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consciência (psicológica):
• "é a totalidade experiencial, imediata e actuante da
vida psíquica momentânea, dentro do fluir contínuo
desta.
• Manifesta-se pelas capacidades de captar, ordenar,
integrar e responder a informação proveniente do
mundo interior, exterior e de outros indivíduos,
envolvendo ou não estimulação de órgãos sensoriais,
capacidade de influenciar agentes físicos ou
organismos vivos por meios não mecânicos, bem
como de elaborar a comunicação verbal, não verbal
gestual e não verbal presencial.
• incluem não só os fenómenos psíquicos conhecidos,
como também os chamados fenómenos "anómalos"
ou parapsicológicos e ainda os fenómenos placebo"
(p. 109).
• (Simões 1997)
ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
• De modo bastante conciso, pode-se definir um
estado de consciência (EC), como um padrão
generalizado de funcionamento psicológico
(Tart, 1991). A atenção parece desempenhar
importante papel no direccionamento do estado
de consciência, admitindo ou negando
experiências específicas que entram na
consciência (Davidoff, 1983).
Simões, Mario, (Lisboa)
• EMCs têm um conjunto de pontos comuns
(conteúdos), independentemente de como
são induzidos e da sua intensidade, é o
que chama de dimensões principais:
• A) Auto-limitação Oceânica,
• B) Auto-dissolução Angustiante,
• C) Reestruturação Visionária,
Simões, 1997
• Segundo Charles Tart, autor de
vários livros sobre consciência,
psicologia transpessoal, mente,
meditação e percepção
extrasensorial, o EAC representa
uma alteração qualitativa no
padrão geral de funcionamento
mental, na qual a pessoa que a
experimenta sente que sua
consciência funciona de maneira
radicalmente distinta do seu
modo comum de operação.
EMC - indução
• A) através de drogas como a mescalina
(utilizada por Aldous Huxley), o LSD
(empregada por Stanislav Grof no início de
sua carreira médica), a psilocibina, o DMT
(dimetriltriptamina), e a substância ativa da
marijuana e haxixe (9-THC);
• B) Redução de estímulos do meio, tais
como, privação sensorial, estados hipnóticos,
treinamento autógeno (auto-hipnótico),
técnicas de meditação.
EMC - conteúdos
• A) Auto-limitação Oceânica,
caracterizado por uma dissolução de
lógica, espaço, esquema corporal e
limites, e que culmina numa vivência de
fusão (unidade) com o universo,
acompanhada de felicidade e paz.
Simões, 1997
• B) Auto-dissolução Angustiante,
espécie de má viagem sob o efeito de
alucinógenos, na qual a pessoa se ente
torturada, separada, dividida, paralisada e
perdida.
EMC - conteúdos
Simões, 1997
• C) Reestruturação Visionária, inclui
pseudo-alucinações visuais, ilusões,
sinestesias e alterações do significado do
ambiente.
EMC - conteúdos
Simões, 1997
Flow
• Alguns esportistas como pilotos,
corredores, dançarinos, músicos,
passaram por esses estados, vejamos
esses exemplos:
Airton Sena
• no Grande Prêmio do Japão, no qual
atingiu performance extraordinária,
declarou que em determinando momento
ao dirigir em alta velocidade (onde
qualquer erro pode ser fatal) teve a
sensação de estar em estado maior de
consciência, ao qual comparou como a
experiência de estar com Deus.
tecladista grego Yanni
• Construiu carreira nos Estados Unidos, após
voltar à sua terra natal, em apresentação no
Teatro Herodes Atticus, aos pés da Acrópole,
em Atenas, declarou que foi uma situação de
extremo prazer, enquanto se deliciava ao
expressar toda a sua habilidade, ao mesmo
tempo tinha de estar alerta, e não esquecer
que estava em performance no palco,
perante uma platéia lotada e entusiasmada.
Níveis de Organização da
Consciência
Os níveis da Consciência estão ligados á atividade
neurofisiológica e são:
- vigília: grau máximo de atividade da consciência.
- sonolência: é o segundo nível.
- obnubilação: que antecede ao coma.
- coma: abolição total da atividade da consciência.
- o sono também é uma abolição da atividade
consciente, porem uma abolição seletiva
constituindo um estado especial de consciência.
Anormalidades da Consciência
Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
As anormalidades da consciência podem ser
divididas em quatro grupos:
• Estreitamento - sonolencia
• Entorpecimento
• Obnubilação
•Hipervigilancia
Estreitamento: Consiste na redução quantitativa e
qualitativa da consciência; há um conteúdo menor e
uma seleção sistemática dos temas.
Ocorre em manifestações histéricas e em estados
crepusculares epilépticos.
