Este guia apresenta orientações para profissionais de saúde sobre como melhor atender a população cigana de forma culturalmente adequada, reconhecendo suas tradições e necessidades específicas. Primeiro, fornece contexto sobre a cultura cigana e sua situação na Europa e em Portugal. Em seguida, discute questões relacionadas à saúde cigana e como o sistema de saúde pode melhor servir esta população. Por fim, oferece exemplos de boas práticas para uma intervenção culturalmente sensível.
1. O documento discute o papel do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como elo entre a comunidade e a Equipe de Saúde da Família (ESF).
2. Analisa produções científicas sobre o ACS entre 2005-2010, identificando como o ACS atua para ampliar o vínculo entre a comunidade e a ESF, especialmente por meio de visitas domiciliares.
3. Conclui que os ACS são peças-chave para a reorganização da atenção básica, atuando em diversos contextos para
O documento resume os principais aspectos históricos e conceituais do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), desde sua origem até os dias atuais. Aborda temas como os objetivos do SUS definidos em lei, seus princípios constitucionais como universalidade, equidade e integralidade, além de detalhar a implementação do sistema e a reorientação do modelo assistencial ao longo do tempo.
1. O documento discute o Sistema Único de Saúde no Recife, Pernambuco, abordando sua estrutura, funcionamento e desafios.
2. A saúde coletiva em Recife enfrenta problemas como hanseníase, tuberculose, dengue, AIDS e sífilis congênita.
3. É estratégico para Recife qualificar a atenção básica, reduzir as desigualdades territoriais e melhorar os indicadores de saúde da população.
Ética profissional: Direitos e deveres dos ACS e ACEs, Conhecer e discutir os princípios e diretrizes que norteiam as ações dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate à Endemias
O documento resume as ações do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) na área da saúde, incluindo vídeos lançados sobre saúde da população negra e publicações sobre o tema. Também discute as ações do PCRI em Salvador para promover políticas de saúde eqüitativas e o trabalho da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial para a saúde da população negra.
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...Unidade Temática T3 - blog
Este documento apresenta a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Brasil. O objetivo é promover a equidade e reduzir as desigualdades na saúde destes grupos, reconhecendo os efeitos da discriminação. A política define diretrizes, objetivos e responsabilidades para assegurar os direitos à saúde destas populações nos âmbitos federal, estadual e municipal.
O documento apresenta a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Ministério da Saúde do Brasil. A política reconhece os efeitos da discriminação na saúde da população LGBT e estabelece diretrizes para promover equidade no acesso ao sistema de saúde. O objetivo é reduzir as desigualdades relacionadas à saúde destes grupos sociais através de ações nas áreas de produção de conhecimento, participação social
Este documento descreve o papel do Agente Comunitário de Saúde no Sistema Único de Saúde brasileiro. O SUS foi criado pela Constituição de 1988 para garantir acesso público e universal à saúde. O SUS é baseado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade. O Agente Comunitário desempenha um papel importante na promoção da saúde e na integração entre a comunidade e os serviços de saúde da Atenção Primária.
1. O documento discute o papel do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como elo entre a comunidade e a Equipe de Saúde da Família (ESF).
2. Analisa produções científicas sobre o ACS entre 2005-2010, identificando como o ACS atua para ampliar o vínculo entre a comunidade e a ESF, especialmente por meio de visitas domiciliares.
3. Conclui que os ACS são peças-chave para a reorganização da atenção básica, atuando em diversos contextos para
O documento resume os principais aspectos históricos e conceituais do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), desde sua origem até os dias atuais. Aborda temas como os objetivos do SUS definidos em lei, seus princípios constitucionais como universalidade, equidade e integralidade, além de detalhar a implementação do sistema e a reorientação do modelo assistencial ao longo do tempo.
1. O documento discute o Sistema Único de Saúde no Recife, Pernambuco, abordando sua estrutura, funcionamento e desafios.
2. A saúde coletiva em Recife enfrenta problemas como hanseníase, tuberculose, dengue, AIDS e sífilis congênita.
3. É estratégico para Recife qualificar a atenção básica, reduzir as desigualdades territoriais e melhorar os indicadores de saúde da população.
Ética profissional: Direitos e deveres dos ACS e ACEs, Conhecer e discutir os princípios e diretrizes que norteiam as ações dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate à Endemias
O documento resume as ações do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) na área da saúde, incluindo vídeos lançados sobre saúde da população negra e publicações sobre o tema. Também discute as ações do PCRI em Salvador para promover políticas de saúde eqüitativas e o trabalho da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial para a saúde da população negra.
Politica nacional de saude integral de lesbicas gays bissexuais travestis e t...Unidade Temática T3 - blog
Este documento apresenta a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no Brasil. O objetivo é promover a equidade e reduzir as desigualdades na saúde destes grupos, reconhecendo os efeitos da discriminação. A política define diretrizes, objetivos e responsabilidades para assegurar os direitos à saúde destas populações nos âmbitos federal, estadual e municipal.
O documento apresenta a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Ministério da Saúde do Brasil. A política reconhece os efeitos da discriminação na saúde da população LGBT e estabelece diretrizes para promover equidade no acesso ao sistema de saúde. O objetivo é reduzir as desigualdades relacionadas à saúde destes grupos sociais através de ações nas áreas de produção de conhecimento, participação social
Este documento descreve o papel do Agente Comunitário de Saúde no Sistema Único de Saúde brasileiro. O SUS foi criado pela Constituição de 1988 para garantir acesso público e universal à saúde. O SUS é baseado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade. O Agente Comunitário desempenha um papel importante na promoção da saúde e na integração entre a comunidade e os serviços de saúde da Atenção Primária.
Este documento apresenta uma discussão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, abordando seu contexto histórico, objetivos, princípios e implementação. Inicialmente, descreve os aspectos históricos pré-SUS, desde o modelo de sanitarismo até as reformas sanitárias da década de 1970 que defenderam o direito universal à saúde. Posteriormente, detalha os objetivos, princípios como universalidade, equidade e integralidade, e aspectos da implementação do SUS definidos na Lei 8080/90.
O documento descreve os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), incluindo cuidados de saúde coletiva, controle de qualidade de alimentos, vacinações, transplante de órgãos, atendimento de emergência e produção de medicamentos genéricos a baixo custo.
O documento discute o Programa de Agentes Comunitários de Saúde no Brasil. O programa treina agentes para fornecer serviços de saúde básicos em comunidades. Atualmente, há 204 mil agentes trabalhando em áreas rurais e urbanas em todo o país. Os agentes são supervisionados por enfermeiros e fazem parte da equipe de saúde da família.
O documento discute a história e os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). Ele explica que o SUS foi criado para universalizar o acesso à saúde e fornecer atendimento integral e equitativo a todos os cidadãos brasileiros de forma descentralizada e com participação da população. O documento também descreve os objetivos, princípios e mecanismos de financiamento e gestão do SUS.
"O que é o sus?" Capítulo 3 - 'A Implantação do SUSFlavia Verçoza
O documento discute a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, abordando seus princípios, estrutura, programas e desafios atuais. O SUS tem como objetivo prover saúde para todos os brasileiros de forma universal e igualitária, atuando por meio de ações de prevenção, educação e assistência médica. No entanto, enfrenta problemas como subfinanciamento, envelhecimento populacional e pressão por tratamentos caros.
1. O documento apresenta o Protocolo da Rede de Atenção e Proteção à Pessoa Idosa em Situação de Risco para a Violência do município de Curitiba.
2. O objetivo é estabelecer diretrizes para identificar, notificar e prestar atendimento a pessoas idosas em situação de risco ou vítimas de violência.
3. O protocolo define os papéis das instituições que compõem a rede de proteção ao idoso e estabelece fluxos de atendimento, notificação e monitoramento de casos.
O documento discute modelos de atenção à saúde no Brasil, comparando o modelo privatista predominante com o modelo sanitarista idealizado. Ele defende a adoção de um modelo integral centrado no usuário, com a atenção básica como ordenadora do cuidado e mecanismos como a regulação e telessaúde para integrar os níveis de atenção.
O documento resume as principais políticas de desenvolvimento social e combate à fome implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no Brasil, incluindo o Programa Bolsa Família, o Sistema Único de Assistência Social, e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
O documento discute a regionalização da saúde no estado de Minas Gerais, que foi dividido em 13 macrorregiões, 75 microrregiões e 19 polos macrorregionais para descentralizar os serviços de saúde e torná-los mais acessíveis. A região Oeste de Minas, composta por 55 municípios, é apresentada como exemplo, demonstrando seus indicadores de saúde e infraestrutura hospitalar. O leitor é incentivado a pesquisar como essa região se compara às demais.
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)Luis Dantas
I. A Política Nacional de Atenção Básica de 2012 estabelece diretrizes para a organização da atenção primária à saúde no Brasil com foco na Estratégia Saúde da Família. II. Cabe aos municípios garantir a infraestrutura e recursos para o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde. III. A educação permanente dos profissionais de saúde é essencial para a melhoria contínua do modelo de atenção básica.
O SUS é o sistema público de saúde brasileiro criado pela Constituição de 1988 para garantir a saúde como direito de todos de forma universal e igualitária. É formado por ações em saúde da União, estados e municípios. Tem como princípios a universalidade, eqüidade e integralidade da assistência à saúde.
O documento define Sistemas Locais de Saúde (SILOS) como um processo de regionalização para universalizar o acesso à saúde da população de forma eficiente. Ele discute a importância da regionalização e da descentralização para melhorar a cobertura e equidade do sistema de saúde, dividindo o território em unidades menores para facilitar o acesso. Também aborda os elementos-chave do processo de construção dos Distritos Sanitários, incluindo território, problemas de saúde e processos de trabalho.
O documento discute sistemas de informação em saúde no Brasil, como o SINAN e o SIM, e aspectos do PACS, ESF e vigilância em saúde. Aborda temas como notificação compulsória, mapeamento comunitário, cobertura populacional da ESF e composição mínima da equipe multiprofissional.
Apresentação feita pela assessora técnica do CONASS, Lourdes Almeida, durante o debate sobre Regionalização da Saúde e Co-gestão, no XXX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Serra/ES, entre os dias 01 e 04 de junho de 2014.
O documento resume os principais conceitos e estrutura da política de assistência social no Brasil, incluindo o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os níveis de proteção social básica e especial. Ele também fornece detalhes sobre os serviços oferecidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) na cidade de Santa Maria.
O documento descreve estratégias comunitárias de prevenção de DST/AIDS no Rio de Janeiro. Apresenta o Núcleo Comunitário de Prevenção como um espaço físico nas comunidades que fornece materiais educativos e preservativos. Também descreve o Camelô Educativo, uma estratégia itinerante que leva informações sobre prevenção aos moradores nas ruas e becos das comunidades. Em seguida, lista e descreve diversas estratégias criadas pelas lideranças comunitárias.
Este documento apresenta um dicionário de termos técnicos da assistência social com 201 verbetes utilizados nos serviços, programas e projetos de assistência social de Belo Horizonte. O dicionário tem como objetivo padronizar a nomenclatura e conceitos empregados na política de assistência social do município. A publicação revisa e amplia uma edição anterior, oferecendo definições concisas de termos importantes para a gestão dos serviços socioassistenciais.
Este documento aprova a nova Política Nacional de Atenção Básica, que estabelece diretrizes revisadas para a organização da atenção básica no Brasil, incluindo a Estratégia Saúde da Família e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde. A política define responsabilidades das esferas federal, estadual e municipal, além de orientações sobre infraestrutura, financiamento e implantação de equipes de atenção básica.
Este documento descreve os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). O SUS é baseado nos princípios da universalidade, equidade e integralidade e é organizado segundo os princípios da regionalização, hierarquização, descentralização e participação da comunidade. O setor privado pode complementar o SUS mediante contratos que garantam o cumprimento dos mesmos princípios.
O documento descreve o Programa Saúde da Família (PSF) no Brasil, incluindo sua história, objetivos, equipes, responsabilidades e componentes. O PSF visa fornecer assistência primária de saúde integral e contínua às famílias por meio de equipes multiprofissionais nas unidades básicas de saúde.
Evelina culrura cigana trabalho completo 1 publicadoclubeculturamix
O documento descreve como a dança é uma forma de expressão cultural para os ciganos, permitindo que extravasem alegria e sentimentos e se conectem com a natureza e Deus. As danças ciganas incluem movimentos aparentemente sensuais mas sempre pudicos e usam várias saias para evitar acidentes, celebrando a vida através da música e do corpo.
O documento descreve como os ciganos romenos estão se modernizando e adotando estilos de vida e itens de consumo ocidentais, como carrinhos de bebê, casas unifamiliares, grúas, ar condicionado em carros, fechaduras de segurança, boowling, tunning de carros, esqui, iates, hipermercados, colchões ortopédicos, aquecedores elétricos, ônibus escolares e táxis. No entanto, adverte que a crise econômica pode reverter esses
Este documento apresenta uma discussão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, abordando seu contexto histórico, objetivos, princípios e implementação. Inicialmente, descreve os aspectos históricos pré-SUS, desde o modelo de sanitarismo até as reformas sanitárias da década de 1970 que defenderam o direito universal à saúde. Posteriormente, detalha os objetivos, princípios como universalidade, equidade e integralidade, e aspectos da implementação do SUS definidos na Lei 8080/90.
O documento descreve os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), incluindo cuidados de saúde coletiva, controle de qualidade de alimentos, vacinações, transplante de órgãos, atendimento de emergência e produção de medicamentos genéricos a baixo custo.
O documento discute o Programa de Agentes Comunitários de Saúde no Brasil. O programa treina agentes para fornecer serviços de saúde básicos em comunidades. Atualmente, há 204 mil agentes trabalhando em áreas rurais e urbanas em todo o país. Os agentes são supervisionados por enfermeiros e fazem parte da equipe de saúde da família.
O documento discute a história e os princípios do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). Ele explica que o SUS foi criado para universalizar o acesso à saúde e fornecer atendimento integral e equitativo a todos os cidadãos brasileiros de forma descentralizada e com participação da população. O documento também descreve os objetivos, princípios e mecanismos de financiamento e gestão do SUS.
