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Evolução sócio-histórica do sistema
escolar no Brasil e seus reflexos no
contexto escolar
LES 0266 Política e Organização da Educação Brasileira
Profa. Dra. Luciana B. Jacob
Algumas premissas
1) Educação e educação escolar são práticas contextualizadas
historicamente e transformam-se de acordo com as dinâmicas
sociais, culturais, políticas e econômicas;
2) A questão do avanço enquanto progresso ou desenvolvimento
deve ser sempre abordada de modo contextualizado, uma vez que
estes processos beneficiam de forma desigual diferentes grupos
sociais;
3) A escola pode ser vista como agente de transformação da
sociedade ou como instrumento de manutenção das
desigualdades e opressões; o desafio é como superar a
ingenuidade da primeira abordagem e o imobilismo da segunda.
Processos de marginalização
• Teorias não-críticas: educação um instrumento de promoção
de igualdade social e, portanto, de superação da
marginalidade
• Teorias crítico-reprodutivistas: educação um instrumento de
discriminação, de dominação social, logo, um fator de
marginalização.
(Saviani, 2012)
A escola não pode tudo, mas pode
alguma coisa”.
(Paulo Freire, Política e educação, 2001)
OTIMISMO INGÊNUO
versus
PESSIMISMO
Todas as pessoas têm se beneficiado
igualmente do sistema educacional?
Na história da educação, por quem, para quem
e como foi organizado o conhecimento?
Breve panorama da história da
educação escolar no mundo
Sociedades primitivas
- Educação através de trocas sociais
- Atividades que eram transmitidas eram
aquelas ligadas tanto à sobrevivência da
comunidade (como caça, pesca, luta) quanto a
questões espirituais, artesanais, simbólicas,
culturais
- Processos informais: socialização
Egito, Grécia e Roma
- Objetivo: educar apenas as crianças e jovens da elite
- Aristóteles: a formação do cidadão não deveria ser
realizada pela família, mas sim pela cidade (polis),
porque só ela (poder público) poderia fornecer uma
educação igual para todos os cidadãos e garantir o
bem comum, enquanto, a cargo da família, seria
realizada segundo as crenças e valores de cada uma
- Roma: reconhecimento dos mestres pelo Estado
Idade Média
- Consolidação do cristianismo  a educação perdeu seu
caráter político e cívico passando a ter função de aculturação:
o importante passou a ser formar o cristão e não mais o
cidadão
- A educação continuou sendo destinada a poucas crianças e
adolescentes
- Reforma luterana: exigiu a frequência de meninos e meninas
nos bancos escolares, sem distinção de classe  escola para
todos
- Ao mesmo tempo em que começa a ocorrer a expansão
escolar, ainda prevalece a influência religiosa sobre a
educação, tanto nos países católicos, quanto protestantes
Idade Moderna
- Com a emergência da classe burguesa, a escola se tornou
assunto político
- Universalização da escola foi lento e desigual, só se
completando no séc XIX e, em alguns países, no século XX
- Grandes mudanças: A cultura escolar foi renovada, assumindo
caráter laico e sendo organizada em um programa didático
preciso que deu nova feição à vida escolar. Esta, por sua vez,
assumiu cada vez mais um aspecto abertamente disciplinar, de
controle, de sanção e, ao mesmo tempo, de produção de
comportamentos padronizados
Contemporaneidade
- Fortalecimento do “mito da educação”: em razão de sua
centralidade política e social, a educação foi vista como fator-
chave do desenvolvimento social
- A educação escolar estava restrita a poucas crianças no Brasil
- Apesar dos grandes avanços da educação nesse século, em
extensas áreas do planeta ainda predominam a discriminação,
as dificuldades para frequentar a escola e até mesmo a
exclusão de milhões de crianças do direito à educação
escolarizada
- No século XX, ao mesmo tempo em que a escola se expandiu,
tornou-se mais suscetível ao controle ideológico
A escola hoje
- O processo de expansão da escola, aliado à prática de
vida democrática, possibilitou o reconhecimento das
suas contradições
- Hoje, submetida aos valores da sociedade capitalista,
da “indústria cultural”, da sociedade do espetáculo,
do poder da mídia, a escola contemporânea se
encontra em crise.
