O documento discute a mudança cultural para uma sociedade civil mais participativa e como isso afeta a relação entre estado-sociedade, organizações-trabalhadores e empresas-clientes. Também aborda o design participativo e como softwares podem ser projetados para promover a democracia ou antagonismo, concluindo que interfaces projetadas com diversidade podem nutrir uma sociedade melhor.

1. Interação Humano
Computador e
Design Participativo
Frederick van Amstel @usabilidoido
Escola de Arquitetura e Design - PUCPR
Programa de Pós-Graduação em Informática - PUCPR
www.usabilidoido.com.br

2. Mudança Cultural (1960-atual)
Sociedade de Massa
• Consumo
• Submissão
• Aceitação
Sociedade Civil
• Recriação
• Participação
• Crítica
momento
híbrido

3. Mudanças na relação
Estado-sociedade
• Crise da representação política
• Maior acesso à informação para o cidadão
• Privatização e parcerias com Organizações da
Sociedade Civil

4. Mudanças na relação
Organização-trabalhador
• Fragmentação das profissões e
enfraquecimento dos sindicatos
• Valorização do capital intelectual
• Compartilhamento de riscos e lucros com
trabalhadores

5. Mudanças na relação
Empresa-cliente
• Clientes mais críticos e organizados
• Mediação mais intensa do Estado através de
Leis, normas e órgãos de proteção
• Experiência do usuário como diferencial de
mercado

6. Design Participativo na Arquitetura e Urbanismo (Henry
Sanoff, Stanley King, Paul Davidoff, Sergio Ferro)

7. Design Participativo no Design de Produto/Serviços
(Victor Papanek, Ezio Manzini, Liz Sanders, Rita Couto)

8. Design Participativo na Computação (Pelle Ehn, Susanne
Bødker, Michael Muller, Thomas Binder, Baranauskas)

9. Escola Escandinava
Prof. Pelle Ehn (Malmö)
(… an acedental designer …)
in which the political
technology and the deskilling of
the worker is challenged,
”a utopia where workers craft
new technology” is imagined
through serious play and
prototyping in ”language-games
of design and use”, the ground
for alternative production is
outlined
Começou a partir de
parcerias entre institutos
de pesquisa e sindicatos
nos anos 1970

10. Computadores e democracia
• Computadores fornecem, restrigem ou
escondem o acesso à informação
• Computadores podem ser utilizados para
organizar e/ou vigiar pessoas
• Computadores podem ser projetados para
promover sua apropriação social por coletivos
democráticos

11. Projeto democrático ideal

12. Projeto democrático real

13. Projeto anti-democrático

14. Pseudo-participação
Tokenismo
Demagogia
Ditadura da maioria

15. Crise da democracia
(1980-atual)
• Fim das grandes narrativas (Jean-François
Lyotard)
• Acumulação excessiva de capital financeiro
(Thomas Piketty)
• Neoliberalismo (David Harvey)
• Crescimento do antagonismo (Chantal Mouffe)

16. Segundo a cientista política Chantal Mouffe, o
antagonismo está crescendo no vácuo deixado pela falta
de identificação com os representantes políticos.

17. Ainda segundo ela, o déficit de identificação se deve à
prática do consensualismo de centro, que dilui o embate
político em troca de acordos pela governabilidade.

18. O espetáculo do antagonismo na política anteriormente
explorado pela mídia de massa é agora encenado pelos
usuários de redes sociais na Internet.

19. Redes sociais de código aberto não têm conseguido
evitar o antagonismo pois são construídas da mesma
maneira que as redes sociais comerciais.

20. Para evitar a polarização do antagonismo, é preciso
encontrar uma maneira de decidir democraticamente
sem o consenso: o agonismo.
pol.is

21. O design participativo promove o agonismo através da
construção de objetos compartilhados.

22. Softwares podem representar objetos compartilhados,
desde que representação seja expansiva e não redutiva.

23. A representação expansiva intensifica contradições
ignoradas ou escondidas, forçando uma ação coletiva.

24. Contradição não é algo ruim. É uma força de mudança.

25. O Design Expansivo propõe a inclusão de pessoas
diferentes no projeto para corporificar contradições.

26. Mudanças acontecem quando as pessoas se envolvem
com o corpo inteiro e enfrentam as contradições.

27. A quebra de padrões de interação é necessária para
transformar as contradições que estão na sua origem.
Facebook
Orkut

28. Interfaces projetadas com a participação de pessoas
diversas nutrem a esperança de uma sociedade melhor.

29. Alguns livros recomendados sobre Design Participativo

30. Situação em que faz sentido
design participativo
1. O design ainda não foi finalizado
2. O motivo é público ou compartilhado e,
consequentemente, há diferentes pessoas
interessadas (stakeholders)
3. Os poderosos querem compartilhar poder ou os
desempoderados querem conquistar poder
4. O sucesso do projeto depende do compromisso
das pessoas interessadas

31. Obrigado!
Frederick van Amstel @usabilidoido
Escola de Arquitetura e Design - PUCPR
Programa de Pós-Graduação em Informática - PUCPR
www.usabilidoido.com.br