Manoel José de Souza Moreira foi um importante empresário e fundador da Fábrica de Tecidos Santanense em Itaúna, Minas Gerais. Ele faleceu em 1898 aos 69 anos, deixando viúva e 11 filhos. O documento descreve a vida e obra de Moreira, além de discursos emocionados feitos no seu funeral sobre sua dedicação à família e comunidade.
Neste romance Emmanuel conta-nos uma história ligada ao Cristianismo do século II. Nele, alguns personagens do livro “Há Dois Mil Anos” voltam à jornada terrena vivenciando, de modo claro, a lei de causa e efeito. Um dos personagens centrais daquela obra, o Senador Públio Lentulus, apresenta-se nesta em uma nova roupagem, encarnado como um escravo: Nestório. Esse escravo mostra, na sua volta à Terra, uma postura mais humilde, agora numa categoria que seu coração orgulhoso havia espezinhado na existência anterior. A misericórdia do Senhor permite-lhe reparar, na personalidade de Nestório, os desmandos e as arbitrariedades cometidas no passado, quando, investido do poder público, supunha, em sua vaidade, guardar todos os direitos e poderes em suas mãos. O personagem central deste livro é, no entanto, uma mu-lher, Célia. Coração sublime, cujo heroísmo divino foi, no dizer de Emmanuel, uma luz acesa na estrada de numerosos Espíritos amargurados e sofredores. Ela entendeu e viveu as lições de Jesus no transcurso doloroso de sua existência.
Médium: Francisco Cândido Xavier
Espírito: Emmaneul
A humildade do Espírito Emmanuel nos proporciona esta narrativa da existência física em que foi o orgulho senador romano Públio Lentulus e obteve designação para alto cargo na Palestina, na época em que Jesus transmitia para a Humanidade os ensinos do Seu Evangelho. Neste livro mediúnico, de Francisco Cândido Xavier, o leitor conhecerá uma nova face da História do Cristianismo no século I, do cotidiano das arrogantes e preconceituosas famílias patrícias, em contraponto com a simplicidade fraterna dos primeiros seguidores do Evangelho, assim como o comovente encontro do altivo representante de César com Jesus. Pontuada por sofrimento e alegria, esplendor e miséria, poder e escravidão, vingança e ciúmes, ódio e calúnias, crueldade e benevolência, brandura e perdão, temos s história do Senador Públio Lentulus, de sua filha e de sua amorosa esposa Lívia, convertida aos sublimes ensinamentos de Jesus, e uma das únicas pessoas que procuraram evitar a Sua crucificação.
Médium: Francisco Cândido Xavier
Espírito: Emmanuel
Um escritor lageano, ainda a ser pesquisado. Talvez em antigos jornais existentes em museus de Santa Catarina e de São Paulo existam registros dos escritos dele. Falecido em 1923.
Experiências de uma vida inspiradora, em um trabalho fantástico e dias incríveis passados na guerra civil de Angola. Amor, dedicação, entrega, compaixão, resiliência e coragem. Vale conferir!
Neste romance Emmanuel conta-nos uma história ligada ao Cristianismo do século II. Nele, alguns personagens do livro “Há Dois Mil Anos” voltam à jornada terrena vivenciando, de modo claro, a lei de causa e efeito. Um dos personagens centrais daquela obra, o Senador Públio Lentulus, apresenta-se nesta em uma nova roupagem, encarnado como um escravo: Nestório. Esse escravo mostra, na sua volta à Terra, uma postura mais humilde, agora numa categoria que seu coração orgulhoso havia espezinhado na existência anterior. A misericórdia do Senhor permite-lhe reparar, na personalidade de Nestório, os desmandos e as arbitrariedades cometidas no passado, quando, investido do poder público, supunha, em sua vaidade, guardar todos os direitos e poderes em suas mãos. O personagem central deste livro é, no entanto, uma mu-lher, Célia. Coração sublime, cujo heroísmo divino foi, no dizer de Emmanuel, uma luz acesa na estrada de numerosos Espíritos amargurados e sofredores. Ela entendeu e viveu as lições de Jesus no transcurso doloroso de sua existência.