- O progresso tecnológico, ao mesmo tempo em que
facilitou a difusão do conhecimento, obscureceu a
centralidade da escola
História da educação no mundo
SOCIEDADES
PRIMITIVAS
CONTEM-
PORANEIDA
DE
IDADE
MÉDIA
IDADE
MODERNA
EGITO,
GRÉCIA E
ROMA
HOJE
- Educação como fator-
chave de desenvolvimento
social
- Persistência da
discriminação social
- Suscetível ao controle
ideológico
- Educação através de
trocas sociais
- Atividades que eram
transmitidas eram aquelas
ligadas tanto à
sobrevivência da quanto a
questões espirituais,
artesanais, simbólicas,
culturais
-Processos informais:
socialização
- Consolidação do cristianismo
- Reforma Luterana
- Início da expansão escolar
Lei no 10.436
- Reconhecimento das
contradições da escola
- Submetida aos valores da
sociedade capitalista, da “indústria
cultural”, da sociedade do
espetáculo, do poder da mídia, a
escola contemporânea se
encontra em crise
- O progresso tecnológico, ao
mesmo tempo em que facilitou a
difusão do conhecimento,
obscureceu a centralidade da
escola
- Objetivo: educar apenas
as crianças e jovens da
elite
- Aristóteles: a formação
do cidadão não deveria
ser realizada pela família,
mas sim pela cidade
- Roma: reconhecimento
dos mestres pelo Estado
- Classe burguesa: a
escola se torna assunto
político
- Universalização da
escola lenta e desigual
- Renovação da cultura
escolar
Panorama da história da educação
escolar no Brasil
Educação no período colonial
Como era a educação no período colonial?
• Em 1549 desembarcou no Brasil a Companhia de Jesus,
missão jesuítica encarregada de catequizar as populações
originárias
• A educação pensada pela Igreja Católica - que mantinha uma
relação estreita com o governo português - tinha como
objetivo converter a alma do índio brasileiro à fé cristã
• Havia uma divisão clara de ensino: as aulas lecionadas para os
índios ocorriam em escolas improvisadas, construídas pelos
próprios indígenas, nas chamadas missões; já os filhos dos
colonos recebiam o conhecimento nos colégios, locais mais
estruturados por conta do investimento mais pesado
“Os índios são papel em branco”.
(Padre Manuel de Nóbrega líder jesuíta no Brasil, em carta
enviada à corte portuguesa)
Os descendentes de europeus também frequentavam as aulas
dos jesuítas, mas recebiam um ensinamento mais aprofundado,
inclusive de outras matérias. O conhecimento repassado aos
alunos não se restringia à propagação do ensino religioso, e
envolvia mais conteúdo voltado às letras.
Nos locais de ensino da Companhia de Jesus, os
comportamentos exemplares eram bastante cobrados pelos
padres. Os alunos que desrespeitassem os princípios morais
cristãos eram punidos com castigos.
Ainda que houvesse uma segregação clara entre os ensinamentos
repassados aos índios e aos filhos dos colonos, a educação
jesuítica seguia (ou tentava seguir) um documento curricular: o
Ratio Studiorum. Elaborado em 1599, a diretriz curricular era a
base do conteúdo pensada pela Igreja. No Ratio constava o ensino
da gramática média, da gramática superior, das humanidades, da
retórica, da filosofia e da teologia. A partir do ensino das letras,
começava a se formar no país uma organização da sociedade
hierarquizada pelo acesso à alfabetização. Isto é: teria mais
chances de prosperar na colônia aquele que aprendesse a ler e
escrever.
A obra educativa dos jesuítas estava
integrada à política colonizadora;
durante pouco mais de dois séculos foi a
responsável quase exclusiva pela
educação no período.
Além de ser um ensino totalmente
acrítico e alheio à realidade da vida da
colônia, foi aos poucos se
transformando em uma educação de
elite e, em consequência, num
instrumento de ascensão social.
Em 1759, Sebastião José de Carvalho, o marquês de
Pombal, primeiro-ministro de Portugal, após entrar em
conflito com os jesuítas, os expulsou de todas as colônias
portuguesas, suprimindo todas as suas escolas.
