O documento discute teorias econômicas regionais e urbanas, mencionando a teoria da localização de Thünen sobre o uso da terra em torno de cidades, a teoria dos polos de desenvolvimento e a formação de aglomerações econômicas devido a economias de escala e custos de transporte. Também apresenta estatísticas sobre o PIB, emprego e arrecadação de impostos nas regiões do estado de Goiás.
3. • Identificar e sistematizar teorias voltadas para a discussão de
espaços territorialmente contíguos inseridos em espaços
nacionais
• sistematização da produção teórica na área em três grandes
blocos
• conjunto de teorias clássicas da localização, as teorias de
desenvolvimento regional
• modelos e abordagens que possam dar conta dos novos padrões
de produção
• automação integrada flexível
• movimentos de abertura comercial
• desregulamentação econômica
4. Economia Regional e Urbana Introdução
• Do que trata e a EUR:
Trata das Relações Econômicas no Espaço
Estudo de onde a atividade econômica ocorre e por que ocorre
Questões que preocupam o mundo
O desigual desenvolvimento entre as nações
Desigualdades regionais entre países
Econômicas e Sociais
O desenvolvimento não se propaga de forma difusa pelo espaço, mas se
concentra em certos pontos criação de desequilíbrios
Teoria dos polos de desenvolvimento
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11. Tabela 12 - Estado de Goiás: Participação do número de emprego das Regiões de
Planejamento/Estado - 2016. (%)
Região
Número de emprego
Total Agropecuária Indústria Construção civil Comércio Serviços
001 - Metropolitana de Goiânia 52,59 8,26 39,55 66,87 50,45 62,13
002 - Centro Goiano 9,66 7,02 16,42 6,44 10,37 7,78
003 - Norte Goiano 2,98 7,00 3,26 3,35 3,06 2,32
004 - Nordeste Goiano 1,12 3,01 0,26 0,22 1,27 1,18
005 - Entorno do Distrito Federal 8,05 14,49 4,18 8,52 10,31 7,60
006 - Sudeste Goiano 3,78 8,43 5,79 2,83 3,80 2,60
007 - Sul Goiano 6,89 12,76 7,96 4,65 6,61 6,08
008 - Sudoeste Goiano 9,92 25,97 14,14 5,66 9,84 6,88
009 - Oeste Goiano 3,60 9,30 6,28 1,23 2,91 2,46
010 - Noroeste Goiano 1,40 3,76 2,15 0,22 1,37 0,97
ESTADO DE GOIÁS 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Elaboração: Instituto Mauro Borges / SEGPLAN-GO
Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018.
12. Tabela 24 - Estado de Goiás: Participação da arrecadação do ICMS
das Regiões de Planejamento/Estado - 2000, 2010 e 2017. (%)
Região 2000 2010 2017
001 - Metropolitana de Goiânia 58,47 56,63 58,03
002 - Centro Goiano 7,07 7,33 8,05
003 - Norte Goiano 2,06 1,99 1,04
004 - Nordeste Goiano 0,27 0,42 0,23
005 - Entorno do Distrito Federal 2,27 3,30 3,35
006 - Sudeste Goiano 2,63 4,22 2,82
007 - Sul Goiano 3,88 3,50 2,53
008 - Sudoeste Goiano 5,81 4,86 4,35
009 - Oeste Goiano 1,68 1,15 0,95
010 - Noroeste Goiano 0,37 0,31 0,29
Outros 15,48 16,29 18,35
ESTADO DE GOIÁS 100,00 100,00 100,00
Elaboração: Instituto Mauro Borges / SEGPLAN-GO
Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018.