Médium: Francisco Cândido Xavier
Espírito: Emmaneul
A humildade do Espírito Emmanuel nos proporciona esta narrativa da existência física em que foi o orgulho senador romano Públio Lentulus e obteve designação para alto cargo na Palestina, na época em que Jesus transmitia para a Humanidade os ensinos do Seu Evangelho. Neste livro mediúnico, de Francisco Cândido Xavier, o leitor conhecerá uma nova face da História do Cristianismo no século I, do cotidiano das arrogantes e preconceituosas famílias patrícias, em contraponto com a simplicidade fraterna dos primeiros seguidores do Evangelho, assim como o comovente encontro do altivo representante de César com Jesus. Pontuada por sofrimento e alegria, esplendor e miséria, poder e escravidão, vingança e ciúmes, ódio e calúnias, crueldade e benevolência, brandura e perdão, temos s história do Senador Públio Lentulus, de sua filha e de sua amorosa esposa Lívia, convertida aos sublimes ensinamentos de Jesus, e uma das únicas pessoas que procuraram evitar a Sua crucificação.
Médium: Francisco Cândido Xavier
Espírito: Emmanuel
Um escritor lageano, ainda a ser pesquisado. Talvez em antigos jornais existentes em museus de Santa Catarina e de São Paulo existam registros dos escritos dele. Falecido em 1923.
Experiências de uma vida inspiradora, em um trabalho fantástico e dias incríveis passados na guerra civil de Angola. Amor, dedicação, entrega, compaixão, resiliência e coragem. Vale conferir!
O nosso Amigo Bezerra de Menezes nos diz:
(...) ESTES SÃO DIAS TUMULTUOSOS!
Se, de alguma forma, viveis as alegrias dos avanços do conhecimento científico e tecnológico, por outro lado convives,
Ao lado de centenas de milhões de Espíritos sofridos e anatematizados pela ENFERMIDADE, pela FOME, pela DOR, quase esquecidos.
Bezerra de Meneses - 2008 – Revista Reformador – 2008 -Janeiro
E a nossa Amiga Joanna de Angelis completa:
O MOMENTO É DE DESAFIO E NINGUÉM SE DEVE EXIMIR À LUTA.
Protesta contra o mal, agindo no Bem.
Luta contra o crime, atuando na Educação.
Levanta atua bandeira de PAZ, tornando-te pacífico em qualquer circunstância.
Joanna de Ângelis – Otimismo – Cap. 14 – Tua quota
E finalizamos com Francisco de Assis:
Atende-me, Senhor,
Torna-me, entre os mortais, um instrumento fiel da Tua grande PAZ!
Onde o erro gritar, com toda a mansidão, eu ensine a Verdade!
E ao ouvir duvidar, mostre o esplendor da FÉ que nos leva a Te amar!
Que ao que desesperar — náufrago sem confiança —, mostre o luzeiro incomparável da ESPERANÇA!
Francisco de Assis/Malvina Dolabella – Nossos Filhos são Espíritos – Cap. 24
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESABBiblioteca Avelar Brotero
Autores de Língua e Expressão Portuguesa na Biblioteca Escolar da ESAB | ano letivo 2013-14. Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, Literatura Angolana, Literatura Moçambicana.
DESASTRE FERROVIARIO: trem sai dos trilhos em ItaúnaCharles
Um trem da RMV — Rede Mineira de Viação — descarrilou entre as estações de Angicos e Santanense, resultando na morte de oito pessoas e deixando mais de cinquenta feridos. O acidente ocorreu devido ao excesso de velocidade, com três vagões descarrilados. O maquinista fugiu após o ocorrido.
Nise Álvares da Silva Cam- pos, mais conhecida como Nise Campos, foi trineta de Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco Souto Mayor de Oliveira Campos ou também conhecida como Dona Joaquina do Pompéu
A história da saúde pública do Arraial de Sant’Anna do Rio São João Acima, hoje Itaúna, se dá em tempos bem remotos ao século XIX. Importantes prestadores de serviços à saúde do arraial, seriam os farmacêuticos/boticários práticos ou formados — “peritos no desenvolvimento, produção, manipulação, seleção e dispensação de medicamentos”.
proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
Livro de conscientização acerca do autismo, através de uma experiência pessoal.
