SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 48
Baixar para ler offline
AN02FREV001/REV 4.0
1
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
Drenagem Linfática Corporal
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
AN02FREV001/REV 4.0
2
CURSO DE
Drenagem Linfática Corporal
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
3
SUMÁRIO
1. Tecido epitelial
1.1 Epitélio de revestimento
1.2 Epitélio glandular
2. Tecido conjuntivo
2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito
2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais
2.3 Substância fundamental amorfa
2.4 Fibras do tecido conjuntivo
2.4.1 Fibras colágenas
2.4.2 Fibras reticulares
2.4.3 Fibras elásticas
2.5 Células próprias do tecido conjuntivo
3. Sistema tegumentar
3.1 Pele
3.1.1 Epiderme
3.1.2 Derme
3.2 Hipoderme (tela subcutânea)
AN02FREV001/REV 4.0
4
3.3 Anexos da pele
3.4 Funções do sistema tegumentar
3.5 Propriedades do sistema tegumentar
4. Sistema linfático
4.1 Órgãos linfóides
4.2 Linfa
4.3 Topografia do sistema linfático
4.3.1 Capilares linfáticos
4.3.2 Pré-coletores linfáticos
4.3.3 Coletores linfáticos
4.3.4 Troncos linfáticos
4.3.5 Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos)
4.4 Circulação linfática
4.5 Anatomia dos linfáticos
5. Edema
5.1 Fisiopatologia do edema
5.1.1 Aumento da pressão hidrostática
5.1.2 Redução da pressão oncótica
5.1.3 Aumento da permeabilidade capilar
5.1.4 Obstrução da drenagem linfática
AN02FREV001/REV 4.0
5
5.1.5 Aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial
6. Linfedema
7. Glossário
02_Drenagem Linfatica Corporal
1. A massagem terapêutica
2. A drenagem linfática manual
2.1 Histórico
2.2 Conceitos gerais
2.3 Efeitos da drenagem linfática manual
2.4 Indicações
2.5 Contra-indicações
2.6 Componentes da drenagem linfática manual
2.6.1 Pressão
2.6.2 Direção
2.6.3 Ritmo e freqüência
2.6.4 Repetição
2.6.5 Etapas
2.6.6 Caminho
2.6.7 Tempo
AN02FREV001/REV 4.0
6
2.6.8 Produtos
2.6.9 Manobras de evacuação
2.6.10 Manobras de captação
3. A drenagem linfática reversa
4. Medidas complementares para o tratamento do linfedema
5. Avaliação físico-funcional para realização da drenagem linfática
5.1 Anamnese
5.2 Exame Físico
5.3 Perimetria
5.4 Volumetria
5.5 Modelo de protocolo de avaliação físico-funcional
6. Glossário
03_Drenagem Linfática Corporal
1. Requisitos para a massagem de drenagem linfática manual
1.1 Autopreparação
1.2 Relaxamento
1.3 O ambiente
1.4 Palpação e desenvolvimento da percepção sensorial
1.5 Exame do paciente a cada atendimento
AN02FREV001/REV 4.0
7
1.6 Preparação do paciente
2. Técnicas de drenagem linfática manual
2.1 Principais manobras da DLM segundo o método Leduc
2.2 Principais manobras da DLM segundo o método Vodder
2.3 Método Ganância
2.4 Método Godoy
3. Seqüência de manobras de drenagem linfática manual corporal
3.1 Drenagem da mama
3.2 Drenagem dos membros superiores
3.3 Drenagem do abdômen
3.4 Drenagem da região glútea
3.5 Drenagem dos membros inferiores
3.6 Drenagem da região dorsal
4. Glossário
04_Drenagem Linfática Corporal
1. Pressoterapia
1.1 Efeitos fisiológicos
1.2 Indicações
1.3 Contra-indicações
AN02FREV001/REV 4.0
8
1.4 Técnicas de aplicação
1.4.1 Pressão de insuflação
1.4.2 Tempo ligado e desligado
1.4.3 Tempo total de tratamento
1.5 Precauções
2. Depressodrenagem linfática (dermotonia)
2.1 Efeitos fisiológicos
2.2 Indicações
2.3 Contra-indicações
2.4 Técnicas de aplicação
3. Drenagem linfática seqüencial (eletroestimulação russa)
3.1 Conceitos de eletroestimulação
3.2 Efeitos fisiológicos
3.3 Indicações
3.4 Contra-indicações
3.5 Técnicas de aplicação
3.6 Precauções
4. Glossário
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
AN02FREV001/REV 4.0
9
1. Tecido epitelial
O tecido epitelial, também denominado epitélio é um dos quatro tipos de
tecidos básicos no nosso organismo, juntamente com os tecidos conjuntivo,
muscular e nervoso. É formado por células justapostas com pouca substância
intercelular entre elas. Esse tecido é avascular, sendo a nutrição de suas células
feita a partir do tecido conjuntivo adjacente, por difusão, através da membrana basal.
Esta membrana promove a adesão entre os tecidos, permitindo, contudo, a difusão
de alimentos, catabólitos e oxigênio. Os epitélios são inervados, recebendo
terminações nervosas livres que formam uma rica rede intra-epitelial.
Figura 01 – Tecido epitelial
Fonte: WIKIPÉDIA, 2008.
O tecido epitelial pode ser classificado em duas categorias: epitélio de
revestimento e epitélio glandular.
1.1 Epitélio de revestimento
O tecido epitelial de revestimento (ou proteção) é o revestimento externo
do corpo, que cobre todos os tipos de cavidades. Quando os epitélios são formados
por uma só camada de células, são classificados como epitélios simples ou
uniestratificados. Já os epitélios formados por mais de uma camada de células são
chamadas estratificados. Existem ainda epitélios que, apesar de formados por uma
única camada celular, têm células de diferentes alturas, o que dá a impressão de
AN02FREV001/REV 4.0
10
serem estratificados. Por isso, eles costumam ser denominados
pseudoestratificados.
Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em
pavimentosos, quando as células são achatadas como ladrilhos; cúbicos, quando
as células têm a forma de cubo; ou prismáticos, quando as células são alongadas,
em forma de coluna. No epitélio que reveste a bexiga, a forma das células é
originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas quando submetidas ao
estiramento causado pela dilatação do órgão. Por isso, esse tipo de epitélio é
denominado, epitélio de transição.
1.2 Epitélio glandular
Conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de
secreção. As células secretoras são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo
no interior da glândula é denominado estroma. O estroma sustenta também vasos
sangüíneos, linfáticos e nervos.
As moléculas a serem secretadas geralmente são armazenadas nas células
em pequenas vesículas envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de
secreção. As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar
proteínas, lipídios ou complexos de carboidratos e proteínas.
Existem parâmetros para classificar os diferentes tipos glandulares, como o
número de células e o local onde a secreção é lançada.
Quanto à organização das células, as glândulas podem ser unicelulares
(a secreção é realizada por células especializadas. Espalhadas entre outras células
não-secretoras) ou multicelulares (
Quanto ao local em que a secreção é lançada, as glândulas podem ser
classificadas como e
a secreção é realizada por um conjunto de
células).
ndócrinas (glândulas sem ductos em que a secreção é lançada
na corrente sangüínea e é distribuída para todo o corpo. A secreção endócrina é a
secreção de hormônios, que atuam em locais distantes de onde foram produzidos);
ou exócrinas (glândulas com ducto excretor que transportam a secreção glandular
para a superfície do corpo ou para o interior de um órgão).
Quanto à função as glândulas podem ser:
AN02FREV001/REV 4.0
11
- holócrinas quando as células são eliminadas juntamente com os produtos
de secreção. As células eliminadas são substituídas a partir de células-fonte
existentes na glândula;
- apócrinas, quando as células eliminam, juntamente com os produtos de
secreção, parte do citoplasma no qual a secreção fica acumulada; ou
- merócrinas, quando as células eliminam somente o produto de secreção,
permanecendo o restante da célula intacto.
2. Tecido conjuntivo
Ao contrário dos epitélios, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por
apresentar elevada quantidade de substância intercelular. As células que constituem
esses tecidos possuem formas e funções bastante variadas. Trata-se, portanto, de
um tecido com diversas especializações. Entre suas funções estão: preenchimento,
estabelecimento de conexão entre os diversos tipos de tecidos ou órgãos,
sustentação (osso e cartilagem), transporte de substâncias (sangue) e auxílio na
defesa orgânica (glóbulos brancos).
Pode ser dividido em:
Figura 02 – Tecido conjuntivo
Fonte: UFBA, 2008.
2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito
O tecido conjuntivo propriamente dito é, dos tecidos conjuntivos, o menos
diferenciado e o mais genérico, preenchendo todos os espaços entre os tecidos
restantes. Logo, está presente em todos os órgãos, e abaixo da derme,
estabelecendo a ligação entre eles. Permite igualmente o transporte de metabólitos
e participa na defesa do organismo. É constituído por vários tipos de células que
AN02FREV001/REV 4.0
12
encontram-se imersas em uma substância intercelular, designada como matriz
extracelular.
Pode ser classificado como frouxo (tecido de consistência delicada, flexível
e pouco resistente às trações) ou denso (com predominância acentuada de fibras
colágenas. Os conjuntivos densos podem ser irregulares, com feixes colágenos em
trama tridimensional, conferindo ao tecido, resistência às trações em qualquer
direção ou regulares, com feixes colágenos seguindo uma organização fixa, em
respostas a trações exercidas em um mesmo sentido, como por exemplo, nos
tendões).
2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais
Enquadram-se neste grupo os tecidos adiposo, elástico, reticular,
mucoso, cartilaginoso e ósseo.
O tecido adiposo apresenta células adiposas (adipócitos), que armazenam
gordura. Estas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de
acordo com o metabolismo do indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes
do corpo. Suas principais funções são de isolante térmico, de proteção dos órgãos
contra choques mecânicos e de reserva energética.
O tecido elástico é formado por fibras elásticas grossas, por fibras
colágenas finas e por fibroblastos. Também é um tecido pouco freqüente, sendo
encontrado nos ligamentos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis.
O tecido reticular é formado por fibras reticulares e por células reticulares.
É um tecido muito delicado que forma uma rede para sustentar as células. Encontra-
se nos órgãos que formam as células do sangue (medula óssea).
O tecido mucoso tem aspecto gelatinoso, e é o principal constituinte do
cordão umbilical. Também é encontrado na polpa dental jovem. Neste tecido há
predominância de substância fundamental amorfa e poucas fibras.
O tecido cartilaginoso é formado por células denominadas condroblastos e
condrócitos. Os condroblastos produzem grande quantidade de fibras protéicas;
quando sua atividade metabólica diminui, passam a ser denominados condrócitos. O
tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos e de nervos; é nutrido pelo
tecido conjuntivo denso que o envolve.
AN02FREV001/REV 4.0
13
O tecido ósseo é o principal componente dos ossos. É bem mais resistente
que o cartilaginoso, pois é constituído de uma matriz rígida (formada basicamente
por fibras colágenas e sais de cálcio), e composto por vários tipos de células;
osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.
2.3 Substância fundamental amorfa
A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas
e colágenas, funcionando como lubrificante para esta microarquitetura móvel. É
formada pelo fluido intersticial, acido hialurônico e complexos de
glicosaminoglicanas e proteínas, denominados proteoglicanas e glicoproteínas.
Caracteriza-se por uma substância incolor, transparente e homogênea que
representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos
tecidos. Apresenta-se como um elemento não fibroso da matriz, em que as células e
outros elementos estão mergulhados.
2.4Fibras do tecido conjuntivo
São proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas presentes
em proporções variáveis nos diversos tipos de tecido conjuntivo. Podem ser
classificadas em três tipos principais: colágenas, reticulares e elásticas. Como as
fibras colágenas e reticulares são constituídas de colágeno, existem na verdade
apenas dois tipos de sistemas de fibras: o sistema colágeno e o sistema elástico.
2.4.1 Fibras colágenas
São as fibras mais freqüentes no tecido conjuntivo. São brancas e alongadas
e têm diâmetro entre 01 e 20um (micrômetro) mostrando uma estriação longitudinal,
pois são constituídas por fibrilas. São constituídas por colágeno que é uma
glicoproteína formada principalmente pelo aminoácido glicina. O colágeno é a
proteína mais abundante do corpo humano, representando 30% das proteínas totais.
AN02FREV001/REV 4.0
14
Representa cerca de 70% do peso da pele seca e tem como função fornecer
resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos.
Os tipos de colágenos mais freqüentes são:
- tipo I, que é o mais abundante e representam 90% do total de colágeno do
organismo, encontrado nos tendões, ligamentos, derme, cápsula de órgãos, tecido
conjuntivo frouxo, ossos, dentina e outros. É sintetizado pelos fibroblastos,
odontoblastos e osteoblastos;
- tipo II é encontrado nas cartilagens: hialina e elástica. É sintetizado pelas
células cartilaginosas;
- tipo III forma as fibras reticulares e é produzido pelos fibroblastos e células
reticulares;
- tipo IV está presente nas lâminas basais e no tecido epitelial (não faz parte
do tecido conjuntivo) e é sintetizado pelas células do último;
- tipo V associa-se ao colágeno do tipo I para formar as fibrilas e é
sintetizado pelos fibroblastos; e
- tipo VI, encontrado junto com o colágeno do tipo II e produzido pelos
condroblastos.
2.4.2 Fibras reticulares
Fibras anastomosadas umas às outras que se dispõem formando uma
estrutura semelhante a uma rede. Possuem diâmetro de 0,5 a 2 um. São formadas
por colágeno do tipo III, associado e elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço
dos órgãos hemopoiéticos (baço, linfonodos, medula vermelha...) e redes em torno
das células musculares e órgãos epiteliais (fígado, glândulas endócrinas). São fibras
curtas, finas e inelásticas, compostas principalmente por um tipo de colágeno
denominado reticulina.
2.4.3 Fibras elásticas
AN02FREV001/REV 4.0
15
Fibras delgadas, que se distinguem facilmente dos outros tipos de fibras por
não apresentar estriações longitudinais. Possuem cor amarelada e são sintetizadas
por diversas células (condrócitos, fibroblastos e células musculares lisas). Seu
principal componente é a elastina que é bem mais resistente que o colágeno, mas é
facilmente hidrolisada pela elastase (enzima pancreática). Essas fibras cedem
facilmente a trações mínimas, porém retornam rapidamente à sua forma original, tão
logo cessem as forças deformantes.
As fibras elásticas são formadas por fibrotúbulos com 10nm de espessura,
envolvendo uma parte central amorfa (constituída de elastina). O sistema elástico
apresenta ainda as fibras elaunínicas, encontradas na pele (formadas de
fibrotúbulos e elastina) e as oxitalânicas (só fibrotúbulos) encontradas no ligamento
periodontal e nos tendões.
2.2Células próprias do tecido conjuntivo
As células mais comuns do conjuntivo são os fibroblastos, responsáveis
pela formação das fibras e do material intercelular amorfo. Eles sintetizam colágeno,
mucopolissacarídeos e fibras elásticas. É dotado de certa mobilidade. Quando
inativo, o fibroblasto passa a se chamar fibrócito.
O fibroblasto tem prolongamentos citoplasmáticos, seu núcleo é claro,
grande, de forma ovóide com a cromatina e nucléolo evidente. É rico em retículos
endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi é bem desenvolvido. Já o fibrócito,
é menor, tende a ser fusiforme com menos prolongamentos. Seu núcleo é menor,
alongado e escuro; seu citoplasma é acidófilo, deficiente em retículos
endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi. Contudo, mediante estímulos de
cicatrização, o fibrócito reassume aspecto de fibroblasto. Nos adultos, os fibroblastos
não se dividem com freqüência, entrando em mitose apenas quando há lesão do
tecido conjuntivo.
O miofibroblasto é uma célula com características entre o fibroblasto e a
célula muscular lisa (tem actina e miosina), sendo responsável pelo fechamento das
feridas.
Figura 03 – Componentes do tecido conjuntivo
AN02FREV001/REV 4.0
16
Fonte: BARLACH, GIANESI e MURA, 2008.
Além dos fibroblastos, dentro do tecido conjuntivo há os macrófagos, que
desempenham papel importante na remoção de elementos intercelulares que se
formam nos processos involutivos fisiológicos, como o retorno do útero ao tamanho
original, após a gestação; as células mesenquimatosas indiferenciadas que
possuem a capacidade de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo; os
mastócitos; plasmócitos e leucócitos, que atuam nos processos inflamatórios e
infecciosos; e finalmente os adipócitos que são células derivadas dos
fibroblastos, que compõem o tecido adiposo e são especializadas no
armazenamento de gorduras neutras.
3. Sistema tegumentar
O sistema tegumentar é formado pela pele e pela hipoderme (tela
subcutânea), juntamente com os anexos cutâneos. O tegumento constitui o manto
contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio
ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais
(narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva
mucosa. As principais funções do sistema tegumentar são: proteção, regulação da
temperatura do organismo, excreção, sensibilidade tátil e produção de vitamina D.
Figura 04 – Estrutura do sistema tegumentar
AN02FREV001/REV 4.0
17
Fonte: WIKIPÉDIA, 2008.
A pele possui uma porção epitelial, a epiderme e uma porção conjuntiva, a
derme. Abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme (tela
subcutânea), que embora tenha a mesma morfologia da derme, não faz parte da
pele, que é formada por apenas duas camadas. A hipoderme serve de suporte da
derme com os órgãos subjacentes, além de permitir a pele uma considerável
amplitude de movimento.
As unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas constituem os
anexos cutâneos. A abertura dos folículos pilossebáceos e das glândulas
sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como poros.
3.1 Pele
A pele, cútis ou tez é o órgão de revestimento externo do corpo,
constituindo o maior órgão do corpo humano e o mais pesado, principal responsável
pela proteção do organismo. Representa aproximadamente 12% do peso seco total
do corpo. A pele protege o corpo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios
solares ultravioletas, graças a uma camada de queratina relativamente impermeável
que recobre a epiderme.
AN02FREV001/REV 4.0
18
Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para
regular a temperatura corporal, por meio de vasos e glândulas, oferecendo uma
grande superfície de dispersão calórica e evaporação. A função protetora da pele é
desempenhada por intermédio da percepção sensorial exercida pelos numerosos
receptores especializados e terminações nervosas que fazem da pele uma estrutura:
sensorial, tátil, térmica, dolorosa e de pressão.
Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme, que é a camada
superficial composta de células epiteliais intimamente unidas e a derme que é a
camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular.
3.1.1 Epiderme
Superfície mais externa da pele, formada por um revestimento de células
sobrepostas. É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, de
origem ectodérmica. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os
melanócitos, as células de Langerhans e de Merkel. A espessura e a estrutura da
epiderme variam com o local do corpo, sendo mais espessa e complexa na palma
da mão e planta do pé. Com essas características, as principais funções do epitélio
incluem a absorção, difusão, excreção, filtração, secreção e proteção. É formada por
quatro camadas:
A camada córnea é a mais superficial. Embora seja de pequena espessura,
sua capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Essa
camada forma uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o
organismo contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As
células mais superficiais são continuamente eliminadas como resultado da abrasão,
como pelo atrito com a roupa e substituídas por células oriundas das camadas mais
profundas da epiderme.
Logo abaixo, está à camada granulosa, caracterizada pela presença de
células poligonais com núcleo central, nitidamente achatadas, em cujo citoplasma
são observados grânulos grosseiros e basófilos. São os grânulos de querato-
hialina, que contribuem para a constituição do material interfilamento da camada
córnea.
Estes grânulos são expulsos das células e formam uma camada de
substância intercelular que age vedando esta camada de células, impedindo a
AN02FREV001/REV 4.0
19
passagem de compostos, inclusive a água, entre elas. As células da camada
granulosa e também as da parte mais alta da camada espinhosa apresentam uma
camada protéica, elétron-densa, com 10nm de espessura, presa à superfície interna
da membrana celular. Este material protéico confere grande resistência à membrana
celular.
Abaixo da camada granulosa, está a camada espinhosa constituída por
quatro a oito fileiras de células poligonais cubóides ou ligeiramente achatadas, de
núcleo central com pequenas expansões citoplasmáticas que contêm tonofibrilas
partindo de cada uma das células adjacentes. Essas expansões se aproximam e se
mantém unidas através dos desmossomas, o que dá à célula um aspecto espinhoso.
As tonofibrilas e os desmossomas têm importante função na manutenção
da coesão das células da epiderme e, conseqüentemente, na sua resistência ao
atrito. Observa-se que, quanto maior a ação de pressões e fricções sobre a
epiderme, maior é a sua camada espinhosa.
A camada germinativa (basal) é a camada mais profunda da epiderme e
apresenta intensa atividade mitótica gerando novas células. É responsável pela
constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir as que são
perdidas na camada córnea. Nesse processo, as células partem da camada
germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num
período de 21 a 28 dias. É constituída por células prismáticas ou cubóides que
repousam sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme. Os
queratinócitos e os melanócitos são as células dessa camada que repousam em
fileira única.
3.1.2 Derme
É uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a
epiderme. Está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada
de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme há fibras elásticas, reticulares e
muitas fibras colágenas. Apresenta vasos sangüíneos, linfáticos e inervações.
Contem glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é
muito irregular e varia de região para região.
AN02FREV001/REV 4.0
20
Em contraste com a epiderme, a derme desenvolve-se a partir da