"O que é o sus?" Capítulo 3 - 'A Implantação do SUSFlavia Verçoza
O documento discute a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, abordando seus princípios, estrutura, programas e desafios atuais. O SUS tem como objetivo prover saúde para todos os brasileiros de forma universal e igualitária, atuando por meio de ações de prevenção, educação e assistência médica. No entanto, enfrenta problemas como subfinanciamento, envelhecimento populacional e pressão por tratamentos caros.
1. O documento apresenta o Protocolo da Rede de Atenção e Proteção à Pessoa Idosa em Situação de Risco para a Violência do município de Curitiba.
2. O objetivo é estabelecer diretrizes para identificar, notificar e prestar atendimento a pessoas idosas em situação de risco ou vítimas de violência.
3. O protocolo define os papéis das instituições que compõem a rede de proteção ao idoso e estabelece fluxos de atendimento, notificação e monitoramento de casos.
O documento discute modelos de atenção à saúde no Brasil, comparando o modelo privatista predominante com o modelo sanitarista idealizado. Ele defende a adoção de um modelo integral centrado no usuário, com a atenção básica como ordenadora do cuidado e mecanismos como a regulação e telessaúde para integrar os níveis de atenção.
O documento resume as principais políticas de desenvolvimento social e combate à fome implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no Brasil, incluindo o Programa Bolsa Família, o Sistema Único de Assistência Social, e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
O documento discute a regionalização da saúde no estado de Minas Gerais, que foi dividido em 13 macrorregiões, 75 microrregiões e 19 polos macrorregionais para descentralizar os serviços de saúde e torná-los mais acessíveis. A região Oeste de Minas, composta por 55 municípios, é apresentada como exemplo, demonstrando seus indicadores de saúde e infraestrutura hospitalar. O leitor é incentivado a pesquisar como essa região se compara às demais.
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)Luis Dantas
I. A Política Nacional de Atenção Básica de 2012 estabelece diretrizes para a organização da atenção primária à saúde no Brasil com foco na Estratégia Saúde da Família. II. Cabe aos municípios garantir a infraestrutura e recursos para o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde. III. A educação permanente dos profissionais de saúde é essencial para a melhoria contínua do modelo de atenção básica.
O SUS é o sistema público de saúde brasileiro criado pela Constituição de 1988 para garantir a saúde como direito de todos de forma universal e igualitária. É formado por ações em saúde da União, estados e municípios. Tem como princípios a universalidade, eqüidade e integralidade da assistência à saúde.
O documento define Sistemas Locais de Saúde (SILOS) como um processo de regionalização para universalizar o acesso à saúde da população de forma eficiente. Ele discute a importância da regionalização e da descentralização para melhorar a cobertura e equidade do sistema de saúde, dividindo o território em unidades menores para facilitar o acesso. Também aborda os elementos-chave do processo de construção dos Distritos Sanitários, incluindo território, problemas de saúde e processos de trabalho.
O documento discute sistemas de informação em saúde no Brasil, como o SINAN e o SIM, e aspectos do PACS, ESF e vigilância em saúde. Aborda temas como notificação compulsória, mapeamento comunitário, cobertura populacional da ESF e composição mínima da equipe multiprofissional.
Apresentação feita pela assessora técnica do CONASS, Lourdes Almeida, durante o debate sobre Regionalização da Saúde e Co-gestão, no XXX Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Serra/ES, entre os dias 01 e 04 de junho de 2014.
O documento resume os principais conceitos e estrutura da política de assistência social no Brasil, incluindo o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e os níveis de proteção social básica e especial. Ele também fornece detalhes sobre os serviços oferecidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) na cidade de Santa Maria.
O documento descreve estratégias comunitárias de prevenção de DST/AIDS no Rio de Janeiro. Apresenta o Núcleo Comunitário de Prevenção como um espaço físico nas comunidades que fornece materiais educativos e preservativos. Também descreve o Camelô Educativo, uma estratégia itinerante que leva informações sobre prevenção aos moradores nas ruas e becos das comunidades. Em seguida, lista e descreve diversas estratégias criadas pelas lideranças comunitárias.
Este documento apresenta um dicionário de termos técnicos da assistência social com 201 verbetes utilizados nos serviços, programas e projetos de assistência social de Belo Horizonte. O dicionário tem como objetivo padronizar a nomenclatura e conceitos empregados na política de assistência social do município. A publicação revisa e amplia uma edição anterior, oferecendo definições concisas de termos importantes para a gestão dos serviços socioassistenciais.
Este documento aprova a nova Política Nacional de Atenção Básica, que estabelece diretrizes revisadas para a organização da atenção básica no Brasil, incluindo a Estratégia Saúde da Família e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde. A política define responsabilidades das esferas federal, estadual e municipal, além de orientações sobre infraestrutura, financiamento e implantação de equipes de atenção básica.
Este documento descreve os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). O SUS é baseado nos princípios da universalidade, equidade e integralidade e é organizado segundo os princípios da regionalização, hierarquização, descentralização e participação da comunidade. O setor privado pode complementar o SUS mediante contratos que garantam o cumprimento dos mesmos princípios.
O documento descreve o Programa Saúde da Família (PSF) no Brasil, incluindo sua história, objetivos, equipes, responsabilidades e componentes. O PSF visa fornecer assistência primária de saúde integral e contínua às famílias por meio de equipes multiprofissionais nas unidades básicas de saúde.
Evelina culrura cigana trabalho completo 1 publicadoclubeculturamix
O documento descreve como a dança é uma forma de expressão cultural para os ciganos, permitindo que extravasem alegria e sentimentos e se conectem com a natureza e Deus. As danças ciganas incluem movimentos aparentemente sensuais mas sempre pudicos e usam várias saias para evitar acidentes, celebrando a vida através da música e do corpo.
O documento descreve como os ciganos romenos estão se modernizando e adotando estilos de vida e itens de consumo ocidentais, como carrinhos de bebê, casas unifamiliares, grúas, ar condicionado em carros, fechaduras de segurança, boowling, tunning de carros, esqui, iates, hipermercados, colchões ortopédicos, aquecedores elétricos, ônibus escolares e táxis. No entanto, adverte que a crise econômica pode reverter esses
A Casa de Caridade Navegantes de Oxalá anuncia uma comemoração para Santa Sara Kali e os Ciganos da Umbanda em 25 de maio de 2012 na Rua Santo Expedido no 93 em Aracaju, Sergipe. O documento convida o público a visitar seu site e rádio para obter mais informações sobre a religião e programação.
Este documento descreve aspectos da cultura cigana, incluindo sua ênfase na liberdade, seu respeito pela inteligência acima de tudo, e sua crença de que a sabedoria é como uma flor da qual cada um faz o mel ou o veneno de acordo com sua própria natureza.
1) Um prédio de 6 andares em Lisboa foi quase totalmente ocupado por famílias ciganas, forçando outros moradores a saírem.
2) O prédio se encontra em péssimo estado de conservação, com lixo, fezes e danos estruturais, colocando em risco os moradores.
3) A Câmara Municipal de Lisboa planeja realocar as famílias ciganas em outro prédio, o que pode colocar novos moradores em perigo.
O documento descreve a história da Nigéria desde a era colonial até a independência em 1960. Exploradores europeus começaram o comércio de escravos na Nigéria no século XVI. A Grã-Bretanha aboliu o comércio de escravos em 1807 e estabeleceu uma esquadra para impedir o tráfico de escravos. A Nigéria conquistou a independência do Reino Unido em 1960, mas diferenças culturais e políticas entre os principais grupos étnicos ameaçavam a estabilidade do
Os Ciganos têm tradições culturais e religiosas únicas para os principais eventos da vida como nascimento, batismo, casamento e morte, além de oferendas e objetos sagrados como potes.
Inclusão dos alunos das comunidades ciganas...Jorge Pereira
Este documento discute a inclusão de alunos ciganos no sistema educativo português. Aponta que as taxas de absentismo e desistência destes alunos são altas, e que as políticas educacionais portuguesas não delineiam estratégias específicas para promover sua inclusão. Entrevistas com professores e famílias ciganas revelam desafios como falta de recursos, assiduidade e discriminação, mas também a importância percebida da educação.
O povo cigano é um povo nômade que abandonou suas terras há muito tempo e vagou pelo Oriente por séculos antes de se espalhar pelo Ocidente, sempre buscando terras onde pudessem viver livremente. Eles sofreram perseguição e preconceito ao longo da história devido ao seu estilo de vida nômade e práticas como a adivinhação, mas mantiveram suas tradições musicais e de dança. Atualmente, muitos ciganos vivem em casas e ocupam cargos, embora preservem
Os ciganos celebram o feminino com uma festa onde as mulheres vestem vermelho e dançam descalças. Eles também homenageiam o Arcanjo Miguel e comemoram o dia internacional dos ciganos em 8 de Abril. Os casamentos ciganos são grandes festas de até uma semana, com noivas de apenas 12 anos usando muitas jóias.
O documento resume as principais civilizações mundiais, definindo etnia, cultura e fatores de identidade cultural. As principais civilizações são a Ocidental, Chinesa, Islâmica, da África Negra, Ibero-americana, Hindu e Eslava. A etnia é definida como um grupo humano unido por fatores como nacionalidade, religião e língua. A cultura engloba crenças, arte e valores de um povo. Os fatores de identidade cultural incluem etnia, religião, costumes, língua, técnica e
O documento discute os conceitos de cultura, identidade e desenvolvimento sustentável. Apresenta definições de cultura de antropólogos como Mauss, Tylor e Geertz. Também aborda o eurocentrismo e como ele influenciou a visão sobre os povos indígenas e a valorização do patrimônio cultural. Por fim, discute a importância da memória, do território e da participação comunitária para um desenvolvimento sustentável que proteja a herança cultural.
Este documento resume o livro "Os Ciganos" de Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares, ilustrado por Danuta Wojciechowska. Conta a história de um rapaz chamado Ruy que não se sentia feliz na sua casa arrumada, onde tinha de cumprir regras. Um dia, inspirado por um grupo de ciganos, Ruy decide saltar o muro do jardim para experimentar a liberdade pela qual sempre suspirou.
Este documento fornece resumos de 29 cartas utilizadas no baralho cigano, descrevendo suas mensagens e possíveis obstáculos. As cartas abordam temas como amor, trabalho, finanças, saúde e espiritualidade.
O documento fala sobre as origens dos Orixás brasileiros, contando Itans, ou histórias, sobre como eles viveram no passado e o que fizeram para se tornarem divindades. O site fornece informações sobre as origens dos Orixás do Candomblé e da Umbanda.
INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA, Campus Garopaba.
HISTÓRIA, MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E IDENTIDADE
Professor Viegas Fernandes da Costa
Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental de Garopaba.
Março de 2014.
Este documento fornece diretrizes para a implementação de programas de DST/AIDS nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Ele destaca a importância de respeitar a diversidade cultural das populações indígenas e envolver atores sociais e comunidades na prevenção. O documento também fornece informações sobre a demografia indígena, epidemiologia da AIDS nesta população e estratégias de vigilância, capacitação e monitoramento para os DSEI.
Os Agentes Comunitários de Saúde do Brasil: o impacto de seu papel para a saú...COLUFRAS
1) O documento discute o papel dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no Brasil, incluindo sua história, responsabilidades e impacto;
2) Os ACS contribuíram para ampliar o acesso aos serviços de saúde, especialmente em áreas remotas, e melhorar indicadores como mortalidade infantil e cobertura vacinal;
3) No futuro, os ACS enfrentam desafios como as diferenças regionais no Brasil e a complexidade de seu sistema de saúde.
O documento discute dois relatórios sobre a situação dos ciganos na Europa. O primeiro relatório analisa a situação dos ciganos na União Europeia e fornece recomendações para promover sua inclusão social. O segundo relatório destaca a discriminação contínua que os ciganos enfrentam na Europa.
1) O vereador Catanese pede a criação de um programa para entrega de livros em residências para portadores de necessidades especiais, facilitando o acesso à cultura.
2) Ele também solicita a elaboração de cartilhas sobre doenças comuns como asma e pneumonia para campanhas de saúde pública.
3) É sugerida a criação de uma comissão municipal para debater envelhecimento saudável e qualidade de vida dos idosos.
O documento discute as ações do Programa de Combate ao Racismo Institucional na área da saúde (PCRI-Saúde) no Brasil, incluindo a elaboração de um kit de combate ao racismo na saúde, o apoio à criação de uma rede de promoção da equidade racial na saúde e a inclusão de temas raciais no treinamento de agentes comunitários de saúde. Também aborda o componente municipal do PCRI e iniciativas para promover a equidade racial no sistema de saúde brasileiro.
O documento discute os desafios e propostas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Ele descreve a importância do SUS como a maior política de inclusão social e redistribuição de renda do país, mas reconhece desafios como desigualdades regionais no acesso aos serviços. Propõe como soluções fortalecer a participação social, a regionalização dos serviços, e a gestão compartilhada entre os diferentes níveis de governo.
Este documento fornece dados sobre a situação socioeconômica de Moçambique e descreve programas de proteção social básica implementados pelo governo, como o Programa de Subsídio de Alimentos e o Programa de Apoio Social Direto. Apresenta também desafios como a expansão dos programas, aumento nos benefícios e capacitação de pessoal. Discute a integração de pessoas vivendo com HIV/AIDS nos programas e a adequação destes à realidade atual.