13. Tabela 26 - Estado de Goiás: Participação do Produto
Interno Bruto das Regiões de Planejamento/Estado – 2013-14
Região 2014 2015
001 - Metropolitana de Goiânia 40,38 39,01
002 - Centro Goiano 10,91 10,87
003 - Norte Goiano 4,07 4,52
004 - Nordeste Goiano 1,33 1,37
005 - Entorno do Distrito Federal 9,38 9,63
006 - Sudeste Goiano 6,42 6,31
007 - Sul Goiano 7,99 8,17
008 - Sudoeste Goiano 13,61 14,19
009 - Oeste Goiano 4,41 4,41
010 - Noroeste Goiano 1,50 1,51
ESTADO DE GOIÁS 100,00 100,00
Elaboração: Instituto Mauro Borges / SEGPLAN-GO
14. Tabela 25 - Estado de Goiás: Produto Interno Bruto e PIB per capita, segundo as Regiões de Planejamento - 2014 -15.
Região
2014 2015
PIB (R$ mil) %
PIB per capita
(R$)
PIB (R$ mil) %
PIB per capita
(R$)
001 - Metropolitana de Goiânia 66.627.251 40,38 27.941 67.726.825 39,01 27.965
002 - Centro Goiano 18.008.064 10,91 26.935 18.872.288 10,87 27.927
003 - Norte Goiano 6.715.145 4,07 21.014 7.855.106 4,52 24.514
004 - Nordeste Goiano 2.192.078 1,33 12.010 2.382.845 1,37 12.917
005 - Entorno do Distrito Federal 15.476.382 9,38 13.350 16.728.034 9,63 14.180
006 - Sudeste Goiano 10.601.497 6,42 39.552 10.958.387 6,31 40.403
007 - Sul Goiano 13.183.237 7,99 30.629 14.177.167 8,17 32.599
008 - Sudoeste Goiano 22.451.831 13,61 36.707 24.646.316 14,19 39.621
009 - Oeste Goiano 7.283.487 4,41 20.720 7.658.113 4,41 21.718
010 - Noroeste Goiano 2.476.335 1,50 16.837 2.626.583 1,51 17.783
ESTADO DE GOIÁS 165.015.307 100,00 25.297 173.631.664 100,00 26.265
Elaboração: Instituto Mauro Borges / SEGPLAN-GO
Gerência de Sistematização e Disseminação de Informações Socioeconômicas - 2018.
15. Economia Regional e Urbana Introdução
2 questões orientam:
1. Localização das atividades econômicas – as escolhas que as empresas e as
famílias fazem em relação a onde produzir e consumir e como estas escolhas
interagem.
• Que fatores explicam a decisão de localização dos empreendimentos?
2. Aglomeração – o agrupamento da atividade econômica
• Qual a lógica que cria e sustenta?
• Quais as externalidades positivas ou negativas que decorrem dela?
Exs: Clínicas no Setor Aeroporto etc, Vale do silício, Jaraguá, Vale dos Sinos, ABC
paulista, Clusters, APLs
16. Introdução
• Tradicionalmente a economia negligenciava a questão espacial:
• Economia de Base Neoclássica
• Individualismo metodológico – a-social e a-histórico
• Homo-economicus (edonista, racionalidade instrumental)
• Problema do Liberalismo Clássico: (Indivíduo X Sociedade)
• Mão Invisível: Forças de mercado - oferta X demanda => Equilíbrio => alocação
mais eficiente dos recursos escassos.
• Bem Estar econômico (Ótimo de Pareto)
• Harmonização dos interesses individuais como os Interesses da Sociedade
• A análise desconsidera a sociedade, a história (o tempo) e o espaço
18. • A geografia econômica – ou economia geográfica – busca explicar por
que as atividades econômicas optam por se estabelecer em
determinados lugares
• Por que alguns lugares têm mais sucesso que outros?
• Desde o surgimento da civilização, as atividades humanas e a
qualidade de vida têm se distribuído de forma desigual entre os
continentes e em seus territórios (BRAUDEL, 1979)
• a vida econômica concentra-se em um número relativamente limitado de
assentamentos humanos (cidades e aglomerações), os quais estão agrupados
sob o título de “aglomerações econômicas”.