O autismo não limita as pessoas. Mas o preconceito sim, ele limita a forma com que as vemos e o que achamos que elas são capazes. - Letícia Butterfield.
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
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CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxMariaSantos298247
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração – CP4 – Processos identitários, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
1. FUNDADOR DA SANTANENSE
29/12/2019 by Charles
Manoel José de Souza MoreiraManoel José de Souza Moreira
Golpe tremendo acaba de ser vibrado sobre a sociedade santanense. A morte, sem
pena do vácuo insondável que ia abrir neste lugar, arrebatou consigo a vida daquele
homem que era justamente quem não podia morrer.
Arrancou desapiedadamente dentre nós aquele chefe querido para o qual todos os
corações se abriam no eflúvio da mais santa amizade. Porque raro um homem pode
granjear tanta simpatia, tanta estima num lugar.
Ele era o centro de gravidade da família santanense, porque em torno dele é que
giravam todos os olhares, sedentos dos seus bons ensinamentos, desejosos de
ouvir-lhe a palavra amiga, de aprender com ele as práticas da vida, sempre cheia de
lições sublimes. Era esse homem o Tenente Coronel Manoel Jose de Souza Moreira.
Pai amantíssimo, esposo dedicado, amigo leal, cidadão prestimoso, eis ali o espelho
dos grandes homens. Gênio empreendedor, ele fundou a Fábrica de Tecidos
Santanense, que lhe custou o mais caro dos seus sacrifícios.
Só quem o viu nessa fase de construção de tão gigantesca empresa, é que pode
2. ajuizar do incomparável esforço, desgostos, angustias e sofrimento que lhe custara
tão penoso cometimento. Mas ele tudo venceu e aí está o laurel do seu triunfo.
Nascido a 5 de fevereiro de 1829, na cidade de Bonfim, ele veio para aqui (Itaúna)
ainda de tenra idade. Aos 21 anos de idade contraiu matrimônio com Dona Ana
Joaquina de Jesus, fato este que teve lugar em 1850.
Fixando residência aqui (Itaúna), ele estabeleceu-se com casa comercial de primeira
ordem, onde revelou o maior tino comercial, distinguindo-se por sua admirável
penetração nos mais intrincados cálculos financeiros, do quais ele sempre soube sair-
se com argucia e orientação.
Com o trabalho horando e perseverante, ele conseguiu criar uma família numerosa, e
ainda mais reunir uma regular fortuna, que serviu sempre para amparar os
necessitados e ajudar aos seus e aos amigos.
Deixa 11 filhos, e trinta e seis netos. Teve aventura de ver um de seus filhos formar
fortunas e outros ainda em carreira próspera. A sua prole é um testemunho brilhante
do quanto ele soube ser prodigo em puros ensinamentos e salutares exemplos.
Sua desolada viúva aí lhes expressa sua dor irrefragável da saudade. Seus diletos
filhos, enfim, toda a família Gonçalves, sofreram tão rude golpe, que deveras não
temos palavras que os possa consolar. A dor que os sufoca está acima de qualquer
palavra de consolo!
Foi às 6 horas da tarde de 22 de dezembro de 1898, que a mão do destino arrebatou
do mundo o nosso saudoso amigo. Velhos incômodos agravados ultimamente por
tenaz afecção cardíaca, miraram-lhe a existência pouco a pouco, até que seu corpo,
enfraquecido, gasto pelos sofrimentos não pode mais resistir e cedeu, exalando o
último alento.
Seu enterramento teve lugar no dia 23 da corrente, às 6 horas da tarde. Entre enorme
concorrência de amigos e parentes, foi o corpo levado ao último jazigo, acompanhado
de prantos e lágrimas, que brotavam espontâneos daquela multidão. Após a
encomendação na matriz, usou da palavra o nosso preclaro vigário, Antônio
Maximiano de Campos, que exaltou as excelsas qualidades do finado,
desenvolvendo eloquente panegírico.
3. Manoel José de Souza Moreira e sua esposa Dona Ana Joaquina de Jesus
Por último usou da palavra à beira da sepultura o signatário destas linhas, que por
sua vez pôs em relevo as admiráveis qualidades do finado, e salientou a lacuna
insondável que deixava na nossa sociedade o desaparecimento de tão venerado
ancião.