mesoderme embrionária, assim como os músculos e o esqueleto. A espessura da
derme varia em diferentes locais, mas em média é de cerca de 2 mm. É composta
de duas camadas indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular.
A mais externa é a camada papilar, constituída por tecido conjuntivo frouxo
e assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua parte mais
importante. A função das papilas é aumentar a zona de contato da derme com a
epiderme, trazendo maior resistência à pele. Estende-se pouco abaixo das bases da
papila onde se une à camada reticular. Apresenta rico suprimento sangüíneo. A
camada reticular é a mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, e é
assim denominada devido ao fato de que os feixes de fibras colágenas que a
compõem entrelaçam-se como uma rede.
3.2 Hipoderme (tela subcutânea)
Tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido conjuntivo que varia
do tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A
hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas subjacentes. Pode ter
uma camada variável de tecido adiposo dependendo da região do corpo. Além da
função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento
térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento
para a fixação de órgãos. Em algumas regiões como no abdome e na nádega, o
acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pode ser muito amplo. A hipoderme é
bem suprida de vasos sangüíneos e terminações nervosas.
Compõe-se por duas camadas: A superficial é chamada de areolar e possui
adipócitos globulares e volumosos, e é ricamente irrigada; A mais profunda é
chamada de lamelar e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso.
3.3 Anexos da pele
Na pele existem várias estruturas anexas: os pêlos, as unhas e as
glândulas.
Os pêlos se originam de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso.
AN02FREV001/REV 4.0
21
São visíveis externamente por sua haste e estão distribuídos por quase todo o
corpo. Em certas regiões exercem papel de proteção, principalmente nas aberturas
do corpo.
As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua
extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o
eponíquo (cutícula). Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por
semana.
As glândulas sebáceas são encontradas anexas aos pêlos em todas as
regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde
os pêlos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja
função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida.
As glândulas sudoríparas distribuem-se em quase todo o corpo. Seu
número varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos
simpáticos faz com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio,
uréia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do
meio e atividade muscular.
3.4 Funções do sistema tegumentar
Sensibilidade: as sensações cutâneas como: tato, dor, calor e frio são
captados por receptores especializados. Os receptores para dor são terminações
nervosas livres situadas abaixo da epiderme. As sensações táteis são dadas pelos
corpúsculos de Paccini e de Meissner, a sensação de frio pelos corpúsculos de
Krause e a de calor pelos de Ruffini.
Proteção: a pele cobre o corpo e fornece uma barreira física que protege os
tecidos subjacentes de abrasão física, invasão bacteriana, desidratação e radiação
UV.
Regulação da temperatura corporal: a pele desempenha um papel
importante na regulação da temperatura corporal. O calor é perdido através da pele
pelos processos de radiação, convecção, condução e evaporação. A sudorese é um
processo útil somente quando o suor pode evaporar. As alterações no fluxo
sangüíneo na pele também auxiliam a regular a temperatura corporal.
AN02FREV001/REV 4.0
22
Excreção: a pele contém dois tipos de glândulas sudoríparas: as glândulas
écrinas, que são glândulas sudoríparas pequenas, e as apócrinas, ou glândulas
sudoríparas grandes. As glândulas estão distribuídas por todo o corpo e são as
verdadeiras secretoras que produzem o suor transparente e aquoso, responsável
pela regulação térmica.
Imunidade: certas células da epiderme (células de Langerhans) são
componentes importantes do sistema imunológico, que expulsa os elementos
invasores do corpo.
Absorção percutânea: esta se refere à penetração de substâncias através
da pele, o que permite que elas entrem na corrente sangüínea. O estrato córneo é a
principal barreira à difusão.
Síntese de vitamina D: a exposição da pele à radiação ultravioleta (UV)
auxilia na produção de vitamina D, uma substância que ajuda na absorção de cálcio
e fósforo no sistema digestório, e para a circulação sangüínea.
3.5 Propriedades físicas do sistema tegumentar
A tensão e a elasticidade são propriedades físicas relacionadas com:
macromoléculas estruturais, colágeno e elastina contidas na pele. A tensão é a
característica que explica o fato da pele resistir ao estiramento por ação de forças
fracas. A tensão varia em áreas diferentes, sendo mais marcantes nos locais em que
a pele contém fibras elásticas densas, em particular em regiões na qual a pele é
fina.
4. Sistema linfático
O sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, pela qual:
líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas ao
sistema venoso. É um sistema fechado, intimamente ligado a circulação sangüínea e
importante na manutenção da homeostase corporal. Tem sua origem embrionária no
mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos.
AN02FREV001/REV 4.0
23
Suas principais funções são:
Promover o retorno de líquido dos tecidos para a circulação: cerca de
10% do líquido que extravasa dos capilares para o tecido retorna para a circulação
através dos capilares linfáticos. A linfa da parte inferior do corpo flui pelo canal
torácico e retorna à circulação nas grandes veias do pescoço (jugular interna
esquerda e subclávia). A linfa do lado esquerdo do corpo também entra no canal
torácico. A linfa do lado direito flui pelo canal linfático direito e retorna à circulação na
junção da veia subclávia direita e da veia jugular interna direita;
Promover a remoção de proteínas e outras substâncias de alto peso
molecular do Líquido Extra Celular (LEC): os vasos linfáticos têm paredes finas e
com extremidades fechadas (em dedo de luva). A borda de uma célula endotelial
sobrepõe-se à borda da célula adjacente, formando uma válvula que se abre para o
interior do capilar. As substâncias de alto peso molecular penetram nos linfáticos por
estas aberturas;
Transportar lipídios do intestino para a circulação sangüínea: os
lipídios absorvidos na forma de quilomicrons são lançados diretamente na circulação
linfática, ao contrário dos outros nutrientes, que caem direto na circulação
sangüínea;
Destruir bactérias e remover outras partículas por filtração nos linfonodos,
além de participar de reações imunológicas de defesa.
O sistema linfático não possui um elemento de bombeamento como o
sistema circulatório sangüíneo. A circulação linfática acontece por meio de
contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos
linfáticos.
AN02FREV001/REV 4.0
24
Figura 05 – Distribuição do sistema linfático
Fonte: JÚNIOR e CASTRO, 2008.
4.1 Órgãos linfóides
Os órgãos linfóides são o baço, timo e tonsilas (amídalas). Tais órgãos não
possuem associação direta com os vasos do sistema linfático ou com a linfa, mas
fazem parte do sistema imune do organismo. A produção de linfócitos é a principal
função dos tecidos linfóides e órgãos linfáticos.
Os linfócitos têm importante papel no desenvolvimento das respostas
imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes. A ação dos tecidos
linfáticos servindo como filtros em certas condições patológicas deram origem à
teoria de barreira, segundo a qual esses tecidos desempenham importante papel
nos mecanismos de defesa do corpo. Partículas inertes, como o carbono, bactérias,
vírus, células cancerosas e hemácias são retidas nos tecidos linfáticos.
AN02FREV001/REV 4.0
25
Os tecidos linfáticos, no entanto, só são barreiras até certo ponto, pois os
seus vasos aferentes podem permitir a disseminação de infecções e neoplasias
malignas para outros órgãos e tecidos.
O baço é um órgão linfóide situado no lado esquerdo da cavidade
abdominal, junto ao diafragma, ao nível das 9ª, 10ª e 11ª costelas. Apresentam duas
faces distintas, uma relacionada com o diafragma (face diafragmática) e outra
voltada para as vísceras abdominais (face visceral). Na face visceral localiza-se o
hilo do baço, por onde penetram vasos e nervos.
Figura 06 - Baço
Fonte: WIKIPEDIA, 2008.
O timo é uma massa bilobada de tecido linfóide localizada abaixo do
esterno, na região do mediastino anterior. Ele aumenta de tamanho durante a
infância, quando então começa a atrofiar-se lentamente, diminuindo após a
puberdade. No adulto, pode ser inteiramente substituído por tecido adiposo. O timo
confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em
células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células.
Figura 07 - Timo
AN02FREV001/REV 4.0
26
Fonte: WIKIPEDIA, 2008.
As amídalas (tonsilas) são massas pequenas de tecido linfóide incluídas da
mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea. As tonsilas palatinas estão
localizadas na parede póstero-lateral da garganta, uma em cada lado. As tonsilas
faríngeas se localizam na parte nasal da faringe. As tonsilas linguais estão
localizadas na face dorsal da língua, próxima a sua base. Compostas por tecido
linfóide e circundando a união das vias bucal e nasal, as tonsilas desempenham
papel adicional contra invasão bacteriana.
Figura 08 - Amídalas
Fonte: UNIFESP, 2008.
4.2 Linfa
O termo linfa é derivado da palavra latina lympha, que significa água –
especificamente, rio claro ou água nascente. Divide com os outros líquidos
extracelulares a responsabilidade de manter o equilíbrio do meio interno do
organismo.
É um líquido incolor e viscoso com composição quase igual a do plasma
sangüíneo que consiste principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam
do sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de
células sangüíneas. Juntamente com o líquido cefalorraquidiano, é considerada do
líquido mais nobre do organismo.
Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento
diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20
litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é
AN02FREV001/REV 4.0
27
relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular
em 24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto.
O mecanismo de formação da linfa envolve três processos simultâneos:
 Ultrafiltração: movimento de saída de água, oxigênio e nutrientes do
interior do capilar arterial para o interstício.
 Absorção venosa: movimento de entrada de água, gás carbônico,
pequenas moléculas e catabólitos do interstício para o interior do
capilar venoso, que ocorre por difusão.
 Absorção linfática: início da circulação linfática determinada pela
entrada de líquido intersticial, proteínas de alto peso molecular e
pequenas células, no interior do capilar linfático, caracterizando a
formação da linfa.
4.3 Topografia do sistema linfático
A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos
pré-coletores, que por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim nos
troncos linfáticos. Os vasos linfáticos estão ausentes no: sistema nervoso central,
músculo esquelético, medula óssea, polpa esplênica e cartilagem hialina.
AN02FREV001/REV 4.0
28
Figura 09 – Estrutura do sistema linfático
Fonte: SANCHEZ, 2008.
4.3.1 Capilares linfáticos
Os capilares linfáticos são os vasos iniciais da circulação linfática. São
pequenos vasos condutores constituídos por células endoteliais que se
sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias,
permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração
dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a
penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no
interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não
ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas.
A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os
capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à
rede capilar sangüínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos
capilares linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as
trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de
dentro para fora, como de fora para dentro do vaso.
AN02FREV001/REV 4.0
29
4.3.2 Pré-coletores linfáticos
Os pré-coletores linfáticos são vasos intermediários entre os capilares e os
coletores linfáticos. Possuem estrutura semelhante aos capilares. Seu endotélio é
recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga juntamente com
as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas que direcionam
o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos
elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e
contratibilidade.
4.3.3 Coletores linfáticos
São os vasos mais calibrosos, possuindo estrutura semelhante a das
grandes veias. Compõem-se por três camadas: a túnica íntima, mais interna, com
fibras elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas; a túnica média que
envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela
contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa e a túnica adventícia, mais externa
e espessa formada por fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas.
Os coletores podem ser pré-nodais (aferentes) ou pós-nodais (eferentes).
O coletor linfático quer superficial ou profundo, possui numerosas válvulas
bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada válvula denominados
linfangions.
As válvulas linfáticas asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja,
para o coração. Assim como para as veias, as válvulas linfáticas se projetam na
direção da corrente linfática e estão dispostas de tal maneira que permitem um
escoamento livre em direção aos grandes vasos linfáticos e impedem o refluxo. As
válvulas são semilunares e formadas por finas camadas de tecidos fibrosos,
cobertos em ambas as faces por endotélio. Estão inseridas por sua borda convexa à
parede do vaso.
Nos vasos linfáticos, as válvulas são mais numerosas próximas aos
linfonodos e são encontradas mais freqüentemente nos vasos linfáticos do pescoço
e do membro superior do que nos do membro inferior. A parede do vaso linfático
AN02FREV001/REV 4.0
30
logo acima do local de inserção de cada válvula é dilatada em uma bolsa ou seio,
que dá a esses vasos, quando distendidos, o aspecto nodoso ou em rosário.
Figura 10 – Válvulas linfáticas
Fonte: CK, 2001.
O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela
propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada
muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em
ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte.
A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula
inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e, quando estiver
totalmente cheia, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares
da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial. Esse processo
acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com
pulsações variando entre oito e vinte e duas vezes por minuto, resultando em fluxo
circulante no organismo de 2 a 5 litros de linfa em situações normais.
Ao lado do sistema linfático, outras ações podem interferir na motilidade dos
linfangions: o bombeamento do sistema arterial; o bombeamento muscular; os
movimentos respiratórios que provocam mudanças na pressão da cavidade torácica,
estimulando o ducto torácico; o peristaltismo intestinal; a massagem de drenagem
linfática e a pressão externa promovida por enfaixamentos e contensão elástica.
4.3.4 Troncos linfáticos
AN02FREV001/REV 4.0
31
Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que
recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais,
mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos
troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos
jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito.
Figura 11 – Ductos linfáticos
Fonte: CK, 2001.
O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na
junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na
cisterna do quilo, uma dilatação situada anteriormente á segunda vértebra lombar,
onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda
dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do
membro superior esquerdo.
O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo
escaleno anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita
com a veia jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que
evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e
hemitórax direito, do pescoço e da cabeça.
4.3.5 Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos)
AN02FREV001/REV 4.0
32
Aglomerados de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de
tecido conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático.
Pesquisadores afirmam existir entre 400 e 600 linfonodos no homem (entre
superficiais e profundos) os quais geralmente estão dispostos em cadeia. O número
de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é
variável, ocorrendo um importante aumento com a idade, em decorrência dos
processos patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido.
Apresentam variações: na forma, tamanho e coloração, ocorrendo
normalmente em grupos e desempenham em geral o papel de reguladores da
corrente linfática, cuja função é filtrar impurezas da linfa e produzir linfócitos, células
de defesa especializadas. Estão geralmente situados na face anterior das
articulações, ao longo do trajeto dos vasos sangüíneos, como ocorre no pescoço e
nas cavidades torácicas, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são
abundantes, sendo inclusive palpáveis.
O linfonodo é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao
tecido adiposo. É constituído por dois tipos de células: as células reticulares, cuja
atividade primordial é a fagocitose e a pinocitose e as células linfóides, que são
muito especializadas, contêm a memória imunológica e que, portanto, são
essenciais no mecanismo das reações imunológicas, podendo reagir diretamente,
ou através de anticorpos, contra um único tipo de antígeno.
Figura 12 – Linfonodo
AN02FREV001/REV 4.0
33
Fonte: UNIFESP, 2008.
4.4 Circulação linfática
As circulações linfáticas e sangüíneas estão intimamente relacionadas. As
moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo
conduzidas pelos capilares sangüíneos, e as grandes partículas alcançam a
circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam
para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz
com que, no total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema
linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a
concentração protéica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa
fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína extravasada.
Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático
proveniente de várias regiões do corpo, desemboca nos dois principais ductos
coletores do corpo humano: o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos
coletores transportam à linfa, em direção ás cadeias ganglionares.
O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o
equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas
terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e
vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desemboca no interstício, onde as
células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os
produtos de degradação celular. Em seguida, o líquido intersticial, através das
pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos.
AN02FREV001/REV 4.0
34
Figura 13 – Trocas sangüíneas e linfáticas
Fonte: BIO_LOG, 2007.
Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar
sangüíneo: a pressão hidrostática sangüínea impulsiona o fluido pela membrana
capilar, em direção ao interstício. A pressão osmótica sangüínea tende a
movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar. A pressão de filtração
surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é
a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares.
O fluxo linfático depende de fatores extrínsecos e intrínsecos. Fazem parte
dos extrínsecos:
 Contração e peristaltismo muscular: os movimentos de contração
muscular, pela própria fisiologia do movimento, influenciam a formação
AN02FREV001/REV 4.0
35
da linfa, a sua propulsão e o fluxo linfáticos. Promove movimentação dos
líquidos tanto da circulação sangüínea quanto da linfática. Essa
movimentação permite que os líquidos que se encontram em estase
alcancem os ductos linfáticos, facilitando sua drenagem.
 Gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os vasos
linfáticos: quanto maior a pressão dos espaços intersticiais, maior é a
quantidade de líquidos que alcançam os vasos, pois o líquido é formado
devido a um valor de pressão resultante, sendo grandezas diretamente
proporcionais.
 Respiração e pressões intratorácicas: os movimentos respiratórios
promovem uma ação rítmica e contínua no fluxo linfático 24 horas por
dia. Ao inspirarmos ocorre um aumento no volume pulmonar. Entre os
pulmões existe um órgão chamado cisterna do quilo, que durante essa
fase da respiração, é comprimido. Essa compressão impulsiona a linfa
no sentido antigravitacional, para o ducto torácico.
 Compressão externa dos tecidos: a compressão externa aumenta a
pressão resultante e conseqüentemente a quantidade do líquido
formado.
 Alterações térmicas: o aumento da temperatura promove uma
dilatação das arteríolas e com isso ocorre uma elevação no volume
sangüíneo e conseqüentemente um aumento do volume filtrado.
Já os intrínsecos são:
 Contractilidade dos vasos linfáticos: os vasos linfáticos realizam
contrações rítmicas as quais independem dos movimentos respiratórios
e da pulsação arterial. A linfa é conduzida na direção centrípeta, e
quanto maior é a contratilidade dos vasos, maior será a propulsão da
linfa.
 Vias acessórias de fluxo: geralmente surgem em condições
patológicas como queimaduras e processos inflamatórios, facilitando o
transporte da linfa. Em condições normais, essas vias estão inativas.
 Presença e localização das válvulas que evitam o refluxo da linfa:
as válvulas são constituídas por filamentos contráteis, se encontram no
AN02FREV001/REV 4.0
36
interior dos vasos, se abrem quando a linfa passa, e se fecham logo
após essa passagem. Esse mecanismo impede que o fluxo que está em
direção contra a gravidade retorne, facilitando seu trajeto. O fluxo da linfa
ocorre de acordo com contrações rítmicas ao longo dos vasos coletores