Vigilância Sanitária tem uma longa história desde as primeiras cidades antigas, quando já existiam preocupações com a água e alimentos para proteger a saúde da população. Ao longo dos séculos, surgiram regras e providências sanitárias para lidar com os riscos à saúde decorrentes do crescimento urbano, como a construção de aquedutos e locais para depósito de lixo. Atualmente, a Vigilância Sanitária abrange o controle de produtos e serviços relacionados à saúde em todas as etap
Vigilância Sanitária tem uma longa história desde as primeiras cidades antigas, quando já existiam preocupações com a água e alimentos para proteger a saúde da população. Ao longo dos séculos, surgiram regras e providências sanitárias para lidar com os riscos à saúde decorrentes do crescimento urbano, como a construção de aquedutos e locais para depósito de lixo. Atualmente, a Vigilância Sanitária abrange o controle de produtos e serviços relacionados à saúde em todas as etap
O documento resume alguns dados sobre Moçambique e programas de proteção social básica implementados pelo governo, incluindo desafios. Fornece estatísticas sobre pobreza, economia, demografia e programas como o Subsídio de Alimentos, Apoio Social Direto e Benefício Social Pelo Trabalho. Também discute desafios como adequar programas ao HIV/AIDS e fortalecer a participação comunitária.
O documento discute a proteção social básica em Moçambique, incluindo dados sobre pobreza, programas implementados pelo governo como o Programa Subsídio de Alimentos e desafios como adequar os programas às dinâmicas do HIV/AIDS e promover a sustentabilidade dos beneficiários.
O presente relatório refere-se as actividades do programa do FOJASSIDA desenvolvidas durante o ano de 2011, tendo como objectivo Contribuir para a redução do impacto do VIH e SIDA em Angola, respeitando os pretextos contidos no Plano Estratégico Nacional de Respostas às ITS, VIH e SIDA 2011 – 2014, bem como de promover a participação harmoniosa dos jovens nos processos de democracia tendo em conta o processo de desenvolvimento do mesmo.
Política municipal de pics aprovada pelo cms em 04 04 2017Luiz Edmundo Silva
1. Este documento apresenta a Política Municipal de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde de Cuiabá, descrevendo seu histórico no estado e município e objetivando implementar estas práticas no SUS local.
2. A política foi elaborada seguindo a Política Nacional de Práticas Integrativas do Ministério da Saúde e visa ampliar o acesso a práticas como homeopatia, acupuntura, fitoterapia e outras terapias.
3. As diretrizes incluem a inserção dest
Quadro comparativo dos programas de governo dos principais candidatos à Pres...Walmar Andrade
Instituto Alvorada e Brasil & Desenvolvimento apresentam o Quadro comparativo dos programas de governo dos principais candidatos à Presidência nas Eleições 2010
1) O documento discute a saúde mental na atenção básica no Brasil, incluindo a história da reforma psiquiátrica e a política nacional de saúde mental.
2) Ele descreve o papel dos profissionais de saúde na atenção básica no cuidado da saúde mental e algumas ações terapêuticas comuns, como escuta ativa, empatia e acolhimento.
3) O documento também discute a organização dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e sua função de apoiar
Saúde coletiva - POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDEAndressa Carmo
I. O documento discute a Política Nacional de Promoção da Saúde no Brasil, seu histórico, objetivos e marcos legais. II. A promoção da saúde visa melhorar a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades através de ações intersetoriais. III. As esferas federal, estadual e municipal têm responsabilidades compartilhadas na implementação da política nacional.
O documento discute a história e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, incluindo sua criação na Constituição de 1988 e os valores de universalidade, equidade e participação popular.
Estudo de caso uso de bicicletas ambulancias em MoçambiqueCatarina Regina
Este documento descreve um projeto em Nampula, Moçambique que estabeleceu equipes comunitárias de saúde e usou bicicletas ambulâncias para melhorar o acesso aos serviços de saúde. 84 comunidades formaram Conselhos de Líderes Comunitários para promover a saúde. Embora 59 bicicletas ambulâncias estejam em uso, desafios incluem sustentabilidade financeira e mobilização da comunidade para seu uso. O projeto busca abordar esses desafios e expandir as mensagens de saú
Relatório VII conferência municipal de saúde PARACATU - MGCínthia Lima
O documento relata sobre a Sétima Conferência Municipal de Saúde realizada em Paracatu, Minas Gerais, que discutiu a Rede de Atenção à Saúde do município. Os participantes foram divididos em grupos para debater os eixos temáticos da conferência e propor ações para o Plano Municipal de Saúde. Após votação, as propostas aprovadas incluíam ampliar equipes de saúde, implantar novos serviços e melhorar a gestão da informação.
Semelhante a Guia intervenção com ciganas (sastipen) (20)
O documento discute as regras de trânsito e segurança rodoviária em Portugal, explicando que o Código da Estrada estabelece as regras para a circulação rodoviária e comportamento dos motoristas, as sanções por infrações e a sinalização das estradas. Também fornece detalhes sobre as linhas na estrada e os sinais de trânsito.
Este documento descreve uma formação sobre estratégias de intervenção para promover a inclusão social de comunidades ciganas em Portugal. A formação irá explorar o contexto cultural e histórico das comunidades ciganas, os desafios da modernidade e abordagens de intervenção social. O objetivo é capacitar profissionais com conhecimentos e ferramentas para trabalhar com estas comunidades. A formação ocorrerá em Lisboa e incluirá métodos participativos para promover aprendizagem.
A poesia descreve a paixão de uma cigana por um cigano, comparando seu destino de estar juntos ao fluxo de um rio para o mar. Ela fala sobre como entregou seu coração a ele e deseja estar com ele, imaginando fazer amor sob a luz da lua e deixar rastros de sua paixão cigana.
Este documento discute raça e etnia. Ele fornece informações sobre um projeto de educação entre pares para adolescentes e jovens sobre saúde e prevenção nas escolas. O documento inclui um prefácio que descreve o objetivo do projeto de fortalecer o debate juvenil sobre esses temas e promover a saúde sexual e reprodutiva.
O documento lista e descreve 38 profissões diferentes, destacando as principais tarefas e características de cada uma delas, como mecânico, fotógrafo, ator, juiz, pescador, agricultor, bombeiro, cozinheiro, veterinário, professor, camionista, apicultor, feirante, maquinista, varredor, pintor, canalizador, enfermeiro, manicure, oleiro, eletricista, arquiteto, pedreiro, padeiro, cabeleireira, cantor, carpinteiro, carte
Este documento apresenta uma estratégia nacional para a integração das comunidades ciganas em Portugal. Discutem-se as dificuldades históricas de discriminação e marginalização enfrentadas pelas comunidades ciganas e iniciativas recentes para promover a inclusão social, educação, emprego, habitação e saúde. A estratégia inclui cinco eixos principais: transversal, educação, habitação, emprego e formação, e saúde.
O documento discute vários relatórios e iniciativas relacionadas aos direitos dos ciganos na União Europeia. Inclui um relatório do Parlamento Europeu sobre cidadãos ciganos, recomendações da Comissão Europeia contra o Racismo e Intolerância, e projetos de inclusão de ciganos na Espanha, Escócia e outros países.
Este documento apresenta a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas em Portugal. A estratégia visa promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social das comunidades ciganas no país através de medidas nas áreas da educação, habitação, emprego, formação e saúde. A estratégia baseia-se nos princípios da igualdade, não discriminação e cidadania e alinha-se com as orientações da União Europeia para a integração das comunidades ciganas.
Este documento apresenta a tese de doutoramento de Maria José Manso Casa Nova sobre a família, etnicidade, trabalho e educação de uma comunidade cigana no norte de Portugal. A tese discute os processos de socialização e educação familiar e comunitária, o significado do trabalho e da educação escolar para os ciganos, e as relações de género no contexto da etnicidade.
Este documento discute as relações interculturais entre mulheres ciganas e não-ciganas na educação. Ele explora como a escola pode ser um espaço para o encontro intercultural entre as duas comunidades e como as experiências das mulheres de ambos os grupos étnicos podem contribuir para reformular os currículos escolares. O documento também examina como o gênero e a cultura cigana influenciam as experiências educacionais das mulheres ciganas.
O documento apresenta sugestões de atividades para o ensino básico sobre a cultura cigana. Inclui 10 fichas com histórias e informações sobre aspectos da vida cigana como o traje, a família, a escola e o nomadismo. Fornece também curiosidades e sugestões de atividades para os alunos.
Guia de combate ao insucesso escolar das raparigas ciganasmaladigitalmourao
Este documento presenta una guía pedagógica que busca proponer soluciones efectivas para asegurar el éxito escolar de las niñas y adolescentes gitanas. Reconoce que explicaciones previas sobre el fracaso escolar de este grupo han estado sesgadas y estigmatizadas. Propone en cambio contar con la voz de las protagonistas gitanas para identificar factores de cambio propios y encontrar soluciones válidas mediante un diálogo y una metodología comunicativa que incorpore su experiencia y visión.
Fundacion secretariadogitanojerez saude nos jovens ciganosmaladigitalmourao
Este documento propone un proyecto de promoción de la salud para la juventud gitana. Explica que la comunidad gitana en España tiene una situación de exclusión social y económica. La población gitana es joven y tiene bajos niveles educativos y dificultades para acceder a servicios básicos como salud y vivienda. El proyecto se basa en la experiencia de la Fundación Secretariado Gitano trabajando con jóvenes y mujeres gitanas para mejorar su salud y participación social.
1. O documento apresenta um léxico de palavras em Romanó-Caló, o dialeto falado por ciganos portugueses e espanhóis, com o objetivo de validá-lo junto das comunidades ciganas e ser utilizado por professores.
2. Inclui notas sobre a formação de palavras em Romanó-Caló e uma lista com centenas de termos e suas traduções para português.
3. Tem como objetivos validar termos regionais e disponibilizar o léxico para uso educacional sobre a língua e cultura cigana
1) O documento discute micróbios inofensivos e como eles podem ajudar no processo de fermentação de alimentos como pão.
2) Uma atividade experimental é proposta onde estudantes observam como fungos de fermento fazem a massa crescer ao digerirem açúcares.
3) A discussão final pergunta aos estudantes sobre os processos de fermentação e em quais outros alimentos micróbios são usados no preparo.
1) A maioria das bactérias são inofensivas e benéficas, mas algumas podem causar doenças.
2) Bactérias como Streptococcus thermophilous e Lactobacillus bulgaricus são usadas na produção de alimentos fermentados como iogurte e transformam o leite.
3) Bactérias como Lactobacillus são consideradas "amigáveis" e ajudam na digestão, sendo chamadas de probióticas.
1. O fermento e o açucar causaram o aumento do volume da massa ao longo do tempo por meio da fermentação. O fermento sozinho levou mais tempo para aumentar o volume da massa do que quando misturado com açucar.
O documento instrui preparar duas misturas de farinha com fermento ou fermento e açúcar em recipientes separados A e B. As misturas são colocadas em tubos graduados e a altura é registada de 5 em 5 minutos por 30 minutos para comparar o crescimento.
O capítulo descreve como alguns micróbios podem ser benéficos para a saúde e utilizados na indústria alimentar, com uma atividade ensinando como a levedura é usada na fermentação do pão.
1. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Intervenção com
a Comunidade Cigana
[
Guia para a
nos Serviços de Saúde
Financed by
2. Guia para a
Intervenção com
a Comunidade Cigana
nos Serviços de Saúde
6. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 5 ]
Apresentação
O presente manual foi elaborado no direitos humanos dos cidadãos euro-
âmbito do projecto Sastipen “Redução peus. Assim, o projecto visa recolher
das Desigualdades de Saúde nas Co- informação sobre a situação actual das
munidades Ciganas”, financiado por Comunidades Ciganas relativamente
DG SANGO – Comissão Europeia à saúde, comparando com a situação
(2005-2006). O projecto foi desen- da sociedade maioritária no sentido de
volvido em 9 países pelas seguintes definir um conjunto de recomendações
entidades: Azienda USL5 Pisa (Itália);
e estratégias de intervenção dirigi-
Coordinamiento Nazionale Comunitá
das aos responsáveis pelas decisões;
di Accoglienza - CNCA (Itália); Efxi-
identificando as principais causas; no-
ni Poli (Grécia); Initiative for Health
Foundation (Bulgária); Khetanipe for meadamente o inadequado acesso da
the Roma Unity Association (Hungria); população cigana aos serviços de saú-
Democratic Change Slovakia - PDCS de, o uso inadequado destes serviços
(Eslováquia); Rede Europeia Anti-Po- devido aos hábitos culturais com vista
breza – REAPN (Portugal); Roma Cen- a planificar formação e a mobilizar as
tre for Social Intervention and Studies principais partes interessadas, ana-
- Roma CRISS (Roménia); o governo lisando as causas socio-económicas
da República Checa – Comissário para e ambientais em detrimento dos pa-
os Direitos Humanos (República Che- drões de saúde e o papel dos líderes da
ca); Health for Roma Foundation (Bul- comunidade, dos mediadores sociais
gária) e Fundación Secretariado Gita- e das mulheres ciganas na promoção
no (Espanha) como o coordenador do da saúde com vista a adquirir um con-
projecto.
junto de capacidades e conhecimentos
A população Cigana dos países envol- fundamentais.
vidos caracterizam-se por padrões de
Desta forma, gostaríamos de agra-
vida deficitários, particularmente em
relação à saúde, fazendo com que esta decer à Comissão Europeia para a
minoria seja vulnerável às doenças concretização do nosso objectivo em
que foram erradicadas da sociedade reduzir as desigualdades de saúde
maioritária. A erradicação das des- apresentadas pelas Comunidades Ci-
igualdades de saúde apresentadas pe- ganas na Europa e promover a melho-
las Comunidades Ciganas deve cons- ria da situação actual de saúde nestas
tar na agenda política para garantir os comunidades.
7.
8. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 7 ]
Introdução
A Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN) vem desenvolvendo, desde
Fevereiro de 2005, o Projecto “SASTIPEN: Redução das Desigualdades de Saú-
de nas Comunidades Ciganas”. Este projecto integra-se no âmbito do Programa
Europeu de Saúde Pública (2003-2008) e tem como principal objectivo melhorar
a qualidade de vida e de saúde das comunidades ciganas, reduzindo as desigual-
dades que estas comunidades apresentam através de um conjunto de acções/re-
comendações e de uma estratégia de saúde integrada e intersectorial. Trata-se de
uma parceria transnacional (Espanha, Portugal, Grécia, Itália, Bulgária, Roménia,
Hungria, Eslováquia e República Checa), composta por entidades cuja área de
intervenção incide nas comunidades ciganas.