O ataúde, forrado de crepe de seda, estava repleto de coroas e flores com dísticos,
dos quais tomamos nota dos seguintes:
Uma grande coroa de alecrim e manjericão, com a inscrição: “Saudades de sua
esposa”;
Uma coroa de margaridas roxas e saudades com a inscrição: “Ao fundador da
Fábrica de Tecidos Santanense, saudades da Companhia”;
Um coração feito de ciprestes e alecrins, com o dístico: “Saudades de seus filhos”;
Uma elegante lira de flores artificiais, palhetas douradas, — Lembrança de Augusto
Carlos do Amaral;
Uma linda âncora dourada, com saudades e sempre-vivas “Saudades de Francisco
Franco”;
Uma cruz de flores artificiais e saudades roxas, “Saudades de Rogério & Lindolpho”;
4. Uma lira de flores artificiais, “Lembrança de Arthur de Mattos e família”,
Uma coroa de flores naturais e fitas, “Saudades de Virica de Mattos”;
Uma estrela de saudades roxas guarnecidas de perpetuas, “Saudades de João
Gonçalves e filhos”;
Uma coroa de flores artificiais e naturais, “Saudades de Cassiano Dornas e família”;
Um buquê de flores naturais, “Saudades de suas filhas Neca e Castorina”;
Um lindo buquê, “Saudades dos filhos do Dr. Augusto”.
Terminado esta notícia repetimos aqui:
— A terra lhe seja leve!
Sant’Anna de São João Acima, 24 de dezembro de 1898.
Clicar aqui para saber mais sobre a biografia de Manoel José de Souza Moreira
Cemitério Central de Itaúna Mausoléu Dona Ana & Manoel José
5. Discurso preferido à beira da sepulturaDiscurso preferido à beira da sepultura
Dentro em poucos momentos a terra, com a sua frieza mortuária do túmulo, receberá
o corpo já inerte desse homem ilustre, desse idolatrado ancião que em vida se
chamou Manoel José de Souza Moreira.
A pá do coveiro, sinistramente vai lançar sobre aquele peito venerado, a terra dura e
fria, para abafar-lhe as últimas linhas do seu corpo.
E aquele coração amigo, que ontem batia acelerado, que pulsou tantas vezes, cheio
do doce amor paternal, vai emudecer para sempre debaixo daquela camada lúgubre
que cobre o sarcófago! …
A morte, essa lei fatal do Universo, se manifesta em todos os seres da criação.
Desde o seivoso tronco do cedro do Líbano, até a haste débil e franzina da mais
cândida violeta, em tudo ela se manifesta, sempre triste e merencória.
Tudo morre neste mundo! O grande ipê da secular floresta, cresce, levanta altaneiro a
florida copa sobre o verde negro do bosque, e vive séculos e séculos. Mas um dia, a
negra rajada o impele, e ele rui por terra, levando consigo toda aquela frondente
galhada que o cerca.
A mimosa florzinha depois de perfumar os vasos, depois de enfeitar os prados,
também tem o seu dia, morre e seca-se. A grande sapucaia da floresta, leva anos e
anos a crescer, a ostentar-se como rainha do bosque. Mais depois de dar por minutos
anos o seu raro fruto, de atapetar o chão de flores, lá vem um dia que ela também
morre.
Vemos todos os dias os nossos amigos morrer, presenciamos a toda hora a execução
da mesma lei fatal do Universo. Entretanto será possível acostumarmo-nos com a
morte?
Não! Não podemos nos conformar com essa lei que vai ao lar de uma família e
arranca-lhe barbaramente a criatura mais cara, para nunca mais a restituir.
E é por isso mesmo que vejo hoje brotar de todos os olhos uma lágrima de dor, que
significa muito!
O anjo da morte pairando sinistramente sobre a terra santanense, abateu seu voo
mortuário sobre o telhado de uma família muito ilustre. A Parca, desfechando o golpe
de seu alfanje, vibrou-o sobre o lar da família Gonçalves!
