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Créditos
editor
Nelson Rolim de Moura
criação, produção e supervisão editorial
Carlos Paulo
textos
Maurício Oliveira
Colaboração
Mário Speranza
fotos
Créditos na página 156
direção de arte
Oscar Rivas Beasley
projeto gráfico, mapas e arte final
Alexandre Oliveira
revisão
Jaqueline Tartari, Julia Amorim
impressão
Gráfica Coan
ISBN 978-85-66500-03-5
© 2013. Todos os direitos reservados à Propaulo. Reprodução proibida
Governador do Estado
João Raimundo Colombo
Vice-Governador do Estado
Eduardo Pinho Moreira
Secretário de Estado
Nelson Santiago
Secretário Adjunto
Cássio de Quadros
Diretora de Divulgação
Thamy Soligo
Diretor de Imprensa
Claudio Thomas
Diretor de Novas Mídias e Inovação
João Evaristo Debiasi
Índice
Santa Terra Catarina
Todo dia é Dia de Santa Catarina
O Estado em síntese
Por que investir em Santa Catarina?
História e gente
O início da ocupação
A homenagem a Santa Catarina
A Capitania de Santa Catarina
Imigração açoriana
Caminho das tropas
A disputa pelo território
Colonização alemã
Colonização italiana
Babel catarinense
Revolução Farroupilha
A Guerra do Contestado
Santa Catarina na Era Republicana
As regiões catarinenses
Grande Florianópolis
Vale do Itajaí
Oeste
Norte
Sul
Serra
Infraestrutura
Rodovias
Ferrovias
Aeroportos
Portos
Telecomunicações
Energia
Economia
Indústria
Alimentos e bebidas
Têxteis, vestuário e calçados
Metalomecânica
Plásticos
Minerais não metálicos
Madeireira, celulose e papel
Naval
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88
89
Construção civil
Comércio e serviços
Comércio exterior
Geografia
Clima
Cuidado por inteiro
Os caprichos do relevo
Santa Catarina, planeta água
Qualidade de vida
Educação
A cultura vive em Santa Catarina
Festas e eventos
Música
Dança
Literatura
Artes plásticas
Museus e patrimônio histórico
Cinema
Teatro
Esportes
Regiões Turísticas
Caminho dos Príncipes
Costa Verde e Mar
Grande Florianópolis
Vale Europeu
Encantos do Sul
Caminho dos Cânions
Vale do Contestado
Grande Oeste
Caminhos da Fronteira
Serra Catarinense
No rumo do futuro
Bibliografia
Créditos de fotos
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146
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152
154
156
Índice de Desenvolvimento
Humano, o IDH, que avalia
e compara uma série de refe-
rências de qualidade de vida.
Estaria à frente até mesmo de
diversos países europeus.
Soma-se a tudo isso uma
natureza privilegiada, que
deu ao nosso Estado algumas
das mais belas praias e baías
do mundo, além de dunas,
lagoas, cânions, florestas e até
a rara condição da ocorrência
de neve em um país tropical. E
essa mesma natureza nos pro-
porciona água em fartura, em
diferentes tipos de solo, propí-
Santa Terra Catarina
Entre os Estados brasileiros,
Santa Catarina é primeira,
segunda ou terceira melhor co-
locada em praticamente todas
as medições que avaliam os po-
tenciais e o nível de desenvol-
vimento: escolaridade média,
alfabetização, longevidade,
mortalidade infantil, renda
per capita, matrículas nas
universidades, acesso à inter-
net, produtividade.
Se fosse avaliada em sepa-
rado, como um país, Santa
Catarina seria o 31º mais de-
senvolvido do mundo, segundo
os inquestionáveis critérios do
P.A.
São Paulo é o polo industrial
do país e o Rio de Janeiro, sabe-
mos, o destino turístico do Bra-
sil mais conhecido no mundo
por suas belezas naturais. Nosso
Estado consegue ter as duas ca-
racterísticas ao mesmo tempo,
sem ficar atrás de nenhum dos
dois. Soma o empreendedoris-
mo e a capacidade de trabalho
de seu povo às belezas naturais
das praias, das serras e dos ou-
tros presentes dados aos catari-
nenses pelo Criador.
Sempre de braços e cora-
ção abertos a quem continua
chegando ainda hoje às nossas
cidades, Santa Catarina certa-
mente não seria a mesma não
fosse a gente que aqui nasceu.
Hospitaleira, aceitou e cresceu
em parceria com quem daqui
fez seu lugar para viver.
É esta Santa Catarina –
trabalhadora, diversificada,
múltipla, determinada, feliz
em seu modo de viver e firme
em sua forma de enfrentar os
obstáculos, orgulhosa dos pro-
gressos conquistados e conscien-
te das metas que almeja –, é
esta Santa Catarina que apre-
sentamos aqui.
Uma terra cheia de opor-
tunidades, com muito já rea-
lizado e muito espaço ainda
para realizações.
Sejam bem-vindos a Santa
Catarina. Homens, mulheres,
crianças, brasileiros, estran-
geiros, trabalhadores, empre-
sários, investidores. Para nós,
que aqui nascemos ou que
para cá viemos há mais tem-
po, e para você, que está vindo
agora, esta é uma terra santa.
Santa Terra Catarina!
João Raimundo Colombo
Governador do Estado de Santa Catarina
cios aos mais diversos plantios
agrícolas e a criações pecuárias.
Todas essas felizes coinci-
dências, que fizeram convergir
para um mesmo pequeno peda-
ço do Brasil algumas das mais
desejáveis riquezas que uma so-
ciedade pode almejar, fizeram
ainda muito mais por Santa
Catarina: fizeram se juntar
aqui, ao longo dos anos, por
meio de diversas levas de imi-
grantes chegados em diferen-
tes momentos históricos, uma
grande diversidade de povos
que formaram uma incrível e
inédita miscigenação humana.
Dunas entre a Lagoa da Conceição e a Praia da Joaquina, em Florianópolis
Todo dia
é Dia de
Santa Catarina
O nome escolhido para o Estado se originou da Ilha de
Santa Catarina – sede de sua capital, Florianópolis. Em
1526, o navegador italiano Sebastião Caboto, que esteve
no litoral Sul do Brasil a serviço da coroa espanhola,
batizou a ilha com a homenagem a Santa Catarina de
Alexandria. O tempo demonstraria que a escolha foi
apropriada, já que a história de determinação e fé da
santa tem tudo a ver com a trajetória do povo catarinense,
sempre pronto para enfrentar as dificuldades.
Além de celebrar o Dia de
Santa Catarina, 25 de Novem-
bro, esta publicação tem o ob-
jetivo de lembrar que todo dia é
dia de Santa Catarina, este lugar
único e fascinante. Um Estado
que se desenvolveu sob o prin-
cípio da descentralização, sem
uma metrópole predominante
sobre as demais. Diversas ci-
dades catarinenses cumprem o
papel de polos regionais, fazen-
do com que cada região tenha
identidade própria e contribua
fortemente para a economia ca-
tarinense. Um “jeito de ser” que
se valorizou ainda mais com o
modelo de gestão adotado pelo
governo do Estado, em que se-
cretarias regionais cuidam de
perto dos temas locais.
É com base nesse princípio,
que estimula a participação de
todos, que o Estado consegue
produzir 4% das riquezas do
Brasil, tendo apenas 3,3% da
população e 1,1% do território
nacional. São resultados obtidos
graças ao seu povo preparado e
dedicado ao trabalho, à infra-
estrutura completa – tanto no
que diz respeito ao transporte,
quanto à energia e às telecomu-
nicações –, à força da economia,
à modernidade da indústria,
à sintonia com as tendências
globais, à qualidade de vida e –
por que não? – às suas belezas
naturais, que têm deslumbrado
os visitantes através dos tempos
e atraem um número cada vez
maior de turistas ao Estado.
Santa Catarina é, acima de
tudo, uma terra construída pelo
trabalho dos diversos povos que
o destino fez se encontrarem
aqui – indígenas, europeus de
várias procedências, africanos,
asiáticos, os vizinhos da Améri-
ca, brasileiros de todos os can-
tos. Nossas origens são reveren-
ciadas pelas festas típicas, pelas
manifestações folclóricas e pela
rica herança cultural. Ao mes-
mo tempo em que valorizam o
passado, no entanto, os catari-
nenses jamais deixam de olhar
em frente, com a certeza de que
estamos cada vez mais prepara-
dos para o futuro.
Um passeio por Santa Catarina
(de cima para baixo, da esquerda
para a direita): pórtico de entrada
de Joinville; monumento
O Desbravador, em Chapecó;
neve no Morro da Igreja, em Urubici;
Blumenau à noite; serrano
contemplando a paisagem;
vista panorâmica de Florianópolis;
e Farol de Santa Marta, em Laguna.
Z.P.
P.A.
A.F.
Th.E.
Z.P.
S.V.
Z.P.
S
N
LO
Rio Grande do Sul
Oceano Atlântico
ARGENTINA
Paraná
Basecartográfica:MapaPolíticodoEstadodeSantaCatarina1997,dositesc.gov.br(GovernodoEstadodeSC).
Municípios mais populosos
África
Brasil
Oceano
Pacífico
Oceano
Atlântico
Oceano
Índico
América
do Norte
América Central
América
do Sul
Antártida
Europa
ARGENTINA
URUGUAI
PARAGUAI
BOLÍVIA
CHILE
PERU
EQUADOR
COLÔMBIA
VENEZUELA GUIANA
GUIANA FRANCESA
Santa Catarina
SURINAME
Brasília
6
8
5
10
24
3 7
9
1
Municípios mais populosos
Posição Município População
1 Joinville 515.288
2 Florianópolis 421.240
3 Blumenau 309.011
4 São José 209.804
5 Criciúma 192.308
6 Chapecó 183.530
7 Itajaí 183.373
8 Lages 156.727
9 Jaraguá do Sul 143.123
10 Palhoça 137.334
Fonte: Censo 2010, IBGE
Localizado na região Sul do Brasil, o Estado de Santa
Catarina faz divisa com o Paraná, ao norte; com o Rio
Grande do Sul, ao sul; e fronteira com a Argentina
a oeste. O contato com o Oceano Atlântico, a leste,
totaliza 561 km, extensão que corresponde a 7% da
costa brasileira.
O Estado
em síntese
População
6.248.436 habitantes
3,3% do total brasileiro
84% urbana, 16% rural
11º Estado mais populoso entre as 27 Unidades da Federação
50,4% mulheres, 49,6% homens
Área
95.736,8 km²
1,1% do total brasileiro
20º Estado mais extenso entre as 27 Unidades da Federação
Densidade demográfica: 65,3 habitantes por km²
Configuração familiar: 3,1 moradores por domicílio ocupado
Idade média da população: 32,9 anos
Símbolos de
Santa Catarina
Tanto as Armas quanto a
Bandeira e o Hino de Santa Ca-
tarina foram criados no mesmo
ano, 1895. A bandeira tem três
faixas horizontais – a do centro
é branca, cercada por duas fai-
xas vermelhas –, simbolizando
as três comarcas que existiam
no Estado à época. Dentro do
losango central estão as Armas,
desenhadas por Lucas Boiteux,
em que a águia representa a ca-
pacidade de trabalho e os ramos
de trigo e café simbolizam as
riquezas naturais do território
catarinense.
Hino de Santa Catarina
Letra: Horácio Nunes Pires
Melodia: José Brasilício de Souza
Sagremos num hino de estrelas e flores
Num canto sublime de glórias e luz
As festas que os livres frementes de ardores
Celebram nas terras gigantes da cruz.
Quebram-se férreas cadeias
Rojam algemas no chão
Do povo nas epopeias
Fulge a luz da redenção.
No céu peregrino da Pátria gigante
Que é berço de glórias e berço de heróis
Levanta-se em ondas de luz deslumbrante
O sol, liberdade cercada de sóis.
Pela força do Direito
Pela força da razão
Cai por terra o preconceito
Levanta-se uma Nação.
Não mais diferenças de sangues e raças
Não mais regalias sem termos fatais
A força está toda do povo nas massas
Irmãos somos todos e todos iguais.
Da liberdade adorada
No deslumbrante clarão
Banha o povo a fronte ousada
E avigora o coração.
O povo que é grande mas não vingativo
Que nunca a Justiça e o Direito calcou
Com flores e festas deu vida ao cativo
Com festas e flores o trono esmagou.
Quebrou-se a algema do escravo
E nesta grande Nação
É cada homem um bravo
Cada bravo um cidadão.
Por que investir
em Santa Catarina?
Desenvolvimento equilibrado
Em Santa Catarina há diversos polos de
desenvolvimento. As regiões catarinenses têm
importância equivalente e não há metrópoles
no Estado, um dos poucos do país em que a
capital não é a cidade mais populosa.
Infraestrutura completa
Transporte, energia, telecomunicações: tudo o
que é necessário para o conforto e a segurança
dos cidadãos e o desenvolvimento das empre-
sas funciona muito bem em Santa Catarina.
Economia robusta
Com grande diversificação de setores, a
economia de Santa Catarina é uma das que
mais crescem no Brasil. A indústria tem
significativa e crescente participação no
Produto Interno Bruto (PIB) catarinense.
40
70
78
P.A. Z.P.
WEG/Divulgação
Valorização da cultura
Em Santa Catarina, as tradições herdadas
dos antepassados são a base para uma
produção cultural diversificada e rica.
A melhor qualidade
de vida do Brasil
O Estado tem alguns dos melhores índices
do país em aspectos como nível de educação,
expectativa de vida e renda, fundamentais
para mensurar a qualidade de vida
da população.
Paisagens encantadoras
Dos recantos frios e nevados da Serra ao
mar límpido do litoral, os cenários de
Santa Catarina unem os Alpes ao Caribe.
Os catarinenses costumam dizer, brincando
– mas com um inegável fundo de verdade –,
que têm o privilégio de morar onde os outros
passam férias.
106
102 122
T.E. E.L. Z.P.
História e gente
Muitas aventuras, emoções,
surpresas, conquistas, belezas.
Tudo é superlativo nesta terra.
Santa Catarina é um mosai-
co de influências que resultou
em um Estado único, de alma
europeia, pela capacidade de
trabalho e força, e ao mesmo
tempo tão brasileira, pela perse-
verança e inventividade.
Ao ler as próximas pági-
nas, será impossível não se
colocar no lugar dos primei-
ros navegadores e imaginar
a fascinação que sentiram ao
ver esta terra pela primeira
vez, ou então lembrar com
admiração dos colonizadores
e pensar na esperança que os
trouxe a Santa Catarina.
Cavaleiros na Serra “Castelinho” de Blumenau
Pesca artesanal: tradição no litoral catarinense
Z.P. Z.P.
E.L.
12
Festas típicas de outubro: a alegria toma conta do Estado
Templo de Santa Paulina, em Nova TrentoE.L.
E.L.
13
Z.P.
14
Ponte Hercílio Luz, Florianópolis
15
O início da ocupação
Nas primeiras décadas após a chegada dos portugueses
ao Brasil, em 1500, o território que viria a ser Santa
Catarina se resumia à condição de local de passagem,
uma base de apoio para os interesses dos portugueses e
dos espanhóis na região do rio do Prata.
As exceções eram alguns
integrantes das expedições pio-
neiras, que, encantados com
a beleza da paisagem e com a
perspectiva de viver livremente
em meio à natureza, decidiam
ficar para sempre no litoral ca-
tarinense. O mesmo aconteceu
com náufragos, como os 11 so-
breviventes do afundamento da
embarcação comandada pelo
espanhol Juan Días de Solís,
em 1512, nas proximidades da
Ilha de Santa Catarina, que ain-
da nem tinha esse nome. Desse
grupo fazia parte Aleixo Garcia,
futuro protagonista de uma his-
tória fantástica: foi levado pelos
índios a percorrer o Caminho
de Peabiru, trilha que ligava o
litoral catarinense à civilização
Inca, nos Andes.
Além dos portugueses e
dos espanhóis, aventureiros de
outras procedências passaram
pelo litoral catarinense naquele
Z.P.
16
período. Em 1504, o francês
Binot Paulmier de Gonneville
chegou à Baía da Babitonga a
bordo da embarcação L’Espoir
(“Esperança”), avariada por
uma tempestade. Após perma-
necer seis meses na ilha que
mais tarde viria a sediar São
Francisco do Sul, Gonneville
voltou à Europa levando um
jovem índio, Essemeric, filho
do cacique local. Moldado ao
estilo de vida do homem bran-
co, o índio viria a se casar com
a filha do navegador francês,
Susana. O povoado de Nossa
Senhora das Graças do Rio
de São Francisco seria oficial-
mente fundado por bandei-
rantes em 1658, tornando-se
o primeiro núcleo populacio-
nal catarinense.
Os guaranis que viviam no
litoral catarinense – chamados
pelos europeus de carijós –
eram amigáveis e se habituaram
rapidamente a esses contatos,
que se tornaram mais frequen-
tes com a chegada de catequiza-
dores jesuítas, a partir de 1549.
Já os dois outros grupos indíge-
nas catarinenses – os kaingangs,
que ocupavam os campos de
cima da Serra, e os xoklengs,
na região entre o litoral e o pla-
nalto – só viveriam experiências
semelhantes quase 200 anos de-
pois da chegada dos europeus
ao litoral.
Esses índios descendiam de
povos que já circulavam pela
região pelo menos 10.000 anos
antes, de acordo com registros
arqueológicos e inscrições ru-
pestres encontradas em vários
pontos do Estado. Hoje há
cerca de 10.000 remanescentes
das tribos originais vivendo em
Santa Catarina, a maior parte
em reservas criadas para asse-
gurar a permanência da cultura
dos primeiros catarinenses.
Centro Histórico de São Francisco do Sul
17
A homenagem
a Santa Catarina
Diz a História que o nome Ilha de Santa Catarina foi
ideia do navegador italiano Sebastião Caboto – que, a
serviço do reino espanhol, passou pelo litoral catarinen-
se em 1526. A ilha havia sido chamada de diferentes
formas até então. Para os índios carijós que a ocupavam
antes da chegada dos europeus, o nome era Meiembipe –
“lugar acima do rio”. Em 1514, os navegadores portu-
gueses Nuno Manoel e Cristóvão de Haro a batizaram
de Ilha dos Patos. Em 1516, depois do naufrágio do
barco de Juan Días de Solís, houve quem tenha chama-
do a região de Baía dos Perdidos, em referência aos 11
tripulantes que se salvaram e passaram a viver na ilha,
junto com os índios.
Mas o nome que se conso-
lidou e se tornou o definitivo
foi mesmo o escolhido por Ca-
boto, registrado pela primeira
vez em um mapa desenhado
por Diego Ribeiro em 1529.
Especula-se que Caboto pode
ter aproveitado a oportunidade
para fazer um agrado à esposa,
Catarina Medrano. O fato ine-
gável é que, de qualquer forma,
a homenageada é mesmo a san-
ta, cuja memória é celebrada
em 25 de novembro.
Nascida em Alexandria, no
Egito, no final do terceiro sé-
culo depois de Cristo, Catarina
cresceu pagã e se converteu ao
Cristianismo aos 18 anos, após
ter uma visão em que ascendeu
aos céus e encontrou-se com a
Virgem Maria e o Menino Je-
sus. Oriunda de família rica e
influente, até então preocupa-
da exclusivamente com a fas-
cinante beleza que ostentava e
com os aspectos mais fúteis da
vida, Catarina iniciou, a partir
daí, um incansável trabalho de
combate às perseguições que o
Império Romano impunha aos
cristãos, considerando que era
essa a sua missão.
Catarina se voltou então às
atividades intelectuais, aprovei-
tando os conhecimentos adqui-
ridos em sua sólida formação.
Um dia, teve a oportunidade de
conversar com o imperador ro-
mano Maximino, que se sentiu
contrariado pelos argumentos
da jovem e mandou prendê-la.
Ela demonstrava tanta convic-
ção que o imperador decidiu
promover uma espécie de jogo:
chamou os sábios mais reco-
nhecidos da época para tentar
convencê-la de que Deus não
existia e de que Jesus Cristo não
havia sido nada além de um ho-
mem comum. Prometeu belas
recompensas para quem conse-
guisse cumprir o objetivo. Ne-
nhum dos sábios conseguiu – e
alguns até foram convertidos ao
Cristianismo por Catarina.
Maximino determinou que a
jovem fosse levada à masmorra,
e ainda assim ela conseguiu con-
verter os soldados que a vigiavam
e até mesmo a própria esposa do
imperador, Augusta. Transtorna-
do, ele mandou matar todos que
haviam se convertido, incluindo
a própria mulher. Catarina foi
decapitada e, dizem, em vez de
sangue jorrou leite de seu corpo
– por isso muitas mulheres que
têm bebês evocam a proteção
da santa. O corpo desapareceu
misteriosamente, como se tivesse
sido carregado por anjos. Diz a
lenda que foi encontrado intac-
to, três séculos depois, em uma
região isolada, ocasião em que foi
transferido para o Mosteiro da
Transfiguração, aos pés do Monte
Sinai – que passou a ser chamado
de Mosteiro de Santa Catarina e
hoje é Patrimônio Histórico da
Humanidade. A influência dessa
história de fé atravessou gerações.
Mais de 1.000 anos após a morte
de Catarina, Joana d’Arc relatou
que visões da santa a impeliram a
lutar pela liberdade da França.
18
E.M. Santa Catarina, por Vera Sabino
19
A capitania de
Santa Catarina
Em 1534, o território brasileiro foi dividido em 12
capitanias hereditárias, entregues à administração
de homens de confiança da coroa portuguesa. Os
principais objetivos eram incentivar a ocupação das
terras e fomentar atividades econômicas, que pudes-
sem se desenvolver sem a interferência direta de um
governo central.
A Capitania de São Vicente,
abrangendo partes dos atuais
territórios do Paraná e de São
Paulo, foi entregue a Martim
Afonso de Sousa. As Terras de
Sant’Anna, mais ao sul – se es-
tendiam de Laguna até a Baía
de Paranaguá, no atual Estado
do Paraná – ficaram com seu
irmão, Pero Lopes de Sou-
sa. Com a morte de Pero, seis
anos depois, em um naufrágio
em Madagascar, iniciou-se um
período de marasmo para a ca-
pitania e também uma disputa
entre os herdeiros da família. A
pendenga se arrastou por quase
dois séculos e só foi resolvida
com a recompra da área pelo
império, em 1711.
A decisão de retomar a ad-
ministração do território era
uma consequência do aumento
das tensões entre Portugal e Es-
panha desde o rompimento da
União Ibérica, em 1640, mo-
mento em que os aliados se tor-
naram inimigos. Portugal acre-
ditava que precisava estruturar
melhor o povoamento de Santa
Catarina, ponto crítico de uma
região sob disputa.
Fez parte dessa mesma es-
tratégia a fundação do povoado
de Nossa Senhora do Desterro
(atual cidade de Florianópolis),
em 1672, por Francisco Dias
Velho. Tratava-se do segundo
núcleo populacional do Estado
– São Francisco havia sido fun-
dado 15 anos antes. Dias Velho
chegou à Ilha de Santa Catarina
acompanhado da mulher, duas
filhas, três filhos, uma família de
empregados, dois padres e 500
índios domesticados. Numa co-
lina em frente ao mar, ergueu
uma capela consagrada a Nossa
Senhora do Desterro – referên-
cia à fuga de Maria para o Egito,
com o pequeno Jesus, para esca-
par da perseguição de Herodes.
O local é hoje ocupado pela Ca-
tedral Metropolitana.
Em 1689, a vila foi invadida
por piratas, que dominaram seus
habitantes e cometeram uma sé-
rie de atrocidades. Dias Velho
buscou refúgio dentro da capela,
mas foi descoberto e morto. O
povoado só não foi extinto pela
perseverança de alguns integran-
tes do grupo, que se recusaram
a abandonar o local. Nesse meio
tempo, surgiu o terceiro núcleo
habitacional do litoral catari-
nense – a vila de Santo Antônio
dos Anjos de Laguna, mais tarde
conhecida apenas como Laguna,
fundada em 1676, com a chega-
da do bandeirante Domingos de
Brito Peixoto.