Com a supressão das escolas jesuíticas, “a educação
brasileira (...) vivenciou uma grande ruptura histórica
num processo já implantado e consolidado como modelo
educacional” (Bello, 1992).
Ao todo, até ser expulsa do Brasil, a Companhia de Jesus
criou 25 residências, 36 missões e 17 colégios e
seminários.
A Reforma Pombalina na Educação (1772)
- Marca o início do ensino laico no Brasil
- O Brasil dá seus primeiros passos na criação de um
ensino público. A desestruturação da escola jesuíta,
porém, fez com que os índios perdessem espaço no
sistema de ensino. Por outro lado, a reorganização
tornou o professor uma figura central do processo
educacional.
- Neste período, foram criadas as aulas régias,
ministradas por docentes concursados, que eram
funcionários do Estado.
A Reforma Pombalina na Educação (1772)
- As aulas régias eram realizadas nas casas dos próprios
professores. Essa pulverização dos locais de ensino foi uma
das principais dificuldades enfrentadas pelo governo
português, que, além de não conseguir dar conta da formação
de professores, deixou vários jovens sem acesso às aulas.
- Não havia sistematização da idade escolar. Eram atendidas
crianças a partir dos sete anos, mas não existia um limite
estabelecido para o tempo de estudo.
- O alcance do ensino após as reformas pombalinas foi menor
do que as práticas estruturadas pela Companhia de Jesus,
cujo trabalho se espalhou por quase todo o país.
Educação no período imperial
(1808-1889)
A vinda da família real para o Brasil
• Desenvolvimento cultural, principalmente na
capital
• Preocupação com o ensino superior em
detrimento de outros níveis de ensino
• Caráter classista da educação: objetivo da
educação era formar dirigentes
• Criação de cursos de nível superior e
regulamentação das vias de acesso (ensino
secundário e exames de ingresso)
A independência do Brasil
(1822)
• A primeira Constituição Brasileira (1824) garantia seu Art. 179
“a instrução primária e gratuita a todos os cidadãos”
• No ano de 1827, uma lei determinou a criação de escolas de
primeiras letras em todos os lugares e vilas, além de escolas
para meninas, nunca concretizadas anteriormente
• Em 1834, o governo monárquico inaugurou a primeira escola
de formação de professores, a Escola Normal de Niterói.
Durante os primeiros 50 anos de funcionamento, as escolas
normais eram frequentadas quase que exclusivamente por
homens
• Durante o período regencial, ocorreu uma reforma
na Constituição que dura até hoje. No chamado Ato
Adicional, instituído pelo governo, foi definido que o
ensino elementar, o secundário e a formação de
professores seriam de responsabilidade das
províncias, e o ensino superior ficaria sob o guarda-
chuva do poder central. Com isso, foi fortalecida a
descentralização do ensino, com consequências
negativas para a organização da educação no país.
• O ato adicional de 1834 e a Constituição de 1891
descentralizaram o ensino, mas não ofereceram condições às
províncias de criar uma rede organizada de escolas
• Isso contribuiu para o descaso com o ensino público e para
que ele ficasse nas mãos da iniciativa privada, acentuando
seu caráter classista e gerando um sistema dual de ensino: de
um lado, uma educação voltada para a formação das elites,
com os cursos secundários e superiores; de outro, o ensino
primário e profissional, de forma bastante precária, para as
classes populares.
Educação na Primeira República
• Após a proclamação da República, algumas reformas pontuais
foram realizadas. A primeira delas foi do ministro da
Instrução, Benjamin Constant, realizada em 1890, com foco no
ensino superior. As escolas de base, no entanto, não entraram
nas prioridades dos primeiros governos republicanos.
• Uma das heranças do período imperial brasileiro na
Constituição Republicana de 1891 foi a manutenção da
dualidade do sistema escolar: boas e poucas escolas para as
elites e escolas de qualidade duvidosa para os demais.
• As escolas mantidas pelo governo federal eram destinadas aos
mais ricos. Sobravam para as camadas mais pobres os colégios
do sistema estadual, que, mesmo com um investimento maior
após a lei republicana, eram locais com estrutura carente e
composto por professores de baixa qualificação.
