regressians
are responsible
tures which
regressive
transgressions
eustatic
as anather
coas tal pravince.
ments
af the
sequences
which was accumulated
from Pleistacene
lang the Cenazaic
guratian
sequence
by the balance
dent an the glacio
graphic
and valcanic
the later,
af sucessives
ly cantralled
sandy
by the Palea-
and
Camplex
is canstitu-
by faulting.
The sedimentary
teso
Cristaline
At the Triassic,
as an instable
The farmer
Basin.
history
enviran
The coas tal sandy plain which
which
-
of that coas-
only by way of the results
analysis
a re-
of a
was made there.
keeps apart
the Patos Lagoon
10. - 10 -
from the Atlantic
nected
barriets
is composed
Ocean,
and was defined
by a series
barrier
Bar-
Multiple
as Patos Lagoon
rier. The origin of this multiple
of four Icon-
is directly
re~éted
in that region
to the eustatic oscillations which took place
after the end of the Flandrian
during the last 6 000 years,
Transgression.
at the end of the gteat
higher
position,
sion.
It was built
which
over a series
had been constructed
time. ~ind blown
tions
wider
along
sand taken
in the sea leveI,
barrier
was accumulated
which
the
emergence
and alternated
The accumulation
without
gradation
of the coast
AlI these
sification
type,
one be-
during-
and transgressive
ativity
periods
of sand along
this
causes
a pro-
Most
of this
regression).
and W8S piled
the
years.
in the area,
(deposi~ional
from offshore
each
bars
of longshore
on the shore
from
to the barrier.
data holds
that the Rio Grande
secondary
coast,
according
of correlation
coast is
do Sul
to Shepard's
of the eustatic
by way of the geomorfological
rea with
the
clas-
of coast lines.
The essay
tained
vari~
making
over them,
of large quantities
it was wind-blown
a barrier
during minor
in the last thousand
any tectonic
sand was brought
where
coast of that
on the coast,
regressive
have been occurring
time,
and spits
bars
the submergence
from the shores
transgres-
and higher.
through
sucessive
Holocene
of bay mouth
Three more barriers werebuilt
ginning
in its
began when the sea level was
The first barrier
the Fairbridge's
for the last 6 000 years
will be necessary
more
interpretation
sea level eustatic
shows a lot
radlocarbon
oscillations
of that a-
variations
of coincidences,
data to
obtain
ob-
curve
but it
trustworthy
11. 1-
- 11 -
results.
In spite
of everything,
the evolutive
re may be used as a workable
the remnant
Province.
Holocene
terrains
It may be useful
hypothesis
in
sketch
proposed
the study
of the Rio Grande
of
he-
alI
do Sul Coastal
in the chrono-stratigraphic
organi-
zation of thé various sedimentary units that one can find there.
12. - 12 -
INTRODUÇÃO
Objetivos
O inicio
volvimento
da segunda
vertiginoso
metade
da geologia
,
A
ramos
das geociencias,
clusivamente
28% da superficie
-
e saciar
nossa humanidade
público
ainda
e dDs fenBmenos
que neles
ocorrem,
e dispensa
profundezas,
no sentido
ra, visto
tinentais
mostram
evidências
científico
das substâncias
mo mat~rias
primas
os mais
variados
tencialidades
presente
a evolução
minerais
pontos
atuais
encerra,
no mundo
utilizadas
quer
ines-
~a ter-
as áreas
co~
Abstraind~
delas
e uma
extrai-
elevada
pelo homem
co-
para a sua sociedade
justificam
no sentido
geo16gica
que recobrem
consumido
de maneira
em que se empenham
dias,
dos mares
de uma origem marinha.
percentagem
Entre-
uma contribuição
que o assunto
básicas
comentários.
quer nas suas margens
constitui
parte do petr6leo
de nossos
apenas
capazes
,
cada vez mais faminta,e
maiores
de 50% das rochas
se a maior
ra corrida
que ex-
que perfazem
que o estudo
de interpretar
que mais
Tais fatos,
quase
vegetais, animais e minerais
considerar
se o interesse
novos
que os oceanos em si apresentam como u-
fato de domínio
,
tanto e preciso
timável
dos .mais
.
dos continentes
de recursos
nas suas maiores
um
marinha,
ao desen
do planeta.
A importância
de abastecer
XX, assiste
que ate entao voltavam-se
para o estudo
ma fonte perene
do s~culo
industrial.
,
insofismavel a verdadel
os países
de desvendar
mais
as áreas
de vista, procurando
e, de modo especial,
saber
industrializados
oceânicas
avaliar
sob
as suas p~
co~o aproveitá-las,no
e no futuro.
Neste sentido,
o Brasil
com sua extensão
territorial
e so
13. - 13 -
bretudo
costeira,
não constitui
exceção.
Com os olhos e a men~
te voltados
para o mar,
.
recursos,
~,
vlsando
segurando
levemente
costeira
subsidentes
tas regiões
o maior
dições
ao continente
interesse
pósitos
minerais
A posição
teração,
entre
tais agentes
instantânea
linhas
foram
continental
de margens
de importantes
flsica
despertam
das con-
de uma gama de de
encerram.
de uma linha de costa
de dois fatores
lação às desenvolvidas
,
ficies das plataformas
Se
da maioria das
não se pode dizer
das mais velhas
a
a saber,
com r~
durante
las adjacentes
da in
de sedimentos.
pela modificação
o mesmo
resulta
principais,
e a taxa de fornecimento
ds costa mais antigas,
áreas
ao homem,e~
ao conhecimento
pela gênese
responsáveis
acumu-
de que gozam,
são as que, via de regra,
que habitualmente
taxa de subsidência
de técni-
a que se pr~
e de mais fácil acesso
responsáveis
outros,
de destaque
lugares
no que diz respeito
e mecanismos
formação
o seu aprovei tamento, a~
e a plataforma
Pela situação
fisiográficas
à
ocea-
desenvolvidas.
constituem
sedimentares.
próximas
a situação
das nações
das suas areas
o incentivo
e de garantir
consequentemente
A planície
mais
mas também
de estudá-Ias
põe no contexto
lações
'"
nao so o reconhecimento
nicas e costeiras,
cos capazes
nao poupa
este pals nos dias de hoje
de rápidas
diferem
flutuações
o Quaternário. As atuais super,
continentais e planicies costeiras a e-
eustáticas
uma vez que
do nlvel do mar de carácter
neralizado, seguramente de maior importância
,
isostaticas, estas comumente localizadas.
Com efeito,
tindo
da profundidade
das plataformas
nos.
uma rápida
transgressão
aconteceu
g~
que modificações
de âmbito mundial par-
de cerca de 125 metros,
continentais,
resultaram
limite
nos últimos
externo
20 000 a-
Há aproximadamente 7 000 anos o presente nível foi atin-
14. - 14 -
gido,
ocorrendo
desde então
vas como negativas.
ção estável
nestes
de sedimentação
gar
à
Muitas
pequenas
linhas
últimos
flutuações
de costa mantiveram
milênios,
foi alta,
uma regressão
ocasionando
costa em direção
ao mar ,mediante
sua posl
onde a taxa
entretanto,
transgressão,
grande
tanto positi-
deposicional
um avanço
a acumulação
tomou lu-
linha de
da
de sedimentos
li
torâne'os ou del táicos.
A região
costeira
que aqui se apresenta,
uma
gressão
pela sedimentação litorânea ali
,
eustaticas ocorridas no Holoceno, r~
provocada
~
sultandona
solando
oscilaçoes
construção
de uma sucessão
de barreiras
corpos
lagunares
do oceano.
Suas dimensões
tado a atenção
de muitos
estudiosos
no assunto,
is se destacam
SHEPARO
Considerando
cordões
arenosos
miticos,
litorâneos
cais para acumulação
ginaram
de enormes
~
em apreço
Com efeito,
desde
análise
plataforma
,
e de enorme
i
tem despe r-
dentre
os qua-
tipo, .representando
entre
duas' fácies
constituem
magnificos
e que os processos
os mesmos
quantidades
à
je incorporadas
deram
intercalados
de petróleo
arenosas
(1969).
deste
e outra marinha,
foram em última
a acumulação
regiao
(1960) e PHLEGER
que as acumulações
uma lagunar
de
re-
mostra
ada a pequenas
nitido
da cos-
ta do Rio Grande do Sul,
deposicional
um exemplo
nordeste
que
continental
l~
que as ori
atuaram
de material
la-
durante
sedimentar
adjacente,o
estudo
hoda
interesse.
uma vez que os eventos
o final da grande
geológicos
transgressão
que se suce
até os
holocênica
,
atraves de feiçoes ge~
~
dias atuais
ali encontram-se
morfológicas,
is modernas,
al,
sofrendo
modificam
as antigas
registrados
relativamente
estas em formação
ainda
antes
a atuação
de serem
bem preservadas
ao longo
da linha
dos processos
incorporadas
e as m~
de costa atu-
litorâneos
definitivamente
que as
a sequê~
15. - 15 -
cia geo16gica
regional,
rea significativa
presente
para aplicar
Realmente
costeira
a doutrina
é a chave do passado),
se dois séculos
moderno
esta planície
constitui
á
uma
uniformitarianista(o
que James
Hutton
propôs
há qu~
atrás.
nesta
e estudar
região
o antigo
é possivel comparar o antigo com o
em vários
estágios
de mOdificação.
aPartindo-se desses fatos o presente trabalho procura,
,
,
,
,
traves de uma analise morfografica da superficie da parte nordeste
da Planicie
Costeira
do Rio Grande
descrever
em largos
traços
l6gica
Provincia
Costeira
da
os
últimos
do
Sul
do Sul, interpretar
capitulas
do
da hist6ria
e
ge..e,
Brasil.
As conclusões que dele resultaram não são definitivas,mui
to ainda há por fazere
meiros
capitulos
conhecer uma vez que os dados dos pri-
são fragmentários
e não permitem
ainda
a in-
levantados
Os problemas
daquilo que a região encerra.
,
e as hipoteses formuladas no seu decorrer sao obVla
mente
abundantes
terpretação
global
~
mais
Entretanto
incentivo
que as soluções
ele constitui,
ainda que pequena,
continuando-o
futuros
que por ventura
ou contestando-o,
,
geologico
te assentar-se-ão
ao
uma resposta
dirigidos
ele possa
motivar,
para um melhor
conh~
~
desta
regiao,
as bases
80S minerais
visando
a recompensa
por um esforço
objetivo
apontadas.
dado.
Os trabalhos
cimento
efetivamente
.
sobre os quais
de uma profícua
obrigatoriamen-
prospecção
de recu~
o bem estar da comunidade, antes mesmo
dispendido,
trarão
que
a certeza
de um
area estudada
envol
alcançado.
Localização
e métodos
de trabalho
,
Como foi anteriormente
mencionado,
a
16. '"
16 -
-
ve parte
da região
nordeste
do Sul. Está compreendida
300 36' 05" de latitude
mitando-se
perfície
ao leste
da Planície
do Rio Grande
sul, 500 50' 37" de longitude
com o Oceano
de Osório,
Atlântico
abrangendo
1 500 km2, incluindo-se
Mostardas
e Viamão.
e
300 4' 47"
entre as coordenadas
de aproximadamente
dos municípios
Costeira
oeste,l.i
uma
su-
nela parte
Vide mapa
indice
na figo 1.
Os trabalhos
1
:
de mapeamento
100 OOO,tendo
foram realizados
como base as seguintes
na escala
folhas
de
1 : 50 000, p~
,
,
blicadas pela Diretoria do Serviço Geografico do Ministerio da
Guerra:
SH-22-P-1-l,
e
SH-22-P-II-l,
e
e
SH-22-P-II-3
11-2,
SH-22-P-I-4,
SH-22-P-I-3,
SH-22-P-I-2,
SH-22-P-111-2
II -4,
SH-22-P-IV-l.
,
~,
A analise
das principais
,
da atraves
~
da interpretaçao
I : 60 000, e posterior
Foi efetuada
feiçoes
morfograficas
foi efetu!
,
de fotografias aereas,na escala de
exame
amostragem
de campo.
detalhada,
ao longo
de perfis,ta~
to na parte emersa como no fundo das principais áreas laguna
res, visando caracterizar
contrados
cerra.
nos diversos
tudada,
efetuou-se
os trabalhos
Procedeu-se
de caracterizar
extensa
da mesma
pesquisa
entre
permitiu
que a regiao
e~
trabalho
a
a regiao
es
constituirão
de modo global
bibliográfica,
envolvendo
executados.
