O Instituto de Pesca realizou um estudo sobre as espécies de peixes na Represa de Guarapiranga nos últimos 3 anos e catalogou 14 variedades. O objetivo do estudo é incentivar a pesca recreativa e de subsistência na região e expandir o comércio local. O estudo utiliza caiaques para alcançar locais remotos da represa e tem parceria com associações e clubes da região.
Instituto de Pesca faz levantamento de peixes na Guarapiranga
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção Iterça-feira, 3 de maio de 2016 São Paulo, 126 (80) – III
Instituto de Pesca faz levantamento
de peixes na Guarapiranga
Em três anos, foram
detectadas 14 espécies;
objetivo do estudo é
incentivar a pesca de
lazer ou de subsistência e
expandir o comércio
Represa de Guarapiranga é uma das
atrações de lazer mais concorridas
na capital paulista, principalmente
para quem gosta de esportes náuti-
cos e de pescarias amadoras. Por isso,
em 2012, a Associação Empresarial
da Região Sul (Aesul) solicitou ao
Instituto de Pesca, da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Es-
tado, um estudo sobre as espécies
de peixes presentes na represa,
com o intuito de incentivar a pesca
– seja para lazer, seja para subsis-
tência – e expandir o comércio.
A bióloga e pesquisadora do
Instituto de Pesca, Lídia Maruyama,
foi incumbida do trabalho e lembra
que começou, em 2013, a recolher
e reconhecer as espécies que habi-
tam a represa, formada pelos rios
Guarapiranga e Embu-Guaçu. Até
o momento, foram catalogadas 14
variedades da fauna aquática local.
Os mais fisgados por Lídia e pelo
estagiário Rodolfo Braguini são os
lambaris de rabo-amarelo e os de
rabo-vermelho, pirambebas (pira-
nhas menos agressivas do que as
encontradas na Amazônia), traíras,
tilápias e bagres. Braguini está no
quarto ano de Biologia e atualmente
elabora seu trabalho de conclusão
de curso (TCC) sobre a pescaria de barranco
nas margens da Guarapiranga.
Traíra – Pelo menos uma vez por
semana, ele visita o local com os seus apetre-
chos para pescar e conhecer os hábitos dos
pescadores de barranco. “Assim, aproveito
para escrever meu TCC e ainda colaboro com
a pesquisa.” Um dos preferidos dos pescado-
res, diz Braguini, é a traíra, pela resistência
que demonstra ao ser fisgada e, ainda, pelo
fato de sua carne ser bastante apreciada.
Lídia acredita que a lista com 14 espé-
cies tende a aumentar quando a busca pelos
peixes chegar aos locais mais remotos do
reservatório, como nas proximidades do
Rio Embu-Guaçu, perto do Trecho Sul do
Rodoanel Mario Covas, onde a água e o
ambiente são mais protegidos. A pesquisa-
dora conta que, quando a represa está com
o nível de água baixo, fica difícil chegar a
essa região mais distante por barcos moto-
rizados. Por isso, a partir deste mês, terá
a ajuda de pescadores em caiaques, que
podem atingir águas mais distantes.
Rede de malha – O último levanta-
mento acerca das espécies existentes na
Guarapiranga foi publicado no ano 2000,
também por pesquisadores do Instituto de
Pesca. Na época, foram registradas 19 varie-
dades. Curiosamente, duas das 14 espécies
encontradas por Lídia e sua equipe, o lam-
bari-de-rabo-amarelo e o mussum, não
estavam catalogadas no estudo anterior.
No caso do lambari, Lídia se surpre-
endeu por ter sido o peixe mais capturado
nas suas últimas coletas, apesar de não ter
aparecido no estudo anterior. “É possível
que a proibição do uso de redes de pesca de
malha pequena na represa – utilizadas para
capturar peixes menores, como os lamba-
ris – tenha influenciado no aumento dessa
população”, explica Lídia. A pesca comercial
é proibida na represa. “Até porque não se
sabe se a quantidade de peixes ali existente
seria suficiente para alimentar uma ativi-
dade profissional”, esclarece a pesquisadora.
Parcerias – Lídia diz que o estudo
vem sendo feito totalmente com ajuda local.