19. • O termo aglomeração diz respeito a situações bastante distintas no
mundo real
• Num extremo do espectro está a divisão Norte-Sul
• No outro, a aglomeração surge quando restaurantes, cinemas ou lojas que
vendem produtos similares se agrupam dentro do mesmo bairro, ou até na
mesma rua
• O surgimento de aglomerações econômicas está vinculado ao surgimento das
desigualdades entre lugares
20. Uma visão geral das principais contribuições
• A economia espacial pode ser considerada como o produto de um
trade-off entre diferentes tipos de economias de escala na produção
e o custo da mobilidade de bens, pessoas e informação
• Concentração: vantagens de especialização e de produção em larga escala
• Dispersão: custo do frete e de produção diversificada
21. Uma visão geral das principais contribuições
• Thünen (1966) é o fundador da teoria do uso do solo e o seu trabalho serviu de
pilar para o desenvolvimento da moderna economia urbana.
• Interesse na alocação de recursos e na determinação dos preços. Ele destacou o espaço,
pois a terra era um fator de produção essencial no principal setor de sua época.
• Hotelling (1929) trata da natureza da competição no espaço e a maneira pela
qual as empresas escolhem sua localização num ambiente estratégico.
• Buscava construir uma teoria de seleção de produto por empresas oligopolistas
• Krugman (1991) destacou a sustentação microeconômica das aglomerações
econômicas espaciais e os desequilíbrios regionais nos níveis nacional e
internacional.
• Interesse na interação entre os retornos crescentes e a competição imperfeita nos
mercados globalizados, nos quais o comércio de commodities e o fator mobilidade da
produção são os ingredientes fundamentais.
22. Thünen e a teoria do uso do solo
A localização das atividades agrícolas
• Explicar o padrão das atividades agrícolas em torno das cidades na Alemanha
pré-industrial.
• Cada local no espaço é caracterizado por diversos fatores, tais como condições
do solo, relevo, posição geográfica e outros.
• O preço da terra e o uso do solo variam entre os locais, dependendo destas
características.
• Thünen construiu sua teoria focando os diferenciais transporte/custo entre os
locais.
• O modelo demonstra que a alocação de terra para diferentes atividades
econômicas surge como resultado do equilíbrio em um mercado de terras
perfeitamente competitivo.
• O preço da terra diminui com a distância à cidade-mercado a uma taxa constante em
cada anel, decrescendo de um anel para o outro. Mas essa distância se tornou relativa
custo do transporte
23. Thünen e a teoria do uso do solo
Economia urbana
• Em contexto urbano, o mercado é substituído por um centro de emprego -
área central de negócios
• A única característica espacial de um determinado local é a sua distância ao
centro da cidade,
• Quando a terra disponível para a produção agrícola passa a ser usada para a construção
de moradias, fábricas, escritórios e infraestrutura.
• O principal objetivo da economia urbana é explicar a estrutura interna das cidades, ou
seja, como o solo é distribuído entre as diversas atividades e por que as cidades possuem
uma ou várias áreas centrais de negócios. Polo único
Multipolarizada zonas agroindustriais
de GYN
24. Thünen e a teoria do uso do solo
Economia urbana
• Economistas urbanos se empenharam em explicar a estrutura interna das
cidades
• Como o solo é distribuído para as atividades e agentes econômicos em torno da área
central de negócios.
• O modelo de cidade monocêntrica produziu um conjunto de resultados consistentes
com as características mais proeminentes das cidades.
• Isto explica a diminuição do preço da terra urbana à medida que aumenta a distância
ao centro da cidade, bem como a queda da densidade demográfica à medida que o
centro se distancia.
25. Thünen e a teoria do uso do solo
Economia urbana
• A origem das cidades poderia ser creditada à concentração de
propriedade de terras, o que permitiu aos patrões viverem a uma
distância de suas propriedades em lugares onde poderiam “desfrutar
uma sociedade agradável”, e às demandas dos patrões, que atrairiam
artesãos e mercadores.