Estes,
com relação
aos trabalhos
costeiras
serão cita-
de todo o mundo.
~,
as varias
testar
forma
regiões
,
paraçao
en-
do texto.
em outras
~
deposicionais
de sua análise
nela anteriormente
dos no decorrer
senvolvidos
os sedimentos
futuramente.
Cum Q objetivo
vadas
ambientes
Os resultados
ser apresentado
petrograficamente
-
feiçoes
as várias
deA co~
,
geologicas
teorias
aqui e acola
própostas
obser-
por inúmeros
17. - 17 -
autores para explicar os eventos que elas retratam e estabelecer a sucess~o
to isolado,
tegrante
destas
eventos,
particular
interpretando-~
da costa sul do Brasil,
de um todo, participando
volutivos
das regiões
n~o com~ um fa-
costeiras
mas sim como in
harmonicamente
do planeta
dos passos
os
durante
e~
tempos
Quaternários.
Agradecimentos
Muito
mais
da cooperaç~o
do que esforço
e assist~ncia
es, a quem apresentamos
sinceros
e pelas
e instituiçõ-
agradecimentos.
Silva Martins,
crIticas-e
resulta
trabalho
este
por parte de pessoas
Ao Prof" Luiz Roberto
orlentaç~o
pessoal,
sugestões
pelo estImulo,
pela
valiosas.
Aos Profs. Hardy Jost, Eloy Lopes Loss, Jair Ferreira Pin
to, Ely Alberto
cussões
Dehnhardt
elucidativas
e Robert
Carver
e pelo incentivo
pelas
idéias
e dis-
constante.
Ao Laboratorista Rubem Bernardo e aos alunos Alcides Bar,
bosa e Jacir Regoso, pelos trabalhos de 1aboratorio, desenho e
datilografia.
Ao Conselho
da Universidade
concedidos
Nacional
Federal
do Rio Grande
e que tornaram
A Universidade
de Pesquisas
posslvel
Federal
e Conselho
do Sul,
de Pesquisas
auxilios
pelos
a sua execuç~o.
do Rio Grande
do Sul, pela oportu-
nidade.
GEOLOGIA
REGIONAL
O conhecimento
dos evertos
pos cenozóicos
constTuiram
5ul, torna-se
indispensável
~
,
geologicos
que durante
a faixa costeira
ao observador
os tem-
do Rio Grande do
que diante
dela hoje
18. ..L
- 18 -
se defronta,uma
envolvendo
capaz
vez que lhe proporciona
aspectos
tectônicos,
de lhe permitir
estruturais
compreendê-Ia
Não se pode pois,
uma visão
de conjunto,
e estratigráricos,
em toda a sua essênci~..
ao observar
a planlcie
costeira
atual,
de agende sua superfície esculpida por um complexo
,
tes morfo-climaticos
ainda em atuaçao,
fazer qualquer tipo de
a partir
~
interpretação
geológica
do material
que lhe constitui
lhe permitiu
a origem
,
e o condicionamentogeologico
que
sem considerar,
.
fosse modelada
exatamente
por exemplo,
como hoje se nos afigu-
ra.
É nesse sentido que se apresenta,
,
geologico da regiao da qual o presente
um panorama
a seguir,
~
uma porção
que NOGUEIRA
denominou
Rio Grande
siograficamente
para descrever
aflorantes
do
vem sendo empregada
p~
superficiais
mas também,
as estruturas
do
Costeira
de aspectos
lhe caracteriza,
a elas relacionadas,
cabouço
apenas
fisiografia
de Planlcie
a regia o em apreço
não só o conjunto
a
descrevendo
(1948),
do Sul, que esta denominação
ra designar
quência,
abrange
aflorante.
Desde
Estado,
trabalho
que fi-
e com grande
e sequências
fre-
litológicas
ou não, que constituem
seu ar-
geológico.
Em casos
quer aspectos
como estes e sempre
outros
região,
nadequada
uma vez que ela retrata
tituição
e história
Com efeito,
que sobre
a denominação
em zonas
"Clear
costeiras,
"Planície
apenas
Costeira"
uma feição
independentemente
assim
distinction
in - a topographic
quais-
superficitorna-se
i
morfográfi
da sua cons-
geológica.
cabe aqui uma transcrição
o assunto
abordar
que não os da parte aflorante,
al, desta
ca presente
que se quiser
de MURRAY (1961),
se expressou:
should
be made between
or geomarphic
feature
the coas tal p1~
af low relief
and
19. - 19 -
genera11y
be10w 1 000 feet in elevation
-
and the coastal
province, a three-dimensional structural,stratigraphic or
geologic unit."
A incontestabilidade de tal consideração torna obrigatória
a adoção
do termo
is adequada
vista
Província
para designar
da geologia
CLOSS
da síntese
fundamentais
(1970) e JOST
talhadamente
do Sul, ma-
sob o ponto de
os aspectos
sobre
de que foi palco a Província
foram
Aspectos
aqui abordada
se detiveram
Costeira
os trabalhos
(1971),
tectônico-es-
bem como da sucessão
e estratigráficos,
geológicos
do Sul,
a região
do Rio Grande
geral.
Na elaboração
truturais
Costeira
do Rio Grande
de OELANEY
os mais modernos
no estudo
dos eventos
1965
(
),
e os que mais de-
de sua geologia.
Tectônico-Estruturais
Limitada a oeste pelas terras altas do Complexo Cristali,
no Pre-Cambriano
que constitui o Escudo Sul Rio Grandense e P~
las sequências
sedimentares e vulcânicas paleozóicas e mesozól
'
acas da Bacla do Para na e, a leste,
pelo Oceano Atlântico,
.
brangendo
uma extensa
a Planície
iores
Costeira
dentre
área de terras
do Rio Grande
as várias
ral brasileiro
durante
similares
a última
Em que pese o grande
,
do Sul constitui
efetuados
bre os aspectos
OELANEY
(1960),
de trabalhos
da estrutura
e LANGE
-
esta regiao,
(ob. cit.),
SANFORO
cie executados
sobre
baseado
pela PETROBR~S
no lito-
de natureza
geo-
-
nao sao muitos
regional
(1960),
uma das ma-
era geológica.
-
loglca
forma alongada,
que se desenvolveram
número
.
baixas,de
os dados
so
de seu substrato.
nas publicações
e em trabalhos
(Petról~o
de GHIGNONE
de sub-superfí-
Brasileiro,
S.A.),
di-
20. .I
- 20 -
vidiu
a Planlcie
cias estruturais,
A primeira,
de Torres
Bacia
Costeira
a homoclinal
que afeta
de Os6rio
constituida
ao norte,
do Paraná.
no que denominou
sedimentares
constituida
quais
foram,
da
a maior parte da
, .
os
de sedimentos terciarios,
por um pacote
posteriormente
e vulcânicas
ao sul, ocupando
,
area,
e a Bacia de Pelotas.
pelo plano sul da sinclinal
as sequências
A segunda,
de duas sub-provln-
estudados
com detalhe por CLOSS (ob.
cit.).
Segundo
provlncias
OELANEY
seria
se situaria
(ob.cit.),
constituido
entre
a Lagoa
o limite
entre
de uma suposta
dos Barros
as citadas
falha
sub-
regional,que
de Palma-
e a localidade
res do Sul.
De um modo geral,conforme a descrição de CLOSS (ob.cit.),
a Bacia de Pelotas
sitos apresentam
ano.
Rápidas
cionáveis
~
uma bacia relativamente rasa e seus depó-
mergulnos
variações
de espessura
a um paleo-relevo
NONE,
ob.cit.),
bacia
pode ser dividida
tua-se
de baixo valor dirigidos
acidentado
a porção
de 0,50, a porção
enchida
com cerca
A uniformidade
ma ausência
gressivo
to, as diferentes
30 000 km2, a
divis6ria
si
profundidades
com mergulhos
norte, mais profunda,encontra~se
de sedimentos
r.§.
pr~
cujo mergulho
de 1,50.
do mergulho
de tectonismo
de ambas
as menores
de sedimentos
de 1 500 metros
se aproxima
cuja linha
(GHIG-
Crande.
sul apresenta
gionais
são rela-
do embasamento,
em duas partes
com uma espessura "de 300 metros
regional
dep6sitos
com uma área de aproximadamente
no eixo Pelotas-Rio
Enquanto
destes
para o oc~
local evidencia
as partes
espessuras
S~ do eixo Pelotas-Rio
das camadas
da bacia
um preenchimento
(CLOSS,ob.cit.).
de sedimentos
Crande,
,
alem de indicar
mostram
pr~
Entreta~
encontradas
que a partir
u-
a NE e
de um dado
21. L
- 21
momento
a Bacia
de Pelotas
nores,
das quais
a de NE
que a de S~ mostrou-se
A exemplo
correm
posto
uma origem
cit.),
(1946),
de LAMECO
MAACK
aos quais
(1960).
SANFORD
Apenas
SANFORD
e LANCE
tas como decorrente
no cretáceo,
depositaram-se
DELANEY
cretácea
no na Bacia
PICADA
Lombas
mentares
os
BICARELLA
FREITAS
(1951),PUTZER
DELANEY
(1965, 1966),
VOGT, COMES
e TRICART
de falhas,
origem a uma fossa
a Bacia
de Pelo-
initiado
provave!
onde no Terciário,
de sedimentos
(ob.cit.),tamb~m
que abateram
as rochas
marinhos.
prop~e
a idade
do Pr~-C8mbria-
de Pelotas.
(1970),descrevendo
caracterizado
tre esses
onde destaca
interpretaram
de 1 000 metros
para as falhas
(ob.
serão aqui abordados.
(ob.cit.),
(19~6) apud CLOSS
em
e,
CLOSS
(1944, a e b),
(1958),
de um sistema
mais
que o-
que tem prg
Neste sentido,
(ob.cit.),
recentes
dando
das bacias
são os autores
(1949),
PIMIENTA
os mais
,
LEINZ
e LANCE
se acrescenta
(JOST, ob.cit.).
bibliográfica,
RUELLAN
(1940),
me
enquanto
para a costa sul-brasileira
análise
(1947-1949),
subsidente
com a maioria
brasileiro, muitos
tectônica
em duas bacias
subsidente
para a Bacia de Pelotas.
(1953-1957),
mente
levemente
faz uma detida
trabalhos
foi nitidamente
do que acontece
no litoral
particular,
se individualizou
-
por DELANEY
falhamentos
recentes,
o sistema
de falhas
(1956),
atribui
e feiç~es morfológicas
conferindo
aos primeiros
Coxilha
das
relaç~es
en-
e depósitos
sedi-
idade pleistocêni-
ca.
Entretanto,
feíç~es
morfológicas
sultantes
vata{
J05T
(ob.cit.),
que PICADA
de atividade
e Chico-Lumã
unicamente,de
movimentos
a formação
(ob.cit.),
tectônica,
e o próprio
explica
das mesmas
considerou
ou sejam os banhados
rio Cravata{,como
eustáticos
que marcaram
como rede Cra-
conseqoência,
a ~ltima
gra~
22. --
.l
- 22 -
de regressão
marinha
Os resultados
no holoceno.
de pesquisas
sobre a estrutura
do sul do Brasil e do Uruguai,
,
1966 pelo Coast and Geodetic Survey dos Estados
rie de dados
a origem
que ela parece
pr~-existentes
Mar,
iniciando
o
c o m pIe
,
tambem
sísmicos
continental
te suposta
mentos
através
efetuados
dimentos
atrav~s
d o
de Pelotas,
a continuação
para detectar
(ob.cit.),
de direção
revelaram
na
leste-oe~
a presença
sem evidência
obtidos
de sedl
alguma
imperturbados
de fa-
a ausência
ao longo da referida
(ob.cit.),
intensos
falhamentos
de ativida
perfis
sísmicos
que se extende
consti tuindo
mais jovens,
continen-
falha.
a leste da Bacia de Pelotas,mostram
deformados
dos mes-
pelo menos
da plataforma
mostram
ainda BUTLER
a~ longo
~tendendo-se
a sua existência,
sedimentos
çam. Localmente
e r r a
Sul Riograndense
norte da Bacia
do cone de sedimentos
levemente
bre os quais
a n c e s t r a 1 daS
Su-
ob.cit.).
descreve
lude continental
ao limite
realizados
recente
Conforme
no cretáceo
co~
da Bacia de Pelotas.
da zona mais interna
tal. Os sedimentos
Mais adiante,
leste do Escudo
dados gravim~tricos
sugerem
de tec~ônica
mo n t a n h a s
e
imperturbados,
(BUTLER,
mos perfis
d
de direções
~
por DELANEY
Entretanto,
em parte,
x o
da falha gravitacional
horizontais
lhamentos
Pr~-Cambriano.
a porçao
No que diz respeito
margem
luz uma s~-
ao longo
em bloco que ocorreram
o desenvolvimento
os perfis
à
da Bacia de Pelotas,BUTLER(ob.citJ,
do embasamento
o r i g i n a n d o
separou
trouxeram
ter se desenvolvido
clui que os falhamentos
p e r i o r
(1970),
,
da Ame-
Unidos
importantes.
