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      Desvendando os
 livros feitos de pixels



      Márcio Duarte
Biblioteca da Universidade de Princeton
márcio duarte




eBook ¶
Desvendando os livros feitos de pixels




m10 design // brasília-df, março de 2010
Sumário ¶


                                                     1	 Introdução	                           3


                                                     2	 ePublishing	»	virando	a	página	       5
                                                        Mais um capítulo                      6
                                                        O fim do livro?                       7
                                                        O que é um eBook                      8
                                                        Formatos                             10


                                                     3	 ePub	»	visão	geral	da	criação	       13
                                                        Avaliação editorial                  15
                                                        Preparando o conteúdo                17
                                                        Fluxo único para o documento         18
                                                        Aplicação e conferência de estilos   20
                                                        Criando o sumário                    21
                                                        Metadados                            22
                                                        Exportação                           23
                                                        Descompactação do ePub               24
e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a




                                                        Edição do código                     25
                                                        Adicionando áudio e vídeo            26
                                                        Recompactação                        27
                                                        Teste e validação                    28


                                                     4	 Referências	sobre	eBook	             30
                                                     5	 Lista	de	figuras	                    31
                                                     6	 Índice	                              32
                  2
Introdução ¶


      books não são uma novidade. Desde a década de 70 esta
E     palavra já era utilizada no contexto que é utilizado hoje.
Nascido com o Projeto Gutemberg, iniciativa que há anos digi-
taliza e disponibiliza livros de domínio público na internet, o
termo vem ganhando cada vez mais atenção, já que algumas das
principais barreiras para a popularização dos livros eletrônicos
vêm caindo, como a dificuldade de leitura em tela e a viabili-
dade comercial do formato para a setor editorial. Além disso,
os eReaders e as tablets, dispositivos que permitem a leitura de
eBooks, estão cada vez mais baratos, e devem se tornar produtos
de consumo massificado em breve.
   Mas a idéia central deste trabalho não é contar todos os deta-
lhes da evolução dos livros eletrônicos. Apesar de oferecer uma
visão geral do assunto, sua função principal é exemplificar as
possibilidades técnicas dos eBooks aos profissionais que traba-
lham com a produção de livros, na transição do papel para o có-
digo. O design desta publicação considera exemplos de diversos
recursos de layout que atestam a flexibilidade do livro eletrônico
para outras aplicações que não apenas texto plano. Assim, pode
ser usado para entender o relacionamento entre os métodos
de trabalho tradicional e digital, inspirando a criação de bons
eBooks. Boa e-leitura!
                                                                     introdução




   m.d.



                                                                        3
Bodleian Image Library, Universidade de Oxford.




                                                  eBooks: entre o velho e o novo	»	Mais	uma	vez,	presenciamos	mudanças	que	prometem	alterar	
                                                  as	tradicionais	noções	de	editoração.	Ao	olhar	para	trás,	vemos	que	mudanças	como	essa	são	uma	
                                                  constante	no	território	da	publicação	de	livros	e	periódicos	–	mas	nunca	ocorreram	com	tanta	rapidez.
ePublishing ¶ virando a página


        Nestes tempos de mídias sociais, blogs e acesso móvel,
        consolidam-se novas formas de conceber e consumir os
        produtos de mídia mais tradicionais – livros, revistas e
        jornais – que sinalizam um novo ciclo de importantes
        mudanças no mercado editorial, comparáveis até mesmo
        ao surgimento da editoração eletrônica. É óbvio que ainda
        há muita discussão sobre o alcance destas mudandas, mas
        há um consenso: o mercado editorial não é mais o mesmo.

               ssim que a combinação de computador pessoal, progra-
        A      ma de editoração eletrônica e impressora tornou-se
        relativamente acessível, em meados da década de 1980, ficou
        claro para todos os profissionais do mercado editorial que as
        mídias tradicionais passariam por uma revolução. Surgia uma
        plataforma de publicação que concentrava em um pequeno
                                espaço, a um valor comparativamente bai-
                                xo, várias etapas do oneroso e complexo
                                                                              e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a
                                processo de editoração. Em pouco tempo,
                                termos como Postscript, fonte e disquete
                                se tornaram populares e o paste-up, técnica
                                manual de colagem extremamente traba-
         Adobe Postscript	»     lhosa para os padrões atuais e largamente
   A	linguagem	de	descrição	
                           	
                                utilizada até então, foi aos poucos caindo
     de	páginas	da	Adobe	foi	
                            	
fundamental	para	a	revolução	
                                em desuso. A facilidade e o baixo custo na
      do	desktop publishing.	   editoração eletrônica de impressos colori-
                                                                                               5
Novas formas de leitura »	Aparelhos	como	a	tablet da	Apple	estão	mudando	a	
                                                     forma	de	consumir	conteúdo,	mas	também	a	forma	de	se	produzí-lo.


                                                     dos e com alta qualidade gráfica transformou definitivamente o
                                                     perfil da indústria editorial – popularizando ainda mais a pro-
                                                     dução de livros, revistas e jornais – e criou um novo perfil de
                                                     profissional da área, que passou da artesania à tecnologia digi-
                                                     tal em uma velocidade espantosa. Um acontecimento que deu
                                                     início a uma nova era na história da comunicação impressa.


                                                     Mais um capítulo » Hoje, após quase trinta anos do
                                                     surgimento do desktop publishing, estamos
                                                     novamente no limiar de uma revolução no
e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a




                                                     mercado editorial: a das publicações total-
                                                     mente digitais. A popularização de dis-
                                                     positivos móveis como tablets, eReaders
                                                     e smartphones, aliada ao crescimento do
                                                     acesso à internet e ao amadurecimento das
                                                     tecnologias web, criaram as condições para
                                                                                                            Marca do HTML5	»	
                                                     a alteração do paradigma do consumo de                 Amadurecimento	das	
                                                     mídia, cada vez mais online, interativo,               tecnologias	web.
                  6
fragmentado e acessível – e cada vez
      Saiba mais                        menos dependente do impresso. Neste
                                        cenário, termos tradicionais e tão co-
GREP	é	a	sigla	de	Generalized           muns do setor como lombada, autor e
Regular Expression Parser.	É	um	
                                        editora, adquirem um novo sigificado
aplicativo	que	utiliza	expressões	
regulares	(regular expressions)	        ou ameaçam até mesmo tornarem-se
em	diversas	manipulações	de	            irrelevantes. Entram em cena novas pa-
texto	ou	código.	O	Indesign	            lavras como spine, autoria colaborativa
é	um	dos	programas	que	
                                        e self-publishing. Surge também uma
utilizam	o	GREP	embutido	
em	sua	ferramenta	de	busca	             nova “sopa de letrinhas tecnológica”,
e	substituição,	para	executar	          fundamental para a produção de pu-
diversas	operações	no	texto,	
                                        blicações eletrônicas, incluindo termos
como,	por	exemplo,	aplicar	estilos	
automaticamente	e	padronizar	
                                        antes pertencentes ao mundo da pro-
expressões	numéricas	ou	textuais.	      gramação e do webdesign como grep,
	                                       xml, xhtml, css, Javascript, Objective-C,
XML	significa	eXtensible Markup
                                        mostrando que o perfil dos profissio-
Language,	ou	linguagem	de	
marcação	extensível,	e	é	utilizada	     nals da área deve mudar. De novo.
para	criar	regras	de	estruturação	
e	descrição	de	conteúdo.	Ao	
                                        O fim do livro? » Muito se discute
contrário	do	HTML,	permite	
estabelecer	sua	própria	estrutura	de	
                                        sobre o fim dos livros, revistas e jornais
tags e	é	uma	tecnologia	promissora	     impressos. É provável que o caráter
nestes	tempos	de	aproveitamento	        dinâmico dos periódicos torne obsoleta
de	conteúdo	para	diversas	mídias.                                                    e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a
                                        a publicação e a distribuição em papel,
CSS	é	a	sigla	de	Cascading              já que é muito mais simples e barato
Style Sheets,	ou	folhas	de	estilo	      atualizar e veicular informações por
em	cascata.	É	responsável	              meios digitais. Os livros eletrônicos, no
pela	formatação	da	informação	
                                        entanto, não eliminam necessariamente
oferecida	pelo	HTML.	É	uma	das	
principais	ferramentas	do	design	       os livros em papel, cuja presença física
para	web.                               e o caráter perene são muito mais sig-
                                        nificativos. Assim como aconteceu com
                                                                                                       7
os discos de vinil, as qualidades únicas do livro enquanto su-
                                                     porte não são sobrepostas pelos equivalentes digitais.



                                                     O que é um eBook? » A palavra eBook – que às vezes é grafada
                                                     como e-book ou eBook, sem prejuízo para o significado – é um
                                                     termo genérico, aplicado a diversos formatos de arquivo que
                                                     possibilitam a leitura digital do conteúdo. O dicionário Oxford,
                                                     o define como “a versão eletrônica de um livro impresso”, ainda
                                                     que a contrapartida impressa nem sempre exista, pois o eBook é
                                                     cada vez mais autônomo enquanto suporte para conteúdo, consi-
                                                     derando também vídeo, áudio e interatividade. Há também quem
                                                     inclua nesta definição uma outra característica do livro tradi-
                                                     cional: a de que o conteúdo possua um caráter contido, ou seja,
                                                     começo, meio e fim, como um romance ou um tratado cienfífico.
                                                     Isso diferenciaria o conteúdo de um eBook daquele produzido
                                                     para um blog, mas este é um conceito que não se aplica para todos
                                                     os casos, já que as formas tradicionais de narrativa estão também
                                                     em transformação por influência da natureza colaborativa da web.
                                                         Outra característica que vem se solidificando é o caráter
                                                     flúido do conteúdo, ou seja, nos eBooks texto e imagens se ajus-
                                                                             tam ao formato do dispositivo, indepen-
e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a