e pré-coletores, os quais são constituídos por músculo liso. A propulsão
da linfa é determinada pelos seguintes mecanismos: dilatação das
paredes; fechamento e abertura da válvula; fluxo linfático.
4.5 Anatomia dos linfáticos
Os linfáticos do membro superior dividem-se em superficiais, localizados
na derme e no tecido celular subcutâneo sob a aponeurose e profundos localizados
abaixo dos superficiais. A rede superficial é mais densa nos dedos e na face palmar
da mão. Existem coletores interósseos anteriores e posteriores, dois coletores
radiais e dois coletores ulnares profundos. Os principais gânglios linfáticos do
membro superior são os gânglios supra-epitrocleares e gânglios do sulco
deltopeitoral.
Os linfáticos do membro inferior compreendem: os coletores superficiais
satélites da safena interna e externa e os coletores da região glútea. Os principais
gânglios linfáticos do membro inferior são os gânglios inguinais, poplíteos, o gânglio
tibial anterior, os gânglios ilíacos e lombo-aórticos.
O tórax é drenado pela via ântero-interna diretamente pelos gânglios
situados na altura das articulações condroesternais. Os linfáticos da região
abdominal média e supra-umbilical se dirigem igualmente aos gânglios mamários
internos.
Os linfáticos da parede abdominal se dirigem da linha abdominal média
infra-umbilical aos grupos ganglionares inguinal correspondente.
A face posterior do tórax é drenada em direção aos gânglios axilares em
direção aos grupos subescapulares homolaterais.
5. Edema
AN02FREV001/REV 4.0
37
O termo edema refere-se ao acúmulo de quantidades anormais de líquido
nos espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. Macroscopicamente, o
edema apresenta-se como aumento de volume dos tecidos que cedem facilmente à
pressão localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente desaparece.
Microscopicamente o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os
constituintes celulares.
A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão
capilar, da pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade
dos capilares, do número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total de
líquido extracelular. O surgimento do edema está ligado à circulação linfática, seja
diretamente, em conseqüência do aumento do aporte líquido, ou indiretamente, em
conseqüência de uma patologia linfática específica.
O edema é resultado do desequilíbrio verificado entre o aporte de líquido
retirado dos capilares sangüíneos pela filtragem e drenagem deste líquido. O estado
de equilíbrio, ou seja, o estado fisiológico é atingido quando as vias de drenagem
são suficientes para evacuar o líquido trazido pela filtragem. Ocorre uma constante
renovação do líquido intersticial na qual as células do corpo podem retirar os
elementos necessários ao seu metabolismo. Se não houver interrupção, não
ocorrerá edema. Quando o aporte de líquido filtrado se torna mais importante e o
sistema de drenagem não aumenta em conseqüência disso, ocorre um desequilíbrio
entre a filtragem e a evacuação a expensas desta última. Os tecidos se enchem de
líquido, a pressão intratecidual aumenta e a pele se distende. O tecido incha e
ocorre o edema.
Existem dois extremos de edema: um ligado ao excesso de aporte de líquido
e outro causado por insuficiência da rede de evacuação. Esse edema ligado ao
excesso de aporte de líquido é de origem vascular. Clinicamente, ele apresenta o
sinal de Godet ou cacifo, ou seja, uma pressão aplicada com o dedo o deprime e,
após a supressão desta pressão, a depressão persiste. O outro tipo de edema
ocorre quando a drenagem é insuficiente, enquanto o aporte de filtragem é normal.
As vias linfáticas possuem um poder de adaptação muito grande: elas podem drenar
uma média de 24 a 30 litros de linfa por dia. Pode ocorrer, entretanto, que, apesar
de tudo, a rede seja insuficiente. O edema se instala se organiza e se torna fibroso,
e as possibilidades de evacuação dependerão do seu grau de evolução e de
AN02FREV001/REV 4.0
38
organização. Clinicamente, ele não apresenta o sinal de Godet, não sendo, desta
forma, possível deslocá-lo por meio de pressões.
5.1 Fisiopatologia do edema
O estudo da fisiopatologia do edema deve ser feito levando-se em conta as
principais causas deste sinal. Em condições normais, os gradientes sangue-
interstício de pressão hidrostática e oncótica e a drenagem linfática são os
responsáveis pela filtração e absorção de líquidos na microcirculação sem que haja
acúmulo excessivo de água no interstício. O edema se forma quando surgem
transtornos nesses componentes.
A origem dos edemas está relacionada com os seguintes fatores: aumento
da pressão hidrostática do sangue na microcirculação; redução da pressão oncótica
(coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; permeabilidade vascular aumentada;
alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; retenção renal de sódio e
água. Os edemas podem resultar da ação isolada de qualquer dos fatores citados,
mas é mais freqüente e grave quando há participação de mais de um deles.
5.1.1 Aumento da pressão hidrostática
A pressão hidrostática varia em virtude da posição do indivíduo. Ela irá
aumentar nas veias ao se assumir a posição ortostática, será nula ao nível da
safena interna ao deitar-se e poderá atingir valores negativos quando o indivíduo
estiver deitado com os membros inferiores levantados. O aumento da pressão
hidrostática facilita a filtração líquida para o interstício. Qualquer variação na
dinâmica do transporte de líquido ao nível da membrana capilar que puder aumentar
a pressão do líquido intersticial desde seu valor normal negativo de – 6 mmHg até
valor positivo irá produzir edema.
O aumento da pressão hidrostática relaciona-se a hiperemia ativa ou passiva
(com suas diversas causas, como calor, traumas, inflamações, varizes, oclusões
venosas etc.). O edema assim determinado pode ser localizado (por exemplo, as
obstruções venosas) ou generalizado (por exemplo, na insuficiência cardíaca
congestiva).
AN02FREV001/REV 4.0
39
5.1.2 Redução da pressão oncótica
A pressão oncótica está ligada à presença de proteínas em oposição à
filtração capilar, exercendo, em condições normais, uma pressão de
aproximadamente 25 mmHg. Qualquer diminuição das proteínas “circulantes” terá
como conseqüência à diminuição da pressão oncótica que se opõe à filtragem.
Disso resulta que a diminuição das proteínas plasmáticas aumenta a filtragem e
diminui a reabsorção.
5.1.3 Aumento da permeabilidade capilar
O aumento da permeabilidade traduz-se, morfologicamente, por ampliação
dos espaços interendoteliais, aumento da atividade pinocitótica do endotélio e
adelgaçamento da parede vascular. Quando o aumento da permeabilidade ocorre,
não apenas o líquido vaza muito rapidamente dos capilares para os espaços
teciduais, como também ocorre escapamento das proteínas plasmáticas, que se
acumulam, em excesso, nos espaços intersticiais. Por conseguinte, a
permeabilidade capilar aumentada pode ser causa de edema por pelo menos três
fatores diferentes: vazamento excessivo de líquido pelos poros dilatados para os
espaços intersticiais; pressão coloidosmótica plasmática diminuída, pela perda de
proteína; e pressão coloidosmótica intersticial aumentada, pelo acúmulo de proteína.
5.1.4 Obstrução da drenagem linfática (linfedema)
Na maioria dos edemas, o fluxo da linfa aumenta consideravelmente,
indicando que o sistema linfático desempenha nesses casos, papel antiedema.
Desde que o sistema linfático permaneça em condições de exercer sua função, a
maior oferta de líquido ao interstício ou a menor reabsorção de líquido pelos vasos
sangüíneos é compensada pelo aumento da drenagem linfática; o edema só
aparece quando é ultrapassada a capacidade de compensação do sistema linfático.
AN02FREV001/REV 4.0
40
A interferência com a drenagem linfática é uma causa óbvia de expansão do
líquido intersticial. A causa mais grave para essa condição é o bloqueio dos
linfáticos, que impede o retorno normal das proteínas à circulação.
Embora o revestimento endotelial normal seja impermeável à passagem de
proteínas, uma pequena quantidade de albumina passa para o espaço intersticial
juntamente com a troca de líquido entre os compartimentos vascular e intersticial.
Com a obstrução linfática, nem a pequena quantidade de líquido perdida do
compartimento intravascular, nem a proteína de dentro do líquido intersticial
consegue sair, assim reduzindo a pressão osmótica efetiva do sangue. Desse modo
surge o linfedema.
5.1.5 Aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial
Quando aumenta a permeabilidade capilar para macromoléculas e cresce o
conteúdo em proteínas no interstício, a pressão oncótica intersticial eleva-se,
favorecendo a retenção de líquido. As proteínas que vazam através das paredes
capilares vão ficar gradualmente acumuladas nos espaços intersticiais até que a
pressão coloidosmótica intersticial adquira valor próximo da pressão coloidosmótica
plasmática. Como resultado, os capilares perdem sua capacidade osmótica normal
de reter líquido na circulação, de modo que esse líquido passa a ficar acumulado
nos tecidos. Desta forma, a pressão oncótica plasmática diminui e a pressão
oncótica do líquido intersticial aumenta, levando ao acúmulo de líquido nos espaços
intersticiais e à conseqüente formação de edema.
6. Linfedema
Desenvolve-se a partir de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a
capacidade do sistema em drenar a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular
extravasada para o interstício e absorvida exclusivamente pelo sistema linfático
inicial, no momento em que o mesmo perde sua capacidade de escoamento, por
destruição ou obstrução da via linfática em algum ponto de seu trajeto, ocorre a
estagnação da linfa no vaso, e posterior extravasamento de volta ao interstício.
O aumento da concentração de proteína no meio vascular causado pelo
extravasamento e não absorção das mesmas. Geram alteração da pressão osmótica
e acarreta a presença definitiva de fluído no interstício, o que constitui o linfedema.
AN02FREV001/REV 4.0
41
Uma vez que a linfa é um fluído com altas concentrações de proteínas, sua
presença no interstício propicia a proliferação e cultura de germes, tornando o
membro acometido sujeito a episódios de infecção, cada uma delas aumentando a
perda de vasos linfáticos.
A presença de proteínas gera também, fibrose, tornando o edema mais duro e
menos responsivo a drenagem postural. Estudos indicam que o linfedema é o
resultado de uma combinação de fatores, e não de uma única causa. Podem ser
classificados quanto à:
 Origem: podem ser primários são subdivididos em precoce e
congênito. O linfedema precoce é de etiologia desconhecida, ocorre nos
membros inferiores, podendo ser decorrente de desequilíbrios hormonais
ou falhas no desenvolvimento dos vasos linfáticos. O linfedema
congênito aparece ao nascimento, sendo caracterizado por uma
estrutura inadequada dos vasos linfáticos. Ou secundários quando
decorrem de causas externas (lesões teciduais; patologias como a
filariose, insuficiência venosa, erisipela, linfangites ou celulites; quadros
infecciosos e inflamatórios e efeitos colaterais de tratamentos
oncológicos);
 Quanto à instalação e os achados clínicos: podem ser classificados
como agudos os linfedemas moderados e transitórios que ocorrem nos
primeiros dias após a cirurgia como resultado da incisão dos canais
linfáticos ou crônicos, que é a forma mais comum, sendo usualmente
insidioso, com ausência de dor, não sendo associado a eritemas,
normalmente, irreversível.
 Quanto à intensidade: o linfedema pode ser classificado em fases de I
a IV: Os linfedemas de fase I são os que se desenvolvem após
atividades físicas ou ao final do dia e melhoram espontaneamente ao
repouso e aos estímulos linfáticos; os de fase II são espontaneamente
irreversíveis, mas podem ser controlados com terapêuticas apropriadas.
Os de fase III são irreversíveis e mais graves. Apresentam grau elevado
de fibrose linfostática com grande estagnação da linfa nos vasos e
capilares. Possuem alterações de pele importantes, tornando-se
vulneráveis a erisipelas, eczemas, papilomatoses e fistulas linfáticas. Os
AN02FREV001/REV 4.0
42
de fase IV são as chamadas elefantíases, sendo irreversíveis e
apresentam complicações como papilomatose, queratoses, fistulas
linfáticas e angiomas. Traduz a total falência dos vasos linfáticos.
 Quanto à topografia: o linfedema de grau A ocorre em pacientes que
permanecem a maior parte do tempo sem edema, sendo portadoras de
uma insuficiência linfática crônica e compensada, apresentando todas as
medidas simétricas iguais e com ausência de edema em dorso de mão.
O linfedema de grau B ocorre em pacientes permanentemente com
edemas suaves, sem modificações estruturais da pele e do tecido
celular, tendo pelo menos uma medida desigual no braço, antebraço ou
mão. O linfedema de grau C ocorre em pacientes com modificações
estruturais definitivas da pele e tecido celular, consistindo as verdadeiras
elefantíases cirúrgicas.
7. Glossário
AN02FREV001/REV 4.0
43
Ácido hialurônico: mucopolissacarídeo natural de alta viscosidade.
Angiomas: tumor circunscrito formado por uma aglomeração de vasos sanguíneos
(hemangioma) ou linfáticos (linfangioma).
Atrofia muscular: perda do trofismo muscular decorrente da inatividade ou de
denervações centrais ou periféricas.
Avascular: relativo ao que não possui tecido de vascularização.
Capsulite: processo de aderência de pregas de uma cápsula articular, como
seqüela inflamatória, promovendo restrição de movimentos articulares normais.
Cartilagem hialina: t
Células de Langerhans:
ipo de tecido cartilaginoso cuja substância fundamental, de aparência amorfa, é muito
resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais abundante dos tecidos cartilaginosos. Constitui o anel da traquéia e
dos brônquios, assim como as partes cartilaginosas do nariz e das costelas, e recobre as superfícies ósseas articulares
(joelho, cotovelo, punho, etc.).
Catabolismo: parte do metabolismo em que predominam reações químicas de
decomposição.
células dendríticas abundantes na epiderme. Estão
normalmente presente em linfonodos, pondedo ser encontradas em outros órgãos
na condição de histiocitose.
Células de Merkel: células da epiderme que realizam síntese de catecolaminas.
Celulite: inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo
subjacente. Geralmente produzidas por um agente infeccioso e manifestadas por
dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
Cloreto de sódio: sal de sódio, que desempenha um papel biológico importante na
manutenção da pressão osmótica do sangue e tecidos e na manutenção de
AN02FREV001/REV 4.0
44
balanços eletróliticos.
Condroblastos:
Difusão: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é transportado
devido aos movimentos das moléculas de um
célula cartilaginosa jovem, de origem conjuntiva, mergulhada na substância fundamental da
cartilagem em vias de formação, da qual deriva o condrócito.
Corpúsculos de Krause: equivalentes aos corpúsculos de Meissner na pele,
presentes também nos lábios, língua e órgãos genitais. Apresenta-se como uma
dilatação com terminações nervosas ramificadas, envolta por uma cápsula
conjuntiva.
Corpúsculos de Meissner: receptores táteis, alongados ou ovóides, encontrados
dentro das papilas dérmicas. São numerosos nos dedos das mãos e dos pés.
Apresentam uma bainha fina de tecido conjuntivo e, no seu interior, células
achatadas que subdividem o corpúsculo em pequenos compartimentos transversais.
Corpúsculos de Paccini: mecanorreceptores de pressão que se apresentam sob a
forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido
conjuntivo rico em fibrilas, cujas células são contínuas com o endoneuro. Presente
nas camadas subcutânea da pele, nos ligamentos, periósteo, peritônio, mesentério,
pâncreas e outras vísceras.
Corpúsculos de Ruffini: presentes na pele e nas articulações. Os terminais são
associados com fibrilas colágenas na cápsula, confundindo-se com o colágeno
dérmico. Uma fibra mielinizada entra na cápsula e divide-se em pequenos ramos
não mielinizados. Semelhantes aos bulbos terminais de Krause, porém são mais
achatados.
fluido. Estes movimentos fazem com
que, do ponto de vista macroscópico, seja transportado soluto das zonas de
concentração mais elevada para as zonas de concentração mais baixa.
AN02FREV001/REV 4.0
45
Discrasias sangüíneas: qualquer alteração envolvendo os elementos celulares do
sangue, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Doença de Raynaud: condição que afeta o fluxo sanguíneo nas extremidades do
corpo humano — mãos e pés, assim como os dedos destes, nariz, lóbulos das
orelhas — quando submetidos a uma mudança de temperatura inferior ou estresse.
Eczema: dermatite pápulo-vesicular que ocorre como reação a muitos agentes
endógenos e exógenos, caracterizada na fase aguda por eritema, edema associado
com um exsudato seroso entre as células da epiderme (espongiose) e um infiltrado
inflamatório na derme, exsudação e vesiculação, e encrostamento e escamação; e
sinais de escoriações e hiperpigmentação ou hipopigmentação ou ambas.
Elefantíase (filariose): doença causada pelos parasitas nematóides Wuchereria
bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam
nos vasos linfáticos, causando linfedema. Esta doença é também conhecida como
elefantíase, devido ao aspecto de perna de elefante do paciente com esta doença.
Eletrólitos: condutor iônico, líquido, sólido ou pastoso, que ao ser dissolvido na
água, forma uma solução que pode conduzir eletricidade.
Erisipela (linfangite): infecção cutânea causada geralmente por bactérias de tipo
streptococcus do grupo A e aureus. Cursa usualmente com eritema, edema e dor.
Na maioria dos casos também com febre e leucocitose.
Escleroproteína: proteínas longas e filamentosas e uma das duas principais
classes de estrutura terciária de proteínas (a segunda sendo as proteínas
globulares). Encontram-se exclusivamente em animais, na construção de tecido
conectivo, tendões, matriz óssea e fibras musculares.
Fagocitose: englobamento de partículas sólidas pela célula, através da membrana
celular - a partícula é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual a matéria
digerida passa depois para o citoplasma.
AN02FREV001/REV 4.0
46
Fibrilas: pequenas fibras rearranjadas.
Fístulas linfáticas: comunicação anormal entre vasos linfáticos.
Fosfatos: sais inorgânicos do ácido fosfórico.
Glicoproteínas estruturais: são proteínas associadas a glicídios. Fibronectina é
uma proteína de aderência para colágeno e glicosaminoglicanas. A laminina é outra
responsável pela aderência das células epiteliais às lâminas basais.
Glicosaminoglicanas: são glicídios de alto peso molecular formados pela
polarização de uma unidade constituída por ácido hialurônico e hesoxamina.
Doenças relacionadas são chamadas de mucopolissacaridoses. São poliânions
(muitos grupos negativos) podendo ligar-se á muitos cátions (sódio, geralmente).
São muito hidrófilas.
Homeostase: processo sangüíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio
dinâmico constante pelo organismo.
Linfangiectasia: dilatação patológica dos vasos linfáticos.
Linfangite: processo infeccioso comprometendo um ou mais vasos linfáticos.
Linfócitos: tipo de leucócito (glóbulo branco) do sangue. Há duas categorias: os
linfócitos grande granulares e os pequenos linfócitos. Os linfócitos grande granulares
são conhecidos como Natural Killer (células NK ou exterminadoras naturais) e os
pequenos podem ser linfócitos T ou B. Exercem um papel importante na defesa do
corpo humano contra microrganismos.
Lipídios: substância orgânica que é composta de ácidos graxos, insolúvel em água,
formando uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para
produção de compostos complexos como hormônios.
AN02FREV001/REV 4.0
47
Melanócitos: célula dendrítica que produz melanina, substância pigmentar que
envolve a célula protegendo seu núcleo dos raios solares. No homem, os
melanócitos se encontram na pele, na camada basal da epiderme, no sistema
nervoso central e na retina. A melanina é um dos responsáveis pela coloração da
pele e auxiliam na proteção celular contra a radiação solar.
Mesoderma: tecido que forma folheto embrionário que se localiza entre a ectoderme
e endoderme.
Mucopolissacarídeos: polímeros de condensação que geralmente contêm
centenas de moléculas de monossacarídeos interligadas por pontes oxídicas.
Odontoblastos: célula responsável pela síntese ou produção da dentina, a camada
situada na parte de baixo do esmalte, sua principal função é a dentinogênese.
Osteoblastos: células de revestimento responsáveis pelos constituintes da matriz,
como o colágeno e a camada básica de proteoglicanos e glicoproteinas e se
originam do tecido mesenquimal. O principal produto dos osteoblastos é o colágeno
tipo 1.
Peristaltismo: contrações segmentares da musculatura lisa, que configura a
atividade motora de vísceras como: intestino e ureteres.
Pinocitose: processo de endocitose em que a célula engloba uma substância em
estado líquido por transporte ativo através da membrana celular. É um sistema de
alimentação celular complementar à fagocitose.
Plasma sanguíneo: hemocomponente rico em fatores de coagulação.
Proteínas: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos
dispostas em uma ordem específica, determinada pela seqüência base dos
nucleotídeos no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a
estrutura, função e regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada
AN02FREV001/REV 4.0
48
proteína tem uma função única. São componentes essenciais para os músculos,
pele, ossos e para o corpo como um todo. A proteína é um dos três tipos de
nutrientes usados como fontes de energia pelo corpo.
Queratose: alteração de pele, caracterizada por crescimento excessivo do epitélio
cornificado.
Sudorese: mecanismo fisiológico presente em alguns animais superiores e no ser
humano. Caracteriza a produção e eliminação de suor pelas glândulas sudoríparas.
Através da sudorese, o organismo pode perder calor para o meio externo através do
fenômeno da evaporação do suor. Além disso, as glândulas sudoríparas têm a
capacidade de filtrar do sangue algumas substâncias tóxicas resultantes do
metabolismo, como a uréia.
Sulfatos: sais inorgânicos do ácido sulfúrico
Uréia: um composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela
desaminação dos aminoácidos. É o principal produto final do catabolismo das
proteínas e constitui aproximadamente metade do total de sólidos urinários.
-----------xxxxxxx-------------