• A tentativa de mudar essa realidade teve maior impulso a
partir da década de 1920. O movimento da Escola Nova
ganhou força no ambiente educacional, que sofreu reformas
estaduais inspiradas nas ideais escolanovistas. Nomes como o
do educador Anísio Teixeira despontaram como lideranças do
movimento.
• A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de
tornar a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais
moderno de ensino, voltado para uma educação prática da
vida, tendo como base as ideias do filósofo americano John
Dewey.
Educação na Era Vargas
Educação em debate
• Apesar do controle ideológico que havia nas salas de
aula, inicia-se um movimento em direção à criação
de um sistema organizado de ensino.
• O Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, criou o
Ministério da Educação e as secretarias de Educação
dos estados
• Em 1932, com o ideal de educação obrigatória,
gratuita e laica, entre outros, surgiu o Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova, com o objetivo de
tornar público o que era e o que pretendia o
Movimento Renovador
Manifesto dos pioneiros da educação
(1932)
• Publicado na IV Conferência Nacional de Educação
• Consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que,
embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a
possibilidade de interferir na organização da sociedade
brasileira do ponto de vista da educação
• Redigido por Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais,
entre os quais Roldão Lopes de Barros, Anísio Teixeira, Afrânio
Peixoto, Lourenço Filho, Antônio F. Almeida Junior, Roquette
Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles
Manifesto dos pioneiros da educação
(1932)
• Ao ser lançado, no meio do processo de reordenação política
resultante da Revolução de 30, o documento tornou-se o marco
inaugural do projeto de renovação educacional do país
• Além de constatar a desorganização do aparelho escolar,
propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação
e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica,
obrigatória e gratuita
• Com a proposta de renovar a escola tradicional, objetivava-se a
aplicação da verdadeira função social da escola, pautadas na
democracia e na hierarchia das capacidades. Enaltece o exercício
dos direitos dos cidadãos brasileiros no que se refere à
educação, dentre eles: a educação pública, a escola única, a
laicidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação
Alguns marcos importantes
• Constituição de 1934: educação aparece como “um
direito de todos”. Educação sofre retrocessos na
constituição de 1937 (Estado Novo)
• Final da década de 1940: as escolas secundárias têm
forte expansão e, aos poucos, vão perdendo seu
caráter elitista, embora o acesso ainda não fosse de
todos
• Segundo dados do Serviço de Estatística do
Ministério da Educação e Cultura, em 1940, eram
155 mil frequentadores dessa etapa escolar. Dez
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  • 1. Evolução sócio-histórica do sistema escolar no Brasil e seus reflexos no contexto escolar LES 0266 Política e Organização da Educação Brasileira Profa. Dra. Luciana B. Jacob
  • 2. Algumas premissas 1) Educação e educação escolar são práticas contextualizadas historicamente e transformam-se de acordo com as dinâmicas sociais, culturais, políticas e econômicas; 2) A questão do avanço enquanto progresso ou desenvolvimento deve ser sempre abordada de modo contextualizado, uma vez que estes processos beneficiam de forma desigual diferentes grupos sociais; 3) A escola pode ser vista como agente de transformação da sociedade ou como instrumento de manutenção das desigualdades e opressões; o desafio é como superar a ingenuidade da primeira abordagem e o imobilismo da segunda.
  • 3. Processos de marginalização • Teorias não-críticas: educação um instrumento de promoção de igualdade social e, portanto, de superação da marginalidade • Teorias crítico-reprodutivistas: educação um instrumento de discriminação, de dominação social, logo, um fator de marginalização. (Saviani, 2012)
  • 4. A escola não pode tudo, mas pode alguma coisa”. (Paulo Freire, Política e educação, 2001) OTIMISMO INGÊNUO versus PESSIMISMO
  • 5. Todas as pessoas têm se beneficiado igualmente do sistema educacional? Na história da educação, por quem, para quem e como foi organizado o conhecimento?