                                                                             dente do tamanho ou da tecnologia de
                                                                             tela, seja de forma plajenada ou auto-
                                                                             mática. Outros denominam eBooks os
                                                                             aparelhos que permitem a leitura destes
                                                                             formatos, como o Kindle, o que é um
                                                                             engano, já que a principal característi-
                                                     Conteúdo flúido	»	
                                                     Leitura	em	qualquer	    ca do livro eletrônico é o caráter digi-
                                                     dispositivo.            tal e, consequentemente, imaterial do
                  8
conteúdo. Os aparelhos que permitem
                            a leitura são, na verdade, eReaders ou
                            eBook Readers. Não há duvida de que
                            todas estas definições revelam muito
                            pouco das várias facetas do fenômeno
                            e são insuficientes para descrevê-lo.
                            Afinal, o livro impresso levou algumas
                            centenas de anos para se transformar
                            no que é hoje.
Amazon Kindle	»	Este	é	        No futuro, espera-se que o livro ele-
um	eReader:	dispositivo	
                            trônico seja um suporte digital, aberto,
que	permite	a	leitura	de	
eBooks.	Não	é	um	eBook.     acessível, universal e interativo para o
                            pensamento humano e que possibilite
ainda mais a difusão do conhecimento, resolvendo vários pro-
blemas inerentes ao livro impresso como, por exemplo, a distri-
buição, o custo e a portabilidade. Mas este é um cenário ainda
distante, pelo menos aqui no Brasil, por vários motivos:
 1	 A realidade é que os preços dos eBooks ainda são tão proi-
      bitivos quanto os preços das versões impressas;
 2	 A base de eReaders, ou dispositivos leitores, é muito pe-
      quena, principalmente nos países em desenvolvimento
      como o Brasil;
                                                                       e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a
 3	 Os padrões da indústria ainda são imaturos e implementa-
      dos das mais diversas formas, muitas incompatíveis entre si;
 4	 Há disputas ferrenhas entre os grandes players do mercado
      de tecnologia para criar padrões proprietários e soluções
      fechadas de distribuição;
 5	 Por fim, há também a discussão sobre a própria manuten-
      ção do hábito da leitura nas gerações futuras, diante gran-
      de variedade de opções de entretenimento disponíveis.
                                                                                        9
Formatos » Atualmente, os principais formatos de eBook são o
                                                     ePub, arquivo baseado em padrões abertos como o html, xml e
                                                     css, originalmente chamado de Open Ebook; o pdf, ou Portable 
                                                     Document Format, criado pela Adobe e ainda amplamente utiliza-
                                                     do como sinônimo de eBook, e o Mobi/azw, formatos utilizados
                                                     somente no ecossistema criado pela Amazon para o seu aparelho
                                                     dedicado, o Kindle. Há muita discussão se o formato ePub se
                                                     consolidará como formato de eBook “padrão”. Só o tempo dirá.
                                                     Formatos como f b 2 e chm também são considerados formatos de
                                                     eBook, embora apresentem características próprias (veja a Tabela).


                                                            O padrão de livro eletrônico?	»	o	ePub	(também	EPUB	ou	
                                                            ePUB),	abreviação	de	Eletronic Publication	ou	Publicação	
                                                            Eletrônica,	é	um	formato	livre	e	aberto	de	arquivo	digital,	
                                                            próprio	para	eBooks,	que	foi	criado	pelo	International
                                                            Digital Publishing Forum	–	IDPF.	Basicamente,	é	uma	serie	
                                                            de	arquivos	de	texto	em	XHTML	e	XML,	compactados	no	
                                                            formato	zip.	O	ePub	é	projetado	para	conteúdo	flúido,	o	
                                                            que	significa	que	várias	caracterísitcas	do	texto	podem	
                                                            ser	otimizadas	de	acordo	com	o	dispositivo	usado	para	a	
                                                            leitura.	O	padrão	foi	criado	para	funcionar	como	um	único	
                                                            formato	oficial	para	distribuição	e	venda	de	livros	digitais,	
e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a




                                                            e	está	sendo	amplamente	adotado	pela	indústria	editorial,	
                                                            apesar	da	implementação	irregular	da	especificação	nos	
                                                            dispositivos	e	das	discussões	inflamadas	em	torno	da	
                                                            ineficácia	da	segurança	do	conteúdo	digital	(DRM)	suportada	
                                                            pelo	formato.	Atualmente	na	versão	2.1,	uma	nova	versão	da	
                                                            especificação,	chamada	de	EPUB3,	está	sendo	desenvolvida	
                                                            pelo	IDPF,	e	deve	estar	pronta	no	segundo	trimestre	de	2011.


      10
Tabela » Comparação de recursos dos principais formatos de eBook
                                                                                           Recursos




                                                                                                                    Conteúdo	flúido
                                                 Padrão	aberto




                                                                                                   Interatividade




                                                                                                                                                  Marcadores
                                                                                                                                      Anotações
                                 Extensão




                                                                       Imagens

                                                                                 Tabelas

                                                                                           Áudio
                                                                 DRM
 Formato

 ArghosReader                    .aeh                                             	–                                                   	–

 Broadband	eBook                 .lrf	|	.lrx                                      	–                                                   	–          	–

 DjVu                            .djvu                           	–

 ePub                            .epub

 eReader                         .pdb                                             	–

 FictionBook                     .fb2                                             	–                                                               	–

 HTML                            .html

                                                                                       1       2
 Kindle                          .azw                                                          	

 Microsoft	Reader                .lit                                             	–                                                   	–

 Mobipocket                      .prc	|	.mobi

 Multimedia	EBook                .exe                                             	–

 Portable	Document	Format .pdf

 PostScript                      .ps                                              	–                                                   	–          	–
                                                                                                                                                               e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a
 Repligo                         .rgo                            	–

 TealDoc                         .pdb                                             	–                                                   	–

 Texto	plano                     .txt

 Tome	Raider                     .tr2	| .tr3                                      	–                                                   	–          	–

 WOLF                            .wol                                             	–                                                   	–          	–

Fonte:	Wikipedia.	Em	amarelo,	os	principais	formatos.	Notas:	1.	Exceto	primeira	geração	do	Kindle	(nível	
de	suporte	assim	como	no	Mobipocket).	2.	Suporte	apenas	no	Kindle	para	iPhone,	iPod	e	iPad.
                                                                                                                                                                         11
Biblioteca da Universidade de Princeton




Um livro de códigos	»	Decifrar	o	sentido	do	XHTML,	do	CSS	e	do	Javascript	são	apenas	alguns	dos	
desafios	que	os	designers	e	diagramadores	de	livros	precisam	enfrentar	na	produção	de	eBooks.
ePub ¶ visão geral da criação


É possível criar um ePub somente com a ajuda de
um software editor de texto e de um utilitário de
compactação, mas a verdade é que o fluxo de trabalho
de grande parte dos profissionais editoriais inclui o
Indesign, que felizmente possui suporte ao formato,
ainda que primitivo. Neste tutorial, será apresentado a
visão geral da criação de um eBook no formato ePub
utilizando a ferramenta da Adobe.

        programa Adobe Indesign é um dos mais avançados
O       softwares de editoração eletrônica no mercado. Com seus
poderosos recursos tipográficos e de automação, é a ferramenta
de trabalho de grande parte dos profissionais da área editorial.
É extremamente eficaz para a criação de materiais destinados
à impressão gráfica profissional. Infelizmente, seu suporte ao
formato ePub ainda é muito básico. Sendo um programa intei-
ramente baseado no modelo de página impressa, não é surpresa
                                                                   epub: visão geral da criação
                      que houvessem dificuldades na transição
                      para documentos cuja base são o xhtml e
                      o css. Estas duas linguagens vêm de um
                      mundo muito diferente, onde conceitos
                      como código semântico e separação entre
                      estrutura e formatação são fundamentais.
Adobe Indesign	»
Suporte	(ainda)
                      Apesar das deficiências do programa, é
incompleto	ao	ePub    possível utilizá-lo para boa parte do de-
                                                                      13
Indesign CS4 x Indesign CS5	»	Há	algumas	melhorias	na	
                               versão	CS5	do	Indesign	em	relação	à	exportação	para	o	
                               formato	ePub.	Infelizmente,	um	novo	e	incômodo	problema	
                               também	foi	introduzido:	links	entre	as	publicações	ligadas	
                               pelo	recurso	de	livro	do	Indesign	não	funcionam.	Para	a	lista	
                               oficial	das	mudanças,	veja	o	whitepaper	da	Adobe.
epub: visão geral da criação




                               Melhorias, mas novos problemas	»	Janelas	de	exportação	para	
                               ePub	das	versões	CS5	e	CS4,	respectivamente.

   14
senvolvimento de ePubs, mantendo o fluxo de trabalho de cos-
tume – ainda que com vários desafios. Espera-se, no entanto,
que as próximas versões sejam capazes de reduzir as etapas
necessárias à criação de eBooks nesse formato.
   O objetivo deste tutorial é apresentar uma visão geral dos
passos a serem seguidos para transformar o conteúdo de um
livro, originalmente construído em Indesign, em um ePub, de
forma o mais objetiva possível, sem abordar os pormenores de
cada fase, para facilitar o entendimento das variáveis envolvi-
das no processo. O passo-a-passo considera que o leitor possua
alguma experiência anterior com o Indesign.


 1	 Avaliação editorial » Como aproveitar os diversos recur-
    sos disponíveis e a tecnologia de um ePub para apresentar
    a informação de maneira mais eficiente? O formato é mes-
    mo o mais adequado para a publicação? É possível alterar
    o projeto gráfico sem prejudicar o entendimento do conteú-
    do? As possibilidades são muitas, mas os desafios técnicos
    e editoriais também. Antes de iniciar a produção do livro
    no padrão ePub, é fundamental planejar como o conteúdo
    em questão pode ser melhor adaptado, levando em consi-
    deração as possibilidades e limitações do formato, princi-
                                                                    epub: visão geral da criação
    palmente em publicações com layout mais complexo. Há
    várias questões a serem consideradas, como a adequação
    ao estilo mais linear do ePub, a performance da leitura do
    arquivo nos eReaders, a adequação das imagens às tecnolo-
    gias de tela (lcd ou e-Ink), o tratamento dado às referências
    cruzadas e notas de rodapé, além das demais limitações
    do projeto gráfico neste novo contexto. Estes são apenas
    alguns exemplos de decisões que precisam ser tomadas
                                                                       15
com base nos dispositivos e plataformas de software para
                                    onde serão destinados, cada um com suas especificidades.
                                    Sendo o padrão para eBooks, o ePub deve possibilitar uma
                                    experiência de leitura o mais homogênea possível, apro-
                                    veitando os recursos mais avançados sem prejudicar a
                                    apresentação do conteúdo em outros dispositivos menos
                                    capazes. Essa prática de incrementar a experiência sem
                                    prejuízo da funcionalidade básica é conhecida no mundo
                                    do desenvolvimento web como progressive enhancement
                                    (aperfeiçoamento progressivo). A apresentação e o suporte
                                    da informação são diferentes nos eBooks, e merecem uma
                                    nova abordagem, ou ao menos uma revisão dela, nessa
                                    nova “casa”.
                                       É importante frisar outra diferença importante entre
                                    o design de livros impressos e o design de eBooks, que é
                                    familiar a quem trabalha com os padrões web: a separação
                                    entre apresentação e estrutura da informação. A criação
                                    de publicações para o meio impresso não impõe limites
                                    ao layout e considera que a apresentação gráfica está in-
                                    timamente ligada à estrutura da publicação. O mesmo
                                    não acontece com o ePub. Nele, a estrutura da informação
                                    deve ser separada da sua apresentação gráfica, pois é exa-
epub: visão geral da criação




                                    tamente essa característica que oferece flexibilidade e uni-
                                    versalidade ao formato e permite que o conteúdo possa ser
                                    apreciado em qualquer dispositivo ou programa, inclusive
                                    por pessoas com deficiência visual. Esta característica ain-
                                    da é muito útil no reaproveitamento ou na atualização do
                                    conteúdo, entre outras vantagens.