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Introdução à Aprendizagem Motora
Introdução à Aprendizagem MotoraIntrodução à Aprendizagem Motora
Introdução à Aprendizagem MotoraCassio Meira Jr.
 
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICA
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICABIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICA
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICAEdilson Porfirio
 
Musculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosMusculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosCHICLETE14
 
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosDesenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosCassio Meira Jr.
 
alavanca e sistemas osteo
alavanca e sistemas osteoalavanca e sistemas osteo
alavanca e sistemas osteoBruno Mendes
 
Protocolos avaliacao-postural
Protocolos avaliacao-posturalProtocolos avaliacao-postural
Protocolos avaliacao-posturalNuno Amaro
 
Introduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraIntroduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraHerbert Santana
 
Avaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarAvaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarJunio Alves
 
Apresentação biomecanica 2012
Apresentação biomecanica 2012Apresentação biomecanica 2012
Apresentação biomecanica 2012Felipe Dos Santos
 
Cinesiologia da musculação
Cinesiologia da musculaçãoCinesiologia da musculação
Cinesiologia da musculaçãoClaudio Pereira
 
Op aula 01 - introdução ortese prótese
Op   aula 01 - introdução ortese próteseOp   aula 01 - introdução ortese prótese
Op aula 01 - introdução ortese próteseeduardo alves medina
 

Mais procurados (20)

Postura
PosturaPostura
Postura
 
Introdução à Aprendizagem Motora
Introdução à Aprendizagem MotoraIntrodução à Aprendizagem Motora
Introdução à Aprendizagem Motora
 
Desvios posturais
Desvios posturaisDesvios posturais
Desvios posturais
 
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICA
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICABIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICA
BIOMECANICA APLICADA AO TREINAMENTO E A ED.FISICA
 
Biomecânica Básica
Biomecânica BásicaBiomecânica Básica
Biomecânica Básica
 
Musculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixosMusculacao planos e eixos
Musculacao planos e eixos
 
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicosDesenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
Desenvolvimento Motor - Introdução e conceitos básicos
 
Motricidade
MotricidadeMotricidade
Motricidade
 
alavanca e sistemas osteo
alavanca e sistemas osteoalavanca e sistemas osteo
alavanca e sistemas osteo
 
Protocolos avaliacao-postural
Protocolos avaliacao-posturalProtocolos avaliacao-postural
Protocolos avaliacao-postural
 
Introduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem MotoraIntroduçao à Apredizagem Motora
Introduçao à Apredizagem Motora
 
Avaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombarAvaliação da coluna lombar
Avaliação da coluna lombar
 
Apresentação biomecanica 2012
Apresentação biomecanica 2012Apresentação biomecanica 2012
Apresentação biomecanica 2012
 
Curso Musculacao Total
Curso Musculacao TotalCurso Musculacao Total
Curso Musculacao Total
 
Cinesiologia da musculação
Cinesiologia da musculaçãoCinesiologia da musculação
Cinesiologia da musculação
 
Aula 4 Cinematica Linear (partes 1 e 2)
Aula 4   Cinematica Linear (partes 1 e 2)Aula 4   Cinematica Linear (partes 1 e 2)
Aula 4 Cinematica Linear (partes 1 e 2)
 
Principios do-treinamento-desportivo1
Principios do-treinamento-desportivo1Principios do-treinamento-desportivo1
Principios do-treinamento-desportivo1
 
Aula 1 - Introdução a fisiologia do exercício e controle interno
Aula 1 - Introdução a fisiologia do exercício e controle internoAula 1 - Introdução a fisiologia do exercício e controle interno
Aula 1 - Introdução a fisiologia do exercício e controle interno
 
Fisiologia do exercício 03
Fisiologia do exercício 03Fisiologia do exercício 03
Fisiologia do exercício 03
 
Op aula 01 - introdução ortese prótese
Op   aula 01 - introdução ortese próteseOp   aula 01 - introdução ortese prótese
Op aula 01 - introdução ortese prótese
 

Destaque

Aula+ +drenagem--- (1)
Aula+ +drenagem--- (1)Aula+ +drenagem--- (1)
Aula+ +drenagem--- (1)elnalves
 
Palestra: Como ter resultados com Drenagem Linfática
Palestra: Como ter resultados com Drenagem LinfáticaPalestra: Como ter resultados com Drenagem Linfática
Palestra: Como ter resultados com Drenagem LinfáticaFisio Júnias
 
Drenagem linfaticamanual pratica
Drenagem linfaticamanual praticaDrenagem linfaticamanual pratica
Drenagem linfaticamanual praticaNathanael Amparo
 
Drenagem linfaticamanual teorica
Drenagem linfaticamanual teoricaDrenagem linfaticamanual teorica
Drenagem linfaticamanual teoricaNathanael Amparo
 
Stress ocupacional
Stress ocupacionalStress ocupacional
Stress ocupacionalSandro Sans
 
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica Laboral
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica LaboralFisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica Laboral
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica LaboralUniversidade Norte do Paraná
 
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no TrabalhoPalestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no TrabalhoPatrícia Sena
 
Ergonomia ginástica laboral
Ergonomia  ginástica laboralErgonomia  ginástica laboral
Ergonomia ginástica laboralelaine123fisio
 
Trabalho Power point
Trabalho Power point Trabalho Power point
Trabalho Power point Helena13dias
 

Destaque (14)

Laboral
LaboralLaboral
Laboral
 
Drenagem linfatica
Drenagem linfaticaDrenagem linfatica
Drenagem linfatica
 
Aula+ +drenagem--- (1)
Aula+ +drenagem--- (1)Aula+ +drenagem--- (1)
Aula+ +drenagem--- (1)
 
Palestra: Como ter resultados com Drenagem Linfática
Palestra: Como ter resultados com Drenagem LinfáticaPalestra: Como ter resultados com Drenagem Linfática
Palestra: Como ter resultados com Drenagem Linfática
 
Drenagem linfaticamanual pratica
Drenagem linfaticamanual praticaDrenagem linfaticamanual pratica
Drenagem linfaticamanual pratica
 
Drenagem linfática
Drenagem linfáticaDrenagem linfática
Drenagem linfática
 
Drenagem linfaticamanual teorica
Drenagem linfaticamanual teoricaDrenagem linfaticamanual teorica
Drenagem linfaticamanual teorica
 