No âmbito de um conjunto alargado de recebam um tratamento igual e cultu-
actividades, o projecto compreende a ralmente adequado às suas necessi-
elaboração do Guia para a Inter- dades específicas.
venção com a Comunidade Cigana
Assim, o objectivo deste manual é ofe-
nos Serviços de Saúde. A saúde é
recer aos diferentes profissionais
um indicador importante de desigual-
do sistema de saúde, um conjunto
dades nas comunidades ciganas, de
de recomendações, que orientem
qualidade de vida e de participação
a sua intervenção em relação aos
na sociedade civil como cidadãos de
pacientes da etnia cigana. Preten-
pleno direito. As condições de carên-
demos com este guia contribuir para
cia sócio-económica, os deficits edu-
o desenvolvimento de serviços de
cativos, as dificuldades de acesso ao
saúde culturalmente adequados
mercado de trabalho, as deficiências à população cigana no sentido de
no cuidado de saúde e da sua qualida- satisfazer os principais cuidados
de de vida, são elementos que situam de saúde, reconhecendo e respei-
os ciganos entre os grupos mais vul- tando a sua identidade cultural.
neráveis da União Europeia.
Pretende-se, igualmente, suprimir a
A elaboração deste guia responde, existência de um conjunto de ideias
assim, à necessidade de minimizar pré-concebidas e generalizadas que
as desigualdades de saúde das co- influenciam negativamente a inter-
munidades ciganas, principalmente, venção com a população cigana, como
ao nível da acessibilidade aos bens por exemplo:
e recursos que os serviços de saúde
dispõem. A pertinência desta ques- • Os ciganos são um povo marginali-
tão, na qual estão envolvidos todos os zado
profissionais (profissionais de saúde,
• A população cigana é uma ameaça
administrativos, entre outros) exige
para os serviços de saúde
a necessidade de implementar e ar-
ticular medidas de acção, de forma a • Não se pode oferecer um tratamen-
assegurar que todas as pessoas ciga- to específico às comunidades ciga-
nas que acedem ao sistema de saúde nas
9. [ 8 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Estes preconceitos e estereótipos, Em relação à utilização do presen-
consequência do desconhecimento te manual é imprescindível ter em
sobre os valores sociais e culturais da consideração as seguintes pre-
comunidade cigana, provocam nume- missas:
rosos conflitos que surgem quando as
pessoas ciganas acedem aos serviços • Como se trata de um documento
de saúde. Ao longo deste guia, apre- global e integrado a sua utilização
sentamos um conjunto de elementos exige uma leitura e uma compre-
e recursos que contribuem para a eli- ensão de todos os elementos que se
minação de certos preconceitos as- apresentam.
sim como um conjunto de orientações • Não se deve interpretar como uma
práticas que devem ser implementa- carga extra de trabalho para os pro-
das nestes serviços. fissionais de saúde, mas sim como
Os conteúdos que apresentamos es- um instrumento de melhoria da sua
truturam-se em torno de três capítu- prática profissional considerando a
los claramente diferenciados: influencia que tem os factores so-
ciais e culturais na doença e na re-
• Capítulo I: análise sócio-cultural lação com os utentes do sistema de
da situação actual e das caracte- saúde.
rísticas das comunidades ciganas.
Destacam-se, particularmente, os • Não se deve generalizar a ideia de
aspectos culturais e ambientais re- paternalismo ou de favoritismo da
lacionados com a saúde destas co- comunidade cigana. Parte-se da si-
munidades. tuação de desigualdade em que vi-
vem as comunidades ciganas e que
• Capítulo II: proposta de actuação têm os mesmos direitos e deveres
para os serviços de saúde. Trata-se que o resto dos cidadãos da socie-
de orientações que não afectam a dade maioritária.
prática terapêutica dos profissionais
de saúde, mas têm uma grande in- • Temos consciência das limitações
fluência no sucesso dos tratamentos do sistema de saúde e dos seus pro-
e na prevenção de possíveis confli- fissionais, mas também que é pos-
tos. sível a integração de boas práticas
de acção, no sentido de melhorar a
• Capítulo III: boas práticas de ac- relação existente entre os interve-
tuação tendo por base experiências nientes e minimizar as desigualda-
realizadas a nível nacional des de saúde.
12. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 11 ]
A população cigana na Europa
Origem
O povo Rom está presente na Europa há muito tempo. Chegaram entre os séculos
XIV e XV principalmente a Espanha, Portugal, França, Alemanha, Rússia, Roménia
e Hungria. Apesar de possuir uma identidade cultural comum, a população cigana
na Europa não é um grupo unitário, mas sim diversos grupos (comunidades). Esta
heterogeneidade, que se verifica em cada um dos países e entre as suas diversas re-
giões, deve-se a adaptações diferenciadas aos países de acolhimento e aos diferentes
processos migratórios que tiveram lugar quando saíram do lugar geográfico de ori-
gem (a zona do Punjab na Índia). Alguns dos seus costumes resistiram à cultura dos
países hóspedes como, por exemplo, os ritmos e os bailes folclóricos, assim como
algumas palavras da sua língua originária – o ROMANÓ.
A população cigana, devido ao seu ca- União Europeia, tais como Roménia
racter de povo errante e nómada e às (cerca de dois milhões e meio), Hun-
especificidades culturais que apresen- gria (600.000), Bulgária (perto de
tam, sempre vitimas de perseguições 500.000), Republica Eslovaca (cerca
e sofreram situações de escravatura. de 400.000) e Republica Checa (cerca
Esta história de discriminação con- de 300.000). Antes da adesão dos no-
duziu a múltiplas situações de pobre- vos países à União Europeia, em Maio
za e exclusão social que muitas das de 2004, a Espanha, com mais de
comunidades ciganas vivenciam ainda 650.000 ciganos, era o país da União
actualmente, e que os situa entre os Europeia com maior número de ciga-
grupos mais vulneráveis e mais pobres nos.
da Europa (exclusão que se acentua
nos países mais pobres do continen- O relatório “A situação dos Ciganos na
te e nos antigos estados comunistas). União Europeia Alargada” publicado
Não será assim de estranhar, as re- pela Comissão Europeia em Novem-
lações conflituosas existentes entre bro de 20041, apresenta os principais
os ciganos e não ciganos ao longo do elementos no que diz respeito aos ci-
tempo. ganos nas seguintes áreas:
Educação:
Situação actual das Comunidades
Em muitos países, existe uma ten-
Ciganas dência para a segregação estabele-
A população cigana é a principal mi- cida entre as crianças ciganas e não
noria étnica europeia. Estima-se que, ciganas e pelo facto das crianças não
na actualidade, vivem na Europa en- beneficiarem de um serviço educativo
tre sete e nove mil milhões de pes- adequado. Apesar das crianças ciga-
soas ciganas, das quais, cerca de 2/3
habitam nos países centrais e de les- 1 Situação dos Ciganos na União Europeia
te. A maioria desta população concen- Alargada, U.E, 2004. Este relatório encon-
tra-se nos países candidatos à ades- tra-se disponible em várias línguas e no
ão e nos membros mais recentes da seguinte site: http://europa.eu.int/comm/
employment_social/fundamental_rights
13. [ 12 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
nas serem incluídas nas escolas “nor- marginalização e, consequentemente,
malizadas”, estas dispõem de poucos de exclusão social.
meios para reconhecer as suas espe-
cificidades, existindo fortes riscos de Serviços de saúde:
ghetização. No domínio da formação A pobreza e as más condições de habi-
ao longo da vida, constata-se uma tabilidade destas comunidades, asso-
ausência, nos Estados-membros, da ciadas à discriminação persistente nos
identificação dos ciganos como grupo- serviços de saúde, levam a uma in-
alvo político e, consequentemente, de cidência considerável de algumas do-
medidas e estratégias direccionadas enças, designadamente a tuberculose
para este grupo; e a hepatite. A marginalização das co-
munidades ciganas, as suas condições
Emprego:
socio-económicas e a dificuldade de
Na estratégia europeia de emprego, a acesso às estruturas de informação,
questão da raça e da etnia não foram de educação e de saúde pública, fa-
alvo de uma atenção particular, apesar zem com que estas comunidades se-
de ser evidente que existe discrimi- jam particularmente vulneráveis ao
nação no mercado de emprego devi- consumo e ao tráfico de drogas, com
do à pertença étnica e que a discri- um acesso muito limitado aos orga-
minação racial constitui um obstáculo nismos adequados de recuperação e
significativo no acesso ao mercado de tratamento.
emprego. Poucos Estados-membros
identificam as comunidades ciganas Questões Gerais:
como destinatários específicos nos
– Os sistemas de protecção social na
seus planos nacionais de acção para o
Europa permitem que os ciganos
emprego e isto apesar da taxa de des-
não participem no sistema de segu-
emprego entre estes grupos continuar
rança, quer deliberadamente, quer
a rondar os 80% em alguns países. Os
por negligência. Existem evidências
ciganos são, igualmente, confrontados
de que se aplicam medidas discri-
com importantes obstáculos no aces-
minatórias relativamente às ajudas
so ao mercado de emprego e são, à
partida, mais vulneráveis a situações sociais dos ciganos.
de desemprego. – Um problema comum a toda a Euro-
pa é a falta de documentação sobre
Habitação:
as comunidades ciganas, nomeada-
Esta área é sensivelmente a menos mente no que diz respeito às certi-
desenvolvida no âmbito da política da dões de nascimento, de casamento
União Europeia. No entanto, desem- e de residência. Esta situação pro-
penha um dos papéis mais importan- voca alguns problemas no acesso
tes no processo de inclusão social dos aos serviços sociais.
ciganos e de outras minorias étnicas
excluídas. A este nível, os ciganos con- – No que respeita ao género, muitas
tinuam a viver sem as condições mí- mulheres enfrentam uma dupla dis-
nimas de habitabilidade, salubridade criminação e, consequentemente,
e higiene (designadamente sem elec- baixos níveis de acesso à saúde, à
tricidade, água potável e rede de es- educação e a outros serviços. Dado
gotos) e encontram-se em bairros so- o papel da mulher na educação dos
ciais periféricos e em barracas, o que seus filhos, esta situação é particu-
acentua ainda mais a sua situação de larmente preocupante.
14. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 13 ]
A população cigana em Portugal
Dados demográficos inquérito realizado junto das Câma-
ras Municipais e de outras entidades
Apesar do reconhecimento geral das
(2001) apenas conseguiram apurar
vulnerabilidades que caracterizam
um número total de 21 831. O mesmo
estas comunidades, constata-se a
estudo conclui que as comunidades
inexistência de dados e indicadores
ciganas estão especialmente concen-
no âmbito dos indivíduos pertencen-
tradas no litoral e nas zonas frontei-
tes às comunidades ciganas. De facto,
riças, com especial concentração em
os dados quantitativos sobre a popu-
Lisboa, concluindo que 31% dos ci-
lação cigana são de difícil obtenção, já
ganos vivem em situação precária,
que não só não existem estudos ex-
especialmente nos distritos de Viana
tensivos com preocupações de recen-
do Castelo, Castelo Branco, Coimbra
seamento dos habitantes portugueses
e Évora.3
pertencentes à comunidade cigana,
como por outro lado, as fontes insti- Segundo o estudo da Alexandra Cas-
tucionais pertencentes ao estado, que tro4, são cerca de 20 mil ciganos5
dispõem de dispositivos que poderiam existentes em Portugal Continental,
recolher essa informação, recusam sendo o distrito do Porto o que con-
com base na Constituição Portuguesa, centra um maior número absoluto de
qualquer tipo de recenseamento ou ciganos (2268), seguido dos distritos
registo que especifique a etnia, a raça de Lisboa (1882), Faro (1688), Braga
ou a cor. Desta forma, sobre estas co- (1566) e Aveiro (1536).
munidades há uma lacuna de infor-
mação, sobretudo no que diz respei- Mas todas as estatísticas encontradas
to a dados quantificáveis fiáveis. Esta são meras aproximações à realidade,
situação favorece o desconhecimento visto que como já foi referido, os ciga-
sobre o modo de vida destas comuni- nos são considerados cidadãos portu-
dades, dificultando o estabelecimento gueses que não podem, para nenhum
de pontes/laços sociais com esta co- efeito, ser identificados de forma dis-
munidade com características espe- tintiva em relação aos restantes cida-
cíficas e que permanece afastada da dãos.
sociedade maioritária. Este facto difi-
Segundo o relatório ECRI (Comissão
culta a obtenção de um conhecimen-
Europeia Contra o Racismo e a Into-
to exacto sobre o número de ciganos
lerância) para Portugal, as questões
que existe no nosso país.
relacionadas com o racismo e a in-
Em termos de contextualização geral, tolerância estão a conseguir alguns
verificamos que as primeiras referên- avanços. No entanto, ainda são visíveis
cias sobre a presença de comunidades
ciganas em Portugal datam do século
XV. Actualmente, e apesar do enorme 3 “Sastipen ta li – Saúde e Liberdade, Ciganos
grau de incerteza e de imprecisão, os – Números, abordagens e realidades”, SOS
números oscilam entre os 30.000 e os Racismo, Lisboa, 2001, p.22
90.000 ciganos portugueses2. No en- 4 O levantamento de dados foi efectuado no
âmbito de um projecto de investigação fi-
tanto, o SOS Racismo, através de um nanciado pela Fundação para a Ciencia e
Tecnologia (SAPIENS/POCIT) em 2004 – Os
2 Segundo a Comissão Europeia contra o Ra- Ciganos vistos pelos outros: proximidade
cismo e a Intolerância são entre 50 000 e social em espaços de coexistencia Inter.-ét-
60 000 ciganos existentes em Portugal. Se- nica.
cond Report on Portugal, European Comi- 5 Relativamente a estes dados deve-se ter
sión Against and Intolerante, Adoptado em presente que 96 concelhos não disponibili-
20 de Março de 2002, Estrasburgo, 4 de No- zaram informação. Por isso estes dados não
vembro de 2002, p.21 podem ser considerados exaustivos.