Em 1738, Santa Catarina
foi desmembrada de São Pau-
lo, tornando-se capitania au-
tônoma. O império português
nomeou para o cargo de go-
vernador o brigadeiro José da
Silva Paes. Ele recebeu a missão
de planejar um sistema de for-
talezas que protegesse a Ilha de
Santa Catarina de possíveis in-
vasões. O brigadeiro providen-
ciou os projetos o mais rápido
possível e iniciou a construção
de quatro fortalezas, posiciona-
das para estabelecer um sistema
de fogo cruzado.
20
Catedral Metropolitana, FlorianópolisZ.P.
21
Imigração açoriana
Outro ponto importante da estratégia de ocupação do
litoral catarinense traçada pelo reino português viria a
ser a imigração de açorianos. Como o Arquipélago dos
Açores enfrentava uma série de dificuldades – excesso po-
pulacional, escassez de alimentos e ocorrência de terre-
motos –, enviar parte dos habitantes ao Brasil seria uma
forma de amenizar dois problemas ao mesmo tempo.
O alistamento foi aberto em
1746 e, ao longo da década se-
guinte, Santa Catarina recebeu
5.500 açorianos e também mo-
radores da Ilha de Madeira, o
que fez triplicar sua população.
Os imigrantes se instalaram nos
núcleos populacionais já exis-
tentes e fundaram outros, tanto
na Ilha de Santa Catarina quan-
to na área continental.
Uma das primeiras ativida-
des econômicas exercidas pelos
açorianos em Santa Catarina foi
a pesca da baleia – o óleo extraí-
do do animal era usado como
combustível de iluminação, en-
tre outras aplicações. Algumas
“armações”, complexos cons-
truídos para viabilizar a pesca
de baleia e a transformação de
sua carne em óleo, foram ins-
taladas em diferentes partes do
litoral catarinense.
Outras heranças dos aço-
rianos são a renda de bilro, a
produção de cerâmica utilitá-
ria e a fabricação de farinha de
mandioca em engenhos. No
campo da religião e do folclo-
re, há as benzedeiras, a devo-
ção ao Divino Espírito Santo e
ao Senhor dos Passos, o terno
de reis e as lendas de bruxas.
Na culinária, peixe com pirão
é um clássico prato açoriano.
Assim como o sotaque típico
dos descendentes, marcado
pelo jeito “apressado” de falar
e pela sonoridade que remete
à forma como o idioma é pra-
ticado em Portugal.
A arquitetura é uma
das heranças trazidas
dos Açores
Z.P.
22
Festas folclóricas: preservação do patrimônio culturalE.L.
23
Caminho das tropas
Por volta de 1720, Portugal determinou a abertura
de um caminho para o transporte de gado entre o Rio
Grande do Sul e São Paulo. Seria uma forma de ocu-
par e desenvolver o interior da região Sul, motivo de
disputas com a Espanha, e também de levar os animais
até Minas Gerais, que vivia uma fase de franco desen-
volvimento decorrente da exploração do ouro.
Dos povoados à beira desse
caminho se originaram cida-
des como Lages, oficialmente
fundada em 1766. Antônio
Correa Pinto foi quem orga-
nizou a povoação, pertencente
no início a São Paulo – só em
1820 seria incorporada a San-
ta Catarina. Para estabelecer
uma ligação entre o planalto e
o litoral, criou-se um caminho
até Laguna – essa é a origem
da estrada da Serra do Rio do
Rastro, repleta de curvas e belas
paisagens, hoje um dos pontos
turísticos mais conhecidos e ad-
mirados do Estado.
O Tropeirismo foi um ciclo
importante, também, para via-
bilizar a ocupação do Oeste ca-
tarinense – realizada em grande
parte por gaúchos e paranaenses
descendentes de imigrantes eu-
ropeus. Quando outras regiões
do país começaram a explorar
a pecuária, já no início do sé-
culo 20, a utilização do antigo
caminho das tropas perdeu for-
ça. Mas a cultura dos tropeiros
permanece viva.
Na Serra, o estilo de
vida dos tropeiros
E.M.
24
A imponência da araucária,
árvore-símbolo da regiãoZ.P.
25
A disputa
pelo território
Demorou um bom tempo até que Portugal e Espanha se
entendessem sobre as fronteiras do “Novo Mundo”. De
certa forma, a disputa começou ainda em 1494, antes
mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, quando
o Tratado de Tordesilhas estabeleceu previamente, com
base em referenciais já conhecidos, uma regra para a
divisão das terras que viessem a ser descobertas por am-
bas as potências.
A aplicação dessa regra ao
território brasileiro resultou no
traçado de uma linha imaginária
que cortava o país desde Belém,
no Pará, até Laguna, em Santa
Catarina. A faixa litorânea per-
tenceria a Portugal e o interior
do continente à Espanha.
O problema é que o extre-
mo sul do território destinado
a Portugal era uma faixa muito
estreita de terra, corresponden-
te ao atual litoral catarinense.
A Espanha passou a cobiçar
aquele território, que poderia
aumentar consideravelmente
seu acesso ao mar, e traçou uma
estratégia de ocupação. Sebas-
tião Caboto, italiano a serviço
da Espanha, permaneceu na
costa catarinense por cinco me-
ses entre 1526 e 1527, com o
objetivo de conhecer melhor o
terreno – foi nesse período que
ele batizou a Ilha de Santa Ca-
tarina. Em 1541, Dom Alvar
Nuñez Cabeza de Vaca chegou
à ilha, junto com 400 homens,
representando o rei da Espanha,
com a missão de tomar posse
das terras.
A disputa ficou adormecida
no período entre 1580 e 1640,
em que vigorou a União Ibéri-
ca, aliança entre as duas monar-
quias. Voltou à tona, porém,
após o rompimento. Em 1750,
num ato de boa vontade das
partes, foi assinado o Tratado
de Madri, que estabelecia com
26
precisão a linha da fronteira.
Pelo acordo, Portugal abria
mão da Colônia de Sacramen-
to (atual Uruguai), que vinha
cobiçando, e ficava com os Sete
Povos das Missões (atual Rio
Grande do Sul). Para que o
acordo fosse concretizado, con-
tudo, as populações das áreas
envolvidas teriam que se tornar
súditas da realeza rival, condi-
ção que gerou muita revolta e
fez com que o acordo fosse anu-
lado. As duas potências se lan-
çaram então à Guerra dos Sete
Anos na Europa, com Portugal
aliado à Inglaterra e a Espanha
sendo apoiada pela França.
A Espanha passou a pre-
parar em segredo uma grande
esquadra para invadir a Ilha de
Santa Catarina. Em novembro
de 1776, nada menos que 116
embarcações, com 920 canhões
no total e quase 16.000 solda-
dos e marinheiros, partiu rumo
ao Brasil, sob o comando de
Dom Pedro de Cevallos – que
já havia visitado a Ilha de Santa
Catarina e conhecia bem o sis-
tema local de defesa.
Quando a esquadra espanho-
la chegou à Ilha, em fevereiro de
1777, as fortalezas se demonstra-
ram incapazes de conter os avan-
ços de invasores tão numerosos
e potentes. Alguns disparos até
foram realizados pela fortaleza
de São José da Ponta Grossa, no
Norte da Ilha, mas sem qualquer
efeito prático. Os espanhóis de-
sembarcaram tranquilamente na
praia de Canasvieiras, e as au-
toridades locais assinaram sem
resistência o termo de rendição.
A Ilha de Santa Catarina passava
naquele momento ao comando
da Espanha.
Com a morte do rei de Por-
tugal, Dom José I, e a conse-
quente queda do Marquês de
Pombal, em março de 1777,
as negociações evoluíram até
chegarem ao Tratado de Santo
Ildefonso, assinado em outubro
daquele mesmo ano. Por esse
novo acordo, Portugal receberia
de volta a Ilha de Santa Cata-
rina, comprometendo-se a não
utilizá-la como base de navios
de guerra ou porto de comércio
com outros países. Era o início
de uma nova fase para Santa
Catarina. Em 1800, sua popu-
lação chegou a 21.000 pessoas,
com divisão mais ou menos
proporcional entre os três prin-
cipais núcleos – Desterro, São
Francisco e Laguna –, cada um
com cerca de 4.000 habitantes.
Surgia o embrião do modelo
catarinense de desenvolvimen-
to, predominante até hoje, ca-
racterizado pela inexistência de
metrópoles, com a população
distribuída por vários municí-
pios de porte semelhante.
Fortaleza da Ilha
de Anhatomirim
Z.P.
27
Colonização alemã
Com a Independência do Brasil, em 1822, inten-
sificaram-se os projetos de colonização do país por
europeus, que enfrentavam escassez de empregos em
decorrência da Revolução Industrial. A primeira co-
lônia alemã em Santa Catarina foi instalada em São
Pedro de Alcântara, em 1829. Esse grupo pioneiro, de
523 pessoas, vindas de Bremen, enfrentou todo tipo de
problema, desde a falta de pagamento na íntegra das
diárias combinadas até as dificuldades de adaptação
ao clima tropical. Como se não bastasse, temporais
destruíram suas primeiras plantações. Muitos persis-
tiram, enquanto outros decidiram tentar a sorte em
outra região, o Vale do Itajaí.
O farmacêutico alemão
Hermann Bruno Otto Blume-
nau, que veio ao Brasil em 1846
contratado pela Sociedade de
Proteção aos Emigrantes Ale-
mães para desenvolver um pro-
jeto de colonização, também
escolheu o Vale do Itajaí. En-
quanto os trâmites burocráticos
eram encaminhados, Blumenau
recebeu a notícia de que a insti-
tuição que ele representava fe-
chara as portas. Mesmo assim,
decidiu tocar adiante o projeto
por conta própria. Associou-
se ao comerciante Fernando
Hackradt e voltou à Alemanha
para recrutar colonos – os pri-
meiros 17 chegaram em agosto
de 1850. Eram quase todos ar-
tesãos – carpinteiros, marcenei-
ros, funileiros, ferreiros –, con-
tra apenas dois lavradores. Essa
seria uma tendência dos grupos
seguintes de colonos alemães,
origem da industrialização que
viria a caracterizar a economia
do Norte catarinense. Diversas
novas levas de imigrantes che-
gariam nos anos seguintes. No
final dessa década, a população
já estava próxima de 1.000 pes-
soas – e a cidade foi natural-
mente batizada de Blumenau.
Já Joinville surgiu de um
processo oficial de colonização.
Em 1829, a Sociedade Coloni-
zadora de Hamburgo comprou
81 léguas de terras em Santa Ca-
tarina, pertencentes ao príncipe
francês François Ferdinand Phi-
lippe. Ele havia recebido as ter-
ras como dote ao se casar com
Francisca, irmã de Dom Pedro
II. A colônia foi batizada de
Dona Francisca, mas, quando
virou cidade, ganhou o nome
de Joinville em homenagem a
François, que ostentava o título
nobre de Príncipe de Joinville,
um vilarejo medieval francês.
Em 1851, chegou o primeiro
grupo de 192 imigrantes ale-
mães, suíços e noruegueses. Nas
levas seguintes, predominaram
os alemães.
Entre as influências mais
marcantes da colonização alemã
estão a arquitetura enxaimel –
construções cuja estrutura com-
bina harmoniosamente madeira
e tijolos aparentes – e a delicio-
sa culinária, com pratos como
chucrute e eisbein, o joelho de
porco. Nas colônias alemãs, a
cerveja é até hoje fabricada com
os requintes ensinados pelos
pioneiros – visitar as cervejarias
artesanais é um roteiro fasci-
nante para os fãs da bebida. A
cultura deixada pelos antepas-
sados é celebrada anualmente
com a realização de diversas
festas típicas no território cata-
rinense, das quais a mais famosa
é a Oktoberfest de Blumenau.
28
Pórtico de entrada em Joinville
Dança típica em Pomerode
Z.P.
E.M.
29
30
Colonização italiana
Dois europeus que viviam em Desterro – o italia-
no Carlo Demaria e o suíço Henrique Schutel – se
uniram para fundar uma empresa de colonização,
Demaria & Schutel. Em 1835, pediram à província
uma série de benefícios para instalar grupos de lavra-
dores a serem trazidos da Itália. Assim, em março de
1836, chegaram ao porto de Desterro 186 colonos,
quase todos oriundos da Ilha da Sardenha. O governo
de Santa Catarina cedeu uma área no município de
São Miguel e a colônia foi denominada “Nova Itália”,
atual São João Batista.
Novas colônias italianas só
viriam a ser criadas em San-
ta Catarina bem mais tarde,
em consequência do contrato
estabelecido em 1874 entre
o Império brasileiro e o em-
preendedor Joaquim Caetano
Pinto Jr.. Eram instaladas em
áreas periféricas das colônias
alemãs, a exemplo de Rio dos
Cedros, Rodeio, Ascurra, Bo-
tuverá e Nova Trento, organi-
zadas em torno de Blumenau
e Brusque. O Sul do Estado
também se tornou destino a
partir de 1877, com o desem-
barque de 291 colonos vênetos
em Laguna, para ocupar o Nú-
cleo de Azambuja e o Núcleo
Urussanga. A região se tornaria
destino preferencial dos italia-
nos, com novas levas de imi-
grantes instalando-se em Cri-
ciúma, Pedras Grandes, Treze
de Maio, Acioli de Vasconce-
los (atual Cocal), Grão-Pará
(atuais municípios de Orleans,
Grão-Pará, São Ludgero e Bra-
ço do Norte) e Nova Veneza
(municípios de Nova Veneza e
Siderópolis). Essas colônias se
especializaram desde o início
na produção agrícola, com o
uso de técnicas trazidas da ter-
ra natal para o cultivo de uva,
milho e arroz.
Os italianos se espalharam
por boa parte dos municípios
catarinenses – cerca de 220,
bem mais do que qualquer
outro grupo de imigrantes.
Estima-se que quatro em cada
dez catarinenses tenham as-
cendência italiana. Essa tradi-
ção se manifesta na culinária
– polenta e vinho são presen-
ças constantes na mesa dos
descendentes –, nas vocações
econômicas desenvolvidas no
Sul de Santa Catarina, como
a produção cerâmica, e até em
atividades de lazer, a exemplo
do jogo de bocha.
31
Casa de pedra em Nova Veneza, Sul catarinense
Vinho e queijo: a base da culinária colonial italiana
T.E.
Z.P.
babel catarinense
Dos poloneses aos gregos, dos africanos aos japoneses, des-
cendentes dos mais diversos povos se fazem presentes em
Santa Catarina.
no Sul do Brasil. Mas os pro-
blemas logo começaram a aflo-
rar, como a inexperiência dos
franceses com a agricultura e
os desentendimentos causados
no processo de distribuição das
tarefas. A colônia se desfez e
apenas algumas famílias per-
maneceram na região.
Marcante também é a pre-
sença austríaca em Santa Ca-
tarina. Imigrantes oriundos da
região do Tirol fundaram, em
1933, a cidade de Treze Tílias,
numa região cuidadosamen-
te escolhida pelo governo da
Áustria pela semelhança com
as paisagens originais. O país
havia perdido território após
a derrota na Primeira Guerra
Mundial e já não havia lugar
para todos. Hoje a encantadora
Treze Tílias mantém muitas das
tradições trazidas pelos coloni-
zadores, como as casas em estilo
alpino e a prática de esculturas
em madeira.
Santa Catarina tem também
influência árabe. Sírios e libane-
ses chegaram a partir de 1885
a cidades como Florianópolis,
Biguaçu, Caçador, Canoinhas,
Criciúma e Lages, dedicando-
se, sobretudo, ao comércio. Já
os japoneses vieram em peque-
nos grupos, na primeira metade
do século 20, e se instalaram
especialmente no atual municí-
pio de Frei Rogério, no Meio-
-Oeste, e em São Joaquim, na
Serra, onde contribuíram para
o aprimoramento da produção
de maçãs com a introdução de
novas variedades.
Não se pode deixar de ci-
tar, por fim, a presença e a
influência marcante dos afri-
canos, que, na maior parte
dos casos, chegaram a Santa
Catarina como escravos. Em
1810, dos 30.000 habitantes
de Santa Catarina, 7.000 eram
escravos negros, quase sempre
descendentes de bantos e suda-
neses que desembarcavam nas
regiões Nordeste e Sudeste do
país e desciam por terra rumo
ao Sul. Em 1872, a propor-
ção havia caído para 10% dos
158.000 habitantes, mas ainda
assim sua cultura permaneceu
presente, como se pode cons-
tatar pelas práticas religiosas
– a umbanda e o candomblé –
e culturais, a exemplo do car-
naval e do samba. O Estado
mantém várias áreas quilom-
bolas, originalmente ocupadas
por ex-escravos, como o Sertão
do Valongo, em Porto Belo, e a
Lagoa de Acaraí, em São Fran-
cisco do Sul. Se há ainda qual-
quer dúvida sobre a impor-
tância da herança africana em
Santa Catarina, basta dizer que
o maior nome da nossa litera-
tura era negro: o poeta João da
Cruz e Sousa.
A imigração polonesa é
possivelmente a mais rele-
vante depois da açoriana, da
alemã e da italiana. Em 1871,
o primeiro grupo chegou a
Brusque. Em 1882, foi a vez
de Jacinto Machado, no Sul
do Estado. Em 1889, o en-
tusiasmo com a perspectiva
de uma nova vida no Sul do
Brasil tomou conta de muitos
poloneses. No ano seguinte,
nada menos que 29.200 vie-
ram ao país, contra não mais
que 4.500 ao longo dos 15
anos anteriores. A maior parte
eram agricultores. Em Santa
Catarina, os poloneses se alo-
jaram especialmente no Sul,
nos vales dos rios Urussanga,
Tubarão e Araranguá, com
maior concentração na cidade
de Criciúma, e também nos
vales do Itajaí e do Itapocu, ao
norte, em cidades como Ma-
fra, Itaiópolis, Canoinhas, São
Bento do Sul e Brusque. Após
a Segunda Guerra Mundial,
novas levas chegaram a Mon-
daí e Pouso Redondo.
Os franceses, além de terem
sido uns dos primeiros euro-
peus a conhecer Santa Cata-
rina, em 1504, quando Binot
Paulmier de Gonneville chegou
à futura cidade de São Francis-
co do Sul, viveram outra expe-
riência marcante por aqui, na
mesma região. Foi a instalação,
em 1841, de um experimento
socialista, a Colônia Industrial
da Barra do Saí. Idealizado por
um médico homeopata, Benoit
Joseph Mure, o projeto contou
com o apoio e a simpatia da
monarquia brasileira. Mais de
400 franceses se estabeleceram
na colônia, que tinha como
princípio a inexistência da pro-
priedade privada – tudo era co-
mum e o resultado do trabalho
seria desfrutado igualmente
por todos. A colônia alcançou
rápido desenvolvimento, com
uma olaria e uma forja que ga-
nharam muitos clientes na re-
gião. Essas notícias chegavam
à França e em 1844 havia mi-
lhares de pessoas interessadas
em integrar a célebre colônia
32
No sentido horário:
dança polonesa em
Itaiópolis, tambores
japoneses em
Frei Rogério,
comunidade
quilombola no
Sul do Estado e
indígenas na
Grande Florianópolis
Z.P.
E.L.
C.F. T.E.
33
34
Revolução Farroupilha
O período regencial, entre 1831 e 1840 – desde a re-
núncia de Dom Pedro I até a ascensão ao trono de seu
filho Dom Pedro II –, viu surgir uma série de revoltas
no país. A mais significativa foi a Revolução Farrou-
pilha, que eclodiu em 1835 no Rio Grande do Sul e se
prolongou por dez anos.
Foi um movimento impul-
sionado por ideais republicanos
e pela insatisfação com os altos
impostos cobrados pela Mo-
narquia sobre produtos típicos
do Sul, a exemplo do charque
e da erva-mate. Essa ideologia
encontrou muitos apoiadores
no território catarinense, que
também seria palco do conflito.
Depois de tomarem Porto
Alegre em 1835 e terem sido
repelidos pelas forças do gover-
no, os revoltosos, conhecidos
como “farrapos”, dirigiram-se
a outros pontos de interesse,
como Bagé, no território gaú-
cho, Lages, na Serra catarinen-
se, e Laguna, no litoral Sul de
Santa Catarina. Laguna foi to-
mada em 1839, num esforço
conjunto das forças de terra,
lideradas por Davi Canabarro,
e de mar, sob comando do ita-
liano Giuseppe Garibaldi. Na
pacata cidade catarinense foi
proclamada a República Julia-
na, em 29 de julho de 1839
– nome que fazia referência ao
mês em que ocorria aquele epi-
sódio histórico.
A presença dos farrapos em
Laguna se prolongou por seis
meses, até que o governo se
reorganizou para retomar a ci-
dade, obrigando os revoltosos
a escapar de volta para o Rio
Grande do Sul. O movimento
continuaria até 1845, quando
chegou ao fim por meio de
um acordo em que o governo
concordava em reduzir subs-
tancialmente os impostos co-
brados sobre o charque. Mas
a permanência em Laguna foi
suficiente para que Garibaldi
se apaixonasse pela catarinense
Ana Maria de Jesus Ribeiro e
se unisse à jovem – que dali em
diante ficaria conhecida como
Anita Garibaldi.
Depois de lutar no Brasil, o
casal partiu para o Uruguai e,
de lá, para a Itália, onde Gari-
baldi foi o grande líder do pro-
cesso de Unificação do país, que
se encontrava esfacelado e sub-
metido ao controle de diversos
governos estrangeiros. Anita foi
companheira inseparável, in-
clusive nos campos de batalha,
do chamado Herói dos Dois
Mundos – até morrer em 1849,
aos 28 anos, quando adoeceu
em meio à perseguição pelos
austríacos. Tornou-se sinônimo
de mulher destemida e é uma
figura adorada tanto na Itália
quanto no Brasil.
Farol de Santa
Marta (acima)
e casa de Anita
Garibaldi
(ao lado):
símbolos de
Laguna
E.L.
Z.P.
35
36
A Guerra do
Contestado
Ao mesmo tempo em que a Primeira Guerra Mundial
agitava o mundo, o conflito do Contestado abalava a
paz em território catarinense. Ocorrido numa zona
de disputa por terras entre Paraná e Santa Catarina
– 48.000 km² no Meio-Oeste e Oeste catarinenses –,
durou de 1912 a 1916 e vitimou, estima-se, pelo me-
nos 20.000 pessoas. Foi provocado por uma conjun-
ção de fatores que se somaram às incertezas causadas
pela longa disputa judicial entre os dois Estados.
Um desses fatores foi a
construção da Estrada de Ferro
São Paulo-Rio Grande, entre
1907 e 1910, pela Brazil Rail-
way Company. Os objetivos
da obra eram dar saída à pro-
dução de madeira e iniciar ao
redor da ferrovia um processo
consistente de ocupação – para
isso, a empresa receberia 6.000
km² de terras como parte do
pagamento, com a possibilida-
de de explorar toda a madeira
existente ali e a obrigação de
assentar imigrantes estrangei-
ros. O problema é que as famí-
lias que ocupavam esse territó-
rio – uma faixa de 15 km em
cada lado da ferrovia – foram
simplesmente expulsas e não
tinham para onde ir. Para tor-
nar a situação ainda mais com-
plexa, cerca de 8.000 operários
trazidos para a obra ficaram
sem o ganha-pão assim que a
ferrovia ficou pronta.
Essa multidão de pessoas
desesperançosas e revoltadas
encontrou nos diversos líde-
res religiosos que apareceram
na região as palavras de fé que
precisavam para seguir adiante.
Em 1912, o monge-curandei-
ro José Maria arrebanhou mi-
lhares de seguidores fanáticos,
multidão que assustava os po-
deres constituídos. Os gover-
nos de Santa Catarina e Paraná
deram uma trégua na disputa
que travavam entre si para en-
frentar juntos o movimento,
contando ainda com a ajuda
do Governo Federal.
O conflito foi desigual. De
um lado, metralhadoras, ca-
nhões e até aviões. De outro,
paus e facões. Mesmo assim,
foi preciso mobilizar grande
parte do exército brasileiro ao
longo de quatro anos para aba-
far de vez o Contestado. Do
ponto de vista social, a guer-
ra não trouxe solução alguma
– só agravou o sentimento de
revolta da população e os pro-
blemas da região. Mas serviu,
ao menos, para pôr fim à dis-
puta entre os dois Estados, que
firmaram um acordo em 1916,
estabelecendo os limites que
permanecem até hoje. Com
isso, surgiram municípios
como Mafra (nome dado em
homenagem ao Conselheiro
Mafra, defensor de Santa Cata-
rina na disputa judicial), Porto
União, Joaçaba e Chapecó.
