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Conceitos Básicos de Toxicologia
“...todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja.
A dose correta diferencia um remédio de um veneno”.
Paracelso 1443-1541
- TOXICOLOGIA é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das
interações de substâncias químicas com o organismo. A toxicologia abrange uma
vasta área do conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações:
Química Toxicológica, Toxicologia Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional,
Veterinária, Ambiental (Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica,
Experimental e outras áreas.
- AGENTE TÓXICO ou TOXICANTE: Entidade química capaz de causar dano a
um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas
condições de exposição.
- VENENO: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo
alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com
função de autodefesa ou predação.
- TOXICIDADE: Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar
efeitos nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional à
concentração do agente tóxico a nível do sítio de ação (tecido alvo).
- AÇÃO TÓXICA: Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre
as estruturas teciduais.
- DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o
grau de toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que
provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiência.
São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos
experimentalmente.
Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas classes toxicológicas
de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se dizer se uma
substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também optar por
critérios que avaliem se uma substância oferece Risco ou Perigo para um
determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou para a saúde
pública.
- ANTÍDOTO: Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias.
- INTOXICAÇÃO: É um processo patológico causado por substâncias endógenas
ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, conseqüente das
alterações bioquímicas no organismo. Processo é evidenciado por sinais e sintomas
ou mediante dados laboratoriais.
- INTOXICAÇÃO AGUDA: Decorre de um único contato (dose única- potência da
droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, num
período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no
decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas. Estuda a relação dose/resposta
que conduz ao cálculo da DL50.
- INTOXICAÇÃO SUB-AGUDA OU SUB-CRÔNICA: Exposições repetidas a
substâncias químicas – caracteriza estudos de dose/resposta após administrações
repetidas.
- INTOXICAÇÃO CRÔNICA: Resulta efeito tóxico após exposição prolongada a
doses cumulativas do toxicante ou agente tóxico, num período prolongado,
geralmente maior de 3 meses a anos.
- FASES DA INTOXICAÇÃO: O processo de INTOXICAÇÃO pode ser
desdobrado, para fins didáticos, em quatro fases:
Fase de Exposição: É a fase em que as superfícies externa ou interna do
organismo entram em contato com o toxicante. Importante considerar nesta fase a
via de introdução, a freqüência e a duração da exposição, as propriedades físico-
químicas, assim como a dose ou a concentração do xenobiótico e a
susceptibilidade individual.
Fase de Toxicocinética: Inclui todos os processos envolvidos na relação entre a
disponibilidade química e a concentração do fármaco nos diferente tecidos do
organismo. Intervêm nesta fase a absorção, a distribuição, o armazenamento, a
biotransformação e a excreção das substâncias químicas. As propriedades físico-
químicas dos toxicantes determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim
como a velocidade de sua eliminação do organismo.
Fase de Toxicodinâmica: Compreende a interação entre as moléculas do
toxicante e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, conseqüentemente,
o aparecimento de desequilíbrio homeostático.
Fase Clínica: É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda,
alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os
efeitos nocivos provocados pela interação do toxicante com o organismo.
- INTERAÇÕES ENTRE SUBSTÂNCIAS: A exposição simultânea a várias
substâncias pode alterar uma série de fatores (absorção, ligação protéica,
metabolização e excreção)que influem na toxicidade de cada uma delas em
separado.
Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma
dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter:
Efeito Aditivo (efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes
envolvidos);
Efeito Sinérgico(efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em
separado);
Potencialização (o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com
outro agente);
Antagonismo (o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando
se combina com outro agente).

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Conceitos Básicos Toxicologia

  • 1. Conceitos Básicos de Toxicologia “...todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que não seja. A dose correta diferencia um remédio de um veneno”. Paracelso 1443-1541 - TOXICOLOGIA é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. A toxicologia abrange uma vasta área do conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações: Química Toxicológica, Toxicologia Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental (Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica, Experimental e outras áreas. - AGENTE TÓXICO ou TOXICANTE: Entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição. - VENENO: Agente tóxico que altera ou destrói as funções vitais e, segundo alguns autores, é termo para designar substâncias provenientes de animais, com função de autodefesa ou predação. - TOXICIDADE: Capacidade inerente e potencial do agente tóxico de provocar efeitos nocivos em organismos vivos. O efeito tóxico é geralmente proporcional à concentração do agente tóxico a nível do sítio de ação (tecido alvo). - AÇÃO TÓXICA: Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas teciduais. - DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiência. São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos experimentalmente. Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se dizer se uma substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também optar por critérios que avaliem se uma substância oferece Risco ou Perigo para um determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou para a saúde pública. - ANTÍDOTO: Agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias. - INTOXICAÇÃO: É um processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, conseqüente das
  • 2. alterações bioquímicas no organismo. Processo é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais. - INTOXICAÇÃO AGUDA: Decorre de um único contato (dose única- potência da droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, num período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas. Estuda a relação dose/resposta que conduz ao cálculo da DL50. - INTOXICAÇÃO SUB-AGUDA OU SUB-CRÔNICA: Exposições repetidas a substâncias químicas – caracteriza estudos de dose/resposta após administrações repetidas. - INTOXICAÇÃO CRÔNICA: Resulta efeito tóxico após exposição prolongada a doses cumulativas do toxicante ou agente tóxico, num período prolongado, geralmente maior de 3 meses a anos. - FASES DA INTOXICAÇÃO: O processo de INTOXICAÇÃO pode ser desdobrado, para fins didáticos, em quatro fases: Fase de Exposição: É a fase em que as superfícies externa ou interna do organismo entram em contato com o toxicante. Importante considerar nesta fase a via de introdução, a freqüência e a duração da exposição, as propriedades físico- químicas, assim como a dose ou a concentração do xenobiótico e a susceptibilidade individual. Fase de Toxicocinética: Inclui todos os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do fármaco nos diferente tecidos do organismo. Intervêm nesta fase a absorção, a distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das substâncias químicas. As propriedades físico- químicas dos toxicantes determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim como a velocidade de sua eliminação do organismo. Fase de Toxicodinâmica: Compreende a interação entre as moléculas do toxicante e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, conseqüentemente, o aparecimento de desequilíbrio homeostático. Fase Clínica: É a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda, alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação do toxicante com o organismo. - INTERAÇÕES ENTRE SUBSTÂNCIAS: A exposição simultânea a várias substâncias pode alterar uma série de fatores (absorção, ligação protéica,
  • 3. metabolização e excreção)que influem na toxicidade de cada uma delas em separado. Assim, a resposta final a tóxicos combinados pode ser maior ou menor que a soma dos efeitos de cada um deles, podendo-se ter: Efeito Aditivo (efeito final igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes envolvidos); Efeito Sinérgico(efeito maior que a soma dos efeitos de cada agente em separado); Potencialização (o efeito de um agente é aumentado quando em combinação com outro agente); Antagonismo (o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando se combina com outro agente).