  • 6. Breve panorama da história da educação escolar no mundo
  • 7. Sociedades primitivas - Educação através de trocas sociais - Atividades que eram transmitidas eram aquelas ligadas tanto à sobrevivência da comunidade (como caça, pesca, luta) quanto a questões espirituais, artesanais, simbólicas, culturais - Processos informais: socialização
  • 8. Egito, Grécia e Roma - Objetivo: educar apenas as crianças e jovens da elite - Aristóteles: a formação do cidadão não deveria ser realizada pela família, mas sim pela cidade (polis), porque só ela (poder público) poderia fornecer uma educação igual para todos os cidadãos e garantir o bem comum, enquanto, a cargo da família, seria realizada segundo as crenças e valores de cada uma - Roma: reconhecimento dos mestres pelo Estado
  • 9. Idade Média - Consolidação do cristianismo  a educação perdeu seu caráter político e cívico passando a ter função de aculturação: o importante passou a ser formar o cristão e não mais o cidadão - A educação continuou sendo destinada a poucas crianças e adolescentes - Reforma luterana: exigiu a frequência de meninos e meninas nos bancos escolares, sem distinção de classe  escola para todos - Ao mesmo tempo em que começa a ocorrer a expansão escolar, ainda prevalece a influência religiosa sobre a educação, tanto nos países católicos, quanto protestantes
  • 10. Idade Moderna - Com a emergência da classe burguesa, a escola se tornou assunto político - Universalização da escola foi lento e desigual, só se completando no séc XIX e, em alguns países, no século XX - Grandes mudanças: A cultura escolar foi renovada, assumindo caráter laico e sendo organizada em um programa didático preciso que deu nova feição à vida escolar. Esta, por sua vez, assumiu cada vez mais um aspecto abertamente disciplinar, de controle, de sanção e, ao mesmo tempo, de produção de comportamentos padronizados
  • 11. Contemporaneidade - Fortalecimento do “mito da educação”: em razão de sua centralidade política e social, a educação foi vista como fator- chave do desenvolvimento social - A educação escolar estava restrita a poucas crianças no Brasil - Apesar dos grandes avanços da educação nesse século, em extensas áreas do planeta ainda predominam a discriminação, as dificuldades para frequentar a escola e até mesmo a exclusão de milhões de crianças do direito à educação escolarizada - No século XX, ao mesmo tempo em que a escola se expandiu, tornou-se mais suscetível ao controle ideológico
  • 12. A escola hoje - O processo de expansão da escola, aliado à prática de vida democrática, possibilitou o reconhecimento das suas contradições - Hoje, submetida aos valores da sociedade capitalista, da “indústria cultural”, da sociedade do espetáculo, do poder da mídia, a escola contemporânea se encontra em crise. - O progresso tecnológico, ao mesmo tempo em que facilitou a difusão do conhecimento, obscureceu a centralidade da escola
  • 13. História da educação no mundo SOCIEDADES PRIMITIVAS CONTEM- PORANEIDA DE IDADE MÉDIA IDADE MODERNA EGITO, GRÉCIA E ROMA HOJE - Educação como fator- chave de desenvolvimento social - Persistência da discriminação social - Suscetível ao controle ideológico - Educação através de trocas sociais - Atividades que eram transmitidas eram aquelas ligadas tanto à sobrevivência da quanto a questões espirituais, artesanais, simbólicas, culturais -Processos informais: socialização - Consolidação do cristianismo - Reforma Luterana - Início da expansão escolar Lei no 10.436 - Reconhecimento das contradições da escola - Submetida aos valores da sociedade capitalista, da “indústria cultural”, da sociedade do espetáculo, do poder da mídia, a escola contemporânea se encontra em crise - O progresso tecnológico, ao mesmo tempo em que facilitou a difusão do conhecimento, obscureceu a centralidade da escola - Objetivo: educar apenas as crianças e jovens da elite - Aristóteles: a formação do cidadão não deveria ser realizada pela família, mas sim pela cidade - Roma: reconhecimento dos mestres pelo Estado - Classe burguesa: a escola se torna assunto político - Universalização da escola lenta e desigual - Renovação da cultura escolar
  • 14. Panorama da história da educação escolar no Brasil
  • 16. Como era a educação no período colonial? • Em 1549 desembarcou no Brasil a Companhia de Jesus, missão jesuítica encarregada de catequizar as populações originárias • A educação pensada pela Igreja Católica - que mantinha uma relação estreita com o governo português - tinha como objetivo converter a alma do índio brasileiro à fé cristã • Havia uma divisão clara de ensino: as aulas lecionadas para os índios ocorriam em escolas improvisadas, construídas pelos próprios indígenas, nas chamadas missões; já os filhos dos colonos recebiam o conhecimento nos colégios, locais mais estruturados por conta do investimento mais pesado
  • 17. “Os índios são papel em branco”. (Padre Manuel de Nóbrega líder jesuíta no Brasil, em carta enviada à corte portuguesa)
  • 18. Os descendentes de europeus também frequentavam as aulas dos jesuítas, mas recebiam um ensinamento mais aprofundado, inclusive de outras matérias. O conhecimento repassado aos alunos não se restringia à propagação do ensino religioso, e envolvia mais conteúdo voltado às letras. Nos locais de ensino da Companhia de Jesus, os comportamentos exemplares eram bastante cobrados pelos padres. Os alunos que desrespeitassem os princípios morais cristãos eram punidos com castigos.