• As relações pessoais são a essência das sociedades, embora as consequências
destas relações fossem frequentemente multifacetadas.
• Existe uma natureza gravitacional em relação à formação das cidades
• a existência das cidades combina a índole gregária natural dos seres humanos
com o seu desejo de consumir mais espaço
26. Thünen e a teoria do uso do solo
Economia urbana
• Além das transações comerciais típicas que envolvem empresas e indivíduos
quais seriam as interações que estimulam a concentração?
• Informação como insumo básico para as atividades das empresas difícil de codificar,
porque é tácita e só pode ser obtida em contatos interpessoais.
• A troca de informações entre empresas gera benefícios uma vez que as empresas
possuem informações diferentes, os benefícios da comunicação em geral aumentam
com o aumento do número de empresas spillovers
• A qualidade da informação melhora com agrupamento de empresas cai o número de
intermediários.
27. Natureza da Competição no Espaço
• A existência de desigualdades regionais há muito atrai a atenção dos
economistas, especialmente na área conhecida como economia
regional. Por muito tempo, entretanto, os conceitos, os modelos e as
técnicas regionais eram uma mera extensão daqueles utilizados em
nível nacional, com um índice adicional identificando as diferentes
regiões
• A despeito das primeiras e valiosas contribuições, ninguém antes de
Krugman (1991) tinha conseguido mostrar como os desequilíbrios
regionais podiam surgir no domínio da teoria econômica
28. Natureza da Competição no Espaço
• Anos 1950 - teóricos do desenvolvimento descobriram as bases do
desenvolvimento desigual o princípio da causalidade cumulativa ou
circular
• não existe tendência à auto estabilização automática no sistema social.
• O sistema por si só não caminha em direção a tipo algum de equilíbrio entre forças
está constantemente se movendo para longe desta situação.
• Em situação normal, uma mudança não atrai mudanças compensatórias, mas, em
vez disso, atrai mudanças de apoio, que movem o sistema na mesma direção da
primeira mudança, para ir muito além (tendência à concentração e à
acumulação?).
• Devido a esta causalidade circular, um processo social tende a se tornar
cumulativo e frequentemente adquire velocidade em taxa acelerada
• Processos de desigualdade de renda (Chile)
29. Natureza da Competição no Espaço
• O princípio da causalidade cumulativa afirma que as disparidades regionais
são guiadas por um efeito “bola de neve”, que resulta num reforço contínuo,
uma vez iniciado
• produção manufatureira tenderá a se concentrar onde existir um grande mercado, mas
o mercado será grande onde a produção manufatureira for concentrada
30. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• Abordagem do modelo competição monopolista com custo de transporte
consegue explicar o princípio da causalidade cumulativa
• A competição monopolista surge como uma estrutura de mercado determinada
pelas preferências dos consumidores por variedade e dos requisitos fixos das
empresas por recursos produtivos limitados
• A variedade de produtos é considerada como uma proxy para as inúmeras
amenidades urbanas que atraem as pessoas
• As empresas interagem apenas indiretamente em termos de sua reação aos níveis de
demanda agregada
• O custo de transporte é do tipo iceberg: significam que uma parte do bem
transportado dissipa-se com o próprio processo de transporte Permite que se
integrem os custos positivos do frete sem se ter de lidar explicitamente com o setor
de transportes
31. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• O modelo considera um cenário padrão que envolve duas regiões,
dois setores e dois tipos de mão de obra
• O setor tradicional produz um produto homogêneo - retornos constantes e
competição perfeita, utilizando mão de obra é espacialmente imóvel
• O setor moderno oferece um produto horizontalmente diferenciado sob
competição monopolística e com retornos crescentes, utilizando mão de obra
móvel no espaço.
