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Era uma vez uma baratinha.
Ao varrer Varrendo a casa,achou um vintém.
Comprou uma fita, amarrou no cabelo e foi à
janela cantar assim:
– Quem quer casar com a Dona Baratinha,

que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?
Ela é muito carinhosa e quem com ela se casar
terá doces todo dia, no almoço e no jantar!
Passem, passem, cavalheiros, passem todos sem
tardar. O mais belo, com certeza, minha mão
irá ganhar!
Naquele momento, com passo lento
e bem pachorrento, passou o boi.
– Boizinho que vai passando, quer comigo se
casar?
– Oh! Tão linda senhorita quem rejeita
desposar?
– Sou, porém, muito sensível e medo tudo me
traz.
Diga primeiro, boizinho, como é que você faz?
–MUUUUUUU
.
– Deus me livre de tal noivo, mugindo dessa
maneira!
Terei sustos todo o dia, terei medo a noite
inteira!
E assim lá se foi desiludido o pobre boi .
Logo atrás, filosofando, vinha um
burrinho passando.
– Burrinho que vai passando, quer comigo se
casar?
– Oh! Tão linda senhorita quem rejeita
desposar?
– Sou, porém, muito sensível e medo tudo me
traz.
Diga primeiro, burrinho, como é que você faz?
– IÓIÓI
– Deus me livre de tal noivo, zurrando
dessa maneira!
Terei sustos todo o dia, terei medo a
noite inteira!
Triste, de orelha tombada, lá se foi nosso
burrinho se afastando pela estrada.
Mas, logo depois, saltando, veio um cabrito
passando:
– Cabrito que vai passando, quer comigo se
casar?
–Oh! Tão linda senhorita quem rejeita
desposar?
– Sou, porém, muito sensível e medo tudo me
traz.
Diga primeiro, querido, como é que você faz?
–MÉÉÉÉ
–Deus me livre de tal noivo, berrando dessa
maneira!
Terei sustos todo o dia, terei medo a noite
inteira!
Tristonho pelo caminho,
lá se foi o
cabritinho...
Já quase desanimando, Dona Baratinha viu
passar, todo pimpão, o Doutor João Ratão:
– Ratinho que vai passando, quer comigo se casar?
– Oh! Tão linda senhorita quem rejeita desposar?
– Sou, porém, muito sensível e medo tudo me traz.
Diga primeiro, ratinho, como é que você faz?
– Chic... chic... chic...
– Isso sim que é voz bonita!
Não pode assustar ninguém.
Até que enfim, achei o noivo que me convém!
E, pouco tempo depois, com grande satisfação,
recebia a bicharada esta participação:
“Na matriz do Rancho Velho, dia sete, casarão
a Senhora Baratinha e o Doutor João Ratão.
A sua amável presença será muito apreciada.
Pode trazer os amigos e também a criançada.
E depois do casório, vai haver festa animada,
sendo servida aos convivas
uma lauta
feijoada!”
Ah, maldita feijoada!
Oh, terrível tentação que
transformou toda a vida do Doutor João Ratão!
Eu vou contar para todos o que foi que sucedeu.
Na manhã do casório, Mestre Macaco, que é o rei da
cozinha, lançou mãos à obra.
Comprou no mercado feijão, carne, linguiça, salpicão
e toucinho de sobra.
Com os seus ajudantes, uns
dez
macaquinhos, lavou a panela,
acendeu o fogão e, para o trabalho
correr mais depressa, cantaram em
coro esta canção:
– Abana o fogo, macacada, abana o fogo!
Abana bem, coloca a panela no fogão.
Está na hora de aprontar a feijoada para o
banquete do Doutor João Ratão!
Feijão, carne, linguiça, salpicão, orelha de porco
para dar e vender!
Toucinho fresquinho, toucinho gostoso, toucinho
cheiroso para gente comer!
O noivo, naquele instante, no seu belo
apartamento, dormia e sonhava ainda com a
hora do casamento.
