O documento discute a questão de se Deus pode se arrepender. Explica que quando a Bíblia fala de Deus se arrependendo, está usando termos humanos para descrever mudanças na atitude de Deus em relação aos humanos, e não implica limitações ou mudanças na essência de Deus. Também diferencia arrependimento, que envolve mudança moral, do remorso, que é apenas tristeza pelas consequências de atos sem mudança real.

1. O QUE TODO CRENTE PRECISA SABER? (Pt. 2)
Revista Palavra e Vida – 2T2015

2. Estes estudos são baseados na revista Palavra e
Vida, publicada pela Convenção Batista Fluminense
para servir de base à Escola Bíblica Dominical de
suas igrejas filiadas.
Período: 2º Trimestre de 2015
Autor das lições: Pr. Vanderlei Marins, PIB Alcântara, São
Gonçalo (RJ), presidente da CBB e da CBF.
Autor dos slides: Pr. André Falcão, Primeira Igreja Batista
em Araruama (RJ).
Estes slides são para uso das igrejas cristãs e irmãos que desejem se aprofundar sobre o
tema. Eles não possuem vínculo com a Convenção Batista Fluminense e são de inteira
responsabilidade do autor dos slides.

3. DEUS SE ARREPENDE?
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4. INTRODUÇÃO
• Expressão “ARREPENDEU-SE o Senhor” não cai bem aos nossos ouvidos,
pois nos traz a ideia de LIMITAÇÃO, EQUÍVOCO, falta de
CONHECIMENTO PLENO, MUDANÇA DE DIREÇÃO, de CARÁTER.
• Tal arrependimento não surge da TRISTEZA do Senhor por más ações
praticadas, pois Ele é soberano, santo, presciente (Gn. 15.13),
ONISCIENTE (Jo. 21.15-17, Rm. 11.33) e não é o homem.
• Deus não muda em ESSÊNCIA, muda ATITUDE e MÉTODOS, conforme o
relacionamento do homem com Ele. Quando o homem o desobedece, a
relação de COMUNHÃO se altera para uma de CORREÇÃO (Jr. 6.8) ou
REPREENSÃO (Jó 5.17), mas promovendo FELICIDADE PELO ACERTO.
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5. INTRODUÇÃO
• A Bíblia é a PALAVRA DE DEUS EM LINGUAGEM HUMANA, portanto há
de se levar em consideração que os escritores sagrados tenham
colocado em TERMOS HUMANOS os IDEAIS DIVINOS. Por isso,
encontramos na Bíblia várias passagens onde são atribuídos
SENTIMENTOS e FORMAS HUMANAS a Deus.
• Tal recurso auxiliou as pessoas ao longo da história, mas às vezes
provoca confusão em pessoas que, por falta de conhecimento mais
amplo da BÍBLIA ou da TEOLOGIA, tentam explicar Deus a partir de si
mesmas e suas conclusões.
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6. EXPLICANDO A PALAVRA PELA PALAVRA
• A regra básica da hermenêutica é que a BÍBLIA INTERPRETA A PRÓPRIA
BÍBLIA. Ela SE EXPLICA, não cabendo usar dela para justificar
PENSAMENTOS ou CONJECTURAS. Estes é que precisam ser submetidos
ao crivo da Palavra.
• Gn. 6.6: Primeira instância do verbo “ARREPENDER” na Bíblia. Ex. 32.14;
Jr. 18.7,8, 26.3, 13, 19; Jn. 3.10 são outras referências do termo.
• Verbo originalmente parece refletir a ideia de “RESPIRAR
PROFUNDAMENTE”, e por conseguinte a MANIFESTAÇÃO FÍSICA DOS
SENTIMENTOS da pessoa, em geral TRISTEZA, COMPAIXÃO OU PENA.
Tais atitudes são COMUNS AOS HOMENS e ajudam a compreender um
pouco do que se passa no “CORAÇÃO” de Deus, quando observa como
eles estão agindo.
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7. EXPLICANDO A PALAVRA PELA PALAVRA
• ANTROPOMORFISMO: Quando atribuímos FORMAS humanas a Deus
(mão de Deus, coração de Deus, pés de Deus).
• ANTROPOPATISMO: Quando atribuímos SENTIMENTOS humanos a
Deus. Como NÃO HÁ CONSTRUÇÃO LINGUÍSTICA que explique os
sentimentos de Deus, temos que atribuir-Lhe os seus próprios
sentimentos.
• Em Gn. 6, Deus determina o dilúvio como um ato de JULGAMENTO, mas
não há GLÓRIA em tal ação, antes, SOFRE profundamente. O
JULGAMENTO pelo pecado é INEVITÁVEL, mas a fidelidade de Deus aos
homens sempre será INALTERADA e IRRETOCÁVEL, conforme o exemplo
de Noé (Gn. 7.1)
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8. NÃO CONFUNDIR ARREPENDIMENTO HUMANO E DIVINO