DRENAGEM LINFATICA
DRENAGEM LINFATICADRENAGEM LINFATICA
DRENAGEM LINFATICA
 
Stress ocupacional
Stress ocupacionalStress ocupacional
Stress ocupacional
 
AURICULOTERAPIA APLICADA
AURICULOTERAPIA APLICADAAURICULOTERAPIA APLICADA
AURICULOTERAPIA APLICADA
 
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica Laboral
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica LaboralFisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica Laboral
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Ergonomia e Ginástica Laboral
 
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no TrabalhoPalestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho
Palestra sobre Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho
 
Ergonomia ginástica laboral
Ergonomia  ginástica laboralErgonomia  ginástica laboral
Ergonomia ginástica laboral
 
Trabalho Power point
Trabalho Power point Trabalho Power point
Trabalho Power point
 

Semelhante a Drenagem linfática: anatomia e fisiologia

Processos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosProcessos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosHugo Pedrosa
 
Noções de Histologia
Noções de HistologiaNoções de Histologia
Noções de Histologiaemanuel
 
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdf
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdfAULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdf
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdfIsabelCristina669515
 
Lista de Histologia Animal
Lista de Histologia AnimalLista de Histologia Animal
Lista de Histologia Animalemanuel
 
Poligrafo 2014 histologia basica
Poligrafo 2014 histologia basicaPoligrafo 2014 histologia basica
Poligrafo 2014 histologia basicaReginaReiniger
 
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivosMaria Jaqueline Mesquita
 
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células João Monteiro
 
Atividade de Biologia Tecidual .pdf
Atividade de Biologia Tecidual .pdfAtividade de Biologia Tecidual .pdf
Atividade de Biologia Tecidual .pdfManoelaLorentzen
 
Aula anatomia celula 03
Aula anatomia  celula 03Aula anatomia  celula 03
Aula anatomia celula 03Laercio Leao
 

Semelhante a Drenagem linfática: anatomia e fisiologia (20)

Processos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, TecidosProcessos Vitais, Celula, Tecidos
Processos Vitais, Celula, Tecidos
 
Noções de Histologia
Noções de HistologiaNoções de Histologia
Noções de Histologia
 
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdf
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdfAULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdf
AULA-3-BIOLOGIA-APLICADA-A-ESTÃ_TICA.pdf
 
Lista de Histologia Animal
Lista de Histologia AnimalLista de Histologia Animal
Lista de Histologia Animal
 
Citologia.ppt
Citologia.pptCitologia.ppt
Citologia.ppt
 
Resumo histologia 2
Resumo   histologia 2Resumo   histologia 2
Resumo histologia 2
 
Resumo histologia 2
Resumo   histologia 2Resumo   histologia 2
Resumo histologia 2
 
Biologia 1-6
Biologia  1-6Biologia  1-6
Biologia 1-6
 
Poligrafo 2014 histologia basica
Poligrafo 2014 histologia basicaPoligrafo 2014 histologia basica
Poligrafo 2014 histologia basica
 
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos
99257287 tecidos-epiteliais-e-tecidos-conjuntivos
 
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células
Plano de aula completo Citologia: Tipos e formas de células
 
Atividade de Biologia Tecidual .pdf
Atividade de Biologia Tecidual .pdfAtividade de Biologia Tecidual .pdf
Atividade de Biologia Tecidual .pdf
 
Resumão Citologia
Resumão CitologiaResumão Citologia
Resumão Citologia
 
Plano v adailton
Plano v adailtonPlano v adailton
Plano v adailton
 
Aula anatomia celula 03
Aula anatomia  celula 03Aula anatomia  celula 03
Aula anatomia celula 03
 
Introdução de citologia
Introdução de citologiaIntrodução de citologia
Introdução de citologia
 
Tecidos animais
Tecidos animais Tecidos animais
Tecidos animais
 
Citologia eja
Citologia   ejaCitologia   eja
Citologia eja
 
Tecido epitelial
Tecido epitelialTecido epitelial
Tecido epitelial
 
Histologia humana GAP 2023.pdf
Histologia humana GAP 2023.pdfHistologia humana GAP 2023.pdf
Histologia humana GAP 2023.pdf
 