Referindo-se
afirma
por BUTLER
em
executadas
gem continental
rica e apresentados
rasa da mar-
pelo ta
velhos
se
aI tos estruturais
so
imperturbados,
indicam
se adelga-
mobilidade
dos se
23. -
_L
_I.
'"--
-
--
-
-
Este
dimentos sotopostos.
ter
resultado
tas
em direção
dência
do
de
cone
de
um deslizamento
ao
pacote
assoalho
sedimentos
dos
oceânico,
sedimentar
deformados,
estratos
ou
depositado
da
por
pode
Bacia
simplesmente
sobre
-
23
de
Pelo
por
subsl
o talude
con-
tinental.
A
,
analise
vidades
de tais
deposicidnals
,
Provincia
tas
instalou-se
cretáceo,
Costeira
na
do
borda
Rio
do
Grande
(1965)
iniciando
as atia-
da
estabelecimento
Escudo
do
Sul
linhas
de
fraqueza
tectônicas
bacias
apud
do
costeiras
BUTLER
Sul,
a Bacia
Fato
(ob.cit.),
observado
que
resultam
o
incontestável
paralelas
contemporâneas,
Pelo-
durante
tectônica
pr~-existentes,
escudo.
de
Riograndense,
uma movimentação
de
das
que
no
de
direções
ioria
crer
culminaram
atrav~s
longo
lhas
que
a
leva
--
tual
~o
dados
na
a vegrande
m~
KENNEDY
um pronunciado
de
segundo
e con
(
tlnuo
afundamento
mitantes,
embasamento,
provavelmente
fundamente
situada
Em que
denciados
elos
do
ora
erosivos
controlado
no
pese
a Bacia
ções
tectônicas,
lhamentos.
cos
como
que
Fazem
Pelotas
os
se
sentido
se
pro-
traduz
plataforma
deste
autor,
sico
Superior),
BUTLER
grande
uma vez
(ob.cit.),no
considerações
sobre
reativação
episódio
de
de
hoje.
Nas
Wealdeniana
tectônico
sedl
a evolução
(1967).
fa
ass{sml
pacote
continental
da
moviment~
de processos
ALMEIDA
insta
ausência
da margem
por
efeitos
que
sintomática
ci-
pedimentação
a grandes
resultaram
brasileira.efetuadas
vras
as
deduzir
alheia
na
por
evipelos
de
processos
houveram,
pois,
último
influência
ora
manteve-se
o talude
os
alguma
cone o
epirogênicos
pode-se
descritos
constitui
falhamentos
e sedimentação
1965),
o que
Estes,
tais
mentar
de
sem
movimentos
consequentes
(BIGARELLA e ANDRADE,
lada,
por
de
subsidência
e seus
ou
manto.
a existência
pela
com
registrado
da
pala-
(Jurásna
24. L
- 24 -
plataforma
brasileira,
no Quatern~rio
pleta
calma
Aspectos
novamente
se faziam
no decorrer
sentir
do Cenozóico
as condiç~es
e
de cOm-
tectônica.
Estratigr~ficos
Cessados
os eventos
cia de Pelotas
táculo
atenuaram-se
tectônicos
constitui-se
de sequência
que lhe deram
durante
sedimentar
JOST
todo o Cenozóico
de aproximadamente
de espessura
máxima,que
Sedimentação
brigem,
(ob.cit.)
a B~
no recep-
1 500 metros,
denomina de Sequência
de
da Bacia de Pelotas.
Partindo dos trabalhos de OELANEY (1965), e CLOSS (1970),
e, JOST,
PINTO e LOSS
próprias
observaç~es
Planície
Costeira
senta
Costeira
durante
na escala
em seu trabalho
Planície
(1971),
sobre
o mapeamento
de 1
do Rio Grande
registra
o autor
marinhas
e baseado
do Sul
-
(ob.cit.)
Brasil",
que se repetiram
apr~
a melhor
sobre a estratigrafia
iniciada
da
Norte da
da Região
uma origem a partir
em suas
norte
da região
500 OOO,JOST
a sedimentação
em suas litologias
es e regress~es
:
"O Quaternário
tese e os dados mais recentes
sequência.Segundo
entre outros,
sin
da referida
no Mioceno,
de transgress~
no espaço
e no tempo
até o Holoceno.
A seguir apresenta-se em linhas gerais,os caracteres pri~
A
cipais, das unidades
sedimentar
tando-se
estratigráficas
da Província
Costeira
que comp~em
do Rio Grande
o fato de que as relaç~es
.
a sequencla
do Sul, salien-
estratigráficas
dos depósi-
são v~lidas apenas para a parte
tos post-miocênicos,
,
bacia, area em que foram estudadas com maior detalhe.
norte da
25. - 25 -
o Mioceno
Continental
Os primeiros
na Bacia
de Pelotas
,
descontinuo
te
didos
eventos
sobre
de
estão
sedimentares
retratados
,
depositos
o embasamento
tem registro
de que se
por um tapete
continentais
cristalino,
lateralmen-
e mixo-halinos
sem denominação
eeten-
formal,
identificado por CLOSS(ob.cit.) a partir das já mencionadas so~
dagens efetuadas pela Petrobrás na região. Constituido por sedimentos
clásticos,
conglomerados,
areias
argilosas,
areias
conglomeráti~as
e
todos
ro a avermelhado,
de natureza arcoseana e côr castanholesc~
, .
' .
o deposlto apresenta uma espessura maXlma de
100 metros na região central da Bacia (Mostardas) a partir de
onde desenvolve um "pinch out" para sul, desaparecendo na sondagem
de Cassino,
reduzida
reaparecendo
ao sul deste
para 10-20 metros.
esta unidade
Em sua maior parte afossillfera,
sondagem
com uma espessura
de Mostardas
flagelados
um grande
número
e histricosferldeos,
de grãos
os quais
mostra
de pólen,
indicam
na
din~
idade miocêni
ca.
O Mioceno Marinho
Igualmente descrita por CLOSS (ob.cit.),e constituida por
-,
,
intercalaçoes de argilas plasticas, argilas arenosas ou calcareas,
e areias
côr esverdeada
finas e grosseiras
a cinza,
oscila
entre
metros
na sondagem
siderável
40 metros
esta unidade
na sondagem
de Mostardas,
a espessura
com raros
dos bordos
mostra
da Ponta
aumentando
seixos,
uma
espessura
do Juncal
assim
para o centro
todos
de
que
e 1 153
de modo
con-
da Bacia.
O contato inferior, faz-se ora com o embasamento cristali
no ora com os depósitos continantais,
retratando como descre-
26. - 26 -
veu JOST (ob.cit.),
região
primitiva.
Enquanto
is diversas,
a base do depósi to aparece em profundidades
fruto da paleotopografia
o topo encontra-se
Baseando-se
min{feros,
biente
um nítido "overlap" transgressivo sobre a
marinho
irregular do embasamento,
a uma profundidade
relativamente
na fauna ali encontrada,
ostracodos
e moluscos,
de águas
que 100 metros,
quentes
CLOSS
constante.
constituida
(ob.cit.)
por for~
admite
um am
menores
com profundidades
para a deposição
as m~
do
o qual somado
desta unidade
às características acima enumeradas, tornam evidente a sua ori
gam a partir de uma transgressão marinha.
Formação Graxaim
A Formação Graxaim foi definida
por DELANEY
realizado
(ob.cit.),
pela Petrobrás
Camaquã,
Rio Grande
Redefinida
tituida
malha,
tendo
na localidade
por JOST
cinza e amarelo,
(ob.cit.),
tipo o poço Gast-l-RS
Graxaim,no
a referida
de sedimentos
textural
podem ser agrupados
ca e outra
como secção
município
de
do Sul.
por um conjunto
os quais
e descrita sucintamente
formação
inconsolidados
e mineralogicamente
em duas fácies,
~ cons
de côr ver
imaturos,
uma conglomaráti-
arano-síltica.
,
entre um max~mo de
.
A espessura
destes
sedimentos
oscila
270 metros na sondagem de Mostardas, decrescendo gradativamente de valor para oeste até tornar-se nula de encontro aos contra-fortes
do Escudo
Distribuindo-se
provavelmente
permite,
Pré-Cambriano
a oeste.
por toda a Bacia. de Pelotas
para a plataforma
pela uniformidade
Continental
estendendo-se
a Formação
de suas características
Graxaim
e pela rela
27. - 27 -
tiva constância
sua deposição
de sua espessura
a subsidência
Segundo
o Mioceno
pós-Miocênica
período
a um "overlap"
marinho,
de deposição
progressivo
constituindo
produzida
que na ~poca
uma ampla
Formação
marinho
nao
cobertura
pelo desenvolvimento
a superfície
ores da área fonte.
vos se encontram
o número
sedimentar
de grandes
Graxaim
de substituição
leques
nesta
Com efeito,
em alguns
níveis,
Pleistoceno
no ou talvez
desconhecido.
possa apresentar
progrediu
mas
Esta situação
relações
para leste,
de um "o
do
marinhos
su
Mioceno
acompanhando
de praia do Mar Miocênico.
as associações
permitiram
permanecendo
que supõe,
~
pr~
transgressi-
continental
sequência
das
cada vez mai
marinhos
com os depósitos
da primeira
o recuo da linha
a distâncias
com depósitos
de suas recurrências
se a deposição
fera,
Níveis
intercalados
gere que a Formação
verlap"
miocênica
Gra
sobre
aluviais e deltas sub a~reos,que ~s expensas da dissecaç~o
,
are as fontes, cresceram continuamente para oeste recobrindo
gressivamente
de
da bacia era generalizada.
JOST(ob.cit.),o
xaim corresponde
total,antever
tenha
a CLOSS
dúvidas
(ob.cit.),
sobre a parte
sido depositada
no Mioceno
encontrados
de foraminíferos,
enquadrá-Ia
no
basal afossilí-
prouavelmente
no Plioce
Superior.
,
O aporte
de material
sólido
foi
proveniente
de uma area
fonte submetida a condições climáticas cíclicas, de natureza ú
mida alternantes com semi-áridas quentes (J05T, ob.cit.).
A Formação Graxaim
unidade
~
litoestratigráfica.
tindo da identificação
descrita
por J05T
BIGARELLA
cíclicas,
e ANDRAOE
como uma
(ob.cit.),
pa~
de superfícies
de pedimentação,
pedime~
,
na periferia das varias Bacl
tos e paleopavimentos
que ocorrem
,
as Quaternarias da costa brasileira,
climáticas
(ob.cit.)
propõem
resultantes'de
a subdivisão
variações
da Formação
Graxaim
28. - 28 -
em três unidades
cronoestratigráficas
Craxaim I (Illinoisan),
ção Craxaim
111 (Nebraskan),
ções climáticas
onando
de
11 (Kansan)
e Formaa condi-
por sobre a área fonte proporci
morfogênese
,
umido
clima
Craxaim
cada qual correspondendo
de semi-aridez
ali uma intensa
,
periodos
Formação
de Formação
denominadas
durante
os
quais
por
interrompida
mecânica
de
processos
atuaram
dissecação
vertical
sincrônicos
com os processos interglaciais,
obedecendo
o aporte
de material
que veio constituir
Craxaim
em largos
traços,
um esquema
cíclico
a Formação
Resistasia/Biost~
sia.
Formação
Chui
A Formação
midades
Chui definida
da Barra do Arroio
por DELANEY
Chui, onde se localiza
po, é constituida por areias quartzosas
semiconsolidadas
e muito
(ob.cit.),
como sendo a formação
Planície
mais
sua secção ti
amarelo avermelhadas,
bem classificadas.
10 autor
nas proxi
Foi considerada
p~
jovem do
Pleistoceno
da
a Formação
Chui mostra
uma
Costeira.
Redescrita
espessura
máxima
de Palmares
CLOSS
por JOST
(ob.cit.),
de 50 metros,
do Sul efetuada
conforme
se observa
pela Petrobrás,
na sondagem
e apresentada
por
(ob.cit.).