Em 1943, Santa Catarina
sofreu uma modificação geo-
gráfica, que se mostrou tem-
porária, com a criação do Ter-
ritório do Iguaçu pelo governo
Getúlio Vargas, abrangendo
a região Oeste dos Estados do
Paraná e de Santa Catarina. No
lado de Santa Catarina, o novo
território incluía cidades como
Chapecó, Concórdia, Caçador,
Joaçaba, Xanxerê e São Miguel
d’Oeste. Os objetivos eram for-
talecer a ocupação da fronteira
depois da entrada do Brasil na
Segunda Guerra e ao mesmo
tempo dar autonomia a uma
região que se sentia distanciada
do poder estabelecido no Lito-
ral. A mudança durou apenas
três anos, sendo revogada pela
Constituição de 1946.
Painel Contestado – Terra
Contestada, de Hassis
FundaçãoHassis/Divulgação
37
38
Santa Catarina
na Era Republicana
A proclamação da República e o consequente fim da
Monarquia, em 15 de novembro de 1889, marcariam
um novo período para o Brasil e para todas as suas
províncias, que passaram a ser chamadas de Estados.
O presidente de Santa Catarina, Luís Alves Leite de
Oliveira Bello, foi pacificamente destituído e muitos
deputados monarquistas aderiram espontaneamente ao
novo regime. Lauro Müller tornou-se o primeiro gover-
nador de Santa Catarina na era republicana. A Cons-
tituição Federal de 1891 estabeleceu eleições diretas e
Gustavo Richard foi o escolhido.
lis (“cidade de Floriano”), uma
forma de marcar a vitória obti-
da ali pelo Marechal de Ferro.
Em 1900, Santa Catarina
somava 320.300 habitantes.
Florianópolis e Blumenau eram
as maiores cidades, com cerca
de 31.000 habitantes cada. O
Estado consolidava o modelo
de ocupação por pequenas pro-
priedades agrícolas, de adminis-
tração familiar, sem latifúndios
e sem uma metrópole predo-
minante. Com o passar das dé-
cadas, esse se tornaria um dos
principais diferenciais de Santa
Catarina em relação à maioria
dos Estados brasileiros.
As limitações econômicas
do início do século foram sen-
do gradualmente superadas. A
pauta de exportações, antes li-
mitada às madeiras, à erva-ma-
te e à farinha de mandioca, foi
reforçada pelo gado e o arroz.
Com o advento da industria-
lização do Estado, processo
iniciado ainda na década de
1880, com a fundação de uma
fábrica de camisetas em Blu-
menau pelos irmãos Hermann
e Bruno Hering, Santa Cata-
rina passou a ter produção re-
levante também de tecidos e
fios, camisas, bordados e meias
de algodão. Impulsionado pelo
desenvolvimento da indústria
têxtil, Blumenau logo se tor-
naria o maior município ca-
tarinense – em 1920, a cida-
de somava 68.000 habitantes,
enquanto nenhuma outra do
Estado chegava a 40.000.
Florianópolis, a capital, vi-
via isolada pela inexistência de
uma ligação da Ilha de Santa
Catarina com o continente. O
governador Hercílio Luz resol-
veu enfrentar esse problema ao
providenciar a construção, en-
tre 1922 e 1926, da ponte que
seria batizada com o seu nome.
O desenvolvimento trazido pela
obra foi inegável, assim como o
endividamento do Estado, que
precisou fazer um emprésti-
mo de 20.000 contos (quantia
equivalente a 5 milhões de dó-
lares) para executar essa e outras
obras de infraestrutura. O valor
correspondia a quase quatro
anos de receita.
Em 1955, o lageano Nereu
Ramos, que havia sido gover-
nador de Santa Catarina entre
1935 e 1945 (e era filho do
também ex-governador Vidal
Ramos), tornou-se o político
mais importante da história
catarinense ao assumir a Pre-
sidência da República por um
período de três meses, após
o suicídio de Getúlio Vargas.
Ramos era o primeiro vice-
-presidente do Senado Federal
e foi alçado ao cargo após o
impedimento do vice de Ge-
túlio, Café Filho, e do presi-
dente da Câmara dos Deputa-
dos, Carlos Luz. Conduziu o
governo até a posse de Jusceli-
no Kubitschek, tornando-se a
partir daí ministro da Justiça.
Nereu Ramos morreria num
acidente aéreo, em 1958, que
vitimou também o então go-
vernador de Santa Catarina,
Jorge Lacerda, e outro impor-
tante político do Estado, Leo-
berto Leal.
As turbulências ainda es-
tavam longe de terminar em
Santa Catarina, contudo. O
Estado se viu involuntariamen-
te envolvido na Revolta da Ar-
mada, que eclodiu no Rio de
Janeiro em 1893. A Marinha,
em parte por ter resquícios mo-
narquistas em seus quadros, e
também insatisfeita pelo fato de
que apenas representantes do
Exército estavam assumindo o
governo do país após a procla-
mação da República, revoltou-
se sob a liderança do almirante
Custódio de Melo. Os navios
rebeldes bombardearam o Rio
de Janeiro e, atacados pelas for-
ças governamentais, escaparam
rumo ao Sul do país, onde se
juntaram aos revoltosos da Re-
volução Federalista e invadiram
a pacata e indefesa capital cata-
rinense, Desterro.
Floriano Peixoto adquiriu
novos navios e retomou a ci-
dade, com forte repressão – in-
cluindo quase duas centenas de
fuzilamentos e enforcamentos
realizados na Ilha de Anhato-
mirim, sob comando do te-
mido coronel Moreira Cesar.
As vítimas foram não apenas
membros comprovados do mo-
vimento original, mas também
simples moradores de Desterro
que teriam, na avaliação do go-
verno, colaborado de alguma
forma com os revoltosos. Santa
Catarina entraria no século 20
com muitos traumas a superar
e uma nova identidade para a
capital, cujo nome foi trocado
de Desterro para Florianópo-
O golpe militar de 1964 im-
pôs um período de duas décadas
de ditadura no Brasil. Santa Ca-
tarina teve um papel destacado
no processo de redemocratiza-
ção do país ao desencadear um
movimento popular que entrou
para a história como Novem-
brada, referência ao mês de
1979 em que o episódio ocor-
reu em Florianópolis. Durante
visita do presidente João Figuei-
redo à cidade, estava prevista a
inauguração de uma placa em
homenagem a Floriano Peixoto
– contestada por boa parte da
população em decorrência da
memória dos acontecimentos
que haviam culminado com a
troca do nome da cidade para
Florianópolis, em 1894. Os
protestos se transformaram em
tumulto e a população arrancou
à força a placa recém-instalada
na Praça 15 de Novembro, ma-
nifestação que foi interpretada
como sinal do enfraquecimento
do governo militar e contribuiu
para o advento do processo de
abertura política que se daria
dali em diante.
Em 1983, o voto voltou a
ser direto para a escolha de go-
vernadores. Em Santa Catarina,
foram eleitos sucessivamente
Esperidião Amin (1983-1987),
Pedro Ivo Campos (para o man-
dato entre 1987 e 1990, com
o vice Casildo Maldaner assu-
mindo por pouco mais de um
ano após a morte do governa-
dor), Vilson Kleinübing (para
o período entre 1991 e 1995,
com seu vice Antônio Carlos
Konder Reis também assumin-
do por quase um ano em decor-
rência do titular ter concorrido
ao Senado), Paulo Afonso Vieira
(1995-1999), novamente Espe-
ridião Amin (1999-2003), Luiz
Henrique da Silveira (que cum-
priu dois mandatos, entre 2003
e 2010, com o vice Leonel Pa-
van assumindo por quase um
ano, ao final do período, para
que o governador se candida-
tasse ao Senado) e Raimundo
Colombo, a partir de 2011.
Palácio Cruz e Sousa, Florianópolis
S.V.
39
ARGENTINA
Paraná
Oeste
Principais municípios
Posição Município População
Vale do Itajaí
1 Blumenau 309.011
2 Itajaí 183.373
3 Balneário Camboriú 108.089
Norte
1 Joinville 515.288
2 Jaraguá do Sul 143.123
3 São Bento do Sul 74.801
Oeste
1 Chapecó 183.530
2 Caçador 70.762
3 Concórdia 68.621
Grande Florianópolis
1 Florianópolis 421.240
2 São José 209.804
3 Palhoça 137.334
Sul
1 Criciúma 192.308
2 Tubarão 97.235
3 Araranguá 61.310
Serra
1 Lages 156.727
2 Curitibanos 37.748
3 Campos Novos 32.824
As regiões catarinenses
Oterritóriocatarinenseédivididoemseisregiõesgeográficas,
cada uma delas com configuração física, formação étnica
e vocações econômicas específicas. São o retrato da grande
diversidade, em todos os sentidos, que se encontra em Santa
Catarina. O Vale do Itajaí concentra a maior população, o
Oeste tem a maior área e o maior número de municípios,
enquanto a Grande Florianópolis apresenta a maior
densidade demográfica.
População e área por região
Região Municípios População Área (km²)
Densidade
demográfica
(habitantes/km²)
Vale do Itajaí 54 1.508.980 13.098,4 115,2
Norte 26 1.212.843 15.928,9 76,1
Oeste 118 1.200.712 27.310,8 44
Grande
Florianópolis
21 994.095 7.355,5 135,1
Sul 44 925.065 9.719,2 95,2
Serra 30 406.741 22.324,0 18,2
Total 293 6.248.436 95.736,8 65,3
40
S
N
LO
Rio Grande do Sul
Oceano
Atlântico
Serra
Norte
Vale do Itajaí
Grande
Florianópolis
Sul
41
42
Grande Florianópolis
Para brasileiros de todas as regiões e para os nossos
vizinhos argentinos, não é de hoje que a simples menção
a Florianópolis remete à ideia de belas paisagens e
invejávelqualidadedevida.Nosúltimosanos,afamade
“paraíso” ganhou o mundo. Publicações internacionais
de grande repercussão passaram a citar a capital de
Santa Catarina como um dos destinos turísticos mais
encantadores do planeta e conhecê-la entrou para os
planos de viajantes de todas as partes do globo.
Com isso, os “manezinhos”
– como são chamados os nati-
vos da cidade – estão se habi-
tuando a ouvir não mais apenas
os sotaques brasileiros e o caste-
lhano dos hermanos, mas tam-
bém o inglês e diversos idiomas
europeus. A cidade se tornou
cosmopolita e o turismo, antes
limitado à temporada de verão,
transformou-se em uma ativi-
dade desenvolvida ao longo de
todo o ano. Para receber esse
público exigente, surgiram ho-
téis, pousadas e restaurantes de
alto nível.
Além do turismo de praia, a
Grande Florianópolis tem de-
senvolvido o turismo rural em
cidades como Santo Amaro da
Imperatriz, Alfredo Wagner,
Angelina e Rancho Queimado,
que oferecem opções acolhe-
doras de hospedagem. Já Nova
Trento, conhecida como a ter-
ra de Madre Paulina, primeira
santa brasileira, é um dos prin-
cipais destinos de turismo reli-
gioso no país.
Florianópolis também tem
se destacado como importante
polo de Tecnologia da Informa-
ção – uma indústria limpa, que
combina perfeitamente com
sua natureza exuberante e pre-
servada. Já existem na cidade
mais de 500 empresas de au-
tomação, desenvolvimento de
programas e jogos, com geração
de 12.000 empregos diretos.
Setores tradicionais da indús-
tria encontram espaço na vizi-
nha São José – quarto municí-
pio mais populoso do Estado,
sede de um parque empresarial
em franco desenvolvimento. A
indústria de calçados é uma im-
portante atividade em São João
Batista e Canelinha.
Embora a ocupação de Flo-
rianópolis e da maior parte dos
municípios da região tenha
sido feita predominantemente
por açorianos, há também ci-
dades colonizadas por alemães,
como é o caso de São Pedro de
Alcântara – primeiro núcleo
catarinense a receber imigran-
tes daquele país, em 1829 –,
e por italianos, a exemplo de
Nova Trento. A própria Madre
Paulina foi uma imigrante, que
chegou ainda criança à cidade
em que desenvolveria, na vira-
da do século 19 para o século
20, seu trabalho de assistência
a enfermos.
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Grande Florianópolis
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Florianópolis 421.240 675,4 623,7 Florianopolitano
2 São José 209.804 152,4 1.376,7 Josefense
3 Palhoça 137.334 395,1 347,6 Palhocense
4 Biguaçu 58.206 370,9 156,9 Biguaçuense
5 Tijucas 30.960 279,6 110,7 Tijucano
6 São João Batista 26.260 221,1 118,8 Batistense
7 Santo Amaro da Imperatriz 19.823 344,0 57,6 Santo-amarense
8 Governador Celso Ramos 12.999 117,2 110,9 Gancheiro
9 Nova Trento 12.190 402,9 30,3 Nova-trentino
10 Canelinha 10.603 152,6 69,5 Canelense
11 Alfredo Wagner 9.410 732,8 12,8 Alfredense
12 Antônio Carlos 7.458 228,7 32,6 Antônio-carlense
13 Paulo Lopes 6.692 449,7 14,9 Paulo-lopense
14 Águas Mornas 5.548 327,4 16,9 Águas-mornense
15 Angelina 5.250 500,0 10,5 Angelinense
16 São Pedro de Alcântara 4.704 140,0 33,6 Alcantarense
17 Leoberto Leal 3.365 291,2 11,6 Leobertense
18 Major Gercino 3.279 285,7 11,5 Majorense
19 Anitápolis 3.214 542,1 5,9 Anitapolitano
20 São Bonifácio 3.008 460,4 6,5 São-bonifacense
21 Rancho Queimado 2.748 286,3 9,6 Rancho-queimadense
Total 994.095 7.355,5 135,1
Fonte: IBGE, Censo 2010
Pontes de
Florianópolis que
ligam a Ilha de Santa
Catarina ao continente P.A.
44
Acima: casario açoriano em São José. Abaixo: casa de campo do governador Hercílio Luz, em Rancho Queimado
Z.P.
Z.P.
45
Acima: figueira
centenária da Praça
15 de Novembro,
em Florianópolis.
Ao lado: Praia do
Sonho, Ponta do
Papagaio e Praia da
Pinheira, em Palhoça
Z.P.
T.E.
46
P.A.
47
Reserva Marinha do Pirajubaé, em Florianópolis
48
Vale do Itajaí
A história do Vale do Itajaí é marcada pelo empreen-
dedorismo e a obstinação dos imigrantes alemães em
construir uma nova vida longe da terra natal. Essa in-
fluência continua mais viva do que nunca em cidades
como Blumenau, Brusque e Gaspar, polos têxteis que
são o berço de várias empresas reconhecidas internacio-
nalmente, e Pomerode, onde a maior parte da popula-
ção é fluente no idioma dos antepassados.
O orgulho pelas origens
é simbolizado pela realização
anual da Oktoberfest, em Blu-
menau, embalada por cerveja,
comida e danças típicas. Trata-
se do carro-chefe de uma série
de festas organizadas pelos cata-
rinenses no mês de outubro. A
primeira edição da Oktoberfest
ocorreu em 1984, para ajudar a
cidade a recuperar o ânimo e as
finanças depois das grandes en-
chentes que haviam ocorrido no
Vale do Itajaí. Desde então, 20
milhões de pessoas já participa-
ram do evento, que se estende
por quase três semanas e atrai
visitantes de todos os cantos do
Brasil e também do exterior.
Já em Itajaí, colonizada
principalmente por açorianos,
as atividades econômicas es-
tão diretamente relacionadas
ao mar. Com um dos índices
de desenvolvimento mais al-
tos do país ao longo da últi-
ma década, a cidade explora a
pesca (73.300 toneladas por
ano, cerca de 60% da produção
catarinense) e sedia um porto
estratégico para as exportações
brasileiras – em decorrência
disso, muitas empresas especia-
lizadas em logística estão se ins-
talando na região. A excelente
infraestrutura de transportes do
Vale é reforçada pelo aeroporto
de Navegantes, que vem se con-
solidando como um dos mais
importantes do Sul do Brasil.
Balneário Camboriú é outra
cidade litorânea da região, co-
nhecida em todo o país como
um dos destinos turísticos mais
agitados do verão. Com suas
belas praias e ar cosmopolita,
simbolizado pelos arranha-céus
da Avenida Atlântica e a profu-
são de restaurantes e casas no-
turnas, o município tem estru-
tura para receber um milhão de
pessoas simultaneamente. Essa
marca, que corresponde a quase
dez vezes sua população regular,
é alcançada especialmente nos
meses de dezembro e janeiro.
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Vale do Itajaí
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Blumenau 309.011 518,5 596,0 Blumenauense
2 Itajaí 183.373 288,3 636,0 Itajaiense
3 Balneário Camboriú 108.089 46,2 2.339,6 Praiano
4 Brusque 105.503 283,2 372,5 Brusquense
5 Camboriú 62.361 212,3 293,7 Camboriuense
6 Rio do Sul 61.198 260,4 235,0 Rio-sulense
7 Navegantes 60.556 112,0 540,7 Navegantino
8 Gaspar 57.981 386,8 149,9 Gasparense
9 Indaial 54.854 430,8 127,3 Indaialense
10 Itapema 45.797 57,8 792,3 Itapemense
11 Timbó 36.774 127,4 288,6 Timboense
12 Pomerode 27.759 214,7 129,3 Pomerodense
13 Penha 25.141 58,8 427,6 Penhense
14 Barra Velha 22.386 140,1 159,8 Barra-velhense
15 Ituporanga 22.250 336,9 66,0 Ituporanguense
16 Guabiruba 18.430 174,7 105,5 Guabirubense
17 Ibirama 17.330 247,3 70,1 Ibiramense
18 Taió 17.260 692,9 24,9 Taioense
19 Balneário Piçarras 17.078 99,4 171,8 Piçarrense
20 Porto Belo 16.083 93,6 171,8 Porto-belense
21 Presidente Getúlio 14.887 294,3 50,6 Getulense
22 Pouso Redondo 14.810 359,4 41,2 Pouso-redondense
23 Bombinhas 14.293 35,9 398,1 Bombinense
24 Ilhota 12.355 252,9 48,9 Ilhotense
25 Rodeio 10.922 129,9 84,1 Rodeiense
26 Luiz Alves 10.438 259,9 40,2 Luiz-alvense
27 Benedito Novo 10.336 388,8 26,6 Benedito-novense
28 Rio dos Cedros 10.284 554,1 18,6 Rio-cedrense
29 Lontras 10.244 197,1 52,0 Lontrense
30 Apiúna 9.600 493,3 19,5 Apiunense
31 Agrolândia 9.323 207,6 44,9 Agrolandense
32 Ascurra 7.412 110,9 66,8 Ascurrense
33 Salete 7.370 179,3 41,1 Saletense
34 Rio do Oeste 7.090 247,8 28,6 Riense-do-oeste
35 Trombudo Central 6.553 108,6 60,3 Trombudense
36 Vidal Ramos 6.290 342,9 18,3 Vidal-ramense
37 Rio do Campo 6.192 506,2 12,2 Rio-campense
38 Petrolândia 6.131 305,9 20,0 Petrolandense
39 Laurentino 6.004 79,6 75,4 Laurentinense
40 Imbuia 5.707 123,0 46,4 Imbuiense
41 Aurora 5.549 206,6 26,9 Aurorense
42 Vitor Meireles 5.207 370,5 14,1 Vitor-meirelense
43 Agronômica 4.904 130,5 37,6 Agronomense
44 José Boiteux 4.721 405,2 11,7 José-boatense
45 Botuverá 4.468 296,2 15,1 Botuveraense
46 Dona Emma 3.721 181,2 20,5 Donemense
47 Doutor Pedrinho 3.604 374,6 9,6 Pedrinhense
48 Witmarsum 3.600 152,0 23,7 Witmarsumense
49 Braço do Trombudo 3.457 90,3 38,3 Braço-trombudense
50 São João do Itaperiú 3.435 151,4 22,7 Itaperiuense
51 Atalanta 3.300 94,2 35,0 Atalantense
52 Chapadão do Lageado 2.762 124,8 22,1 Lageadense
53 Mirim Doce 2.513 335,7 7,5 Mirindocense
54 Presidente Nereu 2.284 225,7 10,1 Nereusense
Total 1.508.980 13.098,4 115,2
Fonte: IBGE, Censo 2010
50
Anoitecer em Blumenau
Beto Carrero
World, maior
parque temático
da América
Latina, na cidade
de Penha
T.E.
BetoCarreroWorld/Divulgação
Acima: vista panorâmica
de Balneário Camboriú.
Ao lado: Brusque, importante
polo têxtil do Estado.
Abaixo: Porto de Itajaí
Z.P.
N.E.P.A.
51
52
Oeste
A agroindústria é a principal atividade econômica
do Oeste catarinense, berço de importantes empresas
brasileiras do setor de alimentos. Trata-se de um dos
mais relevantes polos de avicultura, produção de leite
e criação de suínos do país. A agricultura se baseia no
modelo familiar e é concentrada na produção de grãos,
especialmente milho, soja e feijão – uma das exceções
fica por conta da cidade de Fraiburgo, maior produtora
brasileira de maçãs.
Com crescimento acelerado
nas últimas décadas, Chapecó
– sexto município catarinense
mais populoso –, é o principal
centro do Oeste catarinense.
Outras cidades importantes da
região, como Caçador, Concór-
dia, Videira e Xanxerê, seguem
modelo semelhante de desen-
volvimento, com progressiva ur-
banização e investimentos cons-
tantes em infraestrutura.
A ligação do aeroporto de
Chapecó a Florianópolis e dali
às principais cidades do país,
por meio de voos diários, con-
tribuiu decisivamente para re-
duzir a sensação de isolamen-
to dos habitantes do Oeste. O
êxodo ao qual muitos jovens
da região eram obrigados a se
lançar para continuar os estu-
dos em outras partes de Santa
Catarina ou em outros Esta-
dos foi reduzido pela instala-
ção de diversas instituições de
ensino superior.
Colonizado em grande parte
por gaúchos de origem italiana
e alemã, o Oeste catarinense
tem 118 cidades, número que
equivale a 40% do total catari-
nense. A maior parte delas não
chegou ainda à marca de 10.000
habitantes, dado que sintetiza o
grande potencial de desenvolvi-
mento projetado para a região
nas próximas décadas.