Drenagem linfática: anatomia e fisiologia

  • 1. AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE Drenagem Linfática Corporal Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação
  • 2. AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE Drenagem Linfática Corporal Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
  • 3. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO 1. Tecido epitelial 1.1 Epitélio de revestimento 1.2 Epitélio glandular 2. Tecido conjuntivo 2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito 2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais 2.3 Substância fundamental amorfa 2.4 Fibras do tecido conjuntivo 2.4.1 Fibras colágenas 2.4.2 Fibras reticulares 2.4.3 Fibras elásticas 2.5 Células próprias do tecido conjuntivo 3. Sistema tegumentar 3.1 Pele 3.1.1 Epiderme 3.1.2 Derme 3.2 Hipoderme (tela subcutânea)
  • 4. AN02FREV001/REV 4.0 4 3.3 Anexos da pele 3.4 Funções do sistema tegumentar 3.5 Propriedades do sistema tegumentar 4. Sistema linfático 4.1 Órgãos linfóides 4.2 Linfa 4.3 Topografia do sistema linfático 4.3.1 Capilares linfáticos 4.3.2 Pré-coletores linfáticos 4.3.3 Coletores linfáticos 4.3.4 Troncos linfáticos 4.3.5 Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos) 4.4 Circulação linfática 4.5 Anatomia dos linfáticos 5. Edema 5.1 Fisiopatologia do edema 5.1.1 Aumento da pressão hidrostática 5.1.2 Redução da pressão oncótica 5.1.3 Aumento da permeabilidade capilar 5.1.4 Obstrução da drenagem linfática
  • 5. AN02FREV001/REV 4.0 5 5.1.5 Aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial 6. Linfedema 7. Glossário 02_Drenagem Linfatica Corporal 1. A massagem terapêutica 2. A drenagem linfática manual 2.1 Histórico 2.2 Conceitos gerais 2.3 Efeitos da drenagem linfática manual 2.4 Indicações 2.5 Contra-indicações 2.6 Componentes da drenagem linfática manual 2.6.1 Pressão 2.6.2 Direção 2.6.3 Ritmo e freqüência 2.6.4 Repetição 2.6.5 Etapas 2.6.6 Caminho 2.6.7 Tempo
  • 6. AN02FREV001/REV 4.0 6 2.6.8 Produtos 2.6.9 Manobras de evacuação 2.6.10 Manobras de captação 3. A drenagem linfática reversa 4. Medidas complementares para o tratamento do linfedema 5. Avaliação físico-funcional para realização da drenagem linfática 5.1 Anamnese 5.2 Exame Físico 5.3 Perimetria 5.4 Volumetria 5.5 Modelo de protocolo de avaliação físico-funcional 6. Glossário 03_Drenagem Linfática Corporal 1. Requisitos para a massagem de drenagem linfática manual 1.1 Autopreparação 1.2 Relaxamento 1.3 O ambiente 1.4 Palpação e desenvolvimento da percepção sensorial 1.5 Exame do paciente a cada atendimento
  • 7. AN02FREV001/REV 4.0 7 1.6 Preparação do paciente 2. Técnicas de drenagem linfática manual 2.1 Principais manobras da DLM segundo o método Leduc 2.2 Principais manobras da DLM segundo o método Vodder 2.3 Método Ganância 2.4 Método Godoy 3. Seqüência de manobras de drenagem linfática manual corporal 3.1 Drenagem da mama 3.2 Drenagem dos membros superiores 3.3 Drenagem do abdômen 3.4 Drenagem da região glútea 3.5 Drenagem dos membros inferiores 3.6 Drenagem da região dorsal 4. Glossário 04_Drenagem Linfática Corporal 1. Pressoterapia 1.1 Efeitos fisiológicos 1.2 Indicações 1.3 Contra-indicações
  • 8. AN02FREV001/REV 4.0 8 1.4 Técnicas de aplicação 1.4.1 Pressão de insuflação 1.4.2 Tempo ligado e desligado 1.4.3 Tempo total de tratamento 1.5 Precauções 2. Depressodrenagem linfática (dermotonia) 2.1 Efeitos fisiológicos 2.2 Indicações 2.3 Contra-indicações 2.4 Técnicas de aplicação 3. Drenagem linfática seqüencial (eletroestimulação russa) 3.1 Conceitos de eletroestimulação 3.2 Efeitos fisiológicos 3.3 Indicações 3.4 Contra-indicações 3.5 Técnicas de aplicação 3.6 Precauções 4. Glossário BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
  • 9. AN02FREV001/REV 4.0 9 1. Tecido epitelial O tecido epitelial, também denominado epitélio é um dos quatro tipos de tecidos básicos no nosso organismo, juntamente com os tecidos conjuntivo, muscular e nervoso. É formado por células justapostas com pouca substância intercelular entre elas. Esse tecido é avascular, sendo a nutrição de suas células feita a partir do tecido conjuntivo adjacente, por difusão, através da membrana basal. Esta membrana promove a adesão entre os tecidos, permitindo, contudo, a difusão de alimentos, catabólitos e oxigênio. Os epitélios são inervados, recebendo terminações nervosas livres que formam uma rica rede intra-epitelial. Figura 01 – Tecido epitelial Fonte: WIKIPÉDIA, 2008. O tecido epitelial pode ser classificado em duas categorias: epitélio de revestimento e epitélio glandular. 1.1 Epitélio de revestimento O tecido epitelial de revestimento (ou proteção) é o revestimento externo do corpo, que cobre todos os tipos de cavidades. Quando os epitélios são formados por uma só camada de células, são classificados como epitélios simples ou uniestratificados. Já os epitélios formados por mais de uma camada de células são chamadas estratificados. Existem ainda epitélios que, apesar de formados por uma única camada celular, têm células de diferentes alturas, o que dá a impressão de
  • 10. AN02FREV001/REV 4.0 10 serem estratificados. Por isso, eles costumam ser denominados pseudoestratificados. Quanto à forma das células, os epitélios podem ser classificados em pavimentosos, quando as células são achatadas como ladrilhos; cúbicos, quando as células têm a forma de cubo; ou prismáticos, quando as células são alongadas, em forma de coluna. No epitélio que reveste a bexiga, a forma das células é originalmente cúbica, mas elas se tornam achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação do órgão. Por isso, esse tipo de epitélio é denominado, epitélio de transição. 1.2 Epitélio glandular Conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de secreção. As células secretoras são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo no interior da glândula é denominado estroma. O estroma sustenta também vasos sangüíneos, linfáticos e nervos. As moléculas a serem secretadas geralmente são armazenadas nas células em pequenas vesículas envolvidas por uma membrana, chamadas grânulos de secreção. As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar proteínas, lipídios ou complexos de carboidratos e proteínas. Existem parâmetros para classificar os diferentes tipos glandulares, como o número de células e o local onde a secreção é lançada. Quanto à organização das células, as glândulas podem ser unicelulares (a secreção é realizada por células especializadas. Espalhadas entre outras células não-secretoras) ou multicelulares ( Quanto ao local em que a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas como e a secreção é realizada por um conjunto de células). ndócrinas (glândulas sem ductos em que a secreção é lançada na corrente sangüínea e é distribuída para todo o corpo. A secreção endócrina é a secreção de hormônios, que atuam em locais distantes de onde foram produzidos); ou exócrinas (glândulas com ducto excretor que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior de um órgão). Quanto à função as glândulas podem ser:
  • 11. AN02FREV001/REV 4.0 11 - holócrinas quando as células são eliminadas juntamente com os produtos de secreção. As células eliminadas são substituídas a partir de células-fonte existentes na glândula; - apócrinas, quando as células eliminam, juntamente com os produtos de secreção, parte do citoplasma no qual a secreção fica acumulada; ou - merócrinas, quando as células eliminam somente o produto de secreção, permanecendo o restante da célula intacto. 2. Tecido conjuntivo Ao contrário dos epitélios, os tecidos conjuntivos caracterizam-se por apresentar elevada quantidade de substância intercelular. As células que constituem esses tecidos possuem formas e funções bastante variadas. Trata-se, portanto, de um tecido com diversas especializações. Entre suas funções estão: preenchimento, estabelecimento de conexão entre os diversos tipos de tecidos ou órgãos, sustentação (osso e cartilagem), transporte de substâncias (sangue) e auxílio na defesa orgânica (glóbulos brancos). Pode ser dividido em: Figura 02 – Tecido conjuntivo Fonte: UFBA, 2008. 2.1 Tecido conjuntivo propriamente dito O tecido conjuntivo propriamente dito é, dos tecidos conjuntivos, o menos diferenciado e o mais genérico, preenchendo todos os espaços entre os tecidos restantes. Logo, está presente em todos os órgãos, e abaixo da derme, estabelecendo a ligação entre eles. Permite igualmente o transporte de metabólitos e participa na defesa do organismo. É constituído por vários tipos de células que
  • 12. AN02FREV001/REV 4.0 12 encontram-se imersas em uma substância intercelular, designada como matriz extracelular. Pode ser classificado como frouxo (tecido de consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações) ou denso (com predominância acentuada de fibras colágenas. Os conjuntivos densos podem ser irregulares, com feixes colágenos em trama tridimensional, conferindo ao tecido, resistência às trações em qualquer direção ou regulares, com feixes colágenos seguindo uma organização fixa, em respostas a trações exercidas em um mesmo sentido, como por exemplo, nos tendões). 2.2 Tecido conjuntivo de propriedades especiais Enquadram-se neste grupo os tecidos adiposo, elástico, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo. O tecido adiposo apresenta células adiposas (adipócitos), que armazenam gordura. Estas células possuem um vacúolo central (pode aumentar ou diminuir de acordo com o metabolismo do indivíduo). A quantidade de gordura difere nas partes do corpo. Suas principais funções são de isolante térmico, de proteção dos órgãos contra choques mecânicos e de reserva energética. O tecido elástico é formado por fibras elásticas grossas, por fibras colágenas finas e por fibroblastos. Também é um tecido pouco freqüente, sendo encontrado nos ligamentos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis. O tecido reticular é formado por fibras reticulares e por células reticulares. É um tecido muito delicado que forma uma rede para sustentar as células. Encontra- se nos órgãos que formam as células do sangue (medula óssea). O tecido mucoso tem aspecto gelatinoso, e é o principal constituinte do cordão umbilical. Também é encontrado na polpa dental jovem. Neste tecido há predominância de substância fundamental amorfa e poucas fibras. O tecido cartilaginoso é formado por células denominadas condroblastos e condrócitos. Os condroblastos produzem grande quantidade de fibras protéicas; quando sua atividade metabólica diminui, passam a ser denominados condrócitos. O tecido cartilaginoso é desprovido de vasos sanguíneos e de nervos; é nutrido pelo tecido conjuntivo denso que o envolve.
  • 13. AN02FREV001/REV 4.0 13 O tecido ósseo é o principal componente dos ossos. É bem mais resistente que o cartilaginoso, pois é constituído de uma matriz rígida (formada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio), e composto por vários tipos de células; osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 2.3 Substância fundamental amorfa A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas e colágenas, funcionando como lubrificante para esta microarquitetura móvel. É formada pelo fluido intersticial, acido hialurônico e complexos de glicosaminoglicanas e proteínas, denominados proteoglicanas e glicoproteínas. Caracteriza-se por uma substância incolor, transparente e homogênea que representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. Apresenta-se como um elemento não fibroso da matriz, em que as células e outros elementos estão mergulhados. 2.4Fibras do tecido conjuntivo São proteínas que se polimerizam formando estruturas alongadas presentes em proporções variáveis nos diversos tipos de tecido conjuntivo. Podem ser classificadas em três tipos principais: colágenas, reticulares e elásticas. Como as fibras colágenas e reticulares são constituídas de colágeno, existem na verdade apenas dois tipos de sistemas de fibras: o sistema colágeno e o sistema elástico. 2.4.1 Fibras colágenas São as fibras mais freqüentes no tecido conjuntivo. São brancas e alongadas e têm diâmetro entre 01 e 20um (micrômetro) mostrando uma estriação longitudinal, pois são constituídas por fibrilas. São constituídas por colágeno que é uma glicoproteína formada principalmente pelo aminoácido glicina. O colágeno é a proteína mais abundante do corpo humano, representando 30% das proteínas totais.
  • 14. AN02FREV001/REV 4.0 14 Representa cerca de 70% do peso da pele seca e tem como função fornecer resistência e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos. Os tipos de colágenos mais freqüentes são: - tipo I, que é o mais abundante e representam 90% do total de colágeno do organismo, encontrado nos tendões, ligamentos, derme, cápsula de órgãos, tecido conjuntivo frouxo, ossos, dentina e outros. É sintetizado pelos fibroblastos, odontoblastos e osteoblastos; - tipo II é encontrado nas cartilagens: hialina e elástica. É sintetizado pelas células cartilaginosas; - tipo III forma as fibras reticulares e é produzido pelos fibroblastos e células reticulares; - tipo IV está presente nas lâminas basais e no tecido epitelial (não faz parte do tecido conjuntivo) e é sintetizado pelas células do último; - tipo V associa-se ao colágeno do tipo I para formar as fibrilas e é sintetizado pelos fibroblastos; e - tipo VI, encontrado junto com o colágeno do tipo II e produzido pelos condroblastos. 2.4.2 Fibras reticulares Fibras anastomosadas umas às outras que se dispõem formando uma estrutura semelhante a uma rede. Possuem diâmetro de 0,5 a 2 um. São formadas por colágeno do tipo III, associado e elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço dos órgãos hemopoiéticos (baço, linfonodos, medula vermelha...) e redes em torno das células musculares e órgãos epiteliais (fígado, glândulas endócrinas). São fibras curtas, finas e inelásticas, compostas principalmente por um tipo de colágeno denominado reticulina. 2.4.3 Fibras elásticas
  • 15. AN02FREV001/REV 4.0 15 Fibras delgadas, que se distinguem facilmente dos outros tipos de fibras por não apresentar estriações longitudinais. Possuem cor amarelada e são sintetizadas por diversas células (condrócitos, fibroblastos e células musculares lisas). Seu principal componente é a elastina que é bem mais resistente que o colágeno, mas é facilmente hidrolisada pela elastase (enzima pancreática). Essas fibras cedem facilmente a trações mínimas, porém retornam rapidamente à sua forma original, tão logo cessem as forças deformantes. As fibras elásticas são formadas por fibrotúbulos com 10nm de espessura, envolvendo uma parte central amorfa (constituída de elastina). O sistema elástico apresenta ainda as fibras elaunínicas, encontradas na pele (formadas de fibrotúbulos e elastina) e as oxitalânicas (só fibrotúbulos) encontradas no ligamento periodontal e nos tendões. 2.2Células próprias do tecido conjuntivo As células mais comuns do conjuntivo são os fibroblastos, responsáveis pela formação das fibras e do material intercelular amorfo. Eles sintetizam colágeno, mucopolissacarídeos e fibras elásticas. É dotado de certa mobilidade. Quando inativo, o fibroblasto passa a se chamar fibrócito. O fibroblasto tem prolongamentos citoplasmáticos, seu núcleo é claro, grande, de forma ovóide com a cromatina e nucléolo evidente. É rico em retículos endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi é bem desenvolvido. Já o fibrócito, é menor, tende a ser fusiforme com menos prolongamentos. Seu núcleo é menor, alongado e escuro; seu citoplasma é acidófilo, deficiente em retículos endoplasmáticos rugosos e o complexo de Golgi. Contudo, mediante estímulos de cicatrização, o fibrócito reassume aspecto de fibroblasto. Nos adultos, os fibroblastos não se dividem com freqüência, entrando em mitose apenas quando há lesão do tecido conjuntivo. O miofibroblasto é uma célula com características entre o fibroblasto e a célula muscular lisa (tem actina e miosina), sendo responsável pelo fechamento das feridas. Figura 03 – Componentes do tecido conjuntivo
  • 16. AN02FREV001/REV 4.0 16 Fonte: BARLACH, GIANESI e MURA, 2008. Além dos fibroblastos, dentro do tecido conjuntivo há os macrófagos, que desempenham papel importante na remoção de elementos intercelulares que se formam nos processos involutivos fisiológicos, como o retorno do útero ao tamanho original, após a gestação; as células mesenquimatosas indiferenciadas que possuem a capacidade de originar qualquer outra célula do tecido conjuntivo; os mastócitos; plasmócitos e leucócitos, que atuam nos processos inflamatórios e infecciosos; e finalmente os adipócitos que são células derivadas dos fibroblastos, que compõem o tecido adiposo e são especializadas no armazenamento de gorduras neutras. 3. Sistema tegumentar O sistema tegumentar é formado pela pele e pela hipoderme (tela subcutânea), juntamente com os anexos cutâneos. O tegumento constitui o manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa. As principais funções do sistema tegumentar são: proteção, regulação da temperatura do organismo, excreção, sensibilidade tátil e produção de vitamina D. Figura 04 – Estrutura do sistema tegumentar
  • 17. AN02FREV001/REV 4.0 17 Fonte: WIKIPÉDIA, 2008. A pele possui uma porção epitelial, a epiderme e uma porção conjuntiva, a derme. Abaixo e em continuidade com a derme está a hipoderme (tela subcutânea), que embora tenha a mesma morfologia da derme, não faz parte da pele, que é formada por apenas duas camadas. A hipoderme serve de suporte da derme com os órgãos subjacentes, além de permitir a pele uma considerável amplitude de movimento. As unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas constituem os anexos cutâneos. A abertura dos folículos pilossebáceos e das glândulas sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como poros. 3.1 Pele A pele, cútis ou tez é o órgão de revestimento externo do corpo, constituindo o maior órgão do corpo humano e o mais pesado, principal responsável pela proteção do organismo. Representa aproximadamente 12% do peso seco total do corpo. A pele protege o corpo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas, graças a uma camada de queratina relativamente impermeável que recobre a epiderme.
  • 18. AN02FREV001/REV 4.0 18 Também recebe estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular a temperatura corporal, por meio de vasos e glândulas, oferecendo uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação. A função protetora da pele é desempenhada por intermédio da percepção sensorial exercida pelos numerosos receptores especializados e terminações nervosas que fazem da pele uma estrutura: sensorial, tátil, térmica, dolorosa e de pressão. Compõe-se por duas camadas principais: a epiderme, que é a camada superficial composta de células epiteliais intimamente unidas e a derme que é a camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso e irregular. 3.1.1 Epiderme Superfície mais externa da pele, formada por um revestimento de células sobrepostas. É constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, de origem ectodérmica. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os melanócitos, as células de Langerhans e de Merkel. A espessura e a estrutura da epiderme variam com o local do corpo, sendo mais espessa e complexa na palma da mão e planta do pé. Com essas características, as principais funções do epitélio incluem a absorção, difusão, excreção, filtração, secreção e proteção. É formada por quatro camadas: A camada córnea é a mais superficial. Embora seja de pequena espessura, sua capacidade de retenção hídrica conserva a superfície da pele macia. Essa camada forma uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e protege o organismo contra a invasão de vários tipos de agressores do meio externo. As células mais superficiais são continuamente eliminadas como resultado da abrasão, como pelo atrito com a roupa e substituídas por células oriundas das camadas mais profundas da epiderme. Logo abaixo, está à camada granulosa, caracterizada pela presença de células poligonais com núcleo central, nitidamente achatadas, em cujo citoplasma são observados grânulos grosseiros e basófilos. São os grânulos de querato- hialina, que contribuem para a constituição do material interfilamento da camada córnea. Estes grânulos são expulsos das células e formam uma camada de substância intercelular que age vedando esta camada de células, impedindo a
  • 19. AN02FREV001/REV 4.0 19 passagem de compostos, inclusive a água, entre elas. As células da camada granulosa e também as da parte mais alta da camada espinhosa apresentam uma camada protéica, elétron-densa, com 10nm de espessura, presa à superfície interna da membrana celular. Este material protéico confere grande resistência à membrana celular. Abaixo da camada granulosa, está a camada espinhosa constituída por quatro a oito fileiras de células poligonais cubóides ou ligeiramente achatadas, de núcleo central com pequenas expansões citoplasmáticas que contêm tonofibrilas partindo de cada uma das células adjacentes. Essas expansões se aproximam e se mantém unidas através dos desmossomas, o que dá à célula um aspecto espinhoso. As tonofibrilas e os desmossomas têm importante função na manutenção da coesão das células da epiderme e, conseqüentemente, na sua resistência ao atrito. Observa-se que, quanto maior a ação de pressões e fricções sobre a epiderme, maior é a sua camada espinhosa. A camada germinativa (basal) é a camada mais profunda da epiderme e apresenta intensa atividade mitótica gerando novas células. É responsável pela constante renovação da epiderme, fornecendo células para substituir as que são perdidas na camada córnea. Nesse processo, as células partem da camada germinativa e vão sendo deslocadas para a periferia até a camada córnea, num período de 21 a 28 dias. É constituída por células prismáticas ou cubóides que repousam sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme. Os queratinócitos e os melanócitos são as células dessa camada que repousam em fileira única. 3.1.2 Derme É uma espessa camada de tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a epiderme. Está conectada com a fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a hipoderme. Na derme há fibras elásticas, reticulares e muitas fibras colágenas. Apresenta vasos sangüíneos, linfáticos e inervações. Contem glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de região para região.