32. • Economias primário-exportadoras têm a capacidade de inflar e
murchar em si, mantendo a mesma estrutura baixa diversificação
• Economias industrializadas tendem a apresentar muito mais
dinamicidade, propiciando maior diversificação socioeconômica, com
impactos diretos e indiretos sobre outras áreas do setor produtivo
• Características do produto
• Características da mão de obra
• Estrutura socioeconômica
• Spillover do progresso tecnológico
33. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• O frete do produto homogêneo não tem custo
• Esta hipótese, que assegura a equalização dos ganhos nas regiões, é feita para
os trabalhadores imóveis para obter a mesma demanda para o produto
diferenciado
• Em contraposição, o frete do produto diferenciado exige recursos escassos, e
assim a demanda por este produto varia com as escolhas locacionais feitas
por aqueles trabalhadores
34. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• Quando os trabalhadores se mudam para uma nova região eles trazem
consigo suas habilidades de produção e de consumo
• Esses movimentos afetam o tamanho dos mercados de produto e mão de obra nas
regiões de origem e destino
• Estes efeitos têm a natureza de externalidades pecuniária Uma externalidade
pecuniária existe quando as ações de um indivíduo ou firma indiretamente afetam o
bem estar de outro indivíduo ou lucro de outra firma através de preços
35. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• Quando os trabalhadores se mudam para uma nova região eles trazem
consigo suas habilidades de produção e de consumo ...
• ...
• A análise dos efeitos da migração devem capturar não apenas as interações
entre mercados espacialmente separados (produto e mão de obra), mas
também o papel duplo do indivíduo-trabalhador e indivíduo-consumidor
• O grande feito de Krugman (1991) foi integrar todos estes efeitos num arcabouço
simples e definir com precisão as condições pelas quais os processos cumulativos
ocorrem ou não
• Ao avançar em direção às condições específicas para a aglomeração, Krugman
demonstrou que o valor dos custos de transporte é um fator chave determinante
36. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• Se os custos de transporte forem suficientemente baixos, então as empresas
se concentrarão numa única região central, ao passo que a região periférica
ofertará apenas o produto padronizado.
• Estas empresas conseguirão obter retornos crescentes vendendo mais produtos no
mercado maior sem perder muitos negócios no mercado menor
• A estrutura centro-periferia é a consequência involuntária das decisões
tomadas por um grande número de agentes econômicos em favor dos seus
próprios interesses
• Se os custos de transporte forem suficientemente altos, o frete inter-regional de
produtos será desestimulado
37. Natureza da Competição no Espaço
A estrutura centro-periferia
• O modelo centro-periferia permite a possibilidade de convergência ou
divergência entre regiões
• Ao passo que o modelo neoclássico, baseado em retornos constantes e
competição perfeita nos dois setores, prevê apenas a convergência.
38. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Uma das principais críticas é a de que o modelo centro-periferia ignora os
custos de congestionamento gerados pela concentração de empresas e
pessoas em um mesmo território.
• Em particular, evidências anedóticas indicam que um assentamento humano
de escala razoável inevitavelmente assumirá a forma de cidade.
• Como consequência, uma concentração crescente de pessoas intensificará a
competição por terra e provocará o aumento do preço das moradias e das
distâncias de deslocamento.
• Mesmo quando aumentam os salários nominais com a densidade de
emprego, o custo da habitação e dos deslocamentos, a poluição e violência,
tornarão as grandes aglomerações menos atraentes.
39.
40. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Com os custos de transporte em constante declínio, a economia espacial
passa por três fases, em vez de duas:
• dispersão,
• aglomeração e
• redispersão do setor móvel
41. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Na primeira fase, as empresas se dispersam porque o fretamento de sua produção
sai caro, ao passo que, na última fase, a dispersão ocorre porque os custos da
habitação e dos deslocamentos são muito altos para que a aglomeração seja
sustentável.