Ali, ela se constitui
ma basal
(20 metros)
com peleclpodos,
intermediária
calmente
conchas;
constituida
tratando-se
(5 metros)
arenosas
fundamentais.
de areias e
nominalmente
constituida
e siltosas
uma de topo
bem classificadas,
de três litologias
de
não consolidadas,
ar gilo-s-as
uma
de uma coquina;
argilas
de côr cinza,
(15 metros),
are ias
expressa
u-
plásticas
10-
com fragmentos
de
por
localmente
areias
finas
argilosas
e de
29. - 29 -
côr cinza ou amarelo pálido.
A descriçio
desta
funda
mostrando
fácies
caracterizando
fase transgressiva
arenosas
e a mais
durante
sa, intercalada
entre
transgressiva-regressiva
de águas
rasas,
de submersio
superficial
a mais pro-
à
correspondentes
caracterizando
as are-
resultantes
ia para leste,
que a Forma-
ao "autor,
.
sequencla
as areias
ias de emersio
sugere
...
de uma
çio Chui compõe-se
completa
sucessio
,
do gradativo recuo da linha de pra,
,
o estagio regressivo. Uma facies argil~
as duas anteriormente
citadas,
correspo~
~,
de a deposiçao
em aguas mais profundas.
,
fossels
.
Baseando-se
profundidade
no estudo
de 45 metros
do Sul e Cassino,
dade desta
intenso
(1969) determinou
continentais
que constitui
ta da carga
realizadas
a uma
em Palmares
como Holocênica
a fase transgressiva,depositou-se
os sedimentos
material
nas sondagens
coletpdos
a i-
formação.
Durante
sobre
FORTI
de moluscos
elástica
procedente
retrabalhamento
ção Graxaim,num
das areias
ambiente
Assim o
de submersão
resul-
das áreas emersas,
dos sedimentos
somada
praial
a um
da Forma-
continentais
predominantemente
Chui
Graxaim.
da Formação
a fácies
a Formaçio
e marinho
ra
so.
Durante a fase regressiva, o mesmo processo, envolvendo ~
"
,
gora,alem da carga clastica naturalmente trazida das areas fon
te emersas,
o retrabalhamento
sal e intermediária
de suas próprias
responsável
pela deposiçio
sequências
da fácies
badas
~
reias de emersão.
Esta última,
çio Chui na atual
es morfológicas
cilante
cit.).
correspondente
Plan{cie
a serem
para o episódio
a porçio
Costeira,
descritas
aflorante
retrata
através
da Formade feiçõ-
posteriormente, um caráter
regressivo, conforme
observou
JOST
o~
(ob.
30. - 30 -
Durante
os trabalhos
de mapeamento
da margem
goa Mirim,
realizados
em julho deste ano,JOST,
(inédito),
observaram
na porção
rias intercalações
relado
de níveis
superior
VILL~OCK
da Formação
ricos
"
em concreçoes
dos de ferro
e manganês.
to-estratigráfica
calcareas
Tais níveis,
que foi denominada
depositados
em ambiente
alternância
com os níveis marinhos
existência
de vários
nica,provavelmente
Chui, vá-
de côr cinza ama,
de estruturas primarias,
~,
porem,
e LOSS
argilo-arenosos
a cinza esverdeado,desprovidos
,
oeste da La-
e pequenos
compondo
de ox~
uma unidade
de Formação
predominantemente
.
nodulos
foram
Mirim,
A sua
continental.
da Formação
Chui
li-
retrata a
trans-regressivos
de idade holocê,
,
correlacionaveis
aos ja determinados na paE
te norte
da Planície
Formação
ciclos
Guaiba
Durante
segundo
origem
(ob.cit.),
a uma costa
"inlier"
vales
condições,
granítico
sob condições
da deposição da Formação
o mar invadindo
submergente
dos antigos
Nestas
acima referidos.
a fase transgressiva
JOST
ao longo
Costeira,
a área continental
do tipo "Ria",
de Porto Alegre
e Viamão uma bacia
denominou
determinaram
estratigráfica
mação
de finos pacotes
intercalados
em uma massa
a individualização
formalmente
denominada
e norte
do
restrita,
formalmente
~
viais
com afogamentos
orciginou-se a oeste,noroeste
de bala, que o autor
marinhos
deu
fluviais.
cia de Porto Alegre.
,
Nestaarea,
a deposiçao
dimentares
Chui
de Sa
,
de depositos
se-
de detritos
flu-
de uma nova unidade
li tE
por JOST(ob.cit.)
de For
Guaiba.
A referida
formação
composta
por duas
fácies principais,
31. - 31 uma conglomerática
ridade
melho
textural
rantes,
e se estende
à
sincrônica
~
ambas
variável
Formação
Chui.
Graxaim,
posteriormente
clicamente
ternam
durante
leitos
,
a rapidas
pondentes
Formação
a regressão
por aluviações
finos
auge
de areias
branco
a Formação
e cin-
da
aflo-
transgressão
sob con,
Chui, e
foi acrescida
grosseiro
,
e
Guaiba
teve início
oscilante
de material
do ver-
a 2 500 km2.
Sua deposição
de nlvel do mar elevado,
matu-
desde 1 a 10 metros
por uma área superior
sobre a Formação
variando
subordinadamente
(
dlçoes
de pronunciada
de tonalidades
e ao castanho,
uma espessura
Assentada
.
e mineralógica
ao amarelo
zento, mostra
e outra arenosa,
ci-
no qual se al-
corres-
finas bem selecionadas,
~
ingressoes
marinHas.
Itapoã
DELANEY(ob.cit.) denominou de Formação Itapoã uma unidade
de cerca
nulação
de 75 metros
fina a média
das, assentada
Itapoã
deste
de espessura
com grãos
sua secção
por mais de 75 km.
ter sido a Formação
ao que atualmente
cristalino
existe
depositada
num
quartzosa
tre promontórios.
mais
unidades
de
para norde
ambiente semelhante
na costa da Ilha de Santa Catarina,o~
(
esta sendo acumulada em balas
Atribuiu-lhe
do Quaternário
Os trabalhos
na Península
a possibilidade
,
de a areia
de gra-
bem seleciona
tipo, estendendo-se
o autor admitiu
Itapoã
quartzosas
bem arredondados,
sobre o embasamento
onde escolheu
de areias
de JOST
arqueadas
uma idade mais antiga
da Planície
(ob.cit.),
en
que as de
Costeira.
revelaram
uma série
de no
por
que lhe permitiram modificar o estabelecido
.
"
especlalmente
no que se refere a sua natureza e as su
vos elementos
Delaney,
as relações
estratigráficas
com as demais
unidades
da região.
32. l
- 32 -
Aumentando
se estende
sua área de ocorrência,
que
,
desde a Barra do Ribeiro ate Tor-
consideravelmente
descontinuamente
res, totalizando cerca de I 200 Km2 a Formação Itapoã, segundo
JOST (ob.cit.), caracteriza-se por uma série de corpos de arei
as quartzosas,
com matriz
de granulação
silto-argilosa,
característico
nalidades
cimento
castanho
bem selecionadas
fina a média,
ocasionalmente
ferruginoso
avermelhadas
atingindo
e um
15%
que via de regra conferem
e amarelas
a grande
e
maioria
to
de
seus afloramentos.
A espessura é variável de acordo com a localização e atin
,
,
ge um maximo de 90 metros na area de sua secçao tipo.
,
,
e morfológiBaseando-se nas caracteristicas
litologicas
~
cas, JOST
tante
(ob.cit.)
considerou
de uma sucessão
a Formação
de cordões
Itapoã
de dunas
como represe~
fósseis
que delimita
(
antigas
linhas
de praia estacionárias
.
nlvelS
a diferentes
do
~
mar,
durante
superior
a regressão
da Formação
As observações
responsável
pela deposição
da porçao
Chuí.
de campo permitiram
a JOST(ob.cit.)
estab~
estratigráficas
entre a Formação 1
,
ja mencionadas em JOST, PINTO e LOSS
lecer
as seguintes
relações
tapoã
e a Formação
Chui,
(ob.cit.):
"Em
cada
porção
,
area
de
sua
da Formação
A'
ocorr.encia
ela
Chui que se situa
este, mas mais velha
que aquela
e mais
jovem
que a
para o seu lado 0-
situada
para o seu lado
leste;
suas relações
da Formação
só são intimas
Chui,
com a sequência
não possuindo
transgressiva;
"
em consequencia e licito
relações
regressiva
com a sequênc!
a basal
A
-
é
mais
afirmar
jovem que 90% da sequência
ção da Formação
Chui..."
que
a Formação
global
Itapoã
de sedimenta-
33. - 33 -
~
Itapoa
cas de uma deposiç~o
apresenta
em seu conjunto
predominantemente
aram a de outros
ambientes
etc.),
do que acontece
a exemplo
tes das praias marinhas
Laterita
que se expõe
a planície
DELANEY
Serra
ao longo
costeira
(ob.cit.),
e FORMOSO
1970
menores
(fluvial,
(
da Planície
marinha,
de dunas recen
atual.
de uma franja
limitrofe
entre
designada
foi reconhecida,
mais tarde estudada
)
,
edafo-estratigrafica
PINTO et alii
o escudo
e descrita
detalhadamente
1970
(
e
por
por JOST
e JOST et alii
)
).
máticas
é
mido,os
coluviações
com JOST
climáticas
como apontara
parte
GARELLA
Laterita
permite
envolvendo
do Terciário,
e ANDRADE
com as demais
~
(ob.cit.),
fato em parte
e
de Tapes,p~
uni
que as con-
o seu desenvolvimento,
a-
da Formação
mas sim durante
parte do Holoceno
(ob.cit.).
Serra
da epoca da deposiçao
DELANEY
de
e Itapoã.
estabelecer
,
antes
de clima ú-
e o consequente
Guaiba
que mantém
que proporcionaram
nao so durante
o Pleistoceno,
Graxaim,
estratigráficas
,
por uma alternân-
com outras
parcial
cli-
que hoje nela se intercalam
(ob.cit.),a
anteriormente,
que a Laterita
sob condições
caracterizado
sua erosão
sobre as Formações
descritas
Graxaim,
desenvolvido
de paleopavimentos
Ias suas relações
~
depreende-se
de clima árido alternados
De acordo
tuaram
das atuais,
quais promoveram
senvolvimento
dições
um paleossolo
diferentes
cia de épocas
mente
lagunar,
Costeira
unidade
de Tapes,
1971 A e 8
de Tapes
dades
~ qual se assoei
com os cordões
Dos trabalhos acima citadds,
Serra
e~lica
Serra de Tapes
A Laterita
(
'
caracteristi-
~
A Formaçao
e também
já considerado
todo
provavel~
por 81-
34. - 34 -
~
(
Formaçao
Gravatal
Definida
por MORRIS
que ele denominou
glomerados
wash",
e ocorre
raná, ao longo
Costeira.
(19~3),
de Formação
depositados
,
a unidadelitoestratigrafica
os terrenos
da depressão
sedimentares
da Bacia
nos limites
,
a idade Terciario
trulha,JOST
entre
(ob.cit.)
para as Formações
mente
sobreposta
Guaiba
a estas
posição
inicia
Itapoã,
continuando
Porto Alegre
constatou
ciona
da Planície
Superior
e Santo Antônio
que a Formação
Gravataí
e Itapoã, encontrando-se
unidades.
Portanto
no final da sedimentação
que DELANEY
após o t~rmino
a ~poca
da Patransi
igual-
de sua de-
das Formações
destas
,
aqui os depositas
(ob.cit.),
Guaiba
e
unidades.
incluiu
atuais
no Recente
e alguns
orla atlântica
Tendo-se
em intima
desde
e tamb~m
em vista
associação
tais de sedimentação
a escarpa
o fato de que,
sobre a região
marinhas,
costeira,
condições
lagunares,
que este quadro
descritivo
agem
nos dias de hoje,
fluviais,
de todo Holoceno,
um sistema
leste da Formaçao
Costeira
,
Chui ate a
ao longo de toda a planície.
e ao considerar-se
to no decorrer
sub-atuais
da Planície
~
a que se estendem
laborar
ou
Atuais
Enquadram-se
eólicas
do Pa-
Inferior.
Na área situada
Depósitos
e "sheet
perif~rica
O autor lhe atribui
,
Quaternario
por con-
de "flash flood"
por processos
sobre
~ constituida
Gravata!
avalia-se
ambie~
paludais
não se modificou
a dificuldade
para os eventos
do Holoceno
e
mui
de eSup~
rior.