Além da Aesul, ela tem a parceria do Clube
ADC, localizado nas margens da Represa
de Guarapiranga, que pertenceu à empresa
AES Eletropaulo e, hoje, é privado. Algumas
marinas também auxiliam, bem como as
empresas Atlântica Boats e Sabesp, Polícia
Ambiental e Corpo de Bombeiros.
“Essa parceria entre o setor privado e
o público é importante. Antes, muita gente
nem sequer acreditava que havia peixe
nessas águas. Hoje, com as informações
da pesquisa, o movimento no comércio
local melhorou”, avalia o diretor da Aesul,
Alexandre Pompeu.
Outro parceiro de trabalho de Lídia é o
presidente do Clube ADC, Paulo Mari-
nheiro. A equipe da bióloga usa em seu
trabalho caiaques, embarcações e recintos
do clube. Marinheiro informa que a entida-
de tem 500 sócios e mantém convênios
com empresas como Sabesp e Correios.
Amadora – O Instituto de Pesca tam-
bém estudou diferentes usos da represa e tra-
çou perfil das atividades em Guarapiranga.
Os levantamentos indicam que, no verão,
cerca de 10 mil pessoas visitam diariamente
as praias, marinas e clubes locais. A pesca
amadora reúne, por dia, de 20 a 30 pescado-
res nas margens da represa, e há ainda cerca
de 20 famílias locais que se alimentam dos
peixes. Criada em 1906, a Represa de Gua-
rapiranga tinha como objetivo produzir ener-
gia elétrica, mas transformou-se em um dos
principais mananciais para abastecimento de
água da população da capital.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Instituto de Física organiza 12º Encontro USP Escola
A Universidade de São Paulo pro-
move, entre os dias 18 e 22 de julho,
o 12º Encontro USP Escola. O foco é a
atualização e formação de professores
por meio de cursos e oficinas realiza-
dos em várias unidades localizadas na
Cidade Universitária. Para o evento são
esperados mais de 300 participantes de
escolas de todo o Estado. A iniciativa é
um momento para discussão e colabora-
ção entre a universidade e a escola para
transformação da realidade do ensino
fundamental e médio.
“Na abertura desse encontro, haverá
uma mesa-redonda sobre a constituição
dos conselhos de escola e a atuação dos
grêmios e, também, relatos de experiências
dos docentes da rede estadual de ensino e a
participação de um especialista do Instituto
Paulo Freire”, adianta a coordenadora do
encontro e professora do Instituto de Física
da USP, Vera Bohomoletz Henriques.
Além do Instituto de Física, participa-
rãoosinstitutosdeQuímica,deGeociências
e de Ciências Biomédicas, a Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas e o
Museu de Arte Contemporânea da USP.
Nessa edição haverá ainda cursos satélites
que ocorrerão entre os dias 25 e 29 de
julho. A lista completa e a descrição dos cur-
sosestãono link http://goo.gl/183IR4. As
inscrições poderão ser feitas a partir do
dia 9 em http://portal.if.usp.br/extensao.
A ideia é oferecer aos professores que par-
ticipam dos Encontros USP-Escola mais
oportunidades de capacitação.
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa do IF-USP
Remando nas águas da Guarapiranga
A pesquisa do Instituto de Pesca
ganhou recentemente a parceria do pro-
fessor de educação física Erik Méier (foto),
para colaborar na pesquisa sobre os peixes
existentes na Represa de Guarapiranga.
Ele costuma sair com Lídia e Braguini
para pescar, cada um em seu caiaque.
Méier explica que a embarcação usada
na pesquisa é diferente da que é utiliza-
da em correntezas de rios. “O caiaque de
pesca parece uma prancha, todo aberto,
e permite que a pessoa se movimente e
tenha lugar para guardar seus pertences.
O outro possui apenas o cockpit, ou seja, o
lugar para o remador.”
O professor integra um grupo local de
‘caiaqueiros’ e está sempre remando nas
águas da Guarapiranga. “Nunca deixei meu
barquinho virar”, garante Méier, que
conhece bem a represa que frequenta desde
os tempos de criança, levado pelo pai.
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MARCOSSANTOS
Estudo de peixes na
Represa de Guarapiranga
utiliza caiaques para
chegar aos locais remotos
Lídia – Pesca comercial é proibida na represa Braguini – Pesca uma vez semana
Inscrições para o evento começam no dia 9
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terça-feira, 3 de maio de 2016 às 02:01:27.