• As aglomerações surgem na segunda fase pelos motivos destacados no modelo
centro-periferia
• A dispersão que ocorre na primeira e na terceira fases surge por motivos bem
diferentes
• A partir de um determinado limiar o congestionamento instiga empresas e pessoas
a redispersar, de modo a se aliviarem os custos correspondentes.
• No limite, os altos custos de deslocamento são o bastante para evitar a formação
de uma cidade grande e garantir a continuação das atividades industriais em
diversas cidades pequenas, uma situação mais ou menos característica das
economias pré-industriais.
42. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Outra limitação do modelo centro-periferia é que ele despreza a importância
dos bens intermediários.
• Ao fazer suas decisões de localização, faz sentido que o produtor de bens
intermediários preocupe-se com os locais onde são produzidos os produtos
finais; da mesma forma, os produtores de produtos finais devem prestar
bastante atenção onde os produtores de bens intermediários estão
localizados.
• Ao dar aos bens intermediários um papel relevante, nos desviamos do
modelo CP, o que permite focar em outras forças que atuam nas economias
modernas.
43. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Já que os trabalhadores são imóveis, a concentração mais alta de empresas
dentro de uma região significa um aumento de salários naquela região. Isto
provoca o surgimento de forças opostas.
• A demanda final na região central aumenta porque os consumidores têm renda mais
alta. A demanda final é uma força de aglomeração; no entanto, ela não é mais
provocada pelo aumento da população, mas pelo aumento da renda.
• Por outro lado, um aumento do nível dos salários gera uma nova força de
dispersão, que está no centro das discussões sobre a desindustrialização dos
países desenvolvidos, por causa do alto custo da mão de obra.
• Nesse contexto, as empresas são induzidas a realocar suas atividades para a periferia
quando os salários baixos mais do que contrabalançam a demanda mais baixa
44. Natureza da Competição no Espaço
A curva em forma de sino e o crescimento regional
• Por último, a grande maioria dos modelos de geografia econômica baseia-se numa
hipótese relativamente ingênua sobre o comportamento migratório: a de que os
indivíduos só se importam com o salário real.
• Adam Smith já observou que os seres humanos são a mercadoria mais difícil de mover.
• Deixando de lado os movimentos migratórios motivados por guerras, as pessoas são
heterogêneas na sua percepção dos atributos não econômicos das diferentes regiões, e
esta heterogeneidade afeta a natureza e a intensidade dos fluxos migratórios.
• Sendo a mobilidade guiada também por variáveis não econômicas, os trabalhadores não reagem às
desigualdades econômicas da mesma maneira.
• Nesse contexto, surge mais uma vez a curva em forma de sino: os trabalhadores se
mudam para o centro quando as desigualdades espaciais são grandes, mas permanecem
no local quando elas são pequenas
• Se esta premissa for correta, o crescimento econômico e o estado de bem-estar social se combinam
para diminuir a velocidade da mobilidade dos indivíduos, ao lhes permitir satisfazer suas necessidades
de socialização e (ou) fortalecer os seus laços com um determinado ambiente.
48. • A partir dos conceitos apresentados até o momento e utilizando a
iluminação noturna como uma proxy para polos de concentração de
pessoas e empresas, escolha uma região do globo e discuta as
diferenças regionais que motivam a concentração e a
desconcentração da área escolhida.
49. Introdução
• Tradicionalmente a economia negligenciava a questão espacial:
• Economia de Base Neoclássica
• H -> N (individualismo metodológico – a-social e a-histórico
• Homo-economicus (edonista, racionalidade instrumental)
• Problema do Liberalismo Clássico: (Indivíduo X Sociedade)
• Tomas Hobbes -> “a luta de todos contra todos”
• Mão Invisível: Forças de mercado - oferta X demanda => Equilíbrio => alocação
mais eficiente dos recursos escassos.