                               1	
   16
2	 Preparando o conteúdo » Com uma estratégia editorial
   definida, o próximo passo é certificar-se que os arquivos
   estejam adaptados para o formato ePub. É importante, por
   exemplo, que as cores na imagens, gráficos e demais ele-
   mentos do projeto gráfico não percam o significado quando
   convertidos para tons de cinza, já que boa parte dos eRea-
   ders é monocromática e utiliza a tecnologia e-Ink. A otimi-
   zação do contraste também deve ser levada em conta, já que
   nos dispositivos há variações neste aspecto. Resolução e
   modo de cor das imagens também devem ser compatíveis
   com as características suportadas pelos aparelhos, que ge-
   ralmente utilizam o modo de cor rgb e resolução de tela (72
   ppi). As imagens originais podem ser mantidas no arquivo
   do Indesign, mas o ideal é substituí-las pelas versões adapta-
   das para ePub, já que a conversão automática do programa
   não tão eficaz e não oferece a flexibilidade necessária para
   solucionar os problemas citados anteriormente. Neste que-
   sito, um programa de edição de imagens é mais eficiente.
      A capa é outro elemento que precisa de atenção. Apesar
   de manter sua importância no território dos eBooks, o espa-
   ço dedicado à sua apresentação é, de forma geral, extrema-
   mente reduzido, tanto nos programas de leitura quanto nas
                                                                    epub: visão geral da criação
   livrarias e bibliotecas online. Muitas vezes um layout adap-
   tado para o ePub é necessário para manter o entendimento.
   O Indesign não oferece suporte nativo ao recurso de capa
   do ePub, que precisa ser adicionado diretamente no códi-
   go, após a exportação para o formato.
      É necessário ainda cogitar o tratamento dado a fórmu-
   las matemáticas e outros caracteres de outros idiomas,

                                                                        17
como grego ou hebráico, caso a publicação os possua, já
                                  que alguns leitores não oferecem suporte a caracteres des-
                                  te tipo. A conversão para um formato de imagem suporta-
                                  do (.gif ou .png) geralmente é a solução mais compatível,
                                  embora longe da ideal, pois perde-se a capacidade de en-
                                  contrar este conteúdo com o recurso de busca. No futuro,
                                  espera-se um suporte melhor dos dispositivos a caracteres
                                  especiais e ao formato .svg (Scalable Vector Graphics), um
                                  padrão web que é capaz de manter informações vetoriais.
                                     Também é preciso verificar se nenhum elemento es-
                                  sencial está localizado nas páginas mestras. O Indesign
                                  ignora estes elementos na exportação para ePub.


                               3	 Fluxo único para o documento » Para a criação de um
                                  ePub, é necessário considerar o conteúdo sob o paradigma
                                  do fluxo linear. Texto, imagens, tabelas, gráficos e demais
                                  elementos precisam estar conectados em uma ordem se-
                                  quencial. Todos os itens que não seguirem esta regra serão
                                  posicionados ao fim do fluxo principal, fora da sua ordem
                                  na publicação original, quando exportados para o ePub.
                                  Há basicamente duas formas de se estabelecer este fluxo
                                  no arquivo:
epub: visão geral da criação




                                1. inserindo todos os elementos manualmente dentro de uma
                                  só matéria – ou story, na versão em inglês do programa –, o
                                  que pode implicar na alteração do projeto original ou na
                                  criação de uma versão do arquivo exclusiva para ePub
                                  para que esse efeito seja alcançado, embora a maioria dos
                                  casos possa ser resolvido com a ancoragem dos elemen-
                                  tos. O Indesign oferece opções para o correto posiciona-
                                  mento de objetos ancorados, ou anchored objects.
   18
Um único fluxo	»	opções	para	posicionamento	de	objetos	ancorados



2. Criando uma estrutura xml para o documento, com a ajuda
  da paleta "Tags". As tags são utilizadas, entre outras funções,
  para marcar os elementos da publicação na sua sequên-
  cia correta, que é então apresentada no painel “Estrutura”
  (ctrl+alt+1, no Windows, ou command+option+1, no Mac).




                                                                    epub: visão geral da criação




 Painel estrutura	»	aplicação	de	tags	XML	ao	conteúdo
                                                                       19
Dentro do fluxo, a separação em capítulos é criada ao
                                  dividir o conteúdo de cada capítulo em arquivos indepen-
                                  dentes do Indesign e agregá-los com o recurso de livro. Du-
                                  rante o processo de exportação, cada um dos arquivos será
                                  então convertido em seu próprio xhtml. Na versão cs5,
                                  há um recurso para transformar o conteúdo em capítulos,
                                  com arquivos xhtml independentes, com base no estilo de
                                  sumário criado, mas ele invalida links retroativos dentro
                                  da publicação. Essa divisão em capítulos não tem um papel
                                  apenas organizacional: há um limite de 300kb para o tama-
                                  nho de cada um dos arquivos xhtml no ePub.




                                  Paleta Livro	»	Cada	documento	é	convertido	em	um	arquivo	XHTML.
epub: visão geral da criação




                               4	 Aplicação e conferência de estilos » Além de garantir
                                  um fluxo único dos elementos, é fundamental que exista
                                  consistência na aplicação e na escolha de estilos de pará-
                                  grafo e caractere, pois eles facilitarão a edição do código
                                  mais à frente no processo. Durante a exportação para ePub,
                                  o Indesign aplica à cada parágrafo de texto uma tag “p”
                                  (paragrafo) com classe correpondente ao nome do estilo e
20
cria uma regra css com os atributos do texto1. No caso dos
   estilos de caractere, o programa aplica uma tag “span” no
   texto e também cria uma regra css correspondente. Caso
   o texto não possua um estilo aplicado, mas configurações
   manuais estejam presentes (overrides), o programa cria
   um nome genérico para a classe, tornando muito comple-
   xa a edição de código que precisa ser feita posteriormente.
   Mesmo os parágrafos que abrigam fotos, tabelas e gráficos
   precisam de um estilo apropriado. Os nomes dos estilos
   também são importantes. É preciso evitar caracteres espe-
   ciais nos nomes dos estilos, como acentos. Espaços também
   podem causar problemas, pois há um significado próprio
   para eles no css.
       O código gerado pelo Indesign durante a conversão
   para xhtml e css está longe do ideal – ignora a estrutura
   do conteúdo e insere diversos atributos que não são neces-
   sários –, mas ao menos há consistência nos tipos de erros,
   o que torna os ajustes mais simples se utilizamos os pode-
   rosos recursos de busca e substituição do grep na etapa de
   edição de código, com a ajuda dos editores de texto.


5	 Criando o sumário » O sumário de um ePub é criado com
                                                                              epub: visão geral da criação
   a ajuda do recurso de estilos de sumário do Indesign, mas o
   texto do sumário em si não deve – a princípio – fazer parte
   do texto do documento, já que os eReaders oferecem supor-
   te nativo à navegação dos tópicos. Durante a exportação,
   escolha a opção de incluir o estilo de sumário criado e o In-

 1	 Apenas	alguns	dos	recursos	de	formatação	de	texto	do	Indesign	são	
   aproveitados	no	arquivo	CSS	do	ePub.	Estilos	aninhados	(nested styles),	
   fios	acima	ou	abaixo	e	estilos	GREP,	por	exemplo,	não	são	exportados.
                                                                                 21
design criará o arquivo de navegação do ePub (.ncx) com as
                                  indicações dos diversos níveis dentro do sumário, para que
                                  os leitores possam apresentá-lo com seus recursos de nave-
                                  gação internos. Se ainda assim o sumário se fizer necessá-
                                  rio como parte integrante do texto, é necessário utilizar o
                                  recurso de referências cruzadas do programa para indicar
                                  a localização dos níveis, já que o texto de sumário gerado
                                  automaticamente pelo Indesign não funcionará como na-
                                  vegação dentro do ePub. O Indesign criará então links para
                                  os locais correspondentes.


                                       1	




                                  Sumário	»	O	conteúdo	do	arquivo	.ncx	é	retirado	do	estilo	criado	aqui.
epub: visão geral da criação




                               6	 Metadados » Metadados são parte fundamental do ePub.
                                  São informações acerca do conteúdo – como nome da edito-
                                  ra, autor, data de publicação e colaboradores – fundamen-
                                  tais para que sistemas de indexação e catalogação, como os
                                  mecanismos de busca e os sistemas de bibliotecas digitais,
                                  possam organizá-los e encontrá-los. É possível adicionar
                                  alguns destes metadados dentro do próprio Indesign, mas a
                                  complementação precisa ser feita no código, após a exporta-
22
ção, pois o programa não oferece suporte a alguns metada-
   dos fundamentais, como a data de publicação2.
       Se a publicação estiver dividida em diversos docu-
   mentos, o arquivo com a fonte de estilos, que aparece
   marcado na paleta Livro, é o arquivo a partir do qual estes
   metadados deverão ser inseridos. A interface para edição
   de metadados fica localizada no menu Arquivo > Informa-
   ções do arquivo. Outros metadados fundamentais, como o
   uuid (Universally Unique Identifier, ou Identificador Único
   Universal) e o nome da editora (Publisher), são gerados na
   própria janela de exportação para ePub.




   Metadados	»	Alguns	dos	metadados	são	inseridos	nesta	paleta.
                                                                   epub: visão geral da criação

7	 Exportação » Na versão cs4 o comando de exportação
   está localizado no menu Arquivo > Exportar para o Digital
   Editions. Na versão cs5, está em Arquivo > Exportar para >
   EPUB. É importante certificar-se que o arquivo base para
   os estilos e metadados esteja selecionado corretamente na

 2	 Sem	este	metadado,	o	ePub	não	pode	será	lido	nos	eReaders	e	
   também	não	será	validado.
                                                                    23
paleta Livro. Dele serão retirados os estilos, sumário e me-
                                    tadados para criação dos arquivos do ePub.
                                       Um recurso interessante da exportação na versão cs5 é
                                    a possibilidade de aproveitar um arquivo css utilizado an-
                                    teriormente, o que facilita a criação de ePubs que comparti-
                                    lham o mesmo projeto gráfico. Em coleções, por exemplo, é
                                    possível aproveitar os estilos para todos os volumes, redu-
                                    zindo significativamente o tempo de criação de eBooks.
                                       Para que a exportação ocorra sem erros, verifique se
                                    há algum link na publicação que utiliza o caractere “&”. A
                                    exportação para ePub do Indesign não lida bem com eles.
                                    Para manter o link sem causar problemas, utilize algum ser-
                                    viço de redução de urls como o migre.me ou o tinyurl.com.