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Oeste
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Chapecó 183.530 626,1 293,1 Chapecoense
2 Caçador 70.762 984,3 71,9 Caçadorense
3 Concórdia 68.621 799,9 85,8 Concordense
4 Videira 47.188 380,3 124,1 Videirense
5 Xanxerê 44.128 377,8 116,8 Xanxerense
6 São Miguel do Oeste 36.306 234,1 155,1 Miguel-oestino
7 Fraiburgo 34.553 547,9 63,1 Fraiburgense
8 Joaçaba 27.020 232,2 116,4 Joaçabense
9 Xaxim 25.713 293,3 87,7 Xaxiense
10 Maravilha 22.101 171,3 129,0 Maravilhense
11 São Lourenço do Oeste 21.792 360,5 60,4 Lourencense/Lourenciano
12 Herval d’Oeste 21.239 217,3 97,7 Hervalense
13 Capinzal 20.769 244,2 85,0 Capinzalense
14 Abelardo Luz 17.100 953,1 17,9 Abelardo-lusense
15 Seara 16.936 311,4 54,4 Searaense
16 Pinhalzinho 16.332 128,2 127,4 Pinhalense
17 Palmitos 16.020 352,5 45,4 Palmitense
18 Itapiranga 15.409 282,7 54,5 Itapiranguense
19 Dionísio Cerqueira 14.811 379,2 39,1 Cerqueirense
20 São José do Cedro 13.684 281,0 48,7 Cedrense
21 Lebon Régis 11.838 941,5 12,6 Lebon-regense
22 Ponte Serrada 11.031 564,5 19,5 Ponte-serradense
23 Faxinal dos Guedes 10.661 339,7 31,4 Faxinalense
24 Cunha Porã 10.613 217,9 48,7 Cunha-porense
25 Guaraciaba 10.498 330,4 31,8 Guaraciabense
26 São Carlos 10.291 161,3 63,8 São-carlense
27 Quilombo 10.248 280,3 36,6 Quilombense
28 Mondaí 10.231 202,1 50,6 Mondaiense
29 Coronel Freitas 10.213 234,0 43,6 Freitense/Freitano
30 Catanduvas 9.555 197,3 48,4 Catanduvense
31 Irani 9.531 325,7 29,3 Iraniense
32 São Domingos 9.491 384,6 24,7 Dominguense
33 Campo Erê 9.370 479,1 19,6 Campo-erense
34 Saudades 9.016 206,6 43,6 Saudadense
35 Tangará 8.674 388,2 22,3 Tangaraense
36 Descanso 8.634 286,1 30,2 Descansense
37 Iporã do Oeste 8.409 199,7 42,1 Iporã-oestino
38 Palma Sola 7.765 330,1 23,5 Palma-solense
39 Ouro 7.372 213,7 34,5 Ourense
40 Ipumirim 7.220 247,4 29,2 Ipumiriense
41 Água Doce 6.961 1.314,3 5,3 Água-docense
42 Ipuaçu 6.798 260,9 26,1 Ipuaçuense
43 Itá 6.426 165,8 38,8 Itaense
44 Anchieta 6.380 228,3 27,9 Anchietense
45 Treze Tílias 6.341 186,6 34,0 Treze-tiliense
46 Caibi 6.219 174,8 35,6 Caibiense
47 Rio das Antas 6.143 318,0 19,3 Rio-antense
48 Águas de Chapecó 6.110 139,8 43,7 Chapecoense-das-águas
49 São João do Oeste 6.036 163,3 37,0 São-joanense
50 Luzerna 5.600 118,4 47,3 Luzernense
51 Romelândia 5.551 225,9 24,6 Romelandino
52 Guarujá do Sul 4.908 100,2 49,0 Guarujaense
53 Riqueza 4.838 192,0 25,2 Riquezense
54 Vargem Bonita 4.793 298,5 16,1 Vargembonitense
55 Piratuba 4.786 146,0 32,8 Piratubense
56 Ipira 4.752 154,6 30,7 Ipirense
57 Guatambu 4.679 205,9 22,7 Guatambuense
58 Lindóia do Sul 4.642 188,6 24,6 Lindoiense
59 Tunápolis 4.633 133,2 34,8 Tunapolitano
53
54
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
60 Passos Maia 4.425 619,2 7,1 Passosmaiense
61 Caxambu do Sul 4.411 140,7 31,4 Caxambuense
62 Erval Velho 4.352 207,4 21,0 Ervalense
63 Salto Veloso 4.301 105,1 40,9 Velosoense
64 Nova Erechim 4.275 64,9 65,9 Nova Erechinense
65 Nova Itaberaba 4.267 137,5 31,0 Nova Itaberabense
66 Iraceminha 4.253 163,2 26,1 Iraceminhense
67 Arabutã 4.193 132,8 31,6 Arabutanense
68 Xavantina 4.142 216,7 19,1 Xavantinense
69 Paraíso 4.080 181,2 22,5 Paraisense
70 Modelo 4.045 91,1 44,4 Modelense
71 Jaborá 4.041 191,9 21,1 Jaboraense
72 Saltinho 3.961 156,5 25,3 Saltinhense
73 Cordilheira Alta 3.767 82,9 45,4 Cordilheiraltense
74 Vargeão 3.532 166,6 21,2 Vargeonense
75 Arroio Trinta 3.502 94,3 37,1 Arroio-trintense
76 Galvão 3.472 122,0 28,5 Galvãoense
77 Calmon 3.387 638,2 5,3 Calmonense
78 Ibicaré 3.373 155,8 21,6 Ibicareense
79 Serra Alta 3.285 92,3 35,6 Serra-altense
80 Pinheiro Preto 3.147 65,9 47,8 Pinheirense
81 Entre Rios 3.018 104,5 28,9 Entrerriense
82 Peritiba 2.988 95,8 31,2 Peritibense
83 União do Oeste 2.910 92,6 31,4 União-oestense
84 Bandeirante 2.906 147,4 19,7 Bandeirantense
85 Santa Terezinha do Progresso 2.896 118,8 24,4 Terezinhano
86 Matos Costa 2.839 433,1 6,6 Matos-costense
87 Sul Brasil 2.766 112,9 24,5 Sul brasilense
88 Princesa 2.758 86,2 32,0 Princesense
89 Novo Horizonte 2.750 151,9 18,1 Novo-horizontino
90 Iomerê 2.739 113,8 24,1 Iomerense
91 São Bernardino 2.677 144,9 18,5 Bernardinense
92 Planalto Alegre 2.654 62,5 42,5 Planaltoalegrense
93 Belmonte 2.635 92,4 28,5 Belmontense
94 Formosa do Sul 2.601 100,1 26,0 Formoense do sul
95 Bom Jesus 2.526 63,5 39,8 Bonjesuense
96 Coronel Martins 2.458 107,3 22,9 Coronel martiense
97 Águas Frias 2.424 76,1 31,9 Aguasfriense
98 Santa Helena 2.382 81,7 29,2 Santaelenense
99 Ouro Verde 2.271 189,2 12,0 Ouro-verdense
100 Arvoredo 2.260 90,8 24,9 Arvoredense
101 Marema 2.203 104,1 21,2 Maremense
102 Lacerdópolis 2.199 68,9 31,9 Lacerdopolitano
103 Jupiá 2.148 92,1 23,3 Jupiaense
104 Bom Jesus do Oeste 2.132 67,1 31,8 Bonjesuense
105 Irati 2.096 78,3 26,8 Iratiense
106 Alto Bela Vista 2.005 104,0 19,3 Bela-vistense
107 Ibiam 1.945 146,7 13,3 Ibianense
108 São Miguel da Boa Vista 1.904 71,4 26,7 Boa-vistense
109 Cunhataí 1.882 55,8 33,7 Cunhataiense
110 Barra Bonita 1.878 93,5 20,1 Barrabonitense
111 Macieira 1.826 259,6 7,0 Macieirense
112 Jardinópolis 1.766 67,7 26,1 Jardinopolense
113 Paial 1.763 85,8 20,5 Paialense
114 Tigrinhos 1.757 57,9 30,3 Tigrinhense
115 Presidente Castello Branco 1.725 65,6 26,3 Castelinense
116 Flor do Sertão 1.588 58,9 27,0 Flor-sertanense
117 Lajeado Grande 1.490 65,3 22,8 Lageado grandense
118 Santiago do Sul 1.465 73,8 19,9 Santiaguense
Total 1.200.712 27.310,8 44,0
Fonte: IBGE, Censo 2010
55Igreja Matriz e monumento O Desbravador, em Chapecó
Agroindústria, base da economia da região
E.L.
S.V.
56
Norte
Na região Norte estão o maior município catarinense
– Joinville, o único do Estado a ter superado a marca
de 500.000 habitantes, colonizado principalmente por
alemães a partir de meados do século 19 – e também a
cidade mais antiga de Santa Catarina e uma das mais
antigas do país, a litorânea São Francisco do Sul, visi-
tada pelos europeus desde o início do século 16 e coloni-
zada ao longo de sua história por açorianos, espanhóis
e franceses. Esses dois municípios sintetizam a grande
diversidade cultural da região, característica que se es-
tende também à economia.
Joinville e sua vizinha Jara-
guá do Sul formam o principal
polo industrial de Santa Catari-
na e um dos mais importantes
do Brasil, com destaque para
o setor metalomecânico. Em-
presas nascidas na região torna-
ram-se conhecidas em todo o
país e expandiram sua presença
e suas vendas para o mercado
global. O estilo de gestão das
empresas do Norte catarinense
é reconhecido pela combinação
bem-sucedida entre atualização
tecnológica, visão de mercado e
simplicidade nas relações – ter-
no e gravata não fazem parte do
dia a dia corporativo e há incen-
tivo ao contato direto e infor-
mal entre operários e diretores.
Outro setor econômico re-
levante do Norte catarinense é
o moveleiro, concentrado es-
pecialmente nos municípios de
São Bento do Sul e Rio Negri-
nho – as duas cidades, juntas,
reúnem mais de 200 fabrican-
tes e revendedores de móveis.
O agronegócio se faz presente
como base da economia de ci-
dades como Canoinhas e Ma-
fra. Já a histórica São Francisco
do Sul vive em torno de seu
porto, um dos mais movimen-
tados do Brasil.
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NORTE
Posição Município População Área (km²)
Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Joinville 515.288 1.126,1 457,6 Joinvilense
2 Jaraguá do Sul 143.123 529,5 270,3 Jaraguaense
3 São Bento do Sul 74.801 501,6 149,1 São-bentense
4 Mafra 52.912 1.404,0 37,7 Mafrense
5 Canoinhas 52.765 1.140,4 46,3 Canoinhense
6 São Francisco do Sul 42.520 498,6 85,3 Francisquense
7 Rio Negrinho 39.846 907,3 43,9 Rio-negrinhense
8 Guaramirim 35.172 268,5 131,0 Guaramirense
9 Porto União 33.493 845,3 39,6 Porto-unionense
10 Araquari 24.810 384,0 64,6 Araquariense
11 Itaiópolis 20.301 1.295,4 15,7 Itaiopolense
12 Três Barras 18.129 437,6 41,4 Três-barrense
13 Papanduva 17.928 747,9 24,0 Papanduvense
14 Schroeder 15.316 164,4 93,2 Cheredense
15 Itapoá 14.763 248,4 59,4 Itapoaense
16 Garuva 14.761 502,0 29,4 Garuvense
17 Massaranduba 14.674 374,1 39,2 Massarandubense
18 Corupá 13.852 402,8 34,4 Corupaense
19 Campo Alegre 11.748 499,1 23,5 Campo-alegrense
20 Irineópolis 10.448 589,6 17,7 Irineopolitense
21 Santa Terezinha 8.767 715,3 12,3 Terezinhense
22 Balneário Barra do Sul 8.430 111,3 75,7 Barrassulense
23 Monte Castelo 8.346 573,6 14,6 Monte-castelense
24 Major Vieira 7.479 525,5 14,2 Major-vieirense
25 Timbó Grande 7.167 598,5 12,0 Timbó-grandense
26 Bela Vista do Toldo 6.004 538,1 11,2 Bela vistense
Total 1.212.843 15.928,9 76,1
Fonte: IBGE, Censo 2010
Polo metalomecânico
é destaque da
economia no
Norte catarinense
Z.P.T.E.
58 Palácio dos Príncipes, Joinville
Igreja Matriz de São Bento do SulZ.P.
Z.P.
Cachoeira Rio dos Pardos, Porto UniãoZ.P.
59
60
Sul
O Sul catarinense tem economia bastante diversificada.
No que diz respeito a setores industriais, os destaques são
o cerâmico e o de vestuário, ambos liderados por Cri-
ciúma, seu maior município. Imbituba tem o único
porto público do Brasil administrado por uma empresa
privada, estrutura que ganha força como uma das me-
lhores opções do Sul do país para a movimentação de
cargas. Na maior parte dos demais municípios da região,
a principal sustentação econômica é a agricultura, com
cultivo principalmente de milho, feijão e arroz.
Contemplado por uma série
de belezas naturais, o Sul tem
parte considerável de sua renda
durante os meses de verão pro-
veniente do turismo. Redutos
como Balneário Rincão, em
Içara, Morro dos Conventos,
em Araranguá, e Praia do Rosa,
entre Imbituba e Garopaba, são
frequentados no período de ca-
lor por um grande número de
visitantes, vindos sobretudo do
Estado vizinho, o Rio Grande
do Sul. A cidade de Laguna,
terra de Anita Garibaldi, encan-
ta pelo centro histórico preser-
vado, pelas lindas praias e por
monumentos como o Farol de
Santa Marta, erguido no final
do século 19.
A região Sul de Santa Catari-
na foi colonizada predominan-
temente por italianos, cultura
que se faz presente até hoje na
arquitetura, música e gastrono-
mia em cidades como Urussan-
ga, Nova Veneza e Orleans. O
vinho, uma das heranças mais
celebradas, continua sendo pro-
duzido artesanalmente em di-
versas localidades, como símbo-
lo permanente do valor que os
habitantes do Sul dão às origens
e à memória dos pioneiros.
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Sul
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Criciúma 192.308 235,7 815,9 Criciumense
2 Tubarão 97.235 301,8 322,2 Tubaronense
3 Araranguá 61.310 303,3 202,1 Araranguaense
4 Içara 58.833 293,6 200,4 Içarense
5 Laguna 51.562 441,6 116,8 Lagunense
6 Imbituba 40.170 182,9 219,6 Imbitubense
7 Braço do Norte 29.018 211,9 136,9 Braço-nortense
8 Sombrio 26.613 143,3 185,7 Sombriense
9 Forquilhinha 22.548 183,1 123,1 Forquilhense
10 Capivari de Baixo 21.674 53,3 406,6 Capivariense
11 Orleans 21.393 548,8 39,0 Orleanense
12 Urussanga 20.223 254,9 79,3 Urussanguense
13 Garopaba 18.138 115,4 157,2 Garopabense
14 Jaguaruna 17.290 328,3 52,7 Jaguarunense
15 Morro da Fumaça 16.126 83,1 194,1 Fumacense
16 Cocal do Sul 15.159 71,1 213,2 Cocalense
17 Lauro Müller 14.367 270,8 53,1 Lauro-milense
18 Nova Veneza 13.309 295,0 45,1 Veneziano
19 Siderópolis 12.998 261,7 49,7 Sideropolitano
20 Turvo 11.854 235,5 50,3 Turvense
21 Imaruí 11.672 542,6 21,5 Imaruense
22 São Ludgero 10.993 107,7 102,1 São-ludgerense
23 Gravatal 10.635 164,8 64,5 Gravatalense
24 Jacinto Machado 10.609 431,4 24,6 Jacinto-machadense
25 Sangão 10.400 82,9 125,5 Sangãoense
26 Balneário Arroio do Silva 9.586 95,3 100,6 Arroio-silvense
27 Balneário Gaivota 8.234 145,8 56,5 Gaivotense
28 Santa Rosa do Sul 8.054 151,0 53,3 Santa-rosense
29 Armazém 7.753 173,6 44,7 Armazenense
30 Praia Grande 7.267 284,1 25,6 Praia-grandense
31 São João do Sul 7.002 183,4 38,2 João-sulense
32 Meleiro 7.000 187,1 37,4 Meleirense
33 Treze de Maio 6.876 161,7 42,5 Treze-maioense
34 Passo de Torres 6.627 95,1 69,7 Passotorrense
35 Maracajá 6.404 62,5 102,5 Maracajaense
36 Grão-Pará 6.223 338,2 18,4 Grão-paraense
37 Timbé do Sul 5.308 330,1 16,1 Timbeense
38 Rio Fortuna 4.446 302,9 14,7 Rio-fortunense
39 Pedras Grandes 4.107 159,3 25,8 Pedras-grandense
40 Treviso 3.527 157,1 22,5 Trevisano
41 São Martinho 3.209 223,9 14,3 São-martinhense
42 Morro Grande 2.890 258,2 11,2 Morrograndense
43 Santa Rosa de Lima 2.065 202,0 10,2 Rosa-limense
44 Ermo 2.050 63,4 32,3 Ermense
Total 925.065 9.719,2 95,2
Fonte: IBGE, Censo 2010
62
Dunas em Jaguaruna
E.M.
E.L.
Carro de boi em Orleans
A singeleza de GaropabaZ.P.
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Z.P.
Praia do Rosa, em Imbituba
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Serra
Os vastos campos da Serra catarinense contrastam com
os cenários litorâneos, a menos de 100 km de distân-
cia. A possibilidade de viajar de um lugar ao outro
em apenas duas horas de estrada demonstra a incrível
diversidade de paisagens encontradas em Santa Ca-
tarina. Enquanto o litoral é associado a sol e calor, a
Serra é sempre lembrada pelas paisagens de inverno
– trata-se da única região do país onde neva pratica-
mente todos os anos.
São Joaquim, conhecida
como a cidade mais fria do
Brasil, com temperatura média
anual de apenas 13 graus centí-
grados e registros frequentes de
quedas abaixo de zero, recebe
muitos visitantes entre junho e
agosto. Esses turistas aguardam
a oportunidade de testemunhar
um fenômeno inusitado para a
maioria dos habitantes de um
país predominantemente tro-
pical e brincam nas ruas feito
crianças quando surgem os pri-
meiros flocos de neve.
Lages, principal cidade da
região, foi fundada no final do
século 18 para marcar a ocupa-
ção da região pelos portugueses
e evitar que fosse tomada pelos
espanhóis. Hoje, visitantes são
muito bem-vindos, tanto que
Lages é considerada a capital
brasileira do turismo rural, com
diversas opções de hospedagem
em hotéis-fazenda e pousadas
charmosas. Nesses estabeleci-
mentos, o hóspede vive o coti-
diano da vida na Serra, pratican-
do atividades como ordenhar
vacas e percorrer trilhas a cavalo.
A vizinha Urubici tornou-se co-
nhecida como palco de esportes
radicais – praticados na água,
como canoagem; na terra, como
rapel e mountain bike; ou no
céu, a exemplo de voo livre.
A atividade madeireira e de
celulose sempre foi uma das ba-
ses econômicas da região serrana
e continua sendo relevante, devi-
damente adaptada às exigências
atuais de sustentabilidade. A bai-
xa ocupação demográfica facilita
também a pecuária, que depende
de áreas amplas para a criação de
gado. Campos Novos, com vas-
to território apto à agricultura,
é conhecida como o “celeiro”
de Santa Catarina pela grande
produtividade de grãos, especial-
mente milho, soja e trigo. Nos
últimos anos, a região tornou-se
produtora de vinhos finos, cuja
qualidade tem sido muito elogia-
da pelos especialistas.
67
Serra
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)
Gentílico
1 Lages 156.727 2.631,5 59,6 Lageano
2 Curitibanos 37.748 948,7 39,8 Curitibanense
3 Campos Novos 32.824 1.719,4 19,1 Campos-novense
4 São Joaquim 24.812 1.892,3 13,1 Joaquinense
5 Otacílio Costa 16.337 845,0 19,3 Otaciliense
6 Santa Cecília 15.757 1.145,8 13,8 Ceciliense
7 Correia Pinto 14.785 651,1 22,7 Correia-pintense
8 Urubici 10.699 1.017,6 10,5 Urubiciense
9 Monte Carlo 9.312 193,5 48,1 Montecarlense
10 São José do Cerrito 9.273 944,9 9,8 Cerritense
11 Bom Retiro 8.942 1.055,6 8,5 Bom-retirense
12 Anita Garibaldi 8.623 587,8 14,7 Anita-garibaldense
13 Campo Belo do Sul 7.483 1.027,7 7,3 Campo-belense
14 São Cristóvão do Sul 5.012 351,1 14,3 São-cristovense
15 Ponte Alta 4.894 569,0 8,6 Ponte-altense
16 Bom Jardim da Serra 4.395 935,9 4,7 Bom-jardinense
17 Cerro Negro 3.581 417,3 8,6 Cerronegrense
18 Ponte Alta do Norte 3.303 399,2 8,3 Norte pontealtense
19 Bocaina do Sul 3.290 512,8 6,4 Bocainense
20 Zortéa 2.991 189,7 15,8 Zorteense
21 Brunópolis 2.850 337,0 8,5 Brunopolitense
22 Vargem 2.808 350,1 8,0 Vargense
23 Celso Ramos 2.771 208,3 13,3 Celso-ramense
24 Capão Alto 2.753 1.335,8 2,1 Capão altense
25 Abdon Batista 2.653 235,8 11,3 Abdonense
26 Urupema 2.482 350,0 7,1 Urupemense
27 Frei Rogério 2.474 159,2 15,5 Frei rogeriense
28 Rio Rufino 2.436 282,5 8,6 Rio rufinense
29 Palmeira 2.373 289,3 8,2 Palmeirense
30 Painel 2.353 740,1 3,2 Painelense
Total 406.741 22.324,0 18,2
Fonte: IBGE, Censo 2010
Neve e maçãs:
elementos da
identidade serrana
A.F. C.F.
68
Z.P.
69
Pedra Furada, em Urubici
70
Infraestrutura
Com localização privilegia-
da entre os dois principais cen-
tros econômicos da América do
Sul – São Paulo e Buenos Aires
–, o Estado de Santa Catarina
está inteiramente conectado
com o Brasil e com o mundo.
Seus aeroportos têm linhas
diárias com países da América
do Sul e com as maiores cida-
des brasileiras – e destas com
os principais destinos ao redor
do planeta. Suas rodovias inter-
ligam o território catarinense e
conduzem, de forma eficiente e
segura, aos Estados e países vi-
zinhos. Seus portos são muito
importantes para o transporte
de cargas e para as exportações
brasileiras, enquanto as ferrovias
estão ganhando novo impulso
com os projetos anunciados pelo
Governo Federal.
A infraestrutura de energia
e telecomunicações assegura
todas as condições necessárias
à população e às empresas que
decidem investir em Santa Ca-
tarina. Estatais como as Cen-
trais Elétricas de Santa Cata-
rina (Celesc) e a Companhia
Catarinense de Águas e Sanea-
mento (Casan) estão entre as
mais eficientes do país.
A infraestrutura de
Santa Catarina é uma
das melhores do Brasil
Z.P.
71
J.T.
Acima: Rodovia SC-473,
em Lindóia do Sul.
Ao lado: Usina
Hidrelétrica Palmeiras,
em Rio dos Cedros
Secom/Divulgação
Celesc/Divulgação
72
Rodovias
O sistema rodoviário de San-
ta Catarina totaliza quase 62.800
km, dos quais 6.800 km são
pavimentados – extensão que
permite a interligação eficiente
e segura entre as regiões do Esta-
do, além da conexão com os vi-
zinhos Paraná e Rio Grande do
Sul e o acesso à Argentina, pela
região Oeste. A frota catarinen-
se é composta ao todo por 3,9
milhões de veículos, incluindo
280.000 veículos de carga.
As estradas catarinenses es-
tão em melhores condições ge-
rais do que a média brasileira.
Uma detalhada pesquisa divul-
gada pela Confederação Na-
cional dos Transportes (CNT)
mostrou que 53,6% dos trechos
pavimentados em Santa Catari-
na estão em bom ou ótimo esta-
do, contra 42,6% do país como
um todo. As principais rodovias
catarinenses receberam avalia-
ção geral positiva.
Asfaltada em 2013, a Rodovia SC-112,
entre Urupema e Rio Rufino,
é a mais alta do Estado e contribui
para o turismo na região Serrana
J.T.
Secom/Divulgação
73
Ferrovias
Santa Catarina tem 1.365
km de trilhos dedicados ao
transporte de cargas, operados
por duas concessionárias. A
América Latina Logística (ALL)
detém 1.201 km no Estado,
em duas ferrovias que cortam o
território no sentido norte-sul,
passando ambas pela cidade de
Mafra – tradicional entronca-
mento logístico catarinense – e
dali seguindo em direção aos
portos de São Francisco do Sul
(SC) e Paranaguá (PR). Essas
ferrovias transportam princi-
palmente combustíveis, soja e
outros produtos agrícolas. Já a
Ferrovia Tereza Cristina, com
164 km de extensão, liga mu-
nicípios do Sul catarinense ao
porto de Imbituba (SC), tendo
como carga principalmente car-
vão e coque.
O Governo Federal anun-
ciou recentemente a constru-
ção de duas novas ferrovias em
território catarinense, dentro
do Programa de Investimentos
em Logística, a ser executado
em parceria com a iniciativa
privada – que ficará respon-
sável pela construção e terá
garantia de compra da capaci-
dade de transporte pela estatal
Valec. Uma das novas ferrovias
ligará Mafra à cidade de Ma-
racaju (MS), cruzando toda a
porção Oeste do território pa-
ranaense. Mafra estará também
no caminho da outra ferrovia
projetada, que ligará São Paulo
(SP) a Rio Grande (RS), cor-
tando o território catarinense
no sentido norte-sul.
Transporte
ferroviário: projetos
de expansão
E.M.