• Conduz ao Bem Estar econômico (Ótimo de Pareto)
• Harmonização dos interesses individuais como os Interesses da Sociedade
• A análise desconsidera a sociedade, a história (o tempo) e o espaço
50. Introdução
Desenvolvimento da Economia Espacial:
3 Momentos:
1) Aparece de maneira marginal na Teoria Ortodoxa de Base
Neoclássica (Teorias Clássicas de Localização)
2) Crescimento a partir dos anos 50 juntamente com a Temática do
Desenvolvimento Econômico
o fim das ilusões com o crescimento equilibrado
a preocupação com o Desenvolvimento Econômico no Pós-Guerra
Reconstrução da Europa
Políticas Públicas de Desenvolvimento Regional nos países periféricos
Influências de Keynes, de Schumpeter, da Cepal
3) Nos anos 80 e 90 – Globalização X Regionalização, Economia do
conhecimento etc
51. Espaço – Região – Território
Espaço
• Spatium (Latin): visto como “contínuo”, ou como intervalo, no qual estão
dispostos os corpos seguindo uma certa ordem neste vazio.
• Nível elevado de abstração (associado a 2 princípios fundamentais: o de
localização e o de extensão)
• Não pode ser visto nem como Espaço Absoluto (receptáculo) “vazio e
puro, lugar por excelência dos números e das proporções” .
• Nem como um Produto da Sociedade “ponto de reunião dos objetos
produzidos, o conjunto das coisas que ocupam seus subconjuntos,
efetuado, objetivado, portanto funcional.”
• “O Espaço é o lócus da reprodução das relações sociais de produção”
52. ESPAÇO
Sociedade e espaço não podem ser vistos como se
fossem coisas separadas que se reuniriam depois, mas
sim como uma formação sócio-espacial
53. ESPAÇO
Milton Santos:
“... o espaço é uma instância da sociedade”.
“...o espaço organizado pelo homem é como as demais
estruturas sociais, uma estrutura subordinada-
subordinante.
E como as outras instâncias, o espaço, embora submetido à
lei da totalidade, dispõe de uma certa autonomia.”
Espaço Vivido: sentimentos e idéias de um grupo ou povo
sobre o espaço a partir da experiência (subjetividade,
intuição, sentimentos, experiência, simbolismo)
O espaço é o lócus da produção e reprodução
da vida social
54. Região
Origem Etimológica
Região vem do latin: regere, composta pelo radical reg, que deu
origem a outras palavras como regência, regente, regra.
“Área sob um certo domínio ou área definida por uma
regularidade de propriedades que a definem”.
Espaço concreto (com seus atributos naturais e socialmente
construídos)
Área definida por uma regularidade de propriedades que a
definem (que as distinguem das demais) – Região do Vale do São
Francisco, Vale do Silício, Região Norte
delimitação de circunscrição e hierarquias administrativas
(classificação) Região de Influência da Ford
55. Região
REGIÃO: é uma classe de área, fruto de uma
classificação geral que divide o espaço segundo
critérios ou variáveis arbitrários que possuem
justificativa no julgamento de sua relevância para sua
explicação.
Remete para a idéia de IDENTIDADE
Raízes
Construção de identidade sócio-cultural
Sentimento de Pertencimento - Pertença
56. Território
Conceito tem conotação mais política
O conceito está fortemente associado á ideia de território
nacional – Estado Nação
“O território é fundamentalmente um espaço definido e
delimitado por e a partir de relações de poder.”
PODER corresponde a habilidade humana de não apenas
agir, mas de agir em uníssono, em comum acordo. A pessoa
não “está no poder” ela está investida de poder por um certo
número de pessoas, para atuar em seu nome
legitimidade
57. Território
Apesar da ocupação do território ser geradora de raízes e
identidade, de sentimento de pertencimento (dos de dentro e
os de fora, do nos contra eles)
Remete principalmente ao conceito de GOVERNANÇA
• Governança é um termo que se refere a estruturas de
relações de poder e de tomada de decisão acerca da
alocação de fatores de produção, que envolve qualquer
conjunto de sistemas de relações insumo-produto.