                               8	 Descompactação do ePub » Um ePub é basicamente
                                    uma série de arquivos de texto compactados sob o formato
                                    zip. Pode ser descompactado como um zip comum, após
                                    alterar sua extensão de .epub para .zip, mas a compactação
                                    merece mais cuidados, como veremos adiante. Há algumas
                                    ferramentas para facilitar este processo e para permitir,
                                    por exemplo, trabalhar no arquivo sem descompactá-los,
                                    como o programa Oxygen (pago, apenas para Mac) ou o
epub: visão geral da criação




                                    Sigil (gratuito e multiplataforma). No entanto, a maneira
                                    mais confiável, flexível e eficiente de ser trabalhar com os
                                    arquivos é descompactando o ePub é editando o código
                                    diretamente. Essa prática evita uma série de novos proble-
                                    mas criados pelos programas, seja de performance, curva
                                    de aprendizado ou alterações indesejadas no código.


                               1	
24
1	
     Estrutura do ePub	»	Basicamente	arquivos	de	texto	e	imagem.

9	 Edição do código » Enquando não surgirem ferramentas
     mais maduras para a criação de ePubs, trabalhar com o
     código é inevitável e talvez seja sempre uma necessidade.
     Ferramentas totalmente wysiwyg não são totalmente com-
     patíveis com a produção de layouts por meio de código
     css. Um exemplo disso é o desenvolvimento profissional
     de websites, que até hoje, mais de duas décadas após o
     boom da web, se baseia fortemente na codificação manual e
     no conhecimento dos padrões web das particularidades dos
     navegadores para ser bem sucedido. Para o designer edito-
     rial tradicional, a melhor estratégia é entrar de vez no mun-
                                                                     epub: visão geral da criação
     do dos webstandards, e não evitá-lo. Linguagens de mar-
     cação como html e css não são muito complexas, se
     comparadas com outras como php e Ruby, e há farto mate-
     rial disponível para aprendê-las, muitas vezes gratuito.
         Voltando ao exemplo específico do código gerado pelo
     Indesign, há uma grande quantidade de problemas que
     precisam se resolvidos. Neste ponto, um bom editor de tex-
     to, como o Notepad++ (gratuito, apenas para windows) ou
                                                                      25
o TextWrangler (para mac, também gratuito), é ferramenta
                                  obrigatória. A exportação do Indesign deve ser considerada
                                  apenas o ponto de partida, um facilitador na geração bá-
                                  sica da estrutura de arquivos e do código do ePub, pois é
                                  muito deficiente em relação a diversos recursos fundamen-
                                  tais, como a inserção de capa e a formatação de tabelas. Ao
                                  lidar diretamente com código para resolver estas questões,
                                  o grep torna-se o melhor amigo do designer de eBooks.
                                  Como não há muita variação nos tipos de problemas pro-
                                  vocados pelo Indesign no código, é possível criar regras de
                                  busca e substituição para a limpeza e correção do código
                                  para resolvê-los com maior rapidez.


                               10	 Adicionando áudio e vídeo » O suporte à multimídia no
                                  ePub ainda é irregular e não é obrigatório na versão atu-
                                  al da especificação, atualmente na versão 2.1. A próxima
                                  versão (epub3), que deve ficar pronta no primeiro semestre
                                  de 2011, promete resolver estas questões, especificando
                                  um método padrão para inserir este tipo de mídia em um
                                  ePub. Até lá, há duas formas específicas de se inserir vídeo
                                  ou áudio, mas elas são reconhecidas apenas por poucos
                                  dispositivos e programas. A primeira, baseada em Flash,
epub: visão geral da criação




                                  funciona apenas no Adobe Digital Editions. Nesta opção,
                                  as arquivos de áudio ou vídeo são embutidos dentro de um
                                  arquivo swf e referenciados no código xhtml. A segun-
                                  da forma, baseada na tag “video“ do html5, funciona no
                                  iBooks da Apple, para iPhone, iPad e iPod Touch, e deve
                                  ser a tornar a forma padrão de inserção de vídeo, segundo
                                  o rascunho da especificação epub3. Nas duas opções, vídeo
                                  e áudio devem ser compactados juntamente com os demais
26
arquivos do ePub, e precisam ser referenciados no arquivo
     content.opf.


1	




     Código para vídeo em Flash	»	Apenas	para	o	Adobe	Digital	Editions




     Código para vídeo em HTML »	Provavelmente	o	novo	padrão	


11	 Recompactação » A operação de recompactação merece
     alguns cuidados. Compactar todos os arquivos de uma só
     vez causará problemas na interpretação do arquivo, pois
     um dos arquivos – mimetype, que declara que o arquivo em
     questão é um ePub e não outro zip qualquer – precisa ser
     o primeiro da fila de arquivos dentro do ePub. O procedi-
     mento consiste em criar um arquivo zip vazio e inserir pri-
     meiro o arquivo mimetype e só depois os demais arquivos,
                                                                         epub: visão geral da criação
     trocando a extensão de .zip para .epub. Há alguns aplicati-
     vos, como o ePubPack (Windows) e o ePub Zip (Mac), que
     facilitam o processo de compactação, facilitando o processo.


12	 Teste e validação » Todo arquivo ePub deve ser valida-
     do para checar a conformidade em relação à especifica-
     ção ePub. Essa etapa é fundamental para garantir que os
     arquivos sejam ao menos abertos corretamente nos mais
                                                                          27
diversos aparelhos e programas que suportam o formato,
                               mas não evita as discrepâncias na interpretação do códi-
                               go por parte dos eReaders. Atualmente, há uma miríade
                               de abordagens quanto à intepretação do código ePub por
                               parte dos programas de leitura. Alguns deles, como o
                               Stanza desktop, chegam a remover toda a formatação do
                               texto, enquanto outros, como o iBooks da Apple, permitem
                               até mesmo adicionar interatividade com Javascript. Para
                               minimizar as ocorrências de problemas de visualização, é
                               necessário testar o arquivo ePub em vários eReaders dife-
                               rentes, ajustando o código para criar um padrão de apre-
                               sentação do ePub minimamente aceitável nos eReaders.
                               É inviável, no entanto, ter acessso a todos os aparelhos e
                               programas disponíveis, seja pelo alto custo ou pelo fato de
                               que alguns não estão disponíveis em todos os mercados.
                                  Com tantas variações, como ter certeza de que o
                               conteúdo será apresentado sem problemas nestes disposi-
                               tivos? A melhor estratégia é testá-los sob o ponto de vista
                               do motor de renderização (rendering engine), que é a parte
                               do programa de leitura que confere uma interpretação vi-
                               sual ao código, ou seja, aquilo que é efetivamente apresen-
                               tado nas telas dos aparelhos. Os principais atualmente são
epub: visão geral da criação




                               o Adobe Reader Mobile sdk (que não tem relação direta
                               com o Adobe Reader, para leitura de pdfs), utilizado no
                               programa Adobe Digital Editions e em vários eReaders
                               com tecnologia e-Ink, como o Positivo Alfa e o Cool-ER;
                               e o Webkit, utilizado no iBooks da Apple, no Ibis Reader
                               e nos navegadores Safari e Google Chrome. Ao escolher
                               alguns representantes destes dois mecanismos de ren-
                               derização, reduz-se muito a quantidade de dispositivos
28
necessários para o teste. Ainda assim, é importante ter em
mente que cada eReader, mesmo utilizando sistemas se-
melhantes, possui pequenas variações que podem interfe-
rir na apresentação visual final do conteúdo.
   A validação do arquivo ePub pode ser feita com a ajuda
do programa ePubCheck, que funciona online ou a partir
da linha de comando – certamente um método pouco intui-
tivo, principalmente para os designers de livro tradicionais,
acostumados à edição wysiwyg. Uma opção mais intuiti-
va é contat com a ajuda de aplicativos que oferecem uma
interface gráfica ao ePubCheck, contribuindo para localizar
os erros com maior facilidade, como o FlightCrew ou o
ePubChecker. Geralmente são necessárias várias iterações
de validação e correção de código para que o arquivo passe
“limpo” pelo processo e possa ser, finalmente, distribuído.




                                                                epub: visão geral da criação




                                                                 29
Referências sobre eBook ¶


              1	 Programas	
                 Sigil                ePubPack              iPhone Folders
                 Oxygen XML           Calibre               iPhone Explorer
                 PDFXML               TextWrangler          Springy
                 FlightCrew           Notepad++             Adobe Digital Editions


              2	 Sites	
                 pigsgourdsandwikis.com » Liz Castro
                 threepress.org » Liza Daly
                 mobileread.com/forums
                 digitalbookworld.com


              3	 Livros	
                 EPUB Straight to the point » Liz Castro
                 Kindle formating » Joshua Talent
                 How to create an ebook with Indesign » Rufus Deuchler
                 GREP in InDesign CS3/CS4 » Peter Kahrel


              4	 Podcasts	
                 eBook Ninjas
                 Indesign Secrets
referências




              5	 Mídias	sociais	
                 #eprdctn » Twitter
                 Revolução eBook » Google Groups
30
Lista de figuras ¶


     Detalhe	da	encadernação	de	um	livro	raro	» Título do livro:
     Zadig, ou, La destinée, por Voltaire. Publicado em Paris, em
     1893. Fonte: Princeton University Library. Capa e primeira capa


     Montagem	sobre	página	de	livro	raro	» Manuscrito em papel,
     publicado em Veneza, em 1476. Fonte: Bodleian Image Library,
     University of Oxford. Terceira capa


     Montagem	sobre	capa	de	livro	raro	» Título: The discoveries
     of John Lederer, publicado em Londres, em 1672. Fonte:
     Princeton University Library. pág 6


     Alfabeto	baseado	em	formas	humanas	» Título: MS. Ashmole
     1504, The Tudor Pattern Book. publicado entre 1520 e 1530.
     Fonte: Bodleian Image Library, University of Oxford. pág 6