Aeroportos
Quatro dos 67 aeroportos
administrados pela Empre-
sa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero) estão
em Santa Catarina. Juntos, os
aeroportos de Florianópolis,
Navegantes, Joinville e Criciú-
ma/Forquilhinha transportam
anualmente mais de 5 milhões
de passageiros, em quase 95.000
voos. O Estado conta ainda com
outros 17 aeródromos públicos e
oito privados. Entre esses, desta-
ca-se o Aeroporto Municipal de
Chapecó, que tem linhas regu-
lares operadas por grandes com-
panhias aéreas e é de grande im-
portância para as regiões Oeste
de Santa Catarina, Sudoeste do
Paraná e Noroeste do Rio Gran-
de do Sul.
O Aeroporto Internacional
Hercílio Luz, em Florianópo-
lis, é o 14º mais movimentado
do país e o 7º em tráfego inter-
nacional – 6,4% dos quase 3,4
milhões de passageiros que pas-
saram por ele em 2012 estavam
indo ou chegando do exterior.
O aeroporto da capital catari-
nense está sendo ampliado e
passará da capacidade anual de
4,1 milhões para 10,8 milhões
de passageiros. A principal obra
prevista é a construção de um
novo terminal de passageiros,
que aumentará a área dessa es-
trutura dos atuais 8.800 m²
para 33.800 m².
Aeroportos de Santa Catarina
Aeroporto Passageiros/ano Voos/ano Carga aérea (kg/ano) Mala postal (kg/ano)
Florianópolis 3.395.256 56.086 1.436.903 4.920.943
Navegantes 1.277.486 24.485 1.731.886 0
Joinville 423.122 10.106 1.176.865 0
Criciúma/Forquilhinha 36.391 3.711 0 0
Fonte: Infraero (Anuário Estatístico-Operacional de 2012)
Aeroporto de Florianópolis: mais de 3 milhões de passageiros por ano
P.A.
74
Portos
Santa Catarina conta com
três importantes portos que,
juntos, movimentam mais de 24
milhões de toneladas de cargas
por ano. Cada um desses portos
tem um modelo específico de
gestão. O de São Francisco do
Sul é uma autarquia estadual,
enquanto o de Itajaí teve a au-
toridade portuária concedida
ao município e o de Imbituba é
administrado pela Companhia
Docas de Imbituba, uma empre-
sa de capital aberto – sendo, des-
sa forma, o único porto público
do país sob responsabilidade de
uma organização privada.
Portos de Santa Catarina
Porto Movimento anual (toneladas)
São Francisco do Sul 11.233.182
Itajaí 11.225.526
Imbituba 2.311.731
Fontes: Respectivas autoridades portuárias (2012)
O Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea),
vinculado ao Governo Federal,
comparou 34 portos brasilei-
ros, analisando uma série de
aspectos que iam além do mo-
vimento de cargas – incluíam a
área de influência (local, regio-
nal ou nacional), a proporção
de exportações e o valor agre-
gado dos produtos movimen-
tados. Concluiu que o porto
de Itajaí é o quarto mais im-
portante do país, enquanto o
de São Francisco do Sul ocupa
a sétima posição e o de Imbitu-
ba está em 21º.
Porto de São Francisco do Sul, um dos mais importantes do Brasil
Z.P.
75
76
Telecomunicações
A presença de equipamentos
de telecomunicação nos domi-
cílios catarinenses está acima
da média nacional. Em Santa
Catarina, 98,4% das residên-
cias têm aparelho de televisão
(contra 96,9% no Brasil como
um todo), 94,6% contam com
telefone fixo (89,9% no país) e
55,8% dispõem de microcom-
putador (índice nacional de
42,9%), de acordo com núme-
ros da Pesquisa Nacional por
Amostragem por Domicílios
(Pnad), realizada pelo IBGE.
Santa Catarina tem 1,2 mi-
lhão de telefones fixos em fun-
cionamento – um para cada
cinco habitantes. Há também
8,1 milhões de celulares. Isso
significa que os catarinenses
dispõem de 13 aparelhos celula-
res para cada grupo de dez habi-
tantes. Apesar do amplo acesso
à telefonia móvel, existem ainda
33.800 telefones públicos, co-
nhecidos como “orelhões”, em
funcionamento no Estado.
Em julho de 2012, o Ibope
estimou em 2,7 milhões a quan-
tidade de usuários regulares de
internet em Santa Catarina,
número equivalente a 43% da
população. Estão contempla-
dos nessa conta todos os locais
de acesso, incluindo institui-
ções de ensino, bibliotecas e lan
houses. Se for considerado ape-
nas quem acessa a rede em casa
ou no ambiente de trabalho, a
estimativa é de 2,4 milhões de
usuários regulares, equivalente
a 37% da população. As ope-
radoras que atuam no Estado
têm ampliado a abrangência
dos serviços de terceira geração
(3G), que incluem internet de
alta velocidade sem fio.
Com relação à TV por assi-
natura, o serviço está disponível
em 34 municípios catarinenses
– que juntos abrigam 54,8%
da população do Estado. Há
503.700 assinaturas do serviço
vigentes em Santa Catarina. De
acordo com a Associação Cata-
rinense de Emissoras de Rádio
e Televisão (Acaert), o Estado
tem 18 emissoras de TV – al-
gumas delas já oferecendo tec-
nologia HD, de alta definição
–, 114 emissoras de rádio FM e
108 emissoras AM.
Santa Catarina
Brasil
Telecomunicações em SC*
Televisão
98,4%
94,6%
55,8%
96,9%
89,9%
42,9%
Telefone Fixo
(*) Índice de presença nos domicílios
Microcomputador
Z.P.
77
Capacidade instalada de geração elétrica (MW)
Tipo Brasil SC Participação
catarinense (%)
Hidro 82.459 3.621 4,4
Termal 31.243 1.070 3,4
Eólica 1.425 206 14,5
Nuclear 2.007 - -
Total 117.134 4.899 4,2
Fonte: EPE (Balanço Energético Nacional 2012)
Energia
Santa Catarina 41
Resto do Brasil 59
41%
59%
Produção de Carvão Mineral
Santa Catarina
 Resto do Brasil
Santa Catarina produz 2,3
milhões de toneladas de carvão
mineral por ano, volume equi-
valente a 41% do total nacional.
A distribuição de gás natural
no Estado tem sido ampliada ano
a ano com a atuação da SCGás.
Em 2011, a rede catarinense ga-
nhou 75 km adicionais, chegan-
do a 958 km, e a 57 municípios
– é o terceiro Estado do país com
maior rede. As vendas médias no
ano alcançaram 1,8 milhão de m³
por dia, acréscimo de 5% em re-
lação ao ano anterior.
No que diz respeito à geração
elétrica, Santa Catarina tem ca-
pacidade instalada de 4.899 me-
gawatts (MW), potência equiva-
lente a 4,2% do total nacional.
Trata-se de uma contribuição
proporcional à utilização de ele-
tricidade pelos catarinenses.
A capacidade instalada de
geração hidrelétrica em Santa
Catarina é de 3.621 MW – e
o potencial estimado é o dobro
disso, 7.232 MW. O Estado
tem se destacado como um dos
que mais investem em novas
modalidades de energia reno-
vável, com 14,5% da produção
nacional de energia eólica.
Abaixo: Usina Pery, em Curitibanos, que teve a
potência ampliada de 4,4 MW para 30 MW em 2013.
Ao lado: Usina Bracinho, em Schroeder, com potência de 15 MW
Celesc/Divulgação
Celesc/Divulgação
78
Economia
O Produto Interno Bruto
(PIB) de Santa Catarina do-
brou em seis anos, chegando a
R$ 152,5 bilhões em 2010, úl-
timo ano contabilizado oficial-
mente até o fechamento desta
publicação. É o sétimo maior
PIB entre as 27 Unidades da
Federação do Brasil, correspon-
dente a 4% de todas as riquezas
produzidas no país. Já o PIB per
capita, R$ 24.398, é o quarto
Um indício do dinamismo
e da modernidade da economia
catarinense é a grande fatia do
PIB ocupada pelo setor terciá-
rio: 59,2% das riquezas catari-
nenses vêm do comércio e da
melhor do país – bem acima da
média nacional, R$ 19.766.
Os domicílios catarinenses
têm o terceiro melhor rendimen-
to entre as Unidades da Federa-
ção, segundo o último Censo –
cada domicílio de Santa Catarina
obtém, em média, R$ 2.636 por
mês, contra a média nacional de
R$ 2.222. Só Distrito Federal e
São Paulo têm desempenho su-
perior nesse aspecto.
prestação de serviços. Já o setor
secundário, representado pela
indústria, responde por uma
fatia também significativa, de
34,1%. A agropecuária, setor
primário, contribui com 6,7%.
Evolução do PIB catarinense
Ano PIB (R$ bilhões) PIB per capita
2002 55,7 9.969
2003 66,8 11.764
2004 77,4 13.403
2005 85,3 14.543
2006 93,1 15.633
2007 104,6 17.834
2008 123,3 20.369
2009 129,8 21.214
2010 152,5 24.398
Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
gropecuária 6,7
dústria 34,1
omércio e serviços 59,2
6,7%
34,1%
59,2%
Composição do PIB Catarinense (em %)
Agropecuária	
   Indústria	
   Comércio	
  e	
  serviços	
  
79
Porte das empresas
Tipo Trabalhadores
(em milhares)
Estabelecimentos
(em milhares)
Micro (até 19 empregados) 641,0 179,1
Pequeno (20 a 99 empregados) 454,6 11,8
Médio (100 a 499 empregados) 381,6 1,9
Grande (500 empregados ou mais) 492,4 0,3
Total 1.969,6 193,1
Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
A Agência de Fomento do Estado de Santa Cata-
rina (Badesc) é importante financiadora das empresas
e do setor público catarinenses, oferecendo emprésti-
mos de longo prazo e com taxas de juros competitivas.
Em 2011, emprestou R$ 407,7 milhões, aumento de
21% em relação ao ano anterior.
Micro e pequenas empresas também exercem um
papel importante na economia catarinense – são res-
ponsáveis por 55% dos empregos no Estado. De cada
100 empresas catarinenses, apenas uma tem 100 em-
pregados ou mais.
Número de empresas por setor
Setor Empresas
(em milhares)
Serviços 68
Indústria 31,9
Comércio 74,3
Construção civil 10,4
Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 8,5
Total 193,1
Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
Mão de obra empregada por setor
Setor Trabalhadores
(em milhares)
Serviços 796,5
Indústria 641,4
Comércio 392,0
Construção civil 94,5
Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 45,2
Total 1.969,6
Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
80
Indústria
Qualquer brasileiro que
olhe para os lados dentro de
casa ou no ambiente de traba-
lho provavelmente encontrará
produtos de Santa Catarina.
Com um amplo leque de ativi-
dades, a produção catarinense
vai dos itens mais complexos,
como compressores de ar e
motores elétricos, àqueles que
fazem parte do cotidiano de
todos nós – carne de frango,
suínos e pescados, leite, maçã,
cebola, mel, geladeiras, móveis,
portas de madeira, cerâmicas
para revestimento, descartáveis
de plástico, embalagens de pa-
pel, camisetas, toalhas, tubos
de PVC, brinquedos, entre
muitos outros.
Participação dos principais setores na indústria catarinense
Posição Produto % da indústria
catarinense
1 Alimentícios 16
2 Artigos de vestuário e acessórios 13,1
3 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 9,3
4 Produtos têxteis 8,3
5 Máquinas e equipamentos 6,7
6 Produtos de borracha e material plástico 6,2
7 Metalurgia básica 5,7
8 Produtos de minerais não metálicos 4,7
9 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 4,4
10 Celulose, papel e produtos de papel 4,2
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)
Participação da indústria no PIB estadual
Posição Estado Participação (%)
1 Amazonas 43,9
2 Pará 41,4
3 Espírito Santo 36
4 Santa Catarina 34,1
5 Minas Gerais 33,6
Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
Participação dos segmentos industriais no PIB catarinense
Segmento %
Indústria da transformação 22,6
Construção civil 5,7
Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza pública 5,3
Extrativa 0,5
Total 34,1
Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
81
A indústria contribui com
34,1% do PIB catarinense,
quarta maior participação entre
todas as Unidades da Federação.
O parque industrial do Estado
é o quarto do país em quanti-
dade de empresas e o quinto
em número de trabalhadores. À
frente do setor está a Federação
das Indústrias de Santa Cata-
rina (Fiesc), criada no início
da década de 1950 para defen-
der os interesses da indústria e
trabalhar por melhorias na in-
fraestrutura e na qualificação da
mão de obra.
A atividade industrial está
bem distribuída pelo território
catarinense. No Norte, há em-
presas de metalurgia, máquinas
e equipamentos, material elétri-
co, autopeças, plástico, confec-
ções e mobiliário. No Vale do
Itajaí, destaque para os setores
têxtil e naval. No Oeste, a ên-
fase está na indústria alimen-
tar e na fabricação de móveis.
No Sul, os principais setores
são o cerâmico, o carbonífero,
de vestuário e de descartáveis
plásticos. Na região serrana,
há concentração das atividades
madeireira e de celulose e pa-
pel. Na Grande Florianópolis, a
Tecnologia da Informação vem
ocupando um espaço cada vez
mais relevante.
Um terço do PIB
catarinense vem
da indústria
WEG/Divulgação
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  • 1.
  • 2. Créditos editor Nelson Rolim de Moura criação, produção e supervisão editorial Carlos Paulo textos Maurício Oliveira Colaboração Mário Speranza fotos Créditos na página 156 direção de arte Oscar Rivas Beasley projeto gráfico, mapas e arte final Alexandre Oliveira revisão Jaqueline Tartari, Julia Amorim impressão Gráfica Coan ISBN 978-85-66500-03-5 © 2013. Todos os direitos reservados à Propaulo. Reprodução proibida Governador do Estado João Raimundo Colombo Vice-Governador do Estado Eduardo Pinho Moreira Secretário de Estado Nelson Santiago Secretário Adjunto Cássio de Quadros Diretora de Divulgação Thamy Soligo Diretor de Imprensa Claudio Thomas Diretor de Novas Mídias e Inovação João Evaristo Debiasi
  • 3. Índice Santa Terra Catarina Todo dia é Dia de Santa Catarina O Estado em síntese Por que investir em Santa Catarina? História e gente O início da ocupação A homenagem a Santa Catarina A Capitania de Santa Catarina Imigração açoriana Caminho das tropas A disputa pelo território Colonização alemã Colonização italiana Babel catarinense Revolução Farroupilha A Guerra do Contestado Santa Catarina na Era Republicana As regiões catarinenses Grande Florianópolis Vale do Itajaí Oeste Norte Sul Serra Infraestrutura Rodovias Ferrovias Aeroportos Portos Telecomunicações Energia Economia Indústria Alimentos e bebidas Têxteis, vestuário e calçados Metalomecânica Plásticos Minerais não metálicos Madeireira, celulose e papel Naval 4 6 8 10 12 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 48 52 56 60 66 70 72 73 74 75 76 77 78 80 82 84 85 86 87 88 89 Construção civil Comércio e serviços Comércio exterior Geografia Clima Cuidado por inteiro Os caprichos do relevo Santa Catarina, planeta água Qualidade de vida Educação A cultura vive em Santa Catarina Festas e eventos Música Dança Literatura Artes plásticas Museus e patrimônio histórico Cinema Teatro Esportes Regiões Turísticas Caminho dos Príncipes Costa Verde e Mar Grande Florianópolis Vale Europeu Encantos do Sul Caminho dos Cânions Vale do Contestado Grande Oeste Caminhos da Fronteira Serra Catarinense No rumo do futuro Bibliografia Créditos de fotos 90 91 92 94 95 96 98 100 102 104 106 108 110 111 112 113 116 118 119 120 122 126 128 132 136 138 140 142 144 146 148 152 154 156
  • 4. Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, que avalia e compara uma série de refe- rências de qualidade de vida. Estaria à frente até mesmo de diversos países europeus. Soma-se a tudo isso uma natureza privilegiada, que deu ao nosso Estado algumas das mais belas praias e baías do mundo, além de dunas, lagoas, cânions, florestas e até a rara condição da ocorrência de neve em um país tropical. E essa mesma natureza nos pro- porciona água em fartura, em diferentes tipos de solo, propí- Santa Terra Catarina Entre os Estados brasileiros, Santa Catarina é primeira, segunda ou terceira melhor co- locada em praticamente todas as medições que avaliam os po- tenciais e o nível de desenvol- vimento: escolaridade média, alfabetização, longevidade, mortalidade infantil, renda per capita, matrículas nas universidades, acesso à inter- net, produtividade. Se fosse avaliada em sepa- rado, como um país, Santa Catarina seria o 31º mais de- senvolvido do mundo, segundo os inquestionáveis critérios do P.A.
  • 5. São Paulo é o polo industrial do país e o Rio de Janeiro, sabe- mos, o destino turístico do Bra- sil mais conhecido no mundo por suas belezas naturais. Nosso Estado consegue ter as duas ca- racterísticas ao mesmo tempo, sem ficar atrás de nenhum dos dois. Soma o empreendedoris- mo e a capacidade de trabalho de seu povo às belezas naturais das praias, das serras e dos ou- tros presentes dados aos catari- nenses pelo Criador. Sempre de braços e cora- ção abertos a quem continua chegando ainda hoje às nossas cidades, Santa Catarina certa- mente não seria a mesma não fosse a gente que aqui nasceu. Hospitaleira, aceitou e cresceu em parceria com quem daqui fez seu lugar para viver. É esta Santa Catarina – trabalhadora, diversificada, múltipla, determinada, feliz em seu modo de viver e firme em sua forma de enfrentar os obstáculos, orgulhosa dos pro- gressos conquistados e conscien- te das metas que almeja –, é esta Santa Catarina que apre- sentamos aqui. Uma terra cheia de opor- tunidades, com muito já rea- lizado e muito espaço ainda para realizações. Sejam bem-vindos a Santa Catarina. Homens, mulheres, crianças, brasileiros, estran- geiros, trabalhadores, empre- sários, investidores. Para nós, que aqui nascemos ou que para cá viemos há mais tem- po, e para você, que está vindo agora, esta é uma terra santa. Santa Terra Catarina! João Raimundo Colombo Governador do Estado de Santa Catarina cios aos mais diversos plantios agrícolas e a criações pecuárias. Todas essas felizes coinci- dências, que fizeram convergir para um mesmo pequeno peda- ço do Brasil algumas das mais desejáveis riquezas que uma so- ciedade pode almejar, fizeram ainda muito mais por Santa Catarina: fizeram se juntar aqui, ao longo dos anos, por meio de diversas levas de imi- grantes chegados em diferen- tes momentos históricos, uma grande diversidade de povos que formaram uma incrível e inédita miscigenação humana. Dunas entre a Lagoa da Conceição e a Praia da Joaquina, em Florianópolis
  • 6. Todo dia é Dia de Santa Catarina O nome escolhido para o Estado se originou da Ilha de Santa Catarina – sede de sua capital, Florianópolis. Em 1526, o navegador italiano Sebastião Caboto, que esteve no litoral Sul do Brasil a serviço da coroa espanhola, batizou a ilha com a homenagem a Santa Catarina de Alexandria. O tempo demonstraria que a escolha foi apropriada, já que a história de determinação e fé da santa tem tudo a ver com a trajetória do povo catarinense, sempre pronto para enfrentar as dificuldades. Além de celebrar o Dia de Santa Catarina, 25 de Novem- bro, esta publicação tem o ob- jetivo de lembrar que todo dia é dia de Santa Catarina, este lugar único e fascinante. Um Estado que se desenvolveu sob o prin- cípio da descentralização, sem uma metrópole predominante sobre as demais. Diversas ci- dades catarinenses cumprem o papel de polos regionais, fazen- do com que cada região tenha identidade própria e contribua fortemente para a economia ca- tarinense. Um “jeito de ser” que se valorizou ainda mais com o modelo de gestão adotado pelo governo do Estado, em que se- cretarias regionais cuidam de perto dos temas locais. É com base nesse princípio, que estimula a participação de todos, que o Estado consegue produzir 4% das riquezas do Brasil, tendo apenas 3,3% da população e 1,1% do território nacional. São resultados obtidos graças ao seu povo preparado e dedicado ao trabalho, à infra- estrutura completa – tanto no que diz respeito ao transporte, quanto à energia e às telecomu- nicações –, à força da economia, à modernidade da indústria, à sintonia com as tendências globais, à qualidade de vida e – por que não? – às suas belezas naturais, que têm deslumbrado os visitantes através dos tempos e atraem um número cada vez maior de turistas ao Estado. Santa Catarina é, acima de tudo, uma terra construída pelo trabalho dos diversos povos que o destino fez se encontrarem aqui – indígenas, europeus de várias procedências, africanos, asiáticos, os vizinhos da Améri- ca, brasileiros de todos os can- tos. Nossas origens são reveren- ciadas pelas festas típicas, pelas manifestações folclóricas e pela rica herança cultural. Ao mes- mo tempo em que valorizam o passado, no entanto, os catari- nenses jamais deixam de olhar em frente, com a certeza de que estamos cada vez mais prepara- dos para o futuro.
  • 7. Um passeio por Santa Catarina (de cima para baixo, da esquerda para a direita): pórtico de entrada de Joinville; monumento O Desbravador, em Chapecó; neve no Morro da Igreja, em Urubici; Blumenau à noite; serrano contemplando a paisagem; vista panorâmica de Florianópolis; e Farol de Santa Marta, em Laguna. Z.P. P.A. A.F. Th.E. Z.P. S.V. Z.P.
  • 8. S N LO Rio Grande do Sul Oceano Atlântico ARGENTINA Paraná Basecartográfica:MapaPolíticodoEstadodeSantaCatarina1997,dositesc.gov.br(GovernodoEstadodeSC). Municípios mais populosos África Brasil Oceano Pacífico Oceano Atlântico Oceano Índico América do Norte América Central América do Sul Antártida Europa ARGENTINA URUGUAI PARAGUAI BOLÍVIA CHILE PERU EQUADOR COLÔMBIA VENEZUELA GUIANA GUIANA FRANCESA Santa Catarina SURINAME Brasília 6 8 5 10 24 3 7 9 1 Municípios mais populosos Posição Município População 1 Joinville 515.288 2 Florianópolis 421.240 3 Blumenau 309.011 4 São José 209.804 5 Criciúma 192.308 6 Chapecó 183.530 7 Itajaí 183.373 8 Lages 156.727 9 Jaraguá do Sul 143.123 10 Palhoça 137.334 Fonte: Censo 2010, IBGE Localizado na região Sul do Brasil, o Estado de Santa Catarina faz divisa com o Paraná, ao norte; com o Rio Grande do Sul, ao sul; e fronteira com a Argentina a oeste. O contato com o Oceano Atlântico, a leste, totaliza 561 km, extensão que corresponde a 7% da costa brasileira.
  • 9. O Estado em síntese População 6.248.436 habitantes 3,3% do total brasileiro 84% urbana, 16% rural 11º Estado mais populoso entre as 27 Unidades da Federação 50,4% mulheres, 49,6% homens Área 95.736,8 km² 1,1% do total brasileiro 20º Estado mais extenso entre as 27 Unidades da Federação Densidade demográfica: 65,3 habitantes por km² Configuração familiar: 3,1 moradores por domicílio ocupado Idade média da população: 32,9 anos Símbolos de Santa Catarina Tanto as Armas quanto a Bandeira e o Hino de Santa Ca- tarina foram criados no mesmo ano, 1895. A bandeira tem três faixas horizontais – a do centro é branca, cercada por duas fai- xas vermelhas –, simbolizando as três comarcas que existiam no Estado à época. Dentro do losango central estão as Armas, desenhadas por Lucas Boiteux, em que a águia representa a ca- pacidade de trabalho e os ramos de trigo e café simbolizam as riquezas naturais do território catarinense. Hino de Santa Catarina Letra: Horácio Nunes Pires Melodia: José Brasilício de Souza Sagremos num hino de estrelas e flores Num canto sublime de glórias e luz As festas que os livres frementes de ardores Celebram nas terras gigantes da cruz. Quebram-se férreas cadeias Rojam algemas no chão Do povo nas epopeias Fulge a luz da redenção. No céu peregrino da Pátria gigante Que é berço de glórias e berço de heróis Levanta-se em ondas de luz deslumbrante O sol, liberdade cercada de sóis. Pela força do Direito Pela força da razão Cai por terra o preconceito Levanta-se uma Nação. Não mais diferenças de sangues e raças Não mais regalias sem termos fatais A força está toda do povo nas massas Irmãos somos todos e todos iguais. Da liberdade adorada No deslumbrante clarão Banha o povo a fronte ousada E avigora o coração. O povo que é grande mas não vingativo Que nunca a Justiça e o Direito calcou Com flores e festas deu vida ao cativo Com festas e flores o trono esmagou. Quebrou-se a algema do escravo E nesta grande Nação É cada homem um bravo Cada bravo um cidadão.