Mas aquela melodia, crescendo qual furacão,
entrou pelo apartamento do Doutor João Ratão.
Entrou pelo apartamento, entrou pelos seus
ouvidos e tomou conta, malvada, de todos os
seus sentidos!
Foi assim que começou o seu terrível tormento,
pois aquela cantoria, ali, naquele momento,
dividiu em duas partes o seu aflito
pensamento.
Uma ficou com o toucinho, a outra com o
casamento.
Mas a ideia do toucinho cresceu na sua cabeça.
Tanto cresceu que acabou dando lhe tratos à
bola.
Tomou formas variadas, de uma roda, de um
canudo, de uma onda e tomou conta de tudo!
Entretanto a outra ideia, a ideia do casamento,
foi mingando, mingando... que fugiu seu
pensamento!
Enquanto isso, a Baratinha, bem feliz com a
sua vida, aprontava-se sem saber que estava
sendo esquecida.
As sete damas de honra, vestidas de cor-derosa, comentavam:
– Que linda, que beleza, como vai ficar
formosa!
E vestiram com carinho a Senhora Baratinha.
E, cheias de entusiasmo, cantavam esta modinha:
– Vejam só que formosura, bem no dia do noivado,
a Senhora Baratinha com seu vestido rendado!
Com seu véu de sete metros, sapatinhos de
cetim, seu corpinho perfumado com essência de
jasmim!
Dirão todos, certamente, quando a virem tão
faceira:
“Brilha mais do que a grinalda de flores de
Laranjeira!”
Em dia de festa o tempo voa.
E logo chegou a hora marcada para o casamento.
Numa linda carruagem, forrada de
turquesa, lá se foi a Baratinha.
Era mesmo uma beleza!

azul-
Ao seu lado, requintado, parecendo general, ia
garboso o padrinho, o papagaio real!
Mais atrás, em grande fila, em seus carros
enfeitados, vinham parentes, amigos e o resto
dos convidados.
Só não vinha no cortejo o Doutor João Ratão,
pois como era costume, em tempos que já lá vão,
o noivo e sua madrinha deveriam esperar a
noiva com seu padrinho desde cedo ao pé do
altar.
Mas, ao chegar, a Baratinha notou, cheia de
aflição, que não havia chegado o Doutor João
Ratão.
A velha Dona Aranha, aguardando ao pé do altar,
cochichou com a Mauritana:
– Será que ele vai faltar?
De facto, o tempo passava e nada do João Ratão.
Começou o falatório, começou a confusão.
E, depois de várias horas daquela lenta agonia,
mandaram três urubus para saber o que havia.
Alguns minutos depois de uma corrida
tremenda, os três urubus voltaram com esta
notícia horrenda:
– João Ratão caiu na panela do feijão!
Sim, meus caros amiguinhos, o Doutor João
Ratão havia mesmo caído na panela do feijão!
Foi no instante da partida.
O carro já se afastava, Dona Cutina a seu lado,
muito alegre palestrava, quando o cheiro do
toucinho, fugindo do caldeirão, penetrou pelas
narinas do Doutor João Ratão.
Pediu então ao cocheiro que parasse um só
momento, dizendo ter esquecido as luvas no
apartamento.
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para o local de onde vinha o perfume do toucinho…
Subiu numa cadeira, quis saltar sobre o fogão,
mas errou o pulo e – bumba!
Caiu dentro do feijão!
Mestre Macaco chegava.
Muito aflito, vendo aquilo, largou dez pratos
no chão e correu para acudi-lo.
Com dois garfos suspendeu pelo rabo João Ratão,
que saiu todo pelado, sujo, pingando feijão!
Vejam só, meus amiguinhos, quanto mal a gula
faz!
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João Ratão, que era belo, é hoje um rato nojento.
Não perdeu por sorte a vida, mas perdeu o
casamento!
E quem hoje em dia passa por aquela casa antiga,
ainda a vista a Baratinha repetindo esta cantiga:
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FIM

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Dona Baratinha

  • 1.