Anormalidades da Consciência
Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
- Entorpecimento: caracterizado pela diminuição
ou perda da lucidez e da vigília. Os estímulos
externos só são apreendidos com esforço da
atenção, a qual dificilmente se forma e se mantém
O coma é o estado de maior gravidade do
entorpecimento. Ocorre em traumas cranianos,
encefalopatias e febres
Anormalidades da Consciência
Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
- Obnubilação: além do rebaixamento do nível
de consciência que ocorre no entorpecimento, há
a presença de um conteúdo anormal.
Ocorre nos casos de delirium acompanhado de
distúrbios senso perceptivos e do pensamento, nas
suas diferentes modalidades.
Anormalidades da Consciência
Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
hipervigilancia: Alguns casos de intoxicação
por drogas alucinógenas de exaltação do humor e
de esquizofrenia, relacionam-se com sensação de
maior clareza de consciência.
Há um aumento da capacidade de sentir o
ambiente e a si próprio. O individuo torna-se
mais vivo e mais alerta.
Anormalidades da Consciência
Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
características gerais dos estados modificados de
consciência
• Para Dittrich (1997), as, podem resumir-se nos
seguintes pontos:
• 1. Representarem um desvio do habitual estado de
consciência do indivíduo saudável, quanto ao seu
funcionamento psicológico ou percepção subjectiva, não
apenas ao nível da coordenação motora, mas
igualmente quanto à consciência de si mesmo e no
relacionamento com o mundo, como que constituindo
uma realidade separada no tempo e no espaço;
• 2. Durarem apenas uma ou poucas horas ao contrário
das perturbações psiquiátricas;
características gerais dos estados modificados de
consciência
• 3. Poderem ser auto-induzidos ou, pelo menos,
de indução voluntariamente aceite;
• 4. Ocorrerem "normalmente", não sendo o
resultado de doença ou de circunstâncias
sociais adversas;
• 5. Serem considerados "irracionais", "anormais",
"exóticos" ou até "patológicos" pelas normas
sociais dominantes na sociedade ocidental.
De acordo com Simões, Polónio, Von Arx, Staub, e Dittrich
(1986), os agentes de indução mais importantes de
estados modificados de consciência, são:
• 1. Alucinogénios de primeira ordem: mescalina; LSD
(dietilamida do ácido lisérgico, ou apenas, «ácido»);
psilocibina; N,N-dimitiltriptamina (DMT); e o 9-THC, a
substância activa do haxixe e da marijuana;
• 2. Alucinogénios de segunda ordem: escopolamina; gás
hilariante (óxido nitroso); muscimol, a substância activa
do amanita muscaria (espécie de cogumelo venenoso).
O seu efeito é caracterizado, frequentemente, por
obnubilação da consciência e, mais raramente, por
alucinações cénicas;
• 3. Redução dos estímulos do meio externo ou contactos
ambientais, em sentido lato, o que inclui: a privação
sensorial; estados hipnagógicos; hipnose; técnicas auto-
-hipnóticas como o Treino Autogéneo de Schultz; e
técnicas de meditação;
• 4. Aumento dos estímulos do meio ou contactos
ambientais (inundação ou sobrecarga de estímulos
sensoriais). Há basicamente dois tipos diferentes: (1)
uma estimulação intensa monótona e rítmica de vários
órgãos sensoriais; e (2) "bombardeamento" sensorial
com estímulos muito variáveis.
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
• Para Bentov (1990), consciência é a capacidade de resposta a estímulos,
por parte de um sistema (que também pode ser um sistema nervoso, por
mais rudimentar que seja). Assim, a quantidade de consciência é dada
em termos do número de respostas que um sistema pode dar, como
reacção a um estímulo. Quanto à qualidade da consciência ou nível de
consciência, é o grau de refinamento ou inteligência de tais respostas,
bem como o seu espectro, expresso em termos de resposta de frequência
(ou resposta sinusoidal). Na prática, podemos considerar o nível de
consciência de uma pessoa por meio da razão entre o seu tempo
subjectivo e o seu tempo objectivo. A gama dessas razões é muito ampla.
Começa com pequenas diferenças, que normalmente seriam interpretadas
como uma simples "divagação da atenção", passando pelo sonhar, que é,
um estado modificado de consciência, passando pela dilatação temporal
induzida por hipnose, e chegando, finalmente, a um estado de meditação
profunda, durante o qual o tempo é "parado" ou "quase parado". Podemos
expressar isso numa forma matemática simples: índice de nível de
consciência = tempo subjectivo / tempo objectivo.
• Deste ponto de vista, consciência e mente
podem distinguir-se: a consciência é a
parte da mente que respeita ao si e ao
conhecimento. A mente pode existir sem
consciência, como já descobrimos através
dos doentes que possuem uma, mas não
a outra. A consciência é um ingrediente
indispensável da mente humana, mas não
constitui a globalidade da mente humana
(Damásio, 2000).