15. [ 14 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
algumas práticas de discriminação ao nidades escolares, tendo como prin-
nível das comunidades ciganas. cipais argumentos a manutenção dos
seus hábitos, tradições e costumes,
Situação actual não facilitando o acesso das crianças
à escola, particularmente no caso das
Em Portugal, as comunidades ciga-
crianças de sexo feminino.
nas são um dos grupos mais afecta-
dos por fenómenos de pobreza e de Emprego:
exclusão social e no qual persistem
muitos preconceitos e estereótipos, Em relação à sua situação perante
sendo por isso pertinente em qual- o trabalho existem, hoje em dia, al-
quer intervenção ter presente as suas guns sinais claros da necessidade e
especificidades culturais, económicas da emergência de uma adaptação ao
e sociais. As condições precárias de presente e ao futuro próximo, bem
habitação, as baixas qualificações es- como de um reforço de competên-
colares e profissionais, e a dificuldade cias entretanto adquiridas que não
de acesso à maioria dos bens e ser- são de menosprezar6, através da for-
viços de saúde, emprego, educação mação profissional. Criaram-se novas
e formação, entre outras carências, expectativas de vida e novas e legíti-
marcam a vida nestas comunidades mas aspirações. Embora, por um lado
onde a pobreza tende a perdurar e a sejamos tentados a pensar que estas
transmitir-se de geração em geração. aspirações, que recentemente foram
A situação actual da população cigana criadas ou reforçadas (para as quais
portuguesa pode resumir-se nos se- contribuíram muitos dos projectos e
guintes itens: intervenções feitas com comunidades
ciganas em vários locais do país), e
Educação: para as quais não existe uma respos-
ta evidente ou directa possa constituir
Os ciganos apresentam taxas de aban-
mais uma frustração. Por outro lado,
dono e insucesso escolar elevadas e
estas aspirações podem também ser o
manifestam problemas de adaptação
motor de novas forças e de um maior
ao sistema de ensino. Alguns autores
poder reivindicativo que importa in-
defendem que o insucesso e o absen-
centivar e promover, já que foi es-
tismo escolar das crianças ciganas
sencialmente por ausência de parti-
podem ser explicados por dois ele-
cipação que os ciganos se encontram
mentos: por um lado, o isomorfismo
em pleno século XXI, em Portugal,
e o etnocentrismo que caracteriza a
perante situações de exclusão social
escola, enquanto lugar privilegiado de
absolutamente inaceitáveis. Assim,
preparação para o trabalho, na medi-
encontramos comunidades que vivem
da em que apresenta formas de fun-
de actividades ditas “tradicionais”, e
cionamento que em nada se adaptam
uma minoria que se enquadra no mer-
à forma de estar e à cultura dos ciga-
cado formal de emprego. Uma gran-
nos, designadamente: as jornadas de
de maioria vive ainda da venda em
trabalho; os horários fixos; a divisão
feiras (designada venda ambulante),
do trabalho; as competências indivi-
uns porque gostam de facto do que
duais e a disciplina. Por outro lado, a
fazem, sobretudo pelos aspectos que
formação de professores em Portugal
caracterizam esta actividade, outros
não inclui qualquer tipo de disciplina
porque esta é a única actividade a que
que contemple as questões da mul-
ticulturalidade, não estando muitos 6 Como é possível verificar através da aná-
deles preparados para enfrentar a di- lise dos resultados alcançados pelo estudo
versidade dos seus alunos. De igual “O Jovem cigano e a formação - atitudes e
modo, a própria cultura dos ciganos, e perspectivas frente ao mundo do trabalho”,
publicado recentemente pelo Secretaria-
como consequência do que ficou dito do Diocesano de Lisboa da Obra Nacional
anteriormente, conduz ao seu isola- para a Pastoral dos Ciganos (Dezembro de
mento e à resistência face às comu- 1999)
16. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 15 ]
têm acesso, devido ao facto de terem ou a estudar sob a forma de estágios.
baixa escolarização e, historicamente, A flexibilização de determinadas for-
ser uma actividade que correspondia a mações e dos critérios de acesso é
uma certa forma de nomadismo nor- uma necessidade premente não só
malmente associada a esta etnia. A em relação a este grupo em específico
estas dificuldades é necessário consi- como em relação à maior parte das
derar, como já referimos anteriormen- populações-alvo destes programas.
te, o comportamento discriminatório e
a falta de sensibilização dos emprega- Habitação:
dores para a contratação de indivíduos Algumas das comunidades ciganas
da etnia cigana. De uma forma geral, continuam a viver sem as condições
os ciganos não encaram o trabalho mínimas de habitabilidade, salubri-
como um objectivo idealizado de vida, dade e higiene, o que acentua ainda
mas como um meio de sobrevivência mais a sua situação de exclusão social.
quotidiano, preferindo assim activida- De acordo com os dados disponíveis7,
des profissionais que estejam mais de grande parte das famílias ciganas vive
acordo com as suas formas de vida e em condições de habitabilidade precá-
a sua cultura, particularmente no que rias, enfrentando diversos problemas,
diz respeito aos horários, formas de designadamente a ausência de água
contratação (sem vínculos contratuais potável para consumo ou até mesmo
com terceiros), mobilidade, atenção à sem água suficiente para a higiene
família e à divisão de tarefas, rentabi- pessoal e da casa. De uma forma ge-
lidade imediata, entre outras. ral, os “bairros de ciganos” estão lo-
calizados perto de lixeiras ou zonas
No que diz respeito à inserção profis- industriais poluídas nas margens das
sional, as diferentes soluções e opor- cidades, o que cria problemas ambien-
tunidades em termos de políticas so- tais e de saúde pública graves. Este
ciais não têm garantido as condições fenómeno é ainda gerador de fortíssi-
necessárias a uma plena integração mos preconceitos e estereótipos que,
destes “públicos” no espectro das cada vez mais, impede estes cidadãos
mesmas. Não obstante pontuais e de saírem das situações de vulnera-
parciais exemplos de sucesso, medi- bilidade, exclusão social e económica
das como o Mercado Social de Empre- em que se encontram.
go, o Rendimento Mínimo Garantido
ou o Micro-Crédito, não têm consegui- Religião:
do integrar plenamente estas comu- As igrejas evangélicas, denominadas
nidades. Tal facto deve-se na maior genericamente pelas comunidades ci-
parte dos casos, à existência de medi- ganas como o “culto”, tiveram nos úl-
das generalistas que não contemplam timos tempos uma crescente presença
uma suficiente maleabilidade para se na comunidade cigana e constituíram-
adaptarem a diferentes públicos. Por se como um espaço alternativo para o
outro lado, os profissionais das dife- apoio do grupo e resolução de confli-
rentes áreas e aos diferentes níveis, tos. Em relação à saúde, estes espaços
com responsabilidades de desenhar actuam como factor de protecção
e implementar tais medidas descon- para a população cigana que, por seu
hecem, em grande parte, as especi- lado, participam neles como locais de
ficidades deste grupo étnico. Particu- transmissão de normas e de condutas
larmente em relação às comunidades relacionadas com o cuidado da saúde.
ciganas é imperioso criar relações for- Como exemplo podemos destacar a
tes entre as medidas (nomeadamen-
te ao nível da formação) que se têm 7 Estes dados provêm em grande parte de pe-
vindo a promover e a real inserção no quenos estudos e diagnósticos locais, reali-
zados nomeadamente no âmbito de projec-
mercado de trabalho – estabelecendo tos nacionais e comunitários e promovidos,
relações directas, responsáveis e con- em grande parte, por Organizações Não Go-
tratualizadas e não apenas prováveis vernamentais
17. [ 16 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
função reabilitadora e assistencial no os toxicodependentes, sejam eles
tratamento das toxicodependências e de que etnias forem
na prevenção do consumo de tabaco e
iii) O casamento cigano não é recon-
de álcool nas mulheres ciganas.
hecido pela lei portuguesa - o que
Justiça: leva a que mulheres levadas a tri-
bunal muitas vezes “casadas” há
Pelo seu funcionamento padronizado, 15 e 20 anos, com 4 ou 5 filhos
a justiça tem dificuldade em chegar sejam tratadas como solteiras;
a estes grupos minoritários e ou tem
comportamentos mais repressivos ou iv) O comportamento emotivo dos
se demite de tomar algumas atitudes, ciganos em tribunal - cria um cli-
fazendo com que a desconfiança mútua ma de insegurança, que intimida
vá aumentando. Os ciganos têm espe- alguns oficiais de justiça menos
cificidades culturais próprias que têm experientes. Terá que haver uma
de ser respeitadas. No entanto, terá sensibilização mútua.
que haver uma “pedagogia do cum-
v) Existência de preconceitos e este-
primento da lei”, para que se consiga reótipos que leva o sistema de jus-
fazer cumprir a Lei respeitando e pre- tiça (penal e prisional) a discrimi-
servando ao mesmo tempo os direitos nar os ciganos pelo simples facto
de uma minoria étnica. Por outro lado, de pertencerem a esta etnia.
existem determinadas características
étnicas atribuídas aos ciganos que, Através desta análise, podemos assim
e na maior parte dos casos, apenas constatar que estas comunidades se
estão relacionadas com as situações caracterizam por estarem expostas a
de precariedade e exclusão social a gravíssimos fenómenos de pobreza e
que estes estão sujeitos. Os principais exclusão social e contra as quais per-
problemas (práticos) da justiça com sistem muitos preconceitos e estereó-
as comunidades ciganas são: tipos. Assim, qualquer intervenção
com estas comunidades tem que
i) O problema da identificação - mui- ter em conta estas especificidades
tos têm alcunhas ou existem na culturais, sociais e económicas e
mesma família várias pessoas com tem que, antes de tudo, identificar
nomes idênticos, não havendo uma as dificuldades /obstáculos exis-
coincidência com o nome legal, o tentes à sua inserção social, quer
que depois dá azo a uma série de as dificuldades e os entraves que
mal entendidos, tais como serem se colocam ao nível da educação,
presas as pessoas erradas; saúde, emprego, justiça e habi-
tação, como também ao nível das
ii) O problema da notificação - é muito diferenças culturais. Não se po-
difícil notificar um cidadão cigano, derá delinear uma estratégia de
porque nunca se sabe onde mora (é intervenção eficaz com esta po-
necessário ter em conta que esta é pulação se não se conhecer aprio-
uma característica comum a outros ri o seu modus operandi, as suas
cidadãos procurados pela justiça, representações e percepções face
tendo no entanto, uma maior in- aos seus pares e face aos não ciga-
cidência nesta comunidade), ape- nos, bem como as representações
sar de poucos serem nómadas. e percepções que a comunidade
Este problema está também muito em geral (sobretudo actores sociais-
associado à toxicodependência, e chave que intervêm directamente
que portanto é transversal a todos com estas comunidades – nas áreas
18. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 17 ]
da saúde, do emprego, da educação, este processo. Para trabalhar com mi-
da acção social) tem sobre a popu- norias étnicas culturais é necessário
lação cigana. conhecer os aspectos mais relevantes
da sua cultura de pertença visto que
As mulheres ciganas estes aspectos vão influenciar de for-
As mulheres ciganas desempenham ma decisiva o processo terapêutico.
um papel chave na sua comunidade. Ao falar da população cigana, não de-
São educadoras, responsáveis pelos
vemos perder de vista alguns elemen-
filhos e pela transmissão das normas e
tos culturais que vão determinar a re-
valores da cultura cigana. Apresentam
lação que se estabelece com o sistema
uma maior permeabilidade em relação
de saúde, com os seus profissionais, e
às mudanças em geral e, especifica-
mente, nas questões relacionadas com com o adequado ou inadequado uso
a saúde. Este facto deve-se, em gran- que fazem dos serviços de saúde. A
de medida, ao facto deste grupo ser cultura cigana vigente nos nossos
alvo de programas educativos, sociais dias tem evoluído ao longo do tempo
e de saúde que as instituições e as- adaptando-se à nova realidade. Tra-
sociações desenvolvem. Actualmente, ta-se de uma cultura agrafa, transmi-
as mulheres ciganas adquiriram um tida de geração em geração, em que
progressivo protagonismo no seio da as mulheres desempenham um papel
sua comunidade e em alguns espaços fundamental (enquanto transmissoras
da vida pública, verificando-se cada desses mesmos elementos). A identi-
vez mais que as mulheres não se cen- dade cultural, presente na comunida-
tram exclusivamente nas tarefas do- de cigana, cria um forte sentimento
mésticas, mas também desenvolvem de orgulho e de auto-estima comuni-
actividades no mercado de trabalho e tária sendo este um importante factor
frequentam cursos de formação pro- de protecção.
fissional. No entanto, sendo as mul-
heres ciganas as que tradicionalmente O apoio comunitário, associado a este
se encarregam de cuidar das questões sentimento de identidade cultural,
de saúde, todo o trabalho que se rea- tem também importantes efeitos de
lize com elas tem um efeito multipli- protecção em relação ao próprio indi-
cador que se repercuta nos restantes viduo. Especialmente o apoio da famí-
membros familiares. Os homens são lia extensa, que oferece recursos ma-
o grupo que merece uma atenção es- teriais, cuidados físicos e emocionais
pecífica com os cuidados de saúde. A compensadores dos factores de risco
juventude constitui, igualmente, um
que esta minoria étnica enfrenta. Um
motor de mudança para transformar
indicador que diz respeito a esta si-
o modelo de vida da comunidade, os
tuação prende-se com o escasso nú-
seus valores de referência e redefinir
mero de casos de institucionalização
a sua identidade.
de pessoas ciganas idosas e/ou de
pessoas com deficiência física ou do-
A cultura cigana
ença mental que se produzem.
O processo saúde-doença e as repre-
sentações do corpo, são o resultado Em termos culturais, as característi-
da cultura. De forma que, cada grupo cas mais pertinentes dos ciganos ne-
ou minoria cultural tem uma interio- cessários para compreender a sua re-
rização própria e determinada sobre lação com a saúde e a doença são:
19. [ 18 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
• Organização social fundamentada na família extensa, como núcleo es-
sencial em torno do qual se desenvolvem as relações sociais e pessoais.