A governança corporativa – os arranjos institucionais que
regem as relações entre acionistas (ou outros grupos) e as
administrações das empresas
58. Território
Territorio
Visão Tradicional Visão Critica
Espaço concreto em si Campo de forças, uma teia ou rede
de relações sociais
Em um espaço físico contíguo Não necessariamente contíguo
É estável Flexível
Se justapõe mas não se
sobrepõe
Pode se sobrepor
59. Território X REDES
• Necessidade de se construir uma ponte conceitual entre
território, no seu sentido usual (que pressupõe
contiguidades espacial) e a rede (onde não há
contiguidade espacial).
• Redes o que há e para efeito de representação gráfica,
um conjunto de pontos – nós – conectados entre si por
segmentos – arcos – que correspondem aos fluxos que
interligam, costuram os nós – fluxos de bens, pessoas , ou
informações - , sendo que os arcos podem ainda indicar
elementos infraestruturas (ex: estradas) que viabilizam
fisicamente o deslocamento dos fluxos.
60. Território X REDES
Ponte Conceitual:
• Território-Rede Território descontínuo com os nós
de tal território não são apenas pontos adimensionais –
mas têm escala de superfície pode-se dizer que
território descontínuo é, na realidade, uma rede a
articular dois ou mais territórios contínuos
62. Teorias Clássicas da Localização – VISÃO GERAL
Trabalham com o suposto de concorrência perfeita:
Mercado atomizado: distribuído entre pequenas empresas, nenhuma tem
condições individualmente de afetar o mercado;
Produtos Homogêneos: não existe diferenciação entre os produtos
oferecidos;
Não existem Barreiras à Entrada: não existe dificuldade para as
empresas entrarem ou saírem do mercado;
Perfeita Informação (mercado transparente): toda informação sobre
preços, qualidade, lucros etc são totalmente conhecidas;
Retornos Constantes de Escala: as possíveis vantagens das empresas
não são cumulativas, não geram diferenciais de competitividade no tempo.
E ainda , o suposto implícito de que a mão invisível produz um resultado
DE EQUILIBRIO eficiente (òtimo de Pareto), harmoniza os interesses
individuais com os da sociedade.
63. Teorias Clássicas da Localização – VISÃO GERAL
• Os autores procuram enfatizar, de uma forma geral, as
decisões do ponto de vista da firma que, levando em
conta o papel dos custos de transporte, procura
determinar a sua “localização ótima”.
• As externalidades decorrentes da aglomeração de
atividades numa região determinada são, de uma forma
geral, desprezadas.
64. Teoria da Localização Industrial de Weber
A decisão quanto à localização de atividades industriais decorreria da ponderação
FATORES LOCACIONAIS
Estes podem ser divididos em:
específicos (economias de custos alcançadas por um número pequeno de
empresas) e
gerais (economias de custos que podem ser alcançadas por qualquer
indústria).
Os segundos ainda podem ser separados em:
regionais (capazes de influenciar a escolha da localização entre regiões)
aglomerativos, ou desaglomerativos (fatores que provocam a
concentração ou dispersão em uma região).
65. Teoria da Localização Industrial de Weber
Para Weber os principais fatores locacionais gerais
são:
o custo de transporte – das matérias-primas e do
produto final (regional),
o custo da mão-de-obra (regional)
“fatores locais” decorrentes das forças de
aglomeração e desaglomeração.
ofertas de serviços principalmente energia elétrica e água,
por exemplo, fatores que podem ser aglomerativos se
presentes em determinada região
66. Teoria da Localização Industrial de Weber
O custo de transporte é parcialmente determinado:
- pela distância às matérias primas/inputs e ao mercado
- pela dimensão e pelo peso das matérias primas/inputs e dos
produtos finais
O Modelo de localização de Weber implica em descobrir a
localização de custo de transporte mínimo e ajustar esta
localização de forma a considerar os custos de trabalho e as
economias de aglomeração.