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  • 1. consciência (psicológica): • "é a totalidade experiencial, imediata e actuante da vida psíquica momentânea, dentro do fluir contínuo desta. • Manifesta-se pelas capacidades de captar, ordenar, integrar e responder a informação proveniente do mundo interior, exterior e de outros indivíduos, envolvendo ou não estimulação de órgãos sensoriais, capacidade de influenciar agentes físicos ou organismos vivos por meios não mecânicos, bem como de elaborar a comunicação verbal, não verbal gestual e não verbal presencial. • incluem não só os fenómenos psíquicos conhecidos, como também os chamados fenómenos "anómalos" ou parapsicológicos e ainda os fenómenos placebo" (p. 109). • (Simões 1997)
  • 2. ESTADOS DE CONSCIÊNCIA • De modo bastante conciso, pode-se definir um estado de consciência (EC), como um padrão generalizado de funcionamento psicológico (Tart, 1991). A atenção parece desempenhar importante papel no direccionamento do estado de consciência, admitindo ou negando experiências específicas que entram na consciência (Davidoff, 1983).
  • 3. Simões, Mario, (Lisboa) • EMCs têm um conjunto de pontos comuns (conteúdos), independentemente de como são induzidos e da sua intensidade, é o que chama de dimensões principais: • A) Auto-limitação Oceânica, • B) Auto-dissolução Angustiante, • C) Reestruturação Visionária, Simões, 1997
  • 4. • Segundo Charles Tart, autor de vários livros sobre consciência, psicologia transpessoal, mente, meditação e percepção extrasensorial, o EAC representa uma alteração qualitativa no padrão geral de funcionamento mental, na qual a pessoa que a experimenta sente que sua consciência funciona de maneira radicalmente distinta do seu modo comum de operação.
  • 5. EMC - indução • A) através de drogas como a mescalina (utilizada por Aldous Huxley), o LSD (empregada por Stanislav Grof no início de sua carreira médica), a psilocibina, o DMT (dimetriltriptamina), e a substância ativa da marijuana e haxixe (9-THC); • B) Redução de estímulos do meio, tais como, privação sensorial, estados hipnóticos, treinamento autógeno (auto-hipnótico), técnicas de meditação.
  • 6. EMC - conteúdos • A) Auto-limitação Oceânica, caracterizado por uma dissolução de lógica, espaço, esquema corporal e limites, e que culmina numa vivência de fusão (unidade) com o universo, acompanhada de felicidade e paz. Simões, 1997
  • 7. • B) Auto-dissolução Angustiante, espécie de má viagem sob o efeito de alucinógenos, na qual a pessoa se ente torturada, separada, dividida, paralisada e perdida. EMC - conteúdos Simões, 1997
  • 8. • C) Reestruturação Visionária, inclui pseudo-alucinações visuais, ilusões, sinestesias e alterações do significado do ambiente. EMC - conteúdos Simões, 1997
  • 9. Flow • Alguns esportistas como pilotos, corredores, dançarinos, músicos, passaram por esses estados, vejamos esses exemplos:
  • 10. Airton Sena • no Grande Prêmio do Japão, no qual atingiu performance extraordinária, declarou que em determinando momento ao dirigir em alta velocidade (onde qualquer erro pode ser fatal) teve a sensação de estar em estado maior de consciência, ao qual comparou como a experiência de estar com Deus.
  • 11. tecladista grego Yanni • Construiu carreira nos Estados Unidos, após voltar à sua terra natal, em apresentação no Teatro Herodes Atticus, aos pés da Acrópole, em Atenas, declarou que foi uma situação de extremo prazer, enquanto se deliciava ao expressar toda a sua habilidade, ao mesmo tempo tinha de estar alerta, e não esquecer que estava em performance no palco, perante uma platéia lotada e entusiasmada.
  • 12. Níveis de Organização da Consciência Os níveis da Consciência estão ligados á atividade neurofisiológica e são: - vigília: grau máximo de atividade da consciência. - sonolência: é o segundo nível. - obnubilação: que antecede ao coma. - coma: abolição total da atividade da consciência. - o sono também é uma abolição da atividade consciente, porem uma abolição seletiva constituindo um estado especial de consciência.