  • 10. Por que investir em Santa Catarina? Desenvolvimento equilibrado Em Santa Catarina há diversos polos de desenvolvimento. As regiões catarinenses têm importância equivalente e não há metrópoles no Estado, um dos poucos do país em que a capital não é a cidade mais populosa. Infraestrutura completa Transporte, energia, telecomunicações: tudo o que é necessário para o conforto e a segurança dos cidadãos e o desenvolvimento das empre- sas funciona muito bem em Santa Catarina. Economia robusta Com grande diversificação de setores, a economia de Santa Catarina é uma das que mais crescem no Brasil. A indústria tem significativa e crescente participação no Produto Interno Bruto (PIB) catarinense. 40 70 78 P.A. Z.P. WEG/Divulgação
  • 11. Valorização da cultura Em Santa Catarina, as tradições herdadas dos antepassados são a base para uma produção cultural diversificada e rica. A melhor qualidade de vida do Brasil O Estado tem alguns dos melhores índices do país em aspectos como nível de educação, expectativa de vida e renda, fundamentais para mensurar a qualidade de vida da população. Paisagens encantadoras Dos recantos frios e nevados da Serra ao mar límpido do litoral, os cenários de Santa Catarina unem os Alpes ao Caribe. Os catarinenses costumam dizer, brincando – mas com um inegável fundo de verdade –, que têm o privilégio de morar onde os outros passam férias. 106 102 122 T.E. E.L. Z.P.
  • 12. História e gente Muitas aventuras, emoções, surpresas, conquistas, belezas. Tudo é superlativo nesta terra. Santa Catarina é um mosai- co de influências que resultou em um Estado único, de alma europeia, pela capacidade de trabalho e força, e ao mesmo tempo tão brasileira, pela perse- verança e inventividade. Ao ler as próximas pági- nas, será impossível não se colocar no lugar dos primei- ros navegadores e imaginar a fascinação que sentiram ao ver esta terra pela primeira vez, ou então lembrar com admiração dos colonizadores e pensar na esperança que os trouxe a Santa Catarina. Cavaleiros na Serra “Castelinho” de Blumenau Pesca artesanal: tradição no litoral catarinense Z.P. Z.P. E.L. 12
  • 13. Festas típicas de outubro: a alegria toma conta do Estado Templo de Santa Paulina, em Nova TrentoE.L. E.L. 13
  • 15. Ponte Hercílio Luz, Florianópolis 15
  • 16. O início da ocupação Nas primeiras décadas após a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, o território que viria a ser Santa Catarina se resumia à condição de local de passagem, uma base de apoio para os interesses dos portugueses e dos espanhóis na região do rio do Prata. As exceções eram alguns integrantes das expedições pio- neiras, que, encantados com a beleza da paisagem e com a perspectiva de viver livremente em meio à natureza, decidiam ficar para sempre no litoral ca- tarinense. O mesmo aconteceu com náufragos, como os 11 so- breviventes do afundamento da embarcação comandada pelo espanhol Juan Días de Solís, em 1512, nas proximidades da Ilha de Santa Catarina, que ain- da nem tinha esse nome. Desse grupo fazia parte Aleixo Garcia, futuro protagonista de uma his- tória fantástica: foi levado pelos índios a percorrer o Caminho de Peabiru, trilha que ligava o litoral catarinense à civilização Inca, nos Andes. Além dos portugueses e dos espanhóis, aventureiros de outras procedências passaram pelo litoral catarinense naquele Z.P. 16
  • 17. período. Em 1504, o francês Binot Paulmier de Gonneville chegou à Baía da Babitonga a bordo da embarcação L’Espoir (“Esperança”), avariada por uma tempestade. Após perma- necer seis meses na ilha que mais tarde viria a sediar São Francisco do Sul, Gonneville voltou à Europa levando um jovem índio, Essemeric, filho do cacique local. Moldado ao estilo de vida do homem bran- co, o índio viria a se casar com a filha do navegador francês, Susana. O povoado de Nossa Senhora das Graças do Rio de São Francisco seria oficial- mente fundado por bandei- rantes em 1658, tornando-se o primeiro núcleo populacio- nal catarinense. Os guaranis que viviam no litoral catarinense – chamados pelos europeus de carijós – eram amigáveis e se habituaram rapidamente a esses contatos, que se tornaram mais frequen- tes com a chegada de catequiza- dores jesuítas, a partir de 1549. Já os dois outros grupos indíge- nas catarinenses – os kaingangs, que ocupavam os campos de cima da Serra, e os xoklengs, na região entre o litoral e o pla- nalto – só viveriam experiências semelhantes quase 200 anos de- pois da chegada dos europeus ao litoral. Esses índios descendiam de povos que já circulavam pela região pelo menos 10.000 anos antes, de acordo com registros arqueológicos e inscrições ru- pestres encontradas em vários pontos do Estado. Hoje há cerca de 10.000 remanescentes das tribos originais vivendo em Santa Catarina, a maior parte em reservas criadas para asse- gurar a permanência da cultura dos primeiros catarinenses. Centro Histórico de São Francisco do Sul 17
  • 18. A homenagem a Santa Catarina Diz a História que o nome Ilha de Santa Catarina foi ideia do navegador italiano Sebastião Caboto – que, a serviço do reino espanhol, passou pelo litoral catarinen- se em 1526. A ilha havia sido chamada de diferentes formas até então. Para os índios carijós que a ocupavam antes da chegada dos europeus, o nome era Meiembipe – “lugar acima do rio”. Em 1514, os navegadores portu- gueses Nuno Manoel e Cristóvão de Haro a batizaram de Ilha dos Patos. Em 1516, depois do naufrágio do barco de Juan Días de Solís, houve quem tenha chama- do a região de Baía dos Perdidos, em referência aos 11 tripulantes que se salvaram e passaram a viver na ilha, junto com os índios. Mas o nome que se conso- lidou e se tornou o definitivo foi mesmo o escolhido por Ca- boto, registrado pela primeira vez em um mapa desenhado por Diego Ribeiro em 1529. Especula-se que Caboto pode ter aproveitado a oportunidade para fazer um agrado à esposa, Catarina Medrano. O fato ine- gável é que, de qualquer forma, a homenageada é mesmo a san- ta, cuja memória é celebrada em 25 de novembro. Nascida em Alexandria, no Egito, no final do terceiro sé- culo depois de Cristo, Catarina cresceu pagã e se converteu ao Cristianismo aos 18 anos, após ter uma visão em que ascendeu aos céus e encontrou-se com a Virgem Maria e o Menino Je- sus. Oriunda de família rica e influente, até então preocupa- da exclusivamente com a fas- cinante beleza que ostentava e com os aspectos mais fúteis da vida, Catarina iniciou, a partir daí, um incansável trabalho de combate às perseguições que o Império Romano impunha aos cristãos, considerando que era essa a sua missão. Catarina se voltou então às atividades intelectuais, aprovei- tando os conhecimentos adqui- ridos em sua sólida formação. Um dia, teve a oportunidade de conversar com o imperador ro- mano Maximino, que se sentiu contrariado pelos argumentos da jovem e mandou prendê-la. Ela demonstrava tanta convic- ção que o imperador decidiu promover uma espécie de jogo: chamou os sábios mais reco- nhecidos da época para tentar convencê-la de que Deus não existia e de que Jesus Cristo não havia sido nada além de um ho- mem comum. Prometeu belas recompensas para quem conse- guisse cumprir o objetivo. Ne- nhum dos sábios conseguiu – e alguns até foram convertidos ao Cristianismo por Catarina. Maximino determinou que a jovem fosse levada à masmorra, e ainda assim ela conseguiu con- verter os soldados que a vigiavam e até mesmo a própria esposa do imperador, Augusta. Transtorna- do, ele mandou matar todos que haviam se convertido, incluindo a própria mulher. Catarina foi decapitada e, dizem, em vez de sangue jorrou leite de seu corpo – por isso muitas mulheres que têm bebês evocam a proteção da santa. O corpo desapareceu misteriosamente, como se tivesse sido carregado por anjos. Diz a lenda que foi encontrado intac- to, três séculos depois, em uma região isolada, ocasião em que foi transferido para o Mosteiro da Transfiguração, aos pés do Monte Sinai – que passou a ser chamado de Mosteiro de Santa Catarina e hoje é Patrimônio Histórico da Humanidade. A influência dessa história de fé atravessou gerações. Mais de 1.000 anos após a morte de Catarina, Joana d’Arc relatou que visões da santa a impeliram a lutar pela liberdade da França. 18
  • 19. E.M. Santa Catarina, por Vera Sabino 19
  • 20. A capitania de Santa Catarina Em 1534, o território brasileiro foi dividido em 12 capitanias hereditárias, entregues à administração de homens de confiança da coroa portuguesa. Os principais objetivos eram incentivar a ocupação das terras e fomentar atividades econômicas, que pudes- sem se desenvolver sem a interferência direta de um governo central. A Capitania de São Vicente, abrangendo partes dos atuais territórios do Paraná e de São Paulo, foi entregue a Martim Afonso de Sousa. As Terras de Sant’Anna, mais ao sul – se es- tendiam de Laguna até a Baía de Paranaguá, no atual Estado do Paraná – ficaram com seu irmão, Pero Lopes de Sou- sa. Com a morte de Pero, seis anos depois, em um naufrágio em Madagascar, iniciou-se um período de marasmo para a ca- pitania e também uma disputa entre os herdeiros da família. A pendenga se arrastou por quase dois séculos e só foi resolvida com a recompra da área pelo império, em 1711. A decisão de retomar a ad- ministração do território era uma consequência do aumento das tensões entre Portugal e Es- panha desde o rompimento da União Ibérica, em 1640, mo- mento em que os aliados se tor- naram inimigos. Portugal acre- ditava que precisava estruturar melhor o povoamento de Santa Catarina, ponto crítico de uma região sob disputa. Fez parte dessa mesma es- tratégia a fundação do povoado de Nossa Senhora do Desterro (atual cidade de Florianópolis), em 1672, por Francisco Dias Velho. Tratava-se do segundo núcleo populacional do Estado – São Francisco havia sido fun- dado 15 anos antes. Dias Velho chegou à Ilha de Santa Catarina acompanhado da mulher, duas filhas, três filhos, uma família de empregados, dois padres e 500 índios domesticados. Numa co- lina em frente ao mar, ergueu uma capela consagrada a Nossa Senhora do Desterro – referên- cia à fuga de Maria para o Egito, com o pequeno Jesus, para esca- par da perseguição de Herodes. O local é hoje ocupado pela Ca- tedral Metropolitana. Em 1689, a vila foi invadida por piratas, que dominaram seus habitantes e cometeram uma sé- rie de atrocidades. Dias Velho buscou refúgio dentro da capela, mas foi descoberto e morto. O povoado só não foi extinto pela perseverança de alguns integran- tes do grupo, que se recusaram a abandonar o local. Nesse meio tempo, surgiu o terceiro núcleo habitacional do litoral catari- nense – a vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, mais tarde conhecida apenas como Laguna, fundada em 1676, com a chega- da do bandeirante Domingos de Brito Peixoto. Em 1738, Santa Catarina foi desmembrada de São Pau- lo, tornando-se capitania au- tônoma. O império português nomeou para o cargo de go- vernador o brigadeiro José da Silva Paes. Ele recebeu a missão de planejar um sistema de for- talezas que protegesse a Ilha de Santa Catarina de possíveis in- vasões. O brigadeiro providen- ciou os projetos o mais rápido possível e iniciou a construção de quatro fortalezas, posiciona- das para estabelecer um sistema de fogo cruzado. 20
  • 22. Imigração açoriana Outro ponto importante da estratégia de ocupação do litoral catarinense traçada pelo reino português viria a ser a imigração de açorianos. Como o Arquipélago dos Açores enfrentava uma série de dificuldades – excesso po- pulacional, escassez de alimentos e ocorrência de terre- motos –, enviar parte dos habitantes ao Brasil seria uma forma de amenizar dois problemas ao mesmo tempo. O alistamento foi aberto em 1746 e, ao longo da década se- guinte, Santa Catarina recebeu 5.500 açorianos e também mo- radores da Ilha de Madeira, o que fez triplicar sua população. Os imigrantes se instalaram nos núcleos populacionais já exis- tentes e fundaram outros, tanto na Ilha de Santa Catarina quan- to na área continental. Uma das primeiras ativida- des econômicas exercidas pelos açorianos em Santa Catarina foi a pesca da baleia – o óleo extraí- do do animal era usado como combustível de iluminação, en- tre outras aplicações. Algumas “armações”, complexos cons- truídos para viabilizar a pesca de baleia e a transformação de sua carne em óleo, foram ins- taladas em diferentes partes do litoral catarinense. Outras heranças dos aço- rianos são a renda de bilro, a produção de cerâmica utilitá- ria e a fabricação de farinha de mandioca em engenhos. No campo da religião e do folclo- re, há as benzedeiras, a devo- ção ao Divino Espírito Santo e ao Senhor dos Passos, o terno de reis e as lendas de bruxas. Na culinária, peixe com pirão é um clássico prato açoriano. Assim como o sotaque típico dos descendentes, marcado pelo jeito “apressado” de falar e pela sonoridade que remete à forma como o idioma é pra- ticado em Portugal. A arquitetura é uma das heranças trazidas dos Açores Z.P. 22
  • 23. Festas folclóricas: preservação do patrimônio culturalE.L. 23
  • 24. Caminho das tropas Por volta de 1720, Portugal determinou a abertura de um caminho para o transporte de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Seria uma forma de ocu- par e desenvolver o interior da região Sul, motivo de disputas com a Espanha, e também de levar os animais até Minas Gerais, que vivia uma fase de franco desen- volvimento decorrente da exploração do ouro. Dos povoados à beira desse caminho se originaram cida- des como Lages, oficialmente fundada em 1766. Antônio Correa Pinto foi quem orga- nizou a povoação, pertencente no início a São Paulo – só em 1820 seria incorporada a San- ta Catarina. Para estabelecer uma ligação entre o planalto e o litoral, criou-se um caminho até Laguna – essa é a origem da estrada da Serra do Rio do Rastro, repleta de curvas e belas paisagens, hoje um dos pontos turísticos mais conhecidos e ad- mirados do Estado. O Tropeirismo foi um ciclo importante, também, para via- bilizar a ocupação do Oeste ca- tarinense – realizada em grande parte por gaúchos e paranaenses descendentes de imigrantes eu- ropeus. Quando outras regiões do país começaram a explorar a pecuária, já no início do sé- culo 20, a utilização do antigo caminho das tropas perdeu for- ça. Mas a cultura dos tropeiros permanece viva. Na Serra, o estilo de vida dos tropeiros E.M. 24
  • 25. A imponência da araucária, árvore-símbolo da regiãoZ.P. 25
  • 26. A disputa pelo território Demorou um bom tempo até que Portugal e Espanha se entendessem sobre as fronteiras do “Novo Mundo”. De certa forma, a disputa começou ainda em 1494, antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, quando o Tratado de Tordesilhas estabeleceu previamente, com base em referenciais já conhecidos, uma regra para a divisão das terras que viessem a ser descobertas por am- bas as potências. A aplicação dessa regra ao território brasileiro resultou no traçado de uma linha imaginária que cortava o país desde Belém, no Pará, até Laguna, em Santa Catarina. A faixa litorânea per- tenceria a Portugal e o interior do continente à Espanha. O problema é que o extre- mo sul do território destinado a Portugal era uma faixa muito estreita de terra, corresponden- te ao atual litoral catarinense. A Espanha passou a cobiçar aquele território, que poderia aumentar consideravelmente seu acesso ao mar, e traçou uma estratégia de ocupação. Sebas- tião Caboto, italiano a serviço da Espanha, permaneceu na costa catarinense por cinco me- ses entre 1526 e 1527, com o objetivo de conhecer melhor o terreno – foi nesse período que ele batizou a Ilha de Santa Ca- tarina. Em 1541, Dom Alvar Nuñez Cabeza de Vaca chegou à ilha, junto com 400 homens, representando o rei da Espanha, com a missão de tomar posse das terras. A disputa ficou adormecida no período entre 1580 e 1640, em que vigorou a União Ibéri- ca, aliança entre as duas monar- quias. Voltou à tona, porém, após o rompimento. Em 1750, num ato de boa vontade das partes, foi assinado o Tratado de Madri, que estabelecia com 26
  • 27. precisão a linha da fronteira. Pelo acordo, Portugal abria mão da Colônia de Sacramen- to (atual Uruguai), que vinha cobiçando, e ficava com os Sete Povos das Missões (atual Rio Grande do Sul). Para que o acordo fosse concretizado, con- tudo, as populações das áreas envolvidas teriam que se tornar súditas da realeza rival, condi- ção que gerou muita revolta e fez com que o acordo fosse anu- lado. As duas potências se lan- çaram então à Guerra dos Sete Anos na Europa, com Portugal aliado à Inglaterra e a Espanha sendo apoiada pela França. A Espanha passou a pre- parar em segredo uma grande esquadra para invadir a Ilha de Santa Catarina. Em novembro de 1776, nada menos que 116 embarcações, com 920 canhões no total e quase 16.000 solda- dos e marinheiros, partiu rumo ao Brasil, sob o comando de Dom Pedro de Cevallos – que já havia visitado a Ilha de Santa Catarina e conhecia bem o sis- tema local de defesa. Quando a esquadra espanho- la chegou à Ilha, em fevereiro de 1777, as fortalezas se demonstra- ram incapazes de conter os avan- ços de invasores tão numerosos e potentes. Alguns disparos até foram realizados pela fortaleza de São José da Ponta Grossa, no Norte da Ilha, mas sem qualquer efeito prático. Os espanhóis de- sembarcaram tranquilamente na praia de Canasvieiras, e as au- toridades locais assinaram sem resistência o termo de rendição. A Ilha de Santa Catarina passava naquele momento ao comando da Espanha. Com a morte do rei de Por- tugal, Dom José I, e a conse- quente queda do Marquês de Pombal, em março de 1777, as negociações evoluíram até chegarem ao Tratado de Santo Ildefonso, assinado em outubro daquele mesmo ano. Por esse novo acordo, Portugal receberia de volta a Ilha de Santa Cata- rina, comprometendo-se a não utilizá-la como base de navios de guerra ou porto de comércio com outros países. Era o início de uma nova fase para Santa Catarina. Em 1800, sua popu- lação chegou a 21.000 pessoas, com divisão mais ou menos proporcional entre os três prin- cipais núcleos – Desterro, São Francisco e Laguna –, cada um com cerca de 4.000 habitantes. Surgia o embrião do modelo catarinense de desenvolvimen- to, predominante até hoje, ca- racterizado pela inexistência de metrópoles, com a população distribuída por vários municí- pios de porte semelhante. Fortaleza da Ilha de Anhatomirim Z.P. 27
  • 28. Colonização alemã Com a Independência do Brasil, em 1822, inten- sificaram-se os projetos de colonização do país por europeus, que enfrentavam escassez de empregos em decorrência da Revolução Industrial. A primeira co- lônia alemã em Santa Catarina foi instalada em São Pedro de Alcântara, em 1829. Esse grupo pioneiro, de 523 pessoas, vindas de Bremen, enfrentou todo tipo de problema, desde a falta de pagamento na íntegra das diárias combinadas até as dificuldades de adaptação ao clima tropical. Como se não bastasse, temporais destruíram suas primeiras plantações. Muitos persis- tiram, enquanto outros decidiram tentar a sorte em outra região, o Vale do Itajaí. O farmacêutico alemão Hermann Bruno Otto Blume- nau, que veio ao Brasil em 1846 contratado pela Sociedade de Proteção aos Emigrantes Ale- mães para desenvolver um pro- jeto de colonização, também escolheu o Vale do Itajaí. En- quanto os trâmites burocráticos eram encaminhados, Blumenau recebeu a notícia de que a insti- tuição que ele representava fe- chara as portas. Mesmo assim, decidiu tocar adiante o projeto por conta própria. Associou- se ao comerciante Fernando Hackradt e voltou à Alemanha para recrutar colonos – os pri- meiros 17 chegaram em agosto de 1850. Eram quase todos ar- tesãos – carpinteiros, marcenei- ros, funileiros, ferreiros –, con- tra apenas dois lavradores. Essa seria uma tendência dos grupos seguintes de colonos alemães, origem da industrialização que viria a caracterizar a economia do Norte catarinense. Diversas novas levas de imigrantes che- gariam nos anos seguintes. No final dessa década, a população já estava próxima de 1.000 pes- soas – e a cidade foi natural- mente batizada de Blumenau. Já Joinville surgiu de um processo oficial de colonização. Em 1829, a Sociedade Coloni- zadora de Hamburgo comprou 81 léguas de terras em Santa Ca- tarina, pertencentes ao príncipe francês François Ferdinand Phi- lippe. Ele havia recebido as ter- ras como dote ao se casar com Francisca, irmã de Dom Pedro II. A colônia foi batizada de Dona Francisca, mas, quando virou cidade, ganhou o nome de Joinville em homenagem a François, que ostentava o título nobre de Príncipe de Joinville, um vilarejo medieval francês. Em 1851, chegou o primeiro grupo de 192 imigrantes ale- mães, suíços e noruegueses. Nas levas seguintes, predominaram os alemães. Entre as influências mais marcantes da colonização alemã estão a arquitetura enxaimel – construções cuja estrutura com- bina harmoniosamente madeira e tijolos aparentes – e a delicio- sa culinária, com pratos como chucrute e eisbein, o joelho de porco. Nas colônias alemãs, a cerveja é até hoje fabricada com os requintes ensinados pelos pioneiros – visitar as cervejarias artesanais é um roteiro fasci- nante para os fãs da bebida. A cultura deixada pelos antepas- sados é celebrada anualmente com a realização de diversas festas típicas no território cata- rinense, das quais a mais famosa é a Oktoberfest de Blumenau. 28
  • 29. Pórtico de entrada em Joinville Dança típica em Pomerode Z.P. E.M. 29
  • 30. 30 Colonização italiana Dois europeus que viviam em Desterro – o italia- no Carlo Demaria e o suíço Henrique Schutel – se uniram para fundar uma empresa de colonização, Demaria & Schutel. Em 1835, pediram à província uma série de benefícios para instalar grupos de lavra- dores a serem trazidos da Itália. Assim, em março de 1836, chegaram ao porto de Desterro 186 colonos, quase todos oriundos da Ilha da Sardenha. O governo de Santa Catarina cedeu uma área no município de São Miguel e a colônia foi denominada “Nova Itália”, atual São João Batista. Novas colônias italianas só viriam a ser criadas em San- ta Catarina bem mais tarde, em consequência do contrato estabelecido em 1874 entre o Império brasileiro e o em- preendedor Joaquim Caetano Pinto Jr.. Eram instaladas em áreas periféricas das colônias alemãs, a exemplo de Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra, Bo- tuverá e Nova Trento, organi- zadas em torno de Blumenau e Brusque. O Sul do Estado também se tornou destino a partir de 1877, com o desem- barque de 291 colonos vênetos em Laguna, para ocupar o Nú- cleo de Azambuja e o Núcleo Urussanga. A região se tornaria destino preferencial dos italia- nos, com novas levas de imi- grantes instalando-se em Cri- ciúma, Pedras Grandes, Treze de Maio, Acioli de Vasconce- los (atual Cocal), Grão-Pará (atuais municípios de Orleans, Grão-Pará, São Ludgero e Bra- ço do Norte) e Nova Veneza (municípios de Nova Veneza e Siderópolis). Essas colônias se especializaram desde o início na produção agrícola, com o uso de técnicas trazidas da ter- ra natal para o cultivo de uva, milho e arroz. Os italianos se espalharam por boa parte dos municípios catarinenses – cerca de 220, bem mais do que qualquer outro grupo de imigrantes. Estima-se que quatro em cada dez catarinenses tenham as- cendência italiana. Essa tradi- ção se manifesta na culinária – polenta e vinho são presen- ças constantes na mesa dos descendentes –, nas vocações econômicas desenvolvidas no Sul de Santa Catarina, como a produção cerâmica, e até em atividades de lazer, a exemplo do jogo de bocha.