É por isso que perante a doença de um familiar todos os membros se
unem para acompanhar as pessoas que estão doentes.
• Prevalência do grupo em detrimento da individualidade de cada pessoa.
• Respeito pelas pessoas mais idosas. A sua figura é muito significativa e
representativa na comunidade.
• A influência dos ciganos idosos relativamente aos mais jovens. Este facto
é importante pois estes assumem um papel importante na influência dos
restantes membros da comunidade para aceitarem os novos aspectos da
vida da comunidade.
• O luto: condiciona as actividades sociais e laborais e a estética pessoal
(vestimenta negra e panos em mulheres, barba nos homens…) e a vida
comunitária enquanto manifestações de alegria ou actividades lúdicas.
• A figura dos defuntos tem uma grande relevância. É importante ter em
conta as manifestações que podem surgir quando se confirma a morte
de alguém e/ou quando os médicos devem realizar o levantamento do
cadáver e/ou autopsia.
• O culto: cada igreja e cada pastor têm uma influência diferente entre os
crentes.
• O papel da mulher: as mulheres sintetizam os saberes e os tratamentos
relacionados com as doenças. A mulher desempenha um papel pertinen-
te visto que é o suporte de toda a família.
• Sobreprotecção das meninas: desde cedo que as meninas são prepara-
das para o matrimónio e para assumir as funções reprodutivas. O sexo
aparece como um elemento tabu, o que é um aspecto a ter em conta em
tudo o que esteja relacionado com a educação sexual, o planeamento
familiar e a prevenção de doenças ginecológicas.
O processo de transformação em que qual tem facilitado o acesso dos seus
se encontra imersa a comunidade ci- membros a distintos espaços como
gana conduz também a uma flexibi- a educação, o emprego, os serviços
lização de algumas normas tradicio- de saúde, especialmente no caso das
nais presentes nas famílias ciganas no mulheres.
22. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 21 ]
Considerações Básicas
A saúde é concebida como um conceito amplo que afecta os vários aspectos da
vida humana: físicos, psicológicos e sócio-culturais. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) define em 1948, saúde como “um estado de bem-estar físico, mental
e social e não apenas como ausência de doenças ou enfermidades”. A OMS consi-
dera que a saúde é um direito humano fundamental e, em consequência, todas
as pessoas devem ter acesso aos recursos de saúde necessários e básicos.
É por isto, que quando falamos de saú- etnia, a classe social ou a área geo-
de, estamos a referir-nos ao processo gráfica são também factores de risco
de interacção entre os seres humanos que influenciam a saúde. Deste modo,
e ao envolvimento social e natural que a pertença a grupos étnicos minoritá-
influencia o bem-estar físico e psíqui- rios influencia o surgimento de des-
co que lhes permite contribuir plena- igualdades específicas em relação à
mente para a vida social da sua comu- saúde. Estas desigualdades surgem,
nidade. A saúde surge como resultado não só das variáveis socio-económi-
de todos os factores que intervêm cas, mas também do acesso aos ser-
sobre a vida dos indivíduos, quer os viços de saúde e à utilização efectiva
que não são modificáveis (sexo, ida- dos mesmos por falta de adaptação
de e genética) quer aqueles que são ou de inclusão. A relação entre as
potencialmente modificáveis (com- desigualdades sociais e as desigual-
portamentos, meios de vida, aspectos dades de saúde é claramente recon-
culturais e socioeconómicos). Desta hecida pelos principais organismos de
forma, a saúde não é um fenómeno saúde supra-estatais (OMS, Comissão
exclusivamente biológico. Europeia). Para além, das variáveis
As carências ao nível da habitação, socio-económicas, salientamos que os
educação, emprego, entre outros, in- factores culturais, os hábitos e os cos-
fluenciam de forma pertinente a saú- tumes também influenciam a saúde
de, pois são factores determinantes das pessoas e das comunidades. A co-
para o bem-estar e para a qualidade munidade cigana, como minoria étni-
de vida de uma população. Neste sen- ca cultural, apresenta um conjunto de
tido, os grupos socio-económicos mais elementos culturais que influenciam
desfavorecidos apresentam caracte- também o estado de saúde dos seus
rísticas que os tornam mais suscep- membros e condicionam a relação e
tíveis a uma saúde deficitária. Outras os comportamentos destes membros
variáveis como o género, a idade, a em relação às doenças.
23. [ 22 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Percepção da Saúde
Cultura, Saúde e Enfermidade pressão cultural, e para que seja con-
O conceito “cultura” faz referência aos siderada como doença é necessário
valores que partilham os membros de que a sociedade a considere como tal.
um grupo, as normas que acatam e os Considerar a cultura no processo saú-
bens materiais que produzem. Uma de-doença das comunidades ciganas
definição clássica de cultura é elabo- permite conhecer de que forma:
rada pelo antropólogo britânico, Tylor – É recebida, por parte dos pacientes,
como “aquele todo complexo que in- a informação sobre os cuidados de
clui o conhecimento, as crenças, a saúde;
arte, a moral, o direito, os costumes
e outros hábitos e as capacidades ad- – São exercidos os direitos e os ser-
quiridas pelo homem enquanto mem- viços que o sistema de saúde ofere-
bro da sociedade”. ce;
Para Teresa San Román, não são – Se expressam os sintomas, as ex-
apenas os valores e símbolos de um pectativas e as preocupações sobre
povo, mas sim “as formas de organi- a doença.
zação, as estruturas e as instituições,
os hábitos e as práticas partilhadas, a Elementos culturais implicados no
forma ou formas de ver o mundo, de processo saúde-comunidade cigana
conceptualizar o mundo e as relações Existem assim, distintos modelos cul-
sociais”. turais que estabelecem as várias for-
A cultura, entendida como os costu- mas de comportar-se em relação à
mes, as leis, as concepções do mun- higiene, à sexualidade, ao trabalho,
do e tudo aquilo que permite a vida à alimentação, ao exercício físico, ao
em sociedade, é algo que se apren- sono, entre outros, e que dão lugar
de, compreendendo, igualmente, as a percepções distintas relativamente
representações do corpo, da saúde e aos sintomas e à dor. As comunida-
da doença. Não se tem a mesma per- des ciganas também apresentam um
cepção sobre a doença nas diversas conjunto de elementos culturais que
comunidades, nem nos distintos mo- determinam as suas atitudes e com-
mentos históricos do mesmo grupo. portamentos em relação à saúde e
à doença assim como em relação ao
A saúde e a doença são conceitos sistema de saúde. Se estes elemen-
socialmente construídos, definidos e tos forem de conhecimento geral po-
tipificados por cada cultura. Por sua dem ser utilizados de forma adequada
vez, cada cultura cria as suas alterna- e em determinadas situações podem
tivas terapêuticas assim como proce- “fortalecer” e dar maior credibilida-
dimentos para recuperar a saúde. As- de à intervenção dos profissionais de
sim, há que considerar a doença como saúde, evitando potenciais conflitos.
uma componente biológica e cultural.
Independentemente do seu conteúdo Como ponto de partida, deve-se ter
biológico, é sempre uma forma de ex- presente as seguintes considerações:
24. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 23 ]
• Nas comunidades ciganas, a saúde não é entendida como uma necessidade
prioritária. Desta forma, a habitabilidade, a situação económica e o trabalho,
constituem as principais prioridades desta comunidade, que em muitos ca-
sos, não se encontram cobertas.
• As comunidades ciganas definem a saúde como ausência de doença, e a
doença como uma situação de “incapacidade” ligada à morte. Esta visão da
saúde e da doença tem várias consequências, tais como:
– A preocupação pela saúde começa quando aparecem sintomas e con-
sequências muito limitativas e de incapacidade, sendo muito difícil trabal-
har o conceito de prevenção.
– Quando surge alguma doença a intervenção deve ser imediata e resolutiva,
pela relação directa que estabelecem entre doença e morte.
– O diagnóstico supõe “atribuir um nome ao que se tem”. A atitude perante
ele é contraditória, sendo de clara evitação quando não surgem sintomas
e consequências “incapacitantes” (nestes casos, o diagnóstico pode ser
entendido como uma forma de colocar em evidência uma doença que pre-
viamente não existia).
– O médico é uma figura contraditória: por um lado possui conhecimentos
para “curar” as doenças e por outro lado é quem diagnostica e descobre a
doença. Assim, é comum a resistência em aceder aos profissionais de saú-
de e a práticas de prevenção.
– Se graças ao tratamento desaparecem os sintomas, os procedimentos te-
rapêuticos são abandonados, pois estamos perante uma concepção de que
a saúde é ausência de doença.
• Os cuidados de saúde é remetida para a mulher
• O imediato e a necessidade de curar as doenças de forma mais rápida possí-
vel, estão associados com a forte relação que estas comunidades têm entre
a doença e a morte. Precisam com urgência de um profissional que diag-
nostique a gravidade do problema. Em várias situações, a consequência é
uma inadequada utilização de alguns recursos de saúde, que se reflecte nos
seguintes aspectos:
– Excessiva utilização dos serviços de urgências
– Escassa utilização de serviços de ambulâncias, sendo a própria família a
fazer o transporte
- Escassa utilização dos centros de saúde
25. [ 24 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Na cultura cigana observa-se a exis- A situação de saúde da população
tência de diferentes modelos médicos cigana portuguesa
que coexistem:
Em termos de contextualização ge-
– Modelo tradicional: ainda em vi- ral, deparamo-nos com a ausência de
gor mas com uma importante per- dados concretos sobre esta comuni-
da de reconhecimento. Em muitos dade neste âmbito, existindo apenas
casos, os terapeutas tradicionais ti- meras aproximações à realidade. Esta
veram a seu cargo durante muitos situação dificulta a identificação de
anos o diagnóstico, a prevenção e o problemas/dificuldades e, consequen-
tratamento de muitas doenças que temente uma aproximação mais fide-
estavam relacionados com as do- digna da realidade.
enças não reconhecidas pela medi-
cina científica tais como o “mal ol- Pesquisas relativamente recentes re-
hado”; “inveja”, entre outros. velam que as comunidades ciganas
são alvo de desigualdade ao nível da
– Modelo científico: representado saúde e apresentam-se como o grupo
pelo médico e pelo farmacêutico. Os mais desfavorecido neste domínio. A
ciganos recorrem ao médico quando maioria dos autores faz referência às
se trata de doenças não muito gra- dificuldades no acesso à informação
ves e quando são problemas mais em geral e, especificamente sobre a
fortes recorrem aos serviços de ur- vacinação das crianças, a prevenção
gências. Em muitas situações, ace- e o tratamento de determinadas do-
dem a médicos privados. Existe uma enças.
grande flexibilidade na utilização
combinada de instituições médicas Do levantamento bibliográfico e do
públicas e privadas. contacto que a Rede Europeia Anti-
Pobreza/Portugal estabelece com a
– Igreja evangélica: a igreja trata população cigana e com as entidades
todas aquelas patologias nas quais que trabalham directamente com es-
a medicina não tem eficácia de cura tas comunidades, é possível tirar al-
tais como as doenças terminais e gumas ilações e apresentar alguns
sociais (cancro, VIH/Sida) através traços gerais sobre este domínio:
da fé. Um elemento importante a
ter em consideração é que o “cul-
to” resulta de um discurso ideo-
lógico como acções de educação
para a saúde, como por exemplo,
a proibição do consumo de drogas,
servindo desta forma para apoiar o
discurso médico científico e consti-
tuindo-se como uma via importante
para a prevenção.
26. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 25 ]
• Entre as comunidades ciganas encontramos uma elevada incidência de do-
enças, má nutrição e mortalidade infantil. A prevalência dessas doenças
está directamente relacionada com o modo de vida e com a situação de
pobreza e de exclusão social em que se encontram, como por exemplo: “do-
enças respiratórias e do esqueleto, diabetes, hipertensão, excesso de peso
em idades jovem ”, entre outros.
• A medicina preventiva ainda é pouco praticada pelas famílias ciganas, sendo
a vacinação a forma mais aceite por um maior número de ciganos.
• A deficiente ou inadequada alimentação e nutrição traduzem-se em baixa
imunização que, por sua vez, se traduz em doenças graves que já foram
praticamente erradicadas da sociedade maioritária. A este nível ainda se en-
contram muitas lacunas e deficiências, como por exemplo: excesso de gor-
duras e açucares, ausência de horários e hábitos alimentares saudáveis.
• Ao nível da vacinação, e apesar de se terem registado importantes melho-
rias e avanços, ainda tem que se ter em conta as referências encontradas
sobre a falta de vacinação, o medo e a falta de informação sobre a impor-
tância das vacinas, em algumas comunidades ciganas.
• Os homens não estão sensibilizados para a prevenção das doenças, pois as
solicitações das comunidades ciganas orientam-se para a cura imediata das
doenças.
• A tradição da venda ambulante, o contacto com sectores marginalizados da
sociedade, as suas condições sócio-económicas e a dificuldade de acesso à
informação, parecem explicar a vulnerabilidade e a expansão do consumo
e tráfico de droga na comunidade cigana. A comunidade cigana não con-
segue recorrer aos serviços competentes e adequados de recuperação e
tratamento que os possam ajudar a enfrentar a situação, visto que os ser-
viços não estão “disponíveis” para os atender (listas de espera) e não estão
preparados para responder tendo em conta as especificidades desta etnia. É
frequente nestas comunidades uma recusa em enfrentar esta problemática
devido à vergonha em assumir e a tentativa de dar resposta no interior da
comunidade (interiorização/fechamento dos seus problemas).
• A infecção VIH/Sida, por sua vez, surge a par ou secundariamente aos pro-
cessos de prevenção e tratamento da toxicodependência. Neste nível, é im-
portante referir que a relação entre as instituições e as comunidades ciga-
nas, a coesão e o fechamento da comunidade, a incompreensão de certos
elementos culturais originam diversas resistências a processos de tratamen-
to.
• Os serviços de saúde pelo seu funcionamento padronizado, têm dificuldade
em chegar a estes grupos minoritários ou têm comportamentos mais re-
pressivos demitindo-se de tomar algumas atitudes e aumentando a descon-
fiança mútua.