                                                                       l i s ta d e f i g u r a s




                                                                          31
Índice ¶


          A                                      F
         Amazon 11,	12                          FB2 12,	13
          B                                     Fim do livro 9
         Bibliotecas online 19                  Flúido 10,	12
         Brasil 11                              Formatos 10,	12,	13
          C                                     Fórmulas matemáticas 19
         CHM 12                                  G
         CSS 9,	12,	15,	22,	24,	25 9,	14,	22    Gráficos 19,	20,	22
          D                                     GREP 9,	22,	26
         Design 3,	5,	9,	18                      H
         Desktop publishing 7,	8                HTML 9,	13
         DRM 12,	13                              I
          E                                     IDPF 12
         eBook ,4,	5	10,	11,	12,	13,	15         Imagens 10,	17,	19,	20
         eBook Readers 11                       Indesign 9,	15,	16,	17,	19,	20,	21,	
         Editoração eletrônica 7                22,	23,	24,	26
         Editor de texto 26                      J
         e-Ink 17,	19,	28                       Javascript 9,	14,	27
         ePub 4,	12,	13,	15,	16,	17,	18,	19,	    K
         20,	21,	22,	23,	24,	25,	26,	27,	28     Kindle 10,	11,	12,	13
         eReaders 5,	8,	11,	13,	28 	17,	19,	     L
         23,	27,	28                             LCD 17
                                                Leitura 5,	8,	10,	11,	12,	17,	18,	19,	
índice




                                                27,	28
                                                Linguagens de marcação 25
32
M                            S
Mac 21,	25,	27               Self-publishing 9
Metadados 4,	23              Sigil 25
Mídias sociais 7             Smartphones 8
Mobi 12                      SVG 20
Motor de renderização 28      T
 O                           Tabelas 20,	22,	26
Objective-C 9                Tablets 5,	8
Objetos ancorados 20         Tags 9,	21,	26
Oxygen 25                    Texto 13,	20
 P                            U
Padrões web 18               UUID 24
Páginas mestras 20            V
Paste-up 7                   Validação 4,	27,	28,	29
PDF 12,	13                    W
PHP 25                       Windows 21,	27
Postscript 7                 WySIWyG 25,	28
Progressive enhancement 18    X
Projeto gráfico 17           XHTML 9,	15,	21,	22,	26
Projeto Gutemberg 5          XML 9,	12,	21
 R                            Z
Referências cruzadas 23      zIP 12,	25,	27
Resolução 19
                                                       índice




RGB 19


                                                       33
eBook ¶ desvendando os livros feitos de pixels



              Redação, design, editoração
              Márcio Duarte
              www.m10.com.br



              Copyright© 2011 » m10 design
              Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode
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              ¶ Colofão » A versão em pdf desta publicação foi produzida
              com o Adobe Indesign cs4 e utilizou as fontes Palatino (14 / 23 pt) e
              Didot (29 pt), para o texto e títulos principais, e a Helvetica Neue
              (12/ 23 pt), para subtítulos, quadros e listas. A versão em ePub
              utilizou como base a versão em Indesign, mas teve seu código
              fortemente editado com a ajuda do editores de código bbedit
              e cssedit. A escolha da fonte principal de texto foi deixada a
              cargo do leitor, mas as fontes de título, quadros e listas foram
referências




              foram especificadas (mas não embutidas) para os eReaders
              que possuem acesso às fontes utilizadas. Para a validação e a
              depuração do arquivo, foi utilizado o programa FlightCrew.
34
Bodleian Image Library, Universidade de Oxford.
pagelab: um blog com
                                      experimentos, notícias e
                                      referências sobre design
                                            de livros, e-books e
                                             digital publishing
                                         twitter.com/page_lab
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eBooks: entre o velho e o novo