  • 20. AN02FREV001/REV 4.0 20 Em contraste com a epiderme, a derme desenvolve-se a partir da mesoderme embrionária, assim como os músculos e o esqueleto. A espessura da derme varia em diferentes locais, mas em média é de cerca de 2 mm. É composta de duas camadas indistintamente separadas: camada papilar e camada reticular. A mais externa é a camada papilar, constituída por tecido conjuntivo frouxo e assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua parte mais importante. A função das papilas é aumentar a zona de contato da derme com a epiderme, trazendo maior resistência à pele. Estende-se pouco abaixo das bases da papila onde se une à camada reticular. Apresenta rico suprimento sangüíneo. A camada reticular é a mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso, e é assim denominada devido ao fato de que os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede. 3.2 Hipoderme (tela subcutânea) Tecido sobre o qual a pele repousa, formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos. A hipoderme não faz parte da pele, porém a fixa às estruturas subjacentes. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo dependendo da região do corpo. Além da função de reservatório energético, a hipoderme apresenta a função de isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. Em algumas regiões como no abdome e na nádega, o acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pode ser muito amplo. A hipoderme é bem suprida de vasos sangüíneos e terminações nervosas. Compõe-se por duas camadas: A superficial é chamada de areolar e possui adipócitos globulares e volumosos, e é ricamente irrigada; A mais profunda é chamada de lamelar e é onde ocorre aumento de espessura no ganho de peso. 3.3 Anexos da pele Na pele existem várias estruturas anexas: os pêlos, as unhas e as glândulas. Os pêlos se originam de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso.
  • 21. AN02FREV001/REV 4.0 21 São visíveis externamente por sua haste e estão distribuídos por quase todo o corpo. Em certas regiões exercem papel de proteção, principalmente nas aberturas do corpo. As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo (cutícula). Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana. As glândulas sebáceas são encontradas anexas aos pêlos em todas as regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pêlos são abundantes. Sua secreção é uma mistura complexa de lipídios cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida. As glândulas sudoríparas distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos simpáticos faz com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, uréia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade muscular. 3.4 Funções do sistema tegumentar Sensibilidade: as sensações cutâneas como: tato, dor, calor e frio são captados por receptores especializados. Os receptores para dor são terminações nervosas livres situadas abaixo da epiderme. As sensações táteis são dadas pelos corpúsculos de Paccini e de Meissner, a sensação de frio pelos corpúsculos de Krause e a de calor pelos de Ruffini. Proteção: a pele cobre o corpo e fornece uma barreira física que protege os tecidos subjacentes de abrasão física, invasão bacteriana, desidratação e radiação UV. Regulação da temperatura corporal: a pele desempenha um papel importante na regulação da temperatura corporal. O calor é perdido através da pele pelos processos de radiação, convecção, condução e evaporação. A sudorese é um processo útil somente quando o suor pode evaporar. As alterações no fluxo sangüíneo na pele também auxiliam a regular a temperatura corporal.
  • 22. AN02FREV001/REV 4.0 22 Excreção: a pele contém dois tipos de glândulas sudoríparas: as glândulas écrinas, que são glândulas sudoríparas pequenas, e as apócrinas, ou glândulas sudoríparas grandes. As glândulas estão distribuídas por todo o corpo e são as verdadeiras secretoras que produzem o suor transparente e aquoso, responsável pela regulação térmica. Imunidade: certas células da epiderme (células de Langerhans) são componentes importantes do sistema imunológico, que expulsa os elementos invasores do corpo. Absorção percutânea: esta se refere à penetração de substâncias através da pele, o que permite que elas entrem na corrente sangüínea. O estrato córneo é a principal barreira à difusão. Síntese de vitamina D: a exposição da pele à radiação ultravioleta (UV) auxilia na produção de vitamina D, uma substância que ajuda na absorção de cálcio e fósforo no sistema digestório, e para a circulação sangüínea. 3.5 Propriedades físicas do sistema tegumentar A tensão e a elasticidade são propriedades físicas relacionadas com: macromoléculas estruturais, colágeno e elastina contidas na pele. A tensão é a característica que explica o fato da pele resistir ao estiramento por ação de forças fracas. A tensão varia em áreas diferentes, sendo mais marcantes nos locais em que a pele contém fibras elásticas densas, em particular em regiões na qual a pele é fina. 4. Sistema linfático O sistema linfático é uma via acessória da circulação sanguínea, pela qual: líquidos, proteínas e pequenas células provenientes do interstício são devolvidas ao sistema venoso. É um sistema fechado, intimamente ligado a circulação sangüínea e importante na manutenção da homeostase corporal. Tem sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos vasos sanguíneos.
  • 23. AN02FREV001/REV 4.0 23 Suas principais funções são: Promover o retorno de líquido dos tecidos para a circulação: cerca de 10% do líquido que extravasa dos capilares para o tecido retorna para a circulação através dos capilares linfáticos. A linfa da parte inferior do corpo flui pelo canal torácico e retorna à circulação nas grandes veias do pescoço (jugular interna esquerda e subclávia). A linfa do lado esquerdo do corpo também entra no canal torácico. A linfa do lado direito flui pelo canal linfático direito e retorna à circulação na junção da veia subclávia direita e da veia jugular interna direita; Promover a remoção de proteínas e outras substâncias de alto peso molecular do Líquido Extra Celular (LEC): os vasos linfáticos têm paredes finas e com extremidades fechadas (em dedo de luva). A borda de uma célula endotelial sobrepõe-se à borda da célula adjacente, formando uma válvula que se abre para o interior do capilar. As substâncias de alto peso molecular penetram nos linfáticos por estas aberturas; Transportar lipídios do intestino para a circulação sangüínea: os lipídios absorvidos na forma de quilomicrons são lançados diretamente na circulação linfática, ao contrário dos outros nutrientes, que caem direto na circulação sangüínea; Destruir bactérias e remover outras partículas por filtração nos linfonodos, além de participar de reações imunológicas de defesa. O sistema linfático não possui um elemento de bombeamento como o sistema circulatório sangüíneo. A circulação linfática acontece por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos.
  • 24. AN02FREV001/REV 4.0 24 Figura 05 – Distribuição do sistema linfático Fonte: JÚNIOR e CASTRO, 2008. 4.1 Órgãos linfóides Os órgãos linfóides são o baço, timo e tonsilas (amídalas). Tais órgãos não possuem associação direta com os vasos do sistema linfático ou com a linfa, mas fazem parte do sistema imune do organismo. A produção de linfócitos é a principal função dos tecidos linfóides e órgãos linfáticos. Os linfócitos têm importante papel no desenvolvimento das respostas imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes. A ação dos tecidos linfáticos servindo como filtros em certas condições patológicas deram origem à teoria de barreira, segundo a qual esses tecidos desempenham importante papel nos mecanismos de defesa do corpo. Partículas inertes, como o carbono, bactérias, vírus, células cancerosas e hemácias são retidas nos tecidos linfáticos.
  • 25. AN02FREV001/REV 4.0 25 Os tecidos linfáticos, no entanto, só são barreiras até certo ponto, pois os seus vasos aferentes podem permitir a disseminação de infecções e neoplasias malignas para outros órgãos e tecidos. O baço é um órgão linfóide situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma, ao nível das 9ª, 10ª e 11ª costelas. Apresentam duas faces distintas, uma relacionada com o diafragma (face diafragmática) e outra voltada para as vísceras abdominais (face visceral). Na face visceral localiza-se o hilo do baço, por onde penetram vasos e nervos. Figura 06 - Baço Fonte: WIKIPEDIA, 2008. O timo é uma massa bilobada de tecido linfóide localizada abaixo do esterno, na região do mediastino anterior. Ele aumenta de tamanho durante a infância, quando então começa a atrofiar-se lentamente, diminuindo após a puberdade. No adulto, pode ser inteiramente substituído por tecido adiposo. O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células. Figura 07 - Timo
  • 26. AN02FREV001/REV 4.0 26 Fonte: WIKIPEDIA, 2008. As amídalas (tonsilas) são massas pequenas de tecido linfóide incluídas da mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea. As tonsilas palatinas estão localizadas na parede póstero-lateral da garganta, uma em cada lado. As tonsilas faríngeas se localizam na parte nasal da faringe. As tonsilas linguais estão localizadas na face dorsal da língua, próxima a sua base. Compostas por tecido linfóide e circundando a união das vias bucal e nasal, as tonsilas desempenham papel adicional contra invasão bacteriana. Figura 08 - Amídalas Fonte: UNIFESP, 2008. 4.2 Linfa O termo linfa é derivado da palavra latina lympha, que significa água – especificamente, rio claro ou água nascente. Divide com os outros líquidos extracelulares a responsabilidade de manter o equilíbrio do meio interno do organismo. É um líquido incolor e viscoso com composição quase igual a do plasma sangüíneo que consiste principalmente de água, eletrólitos e proteínas que escapam do sangue através dos capilares. O que difere a linfa do sangue é a ausência de células sangüíneas. Juntamente com o líquido cefalorraquidiano, é considerada do líquido mais nobre do organismo. Representa aproximadamente 15% do peso corporal e seu escoamento diário no nível do ducto torácico fica em torno de 2 a 5 litros, podendo alcançar 20 litros em caso de um aumento patológico de demanda. O fluxo da linfa é
  • 27. AN02FREV001/REV 4.0 27 relativamente lento. Cerca de três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Em média, o fluxo total de linfa é da ordem de 1,5 ml por minuto. O mecanismo de formação da linfa envolve três processos simultâneos:  Ultrafiltração: movimento de saída de água, oxigênio e nutrientes do interior do capilar arterial para o interstício.  Absorção venosa: movimento de entrada de água, gás carbônico, pequenas moléculas e catabólitos do interstício para o interior do capilar venoso, que ocorre por difusão.  Absorção linfática: início da circulação linfática determinada pela entrada de líquido intersticial, proteínas de alto peso molecular e pequenas células, no interior do capilar linfático, caracterizando a formação da linfa. 4.3 Topografia do sistema linfático A rede linfática é formada pelos capilares linfáticos, que desembocam nos pré-coletores, que por sua vez, desembocam nos vasos coletores e por fim nos troncos linfáticos. Os vasos linfáticos estão ausentes no: sistema nervoso central, músculo esquelético, medula óssea, polpa esplênica e cartilagem hialina.
  • 28. AN02FREV001/REV 4.0 28 Figura 09 – Estrutura do sistema linfático Fonte: SANCHEZ, 2008. 4.3.1 Capilares linfáticos Os capilares linfáticos são os vasos iniciais da circulação linfática. São pequenos vasos condutores constituídos por células endoteliais que se sobrepõem em escamas, formando microválvulas que se tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento ou a tração dos filamentos de proteção. Quando tracionados, os filamentos permitem a penetração de água, partículas, pequenas células e moléculas de proteínas no interior do capilar, iniciando então a formação da linfa. O refluxo linfático não ocorre devido ao fechamento das microválvulas linfáticas. A rede capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede capilar sangüínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos. Nos capilares linfáticos, os espaços intercelulares são mais amplos, permitindo que as trocas líquidas entre o interstício e o capilar linfático ocorram facilmente não só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso.
  • 29. AN02FREV001/REV 4.0 29 4.3.2 Pré-coletores linfáticos Os pré-coletores linfáticos são vasos intermediários entre os capilares e os coletores linfáticos. Possuem estrutura semelhante aos capilares. Seu endotélio é recoberto por tecido conjuntivo, que em certos pontos se prolonga juntamente com as células endoteliais, para o lúmen do vaso, formando as válvulas que direcionam o fluxo da linfa. Seguem um trajeto sinuoso e possuem fibras colágenas, elementos elásticos e musculares, que lhe proporcionam propriedades de alongamento e contratibilidade. 4.3.3 Coletores linfáticos São os vasos mais calibrosos, possuindo estrutura semelhante a das grandes veias. Compõem-se por três camadas: a túnica íntima, mais interna, com fibras elásticas longitudinais que formam numerosas válvulas; a túnica média que envolve a anterior e possui células da musculatura lisa, responsáveis pela contratilidade do vaso e pela propulsão da linfa e a túnica adventícia, mais externa e espessa formada por fibras colágenas longitudinais e por terminações nervosas. Os coletores podem ser pré-nodais (aferentes) ou pós-nodais (eferentes). O coletor linfático quer superficial ou profundo, possui numerosas válvulas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada válvula denominados linfangions. As válvulas linfáticas asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja, para o coração. Assim como para as veias, as válvulas linfáticas se projetam na direção da corrente linfática e estão dispostas de tal maneira que permitem um escoamento livre em direção aos grandes vasos linfáticos e impedem o refluxo. As válvulas são semilunares e formadas por finas camadas de tecidos fibrosos, cobertos em ambas as faces por endotélio. Estão inseridas por sua borda convexa à parede do vaso. Nos vasos linfáticos, as válvulas são mais numerosas próximas aos linfonodos e são encontradas mais freqüentemente nos vasos linfáticos do pescoço e do membro superior do que nos do membro inferior. A parede do vaso linfático
  • 30. AN02FREV001/REV 4.0 30 logo acima do local de inserção de cada válvula é dilatada em uma bolsa ou seio, que dá a esses vasos, quando distendidos, o aspecto nodoso ou em rosário. Figura 10 – Válvulas linfáticas Fonte: CK, 2001. O linfangion é a unidade funcional do sistema linfático, responsável pela propulsão da linfa. Sua estrutura corresponde a um segmento com uma camada muscular central e válvulas formadas por prolongamentos da túnica íntima em ambas as extremidades. A borda de um linfangion forma a válvula do seguinte. A propulsão da linfa se inicia quando o linfangion apresenta sua válvula inicial aberta e a final fechada, então começa a se encher de linfa e, quando estiver totalmente cheia, a linfa pressiona suas paredes estimulando as fibras musculares da túnica média que abrem à válvula final e fecham à inicial. Esse processo acontece sucessivamente nos linfagions seguintes, num movimento peristáltico, com pulsações variando entre oito e vinte e duas vezes por minuto, resultando em fluxo circulante no organismo de 2 a 5 litros de linfa em situações normais. Ao lado do sistema linfático, outras ações podem interferir na motilidade dos linfangions: o bombeamento do sistema arterial; o bombeamento muscular; os movimentos respiratórios que provocam mudanças na pressão da cavidade torácica, estimulando o ducto torácico; o peristaltismo intestinal; a massagem de drenagem linfática e a pressão externa promovida por enfaixamentos e contensão elástica. 4.3.4 Troncos linfáticos
  • 31. AN02FREV001/REV 4.0 31 Os troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares, intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico. Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto linfático direito. Figura 11 – Ductos linfáticos Fonte: CK, 2001. O ducto torácico é o maior tronco linfático e geralmente desemboca na junção da veia jugular interna com a veia subclávia, do lado esquerdo. Origina-se na cisterna do quilo, uma dilatação situada anteriormente á segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recolhem o quilo intestinal. Recebe a linfa oriunda dos membros inferiores, do hemitronco esquerdo, do pescoço e da cabeça, além do membro superior esquerdo. O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia jugular interna direita. Seu orifício possui duas válvulas semilunares, que evitam a entrada de sangue venoso. Recolhe a linfa oriunda do membro superior e hemitórax direito, do pescoço e da cabeça. 4.3.5 Linfonodos (gânglios ou nodos linfáticos)
  • 32. AN02FREV001/REV 4.0 32 Aglomerados de tecido retículo-endotelial revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se dispõem ao longo dos vasos do sistema linfático. Pesquisadores afirmam existir entre 400 e 600 linfonodos no homem (entre superficiais e profundos) os quais geralmente estão dispostos em cadeia. O número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável, ocorrendo um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido. Apresentam variações: na forma, tamanho e coloração, ocorrendo normalmente em grupos e desempenham em geral o papel de reguladores da corrente linfática, cuja função é filtrar impurezas da linfa e produzir linfócitos, células de defesa especializadas. Estão geralmente situados na face anterior das articulações, ao longo do trajeto dos vasos sangüíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácicas, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, sendo inclusive palpáveis. O linfonodo é formado por uma cápsula conjuntiva periférica que se adere ao tecido adiposo. É constituído por dois tipos de células: as células reticulares, cuja atividade primordial é a fagocitose e a pinocitose e as células linfóides, que são muito especializadas, contêm a memória imunológica e que, portanto, são essenciais no mecanismo das reações imunológicas, podendo reagir diretamente, ou através de anticorpos, contra um único tipo de antígeno. Figura 12 – Linfonodo
  • 33. AN02FREV001/REV 4.0 33 Fonte: UNIFESP, 2008. 4.4 Circulação linfática As circulações linfáticas e sangüíneas estão intimamente relacionadas. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo conduzidas pelos capilares sangüíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação através do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena drenagem linfática é vital para o organismo ao baixar a concentração protéica média dos tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema e recupera a proteína extravasada. Ao fluir pelos capilares, pré-coletores e coletores, o fluxo linfático proveniente de várias regiões do corpo, desemboca nos dois principais ductos coletores do corpo humano: o canal linfático direito e o ducto torácico. Os ductos coletores transportam à linfa, em direção ás cadeias ganglionares. O transporte da linfa pode ser explicado pela hipótese de Starling sobre o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtração e reabsorção que ocorrem nas terminações capilares. A água, rica em elementos nutritivos, sais minerais e vitaminas, ao deixar a luz do capilar arterial, desemboca no interstício, onde as células retiram os elementos necessários ao seu metabolismo e eliminam os produtos de degradação celular. Em seguida, o líquido intersticial, através das pressões exercidas, retoma a rede de capilares venosos.
  • 34. AN02FREV001/REV 4.0 34 Figura 13 – Trocas sangüíneas e linfáticas Fonte: BIO_LOG, 2007. Várias pressões são responsáveis pelas trocas através do capilar sangüíneo: a pressão hidrostática sangüínea impulsiona o fluido pela membrana capilar, em direção ao interstício. A pressão osmótica sangüínea tende a movimentar o fluido do interstício em direção ao capilar. A pressão de filtração surge da relação entre as pressões hidrostáticas e osmóticas. A pressão tissular é a pressão exercida sobre o fluido livre nos canais tissulares. O fluxo linfático depende de fatores extrínsecos e intrínsecos. Fazem parte dos extrínsecos:  Contração e peristaltismo muscular: os movimentos de contração muscular, pela própria fisiologia do movimento, influenciam a formação
  • 35. AN02FREV001/REV 4.0 35 da linfa, a sua propulsão e o fluxo linfáticos. Promove movimentação dos líquidos tanto da circulação sangüínea quanto da linfática. Essa movimentação permite que os líquidos que se encontram em estase alcancem os ductos linfáticos, facilitando sua drenagem.  Gradiente de pressão entre os espaços intersticiais e os vasos linfáticos: quanto maior a pressão dos espaços intersticiais, maior é a quantidade de líquidos que alcançam os vasos, pois o líquido é formado devido a um valor de pressão resultante, sendo grandezas diretamente proporcionais.  Respiração e pressões intratorácicas: os movimentos respiratórios promovem uma ação rítmica e contínua no fluxo linfático 24 horas por dia. Ao inspirarmos ocorre um aumento no volume pulmonar. Entre os pulmões existe um órgão chamado cisterna do quilo, que durante essa fase da respiração, é comprimido. Essa compressão impulsiona a linfa no sentido antigravitacional, para o ducto torácico.  Compressão externa dos tecidos: a compressão externa aumenta a pressão resultante e conseqüentemente a quantidade do líquido formado.  Alterações térmicas: o aumento da temperatura promove uma dilatação das arteríolas e com isso ocorre uma elevação no volume sangüíneo e conseqüentemente um aumento do volume filtrado. Já os intrínsecos são:  Contractilidade dos vasos linfáticos: os vasos linfáticos realizam contrações rítmicas as quais independem dos movimentos respiratórios e da pulsação arterial. A linfa é conduzida na direção centrípeta, e quanto maior é a contratilidade dos vasos, maior será a propulsão da linfa.  Vias acessórias de fluxo: geralmente surgem em condições patológicas como queimaduras e processos inflamatórios, facilitando o transporte da linfa. Em condições normais, essas vias estão inativas.  Presença e localização das válvulas que evitam o refluxo da linfa: as válvulas são constituídas por filamentos contráteis, se encontram no