  • 19. Ainda que houvesse uma segregação clara entre os ensinamentos repassados aos índios e aos filhos dos colonos, a educação jesuítica seguia (ou tentava seguir) um documento curricular: o Ratio Studiorum. Elaborado em 1599, a diretriz curricular era a base do conteúdo pensada pela Igreja. No Ratio constava o ensino da gramática média, da gramática superior, das humanidades, da retórica, da filosofia e da teologia. A partir do ensino das letras, começava a se formar no país uma organização da sociedade hierarquizada pelo acesso à alfabetização. Isto é: teria mais chances de prosperar na colônia aquele que aprendesse a ler e escrever.
  • 20. A obra educativa dos jesuítas estava integrada à política colonizadora; durante pouco mais de dois séculos foi a responsável quase exclusiva pela educação no período. Além de ser um ensino totalmente acrítico e alheio à realidade da vida da colônia, foi aos poucos se transformando em uma educação de elite e, em consequência, num instrumento de ascensão social.
  • 21. Em 1759, Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal, após entrar em conflito com os jesuítas, os expulsou de todas as colônias portuguesas, suprimindo todas as suas escolas. Com a supressão das escolas jesuíticas, “a educação brasileira (...) vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional” (Bello, 1992). Ao todo, até ser expulsa do Brasil, a Companhia de Jesus criou 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários.
  • 22. A Reforma Pombalina na Educação (1772) - Marca o início do ensino laico no Brasil - O Brasil dá seus primeiros passos na criação de um ensino público. A desestruturação da escola jesuíta, porém, fez com que os índios perdessem espaço no sistema de ensino. Por outro lado, a reorganização tornou o professor uma figura central do processo educacional. - Neste período, foram criadas as aulas régias, ministradas por docentes concursados, que eram funcionários do Estado.
  • 23. A Reforma Pombalina na Educação (1772) - As aulas régias eram realizadas nas casas dos próprios professores. Essa pulverização dos locais de ensino foi uma das principais dificuldades enfrentadas pelo governo português, que, além de não conseguir dar conta da formação de professores, deixou vários jovens sem acesso às aulas. - Não havia sistematização da idade escolar. Eram atendidas crianças a partir dos sete anos, mas não existia um limite estabelecido para o tempo de estudo. - O alcance do ensino após as reformas pombalinas foi menor do que as práticas estruturadas pela Companhia de Jesus, cujo trabalho se espalhou por quase todo o país.
