Este poema conta a história de Carochinha, uma mulher vaidosa que encontra um escudo e decide se casar. Ela rejeita vários pretendentes até aceitar se casar com um rato chamado João Ratão. Infelizmente, durante um passeio, João Ratão cai em uma panela de sopa quente e morre cozido. Carochinha fica muito triste, mas o rei consegue resgatar o corpo de João Ratão da panela. No final, há um baile para comemorar.

2. Quando varria
Bem a cozinha
Achou um escudo
A Carochinha.
«Ai, que estou rica,
Sou milionária!
Não vou ficar
Mais solitária.»

3. A Carochinha
Pôs-se à janela,
Cheia de enfeites,
Para ser mais bela.
- Quem quer casar
Com a Carochinha
Que é vaidosa
Mas bonitinha?

4. Passou um porco:
- Eu vou-te amar!
- Que comes tu?
- O que calhar.
-Arreda, porco,
Eu não te quero,
Melhor marido
Que tu espero.

5. Quem quer casar
Com a Carochinha
Que é vaidosa
Mas bonitinha?
Passou um cão:
- Eu vou-te amar!
- Que comes tu?
- O que calhar.
- Arreda, cão,
Eu não te quero,
Melhor marido
Que tu espero.

6. Quem quer casar
Com a Carochinha
Que é vaidosa
Mas bonitinha?
Passou um galo:
- Eu vou-te amar!
- Que comes tu?
- O que calhar.
- Arreda, galo,
Eu não te quero,
Melhor marido
Que tu espero.

7. Quem quer casar
Com a Carochinha
Que é vaidosa
Mas bonitinha?
Passou um boi:
- Eu vou-te amar!
- Que comes tu?
- O que calhar.
- Arreda, boi,
Eu não te quero,
Melhor marido
Que tu espero.

8. Quem quer casar
Com a Carochinha
Que é vaidosa
Mas bonitinha?
Passou um rato:
- Eu vou-te amar!
- Que comes tu?
Só um bom jantar.
A ti , ó rato,
A ti eu quero.
Melhor marido
Já não espero.

9. Lá se casaram
Aqueles dois,
Só que o pior
Veio depois.
Domingo à tarde
Foram passear,
Mas a Carochinha
Deixou o colar.

10. - Falta-me o colar!
O que dirão!
Vai-mo já buscar,
Meu João Ratão.
Voltou a casa
O João Ratão.
Cheirou-lhe a chouriço
Lá no caldeirão.

11. Muito guloso,
Deitou-lhe a mão,
Caiu na sopa,
Ai, que aflição!
A Carochinha
Bem que esperou,
Mas o maroto
Não mais voltou.
Correu as ruas,
Foi à procura
Do maridinho
Na casa escura.

12. Buscou no quarto
E no salão,
Foi à cozinha
Ver no fogão.
Ai , meu amado
João Ratão,
Cozido, assado
No caldeirão.

13. A triste esposa
Pôs-se a chorar.
Todos à volta
Foram perguntar:
- Ó Carochinha,
Que aconteceu?
- Meu João Ratão
Cozido morreu.

14. - Ai que desgraça,
Que grande azar!
O banco disse:
- Vou-me quebrar.
- Ai que desgraça,
Que grande azar!
A porta disse:
- Vou-me fechar.
- Ai que desgraça,
Que grande azar!
A fonte disse:
- Vou já secar.

15. - Ai que desgraça,
Que grande azar!
O garfo disse:
- Vou-me espetar.
- Ai que desgraça,
Que grande azar!-
Disse o rei
Que ia a passar.
Meteu a espada
No caldeirão.
Por lá subiu
O João Ratão.

16. - Que bela sopa!-
Gritou contente.
- Ah, só foi pena
Não estar quente.
Deu um abraço
Na Carochinha
E houve baile
Lá na cozinha.

17. Trabalho realizado por:
Sara Gomes - Técnica Superior de Biblioteca
Hortênsia Ramos - Professora TIC