  • 2. Era uma vez uma baratinha. Ao varrer Varrendo a casa,achou um vintém. Comprou uma fita, amarrou no cabelo e foi à janela cantar assim:
  • 3. – Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? Ela é muito carinhosa e quem com ela se casar terá doces todo dia, no almoço e no jantar! Passem, passem, cavalheiros, passem todos sem tardar. O mais belo, com certeza, minha mão irá ganhar!
  • 4. Naquele momento, com passo lento e bem pachorrento, passou o boi.
  • 5. – Boizinho que vai passando, quer comigo se casar? – Oh! Tão linda senhorita quem rejeita desposar? – Sou, porém, muito sensível e medo tudo me traz. Diga primeiro, boizinho, como é que você faz? –MUUUUUUU .
  • 6. – Deus me livre de tal noivo, mugindo dessa maneira! Terei sustos todo o dia, terei medo a noite inteira! E assim lá se foi desiludido o pobre boi . Logo atrás, filosofando, vinha um burrinho passando.
  • 7. – Burrinho que vai passando, quer comigo se casar? – Oh! Tão linda senhorita quem rejeita desposar? – Sou, porém, muito sensível e medo tudo me traz. Diga primeiro, burrinho, como é que você faz? – IÓIÓI
  • 8. – Deus me livre de tal noivo, zurrando dessa maneira! Terei sustos todo o dia, terei medo a noite inteira! Triste, de orelha tombada, lá se foi nosso burrinho se afastando pela estrada.
  • 9. Mas, logo depois, saltando, veio um cabrito passando:
  • 10. – Cabrito que vai passando, quer comigo se casar? –Oh! Tão linda senhorita quem rejeita desposar? – Sou, porém, muito sensível e medo tudo me traz. Diga primeiro, querido, como é que você faz? –MÉÉÉÉ
  • 11. –Deus me livre de tal noivo, berrando dessa maneira! Terei sustos todo o dia, terei medo a noite inteira! Tristonho pelo caminho, lá se foi o cabritinho...
  • 12. Já quase desanimando, Dona Baratinha viu passar, todo pimpão, o Doutor João Ratão:
  • 13. – Ratinho que vai passando, quer comigo se casar? – Oh! Tão linda senhorita quem rejeita desposar? – Sou, porém, muito sensível e medo tudo me traz.
  • 14. Diga primeiro, ratinho, como é que você faz? – Chic... chic... chic... – Isso sim que é voz bonita! Não pode assustar ninguém. Até que enfim, achei o noivo que me convém!
  • 15. E, pouco tempo depois, com grande satisfação, recebia a bicharada esta participação: “Na matriz do Rancho Velho, dia sete, casarão a Senhora Baratinha e o Doutor João Ratão. A sua amável presença será muito apreciada. Pode trazer os amigos e também a criançada. E depois do casório, vai haver festa animada, sendo servida aos convivas uma lauta feijoada!”
  • 16. Ah, maldita feijoada! Oh, terrível tentação que transformou toda a vida do Doutor João Ratão! Eu vou contar para todos o que foi que sucedeu. Na manhã do casório, Mestre Macaco, que é o rei da cozinha, lançou mãos à obra. Comprou no mercado feijão, carne, linguiça, salpicão e toucinho de sobra.
  • 17. Com os seus ajudantes, uns dez macaquinhos, lavou a panela, acendeu o fogão e, para o trabalho correr mais depressa, cantaram em coro esta canção:
  • 18. – Abana o fogo, macacada, abana o fogo! Abana bem, coloca a panela no fogão. Está na hora de aprontar a feijoada para o banquete do Doutor João Ratão! Feijão, carne, linguiça, salpicão, orelha de porco para dar e vender! Toucinho fresquinho, toucinho gostoso, toucinho cheiroso para gente comer!
  • 19. O noivo, naquele instante, no seu belo apartamento, dormia e sonhava ainda com a hora do casamento. Mas aquela melodia, crescendo qual furacão, entrou pelo apartamento do Doutor João Ratão. Entrou pelo apartamento, entrou pelos seus ouvidos e tomou conta, malvada, de todos os seus sentidos!