• Dificuldades de articulação com os serviços de saúde que se revelam na in-
satisfação/descontentamento com o funcionamento/capacidade de resposta
dos serviços e com a não utilização ou utilização desadequada dos recursos
de saúde por parte das comunidades ciganas. Por parte dos serviços de
saúde, verifica-se que estes não contemplam as especificidades e peculiari-
dades destas comunidades – relação de relativa distância.
27. [ 26 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
• Apesar de algumas famílias já terem médico de família e serem seguidas,
dessa forma, pelos centros de saúde ainda preferem recorrer aos hospitais
em situações quer de emergência, quer noutra situação.
• Pouca consciência da importância da educação para a saúde.
• Solidariedade, unidade e coesão social – quando os membros das comuni-
dades ciganas são hospitalizados os restantes membros entram num estado
de luto que termina quando o doente regressa a casa e fica bem.
Analisando especificamente a saúde doenças. Assim, é pertinente realçar
das mulheres ciganas, é necessário as seguintes características:
referir a incidência de determinadas
• Elevadas taxas de maternidade precoce e sem acompanhamento médico da
gravidez ou de pós-parto- ausência de prática generalizada de acompanha-
mento e vigilância de gestaçao
• Un elevado número considerável de partos sem assistência médica (muitas
vezes os partos acorrem em casa) e um elevado médio de filhos. Desta for-
ma, a gravidez não é habitualmente motivo de recurso a consulta médica,
embora cada vez mais mulheres ciganas o façam nos primeiros meses para
confirmar se estão grávidas e no final para verificar se está tudo bem.
• A contracepção é prática pouco comum, embora comece a ser mais frequente
nas mulheres mais jovens. Verifica-se, igualmente, a falta de cuidados médi-
cos imediatos e de cuidados pré-natais, o que demonstra uma vez mais uma
despreocupação e um desinteresse relativamente à saúde (especificamente a
medicina preventiva).
• Pouca prevenção das doenças ginecológicas (infecções sexualmente trans-
missíveis) e em alguns casos verifica-se a ausência de planeamento familiar.
Alguns métodos contraceptivos não são utilizados porque não os conhecem e
ainda persistem alguns mitos e ideias.
Como conclusão e tendo em conta, os das comunidades ciganas é claramen-
indicadores utilizados pela Comunida- te deficiente. Não obstante, e tendo
de Cientifica Internacional para medir presente os trabalhos desenvolvidos
as Desigualdades de Saúde8, pode-se nesta área, a presente situação está
considerar que a situação de saúde mais relacionada com a falta de igual-
dade em termos de oportunidades
para a vida e para o acesso/utilização
8 Os indicadores mais utilizados são: a mor-
talidade, a morbilidade, a percepção da dos recursos (serviços de saúde) do
saúde, o comportamento relacionadas com que com factores genéticos intrínse-
a saúde; o acesso e o uso adequado dos cos às comunidades ciganas.
serviços de saúde
28. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 27 ]
• As carências educacionais, económicas e de habitação são factores que
determinam o bem-estar e a qualidade de vida da população.
• Os processos de exclusão e marginalização social limitam o acesso e a
utilização que as pessoas fazem do serviço de saúde.
• A cultura compreende também as representações do corpo, da saúde e da
doença.
• Na doença deve-se ter presente uma componente biológica e cultural.
• Aspectos relevantes na relação comunidade cigana-saúde-doença:
– A saúde não é entendida como uma necessidade prioritária
– Concepção de saúde como ausência de doença, e a doença como uma
situação “incapacitante”ligada à morte
– O diagnóstico supõe “colocar nome ao que se tem”.
– Ausência de práticas de prevenção.
– O imediatismo associada à rápida resolução de problemas de saúde
– Inexistência de hábitos higiénicos.
– Normas tradicionais que actuam como factores de protecção.
– O cuidado da saúde dos membros da comunidade é assumido pela mul-
her.
– O médico é uma figura contraditória: por um lado possui os conheci-
mentos para curar as doenças e por outro lado é quem diagnostica e
descobre as doenças.
• Existência de vários modelos médicos:
– Tradicional: para o tratamento de patologias populares.
– Científico: representado por profissionais de medicina e de farmácia.
– Igreja evangélica: para o tratamento de doenças terminais (cancro,
VIH/Sida).
32. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 31 ]
Introdução
Apresentamos uma proposta de recomendações9 que oferece, aos diferentes pro-
fissionais do Sistema Nacional de Saúde, orientações para proporcionar serviços
culturalmente adequados às comunidades ciganas respondendo, desta forma, às
suas necessidades de saúde e respeitando a sua identidade cultural como minoria
étnica. O objectivo final é contribuir para a eliminação das desigualdades de saúde
das pessoas ciganas e prevenir o surgimento de possíveis conflitos nos serviços
de saúde.
9 O levantamento dos problemas que afectam as comunidades ciganas e as respectivas recomen-
dações de acção foi realizado no âmbito dos grupos de trabalho a nível nacional, com a colabo-
ração de um conjunto de entidades e pessoas que trabalham com estas comunidades e na área da
saúde.
Estas orientações não devem conce- • melhorar o acesso e a qualidade
ber-se como um “receituário”, uma vez da saúde, bem como o sucesso das
que são muitos e diversos os factores suas intervenções
que influenciam este processo como,
por exemplo: o serviço no qual trabal- • prevenir o surgimento de possíveis
ham os técnicos de saúde (recursos, conflitos
organização, direcção, etc.); o tempo • capacitar progressivamente os
disponível para atender cada doente; membros das comunidades ciganas
as características gerais do território para o cuidado da sua própria saú-
e a população que se atende assim de
como a motivação e o posicionamento
dos próprios profissionais face a estas • promover junto dos técnicos de saú-
comunidades. Deste modo, apresen- de atitudes pró-activas tendo em
tamos um conjunto de estratégias de conta a diversidade cultural
forma a capacitar a população ciga-
Desta forma, abordaremos uma sé-
na para o cuidado responsável da sua
rie de recomendações práticas ten-
própria saúde e o uso adequado dos
do presente os seguintes serviços de
serviços de saúde. Trata-se, igual-
saúde:
mente, de oferecer um conjunto de
recomendações, através de um con- • Serviço Nacional de Saúde
hecimento específico sobre a cultura
cigana que nos permita entender as • Centros de Saúde e Áreas específi-
suas atitudes, as suas formas de vida cas de saúde
e o seus comportamentos nos serviços
• Centros hospitalares
de saúde, de forma a obter alguns re-
sultados ao nível dos seguintes itens:
33. [ 32 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Serviço Nacional de Saúde
Uma das lacunas do Sistema Nacional Actualmente, detecta-se no nosso sis-
de Saúde relativamente às minorias tema público de saúde algumas dificul-
étnicas é a “inclusão da diferença”. dades que impedem esta inclusão da
Esta expressão considera que a diver- diferença, e para a ultrapassar, propo-
sidade cultural deve ser, no nosso país, mos as seguintes recomendações:
um elemento transversal na planificação
das acções que se realizam a partir dos
serviços de gestão de saúde.
Dificuldades Recomendações
Desigualdades • Promover a equidade e a acessibilidade aos cuidados de saú-
de com qualidade e congruentes com a cultura cigana, atra-
de saúde das vés da realização de iniciativas bem planeadas e com con-
Comunidades dições de sustentabilidade/continuidade;
Ciganas e a ausência • Os serviços de saúde (centros de saúde e os hospitais) devem
de informação/ procurar melhorar a qualidade das respostas dadas a esta co-
munidade através dos seguintes elementos:
indicadores de saúde
– Adaptação dos procedimentos e modelos organizativos.
– Facilitação da acessibilidade aos serviços de saúde.
– Melhoria da preparação/formação das equipas profissio-
nais.
• Cooperação e a complementaridade dos serviços de saúde;
• A área da saúde deve estar sempre presente nas diversas
iniciativas e projectos a desenvolver, no sentido de obter e de
recolher alguns dados específicos sobre esta comunidade;
• Acções que promovam a credibilidade dos serviços através de
“visitas” guiadas e complementadas com folhetos informati-
vos sobre os vários serviços de saúde de forma a contrariar o
desconhecimento existente entre as comunidades ciganas e
os serviços de saúde;
• Realização de estudos a nível micro que proporcionem infor-
mação pertinente sobre as necessidades e os comportamen-
tos relacionados com a saúde e a comunidade cigana, tais
como:
– Estudos de prevalência da infecção VIH/Sida, tuberculose e
DTs, hepatites B e C, toxicodependência, entre outros,
– Avaliação de risco, estudos de vigilância comportamental,
– Análise de factores que influenciem e dificultam o acesso
destas comunidades ao serviço de saúde (as desigualdades
existentes) e identificar constantemente medidas que con-
trariem esses factores;
• Sempre que possível ter presente a monitorização de alguns da-
dos relativamente às questões de saúde nestas comunidades.
34. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 33 ]
Dificuldades Recomendações
Sistema de saúde • Articulação entre os projectos e a implementação de parce-
rias entre os serviços de saúde e as instituições que trabal-
fechado e rígido, ham com estas comunidades;
não existindo uma
• Encaminhamento e acompanhamento dos membros das co-
atenção especifica munidades ciganas para os serviços de saúde através de uma
para a diversidade rede de referência entre serviços de saúde- profissionais do
social – comunidade;
cultural dos utentes
(protocolos de gestão • colaboração e articulação inter-sectorial e multidisciplinar dos
profissionais;
e procedimentos
rígidos; os • incentivar a intervenção fora dos gabinetes e dos “muros”
dos serviços de saúde, promovendo projectos com estruturas
profissionais de proximidade (unidades móveis)
encontram-se muito
• flexibilidade e simplificação dos procedimentos e das regras
voltados para si de funcionamento, colocando a ênfase na humanização, na
próprios – trabalho gestão dos espaços/salas de espera , entre outros;
de gabinete) • sistematização contínua da informação sobre a organização
dos diversos serviços de saúde;
• mecanismos de articulação simplificados com os diferentes
serviços e especialidades médicas;
Insuficiente • formação especifica sobre as características e os aspectos
culturais da comunidade cigana, de preferência com elemen-
informação e tos da própria comunidade;
sensibilização para
• adaptação dos dispositivos e dos procedimentos de assistên-
as questões da cia e de acolhimento existentes às características que estas
multiculturalidade comunidades apresentam;
e diversidade • elaboração de documentos técnicos adequados à diversidade
cultural (ausência cultural
de sensibilização • respeito pela diversidade cultural por parte dos profissionais,
para as questões da promovendo e apoiando iniciativas de caracter informativo e
formativo;
comunidade cigana)
• apostar na animação cultural para as crianças ciganas nos
serviços de saúde;
35. [ 34 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Dificuldades Recomendações
Ausência de • realizar campanhas de prevenção adaptadas a esta comuni-
dade, sendo os próprios elementos da comunidade os prin-
um trabalho cipais agentes e destinatários (utilizar membros-chave da
de prevenção e comunidade – patriarca, as mulheres, as associações ciga-
sensibilização da nas);
comunidade cigana • promover unidades móveis temporárias junto das comunida-
des ciganas no sentido de informar, orientar e criar laços de
para a questão da proximidade e de confiança para incentivarem e motivarem
saúde os ciganos a recorrerem aos serviços de saúde;
• envolver as associações, as instituições locais e a comunida-
de cigana em acções de sensibilização e informação sobre as
questões gerais de saúde utilizando meios e materiais adap-
tados a esta comunidade;
Marginalização • fomentar a presença e a participação dos membros da comu-
nidade cigana no design, implementação, execução e ava-
e exclusão destes liação dos programas que lhes são dirigidos;
membros às
• promover o desenvolvimento de diferentes parcerias, articu-
campanhas e lando diferentes estruturas e sectores no âmbito da promoção
programas públicos da saúde das comunidades ciganas: Ministério da Saúde,
Alto Comissariado para as Minorias Étnicas; Alto Comissa-
de saúde riado para a Saúde; Coordenação para a Infecção VIH/Sida,
Ministério da Educação, Comunidades Ciganas (associações
ciganas) e outras organizações que trabalham no âmbito das
comunidades ciganas;
• envolver todos os Organismos e Departamentos do Ministério
de Saúde visto que compete aos serviços centrais a formu-
lação e a implementação de medidas que permitem melhorar
o acesso à saúde e atenuar as desigualdades existentes.
36. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 35 ]
Centros de Saúde e
Áreas específicas de Saúde
Considerações previas podem ser evitados se utilizarmos e
interpretamos correctamente deter-
Os centros de saúde são a porta
minados códigos culturais que estas
de entrada do Sistema Nacional de
comunidades apresentam como, por
Saúde. Os profissionais destes ser-
exemplo, a linguagem, as tradições e
viços devem ser considerados como os costumes.
os “condutores” e os “assessores”
dos pacientes no Sistema Nacional de É evidente que também algumas des-
Saúde. No caso das comunidades ci- tas dificuldades estão associadas à
ganas, esta função adquire especial relação que os ciganos estabelecem
relevância visto que muitas vezes es- com os serviços de saúde e com os
tas comunidades desconhecem como seus profissionais. Por outro lado,
utilizar os diversos serviços de saúde. também é necessário a capacitação e
Assim, é pertinente que estes serviços o compromisso da população cigana
possibilitem o processo de “aprendi- para que conheçam o funcionamen-
zagem” das pessoas ciganas nos prin- to dos serviços de saúde no sentido
cipais cuidados de saúde. de se obter a utilização adequada
dos mesmos. No entanto, a relação
Algumas dificuldades que surgem nos e a percepção que as pessoas ciga-
Centros de Saúde estão relacionadas nas têm sobre os serviços de saúde
com o desconhecimento, por parte funciona basicamente na experiência
dos profissionais de saúde, do pes- que outros ciganos tiveram. Essa ex-
soal administrativo e de “segurança” periência, positiva ou negativa, con-
sobre a cultura cigana. Em determi- hecida “por boca a boca” condiciona a
nadas situações, surgem conflitos que atitude perante os serviços de saúde.