E entre lágrimas de sangue, entre a dor mais aguda, ela vê desaparecer o chefe
amado, o pai querido, o amigo bom e sincero, que parte, e não volta!
6. Mas antes disso, quero que aqui fiquem gravadas estas palavras amigas, que são o
testemunho sincero de uma amizade e gratidão eternas a família Gonçalves.
Nasceu o saudoso Manoel José de Souza Moreira na cidade de Bonfim aos 5 de
fevereiro de 1829. De tenra idade, partiu para Sant’Ana (Itaúna) terra esta que foi o
seu grande amor. Aqui casou-se em 1850, com Dona Ana Joaquina de Jesus,
pertencente a uma distintíssima.
Morre com 70 anos incompletos, tendo vivido 48 anos de casado. Deixa uma viúva
envolta no pesado luto da maior dor. Deixa 11 filhos, e trinta e seus netos.
Deixa, pois, criada a família, ornamento brilhante da sociedade santanense. Família
criada sob os moldes da virtude, que ele ensinou prodigamente com exemplo próprio
e com salutares conselhos.
Aqui fica gravado o seu gênio empreendedor, a sua pertinácia no trabalho, a sua
força de vontade inabalável, que há de servir como um monumento para perpetuar-
lhe a memória — a Fábrica de Tecidos Santanense.
Pois foi a sua força de vontade que venceu todos os obstáculos e fez com que a
pátria de seus filhos tivesse um troféu de glória.
Batalhou pela vida como um herói e à custa do trabalho horando, acumulou uma
fortuna regular. A sua bolsa, sempre aberta aos necessitados, nunca recusou um
óbolo carinho a pobreza. Eis aqui quem soube ser o pai amantíssimo e bom, o
esposo dedicado e leal, o amigo prestimoso e sincero. A sua missão estava
cumprida, a sua obra estava feita, era preciso descansar.
Os grandes generais, muitas vezes não morrem na peleja. Depois das refregas das
batalhas, depois de arriscar a vida na luta e ver a pátria feliz e em paz, eles voltam ao
remanso tranquilo do lar, e lá, docemente, com a alma tranquila e serene, morrem
deixando um nome ilustre.
Este que aqui vejo é o batalhador da vida. Depois da ingente batalha da existência
em que ele soube sempre ser forte, depois de lutar com todos os espinhos da vida,
ele recolheu-se ao sossego do lar, e parte hoje sereno e plácido para aquele país feliz
onde só entram os jutos e os bons.
Leva a alma tranquila e a consciência branca. Brilha lhe na fronte a auréola de um
justo, e risinho e calmo ele deixa para sempre aquela mesma terra que ele muitas
vezes regou com suas lágrimas, aquele mesmo lar que ele mais amou neste mundo.
Esses que ficam, que procurem o consolo na religião, para a grande dor que os
oprime. Mas a ti saudoso morto, outra te sorri a sorte. Partes para essa região
dourada, onde vais receber o prêmio das tuas virtudes. E antes que a terra fria te
dirija este último adeus, desejando que seja muito feliz a tua viagem; que seja
atapetado de flore o caminho por onde vais trilhar.
7. Lá encontrarás um rei muito maior do que os que aqui viste. Lá terás um guia muito
grande — Deus. E em vez desta terra de miséria, vais encontrar um reino muito
colossal — a Eternidade.
Que sejas muito bem recebido, é o que todos nós te desejamos. Que à porta dessa
sumptuosa morada, o criador te receba de braços abertos e te introduza no seio
daqueles que lá vivem felizes porque foram justos.
Mas antes que o sarcófago consuma esse peito amigo, deixa que te lancemos um
último olhar de despedida, transidos da maior dor te digamos em frase cortada de
soluço: — a terra te seja leve.
Discurso preferido à beira da sepultura do Tenente Coronel Manoel José de Souza
Moreira, em 23 de dezembro de 1898 por Lindolpho Xavier.
Referências:
Pesquisa e Organização: Charles Aquino
Fonte Impressa do Jornal: Gazeta de Minas, cidade de Oliveira, 3 de janeiro 1899, nº 589,
página 2.
Arte e Fotografia: Charles Aquino
Acervo: Instituto Cultural Maria de Castro Nogueira- ICMC