Com efeito,
apesar
de serem muitos
os trabalhos
executa-
35. ,
dos
~
35
-
~
sobre tais depositas, nao existem condiçoes de ordenar es-
tratigraficamente
as v~rias
Na realidade,
processos
nuam agindo
te mais
verificou-se
respons~veis
poã, considerando
j~ descritas.
no presente
pela deposição
apenas
das Formações
os mais importantes
que os
trabalho,
Chui e It~
em volume,
conti-
os depósitos
da pa~
continental e os praiais
,
superior, ja emersa, equivalem-se
que se
atualmente.
interna
unidades
Para exemplificar,
da plataforma
acumulam
na sua parte
Formação
Chui, enquanto
que os extensos
campos
aos da
de dunas
que se
,
extendem do pos-praia para o interior correspondem aos da Formação
Itapoã.
Uma vez que o material
se principalmente
do retrabalhamento
em movimentação
gicas
mais
dos depósitos
anti-
"
~
gos,
origina-
nao existem,
e ambientais,
se chamava
no que diz respeito
diferenças
a caracteristicas
marcantes
entre
litolo
estes e
o que
de Recente.
,
Do mesmo modo, a maioria dos depositos paludais encontrados na região,
de antigas
teira
representam
lagunas
no decorrer
Torna-se
que permita
o exame
fases mais adiantadas
e lagoas
abandonadas
da regressão
.assim extremamente
fazer
divisões
das litologias
da colmatagem
(.
p 1anlCle cos-
sobre a
holocênica.
difícil
encontrar
cronoestratigr~ficas
ali encontradas.
um critério
tendo
em base
,
,
Via de regra e possi-
vel, isto sim, estabelecer unidades litoestratigráficas cuja !
,
e muitas vedade varia de local para local 8 cuja ocorrência
zes descontinua, uma vez que sua deposição resultou de um ver"
,
dadeiro bailado, continuo e ciclico, de varios ambientes part!
culares de sedimentação, por sobre a mesma região.
Excluem-se
te de importância
destas
considerações
secundária
rial que chega a Província
as acumulações,
resultantes
Costeira
da deposição
trazido
pelos
geralmende mate-
,
cursos d'a-
36. .L
-36
gua proveniente
-
das terras
altas que lhe margeiam.
"
que a;divisao litoestratigrafica
e insuficiente pa~
,
a sucessao geral dos eventos geologicos mais moder~
Desde
ra definir
nos da região,
morfológicas
tabelecer
buscou-se
impressas
numa detida análise
na superf{cie
do terreno
dados
para 8S-
a sua evolução.
,
A experiência
guintes,
g80-
das feições
que uma vez estab~lecidos
so evolutivo
da região
f
.
como sera V1Sto
mostrou,
durante
nos capltulos
os grandes
o Holoceno
traços
torna-se
se-
do proce~
fácil enqu~
drar determinados
tipos de depósitos e compreender o que repr!
,
,
no panorama geologico da P~ovincia Costeira.
sentam
.
,
da Area de Estudo
~
~ltuaçao
Levando-se
em conta
os aspectos
estruturais,
tectônic~s
estratigráficas anteriormente apresentados, ~ poss{vel
dir a prov{ncia
lementos
-
Costeira
geológicos
do Rio Grande
e
subdivi
do Sul nos seguintes
e-
maiores;
o Embasamento,composto
pelo complexo
cristalino
pr~-ca~
/'
briano
e em parte pelas sequências
zóicas
da Bacia do paraná,
portando-se
instalação
na sua borda leste,de
ção marginada
ti tuiu-se
na
te interna
-
a Bacia
mulando
área
fonte
da margem
.deu
uma bacia
dos
sedimentos
com-
lugar
a
de sediment~
então
acumulados
cons
na pa.E.
continental.
que pelo menos
de sucessivas
uma espessura
de sedimentos,
instável
por uma área posi tive.que desde
de Pelotas"
foi palco
,
o Cretaceo
que durante
plataforma
como uma
e mesQ-
paleozóicas
transgressões
a partir
e regressões,
de aproximadamente
que mergulham
do Mioceno
suavemente
ac~
1 500 metros
em direção
ao ~
37. ,~
- 37 -
ceano,
constituindo,
uma homoclinal.
subsidência
Durante
nor ao sul.
A partir
no Mioceno,
mizado
da ba-
de diferentes
a maior
de ser superada
tando
a regressão
mação
Graxaim.
mais
parece
momento,
cada vez mais a
tesul-
basal da For
de então as transgressões
nas sequências
eustáticos
ainda
ter se unifor-
na porção
do que por isostasia,
los movimentos
e a me-
pela taxa de sedimentação,
A partir
de
de um eixo
e Rio Grande
atenuando"'se
que se retrata
registradas
espessuras
ao norte
de um determinado
a taxa de subsidência
ponto
postas,
uma compartimentação
de Pelotas
em toda a bacia,
gressões
taxas de
em duas partes,
cidades
estrutural,
diferentes
a acumulação
que passa pelas
ponto de vista
o Mioceno
proporcionaram
cia permitindo
sedimentos
segundo
e re-
soto-
sedimentares
foram controladas
que generalizadamente
p~
ocorre-
ram em todo o mundo, durante o Pleistoceno. As variaçõ,
,
es climaticas que se sucederam nas areas fontes influen
ciaram
nitidamente
a Cobertura
regressiva
parte
sobre a sedimentação.
Holocênica,constituida
retratada
da Sequência
na Formação
de Sedimentação
pela sequência
Chui.
Embora
da Bacia
trans
fazendo
de Pelotas,
,
individualiza-se
responsável
pela maioria
cas que modelam
Sul e configuram
dional.
a cobertura
holocênica
das grandes
a Planicie
Costeira
a atual linha
Transgredindo
uma vez que e
feições
morfológi-
do Rio Grande
de costa
sobre as unidades
do
do Brasil Merimais antigas
da
bacia
e mesmo, em alguns locais, sobre o seu embasamen,
to, como e o caso da Bacia de Porto Alegre, a cobertura
,
Ao,
holocenica
ficas
tadas.
cujas
encerra
uma serie de unidades
caracteristicas
litoestratigr~
foram anteriormente
aprese~
38. - 38 -
É exatamente desta cobertura sedimentar holocênica que,no
presente
trabalho,se
evolução
geológica.
ção norte
barreira
Atlântico,
a área escolhida
arenosa
que' separa
linhas
abrànge
a Lagoa
de
a po~
dos P~
ao conti-
~
onde forçosamente
dicionaram
estao
a sua formação
Conforme
se observa
registrados
no mapa geológico
(
ali representados
a Formação
praial 'lagunar e praial marinho,
A sondagem PS st
localidade
de Palmares
-
I
lagunar,
do Sul, centro
tra uma espessura
de aproximadamente
depositados
o embasamento
sobre
,
estratigrafico
Litorânea,
a Formação
paludal
nas
Chui
,
e eólico.
p r o x i m.i d a de
400 metros
s
da
mos-
da área escolhida,
cristalino,
,
das Terras
e sub-atuais,ambientes
efetuada
RS,
-
atu~is
parte
Arenosa
pré-cambriano,
e os depósitos
na fig~
.
e da Planície
pelo embasamento
ltapoã
que con-
apresentado
em superflcle,
de Porto Alegre-Viamão
constituidas
os eventos
e desenvolvimento.
~
ra 1, estao
Altas
as grandes
na parte onde ela se ancora
.
nente,
estabelecer
Para tanto,
da grande
tos do Oceano
pretende
de sedimentos
cujo perfil
lito-
i
e reproduzido
na figura
2.
GEOMORFOLOGlA
Para melhor
que atuaram
compreender
os complexos
na área em apreço
e que ainda
fen8menos
hoje
geol~gicos
se manifestam,
construindo e destruindo as mais variadas feições do modelado
,
,
topografico, nela efetuou-se um reconhecimento
geomorfologico.
Exterioriza
-
se
a maior
parte
da Província
Costeira
(
.
R10 Grande
do Sul, em superflcie,
rea de terras
GUElRA
baixas,
(ob.cit.)
Abrangendo
cêrca
de 47 150 Km2,
de Planície
as porções
sob a forma de uma extensa
Costeira
leste
denominada
do Rio Grande
do Estado
do
,
a
por NO-
do Sul.
do Rio Grande do
39. .I.
----
- 39-
30°15',
N
Ô
LAGOA
DOS
PATOS
FIG.1
-
Esbôcogeológicoda porcãonorte da barreira múltiplada Lagoa dos Pg
tos' e situacão da área no Estado.
10'
4
ESCA LA:t.
12
e
28°
ARGENTINA
16 km
400.000
LEGENDA:
Estrados..... . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . .----_.-
, ..~
Drenagens
o
Z
4J
<.>
,...
Dep6sitos e6licos e pralals marinhos atuais...
Dep6sltosagunores, pralalslagunares,palul
k~t{j
~
o dois, fluviais,indivlsos, atuais e sub-atuais..~
...J
o
::c
/tapoõ Indivlso
~... .
.., .
Chuí Indiviso,
:{ Embasameto .
~rls;all~~
: :
..:..
.....:
..
§
URUGUAI
-+
33°
50°
11
d".nho:
o.borbolo
40. -
~-~~----',,,"
,
~~
,~,",.'~--~.,~-,,._"._-"~
0-
Aráa
,,-",-'~"._""'-'-~--'--~I
fi;"". !l,.r;; ,;"n,'j(i,caÔC. i"oGn'ci'dGd,~.
("f"'?
;J,r{i;J~ pJâstiça.
de ccr;;.);;3. '
For.'pc;ç(i.)
C(11J!'
I
t,m
.
I
frê,;".oM,;J
i
I
C0C;Ji~Q, prim6ri<iI71';"I' P"!~çÍpJdG$.
50Argilc. ['i"sli:.;;. (;iu~nla.) "$'!ercead'J.
I
Areia. qro5só a f.pc, bom .;ic$5d!ccdoJ.alguns
$0,'<0$, cS,", ciores.
Argila. plasliea.
100-
1
I
I
!
ciil2€nla.
j
Fi,rrnGCOO
!
:"r"Y'"n":
ArÚa. mlli'~ fine, bo", G"l;;,;'~i:J.!J.chzó!1!a.
150-
I
I
Argi le plàs! í~Q. ala":;'(~
cinz"í>tJ ° ""vsrJeçda.
,Ci"'",,'~; a.-'?r-osc.~.
I
200-
!
Arei" finJ ° g70O$0, Qlgumo$ ccmacas 0€ org.:'".
I
I
cir.z~i1la o as/erao;.)a.
250-
I
'fii(.~cno
..", ,
Merinho
Argila píGS;;CiJ.algu,n
vreia
fina.
esVerGe.1';'i
r, cinz"iJia.
I
I
muita fino
Arelo,
Q "tOSCC, ma!
clczsikarla.
CíÇUM $</XO$, ,','gJJ.;;0S camedes:8
argiia.
I
"
'T
1
I
I
i
L
350Argiil;. comNc!a. ;eq'l"nQs çu')Middd"s de ar.ia.
raros se;xc5, G,"'ur:eihc.;'os.
i
I
M!cceno
i
Gomlnenicl
!
,
--L-
!
400-
C,er;;,;n:Jf>1d"s
;)(e05<C(;O$,
Grcnilo$.
!
i
I.
l
FIG.2 ...
.
dQ
i
P~ S'~~'~_'"~7'~
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(:!n~t:2 (107;'...,
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I
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~'li~r t1H1~"~r1f'J
I",O '~H"''''' a.'" ri,!~
~"
,
~"
,-~~
,,.J
dese"bc.
--~
Q.barb~sG
40-
41. e n o r d e s t e d a Re p úb 1 i c a Or i e n tal
Sul
costeira limita-se
pelo
de
640
La
ao
Coronilla
quilômetros
penas
pela
de
e de
bordo
cos te ira,
tro
oeste
Riograndense
tlântico
,
maxima.
as
de:
e scarpas
120
planlc{e
as
arenosa
soerguida
lagunar;
c)
blanície
do
estuário
do
outras,
.
(
prov~nc~a
Geral
Se rra
e do
cen
do Escudo
Sul
A-
e o Oceano
quilômetros
de
largura
costeira
descreve
sob
á
em quatro
litorânea;
b)
planície
d)
rea
aqui
plexa
considerada
barreira
Atlântico,
parte
pa
aClma
a existência
mite
leste,
am-na
Lombas,
interi-
terras
baixas
conforme
soerguido.