  • 31. 31 Casa de pedra em Nova Veneza, Sul catarinense Vinho e queijo: a base da culinária colonial italiana T.E. Z.P.
  • 32. babel catarinense Dos poloneses aos gregos, dos africanos aos japoneses, des- cendentes dos mais diversos povos se fazem presentes em Santa Catarina. no Sul do Brasil. Mas os pro- blemas logo começaram a aflo- rar, como a inexperiência dos franceses com a agricultura e os desentendimentos causados no processo de distribuição das tarefas. A colônia se desfez e apenas algumas famílias per- maneceram na região. Marcante também é a pre- sença austríaca em Santa Ca- tarina. Imigrantes oriundos da região do Tirol fundaram, em 1933, a cidade de Treze Tílias, numa região cuidadosamen- te escolhida pelo governo da Áustria pela semelhança com as paisagens originais. O país havia perdido território após a derrota na Primeira Guerra Mundial e já não havia lugar para todos. Hoje a encantadora Treze Tílias mantém muitas das tradições trazidas pelos coloni- zadores, como as casas em estilo alpino e a prática de esculturas em madeira. Santa Catarina tem também influência árabe. Sírios e libane- ses chegaram a partir de 1885 a cidades como Florianópolis, Biguaçu, Caçador, Canoinhas, Criciúma e Lages, dedicando- se, sobretudo, ao comércio. Já os japoneses vieram em peque- nos grupos, na primeira metade do século 20, e se instalaram especialmente no atual municí- pio de Frei Rogério, no Meio- -Oeste, e em São Joaquim, na Serra, onde contribuíram para o aprimoramento da produção de maçãs com a introdução de novas variedades. Não se pode deixar de ci- tar, por fim, a presença e a influência marcante dos afri- canos, que, na maior parte dos casos, chegaram a Santa Catarina como escravos. Em 1810, dos 30.000 habitantes de Santa Catarina, 7.000 eram escravos negros, quase sempre descendentes de bantos e suda- neses que desembarcavam nas regiões Nordeste e Sudeste do país e desciam por terra rumo ao Sul. Em 1872, a propor- ção havia caído para 10% dos 158.000 habitantes, mas ainda assim sua cultura permaneceu presente, como se pode cons- tatar pelas práticas religiosas – a umbanda e o candomblé – e culturais, a exemplo do car- naval e do samba. O Estado mantém várias áreas quilom- bolas, originalmente ocupadas por ex-escravos, como o Sertão do Valongo, em Porto Belo, e a Lagoa de Acaraí, em São Fran- cisco do Sul. Se há ainda qual- quer dúvida sobre a impor- tância da herança africana em Santa Catarina, basta dizer que o maior nome da nossa litera- tura era negro: o poeta João da Cruz e Sousa. A imigração polonesa é possivelmente a mais rele- vante depois da açoriana, da alemã e da italiana. Em 1871, o primeiro grupo chegou a Brusque. Em 1882, foi a vez de Jacinto Machado, no Sul do Estado. Em 1889, o en- tusiasmo com a perspectiva de uma nova vida no Sul do Brasil tomou conta de muitos poloneses. No ano seguinte, nada menos que 29.200 vie- ram ao país, contra não mais que 4.500 ao longo dos 15 anos anteriores. A maior parte eram agricultores. Em Santa Catarina, os poloneses se alo- jaram especialmente no Sul, nos vales dos rios Urussanga, Tubarão e Araranguá, com maior concentração na cidade de Criciúma, e também nos vales do Itajaí e do Itapocu, ao norte, em cidades como Ma- fra, Itaiópolis, Canoinhas, São Bento do Sul e Brusque. Após a Segunda Guerra Mundial, novas levas chegaram a Mon- daí e Pouso Redondo. Os franceses, além de terem sido uns dos primeiros euro- peus a conhecer Santa Cata- rina, em 1504, quando Binot Paulmier de Gonneville chegou à futura cidade de São Francis- co do Sul, viveram outra expe- riência marcante por aqui, na mesma região. Foi a instalação, em 1841, de um experimento socialista, a Colônia Industrial da Barra do Saí. Idealizado por um médico homeopata, Benoit Joseph Mure, o projeto contou com o apoio e a simpatia da monarquia brasileira. Mais de 400 franceses se estabeleceram na colônia, que tinha como princípio a inexistência da pro- priedade privada – tudo era co- mum e o resultado do trabalho seria desfrutado igualmente por todos. A colônia alcançou rápido desenvolvimento, com uma olaria e uma forja que ga- nharam muitos clientes na re- gião. Essas notícias chegavam à França e em 1844 havia mi- lhares de pessoas interessadas em integrar a célebre colônia 32
  • 33. No sentido horário: dança polonesa em Itaiópolis, tambores japoneses em Frei Rogério, comunidade quilombola no Sul do Estado e indígenas na Grande Florianópolis Z.P. E.L. C.F. T.E. 33
  • 34. 34 Revolução Farroupilha O período regencial, entre 1831 e 1840 – desde a re- núncia de Dom Pedro I até a ascensão ao trono de seu filho Dom Pedro II –, viu surgir uma série de revoltas no país. A mais significativa foi a Revolução Farrou- pilha, que eclodiu em 1835 no Rio Grande do Sul e se prolongou por dez anos. Foi um movimento impul- sionado por ideais republicanos e pela insatisfação com os altos impostos cobrados pela Mo- narquia sobre produtos típicos do Sul, a exemplo do charque e da erva-mate. Essa ideologia encontrou muitos apoiadores no território catarinense, que também seria palco do conflito. Depois de tomarem Porto Alegre em 1835 e terem sido repelidos pelas forças do gover- no, os revoltosos, conhecidos como “farrapos”, dirigiram-se a outros pontos de interesse, como Bagé, no território gaú- cho, Lages, na Serra catarinen- se, e Laguna, no litoral Sul de Santa Catarina. Laguna foi to- mada em 1839, num esforço conjunto das forças de terra, lideradas por Davi Canabarro, e de mar, sob comando do ita- liano Giuseppe Garibaldi. Na pacata cidade catarinense foi proclamada a República Julia- na, em 29 de julho de 1839 – nome que fazia referência ao mês em que ocorria aquele epi- sódio histórico. A presença dos farrapos em Laguna se prolongou por seis meses, até que o governo se reorganizou para retomar a ci- dade, obrigando os revoltosos a escapar de volta para o Rio Grande do Sul. O movimento continuaria até 1845, quando chegou ao fim por meio de um acordo em que o governo concordava em reduzir subs- tancialmente os impostos co- brados sobre o charque. Mas a permanência em Laguna foi suficiente para que Garibaldi se apaixonasse pela catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro e se unisse à jovem – que dali em diante ficaria conhecida como Anita Garibaldi. Depois de lutar no Brasil, o casal partiu para o Uruguai e, de lá, para a Itália, onde Gari- baldi foi o grande líder do pro- cesso de Unificação do país, que se encontrava esfacelado e sub- metido ao controle de diversos governos estrangeiros. Anita foi companheira inseparável, in- clusive nos campos de batalha, do chamado Herói dos Dois Mundos – até morrer em 1849, aos 28 anos, quando adoeceu em meio à perseguição pelos austríacos. Tornou-se sinônimo de mulher destemida e é uma figura adorada tanto na Itália quanto no Brasil.
  • 35. Farol de Santa Marta (acima) e casa de Anita Garibaldi (ao lado): símbolos de Laguna E.L. Z.P. 35
  • 36. 36 A Guerra do Contestado Ao mesmo tempo em que a Primeira Guerra Mundial agitava o mundo, o conflito do Contestado abalava a paz em território catarinense. Ocorrido numa zona de disputa por terras entre Paraná e Santa Catarina – 48.000 km² no Meio-Oeste e Oeste catarinenses –, durou de 1912 a 1916 e vitimou, estima-se, pelo me- nos 20.000 pessoas. Foi provocado por uma conjun- ção de fatores que se somaram às incertezas causadas pela longa disputa judicial entre os dois Estados. Um desses fatores foi a construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, entre 1907 e 1910, pela Brazil Rail- way Company. Os objetivos da obra eram dar saída à pro- dução de madeira e iniciar ao redor da ferrovia um processo consistente de ocupação – para isso, a empresa receberia 6.000 km² de terras como parte do pagamento, com a possibilida- de de explorar toda a madeira existente ali e a obrigação de assentar imigrantes estrangei- ros. O problema é que as famí- lias que ocupavam esse territó- rio – uma faixa de 15 km em cada lado da ferrovia – foram simplesmente expulsas e não tinham para onde ir. Para tor- nar a situação ainda mais com- plexa, cerca de 8.000 operários trazidos para a obra ficaram sem o ganha-pão assim que a ferrovia ficou pronta. Essa multidão de pessoas desesperançosas e revoltadas encontrou nos diversos líde- res religiosos que apareceram na região as palavras de fé que precisavam para seguir adiante. Em 1912, o monge-curandei- ro José Maria arrebanhou mi- lhares de seguidores fanáticos, multidão que assustava os po- deres constituídos. Os gover- nos de Santa Catarina e Paraná deram uma trégua na disputa que travavam entre si para en- frentar juntos o movimento, contando ainda com a ajuda do Governo Federal. O conflito foi desigual. De um lado, metralhadoras, ca- nhões e até aviões. De outro,
  • 37. paus e facões. Mesmo assim, foi preciso mobilizar grande parte do exército brasileiro ao longo de quatro anos para aba- far de vez o Contestado. Do ponto de vista social, a guer- ra não trouxe solução alguma – só agravou o sentimento de revolta da população e os pro- blemas da região. Mas serviu, ao menos, para pôr fim à dis- puta entre os dois Estados, que firmaram um acordo em 1916, estabelecendo os limites que permanecem até hoje. Com isso, surgiram municípios como Mafra (nome dado em homenagem ao Conselheiro Mafra, defensor de Santa Cata- rina na disputa judicial), Porto União, Joaçaba e Chapecó. Em 1943, Santa Catarina sofreu uma modificação geo- gráfica, que se mostrou tem- porária, com a criação do Ter- ritório do Iguaçu pelo governo Getúlio Vargas, abrangendo a região Oeste dos Estados do Paraná e de Santa Catarina. No lado de Santa Catarina, o novo território incluía cidades como Chapecó, Concórdia, Caçador, Joaçaba, Xanxerê e São Miguel d’Oeste. Os objetivos eram for- talecer a ocupação da fronteira depois da entrada do Brasil na Segunda Guerra e ao mesmo tempo dar autonomia a uma região que se sentia distanciada do poder estabelecido no Lito- ral. A mudança durou apenas três anos, sendo revogada pela Constituição de 1946. Painel Contestado – Terra Contestada, de Hassis FundaçãoHassis/Divulgação 37
  • 38. 38 Santa Catarina na Era Republicana A proclamação da República e o consequente fim da Monarquia, em 15 de novembro de 1889, marcariam um novo período para o Brasil e para todas as suas províncias, que passaram a ser chamadas de Estados. O presidente de Santa Catarina, Luís Alves Leite de Oliveira Bello, foi pacificamente destituído e muitos deputados monarquistas aderiram espontaneamente ao novo regime. Lauro Müller tornou-se o primeiro gover- nador de Santa Catarina na era republicana. A Cons- tituição Federal de 1891 estabeleceu eleições diretas e Gustavo Richard foi o escolhido. lis (“cidade de Floriano”), uma forma de marcar a vitória obti- da ali pelo Marechal de Ferro. Em 1900, Santa Catarina somava 320.300 habitantes. Florianópolis e Blumenau eram as maiores cidades, com cerca de 31.000 habitantes cada. O Estado consolidava o modelo de ocupação por pequenas pro- priedades agrícolas, de adminis- tração familiar, sem latifúndios e sem uma metrópole predo- minante. Com o passar das dé- cadas, esse se tornaria um dos principais diferenciais de Santa Catarina em relação à maioria dos Estados brasileiros. As limitações econômicas do início do século foram sen- do gradualmente superadas. A pauta de exportações, antes li- mitada às madeiras, à erva-ma- te e à farinha de mandioca, foi reforçada pelo gado e o arroz. Com o advento da industria- lização do Estado, processo iniciado ainda na década de 1880, com a fundação de uma fábrica de camisetas em Blu- menau pelos irmãos Hermann e Bruno Hering, Santa Cata- rina passou a ter produção re- levante também de tecidos e fios, camisas, bordados e meias de algodão. Impulsionado pelo desenvolvimento da indústria têxtil, Blumenau logo se tor- naria o maior município ca- tarinense – em 1920, a cida- de somava 68.000 habitantes, enquanto nenhuma outra do Estado chegava a 40.000. Florianópolis, a capital, vi- via isolada pela inexistência de uma ligação da Ilha de Santa Catarina com o continente. O governador Hercílio Luz resol- veu enfrentar esse problema ao providenciar a construção, en- tre 1922 e 1926, da ponte que seria batizada com o seu nome. O desenvolvimento trazido pela obra foi inegável, assim como o endividamento do Estado, que precisou fazer um emprésti- mo de 20.000 contos (quantia equivalente a 5 milhões de dó- lares) para executar essa e outras obras de infraestrutura. O valor correspondia a quase quatro anos de receita. Em 1955, o lageano Nereu Ramos, que havia sido gover- nador de Santa Catarina entre 1935 e 1945 (e era filho do também ex-governador Vidal Ramos), tornou-se o político mais importante da história catarinense ao assumir a Pre- sidência da República por um período de três meses, após o suicídio de Getúlio Vargas. Ramos era o primeiro vice- -presidente do Senado Federal e foi alçado ao cargo após o impedimento do vice de Ge- túlio, Café Filho, e do presi- dente da Câmara dos Deputa- dos, Carlos Luz. Conduziu o governo até a posse de Jusceli- no Kubitschek, tornando-se a partir daí ministro da Justiça. Nereu Ramos morreria num acidente aéreo, em 1958, que vitimou também o então go- vernador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, e outro impor- tante político do Estado, Leo- berto Leal. As turbulências ainda es- tavam longe de terminar em Santa Catarina, contudo. O Estado se viu involuntariamen- te envolvido na Revolta da Ar- mada, que eclodiu no Rio de Janeiro em 1893. A Marinha, em parte por ter resquícios mo- narquistas em seus quadros, e também insatisfeita pelo fato de que apenas representantes do Exército estavam assumindo o governo do país após a procla- mação da República, revoltou- se sob a liderança do almirante Custódio de Melo. Os navios rebeldes bombardearam o Rio de Janeiro e, atacados pelas for- ças governamentais, escaparam rumo ao Sul do país, onde se juntaram aos revoltosos da Re- volução Federalista e invadiram a pacata e indefesa capital cata- rinense, Desterro. Floriano Peixoto adquiriu novos navios e retomou a ci- dade, com forte repressão – in- cluindo quase duas centenas de fuzilamentos e enforcamentos realizados na Ilha de Anhato- mirim, sob comando do te- mido coronel Moreira Cesar. As vítimas foram não apenas membros comprovados do mo- vimento original, mas também simples moradores de Desterro que teriam, na avaliação do go- verno, colaborado de alguma forma com os revoltosos. Santa Catarina entraria no século 20 com muitos traumas a superar e uma nova identidade para a capital, cujo nome foi trocado de Desterro para Florianópo-
  • 39. O golpe militar de 1964 im- pôs um período de duas décadas de ditadura no Brasil. Santa Ca- tarina teve um papel destacado no processo de redemocratiza- ção do país ao desencadear um movimento popular que entrou para a história como Novem- brada, referência ao mês de 1979 em que o episódio ocor- reu em Florianópolis. Durante visita do presidente João Figuei- redo à cidade, estava prevista a inauguração de uma placa em homenagem a Floriano Peixoto – contestada por boa parte da população em decorrência da memória dos acontecimentos que haviam culminado com a troca do nome da cidade para Florianópolis, em 1894. Os protestos se transformaram em tumulto e a população arrancou à força a placa recém-instalada na Praça 15 de Novembro, ma- nifestação que foi interpretada como sinal do enfraquecimento do governo militar e contribuiu para o advento do processo de abertura política que se daria dali em diante. Em 1983, o voto voltou a ser direto para a escolha de go- vernadores. Em Santa Catarina, foram eleitos sucessivamente Esperidião Amin (1983-1987), Pedro Ivo Campos (para o man- dato entre 1987 e 1990, com o vice Casildo Maldaner assu- mindo por pouco mais de um ano após a morte do governa- dor), Vilson Kleinübing (para o período entre 1991 e 1995, com seu vice Antônio Carlos Konder Reis também assumin- do por quase um ano em decor- rência do titular ter concorrido ao Senado), Paulo Afonso Vieira (1995-1999), novamente Espe- ridião Amin (1999-2003), Luiz Henrique da Silveira (que cum- priu dois mandatos, entre 2003 e 2010, com o vice Leonel Pa- van assumindo por quase um ano, ao final do período, para que o governador se candida- tasse ao Senado) e Raimundo Colombo, a partir de 2011. Palácio Cruz e Sousa, Florianópolis S.V. 39
  • 40. ARGENTINA Paraná Oeste Principais municípios Posição Município População Vale do Itajaí 1 Blumenau 309.011 2 Itajaí 183.373 3 Balneário Camboriú 108.089 Norte 1 Joinville 515.288 2 Jaraguá do Sul 143.123 3 São Bento do Sul 74.801 Oeste 1 Chapecó 183.530 2 Caçador 70.762 3 Concórdia 68.621 Grande Florianópolis 1 Florianópolis 421.240 2 São José 209.804 3 Palhoça 137.334 Sul 1 Criciúma 192.308 2 Tubarão 97.235 3 Araranguá 61.310 Serra 1 Lages 156.727 2 Curitibanos 37.748 3 Campos Novos 32.824 As regiões catarinenses Oterritóriocatarinenseédivididoemseisregiõesgeográficas, cada uma delas com configuração física, formação étnica e vocações econômicas específicas. São o retrato da grande diversidade, em todos os sentidos, que se encontra em Santa Catarina. O Vale do Itajaí concentra a maior população, o Oeste tem a maior área e o maior número de municípios, enquanto a Grande Florianópolis apresenta a maior densidade demográfica. População e área por região Região Municípios População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Vale do Itajaí 54 1.508.980 13.098,4 115,2 Norte 26 1.212.843 15.928,9 76,1 Oeste 118 1.200.712 27.310,8 44 Grande Florianópolis 21 994.095 7.355,5 135,1 Sul 44 925.065 9.719,2 95,2 Serra 30 406.741 22.324,0 18,2 Total 293 6.248.436 95.736,8 65,3 40
  • 41. S N LO Rio Grande do Sul Oceano Atlântico Serra Norte Vale do Itajaí Grande Florianópolis Sul 41
  • 42. 42 Grande Florianópolis Para brasileiros de todas as regiões e para os nossos vizinhos argentinos, não é de hoje que a simples menção a Florianópolis remete à ideia de belas paisagens e invejávelqualidadedevida.Nosúltimosanos,afamade “paraíso” ganhou o mundo. Publicações internacionais de grande repercussão passaram a citar a capital de Santa Catarina como um dos destinos turísticos mais encantadores do planeta e conhecê-la entrou para os planos de viajantes de todas as partes do globo. Com isso, os “manezinhos” – como são chamados os nati- vos da cidade – estão se habi- tuando a ouvir não mais apenas os sotaques brasileiros e o caste- lhano dos hermanos, mas tam- bém o inglês e diversos idiomas europeus. A cidade se tornou cosmopolita e o turismo, antes limitado à temporada de verão, transformou-se em uma ativi- dade desenvolvida ao longo de todo o ano. Para receber esse público exigente, surgiram ho- téis, pousadas e restaurantes de alto nível. Além do turismo de praia, a Grande Florianópolis tem de- senvolvido o turismo rural em cidades como Santo Amaro da Imperatriz, Alfredo Wagner, Angelina e Rancho Queimado, que oferecem opções acolhe- doras de hospedagem. Já Nova Trento, conhecida como a ter- ra de Madre Paulina, primeira santa brasileira, é um dos prin- cipais destinos de turismo reli- gioso no país. Florianópolis também tem se destacado como importante polo de Tecnologia da Informa- ção – uma indústria limpa, que combina perfeitamente com sua natureza exuberante e pre- servada. Já existem na cidade mais de 500 empresas de au- tomação, desenvolvimento de programas e jogos, com geração de 12.000 empregos diretos. Setores tradicionais da indús- tria encontram espaço na vizi- nha São José – quarto municí- pio mais populoso do Estado, sede de um parque empresarial em franco desenvolvimento. A indústria de calçados é uma im- portante atividade em São João Batista e Canelinha. Embora a ocupação de Flo- rianópolis e da maior parte dos municípios da região tenha sido feita predominantemente por açorianos, há também ci- dades colonizadas por alemães, como é o caso de São Pedro de Alcântara – primeiro núcleo catarinense a receber imigran- tes daquele país, em 1829 –, e por italianos, a exemplo de Nova Trento. A própria Madre Paulina foi uma imigrante, que chegou ainda criança à cidade em que desenvolveria, na vira- da do século 19 para o século 20, seu trabalho de assistência a enfermos. 11 19 14 20 7 13 3 2 1 4 8 5 10 69 17 18 15 12 16 21
  • 43. 43 Grande Florianópolis Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Florianópolis 421.240 675,4 623,7 Florianopolitano 2 São José 209.804 152,4 1.376,7 Josefense 3 Palhoça 137.334 395,1 347,6 Palhocense 4 Biguaçu 58.206 370,9 156,9 Biguaçuense 5 Tijucas 30.960 279,6 110,7 Tijucano 6 São João Batista 26.260 221,1 118,8 Batistense 7 Santo Amaro da Imperatriz 19.823 344,0 57,6 Santo-amarense 8 Governador Celso Ramos 12.999 117,2 110,9 Gancheiro 9 Nova Trento 12.190 402,9 30,3 Nova-trentino 10 Canelinha 10.603 152,6 69,5 Canelense 11 Alfredo Wagner 9.410 732,8 12,8 Alfredense 12 Antônio Carlos 7.458 228,7 32,6 Antônio-carlense 13 Paulo Lopes 6.692 449,7 14,9 Paulo-lopense 14 Águas Mornas 5.548 327,4 16,9 Águas-mornense 15 Angelina 5.250 500,0 10,5 Angelinense 16 São Pedro de Alcântara 4.704 140,0 33,6 Alcantarense 17 Leoberto Leal 3.365 291,2 11,6 Leobertense 18 Major Gercino 3.279 285,7 11,5 Majorense 19 Anitápolis 3.214 542,1 5,9 Anitapolitano 20 São Bonifácio 3.008 460,4 6,5 São-bonifacense 21 Rancho Queimado 2.748 286,3 9,6 Rancho-queimadense Total 994.095 7.355,5 135,1 Fonte: IBGE, Censo 2010 Pontes de Florianópolis que ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente P.A.
  • 44. 44 Acima: casario açoriano em São José. Abaixo: casa de campo do governador Hercílio Luz, em Rancho Queimado Z.P. Z.P.
  • 45. 45 Acima: figueira centenária da Praça 15 de Novembro, em Florianópolis. Ao lado: Praia do Sonho, Ponta do Papagaio e Praia da Pinheira, em Palhoça Z.P. T.E.