  • 1. eBook ¶ Desvendando os livros feitos de pixels Márcio Duarte
  • 3. márcio duarte eBook ¶ Desvendando os livros feitos de pixels m10 design // brasília-df, março de 2010
  • 4. Sumário ¶ 1 Introdução 3 2 ePublishing » virando a página 5 Mais um capítulo 6 O fim do livro? 7 O que é um eBook 8 Formatos 10 3 ePub » visão geral da criação 13 Avaliação editorial 15 Preparando o conteúdo 17 Fluxo único para o documento 18 Aplicação e conferência de estilos 20 Criando o sumário 21 Metadados 22 Exportação 23 Descompactação do ePub 24 e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a Edição do código 25 Adicionando áudio e vídeo 26 Recompactação 27 Teste e validação 28 4 Referências sobre eBook 30 5 Lista de figuras 31 6 Índice 32 2
  • 5. Introdução ¶ books não são uma novidade. Desde a década de 70 esta E palavra já era utilizada no contexto que é utilizado hoje. Nascido com o Projeto Gutemberg, iniciativa que há anos digi- taliza e disponibiliza livros de domínio público na internet, o termo vem ganhando cada vez mais atenção, já que algumas das principais barreiras para a popularização dos livros eletrônicos vêm caindo, como a dificuldade de leitura em tela e a viabili- dade comercial do formato para a setor editorial. Além disso, os eReaders e as tablets, dispositivos que permitem a leitura de eBooks, estão cada vez mais baratos, e devem se tornar produtos de consumo massificado em breve. Mas a idéia central deste trabalho não é contar todos os deta- lhes da evolução dos livros eletrônicos. Apesar de oferecer uma visão geral do assunto, sua função principal é exemplificar as possibilidades técnicas dos eBooks aos profissionais que traba- lham com a produção de livros, na transição do papel para o có- digo. O design desta publicação considera exemplos de diversos recursos de layout que atestam a flexibilidade do livro eletrônico para outras aplicações que não apenas texto plano. Assim, pode ser usado para entender o relacionamento entre os métodos de trabalho tradicional e digital, inspirando a criação de bons eBooks. Boa e-leitura! introdução m.d. 3
  • 6. Bodleian Image Library, Universidade de Oxford. eBooks: entre o velho e o novo » Mais uma vez, presenciamos mudanças que prometem alterar as tradicionais noções de editoração. Ao olhar para trás, vemos que mudanças como essa são uma constante no território da publicação de livros e periódicos – mas nunca ocorreram com tanta rapidez.
  • 7. ePublishing ¶ virando a página Nestes tempos de mídias sociais, blogs e acesso móvel, consolidam-se novas formas de conceber e consumir os produtos de mídia mais tradicionais – livros, revistas e jornais – que sinalizam um novo ciclo de importantes mudanças no mercado editorial, comparáveis até mesmo ao surgimento da editoração eletrônica. É óbvio que ainda há muita discussão sobre o alcance destas mudandas, mas há um consenso: o mercado editorial não é mais o mesmo. ssim que a combinação de computador pessoal, progra- A ma de editoração eletrônica e impressora tornou-se relativamente acessível, em meados da década de 1980, ficou claro para todos os profissionais do mercado editorial que as mídias tradicionais passariam por uma revolução. Surgia uma plataforma de publicação que concentrava em um pequeno espaço, a um valor comparativamente bai- xo, várias etapas do oneroso e complexo e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a processo de editoração. Em pouco tempo, termos como Postscript, fonte e disquete se tornaram populares e o paste-up, técnica manual de colagem extremamente traba- Adobe Postscript » lhosa para os padrões atuais e largamente A linguagem de descrição utilizada até então, foi aos poucos caindo de páginas da Adobe foi fundamental para a revolução em desuso. A facilidade e o baixo custo na do desktop publishing. editoração eletrônica de impressos colori- 5
  • 8. Novas formas de leitura » Aparelhos como a tablet da Apple estão mudando a forma de consumir conteúdo, mas também a forma de se produzí-lo. dos e com alta qualidade gráfica transformou definitivamente o perfil da indústria editorial – popularizando ainda mais a pro- dução de livros, revistas e jornais – e criou um novo perfil de profissional da área, que passou da artesania à tecnologia digi- tal em uma velocidade espantosa. Um acontecimento que deu início a uma nova era na história da comunicação impressa. Mais um capítulo » Hoje, após quase trinta anos do surgimento do desktop publishing, estamos novamente no limiar de uma revolução no e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a mercado editorial: a das publicações total- mente digitais. A popularização de dis- positivos móveis como tablets, eReaders e smartphones, aliada ao crescimento do acesso à internet e ao amadurecimento das tecnologias web, criaram as condições para Marca do HTML5 » a alteração do paradigma do consumo de Amadurecimento das mídia, cada vez mais online, interativo, tecnologias web. 6
  • 9. fragmentado e acessível – e cada vez Saiba mais menos dependente do impresso. Neste cenário, termos tradicionais e tão co- GREP é a sigla de Generalized muns do setor como lombada, autor e Regular Expression Parser. É um editora, adquirem um novo sigificado aplicativo que utiliza expressões regulares (regular expressions) ou ameaçam até mesmo tornarem-se em diversas manipulações de irrelevantes. Entram em cena novas pa- texto ou código. O Indesign lavras como spine, autoria colaborativa é um dos programas que e self-publishing. Surge também uma utilizam o GREP embutido em sua ferramenta de busca nova “sopa de letrinhas tecnológica”, e substituição, para executar fundamental para a produção de pu- diversas operações no texto, blicações eletrônicas, incluindo termos como, por exemplo, aplicar estilos automaticamente e padronizar antes pertencentes ao mundo da pro- expressões numéricas ou textuais. gramação e do webdesign como grep, xml, xhtml, css, Javascript, Objective-C, XML significa eXtensible Markup mostrando que o perfil dos profissio- Language, ou linguagem de marcação extensível, e é utilizada nals da área deve mudar. De novo. para criar regras de estruturação e descrição de conteúdo. Ao O fim do livro? » Muito se discute contrário do HTML, permite estabelecer sua própria estrutura de sobre o fim dos livros, revistas e jornais tags e é uma tecnologia promissora impressos. É provável que o caráter nestes tempos de aproveitamento dinâmico dos periódicos torne obsoleta de conteúdo para diversas mídias. e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a a publicação e a distribuição em papel, CSS é a sigla de Cascading já que é muito mais simples e barato Style Sheets, ou folhas de estilo atualizar e veicular informações por em cascata. É responsável meios digitais. Os livros eletrônicos, no pela formatação da informação entanto, não eliminam necessariamente oferecida pelo HTML. É uma das principais ferramentas do design os livros em papel, cuja presença física para web. e o caráter perene são muito mais sig- nificativos. Assim como aconteceu com 7
  • 10. os discos de vinil, as qualidades únicas do livro enquanto su- porte não são sobrepostas pelos equivalentes digitais. O que é um eBook? » A palavra eBook – que às vezes é grafada como e-book ou eBook, sem prejuízo para o significado – é um termo genérico, aplicado a diversos formatos de arquivo que possibilitam a leitura digital do conteúdo. O dicionário Oxford, o define como “a versão eletrônica de um livro impresso”, ainda que a contrapartida impressa nem sempre exista, pois o eBook é cada vez mais autônomo enquanto suporte para conteúdo, consi- derando também vídeo, áudio e interatividade. Há também quem inclua nesta definição uma outra característica do livro tradi- cional: a de que o conteúdo possua um caráter contido, ou seja, começo, meio e fim, como um romance ou um tratado cienfífico. Isso diferenciaria o conteúdo de um eBook daquele produzido para um blog, mas este é um conceito que não se aplica para todos os casos, já que as formas tradicionais de narrativa estão também em transformação por influência da natureza colaborativa da web. Outra característica que vem se solidificando é o caráter flúido do conteúdo, ou seja, nos eBooks texto e imagens se ajus- tam ao formato do dispositivo, indepen- e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a dente do tamanho ou da tecnologia de tela, seja de forma plajenada ou auto- mática. Outros denominam eBooks os aparelhos que permitem a leitura destes formatos, como o Kindle, o que é um engano, já que a principal característi- Conteúdo flúido » Leitura em qualquer ca do livro eletrônico é o caráter digi- dispositivo. tal e, consequentemente, imaterial do 8
  • 11. conteúdo. Os aparelhos que permitem a leitura são, na verdade, eReaders ou eBook Readers. Não há duvida de que todas estas definições revelam muito pouco das várias facetas do fenômeno e são insuficientes para descrevê-lo. Afinal, o livro impresso levou algumas centenas de anos para se transformar no que é hoje. Amazon Kindle » Este é No futuro, espera-se que o livro ele- um eReader: dispositivo trônico seja um suporte digital, aberto, que permite a leitura de eBooks. Não é um eBook. acessível, universal e interativo para o pensamento humano e que possibilite ainda mais a difusão do conhecimento, resolvendo vários pro- blemas inerentes ao livro impresso como, por exemplo, a distri- buição, o custo e a portabilidade. Mas este é um cenário ainda distante, pelo menos aqui no Brasil, por vários motivos: 1 A realidade é que os preços dos eBooks ainda são tão proi- bitivos quanto os preços das versões impressas; 2 A base de eReaders, ou dispositivos leitores, é muito pe- quena, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil; e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a 3 Os padrões da indústria ainda são imaturos e implementa- dos das mais diversas formas, muitas incompatíveis entre si; 4 Há disputas ferrenhas entre os grandes players do mercado de tecnologia para criar padrões proprietários e soluções fechadas de distribuição; 5 Por fim, há também a discussão sobre a própria manuten- ção do hábito da leitura nas gerações futuras, diante gran- de variedade de opções de entretenimento disponíveis. 9
  • 12. Formatos » Atualmente, os principais formatos de eBook são o ePub, arquivo baseado em padrões abertos como o html, xml e css, originalmente chamado de Open Ebook; o pdf, ou Portable  Document Format, criado pela Adobe e ainda amplamente utiliza- do como sinônimo de eBook, e o Mobi/azw, formatos utilizados somente no ecossistema criado pela Amazon para o seu aparelho dedicado, o Kindle. Há muita discussão se o formato ePub se consolidará como formato de eBook “padrão”. Só o tempo dirá. Formatos como f b 2 e chm também são considerados formatos de eBook, embora apresentem características próprias (veja a Tabela). O padrão de livro eletrônico? » o ePub (também EPUB ou ePUB), abreviação de Eletronic Publication ou Publicação Eletrônica, é um formato livre e aberto de arquivo digital, próprio para eBooks, que foi criado pelo International Digital Publishing Forum – IDPF. Basicamente, é uma serie de arquivos de texto em XHTML e XML, compactados no formato zip. O ePub é projetado para conteúdo flúido, o que significa que várias caracterísitcas do texto podem ser otimizadas de acordo com o dispositivo usado para a leitura. O padrão foi criado para funcionar como um único formato oficial para distribuição e venda de livros digitais, e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a e está sendo amplamente adotado pela indústria editorial, apesar da implementação irregular da especificação nos dispositivos e das discussões inflamadas em torno da ineficácia da segurança do conteúdo digital (DRM) suportada pelo formato. Atualmente na versão 2.1, uma nova versão da especificação, chamada de EPUB3, está sendo desenvolvida pelo IDPF, e deve estar pronta no segundo trimestre de 2011. 10
  • 13. Tabela » Comparação de recursos dos principais formatos de eBook Recursos Conteúdo flúido Padrão aberto Interatividade Marcadores Anotações Extensão Imagens Tabelas Áudio DRM Formato ArghosReader .aeh – – Broadband eBook .lrf | .lrx – – – DjVu .djvu – ePub .epub eReader .pdb – FictionBook .fb2 – – HTML .html 1 2 Kindle .azw Microsoft Reader .lit – – Mobipocket .prc | .mobi Multimedia EBook .exe – Portable Document Format .pdf PostScript .ps – – – e p u b l i s h i n g : v i r a n d o a pá g i n a Repligo .rgo – TealDoc .pdb – – Texto plano .txt Tome Raider .tr2 | .tr3 – – – WOLF .wol – – – Fonte: Wikipedia. Em amarelo, os principais formatos. Notas: 1. Exceto primeira geração do Kindle (nível de suporte assim como no Mobipocket). 2. Suporte apenas no Kindle para iPhone, iPod e iPad. 11
  • 14. Biblioteca da Universidade de Princeton Um livro de códigos » Decifrar o sentido do XHTML, do CSS e do Javascript são apenas alguns dos desafios que os designers e diagramadores de livros precisam enfrentar na produção de eBooks.