  • 20. Foi assim que começou o seu terrível tormento, pois aquela cantoria, ali, naquele momento, dividiu em duas partes o seu aflito pensamento. Uma ficou com o toucinho, a outra com o casamento.
  • 21. Mas a ideia do toucinho cresceu na sua cabeça. Tanto cresceu que acabou dando lhe tratos à bola. Tomou formas variadas, de uma roda, de um canudo, de uma onda e tomou conta de tudo! Entretanto a outra ideia, a ideia do casamento, foi mingando, mingando... que fugiu seu pensamento!
  • 22. Enquanto isso, a Baratinha, bem feliz com a sua vida, aprontava-se sem saber que estava sendo esquecida. As sete damas de honra, vestidas de cor-derosa, comentavam: – Que linda, que beleza, como vai ficar formosa!
  • 23. E vestiram com carinho a Senhora Baratinha. E, cheias de entusiasmo, cantavam esta modinha: – Vejam só que formosura, bem no dia do noivado, a Senhora Baratinha com seu vestido rendado!
  • 24. Com seu véu de sete metros, sapatinhos de cetim, seu corpinho perfumado com essência de jasmim! Dirão todos, certamente, quando a virem tão faceira: “Brilha mais do que a grinalda de flores de Laranjeira!”
  • 25. Em dia de festa o tempo voa. E logo chegou a hora marcada para o casamento. Numa linda carruagem, forrada de turquesa, lá se foi a Baratinha. Era mesmo uma beleza! azul-
  • 26. Ao seu lado, requintado, parecendo general, ia garboso o padrinho, o papagaio real! Mais atrás, em grande fila, em seus carros enfeitados, vinham parentes, amigos e o resto dos convidados.
  • 27. Só não vinha no cortejo o Doutor João Ratão, pois como era costume, em tempos que já lá vão, o noivo e sua madrinha deveriam esperar a noiva com seu padrinho desde cedo ao pé do altar.
  • 28. Mas, ao chegar, a Baratinha notou, cheia de aflição, que não havia chegado o Doutor João Ratão. A velha Dona Aranha, aguardando ao pé do altar, cochichou com a Mauritana: – Será que ele vai faltar?
  • 29. De facto, o tempo passava e nada do João Ratão. Começou o falatório, começou a confusão. E, depois de várias horas daquela lenta agonia, mandaram três urubus para saber o que havia. Alguns minutos depois de uma corrida tremenda, os três urubus voltaram com esta notícia horrenda: – João Ratão caiu na panela do feijão!
  • 30. Sim, meus caros amiguinhos, o Doutor João Ratão havia mesmo caído na panela do feijão! Foi no instante da partida. O carro já se afastava, Dona Cutina a seu lado, muito alegre palestrava, quando o cheiro do toucinho, fugindo do caldeirão, penetrou pelas narinas do Doutor João Ratão.
  • 31. Pediu então ao cocheiro que parasse um só momento, dizendo ter esquecido as luvas no apartamento. E voltou em disparada, mas desviou seu caminho para o local de onde vinha o perfume do toucinho… Subiu numa cadeira, quis saltar sobre o fogão, mas errou o pulo e – bumba! Caiu dentro do feijão!
  • 32. Mestre Macaco chegava. Muito aflito, vendo aquilo, largou dez pratos no chão e correu para acudi-lo. Com dois garfos suspendeu pelo rabo João Ratão, que saiu todo pelado, sujo, pingando feijão!
  • 33. Vejam só, meus amiguinhos, quanto mal a gula faz! A gula modificou toda a vida do rapaz! João Ratão, que era belo, é hoje um rato nojento. Não perdeu por sorte a vida, mas perdeu o casamento! E quem hoje em dia passa por aquela casa antiga, ainda a vista a Baratinha repetindo esta cantiga: – Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? FIM