  • 36. AN02FREV001/REV 4.0 36 interior dos vasos, se abrem quando a linfa passa, e se fecham logo após essa passagem. Esse mecanismo impede que o fluxo que está em direção contra a gravidade retorne, facilitando seu trajeto. O fluxo da linfa ocorre de acordo com contrações rítmicas ao longo dos vasos coletores e pré-coletores, os quais são constituídos por músculo liso. A propulsão da linfa é determinada pelos seguintes mecanismos: dilatação das paredes; fechamento e abertura da válvula; fluxo linfático. 4.5 Anatomia dos linfáticos Os linfáticos do membro superior dividem-se em superficiais, localizados na derme e no tecido celular subcutâneo sob a aponeurose e profundos localizados abaixo dos superficiais. A rede superficial é mais densa nos dedos e na face palmar da mão. Existem coletores interósseos anteriores e posteriores, dois coletores radiais e dois coletores ulnares profundos. Os principais gânglios linfáticos do membro superior são os gânglios supra-epitrocleares e gânglios do sulco deltopeitoral. Os linfáticos do membro inferior compreendem: os coletores superficiais satélites da safena interna e externa e os coletores da região glútea. Os principais gânglios linfáticos do membro inferior são os gânglios inguinais, poplíteos, o gânglio tibial anterior, os gânglios ilíacos e lombo-aórticos. O tórax é drenado pela via ântero-interna diretamente pelos gânglios situados na altura das articulações condroesternais. Os linfáticos da região abdominal média e supra-umbilical se dirigem igualmente aos gânglios mamários internos. Os linfáticos da parede abdominal se dirigem da linha abdominal média infra-umbilical aos grupos ganglionares inguinal correspondente. A face posterior do tórax é drenada em direção aos gânglios axilares em direção aos grupos subescapulares homolaterais. 5. Edema
  • 37. AN02FREV001/REV 4.0 37 O termo edema refere-se ao acúmulo de quantidades anormais de líquido nos espaços intercelulares ou nas cavidades do organismo. Macroscopicamente, o edema apresenta-se como aumento de volume dos tecidos que cedem facilmente à pressão localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente desaparece. Microscopicamente o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os constituintes celulares. A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar, da pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos capilares, do número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total de líquido extracelular. O surgimento do edema está ligado à circulação linfática, seja diretamente, em conseqüência do aumento do aporte líquido, ou indiretamente, em conseqüência de uma patologia linfática específica. O edema é resultado do desequilíbrio verificado entre o aporte de líquido retirado dos capilares sangüíneos pela filtragem e drenagem deste líquido. O estado de equilíbrio, ou seja, o estado fisiológico é atingido quando as vias de drenagem são suficientes para evacuar o líquido trazido pela filtragem. Ocorre uma constante renovação do líquido intersticial na qual as células do corpo podem retirar os elementos necessários ao seu metabolismo. Se não houver interrupção, não ocorrerá edema. Quando o aporte de líquido filtrado se torna mais importante e o sistema de drenagem não aumenta em conseqüência disso, ocorre um desequilíbrio entre a filtragem e a evacuação a expensas desta última. Os tecidos se enchem de líquido, a pressão intratecidual aumenta e a pele se distende. O tecido incha e ocorre o edema. Existem dois extremos de edema: um ligado ao excesso de aporte de líquido e outro causado por insuficiência da rede de evacuação. Esse edema ligado ao excesso de aporte de líquido é de origem vascular. Clinicamente, ele apresenta o sinal de Godet ou cacifo, ou seja, uma pressão aplicada com o dedo o deprime e, após a supressão desta pressão, a depressão persiste. O outro tipo de edema ocorre quando a drenagem é insuficiente, enquanto o aporte de filtragem é normal. As vias linfáticas possuem um poder de adaptação muito grande: elas podem drenar uma média de 24 a 30 litros de linfa por dia. Pode ocorrer, entretanto, que, apesar de tudo, a rede seja insuficiente. O edema se instala se organiza e se torna fibroso, e as possibilidades de evacuação dependerão do seu grau de evolução e de
  • 38. AN02FREV001/REV 4.0 38 organização. Clinicamente, ele não apresenta o sinal de Godet, não sendo, desta forma, possível deslocá-lo por meio de pressões. 5.1 Fisiopatologia do edema O estudo da fisiopatologia do edema deve ser feito levando-se em conta as principais causas deste sinal. Em condições normais, os gradientes sangue- interstício de pressão hidrostática e oncótica e a drenagem linfática são os responsáveis pela filtração e absorção de líquidos na microcirculação sem que haja acúmulo excessivo de água no interstício. O edema se forma quando surgem transtornos nesses componentes. A origem dos edemas está relacionada com os seguintes fatores: aumento da pressão hidrostática do sangue na microcirculação; redução da pressão oncótica (coloidosmótica) das proteínas plasmáticas; permeabilidade vascular aumentada; alterações da drenagem linfática; alterações do interstício; retenção renal de sódio e água. Os edemas podem resultar da ação isolada de qualquer dos fatores citados, mas é mais freqüente e grave quando há participação de mais de um deles. 5.1.1 Aumento da pressão hidrostática A pressão hidrostática varia em virtude da posição do indivíduo. Ela irá aumentar nas veias ao se assumir a posição ortostática, será nula ao nível da safena interna ao deitar-se e poderá atingir valores negativos quando o indivíduo estiver deitado com os membros inferiores levantados. O aumento da pressão hidrostática facilita a filtração líquida para o interstício. Qualquer variação na dinâmica do transporte de líquido ao nível da membrana capilar que puder aumentar a pressão do líquido intersticial desde seu valor normal negativo de – 6 mmHg até valor positivo irá produzir edema. O aumento da pressão hidrostática relaciona-se a hiperemia ativa ou passiva (com suas diversas causas, como calor, traumas, inflamações, varizes, oclusões venosas etc.). O edema assim determinado pode ser localizado (por exemplo, as obstruções venosas) ou generalizado (por exemplo, na insuficiência cardíaca congestiva).
  • 39. AN02FREV001/REV 4.0 39 5.1.2 Redução da pressão oncótica A pressão oncótica está ligada à presença de proteínas em oposição à filtração capilar, exercendo, em condições normais, uma pressão de aproximadamente 25 mmHg. Qualquer diminuição das proteínas “circulantes” terá como conseqüência à diminuição da pressão oncótica que se opõe à filtragem. Disso resulta que a diminuição das proteínas plasmáticas aumenta a filtragem e diminui a reabsorção. 5.1.3 Aumento da permeabilidade capilar O aumento da permeabilidade traduz-se, morfologicamente, por ampliação dos espaços interendoteliais, aumento da atividade pinocitótica do endotélio e adelgaçamento da parede vascular. Quando o aumento da permeabilidade ocorre, não apenas o líquido vaza muito rapidamente dos capilares para os espaços teciduais, como também ocorre escapamento das proteínas plasmáticas, que se acumulam, em excesso, nos espaços intersticiais. Por conseguinte, a permeabilidade capilar aumentada pode ser causa de edema por pelo menos três fatores diferentes: vazamento excessivo de líquido pelos poros dilatados para os espaços intersticiais; pressão coloidosmótica plasmática diminuída, pela perda de proteína; e pressão coloidosmótica intersticial aumentada, pelo acúmulo de proteína. 5.1.4 Obstrução da drenagem linfática (linfedema) Na maioria dos edemas, o fluxo da linfa aumenta consideravelmente, indicando que o sistema linfático desempenha nesses casos, papel antiedema. Desde que o sistema linfático permaneça em condições de exercer sua função, a maior oferta de líquido ao interstício ou a menor reabsorção de líquido pelos vasos sangüíneos é compensada pelo aumento da drenagem linfática; o edema só aparece quando é ultrapassada a capacidade de compensação do sistema linfático.
  • 40. AN02FREV001/REV 4.0 40 A interferência com a drenagem linfática é uma causa óbvia de expansão do líquido intersticial. A causa mais grave para essa condição é o bloqueio dos linfáticos, que impede o retorno normal das proteínas à circulação. Embora o revestimento endotelial normal seja impermeável à passagem de proteínas, uma pequena quantidade de albumina passa para o espaço intersticial juntamente com a troca de líquido entre os compartimentos vascular e intersticial. Com a obstrução linfática, nem a pequena quantidade de líquido perdida do compartimento intravascular, nem a proteína de dentro do líquido intersticial consegue sair, assim reduzindo a pressão osmótica efetiva do sangue. Desse modo surge o linfedema. 5.1.5 Aumento da pressão coloidosmótica do líquido intersticial Quando aumenta a permeabilidade capilar para macromoléculas e cresce o conteúdo em proteínas no interstício, a pressão oncótica intersticial eleva-se, favorecendo a retenção de líquido. As proteínas que vazam através das paredes capilares vão ficar gradualmente acumuladas nos espaços intersticiais até que a pressão coloidosmótica intersticial adquira valor próximo da pressão coloidosmótica plasmática. Como resultado, os capilares perdem sua capacidade osmótica normal de reter líquido na circulação, de modo que esse líquido passa a ficar acumulado nos tecidos. Desta forma, a pressão oncótica plasmática diminui e a pressão oncótica do líquido intersticial aumenta, levando ao acúmulo de líquido nos espaços intersticiais e à conseqüente formação de edema. 6. Linfedema Desenvolve-se a partir de um desequilíbrio entre a demanda linfática e a capacidade do sistema em drenar a linfa. Sendo as proteínas de alto peso molecular extravasada para o interstício e absorvida exclusivamente pelo sistema linfático inicial, no momento em que o mesmo perde sua capacidade de escoamento, por destruição ou obstrução da via linfática em algum ponto de seu trajeto, ocorre a estagnação da linfa no vaso, e posterior extravasamento de volta ao interstício. O aumento da concentração de proteína no meio vascular causado pelo extravasamento e não absorção das mesmas. Geram alteração da pressão osmótica e acarreta a presença definitiva de fluído no interstício, o que constitui o linfedema.
  • 41. AN02FREV001/REV 4.0 41 Uma vez que a linfa é um fluído com altas concentrações de proteínas, sua presença no interstício propicia a proliferação e cultura de germes, tornando o membro acometido sujeito a episódios de infecção, cada uma delas aumentando a perda de vasos linfáticos. A presença de proteínas gera também, fibrose, tornando o edema mais duro e menos responsivo a drenagem postural. Estudos indicam que o linfedema é o resultado de uma combinação de fatores, e não de uma única causa. Podem ser classificados quanto à:  Origem: podem ser primários são subdivididos em precoce e congênito. O linfedema precoce é de etiologia desconhecida, ocorre nos membros inferiores, podendo ser decorrente de desequilíbrios hormonais ou falhas no desenvolvimento dos vasos linfáticos. O linfedema congênito aparece ao nascimento, sendo caracterizado por uma estrutura inadequada dos vasos linfáticos. Ou secundários quando decorrem de causas externas (lesões teciduais; patologias como a filariose, insuficiência venosa, erisipela, linfangites ou celulites; quadros infecciosos e inflamatórios e efeitos colaterais de tratamentos oncológicos);  Quanto à instalação e os achados clínicos: podem ser classificados como agudos os linfedemas moderados e transitórios que ocorrem nos primeiros dias após a cirurgia como resultado da incisão dos canais linfáticos ou crônicos, que é a forma mais comum, sendo usualmente insidioso, com ausência de dor, não sendo associado a eritemas, normalmente, irreversível.  Quanto à intensidade: o linfedema pode ser classificado em fases de I a IV: Os linfedemas de fase I são os que se desenvolvem após atividades físicas ou ao final do dia e melhoram espontaneamente ao repouso e aos estímulos linfáticos; os de fase II são espontaneamente irreversíveis, mas podem ser controlados com terapêuticas apropriadas. Os de fase III são irreversíveis e mais graves. Apresentam grau elevado de fibrose linfostática com grande estagnação da linfa nos vasos e capilares. Possuem alterações de pele importantes, tornando-se vulneráveis a erisipelas, eczemas, papilomatoses e fistulas linfáticas. Os
  • 42. AN02FREV001/REV 4.0 42 de fase IV são as chamadas elefantíases, sendo irreversíveis e apresentam complicações como papilomatose, queratoses, fistulas linfáticas e angiomas. Traduz a total falência dos vasos linfáticos.  Quanto à topografia: o linfedema de grau A ocorre em pacientes que permanecem a maior parte do tempo sem edema, sendo portadoras de uma insuficiência linfática crônica e compensada, apresentando todas as medidas simétricas iguais e com ausência de edema em dorso de mão. O linfedema de grau B ocorre em pacientes permanentemente com edemas suaves, sem modificações estruturais da pele e do tecido celular, tendo pelo menos uma medida desigual no braço, antebraço ou mão. O linfedema de grau C ocorre em pacientes com modificações estruturais definitivas da pele e tecido celular, consistindo as verdadeiras elefantíases cirúrgicas. 7. Glossário
  • 43. AN02FREV001/REV 4.0 43 Ácido hialurônico: mucopolissacarídeo natural de alta viscosidade. Angiomas: tumor circunscrito formado por uma aglomeração de vasos sanguíneos (hemangioma) ou linfáticos (linfangioma). Atrofia muscular: perda do trofismo muscular decorrente da inatividade ou de denervações centrais ou periféricas. Avascular: relativo ao que não possui tecido de vascularização. Capsulite: processo de aderência de pregas de uma cápsula articular, como seqüela inflamatória, promovendo restrição de movimentos articulares normais. Cartilagem hialina: t Células de Langerhans: ipo de tecido cartilaginoso cuja substância fundamental, de aparência amorfa, é muito resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais abundante dos tecidos cartilaginosos. Constitui o anel da traquéia e dos brônquios, assim como as partes cartilaginosas do nariz e das costelas, e recobre as superfícies ósseas articulares (joelho, cotovelo, punho, etc.). Catabolismo: parte do metabolismo em que predominam reações químicas de decomposição. células dendríticas abundantes na epiderme. Estão normalmente presente em linfonodos, pondedo ser encontradas em outros órgãos na condição de histiocitose. Células de Merkel: células da epiderme que realizam síntese de catecolaminas. Celulite: inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente. Geralmente produzidas por um agente infeccioso e manifestadas por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral. Cloreto de sódio: sal de sódio, que desempenha um papel biológico importante na manutenção da pressão osmótica do sangue e tecidos e na manutenção de
  • 44. AN02FREV001/REV 4.0 44 balanços eletróliticos. Condroblastos: Difusão: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um célula cartilaginosa jovem, de origem conjuntiva, mergulhada na substância fundamental da cartilagem em vias de formação, da qual deriva o condrócito. Corpúsculos de Krause: equivalentes aos corpúsculos de Meissner na pele, presentes também nos lábios, língua e órgãos genitais. Apresenta-se como uma dilatação com terminações nervosas ramificadas, envolta por uma cápsula conjuntiva. Corpúsculos de Meissner: receptores táteis, alongados ou ovóides, encontrados dentro das papilas dérmicas. São numerosos nos dedos das mãos e dos pés. Apresentam uma bainha fina de tecido conjuntivo e, no seu interior, células achatadas que subdividem o corpúsculo em pequenos compartimentos transversais. Corpúsculos de Paccini: mecanorreceptores de pressão que se apresentam sob a forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido conjuntivo rico em fibrilas, cujas células são contínuas com o endoneuro. Presente nas camadas subcutânea da pele, nos ligamentos, periósteo, peritônio, mesentério, pâncreas e outras vísceras. Corpúsculos de Ruffini: presentes na pele e nas articulações. Os terminais são associados com fibrilas colágenas na cápsula, confundindo-se com o colágeno dérmico. Uma fibra mielinizada entra na cápsula e divide-se em pequenos ramos não mielinizados. Semelhantes aos bulbos terminais de Krause, porém são mais achatados. fluido. Estes movimentos fazem com que, do ponto de vista macroscópico, seja transportado soluto das zonas de concentração mais elevada para as zonas de concentração mais baixa.
  • 45. AN02FREV001/REV 4.0 45 Discrasias sangüíneas: qualquer alteração envolvendo os elementos celulares do sangue, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Doença de Raynaud: condição que afeta o fluxo sanguíneo nas extremidades do corpo humano — mãos e pés, assim como os dedos destes, nariz, lóbulos das orelhas — quando submetidos a uma mudança de temperatura inferior ou estresse. Eczema: dermatite pápulo-vesicular que ocorre como reação a muitos agentes endógenos e exógenos, caracterizada na fase aguda por eritema, edema associado com um exsudato seroso entre as células da epiderme (espongiose) e um infiltrado inflamatório na derme, exsudação e vesiculação, e encrostamento e escamação; e sinais de escoriações e hiperpigmentação ou hipopigmentação ou ambas. Elefantíase (filariose): doença causada pelos parasitas nematóides Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, comumente chamados filária, que se alojam nos vasos linfáticos, causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de perna de elefante do paciente com esta doença. Eletrólitos: condutor iônico, líquido, sólido ou pastoso, que ao ser dissolvido na água, forma uma solução que pode conduzir eletricidade. Erisipela (linfangite): infecção cutânea causada geralmente por bactérias de tipo streptococcus do grupo A e aureus. Cursa usualmente com eritema, edema e dor. Na maioria dos casos também com febre e leucocitose. Escleroproteína: proteínas longas e filamentosas e uma das duas principais classes de estrutura terciária de proteínas (a segunda sendo as proteínas globulares). Encontram-se exclusivamente em animais, na construção de tecido conectivo, tendões, matriz óssea e fibras musculares. Fagocitose: englobamento de partículas sólidas pela célula, através da membrana celular - a partícula é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual a matéria digerida passa depois para o citoplasma.
  • 46. AN02FREV001/REV 4.0 46 Fibrilas: pequenas fibras rearranjadas. Fístulas linfáticas: comunicação anormal entre vasos linfáticos. Fosfatos: sais inorgânicos do ácido fosfórico. Glicoproteínas estruturais: são proteínas associadas a glicídios. Fibronectina é uma proteína de aderência para colágeno e glicosaminoglicanas. A laminina é outra responsável pela aderência das células epiteliais às lâminas basais. Glicosaminoglicanas: são glicídios de alto peso molecular formados pela polarização de uma unidade constituída por ácido hialurônico e hesoxamina. Doenças relacionadas são chamadas de mucopolissacaridoses. São poliânions (muitos grupos negativos) podendo ligar-se á muitos cátions (sódio, geralmente). São muito hidrófilas. Homeostase: processo sangüíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio dinâmico constante pelo organismo. Linfangiectasia: dilatação patológica dos vasos linfáticos. Linfangite: processo infeccioso comprometendo um ou mais vasos linfáticos. Linfócitos: tipo de leucócito (glóbulo branco) do sangue. Há duas categorias: os linfócitos grande granulares e os pequenos linfócitos. Os linfócitos grande granulares são conhecidos como Natural Killer (células NK ou exterminadoras naturais) e os pequenos podem ser linfócitos T ou B. Exercem um papel importante na defesa do corpo humano contra microrganismos. Lipídios: substância orgânica que é composta de ácidos graxos, insolúvel em água, formando uma reserva calórica para o organismo ou fornecendo elementos para produção de compostos complexos como hormônios.
  • 47. AN02FREV001/REV 4.0 47 Melanócitos: célula dendrítica que produz melanina, substância pigmentar que envolve a célula protegendo seu núcleo dos raios solares. No homem, os melanócitos se encontram na pele, na camada basal da epiderme, no sistema nervoso central e na retina. A melanina é um dos responsáveis pela coloração da pele e auxiliam na proteção celular contra a radiação solar. Mesoderma: tecido que forma folheto embrionário que se localiza entre a ectoderme e endoderme. Mucopolissacarídeos: polímeros de condensação que geralmente contêm centenas de moléculas de monossacarídeos interligadas por pontes oxídicas. Odontoblastos: célula responsável pela síntese ou produção da dentina, a camada situada na parte de baixo do esmalte, sua principal função é a dentinogênese. Osteoblastos: células de revestimento responsáveis pelos constituintes da matriz, como o colágeno e a camada básica de proteoglicanos e glicoproteinas e se originam do tecido mesenquimal. O principal produto dos osteoblastos é o colágeno tipo 1. Peristaltismo: contrações segmentares da musculatura lisa, que configura a atividade motora de vísceras como: intestino e ureteres. Pinocitose: processo de endocitose em que a célula engloba uma substância em estado líquido por transporte ativo através da membrana celular. É um sistema de alimentação celular complementar à fagocitose. Plasma sanguíneo: hemocomponente rico em fatores de coagulação. Proteínas: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos dispostas em uma ordem específica, determinada pela seqüência base dos nucleotídeos no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a estrutura, função e regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada
  • 48. AN02FREV001/REV 4.0 48 proteína tem uma função única. São componentes essenciais para os músculos, pele, ossos e para o corpo como um todo. A proteína é um dos três tipos de nutrientes usados como fontes de energia pelo corpo. Queratose: alteração de pele, caracterizada por crescimento excessivo do epitélio cornificado. Sudorese: mecanismo fisiológico presente em alguns animais superiores e no ser humano. Caracteriza a produção e eliminação de suor pelas glândulas sudoríparas. Através da sudorese, o organismo pode perder calor para o meio externo através do fenômeno da evaporação do suor. Além disso, as glândulas sudoríparas têm a capacidade de filtrar do sangue algumas substâncias tóxicas resultantes do metabolismo, como a uréia. Sulfatos: sais inorgânicos do ácido sulfúrico Uréia: um composto gerado no fígado a partir da amônia produzida pela desaminação dos aminoácidos. É o principal produto final do catabolismo das proteínas e constitui aproximadamente metade do total de sólidos urinários. -----------xxxxxxx-------------