  • 15. ePub ¶ visão geral da criação É possível criar um ePub somente com a ajuda de um software editor de texto e de um utilitário de compactação, mas a verdade é que o fluxo de trabalho de grande parte dos profissionais editoriais inclui o Indesign, que felizmente possui suporte ao formato, ainda que primitivo. Neste tutorial, será apresentado a visão geral da criação de um eBook no formato ePub utilizando a ferramenta da Adobe. programa Adobe Indesign é um dos mais avançados O softwares de editoração eletrônica no mercado. Com seus poderosos recursos tipográficos e de automação, é a ferramenta de trabalho de grande parte dos profissionais da área editorial. É extremamente eficaz para a criação de materiais destinados à impressão gráfica profissional. Infelizmente, seu suporte ao formato ePub ainda é muito básico. Sendo um programa intei- ramente baseado no modelo de página impressa, não é surpresa epub: visão geral da criação que houvessem dificuldades na transição para documentos cuja base são o xhtml e o css. Estas duas linguagens vêm de um mundo muito diferente, onde conceitos como código semântico e separação entre estrutura e formatação são fundamentais. Adobe Indesign » Suporte (ainda) Apesar das deficiências do programa, é incompleto ao ePub possível utilizá-lo para boa parte do de- 13
  • 16. Indesign CS4 x Indesign CS5 » Há algumas melhorias na versão CS5 do Indesign em relação à exportação para o formato ePub. Infelizmente, um novo e incômodo problema também foi introduzido: links entre as publicações ligadas pelo recurso de livro do Indesign não funcionam. Para a lista oficial das mudanças, veja o whitepaper da Adobe. epub: visão geral da criação Melhorias, mas novos problemas » Janelas de exportação para ePub das versões CS5 e CS4, respectivamente. 14
  • 17. senvolvimento de ePubs, mantendo o fluxo de trabalho de cos- tume – ainda que com vários desafios. Espera-se, no entanto, que as próximas versões sejam capazes de reduzir as etapas necessárias à criação de eBooks nesse formato. O objetivo deste tutorial é apresentar uma visão geral dos passos a serem seguidos para transformar o conteúdo de um livro, originalmente construído em Indesign, em um ePub, de forma o mais objetiva possível, sem abordar os pormenores de cada fase, para facilitar o entendimento das variáveis envolvi- das no processo. O passo-a-passo considera que o leitor possua alguma experiência anterior com o Indesign. 1 Avaliação editorial » Como aproveitar os diversos recur- sos disponíveis e a tecnologia de um ePub para apresentar a informação de maneira mais eficiente? O formato é mes- mo o mais adequado para a publicação? É possível alterar o projeto gráfico sem prejudicar o entendimento do conteú- do? As possibilidades são muitas, mas os desafios técnicos e editoriais também. Antes de iniciar a produção do livro no padrão ePub, é fundamental planejar como o conteúdo em questão pode ser melhor adaptado, levando em consi- deração as possibilidades e limitações do formato, princi- epub: visão geral da criação palmente em publicações com layout mais complexo. Há várias questões a serem consideradas, como a adequação ao estilo mais linear do ePub, a performance da leitura do arquivo nos eReaders, a adequação das imagens às tecnolo- gias de tela (lcd ou e-Ink), o tratamento dado às referências cruzadas e notas de rodapé, além das demais limitações do projeto gráfico neste novo contexto. Estes são apenas alguns exemplos de decisões que precisam ser tomadas 15
  • 18. com base nos dispositivos e plataformas de software para onde serão destinados, cada um com suas especificidades. Sendo o padrão para eBooks, o ePub deve possibilitar uma experiência de leitura o mais homogênea possível, apro- veitando os recursos mais avançados sem prejudicar a apresentação do conteúdo em outros dispositivos menos capazes. Essa prática de incrementar a experiência sem prejuízo da funcionalidade básica é conhecida no mundo do desenvolvimento web como progressive enhancement (aperfeiçoamento progressivo). A apresentação e o suporte da informação são diferentes nos eBooks, e merecem uma nova abordagem, ou ao menos uma revisão dela, nessa nova “casa”. É importante frisar outra diferença importante entre o design de livros impressos e o design de eBooks, que é familiar a quem trabalha com os padrões web: a separação entre apresentação e estrutura da informação. A criação de publicações para o meio impresso não impõe limites ao layout e considera que a apresentação gráfica está in- timamente ligada à estrutura da publicação. O mesmo não acontece com o ePub. Nele, a estrutura da informação deve ser separada da sua apresentação gráfica, pois é exa- epub: visão geral da criação tamente essa característica que oferece flexibilidade e uni- versalidade ao formato e permite que o conteúdo possa ser apreciado em qualquer dispositivo ou programa, inclusive por pessoas com deficiência visual. Esta característica ain- da é muito útil no reaproveitamento ou na atualização do conteúdo, entre outras vantagens. 1 16
  • 19. 2 Preparando o conteúdo » Com uma estratégia editorial definida, o próximo passo é certificar-se que os arquivos estejam adaptados para o formato ePub. É importante, por exemplo, que as cores na imagens, gráficos e demais ele- mentos do projeto gráfico não percam o significado quando convertidos para tons de cinza, já que boa parte dos eRea- ders é monocromática e utiliza a tecnologia e-Ink. A otimi- zação do contraste também deve ser levada em conta, já que nos dispositivos há variações neste aspecto. Resolução e modo de cor das imagens também devem ser compatíveis com as características suportadas pelos aparelhos, que ge- ralmente utilizam o modo de cor rgb e resolução de tela (72 ppi). As imagens originais podem ser mantidas no arquivo do Indesign, mas o ideal é substituí-las pelas versões adapta- das para ePub, já que a conversão automática do programa não tão eficaz e não oferece a flexibilidade necessária para solucionar os problemas citados anteriormente. Neste que- sito, um programa de edição de imagens é mais eficiente. A capa é outro elemento que precisa de atenção. Apesar de manter sua importância no território dos eBooks, o espa- ço dedicado à sua apresentação é, de forma geral, extrema- mente reduzido, tanto nos programas de leitura quanto nas epub: visão geral da criação livrarias e bibliotecas online. Muitas vezes um layout adap- tado para o ePub é necessário para manter o entendimento. O Indesign não oferece suporte nativo ao recurso de capa do ePub, que precisa ser adicionado diretamente no códi- go, após a exportação para o formato. É necessário ainda cogitar o tratamento dado a fórmu- las matemáticas e outros caracteres de outros idiomas, 17
  • 20. como grego ou hebráico, caso a publicação os possua, já que alguns leitores não oferecem suporte a caracteres des- te tipo. A conversão para um formato de imagem suporta- do (.gif ou .png) geralmente é a solução mais compatível, embora longe da ideal, pois perde-se a capacidade de en- contrar este conteúdo com o recurso de busca. No futuro, espera-se um suporte melhor dos dispositivos a caracteres especiais e ao formato .svg (Scalable Vector Graphics), um padrão web que é capaz de manter informações vetoriais. Também é preciso verificar se nenhum elemento es- sencial está localizado nas páginas mestras. O Indesign ignora estes elementos na exportação para ePub. 3 Fluxo único para o documento » Para a criação de um ePub, é necessário considerar o conteúdo sob o paradigma do fluxo linear. Texto, imagens, tabelas, gráficos e demais elementos precisam estar conectados em uma ordem se- quencial. Todos os itens que não seguirem esta regra serão posicionados ao fim do fluxo principal, fora da sua ordem na publicação original, quando exportados para o ePub. Há basicamente duas formas de se estabelecer este fluxo no arquivo: epub: visão geral da criação 1. inserindo todos os elementos manualmente dentro de uma só matéria – ou story, na versão em inglês do programa –, o que pode implicar na alteração do projeto original ou na criação de uma versão do arquivo exclusiva para ePub para que esse efeito seja alcançado, embora a maioria dos casos possa ser resolvido com a ancoragem dos elemen- tos. O Indesign oferece opções para o correto posiciona- mento de objetos ancorados, ou anchored objects. 18
  • 21. Um único fluxo » opções para posicionamento de objetos ancorados 2. Criando uma estrutura xml para o documento, com a ajuda da paleta "Tags". As tags são utilizadas, entre outras funções, para marcar os elementos da publicação na sua sequên- cia correta, que é então apresentada no painel “Estrutura” (ctrl+alt+1, no Windows, ou command+option+1, no Mac). epub: visão geral da criação Painel estrutura » aplicação de tags XML ao conteúdo 19
  • 22. Dentro do fluxo, a separação em capítulos é criada ao dividir o conteúdo de cada capítulo em arquivos indepen- dentes do Indesign e agregá-los com o recurso de livro. Du- rante o processo de exportação, cada um dos arquivos será então convertido em seu próprio xhtml. Na versão cs5, há um recurso para transformar o conteúdo em capítulos, com arquivos xhtml independentes, com base no estilo de sumário criado, mas ele invalida links retroativos dentro da publicação. Essa divisão em capítulos não tem um papel apenas organizacional: há um limite de 300kb para o tama- nho de cada um dos arquivos xhtml no ePub. Paleta Livro » Cada documento é convertido em um arquivo XHTML. epub: visão geral da criação 4 Aplicação e conferência de estilos » Além de garantir um fluxo único dos elementos, é fundamental que exista consistência na aplicação e na escolha de estilos de pará- grafo e caractere, pois eles facilitarão a edição do código mais à frente no processo. Durante a exportação para ePub, o Indesign aplica à cada parágrafo de texto uma tag “p” (paragrafo) com classe correpondente ao nome do estilo e 20
  • 23. cria uma regra css com os atributos do texto1. No caso dos estilos de caractere, o programa aplica uma tag “span” no texto e também cria uma regra css correspondente. Caso o texto não possua um estilo aplicado, mas configurações manuais estejam presentes (overrides), o programa cria um nome genérico para a classe, tornando muito comple- xa a edição de código que precisa ser feita posteriormente. Mesmo os parágrafos que abrigam fotos, tabelas e gráficos precisam de um estilo apropriado. Os nomes dos estilos também são importantes. É preciso evitar caracteres espe- ciais nos nomes dos estilos, como acentos. Espaços também podem causar problemas, pois há um significado próprio para eles no css. O código gerado pelo Indesign durante a conversão para xhtml e css está longe do ideal – ignora a estrutura do conteúdo e insere diversos atributos que não são neces- sários –, mas ao menos há consistência nos tipos de erros, o que torna os ajustes mais simples se utilizamos os pode- rosos recursos de busca e substituição do grep na etapa de edição de código, com a ajuda dos editores de texto. 5 Criando o sumário » O sumário de um ePub é criado com epub: visão geral da criação a ajuda do recurso de estilos de sumário do Indesign, mas o texto do sumário em si não deve – a princípio – fazer parte do texto do documento, já que os eReaders oferecem supor- te nativo à navegação dos tópicos. Durante a exportação, escolha a opção de incluir o estilo de sumário criado e o In- 1 Apenas alguns dos recursos de formatação de texto do Indesign são aproveitados no arquivo CSS do ePub. Estilos aninhados (nested styles), fios acima ou abaixo e estilos GREP, por exemplo, não são exportados. 21
  • 24. design criará o arquivo de navegação do ePub (.ncx) com as indicações dos diversos níveis dentro do sumário, para que os leitores possam apresentá-lo com seus recursos de nave- gação internos. Se ainda assim o sumário se fizer necessá- rio como parte integrante do texto, é necessário utilizar o recurso de referências cruzadas do programa para indicar a localização dos níveis, já que o texto de sumário gerado automaticamente pelo Indesign não funcionará como na- vegação dentro do ePub. O Indesign criará então links para os locais correspondentes. 1 Sumário » O conteúdo do arquivo .ncx é retirado do estilo criado aqui. epub: visão geral da criação 6 Metadados » Metadados são parte fundamental do ePub. São informações acerca do conteúdo – como nome da edito- ra, autor, data de publicação e colaboradores – fundamen- tais para que sistemas de indexação e catalogação, como os mecanismos de busca e os sistemas de bibliotecas digitais, possam organizá-los e encontrá-los. É possível adicionar alguns destes metadados dentro do próprio Indesign, mas a complementação precisa ser feita no código, após a exporta- 22