  • 24. Educação no período imperial (1808-1889)
  • 25. A vinda da família real para o Brasil • Desenvolvimento cultural, principalmente na capital • Preocupação com o ensino superior em detrimento de outros níveis de ensino • Caráter classista da educação: objetivo da educação era formar dirigentes • Criação de cursos de nível superior e regulamentação das vias de acesso (ensino secundário e exames de ingresso)
  • 26. A independência do Brasil (1822) • A primeira Constituição Brasileira (1824) garantia seu Art. 179 “a instrução primária e gratuita a todos os cidadãos” • No ano de 1827, uma lei determinou a criação de escolas de primeiras letras em todos os lugares e vilas, além de escolas para meninas, nunca concretizadas anteriormente • Em 1834, o governo monárquico inaugurou a primeira escola de formação de professores, a Escola Normal de Niterói. Durante os primeiros 50 anos de funcionamento, as escolas normais eram frequentadas quase que exclusivamente por homens
  • 27. • Durante o período regencial, ocorreu uma reforma na Constituição que dura até hoje. No chamado Ato Adicional, instituído pelo governo, foi definido que o ensino elementar, o secundário e a formação de professores seriam de responsabilidade das províncias, e o ensino superior ficaria sob o guarda- chuva do poder central. Com isso, foi fortalecida a descentralização do ensino, com consequências negativas para a organização da educação no país.
  • 28. • O ato adicional de 1834 e a Constituição de 1891 descentralizaram o ensino, mas não ofereceram condições às províncias de criar uma rede organizada de escolas • Isso contribuiu para o descaso com o ensino público e para que ele ficasse nas mãos da iniciativa privada, acentuando seu caráter classista e gerando um sistema dual de ensino: de um lado, uma educação voltada para a formação das elites, com os cursos secundários e superiores; de outro, o ensino primário e profissional, de forma bastante precária, para as classes populares.
  • 30. • Após a proclamação da República, algumas reformas pontuais foram realizadas. A primeira delas foi do ministro da Instrução, Benjamin Constant, realizada em 1890, com foco no ensino superior. As escolas de base, no entanto, não entraram nas prioridades dos primeiros governos republicanos. • Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição Republicana de 1891 foi a manutenção da dualidade do sistema escolar: boas e poucas escolas para as elites e escolas de qualidade duvidosa para os demais. • As escolas mantidas pelo governo federal eram destinadas aos mais ricos. Sobravam para as camadas mais pobres os colégios do sistema estadual, que, mesmo com um investimento maior após a lei republicana, eram locais com estrutura carente e composto por professores de baixa qualificação.
  • 31. • A tentativa de mudar essa realidade teve maior impulso a partir da década de 1920. O movimento da Escola Nova ganhou força no ambiente educacional, que sofreu reformas estaduais inspiradas nas ideais escolanovistas. Nomes como o do educador Anísio Teixeira despontaram como lideranças do movimento. • A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela tentativa de tornar a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais moderno de ensino, voltado para uma educação prática da vida, tendo como base as ideias do filósofo americano John Dewey.
  • 33. Educação em debate • Apesar do controle ideológico que havia nas salas de aula, inicia-se um movimento em direção à criação de um sistema organizado de ensino. • O Decreto nº 19.850, de 11 de abril de 1931, criou o Ministério da Educação e as secretarias de Educação dos estados • Em 1932, com o ideal de educação obrigatória, gratuita e laica, entre outros, surgiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, com o objetivo de tornar público o que era e o que pretendia o Movimento Renovador
  • 34. Manifesto dos pioneiros da educação (1932) • Publicado na IV Conferência Nacional de Educação • Consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação • Redigido por Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais, entre os quais Roldão Lopes de Barros, Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Antônio F. Almeida Junior, Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles
  • 35. Manifesto dos pioneiros da educação (1932) • Ao ser lançado, no meio do processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento tornou-se o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país • Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita • Com a proposta de renovar a escola tradicional, objetivava-se a aplicação da verdadeira função social da escola, pautadas na democracia e na hierarchia das capacidades. Enaltece o exercício dos direitos dos cidadãos brasileiros no que se refere à educação, dentre eles: a educação pública, a escola única, a laicidade, gratuidade e obrigatoriedade da educação
  • 36. Alguns marcos importantes • Constituição de 1934: educação aparece como “um direito de todos”. Educação sofre retrocessos na constituição de 1937 (Estado Novo) • Final da década de 1940: as escolas secundárias têm forte expansão e, aos poucos, vão perdendo seu caráter elitista, embora o acesso ainda não fosse de todos • Segundo dados do Serviço de Estatística do Ministério da Educação e Cultura, em 1940, eram 155 mil frequentadores dessa etapa escolar. Dez anos depois, o número sobre para 365 mil