Dificuldades Recomendações
Funcionamento • planificar e avaliar a satisfação/informação prestada pelos
utentes e profissionais;
ineficaz dos centros
de saúde (falta • definir critérios de avaliação (como factor de coesão);
de avaliação, • recorrer a meios alternativos de comunicação (audiovisual,
de planificação; formação de pares, articulação com parceiros da comunida-
de)
insuficiência de
• capacitar os profissionais de estratégias comunicativas:
informação)
adequação da linguagem.
adequação do nível de informação a prestar.
• procurar respostas mais adequadas de qualidade, não per-
dendo a especificidade do contexto e das comunidades ciga-
nas;
• normalizar procedimentos;
37. [ 36 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Dificuldades Recomendações
Relação de relativa • cooperação com outras estruturas locais, fomentando o tra-
balho em rede (ligação com agentes locais – sociedade civil)
distância entre
as comunidades • identificar profissionais de referência de forma a obter-se
um acompanhamento mais próximo e uma relação de con-
ciganas e os centros fiança;
de saúde
• apostar na existência e na importância de mediadores so-
ciais/educadores sociais no sentido de proporcionar visitas
domiciliárias (cuidados primários preventivo);
• coordenar a informação entre as várias estruturas de saúde
e apostar num sistema informativo adequado.
Fase de integração/ • simplificar os procedimentos administrativos
acolhimento • acompanhamento personalizado;
• capacitar o capital humano existente na fase de acolhimento/
integração através da formação em relacionamento interpes-
soal (multiculturalidade e gestão de conflitos);
• repensar o ambiente físico em termos de acessibilidade, de
sinalização e de conforto:
novas soluções de organização do espaço através da co-
operação e articulação com Faculdades de design, capitali-
zando o trabalho das turmas finalistas. Introduzir o concei-
to de Design Inclusivo;
aproveitar os estágios das várias áreas científicas (marke-
ting, comunicação, sociologia, enfermagem, entre outros)
no sentido de rentabilizar esforço e mais-valias para o fun-
cionamento adequado dos serviços de saúde;
• informar particularmente os procedimentos dos serviços de
saúde (guia de acolhimento);
• blocos informativos/educativos nas salas de espera, através
da implementação de um circuito interno de comunicação
(mensagens escritas e visuais);
38. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 37 ]
Dificuldades Recomendações
Planeamento • abordar as presentes temáticas no seio das próprias comuni-
dades;
Familiar
• ausência de planea- • organizar sessões de sensibilização (diminuir o nº. de ges-
mento familiar tações na adolescência respeitando a cultura cigana no que
diz respeito à maternidade, uso de métodos contraceptivos,
• problema do género necessidade de vigilância na gravidez e de rastreio oncológi-
co)
• ausência de vigilância
na gravidez ou quando • em situações de maior intimidade o profissional de saúde
existe é tardia deve ser do mesmo sexo do utente com o intuito de facili-
tar a comunicação e evitar constrangimentos ou permitir o
• maternidade precoce acompanhamento de outra pessoa indicada pela própria.
• promover o intercâmbio entre a equipa no sentido de quebrar
a questão do género em termos dos profissionais (quando é
um médico do sexo masculino, as mulheres ciganas sentem-
se um pouco inibidas);
Saúde Infantil • realizar sessões de educaçâo para a saúde, recorrendo a for-
mas lúdicas e proporcionando proximidade, de forma a tra-
(higiene deficiente, balhar as seguintes áreas:
alimentação
importância da vacinação;
inadequada,
cobertura vacinal higiene oral e corporal;
baixa, ausência hábitos alimentares, prevenção de acidentes e importância
das consultas de vigilância
de vigilância do
desenvolvimento • acessibilidade – horários de funcionamento
da criança, entre • reforço positivo recorrendo à doação de brinquedos e livros
outros)
Incidência de • campanhas de sensibilização para adopção de estilos de vida
saudáveis;
doenças infecto-
contagiosas e • promover a formação de grupos de apoio constituídos por ci-
ganos recuperados de problemas de toxicodependência, por
toxicodependências exemplo;
(dificuldade em
• trabalhar a relação entre os membros da comunidade e os
abordar estas técnicos (investimento numa relação assente na proximidade
questões junto e na confiança);
das comunidades • atitude pró-activa dos profissionais face a comportamentos
ciganas) de risco;
• estabelecer redes de referenciação eficazes que promovam
a adesão das comunidades ciganas às estruturas de saúde
adequadas.
39. [ 38 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
As comunidades ciganas quando es- dados primários) e as especialidades
tão perante alguma doença recorrem, que possuem, no sentido de favorecer
na maioria dos casos, aos serviços de a sua utilização e evitar o colapso dos
urgência hospitalar. Desta forma, o serviços de urgências.
Centro de Saúde não é o principal Relativamente às comunidades ciganas
recurso destas comunidades. Por isso, as especializações médicas que devem
é pertinente transmitir informação so- ser trabalhadas com especial atenção
bre a existência destes serviços (cui- são: pediatria e a ginecologia
Pediatria
• Vacinação: em algumas comunidades a vacinação já está assegurada3, no entanto,
é necessário continuar a insistir na importância das vacinas para a protecção de do-
enças graves. Deve-se, igualmente, incidir na explicação do calendário da vacinação,
na importância do seu cumprimento e nos lugares onde é possível a vacinação;
• Alimentação infantil: não existe, em alguns casos, consciência da importância de
que alimentação tem de ser equilibrada para o crescimento adequado das crianças,
verificando-se alguns erros alimentares;
• Prevenção dos acidentes domésticos: é frequente que se tenha pouca consciên-
cia das lesões relacionadas com este tipo de acidentes. Muitas vezes estes acidentes
estão relacionados com as más condições de habitabilidade.
Planeamento familiar e ginecologia
A reprodução e o sexo são um tema tabu, especialmente para as mulheres. A este nível
é de salientar que o acompanhamento e a prevenção ginecológica nestas comunidades
dizem respeito apenas à gravidez e ao parto. Por isso, é necessário ter em conta os
seguintes aspectos:
• Planificação familiar: está condicionada por factores culturais, como por exemplo
o desejo de formar uma família numerosa que assegure a continuidade da etnia e
o prestígio/ valorização social que a mulher cigana adquire com o nascimento dos
filhos. A maioria das mulheres ciganas conhece a existência dos diversos métodos
contraceptivos, mas algumas mulheres não recorrem a estes métodos devido às ex-
pectativas das suas comunidades sobre a função de mãe. No entanto, esta situação
está a mudar, principalmente, nas gerações mais jovens.
• Consultas ginecológicas: geralmente estão muito mistificadas e geram, por vezes,
sentimentos de angústia e de medo nas mulheres ciganas pelo seu desconhecimento.
Por isso é importante que:
– Seja uma mulher (ginecologista) a realizar os diagnósticos ginecológicos regulares;
– Ter em atenção os aspectos da relação profissional-utente (cliente);
– Criar um clima de confiança e de compreensão;
– Respeitar os aspectos culturais relacionados com o sexo e com a reprodução.
• Menopausa: este processo evolutivo é cada vez mais conhecido entre as mulheres
ciganas. Todavia são ainda muitas as mulheres que o desconhecem e que enfrentam
uma série de transformações no seu organismo que são interpretados de forma ina-
dequada. As consequências agravam os transtornos psicológicos relacionados com o
aparecimento de sintomas de depressão e ansiedade.
40. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 39 ]
Profissionais de saúde
Dificuldades Recomendações
Racismo e • trabalho contínuo de sensibilização de todos os profissionais
que fazem parte dos serviços de saúde através de formação
Intolerância multicultural, recorrendo igualmente à distribuição de mate-
• preconceitos, estig- riais informativos sobre as especificidades destas comunida-
matização e discrimi- des;
nação
• promover acções de proximidade face a esta população, ten-
• atribuição pela socie- tando criar uma relação de confiança e empatia, na tentativa
dade envolvente de de desmistificar os estereótipos e os preconceitos existentes
uma entidade negati- sobre esta comunidade.
va (uma cultura e um
estilo de vida encara- • compreender o discurso das comunidades ciganas e perceber
do de modo negativo) que os ciganos têm outras referências e outras prioridades,
respeitando a sua diversidade e a sua diferença;
• medo e desconfiança
• Barreiras de Comuni- • adaptação dos dispositivos informativos existentes às carac-
cação (linguagem não terísticas das comunidades ciganas;
adaptada às comuni-
dades ciganas) • simplificar e fornecer a informação de forma compreensível,
evitando uma linguagem técnica;
• Lacuna de comuni-
cação geral e interpes- • o profissional que faz o acolhimento deve converter-se numa
soal referência-chave para eles, ou seja, devem tentar cativa-los
do ponto de vista afectivo (mostrar sempre disponibilidade
para escutar o que dizem, pensam e sentem);
• é importante que os profissionais sejam fixos e que sejam
uma referência no interior das comunidades ciganas;
• é necessário que os profissionais sejam tolerantes e flexíveis
com as normas e horários já que para as comunidades ciga-
nas é especialmente difícil cumprir este requisito;
• o mediador intercultural deve assumir um papel pertinente
através do acompanhamento, de explicações e de transmis-
são de informação;
• apostar numa comunicação mais apelativa, valorizando os
seus elementos culturais;
• dinamizar grupos de trabalho temáticos (com os profissio-
nais de saúde) relacionados com as comunidades ciganas no
sentido de melhorar a comunicação e os procedimentos com
estes;
41. [ 40 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Dificuldades Recomendações
Ausência de • apostar na formação intercultural dos profissionais de saú-
de durante o percurso académico e na vida profissional com
conhecimento sobre vista à prestação de cuidados de saúde congruente com a
as características cultura cigana;
e a cultura das • incluir as características e os aspectos culturais da comunida-
Comunidades de cigana nos diferentes níveis de formação:
Ciganas por parte – formação inicial e nas várias áreas do social, incluindo as
dos profissionais de áreas de saúde;
saúde – formação especializada ou formação pós-graduada;
– acções de formação para profissionais.
• criar grupos de trabalho/fóruns de reflexão para os profis-
sionais de saúde e da área do social no sentido de perma-
nentemente promoverem o acesso destas comunidades aos
serviços de saúde e de estarem atentos às dificuldades que
estas apresentam (definição de práticas profissionais);
• apostar na formação de mediadores para a área da saúde;
• divulgação de experiências (programas/projectos) de pro-
moção da saúde integral das comunidades ciganas no terri-
tório nacional.
42. Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde [ 41 ]
Comunidades Ciganas saúde dispõem e consequentemente,
a sub-utilização ou utilização desade-
Em relação às comunidades ciganas,
há que considerar de forma mais efec- quada dos recursos, designadamente
tiva aquilo que se conhece acerca dos dos centros de saúde. É ainda de re-
padrões de utilização dos serviços de ferir as atitudes dos profissionais que
saúde por parte destas comunidades. se caracterizam por uma certa discri-
Neste domínio, não pode deixar de ser minação e preconceito. São estes as-
referido um conjunto de elementos pectos que influenciam o acesso/não
pertinentes: o desconhecimento dos acesso das comunidades ciganas aos
recursos que os diversos serviços de serviços de saúde.
Dificuldades Recomendações
Não utilização/uso • acções de informação para as comunidades ciganas sobre
os mecanismos e os procedimentos de funcionamento dos
inadequado dos serviços de saúde, explicando o que é um centro de saúde, o
diversos serviços de que podem esperar dos serviços de saúde, o que se faz, quais
saúde (não recorrem são os procedimentos de acesso, entre outros;
aos serviços de • colaboração entre os serviços de saúde e as associações ciga-
nas – estratégia de acção que permite facilitar a relação com
saúde para prevenir a população cigana e constituir um mecanismo de acesso aos
doenças, mas sim em serviços de saúde
casos limite e nesses • meios/suportes informativos que tenham presente os vários
casos, directamente serviços de saúde, os procedimentos, as regras, os direitos
aos serviços de e os deveres. As estratégias de sensibilidade não poderão
passar apenas por informação escrita, visto que existe uma
urgência hospitalar) elevada taxa de analfabetismo;
• incluir o mediador como figura profissional nos serviços de
saúde no sentido de fomentar pontes/laços entre as comuni-
dades ciganas e os profissionais de saúde;
Fraca consciência • adopção de estratégias de proximidade no sentido de aproxi-
mar, intervir e levar esta informação aos locais onde eles se
colectiva da encontram;
importância da
• descentralização dos cuidados primários de sáude através de
educação para a unidades móveis;
saúde
• sessões de educação para a saúde no sentido de demonstrar
a eficácia do cumprimento de algumas “regras” de saúde;
• sensibilizar as associações ciganas e os líderes das comu-
nidades no sentido de obter uma consciência colectiva de
educação para a saúde, pois estes encontram-se mais próxi-
mos das comunidades ciganas. Esta sensibilização pode ser
realizada através do fomento e realização de actividades de
formação na área da saúde;
43. [ 42 ] Guia para a Intervenção com a Comunidade Cigana nos Serviços de Saúde
Dificuldades Recomendações
Altos níveis • necessidade de programas e estratégias de promoção da
qualidade de vida destinadas a combater a pobreza (essen-
de pobreza, cialmente ao nível da habitação; saúde; emprego/formação
baixos níveis profissional; segurança social; entre outros):
de escolaridade – acção intersectorial numa perspectiva integrada, da par-
influenciam ticipação das comunidades ciganas e dos agentes locais e
sobretudo da sua cooperação para saírem de forma sus-
negativamente os tentada da situação de pobreza e exclusão social;
padrões de saúde
– apostar num conjunto de respostas sociais assentes no re-
dos ciganos conhecimento de um direito de cidadania;
– acções de pré-profissionalização, formação profissional e
estágios profissionais de forma a facilitar a entrada destas
comunidades no mercado de trabalho;
– cursos profissionalizantes e a frequência do Ensino Reco-
rrente enquanto oportunidade de conclusão de estudos ou
cumprimento da escolaridade obrigatória;
– criar uma resposta mais eficaz às necessidades de habi-
tação;