  • 25. ção, pois o programa não oferece suporte a alguns metada- dos fundamentais, como a data de publicação2. Se a publicação estiver dividida em diversos docu- mentos, o arquivo com a fonte de estilos, que aparece marcado na paleta Livro, é o arquivo a partir do qual estes metadados deverão ser inseridos. A interface para edição de metadados fica localizada no menu Arquivo > Informa- ções do arquivo. Outros metadados fundamentais, como o uuid (Universally Unique Identifier, ou Identificador Único Universal) e o nome da editora (Publisher), são gerados na própria janela de exportação para ePub. Metadados » Alguns dos metadados são inseridos nesta paleta. epub: visão geral da criação 7 Exportação » Na versão cs4 o comando de exportação está localizado no menu Arquivo > Exportar para o Digital Editions. Na versão cs5, está em Arquivo > Exportar para > EPUB. É importante certificar-se que o arquivo base para os estilos e metadados esteja selecionado corretamente na 2 Sem este metadado, o ePub não pode será lido nos eReaders e também não será validado. 23
  • 26. paleta Livro. Dele serão retirados os estilos, sumário e me- tadados para criação dos arquivos do ePub. Um recurso interessante da exportação na versão cs5 é a possibilidade de aproveitar um arquivo css utilizado an- teriormente, o que facilita a criação de ePubs que comparti- lham o mesmo projeto gráfico. Em coleções, por exemplo, é possível aproveitar os estilos para todos os volumes, redu- zindo significativamente o tempo de criação de eBooks. Para que a exportação ocorra sem erros, verifique se há algum link na publicação que utiliza o caractere “&”. A exportação para ePub do Indesign não lida bem com eles. Para manter o link sem causar problemas, utilize algum ser- viço de redução de urls como o migre.me ou o tinyurl.com. 8 Descompactação do ePub » Um ePub é basicamente uma série de arquivos de texto compactados sob o formato zip. Pode ser descompactado como um zip comum, após alterar sua extensão de .epub para .zip, mas a compactação merece mais cuidados, como veremos adiante. Há algumas ferramentas para facilitar este processo e para permitir, por exemplo, trabalhar no arquivo sem descompactá-los, como o programa Oxygen (pago, apenas para Mac) ou o epub: visão geral da criação Sigil (gratuito e multiplataforma). No entanto, a maneira mais confiável, flexível e eficiente de ser trabalhar com os arquivos é descompactando o ePub é editando o código diretamente. Essa prática evita uma série de novos proble- mas criados pelos programas, seja de performance, curva de aprendizado ou alterações indesejadas no código. 1 24
  • 27. 1 Estrutura do ePub » Basicamente arquivos de texto e imagem. 9 Edição do código » Enquando não surgirem ferramentas mais maduras para a criação de ePubs, trabalhar com o código é inevitável e talvez seja sempre uma necessidade. Ferramentas totalmente wysiwyg não são totalmente com- patíveis com a produção de layouts por meio de código css. Um exemplo disso é o desenvolvimento profissional de websites, que até hoje, mais de duas décadas após o boom da web, se baseia fortemente na codificação manual e no conhecimento dos padrões web das particularidades dos navegadores para ser bem sucedido. Para o designer edito- rial tradicional, a melhor estratégia é entrar de vez no mun- epub: visão geral da criação do dos webstandards, e não evitá-lo. Linguagens de mar- cação como html e css não são muito complexas, se comparadas com outras como php e Ruby, e há farto mate- rial disponível para aprendê-las, muitas vezes gratuito. Voltando ao exemplo específico do código gerado pelo Indesign, há uma grande quantidade de problemas que precisam se resolvidos. Neste ponto, um bom editor de tex- to, como o Notepad++ (gratuito, apenas para windows) ou 25
  • 28. o TextWrangler (para mac, também gratuito), é ferramenta obrigatória. A exportação do Indesign deve ser considerada apenas o ponto de partida, um facilitador na geração bá- sica da estrutura de arquivos e do código do ePub, pois é muito deficiente em relação a diversos recursos fundamen- tais, como a inserção de capa e a formatação de tabelas. Ao lidar diretamente com código para resolver estas questões, o grep torna-se o melhor amigo do designer de eBooks. Como não há muita variação nos tipos de problemas pro- vocados pelo Indesign no código, é possível criar regras de busca e substituição para a limpeza e correção do código para resolvê-los com maior rapidez. 10 Adicionando áudio e vídeo » O suporte à multimídia no ePub ainda é irregular e não é obrigatório na versão atu- al da especificação, atualmente na versão 2.1. A próxima versão (epub3), que deve ficar pronta no primeiro semestre de 2011, promete resolver estas questões, especificando um método padrão para inserir este tipo de mídia em um ePub. Até lá, há duas formas específicas de se inserir vídeo ou áudio, mas elas são reconhecidas apenas por poucos dispositivos e programas. A primeira, baseada em Flash, epub: visão geral da criação funciona apenas no Adobe Digital Editions. Nesta opção, as arquivos de áudio ou vídeo são embutidos dentro de um arquivo swf e referenciados no código xhtml. A segun- da forma, baseada na tag “video“ do html5, funciona no iBooks da Apple, para iPhone, iPad e iPod Touch, e deve ser a tornar a forma padrão de inserção de vídeo, segundo o rascunho da especificação epub3. Nas duas opções, vídeo e áudio devem ser compactados juntamente com os demais 26
  • 29. arquivos do ePub, e precisam ser referenciados no arquivo content.opf. 1 Código para vídeo em Flash » Apenas para o Adobe Digital Editions Código para vídeo em HTML » Provavelmente o novo padrão 11 Recompactação » A operação de recompactação merece alguns cuidados. Compactar todos os arquivos de uma só vez causará problemas na interpretação do arquivo, pois um dos arquivos – mimetype, que declara que o arquivo em questão é um ePub e não outro zip qualquer – precisa ser o primeiro da fila de arquivos dentro do ePub. O procedi- mento consiste em criar um arquivo zip vazio e inserir pri- meiro o arquivo mimetype e só depois os demais arquivos, epub: visão geral da criação trocando a extensão de .zip para .epub. Há alguns aplicati- vos, como o ePubPack (Windows) e o ePub Zip (Mac), que facilitam o processo de compactação, facilitando o processo. 12 Teste e validação » Todo arquivo ePub deve ser valida- do para checar a conformidade em relação à especifica- ção ePub. Essa etapa é fundamental para garantir que os arquivos sejam ao menos abertos corretamente nos mais 27
  • 30. diversos aparelhos e programas que suportam o formato, mas não evita as discrepâncias na interpretação do códi- go por parte dos eReaders. Atualmente, há uma miríade de abordagens quanto à intepretação do código ePub por parte dos programas de leitura. Alguns deles, como o Stanza desktop, chegam a remover toda a formatação do texto, enquanto outros, como o iBooks da Apple, permitem até mesmo adicionar interatividade com Javascript. Para minimizar as ocorrências de problemas de visualização, é necessário testar o arquivo ePub em vários eReaders dife- rentes, ajustando o código para criar um padrão de apre- sentação do ePub minimamente aceitável nos eReaders. É inviável, no entanto, ter acessso a todos os aparelhos e programas disponíveis, seja pelo alto custo ou pelo fato de que alguns não estão disponíveis em todos os mercados. Com tantas variações, como ter certeza de que o conteúdo será apresentado sem problemas nestes disposi- tivos? A melhor estratégia é testá-los sob o ponto de vista do motor de renderização (rendering engine), que é a parte do programa de leitura que confere uma interpretação vi- sual ao código, ou seja, aquilo que é efetivamente apresen- tado nas telas dos aparelhos. Os principais atualmente são epub: visão geral da criação o Adobe Reader Mobile sdk (que não tem relação direta com o Adobe Reader, para leitura de pdfs), utilizado no programa Adobe Digital Editions e em vários eReaders com tecnologia e-Ink, como o Positivo Alfa e o Cool-ER; e o Webkit, utilizado no iBooks da Apple, no Ibis Reader e nos navegadores Safari e Google Chrome. Ao escolher alguns representantes destes dois mecanismos de ren- derização, reduz-se muito a quantidade de dispositivos 28
  • 31. necessários para o teste. Ainda assim, é importante ter em mente que cada eReader, mesmo utilizando sistemas se- melhantes, possui pequenas variações que podem interfe- rir na apresentação visual final do conteúdo. A validação do arquivo ePub pode ser feita com a ajuda do programa ePubCheck, que funciona online ou a partir da linha de comando – certamente um método pouco intui- tivo, principalmente para os designers de livro tradicionais, acostumados à edição wysiwyg. Uma opção mais intuiti- va é contat com a ajuda de aplicativos que oferecem uma interface gráfica ao ePubCheck, contribuindo para localizar os erros com maior facilidade, como o FlightCrew ou o ePubChecker. Geralmente são necessárias várias iterações de validação e correção de código para que o arquivo passe “limpo” pelo processo e possa ser, finalmente, distribuído. epub: visão geral da criação 29
  • 32. Referências sobre eBook ¶ 1 Programas Sigil ePubPack iPhone Folders Oxygen XML Calibre iPhone Explorer PDFXML TextWrangler Springy FlightCrew Notepad++ Adobe Digital Editions 2 Sites pigsgourdsandwikis.com » Liz Castro threepress.org » Liza Daly mobileread.com/forums digitalbookworld.com 3 Livros EPUB Straight to the point » Liz Castro Kindle formating » Joshua Talent How to create an ebook with Indesign » Rufus Deuchler GREP in InDesign CS3/CS4 » Peter Kahrel 4 Podcasts eBook Ninjas Indesign Secrets referências 5 Mídias sociais #eprdctn » Twitter Revolução eBook » Google Groups 30
  • 33. Lista de figuras ¶ Detalhe da encadernação de um livro raro » Título do livro: Zadig, ou, La destinée, por Voltaire. Publicado em Paris, em 1893. Fonte: Princeton University Library. Capa e primeira capa Montagem sobre página de livro raro » Manuscrito em papel, publicado em Veneza, em 1476. Fonte: Bodleian Image Library, University of Oxford. Terceira capa Montagem sobre capa de livro raro » Título: The discoveries of John Lederer, publicado em Londres, em 1672. Fonte: Princeton University Library. pág 6 Alfabeto baseado em formas humanas » Título: MS. Ashmole 1504, The Tudor Pattern Book. publicado entre 1520 e 1530. Fonte: Bodleian Image Library, University of Oxford. pág 6 l i s ta d e f i g u r a s 31
  • 34. Índice ¶ A F Amazon 11, 12 FB2 12, 13 B Fim do livro 9 Bibliotecas online 19 Flúido 10, 12 Brasil 11 Formatos 10, 12, 13 C Fórmulas matemáticas 19 CHM 12 G CSS 9, 12, 15, 22, 24, 25 9, 14, 22 Gráficos 19, 20, 22 D GREP 9, 22, 26 Design 3, 5, 9, 18 H Desktop publishing 7, 8 HTML 9, 13 DRM 12, 13 I E IDPF 12 eBook ,4, 5 10, 11, 12, 13, 15 Imagens 10, 17, 19, 20 eBook Readers 11 Indesign 9, 15, 16, 17, 19, 20, 21, Editoração eletrônica 7 22, 23, 24, 26 Editor de texto 26 J e-Ink 17, 19, 28 Javascript 9, 14, 27 ePub 4, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 19, K 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 Kindle 10, 11, 12, 13 eReaders 5, 8, 11, 13, 28 17, 19, L 23, 27, 28 LCD 17 Leitura 5, 8, 10, 11, 12, 17, 18, 19, índice 27, 28 Linguagens de marcação 25 32
  • 35. M S Mac 21, 25, 27 Self-publishing 9 Metadados 4, 23 Sigil 25 Mídias sociais 7 Smartphones 8 Mobi 12 SVG 20 Motor de renderização 28 T O Tabelas 20, 22, 26 Objective-C 9 Tablets 5, 8 Objetos ancorados 20 Tags 9, 21, 26 Oxygen 25 Texto 13, 20 P U Padrões web 18 UUID 24 Páginas mestras 20 V Paste-up 7 Validação 4, 27, 28, 29 PDF 12, 13 W PHP 25 Windows 21, 27 Postscript 7 WySIWyG 25, 28 Progressive enhancement 18 X Projeto gráfico 17 XHTML 9, 15, 21, 22, 26 Projeto Gutemberg 5 XML 9, 12, 21 R Z Referências cruzadas 23 zIP 12, 25, 27 Resolução 19 índice RGB 19 33
  • 36. eBook ¶ desvendando os livros feitos de pixels Redação, design, editoração Márcio Duarte www.m10.com.br Copyright© 2011 » m10 design Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida em qualquer forma, por qualquer meio, seja eletrônico, impresso, mecânico, fotocopiado, gravado ou de outra maneira, sem o consentimento prévio do autor. Todas as imagens utilizadas são propriedade de seus respectivos autores/ detentores de copyright, conforme descrito nos créditos junto às figuras, e não podem ser utilizadas comercialmente. Para mais informações, contacte marcio@m10.com.br. Documento registrado na Biblioteca Nacional. ¶ Colofão » A versão em pdf desta publicação foi produzida com o Adobe Indesign cs4 e utilizou as fontes Palatino (14 / 23 pt) e Didot (29 pt), para o texto e títulos principais, e a Helvetica Neue (12/ 23 pt), para subtítulos, quadros e listas. A versão em ePub utilizou como base a versão em Indesign, mas teve seu código fortemente editado com a ajuda do editores de código bbedit e cssedit. A escolha da fonte principal de texto foi deixada a cargo do leitor, mas as fontes de título, quadros e listas foram referências foram especificadas (mas não embutidas) para os eReaders que possuem acesso às fontes utilizadas. Para a validação e a depuração do arquivo, foi utilizado o programa FlightCrew. 34
  • 37. Bodleian Image Library, Universidade de Oxford.
  • 38. pagelab: um blog com experimentos, notícias e referências sobre design de livros, e-books e digital publishing twitter.com/page_lab www.pagelab.com.br design e produção: m10 design // www.m10.com.br