• AT: Duas palavras utilizadas para expressar arrependimento. Naham e
Shûb.
• Naham aparece na maioria das vezes para expressar a COMPAIXÃO de
Deus, mostrando a ATITUDE DIVINA. Descreve de modo antropopático
a mudança do TRATAMENTO divino para com o homem, como se a
mudança se operasse em Deus (Gn. 6.6, 1 Sm. 15.29, Jn. 3.4-10, 1 Cr.
21.15, Am. 7.3)
• O que vemos nas passagens bíblicas, que parecem ATRIBUIR MUDANÇA
em Deus, são recursos divinos para ilustrar os VARIADOS MÉTODOS
utilizados por Ele em sua SOBERANIA; bem como representações
antropopáticas da IMUTABILIDADE de Deus nas muitas e variáveis
CONDIÇÕES MORAIS HUMANAS.
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9. NÃO CONFUNDIR ARREPENDIMENTO HUMANO E DIVINO
• Exemplo: Deus não trata o ÍMPIO e o JUSTO da MESMA FORMA. A
imutável santidade divina NÃO PERMITE tal coisa. O mesmo ocorre
quando o justo SE TORNA ou AGE como ímpio. O tratamento de Deus
para com ele também deve mudar, pois precisará ser CORRETIVO,
EXORTATIVO.
• Deus ABRANDA ou muda Sua maneira de lidar com as pessoas, de
acordo com SEUS PROPÓSITOS SOBERANOS, mas NÃO MUDA NA SUA
ESSÊNCIA. Ele não é INCONSTANTE, ao contrário do homem. Devemos
interpretar Gn. 6.6 à luz de Nm. 23.19.
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10. NÃO CONFUNDIR ARREPENDIMENTO HUMANO E DIVINO
• Shub retrata em geral o ARREPENDIMENTO HUMANO e significa
“voltar-se, retornar” (Is. 55.7), demonstrando a RESPONSABILIDADE
HUMANA no processo de arrependimento (Jr. 4.14, Is. 24.23). Aqui há
MUDANÇA DE ESSÊNCIA, mudança MORAL, CONSCIENTE, de voltar-se
para Deus e desviar-se do mal (Ez. 14.6; Is. 6.6)
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11. NÃO CONFUNDIR ARREPENDIMENTO COM REMORSO
• Arrepender-se, no bom sentido, é DO HOMEM, pois ele pode, enquanto
há tempo, VOLTAR-SE PARA DEUS, ABANDONAR seus maus caminhos (2
Rs. 17.13), REDIRECIONAR sua vida, MUDAR na essência. É algo
SAUDÁVEL, ao contrário do REMORSO, que é “o PASSADO QUE
CONTINUA”.
• No remorso, NÃO HÁ MUDANÇA, mas PAVOR, INCÔMODO e TRISTEZA,
caso de Judas, cf. Mt. 27.3-5, ao ver o Sinédrio condenando Jesus. Ele
não se arrependeu, mas lamentou as consequências de sua atitude
traidora, devolvendo o dinheiro que ganhou dos líderes judeus para
entregar Jesus e enforcando-se a seguir.
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12. NÃO CONFUNDIR ARREPENDIMENTO COM REMORSO
• Pela Palavra, aprendemos que o arrependimento, dádiva do Senhor (At.
5.31), nos leva ao CONHECIMENTO e à PRÁTICA da VERDADE (2 Co.
7.10).
• Em Jesus, somos convidados a DEIXAR AS COISAS DA VELHA VIDA PARA
TRÁS e VIVERMOS uma NOVA VIDA (2 Co. 5.16,17). Por pior que seja o
erro cometido, há PERDÃO para ele (Is. 1.18). O pecado não é uma
MARCA INAPAGÁVEL, pois, mediante a CONVERSÃO, graça concedida
por Deus, todos que o recebem podem REDIRECIONAR SUAS VIDAS,
indo além de CONTRIÇÃO e TRISTEZA. O amor de Deus se adapta a cada
modo, variante ou condição de Seus filhos, na direção dos passos deles.
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13. PARA PENSAR E AGIR
• Deus é perfeito e imutável em Seus pensamentos e propósitos (Tg 1.17),
mas muda de procedimentos e atitudes mediante alteração no
relacionamento do homem com Ele. Como está o seu relacionamento com
Deus?
• Deus não é homem para se arrepender (1Sm 15.29 ), mas deve o ser
humano arrepender-se sempre que for necessário. Isso é louvável,
agradável, é do homem.
• A atitude do Senhor para com o homem leva em conta a forma como este
reage à Sua Palavra e vontade. Quem é livre para escolher, precisa ser
responsável para assumir as consequências dessas escolhas e atos.
• Que haja em nosso coração, sempre que for necessário, o arrependimento.
E que não haja em nós e nas nossas relações o remorso – um passado que
continua.
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