Assim
Terras Altas de Porto
* Em encarte
planlcie
permanecendo
3)*,
da extensa
dos
do
Patos
arenosa
a áe com
Oceano
litorânea
e da
Delaney.
soerguida
de
parcialmente
de
suposições
sendo,
(Fig.
'.
nort~
a Lagoa
prejudicada,
falhamentos
que,
comportaram,
de
planlcie
ficou
de
da
Viam~o
das
referido,
separa
parte
"
a Coxilha
a porç~o
que
de
denominaç~o
faz
de
arenosa
soerguida
A
no mapa geomorfoló~ico
constitui
abrangendo
planície
vou
se observa
Viam~o;
a de no-
Guaiba.
Conforme
de
por
a-
da
altas
quais
de
Demarcando
serras
a planície
baixas
e
altas
terras
de
sul
interrompidas
Grande
das
as
a)
ar
mais
da
cerca
terras
por
terras
Entre
divide
de
e ao
importância.
orientais
atinge
Torrês
Rio
menQr
as
as
vertentes
(ob.cit.),
principais
de
e constituindo
a planlcie
minaç~o
de
norte
de
arenosas,
Canal
rios,
ao
e s ta
separadas
ambas
do
p I a n 1c i e
r u,gu a i,
promontório
oceânicas
e Uruguaio.
DELANEY
reas
praias
cem
o sul
pelo
Uruguai,
pequenos
apare
para
no
desembocadura
lagunares
o seu
norte
doU
-
41
abrangi
desde
idade
de
emersas,constituindo
que
da
qual
da
pelo
se
n~o
quaternária
compro-
em seu
m~
li
DELANEY (ob.cit.),teri
parece mais
Alegre-Viam~o,
",
Viam~o
correto
uma vez
denominá-Ia
que
uma
na contracapa.
...'
ilha
assim
se
(JOST,
42. - 42 -
ob.cit.),durante
palco
os vários
a província
Oeste modo,
as unidades
costeira
pode-se
durante
Altas
b) Planície
de que foi
a era Cenozóicao
a área em estudo
em d~
distintas:
de Porto Alegre-Viamãoo
Arenosa
As descrições
basearam-se
transgressivos
compartimentar
geomorfológicas
a) Terras
guir,
episódios
Litorânea.
das feições
morfológicas
fundamentalmente
apresentadas
na interpretação
a se-
de fotogr~
fias aéreas
bem como nas observações efetuadas durante os tra,
,
balhos de campo realizados na area. Na medida do possivel pro,
responsavels
pela
curou-se caracterizar os agentes geológicos
.
sua formação,
os mecanismos
da, a sucessão
7lado atual
cronológica
desta região
.Terras Altas
resultantes
dos eventos
pelos depósi~qs
tiveram ~eus
tos pelos depósitos
O caráter
flancos
Lombas
e a planlcie
Guaiba
de leste
predomihantemente
linear
Alegre-Viamão,
da Formação
pelos
Chui pelo lado leste,os
poã, como é o caso da Coxilha
,
noroeste da area mapeada.
Porto
no mode-
costeira.
este e norte e da Formação
Alegre
que resultaram
e ai~
de Porto Alegre-Viamã6
Cercados
Porto
de sua interação
deste
eólicos
das Lombas
contato,
entre
litorânea
Ita-
no canto
as Terras Altas
entre a Coxilha
( Foto 1 )
de
cober-
da Formação
que aparece
mais especificamente
arenosa
elevados
parcialmente
~
lados
de
das
interpretado
erroneamente
como originado por uma tectônica quebrável quate~
,
,
naria, e na realidade uma antiga escarpa de linha de falha desenvolvida
ter sofrido
ao longo
de fraturas
reativações
durante
Prá-Cambrianas
o Mesozóico.
que podem ou não
43. -
-
43
- - ---'-
-
,
Vista
aerea
do limite
entre
as Terras (
Altas
de A'Porto Alegre-Viamao
e a , Plan~
cie Arenosa
Litoranea.
A esquerda
os depositas
da Formação
Itapoã
(Barreira
de Lombas) e à direita , os da Formação
Chui em parte
cobertos
por
depositas
aluviais
mais modernos.
Escala
aproximada:
I: 60 000
Foto
I
,
Na epoca
-
da
deposiçao
como uma linha
foi
da
de falésias
posteriormente
-
planície
tece
tre
em muitos
Henrique
"inliers"
renosa
Lage
unidade
ondulada,
- "-
em quando,
atingem
do
por
de Santa
aco~
Catarina,
en
invadem
os
dep~sitos
e~licos
~
de metros.
colinas
ao lençol
da
de dunas
caracteriza-se
a cota
que
trazidas
do que atualmente
formando-se
embasamento
em meio
,
eolicas
os campos
geomorfol~gica
comportava
(LOBECK, 1939)
areias
a centena
se
ela
),
do Estado
onde
graníticas
que nao raro
Afloramentos
quando
e Laguna,
constituida
Chui
a exemplo
da costa
que ultrapassam
Esta
ficie
locais
-
line
pelas
adjacente,
de rochas
-altitudes
( falI
soterrada
litorânea
Formaçao
-
dos
por
convexas
uma super-
de natureza
a
100 metros.
cristalino
arenoso
encontrados
são
de dois
de
tipos.
44. - 44 -
Ora constituem
"inliers",
us 102 metros
constituem
,
de altura
a exemplo
destaca-se
janelas, fruto
do Morro
Grande
na paisagem
da exumação
,
,
que com s~
ora
da região,
da superfície
mo e o caso da que ocorre proximo a localidade
rochosa,
co
de Estiva, na
ao longo do contato interdigl.
base do flanco leste da Coxilha,
tado entre as Formações Itapoã e Chui.
Pela sua condição
que mais
dreiras
orientalmente
que fornecem
te as viárias,
se situam,
material
vasas
formam-se
rário.
Estas
rochas
na planície
civis,
depressões
lagoas arredondadas
lembram
em muitos
pe-
especialmen
litorânea.
entre as colinas,durante
pequenas
cristalinas
são eles sede de grandes
para as obras
que se executam
Nas zonas baixas
de
de afloramentos
as estaçaes chu
,
de caracter temp~
aspectos,pequenas
ba
cias de deflação.
porária.
torânea
segue um padrao
Os cursos
d'água
tem seus vales
arenosos
recentes
na de depósitos
denciando
tar holocênica
dendrltico
que descem
e e de natureza
em direção
a planície
de fundo plano preenchidos
que jazem muitas
da Formação
que antes
,
(
~
A drenagem
vezes sobre a superfície
do embasamento,
de deposição
da cobertura
estes vales
li-
por aluviões
Chui que por eles se insinua,
da época
tem
pl.§.
evi-
sedime~
já se achavam
esta-
belecidos.
Ao chegar
line
na planície
", os rios perdem
leques
aluviais
a terrenos
proveitamento
ultrapassando
sua individualidade
que ali recobrem
alagadiços
xa e extensa
litorânea,
e banhados,
rede de canais
das terras
a Formação
a
" falI
espraiando-se
sobre
dando
origem
Chui
hoje drenados
por uma compl~
artificiais que possibilitam
,
como area de cultivo de arroz.
o a-
45. - 45 -
Planlcie
Arenosa
Litorânea
Desenvolvendo-se
Arenosa
Litorânea
tos arenosos
constituida
das Formações
lhados
e cobertos
centes
de origem
vial,
delt~ica,
Dentre
geiam
a leste da Coxilha
entre
Chui e Itapoã,
a costa atual,
eólica,
outras,
ai depósitos
gem, destacam-se
predominantemente
por uma grande
praial,
das Lombas
paludal,
va-se atualmente
os campos
pela região.
de dunas que mar-
e pela extensão
na referida
a existência
o Oceano
Atlântico
lado a ação dos processos
metida
a influência
jetivo
de' racionalizar
se a planlcie
gicas
que abran
sobremaneira.
planlcie
nesta ~rea tor-
sua divisão em
barreira
litorânea
domlnios
arenosa
relacionados
emersa,s~
litorânea
por um
ao mar e pelo outro,sug
lagunares.
a sua descrição
obserambien-
da Lagoa dos .Patos, sofrendo
dos agentes
arenosa
arenosa
de três grandes
ou seja, uma larga e complexa
parando
re-
morfológicas.
Entretanto,
tais,
retraba
lacustre, lagunar,flu
A grande variedade de feições encontradas
,
,
na dificil a escolha de criterios que permitam
subunidades
depósi...
acumulações
que se espalham
pelo seu volume
pelos
parcialmente
variedade' de
recentes,
a Planlcie
Deste modo,com
geomorfológica
em três subunidades
o o~
dividiugeomorfoló
a saber:
1
-
A margem
2
-
A barreira
3
-
A margem
lagunar
oceânica
~
Deve-se
salientar
,
nao e a ideal, uma
que tal subdivisão
vez que a descrição de uma sub-unidade, em muitos casos, impli
,
cara em conhecimento de aspectos relacionados a outra. Tal si~
"
,
tuaçao decorre, em ultima analise, do fato de que toda esta re
46. ,.,
"..
giao resultou
da interação
,
e eolicos,
lagunares
A Margem
no
de agentes
essencialmente
,
dos ul timos
decorrer
tempos
marinhos,
,
geologicos.
Lagunar
O lado oeste
da grande
barreira
arenosa
,
e constituido
,
uma costa lagunar
Diferindo
oceânica,
cujos aspectos
totalmente
as que aqui
Oeste modo,
antes
resultam
da dinâmica
faz-se
junto a costa
da interação
lagunar
tempos
de descrevê-las
rios sobre a sua origem
sao peculiares.
das feições observadas
se observam
e retratam
,
geologicos.
e tecer maiores
necessário
da Lagoa dos Patos,
por
-
morfologicos
rios agentes envolvidos na dinâmica
,
çao nesta regia o durante os ultimas
pectos
,
- 46 -
ressaltar
responsável
dos vá
a sua a
comentá
alguns
as-
em última
a
-
nalise,
pela
Ligada
configuraçao.atual
ao Oceano
de suas
Atlântico
margens.
por um único e
ca-
permanente
,
nal de escoamento, Canal de Rio Grande, a Lagoa dos Patos e uma laguna
rino,
que se comporta
no sentido
de SIRD
Esta laguna
costeira
Possui
como um sistema
estua
(1968).
constitui
das na plan{cie
ta brasileira.
essencialmente
a maior
das
do Rio Grande
massas
d'água
represa-
do Sul e de toda a cos-
uma área aproximada
de 11 000 Km2, este~
,
.
dendo-se
por
250
Km
de
NNE
para
SSE,
com
uma
largura
maXlma
de
60 Km.
A topografia
das margens
tando
mostram-se
as partes
7 a 8 metros
de fundo,
embora
rasas,
mais profundas
e ao longo
tre 10 e 15 metros
(
suave,
oscilando
~
variada. A maioria
entre 0,5 e 1 metro,e~
confinadas
as zonas centrare com
do Canal de Rio Grande
onde oscila
en-
Fig. 4 ).
A movimentação das águas nesta bacia alongada
~
muito po~
47. - ... -~ ~
~ .~
- 47~
---
--
~
PÔRTOALEGRE
".
N
(J
V
,,'
r.
~
~
.<.,"
~
FIG.4 CONFIGURACAO
E BArlMETRIADA
LAGOADOSPATOS
(j
~
ESCALA
10
b
o
10
ZO
.
30
40km
I
Modificado dacartan22140. Divisõo
deHi
drografia e Navegõodo Ministério dã
Marinha.
..t""",
4
d",,,ho:
o. b"rbo,,,
--
48. - 48 -
co influenciada
na região
pela maré
de Rio Grande,
os de apenas
oceânica
que segundo
do tipo diurno
MOTTA(1969),
é,
e atinge
valores
médi-
no nlvel
,
das águas de-
0,47 metros.
Entretanto,
apreciáveis
~
alterações
~
~
correm das variaçoes da vazao de seus tributarios que drenam
ma área de aproximadamente 175 000 Km2, cerca de 5/8 da superflcie
do Estado
do Rio Grande
tas a diferentes
regimes
do Sul,
abrangendo
zonas expos-
pluviométricos.
,
A descarga
para o interior
dos rios desenvolve
da laguna
siao de enchentes
correntes
se projetam
que
em torno das desembocaduras.
o seu efeito
se faz sentir por longos
Por oc~
trechos.