  • 13. Anormalidades da Consciência Psiquiatria – Enfermagem (Medicina) As anormalidades da consciência podem ser divididas em quatro grupos: • Estreitamento - sonolencia • Entorpecimento • Obnubilação •Hipervigilancia
  • 14. Estreitamento: Consiste na redução quantitativa e qualitativa da consciência; há um conteúdo menor e uma seleção sistemática dos temas. Ocorre em manifestações histéricas e em estados crepusculares epilépticos. Anormalidades da Consciência Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
  • 15. - Entorpecimento: caracterizado pela diminuição ou perda da lucidez e da vigília. Os estímulos externos só são apreendidos com esforço da atenção, a qual dificilmente se forma e se mantém O coma é o estado de maior gravidade do entorpecimento. Ocorre em traumas cranianos, encefalopatias e febres Anormalidades da Consciência Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
  • 16. - Obnubilação: além do rebaixamento do nível de consciência que ocorre no entorpecimento, há a presença de um conteúdo anormal. Ocorre nos casos de delirium acompanhado de distúrbios senso perceptivos e do pensamento, nas suas diferentes modalidades. Anormalidades da Consciência Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
  • 17. hipervigilancia: Alguns casos de intoxicação por drogas alucinógenas de exaltação do humor e de esquizofrenia, relacionam-se com sensação de maior clareza de consciência. Há um aumento da capacidade de sentir o ambiente e a si próprio. O individuo torna-se mais vivo e mais alerta. Anormalidades da Consciência Psiquiatria – Enfermagem (Medicina)
  • 18. características gerais dos estados modificados de consciência • Para Dittrich (1997), as, podem resumir-se nos seguintes pontos: • 1. Representarem um desvio do habitual estado de consciência do indivíduo saudável, quanto ao seu funcionamento psicológico ou percepção subjectiva, não apenas ao nível da coordenação motora, mas igualmente quanto à consciência de si mesmo e no relacionamento com o mundo, como que constituindo uma realidade separada no tempo e no espaço; • 2. Durarem apenas uma ou poucas horas ao contrário das perturbações psiquiátricas;
  • 19. características gerais dos estados modificados de consciência • 3. Poderem ser auto-induzidos ou, pelo menos, de indução voluntariamente aceite; • 4. Ocorrerem "normalmente", não sendo o resultado de doença ou de circunstâncias sociais adversas; • 5. Serem considerados "irracionais", "anormais", "exóticos" ou até "patológicos" pelas normas sociais dominantes na sociedade ocidental.
  • 20. De acordo com Simões, Polónio, Von Arx, Staub, e Dittrich (1986), os agentes de indução mais importantes de estados modificados de consciência, são: • 1. Alucinogénios de primeira ordem: mescalina; LSD (dietilamida do ácido lisérgico, ou apenas, «ácido»); psilocibina; N,N-dimitiltriptamina (DMT); e o 9-THC, a substância activa do haxixe e da marijuana; • 2. Alucinogénios de segunda ordem: escopolamina; gás hilariante (óxido nitroso); muscimol, a substância activa do amanita muscaria (espécie de cogumelo venenoso). O seu efeito é caracterizado, frequentemente, por obnubilação da consciência e, mais raramente, por alucinações cénicas;
  • 21. • 3. Redução dos estímulos do meio externo ou contactos ambientais, em sentido lato, o que inclui: a privação sensorial; estados hipnagógicos; hipnose; técnicas auto- -hipnóticas como o Treino Autogéneo de Schultz; e técnicas de meditação; • 4. Aumento dos estímulos do meio ou contactos ambientais (inundação ou sobrecarga de estímulos sensoriais). Há basicamente dois tipos diferentes: (1) uma estimulação intensa monótona e rítmica de vários órgãos sensoriais; e (2) "bombardeamento" sensorial com estímulos muito variáveis.
  • 22.
  • 23. NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA • Para Bentov (1990), consciência é a capacidade de resposta a estímulos, por parte de um sistema (que também pode ser um sistema nervoso, por mais rudimentar que seja). Assim, a quantidade de consciência é dada em termos do número de respostas que um sistema pode dar, como reacção a um estímulo. Quanto à qualidade da consciência ou nível de consciência, é o grau de refinamento ou inteligência de tais respostas, bem como o seu espectro, expresso em termos de resposta de frequência (ou resposta sinusoidal). Na prática, podemos considerar o nível de consciência de uma pessoa por meio da razão entre o seu tempo subjectivo e o seu tempo objectivo. A gama dessas razões é muito ampla. Começa com pequenas diferenças, que normalmente seriam interpretadas como uma simples "divagação da atenção", passando pelo sonhar, que é, um estado modificado de consciência, passando pela dilatação temporal induzida por hipnose, e chegando, finalmente, a um estado de meditação profunda, durante o qual o tempo é "parado" ou "quase parado". Podemos expressar isso numa forma matemática simples: índice de nível de consciência = tempo subjectivo / tempo objectivo.
  • 24. • Deste ponto de vista, consciência e mente podem distinguir-se: a consciência é a parte da mente que respeita ao si e ao conhecimento. A mente pode existir sem consciência, como já descobrimos através dos doentes que possuem uma, mas não a outra. A consciência é um ingrediente indispensável da mente humana, mas não constitui a globalidade da mente humana (Damásio, 2000).