"
Da mesma forma, o regime
dos
ventos
é responsável por~ J
,
,
grandes variaçoes no nivel d'agua ocasionando diferenças de a,
te 2 metros entre as extremidades da laguna.
~
~
As correntes
Ia configuração
comprimento
geradas
da laguna.
da mesma,
xial e correntes
ção da massa
fluxo
partes
d'água
este mecanismo,
CLOSS & MADEIRA
(
As correntes
cima descrita
suspensão
1968
)
geradas
pela movimentação
efetivas
pela moviment~
fino trazido
o fluxo e r~
(1963
em CLGSS
1972
a di~
detalhes
da massa
pela
pelos rios,
~
liquida
a er~
ao longo da laguna.
apenas
),
).
no que diz respeito
sedimentar
~
atmosférica
da laguna.Maiores
(
do
na região
e por consequência,
encontrados
elas são responsáveis
do material
da pressão
e VILLWOCK et alii
de material
ao longo
p~
das margens.
particularmente,
no interior
podemser
ao longo
são responsáveis
de Rio Grande
não são muito
são e transporte
um modo geral
às variações
e controlam,
de salinidade
soprando
uma forte corrente
reversas,
da laguna
na zona do Canal
tribuição
sobre
fracas,
somados
condições são influenciadas
Um forte vento
desenvolve
mais
Tais agentes
em diferentes
nestas
manutenção
De
em
distribuindo-o
49. - 49 -
levando-o
por toda a bacia de sedimentação,
onde o aumento
ção, provoca
de salinidade,
através
a sua deposição
Entretanto,
ao longo
de processos
(VILLWOCK
dos canais
até o extremo
et alii,
sul
de flocula-
ob.cit.).
,
os va-
que intercomunicam
.'
.
rlOS corpos
d'agua
es de nível,
Deve-se
vadas
adjacentes
verdadeiras
tituindo
O material
,
cursos
correntes
bem
muito
~
varlaçofortes.
das profundidades
ele-
como das do Canal Furado e
sedimentar
erodido
e movimentado
.
d'agua
barras
geram
e a manutenção
de Rio Grande,
do Rio do Monjolo.
nestes
marés,
a elas a criaçao
do Canal
a Lagoa dos Patos estas
deposlta-se
nas suas desembocaduras
de areia e deltas
de maré
cons-
o da Lagoa dos
como
Gateados.
~
"
~
E incontestavel
papel
proeminente
exerce um
o fato de que a açao das ondas
no balanço
erosão/deposição
responsável
pela
configuração das linhas de costa. Nesse sentido elas são muito
~
mais
efetivas
do que as correntes
Enquanto
que nas costas
ondas
resultam
da modificação
de
(KIDSON,
ondulações
por refração,
,
de
de areas
provindas
ob.cit.),portanto
independentes
geradas
direção,
do comprimento
difração
das
e refle-
~
geraçao distantes
locais,
as
,
~
na superflcie
velocidade,
1968).
dos ventos
(
ondas
(KIDSON9
as características
oceânicas
~
xao
de maré
de uma laguna
duração
do "fetch"
dos ventos
estao
relacionadas
que sobre
a
ela sopram
sobre o qual o vento atua
(BIRD,
e
ob.
cit.).
Segundo
camente
este último
curtas
em que o vento
e esbeltas,
sopra
ras de até 2 metros.
nar,
transportar
praias,
autor,
esporões
as ondas
das lagunas
particularmente
forte quando
então
Elas são capazes
e depositar
e barreiras.
os períodos
podem desenvolver
de erodir
o material
Removem
durante
são tipi-
alt~
a costa lagu-
erodido,
os sedimentos
construindo
inconsoli-
I
50. - 50 -
dados
mais
do fundo
,
nas areas mais rasas,
profundas,
aplainando
As ondas que chegam
A
angulo de 45
râneas
o
depositando-os
o assoalho
nas partes
lagunar.
com ela um
costa fazendo
a linha de
-
-
.
sao mais efetivas na geraçao de correntes llto-
,
do que as que ali incidem
Estas correntes litorâneas
,
com qualquer
outra
long shore currents
(
direção.
são as res-
)
-
ponsaveis
pela movimentaçao
de grande
quantidade
de material se
r
dimentar,
costa,
contribuindo
que tende
sultante
a orientar(se
dos ventos
Entretanto,
sobremaneira
para o modelado da linha
à
perpendicularmente
de
direção re
que nela incidem.
se a resultante
das não for,a mesma
destes
ventos
que as do "fetch" mais
getadores
de °D
a linha de
longo,
costa orientar-se-á perpendicularmente à bissetriz entre as du
as.
Mudanças
I
nesta
orientação
são sempre acompanhadas tanto
,
por ~rosão
da margem
(
retrogradação
lagunar,
ções alteram
através
lagunar
ventos
de todas
I
almente
uma configuração
ção dos ventos
De acordo
estes
por erosão
vergir
direta
tornam-se
dominantes
e esporões
lagunar
até o pon-
configuração
da região.
forem equivalentes
Se os
em velocidade
pode ser atingida,
ovais em forma,
com a
coincida
a
eólico
)
alongadas
e
mas usuna dire
(BIRO, ob.cit.).
com ZENKOVITCH
processos
progradação
Estas modifica
tornando-se
do regime
circular
(
litorânea.
no sistema
dos ventos
as direções
as lagunas
treitas,
da deriva
parte da praia o "fetch"
das direções
uma expressão
duração,
como por deposição
o padrão [do "fetch"
to em que em qualquer
resultante
)
(1959), em lagoas
alongadas
leva~ ao desenvolvimento
deposicionais
que tendem
de modo
a dividir
a laguna
em uma série
res cuja forma
refletirá
o regime
regional
e e~
de enseadas
a crescer
e con
de bacias meno-
dos ventos
(Fig.5).
e
52. - 52 -
Este processo
mentação
foi denominado,
pelo autor acima
citado,
de seg-
lagunar.
No decorrer
deste
processo,
faz com que a largura
da laguna
a erosão
torne-se
as costas
de ambas
consideravelmente
ma-
ior do que na sua forma inicial.
Os dados apresentados
regime
dos ventos
por DELANEY
na Planicie
Costeira
produzidos
na figo 6, mostram
dominantes
são os de nordeste,
são da massa
tlântico
tropical
entre
relativos
ao
do Rio Grande' do Sul,r~
em resumo
que os ventos
oriundos
atlântica
os paralelos
(ob.cit.),
ali pre-
da zona de alta pres-
que se situa
sobre
300 e 400 de latitude
o Oceano
A-
sul (MORENO;
1961).
Entretanto,
me MOTTA
h~ uma variação
(1969),
os ventos
quentes
e violentos
de maio
a agosto,
sentam-se
vembro
do quadrante
de setembro
enquanto
sobretudo
estacional
acentuada.
nordeste
a abril
e mais
a outubro
são mais
fre-
e fracos
raros
sudoeste
que os do quadrante
de maio
Confor-
apre-
raros
de no-
padrões
quanti
e são mais
a abril.
Embora
tativos
não seja ainda
mais
detalhados
tos, a configuração
possivel
estabelecer
no que diz respeito
atual
ao regime
da Lagoa dos Patos retrata
,
o trabalho
dos mecanismos
lico que acima
dos ven-
dinâmicos
acionados
fielmente
,
pelo sistema eo-
se caracterizou.
As suas margens
mostram
uma sucessão ,de amplas
baias e es
~
poroes
arenosos,
resultantes
rentes
litorâneas
no sentido
larmente
à
direção
do trabalho
de orientar
dos ventos
das ondas e das coras praias
perpendicu-
dominantes.
~
O processo
sos enquadra-se
VITCH (1959).
de formação
perfeitamente
e evolução
naquele
destes esporoes
estabelecido
areno-
por ZENKO-
53. --.l -
- ---1
- 53..
..
---
-
------
-
-
-
FIG.6
- ROSA
DOS
VENTOSNUAIS ERAIS
A
G
-
,
E CIRGULACAO
DAAGUA LAGOADOSPATqS
NA
Modificado de De/aney{/9651
,
/~RRES
...
I
N
+
o, 114m'''''
",,,"111.,,,
.p.no,.
,x,mplo:
I pino.
f em.
o
=
quI não pud"/lm
!/. !Jp'/IO'
511mlll
100 ob'''VOCÓB'
ESCALA
50
d...nho:
--
IOOkm
/l. barbo'lI
'li
C/o!'''dll'
54. - 54 -
É notável o fato de que estas feições sejam muito mais de
senvolvidas
com maior
aç~o
na margem
intensidade
contraria
atribuia
laska,
os ventos
o processo
a formaç~o
de leques
barreira
arenosa
A presença
dos esporões
de espraiamento
lagunar,
das porções
& GAMERMANN;
pos referidos
do material
que
no
a
partir
~
de
da
tempestades.
a maior
(MARTINS
(1955),
de material
desenvolvidos
durante
parte
Tal si tu
da Ilha de S~o Lourenço,
finos,
dade de formaç~o
remobilizaç50
por TISCHER
em ambiente
por ondas
a que sofre
de nordeste.
de sedimentos
cos, atapetando
'goa dos Patos
oriundos
estabelecido
ao retrabalhamento,
trltico
exatamente
oeste da laguna,
predominantemente
1967),
esporões
norte e média
exclui
da La-
a possibilia partir
arenosos,
por flutuações
de ~undo
sllti-
de
ressonantes
/
do nlvel
d'água
tal como propuseram PRICE & WILSON
da laguna,
(1956)
.
~
Deste modo,fica
a Lagoa
perfeitamente
dos Patos encontra-se
caracterizado
~
em franco
~
o fato de que
processo
de segmenta-
(
çao, mostrando
uma largura
que a que opresentavD
,
entre balas
nos tempos
opostas
imediatos
muito
moior do
a sua formaç~o.
~
O processo e evidente em sua regiao nordeste onde os pontais dos Abreus e do Anastácio, praticamente isolam a Lagoa do
Casamento.
Por sua vez, o Pontal
das Desertas,que
se situa po~
co mais a oeste e que com sua parte submersa
quase
dos Patos
por
prolonga-se
20 quilBmetros
para o interior
ta uma fase pouco menos
As condições
10 presente
adiantada
hidrodinâmicas
trabalho,
ç~o~ do relevo
de fundo,
retra-
do mesmo mecanismo.
da área lagunar
isto é, margem
tos e Lagoa do Casamento,
da Lagoa
nordeste
tal como se deduz
do regime
dos ventos
abrangi da pe-
da Lagoa
dos Pa-
do ~ua configurae de observações
qualitativas feitas no local, sio esquematizados na figo 7.
56. -
apontados os agentes
Uma vez
ta
e consequentemente
se-á
a seguir
vas
desta
as
zona
dejando
ra
plo
dos
uma
largura
cila
entre
Ao
aquelas
de
co~
apresentaE
mais
significati
e dos
do
TL-l
(
) que bOE
Cocuruto,projeta-se
esporões
Abreus
p~
recurvados
que
a exem
o limite
balizam
lagoas.
em direção
entre
interno
às
1 e 12
margens
com
lagunares,
quilômetros,
sua
altitude
os
desta
superflcie
manifesta-se
sob
os
ma-
aspectos.
norte,
3 metros
de
foram
antigas
de
2 e 5 metros.
variados
que
Anastácio
variável
linha
lagunar,
lagunar
o Saco
a forma
inclinada
O limite
is
terraço
Casamento,
do
Levemente
margem
morfológicas
um grande
sob
entre
da
mapeada.
Patos
pontais
geográfico
área
do
dos
da
caracterlsticas
a~i
a Lagoa
a Lagoa
escultores
na
Observa-se
delineadores
-
56
~
ocorrem
altura,
esporadicame~te
remanescentes
parcialmente
dunas,
cordões
de
retrabalhadas
hoje
fixadas
atenosos
antigas
de
cristas
pelo
at~
praia
constituindo
vento,
vegetação
pela
de
que
~
usualmente
medio.
Em alguns
locais,
e.
g.,
ao norte
do Pontal
,
breus,
ocorrem
cuja
varias
configuração
renosos
que
se
lembra
na
cas
o nlvel
cristas
para
realidade
águas
pontais
da
feixes
compondo
praia
laguna
~
dos
a dos
o interior
antigos
das
de
perfeitamente
projetam
Constituem
em que
destas
atuais
das
lagunas(
Foto
~
esporões
2
,
em
desenvolvidos
situava-se
).
epo-
4 a 5 metros
I
~
acima
do
A
atual.
leste,
volve-se
de
o Arroio
uma escarpa
4 metros
elevado
entre
das
Nos
de
demais
erosional,
altura,
águas
Palmares
locais
retillnea
testemunha
lagunares
esta
e a Sanga
que
Pangar~,
e abrupta,
igualmente
a solaparam
,
escarpa
e atenuada
de
(
com
dese~
cerca
um nlvel
Foto
por
3
:
II
de
,
porte
I
mais
).
processos
~
57. .-
rosivos
posteriores
e,
ao longo dos vales
dos principais
57 -
cur-
I'
sos d'agua,
sua cota,
o terraço
se adentra,
até atingir
aumentando
as superfícies
gradativamente
mais elevadas
a
sem mostrar
descontinuidade alguma na topografia. Alguns destes vales mos,
tram, antes de atingir o terraço lagunar, depositos estuarinos
suspensos e interiorizados, alguns com suas feiç~es caracterís
ticas preservadas,
,
ga Pangare,
iram,
e. g., a leste da Lagoa dos Gateados e San,
hoje recortados pelos cursos d'agua que os constru
o
Retratam
.'
modificaç~es
.
dr~sticas
no nível
base de erosao,
('
~. e., um aba~xamento
do n~vel das aguas da laguna
onde desem-
bocam.
-- - -
o
o',
',>
-
-
-
- - - --
~
''',
J
1&,,"_~>.L
-- -
'"
~~1."" -~,
,.0)
_J
Foto 2 - Vista aérea do Pontal dos Abreus.
Cristas de praia limitam o Terraço Ma
rinho (parte superior esquerda), e o Terraçõ
Lagunar 1 (Parte inferiore squerda e superior
direita). O Terraço Lagunar 2, mais estreito,
aparece margea~do a lagoa, limitado intername~
te por outra serie de cristas de praia parcial
menteretrabalhadas pelo vento.
Escala aproximada: 1: 100 000.
Ao sul da Lagoa dos Gateados o limite interno deste terr~
ço sofre uma inflexão para oeste e é abruptamente seccionado p~
Ia linha da costa leste da Lagoa dos Patos. Ali o terraço pra-
58. - 58 -
ticamente deixa de existir,
tros, mais
derável
baixos
erosão
alargamento
tirado
e mais
sofrida
da laguna
recentes.
Este fato, 'comprova a consi
pela costa lagunar
após a sua formação.
foi transportado
as e depositado
coalescendo com o rebordo de ou-
para o norte pelas
nas sucessivas
,
cristas
e consequentemente
O material
correntes
de praia
o
dali relitorâne-
que construi-
.
ram o Pontal do Anastac~o.
--
---
---
---
Foto 3 - Vista aérea da escarpa que limita internamente o Terraço Lagunar I (esquerda ). A direita observa-se depósitos eólicos da Segunda Barreira acumulados sobre o Ter
raça
flarinho.
Escala
aproximada:
I: 60 000.
,
Como ja se comentou anteriormente, a quase totalidade des
ta superfície é ocupada por arrozais que afetam e mascaram as
feições
morfológicas
ali existentes. Mesmo
,
aereas, algumas dignas
assim elas são vis!
veis em fotografias
de destaque.
,
Sao notaveis os feixes de cristas de praia preservadas em
,
varios locais ao longo do terraço lagunar, e. g., Pontal do A,
nastacio, Ponta I dos Abreus, Ponta do Espinho, na parte orien~
tal da Ilha Grande
a oeste da Lagoa
dos Gateados
e a
norte de
59. - 59 -
Palmares do Sul.
,
Com um comprimento variavel,
quilômetros,e
com Gm espaçamento
te na de metros
tam alturas
,
,..,
da ordem
entre as cristas,
que oscilam
entre
alguns
atingindo
dezenas
de dezenas
estes corpos
1 e 3 metros
a uma cen
arenosos
mantendo
, .'.
de
aprese~
uma orien-
.
taçao que em ultima anallse e paralela a atual llnha de costa.
Tendo
em vista
rial constituinte,
cristas
as dimensões
pode-se
e aspectos
identificar
texturais
dois tipos
do mate-
de feixes
de
de praia.
o primeiro, constituido por cristas bem desenvolvidas,
i,
,
dentificaveis
no terreno e constituidas por areia media a gro~
seira,
mente
construidos
nos pontais
dental
na margem da Lagoa dos Patos, mais precisa,
e na margem ocido Anastacio e dos Abreus,
da Lagoa do Casamento,
leste da Ilha Grande
(
Foto 4
na Ponta do Espinho
e na metade
).
- --
--
- -
--~
"Lr
I
I
11
'-
Foto 4 - Vista a~rea do Pontal ~o Anastácio.
Feixes de cristas de praia, parcialmente retrabalhados pelo vento e truncados(par
te sURsrior) pelo Terraço Lagunar 2. O Rio d~
Anastácio ou Furado (parte superior), evoluiu
de um antigo canal de maré ativo nas épocas de
segmentação da lagoa. Esc. aprox.: 1 : 100 000.
60. l
- 60 -
o segundo,
constituido por cristas pequenas,
,
,
identificaveis
apenas em fotografias aereas,
das,
por areias
finas
a médias,construidas
gos do Casamento
como as que ocorrem
Sul, e ainda,
gua menores
ao norte
as que se desenvolvem
como os da costa
que se observam
Lagoa
na margem
no esporão
pouco espaç~
constituidas
oriental
da La
de Palmares
nas margens
de corpos
d'á-
e as
oeste da Lagoa dos Gateados
que separa
a Lagoa do
do
da
Capivari
do Casamento.
A diferença
entre
os dois tipos de cristas
descritos
está claramente
presidiram
sua formação,
água maiores
relacionada
mais
e nas praias
De um modo geral,
ro grupo mostram-se
ma orientação
intensa
os feixes
de dunas,
a energia dos agentes
nas margens
que
dos corpos
d'
mais expostas 'ao vento.
afetados
senvolvimento
de praia acima
de cristas
de praia
do primei
o de-
pelo vento que proporciona
nordeste.
o mecanismo
discussão
destacar
VITCH
rentes
de formação
por parte
JOHNSON
(1967),
de vários
(1919),
litorâneas
permite
realidade
análise
ração
modificam
autores,
(1959),
processos
dentre
SHEPARD
(1963)
relacionados
de equil{brio
alongados
demonstram
"
ocorrencias
que evoluem
as experiências
de feixes
a ondas,
cor-
na bibliografi
podem
MOTTA
resultar
vezes,
para
resta~
à acumul~
cristas
em laboratório
(1964).
de cristas
na
em última
que
de uma praia,A
leva, muitas
8
e ZENKO-
de tempestades.
de todos estes processos
de equil{brio
de
os quais se pode
ds praia
o perfil
com u-
tem sido objeto
que as cristas
tuadas por McKEE & STERRET (1961)
,
Varias
feições
encontradas
arenosos
conforme
longitudinal
das descrições
da interação
deste perfil
praia,
destas
e vagas decorrentes
concluir
ção de corpos
KING
envolvendo
A interpretação
a,
às vezes de padrão
de praia
de
efe-
-
"
tem sido
61. L
- 61 -
descritas ao longo da costa brasileira por LAMECO (1945), BIC~
RELLA
entre
outros,
JOST & MARTINS (1972)
et alii (1959), BICARELLA (1965),
,
processos
aplicando
para explicar
acima enumerados.
Entretanto,
tas de praia,
o esquema
para explicar
mais adequado
é o apresentado por
tão,
os varios
a sua gênese
.
a formação
às circunstâncias
da área em ques-
& MOORE (1964)
CURRAY
das cris-
CURRAY et a-
e
'
li1 (1969)~
Postulam
os autores
~U8 os referidos
tam de uma sucessiva
adição
nada pela acumulação
e emergência
re bars"
(MEDEIROS
de cristas
et alii;
feixes
de praia a costa,
de b~rras marinha~
1971),
resul-
conforme
origl
"long sh~
o esquema
apresen-
tado na figo 8.
A ação dos ventos
formação
de dunas
sobre
que a elas
de praia ocasiona
as cristas
dando origem a
se superimpoem,
cristas
de dunas
O mesmo
autor
cristas
de uma e de outra origem.
apresenta
As praias
tituição
"dune ridges",
critérios
lagunares
arenosa,
discutidas
a
sobre um terraço
ja cota oscila
em torno
terraço
é
muitas
,
se a pos-praia
lagunar
geralmente
marcado
para distinguir
afetadas
de um metro.
vezes
(1960).
por
ornamentada
pela
mais
envergadura,
são frequentemente
totalmente
(TL-2),
cu-
mais
interno
de~
micro-falésia.
por cristas
observáveis
tu idas via de regra
retrata"ndo
na sofre,
as
galhos
Segu~
de praia de
consti-
de fragmentos
continua
variações
Ali
por gramlneas.
de espra~amento,
de árvores
apreciáveis
esporadioamente,
O estirâncio
marcas
por uma franja
cos de junco e pequenos
grama,
atapetadas
e
jovem
O limite
uma
vegetação
(
pequena
as
na área são sempre de con~
muito
se desenvolvem
te
texturais
encontradas
estreitas,
por SHEPARD
deposi tados
de
nível
que
se-
'sobre a
a lag.!:!,.
nos dias de hoje.
com uma largura
de 5 a 10 metros
,
e composto
62. -
--
- -
- - - - - - --
- 62--~
-
~
--
-
/
A
B
"
"
c
D
FIGURA
~
-
Sequência
diagramática
dos eventos
quelevama formação de cristasde praia. A) Condições
iniciais. sem formação de
barra marinhaou terraco de maré baixa.Capasde areias de duna
desenvolvem-seôbre algumascristas.B) Forma-se terraço de mg
s
o
ré. construido
com areias de deriva litorânea ou. nos primeirosestágios,da regressão. or transporteem direção à terra da areiatran§
p
gressiva basalda parte internada plataforma. ) Barramarinha
C
con.§
tru(dainicialmente zonade arrebentacão.D) A barra atingeo nína
vel do mar medianteo contínuoafluxo de areia em condições de
baixa energia das ondas. Permanecendo condiçõese com o
tais
abaixamentoda maré a barra emergee torna-se mais alta.A ~
nos que ela seja destruídapor ondasmais elevadas.a barratornase uma nova crista de praia. isolandoa anteriormente
formadae crj
andouma lagunaestreitaque posteriormente elJ1parte,preenchida.
é
Modificado de Currayet ali; (1969).
d"'lIho:
- -
-
a. barbo,a
63. ~
material
por
arenoso
constantemente
submetido
63
-
ao fluxo e reflu
xo das ondas.
A antepraia encontra-se muito bem desenvolvida, atingindo
A
,
caracterizada por um fundo eslarguras de ate um quilometro,
sencialmente
avelmente
arenoso
de declividade
se desenvolve
muito
uma vegetação
pequena,
constituida
onde invari
por juncáce-
as.
Também
aqui no caso das pralasf
deste mostra
o vento dominante
~azendo co~ ~~e sejam mais de~
a sua influência,
senvolvidas
e constituidas
as da Lagoa
dos Patos e as do lado oeste da Lagoa
e do Saco do Cocuruto,
das, são mais
cedendo
por areias mais
enquanto
em muitos
ros, e. g., ao leste
,
nastacio.
pontos,
a verdadeiros
as prai-
do Casamento
mais abriga-
por uma vegetação
da Ilha Grande
Pelo que se de prende
grosseiras
que as de leste,
estreitas, cobertas
lugar,
de nor-
exuberante,
banhados
e ao norte do Pontal
costei
do A-
da observação da Carta Batimétrica
da
Lagoa
do Casamento, levantada pela antiga Divisão de Estudos Hi
,
,
drograficos da Secretaria de Obras Publicas do . Estado do Rio
Grande
do Sul,gentilmente
Portos
Rios e Canais,
Lagoa
do Casamento
de descrição
I
-
2
-
Parte
pelo Departamento
é
cuja reprodução
um corpo
pode ser dividido
Parte leste,
imaginária
é
cedida
compreendida
interligando
Estadual
encontrada
de águas rasas
que
na fig.9,
de
a
para efeitos
em três partes
distintas:
entre
leste
a margem
a Ponta do Espinho
oeste da linha anterior
e uma li'nha
e a Ilha Grande.
até os pontais
dos Abreus
e
Anastácio.
3
-
Parte sul, constituida
As partes
d'água,
leste
pelo Saco do Cocuruto.
e sul interligadas
aproximadamente
3 quilômetros
por uma estreita
faixa
de largura,apresentam
ca