  • 47. 47 Reserva Marinha do Pirajubaé, em Florianópolis
  • 48. 48 Vale do Itajaí A história do Vale do Itajaí é marcada pelo empreen- dedorismo e a obstinação dos imigrantes alemães em construir uma nova vida longe da terra natal. Essa in- fluência continua mais viva do que nunca em cidades como Blumenau, Brusque e Gaspar, polos têxteis que são o berço de várias empresas reconhecidas internacio- nalmente, e Pomerode, onde a maior parte da popula- ção é fluente no idioma dos antepassados. O orgulho pelas origens é simbolizado pela realização anual da Oktoberfest, em Blu- menau, embalada por cerveja, comida e danças típicas. Trata- se do carro-chefe de uma série de festas organizadas pelos cata- rinenses no mês de outubro. A primeira edição da Oktoberfest ocorreu em 1984, para ajudar a cidade a recuperar o ânimo e as finanças depois das grandes en- chentes que haviam ocorrido no Vale do Itajaí. Desde então, 20 milhões de pessoas já participa- ram do evento, que se estende por quase três semanas e atrai visitantes de todos os cantos do Brasil e também do exterior. Já em Itajaí, colonizada principalmente por açorianos, as atividades econômicas es- tão diretamente relacionadas ao mar. Com um dos índices de desenvolvimento mais al- tos do país ao longo da últi- ma década, a cidade explora a pesca (73.300 toneladas por ano, cerca de 60% da produção catarinense) e sedia um porto estratégico para as exportações brasileiras – em decorrência disso, muitas empresas especia- lizadas em logística estão se ins- talando na região. A excelente infraestrutura de transportes do Vale é reforçada pelo aeroporto de Navegantes, que vem se con- solidando como um dos mais importantes do Sul do Brasil. Balneário Camboriú é outra cidade litorânea da região, co- nhecida em todo o país como um dos destinos turísticos mais agitados do verão. Com suas belas praias e ar cosmopolita, simbolizado pelos arranha-céus da Avenida Atlântica e a profu- são de restaurantes e casas no- turnas, o município tem estru- tura para receber um milhão de pessoas simultaneamente. Essa marca, que corresponde a quase dez vezes sua população regular, é alcançada especialmente nos meses de dezembro e janeiro. 37 18 53 33 22 42 48 46 21 34 35 49 31 38 52 15 51 43 41 639 29 17 44 47 28 27 11 25 32 30 9 54 36 40 45 16 4 2 5 10 20 23 3 7 13 19 14 50 26 24 8 1 12
  • 49. 49 Vale do Itajaí Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Blumenau 309.011 518,5 596,0 Blumenauense 2 Itajaí 183.373 288,3 636,0 Itajaiense 3 Balneário Camboriú 108.089 46,2 2.339,6 Praiano 4 Brusque 105.503 283,2 372,5 Brusquense 5 Camboriú 62.361 212,3 293,7 Camboriuense 6 Rio do Sul 61.198 260,4 235,0 Rio-sulense 7 Navegantes 60.556 112,0 540,7 Navegantino 8 Gaspar 57.981 386,8 149,9 Gasparense 9 Indaial 54.854 430,8 127,3 Indaialense 10 Itapema 45.797 57,8 792,3 Itapemense 11 Timbó 36.774 127,4 288,6 Timboense 12 Pomerode 27.759 214,7 129,3 Pomerodense 13 Penha 25.141 58,8 427,6 Penhense 14 Barra Velha 22.386 140,1 159,8 Barra-velhense 15 Ituporanga 22.250 336,9 66,0 Ituporanguense 16 Guabiruba 18.430 174,7 105,5 Guabirubense 17 Ibirama 17.330 247,3 70,1 Ibiramense 18 Taió 17.260 692,9 24,9 Taioense 19 Balneário Piçarras 17.078 99,4 171,8 Piçarrense 20 Porto Belo 16.083 93,6 171,8 Porto-belense 21 Presidente Getúlio 14.887 294,3 50,6 Getulense 22 Pouso Redondo 14.810 359,4 41,2 Pouso-redondense 23 Bombinhas 14.293 35,9 398,1 Bombinense 24 Ilhota 12.355 252,9 48,9 Ilhotense 25 Rodeio 10.922 129,9 84,1 Rodeiense 26 Luiz Alves 10.438 259,9 40,2 Luiz-alvense 27 Benedito Novo 10.336 388,8 26,6 Benedito-novense 28 Rio dos Cedros 10.284 554,1 18,6 Rio-cedrense 29 Lontras 10.244 197,1 52,0 Lontrense 30 Apiúna 9.600 493,3 19,5 Apiunense 31 Agrolândia 9.323 207,6 44,9 Agrolandense 32 Ascurra 7.412 110,9 66,8 Ascurrense 33 Salete 7.370 179,3 41,1 Saletense 34 Rio do Oeste 7.090 247,8 28,6 Riense-do-oeste 35 Trombudo Central 6.553 108,6 60,3 Trombudense 36 Vidal Ramos 6.290 342,9 18,3 Vidal-ramense 37 Rio do Campo 6.192 506,2 12,2 Rio-campense 38 Petrolândia 6.131 305,9 20,0 Petrolandense 39 Laurentino 6.004 79,6 75,4 Laurentinense 40 Imbuia 5.707 123,0 46,4 Imbuiense 41 Aurora 5.549 206,6 26,9 Aurorense 42 Vitor Meireles 5.207 370,5 14,1 Vitor-meirelense 43 Agronômica 4.904 130,5 37,6 Agronomense 44 José Boiteux 4.721 405,2 11,7 José-boatense 45 Botuverá 4.468 296,2 15,1 Botuveraense 46 Dona Emma 3.721 181,2 20,5 Donemense 47 Doutor Pedrinho 3.604 374,6 9,6 Pedrinhense 48 Witmarsum 3.600 152,0 23,7 Witmarsumense 49 Braço do Trombudo 3.457 90,3 38,3 Braço-trombudense 50 São João do Itaperiú 3.435 151,4 22,7 Itaperiuense 51 Atalanta 3.300 94,2 35,0 Atalantense 52 Chapadão do Lageado 2.762 124,8 22,1 Lageadense 53 Mirim Doce 2.513 335,7 7,5 Mirindocense 54 Presidente Nereu 2.284 225,7 10,1 Nereusense Total 1.508.980 13.098,4 115,2 Fonte: IBGE, Censo 2010
  • 50. 50 Anoitecer em Blumenau Beto Carrero World, maior parque temático da América Latina, na cidade de Penha T.E. BetoCarreroWorld/Divulgação
  • 51. Acima: vista panorâmica de Balneário Camboriú. Ao lado: Brusque, importante polo têxtil do Estado. Abaixo: Porto de Itajaí Z.P. N.E.P.A. 51
  • 52. 52 Oeste A agroindústria é a principal atividade econômica do Oeste catarinense, berço de importantes empresas brasileiras do setor de alimentos. Trata-se de um dos mais relevantes polos de avicultura, produção de leite e criação de suínos do país. A agricultura se baseia no modelo familiar e é concentrada na produção de grãos, especialmente milho, soja e feijão – uma das exceções fica por conta da cidade de Fraiburgo, maior produtora brasileira de maçãs. Com crescimento acelerado nas últimas décadas, Chapecó – sexto município catarinense mais populoso –, é o principal centro do Oeste catarinense. Outras cidades importantes da região, como Caçador, Concór- dia, Videira e Xanxerê, seguem modelo semelhante de desen- volvimento, com progressiva ur- banização e investimentos cons- tantes em infraestrutura. A ligação do aeroporto de Chapecó a Florianópolis e dali às principais cidades do país, por meio de voos diários, con- tribuiu decisivamente para re- duzir a sensação de isolamen- to dos habitantes do Oeste. O êxodo ao qual muitos jovens da região eram obrigados a se lançar para continuar os estu- dos em outras partes de Santa Catarina ou em outros Esta- dos foi reduzido pela instala- ção de diversas instituições de ensino superior. Colonizado em grande parte por gaúchos de origem italiana e alemã, o Oeste catarinense tem 118 cidades, número que equivale a 40% do total catari- nense. A maior parte delas não chegou ainda à marca de 10.000 habitantes, dado que sintetiza o grande potencial de desenvolvi- mento projetado para a região nas próximas décadas. 19 88 20 52 25 69 84 93 98 59 18 49 37 36 28 6 110 44 38 33 85 51 108 10 66 24 116 53 46 17 109 26 34 16 70 11 91 72 114 104 79 87 112 27 81 101 42 95 99 23 74 60 41 14 32 76 103 89 96 11894105 83 29 9 5 117 73 157 92 65 64 97 48 61 113 43 15 67 68 100 40 58 31 22 54 30 8 102 39 13 55 5682 106 3 71 115 62 12 7850 45 63 111 75 90 80 35 107 7 21 77 86 2 47 4
  • 53. Oeste Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Chapecó 183.530 626,1 293,1 Chapecoense 2 Caçador 70.762 984,3 71,9 Caçadorense 3 Concórdia 68.621 799,9 85,8 Concordense 4 Videira 47.188 380,3 124,1 Videirense 5 Xanxerê 44.128 377,8 116,8 Xanxerense 6 São Miguel do Oeste 36.306 234,1 155,1 Miguel-oestino 7 Fraiburgo 34.553 547,9 63,1 Fraiburgense 8 Joaçaba 27.020 232,2 116,4 Joaçabense 9 Xaxim 25.713 293,3 87,7 Xaxiense 10 Maravilha 22.101 171,3 129,0 Maravilhense 11 São Lourenço do Oeste 21.792 360,5 60,4 Lourencense/Lourenciano 12 Herval d’Oeste 21.239 217,3 97,7 Hervalense 13 Capinzal 20.769 244,2 85,0 Capinzalense 14 Abelardo Luz 17.100 953,1 17,9 Abelardo-lusense 15 Seara 16.936 311,4 54,4 Searaense 16 Pinhalzinho 16.332 128,2 127,4 Pinhalense 17 Palmitos 16.020 352,5 45,4 Palmitense 18 Itapiranga 15.409 282,7 54,5 Itapiranguense 19 Dionísio Cerqueira 14.811 379,2 39,1 Cerqueirense 20 São José do Cedro 13.684 281,0 48,7 Cedrense 21 Lebon Régis 11.838 941,5 12,6 Lebon-regense 22 Ponte Serrada 11.031 564,5 19,5 Ponte-serradense 23 Faxinal dos Guedes 10.661 339,7 31,4 Faxinalense 24 Cunha Porã 10.613 217,9 48,7 Cunha-porense 25 Guaraciaba 10.498 330,4 31,8 Guaraciabense 26 São Carlos 10.291 161,3 63,8 São-carlense 27 Quilombo 10.248 280,3 36,6 Quilombense 28 Mondaí 10.231 202,1 50,6 Mondaiense 29 Coronel Freitas 10.213 234,0 43,6 Freitense/Freitano 30 Catanduvas 9.555 197,3 48,4 Catanduvense 31 Irani 9.531 325,7 29,3 Iraniense 32 São Domingos 9.491 384,6 24,7 Dominguense 33 Campo Erê 9.370 479,1 19,6 Campo-erense 34 Saudades 9.016 206,6 43,6 Saudadense 35 Tangará 8.674 388,2 22,3 Tangaraense 36 Descanso 8.634 286,1 30,2 Descansense 37 Iporã do Oeste 8.409 199,7 42,1 Iporã-oestino 38 Palma Sola 7.765 330,1 23,5 Palma-solense 39 Ouro 7.372 213,7 34,5 Ourense 40 Ipumirim 7.220 247,4 29,2 Ipumiriense 41 Água Doce 6.961 1.314,3 5,3 Água-docense 42 Ipuaçu 6.798 260,9 26,1 Ipuaçuense 43 Itá 6.426 165,8 38,8 Itaense 44 Anchieta 6.380 228,3 27,9 Anchietense 45 Treze Tílias 6.341 186,6 34,0 Treze-tiliense 46 Caibi 6.219 174,8 35,6 Caibiense 47 Rio das Antas 6.143 318,0 19,3 Rio-antense 48 Águas de Chapecó 6.110 139,8 43,7 Chapecoense-das-águas 49 São João do Oeste 6.036 163,3 37,0 São-joanense 50 Luzerna 5.600 118,4 47,3 Luzernense 51 Romelândia 5.551 225,9 24,6 Romelandino 52 Guarujá do Sul 4.908 100,2 49,0 Guarujaense 53 Riqueza 4.838 192,0 25,2 Riquezense 54 Vargem Bonita 4.793 298,5 16,1 Vargembonitense 55 Piratuba 4.786 146,0 32,8 Piratubense 56 Ipira 4.752 154,6 30,7 Ipirense 57 Guatambu 4.679 205,9 22,7 Guatambuense 58 Lindóia do Sul 4.642 188,6 24,6 Lindoiense 59 Tunápolis 4.633 133,2 34,8 Tunapolitano 53
  • 54. 54 Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 60 Passos Maia 4.425 619,2 7,1 Passosmaiense 61 Caxambu do Sul 4.411 140,7 31,4 Caxambuense 62 Erval Velho 4.352 207,4 21,0 Ervalense 63 Salto Veloso 4.301 105,1 40,9 Velosoense 64 Nova Erechim 4.275 64,9 65,9 Nova Erechinense 65 Nova Itaberaba 4.267 137,5 31,0 Nova Itaberabense 66 Iraceminha 4.253 163,2 26,1 Iraceminhense 67 Arabutã 4.193 132,8 31,6 Arabutanense 68 Xavantina 4.142 216,7 19,1 Xavantinense 69 Paraíso 4.080 181,2 22,5 Paraisense 70 Modelo 4.045 91,1 44,4 Modelense 71 Jaborá 4.041 191,9 21,1 Jaboraense 72 Saltinho 3.961 156,5 25,3 Saltinhense 73 Cordilheira Alta 3.767 82,9 45,4 Cordilheiraltense 74 Vargeão 3.532 166,6 21,2 Vargeonense 75 Arroio Trinta 3.502 94,3 37,1 Arroio-trintense 76 Galvão 3.472 122,0 28,5 Galvãoense 77 Calmon 3.387 638,2 5,3 Calmonense 78 Ibicaré 3.373 155,8 21,6 Ibicareense 79 Serra Alta 3.285 92,3 35,6 Serra-altense 80 Pinheiro Preto 3.147 65,9 47,8 Pinheirense 81 Entre Rios 3.018 104,5 28,9 Entrerriense 82 Peritiba 2.988 95,8 31,2 Peritibense 83 União do Oeste 2.910 92,6 31,4 União-oestense 84 Bandeirante 2.906 147,4 19,7 Bandeirantense 85 Santa Terezinha do Progresso 2.896 118,8 24,4 Terezinhano 86 Matos Costa 2.839 433,1 6,6 Matos-costense 87 Sul Brasil 2.766 112,9 24,5 Sul brasilense 88 Princesa 2.758 86,2 32,0 Princesense 89 Novo Horizonte 2.750 151,9 18,1 Novo-horizontino 90 Iomerê 2.739 113,8 24,1 Iomerense 91 São Bernardino 2.677 144,9 18,5 Bernardinense 92 Planalto Alegre 2.654 62,5 42,5 Planaltoalegrense 93 Belmonte 2.635 92,4 28,5 Belmontense 94 Formosa do Sul 2.601 100,1 26,0 Formoense do sul 95 Bom Jesus 2.526 63,5 39,8 Bonjesuense 96 Coronel Martins 2.458 107,3 22,9 Coronel martiense 97 Águas Frias 2.424 76,1 31,9 Aguasfriense 98 Santa Helena 2.382 81,7 29,2 Santaelenense 99 Ouro Verde 2.271 189,2 12,0 Ouro-verdense 100 Arvoredo 2.260 90,8 24,9 Arvoredense 101 Marema 2.203 104,1 21,2 Maremense 102 Lacerdópolis 2.199 68,9 31,9 Lacerdopolitano 103 Jupiá 2.148 92,1 23,3 Jupiaense 104 Bom Jesus do Oeste 2.132 67,1 31,8 Bonjesuense 105 Irati 2.096 78,3 26,8 Iratiense 106 Alto Bela Vista 2.005 104,0 19,3 Bela-vistense 107 Ibiam 1.945 146,7 13,3 Ibianense 108 São Miguel da Boa Vista 1.904 71,4 26,7 Boa-vistense 109 Cunhataí 1.882 55,8 33,7 Cunhataiense 110 Barra Bonita 1.878 93,5 20,1 Barrabonitense 111 Macieira 1.826 259,6 7,0 Macieirense 112 Jardinópolis 1.766 67,7 26,1 Jardinopolense 113 Paial 1.763 85,8 20,5 Paialense 114 Tigrinhos 1.757 57,9 30,3 Tigrinhense 115 Presidente Castello Branco 1.725 65,6 26,3 Castelinense 116 Flor do Sertão 1.588 58,9 27,0 Flor-sertanense 117 Lajeado Grande 1.490 65,3 22,8 Lageado grandense 118 Santiago do Sul 1.465 73,8 19,9 Santiaguense Total 1.200.712 27.310,8 44,0 Fonte: IBGE, Censo 2010
  • 55. 55Igreja Matriz e monumento O Desbravador, em Chapecó Agroindústria, base da economia da região E.L. S.V.
  • 56. 56 Norte Na região Norte estão o maior município catarinense – Joinville, o único do Estado a ter superado a marca de 500.000 habitantes, colonizado principalmente por alemães a partir de meados do século 19 – e também a cidade mais antiga de Santa Catarina e uma das mais antigas do país, a litorânea São Francisco do Sul, visi- tada pelos europeus desde o início do século 16 e coloni- zada ao longo de sua história por açorianos, espanhóis e franceses. Esses dois municípios sintetizam a grande diversidade cultural da região, característica que se es- tende também à economia. Joinville e sua vizinha Jara- guá do Sul formam o principal polo industrial de Santa Catari- na e um dos mais importantes do Brasil, com destaque para o setor metalomecânico. Em- presas nascidas na região torna- ram-se conhecidas em todo o país e expandiram sua presença e suas vendas para o mercado global. O estilo de gestão das empresas do Norte catarinense é reconhecido pela combinação bem-sucedida entre atualização tecnológica, visão de mercado e simplicidade nas relações – ter- no e gravata não fazem parte do dia a dia corporativo e há incen- tivo ao contato direto e infor- mal entre operários e diretores. Outro setor econômico re- levante do Norte catarinense é o moveleiro, concentrado es- pecialmente nos municípios de São Bento do Sul e Rio Negri- nho – as duas cidades, juntas, reúnem mais de 200 fabrican- tes e revendedores de móveis. O agronegócio se faz presente como base da economia de ci- dades como Canoinhas e Ma- fra. Já a histórica São Francisco do Sul vive em torno de seu porto, um dos mais movimen- tados do Brasil. 209 25 5 26 24 23 13 21 11 4 12 7 3 18 2 17 8 14 1 10 22 6 15 16 19 6
  • 57. 57 NORTE Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Joinville 515.288 1.126,1 457,6 Joinvilense 2 Jaraguá do Sul 143.123 529,5 270,3 Jaraguaense 3 São Bento do Sul 74.801 501,6 149,1 São-bentense 4 Mafra 52.912 1.404,0 37,7 Mafrense 5 Canoinhas 52.765 1.140,4 46,3 Canoinhense 6 São Francisco do Sul 42.520 498,6 85,3 Francisquense 7 Rio Negrinho 39.846 907,3 43,9 Rio-negrinhense 8 Guaramirim 35.172 268,5 131,0 Guaramirense 9 Porto União 33.493 845,3 39,6 Porto-unionense 10 Araquari 24.810 384,0 64,6 Araquariense 11 Itaiópolis 20.301 1.295,4 15,7 Itaiopolense 12 Três Barras 18.129 437,6 41,4 Três-barrense 13 Papanduva 17.928 747,9 24,0 Papanduvense 14 Schroeder 15.316 164,4 93,2 Cheredense 15 Itapoá 14.763 248,4 59,4 Itapoaense 16 Garuva 14.761 502,0 29,4 Garuvense 17 Massaranduba 14.674 374,1 39,2 Massarandubense 18 Corupá 13.852 402,8 34,4 Corupaense 19 Campo Alegre 11.748 499,1 23,5 Campo-alegrense 20 Irineópolis 10.448 589,6 17,7 Irineopolitense 21 Santa Terezinha 8.767 715,3 12,3 Terezinhense 22 Balneário Barra do Sul 8.430 111,3 75,7 Barrassulense 23 Monte Castelo 8.346 573,6 14,6 Monte-castelense 24 Major Vieira 7.479 525,5 14,2 Major-vieirense 25 Timbó Grande 7.167 598,5 12,0 Timbó-grandense 26 Bela Vista do Toldo 6.004 538,1 11,2 Bela vistense Total 1.212.843 15.928,9 76,1 Fonte: IBGE, Censo 2010 Polo metalomecânico é destaque da economia no Norte catarinense Z.P.T.E.
  • 58. 58 Palácio dos Príncipes, Joinville Igreja Matriz de São Bento do SulZ.P. Z.P.
  • 59. Cachoeira Rio dos Pardos, Porto UniãoZ.P. 59
  • 60. 60 Sul O Sul catarinense tem economia bastante diversificada. No que diz respeito a setores industriais, os destaques são o cerâmico e o de vestuário, ambos liderados por Cri- ciúma, seu maior município. Imbituba tem o único porto público do Brasil administrado por uma empresa privada, estrutura que ganha força como uma das me- lhores opções do Sul do país para a movimentação de cargas. Na maior parte dos demais municípios da região, a principal sustentação econômica é a agricultura, com cultivo principalmente de milho, feijão e arroz. Contemplado por uma série de belezas naturais, o Sul tem parte considerável de sua renda durante os meses de verão pro- veniente do turismo. Redutos como Balneário Rincão, em Içara, Morro dos Conventos, em Araranguá, e Praia do Rosa, entre Imbituba e Garopaba, são frequentados no período de ca- lor por um grande número de visitantes, vindos sobretudo do Estado vizinho, o Rio Grande do Sul. A cidade de Laguna, terra de Anita Garibaldi, encan- ta pelo centro histórico preser- vado, pelas lindas praias e por monumentos como o Farol de Santa Marta, erguido no final do século 19. A região Sul de Santa Catari- na foi colonizada predominan- temente por italianos, cultura que se faz presente até hoje na arquitetura, música e gastrono- mia em cidades como Urussan- ga, Nova Veneza e Orleans. O vinho, uma das heranças mais celebradas, continua sendo pro- duzido artesanalmente em di- versas localidades, como símbo- lo permanente do valor que os habitantes do Sul dão às origens e à memória dos pioneiros. 30 31 34 27 26 3 4 1425 33 2 10 23 29 41 21 6 13 5 5 3912 16 15 22 7 40 17 11 36 38 43 19 18 1 9 3532 42 37 20 24 44 8 28
  • 61. 61 Sul Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Criciúma 192.308 235,7 815,9 Criciumense 2 Tubarão 97.235 301,8 322,2 Tubaronense 3 Araranguá 61.310 303,3 202,1 Araranguaense 4 Içara 58.833 293,6 200,4 Içarense 5 Laguna 51.562 441,6 116,8 Lagunense 6 Imbituba 40.170 182,9 219,6 Imbitubense 7 Braço do Norte 29.018 211,9 136,9 Braço-nortense 8 Sombrio 26.613 143,3 185,7 Sombriense 9 Forquilhinha 22.548 183,1 123,1 Forquilhense 10 Capivari de Baixo 21.674 53,3 406,6 Capivariense 11 Orleans 21.393 548,8 39,0 Orleanense 12 Urussanga 20.223 254,9 79,3 Urussanguense 13 Garopaba 18.138 115,4 157,2 Garopabense 14 Jaguaruna 17.290 328,3 52,7 Jaguarunense 15 Morro da Fumaça 16.126 83,1 194,1 Fumacense 16 Cocal do Sul 15.159 71,1 213,2 Cocalense 17 Lauro Müller 14.367 270,8 53,1 Lauro-milense 18 Nova Veneza 13.309 295,0 45,1 Veneziano 19 Siderópolis 12.998 261,7 49,7 Sideropolitano 20 Turvo 11.854 235,5 50,3 Turvense 21 Imaruí 11.672 542,6 21,5 Imaruense 22 São Ludgero 10.993 107,7 102,1 São-ludgerense 23 Gravatal 10.635 164,8 64,5 Gravatalense 24 Jacinto Machado 10.609 431,4 24,6 Jacinto-machadense 25 Sangão 10.400 82,9 125,5 Sangãoense 26 Balneário Arroio do Silva 9.586 95,3 100,6 Arroio-silvense 27 Balneário Gaivota 8.234 145,8 56,5 Gaivotense 28 Santa Rosa do Sul 8.054 151,0 53,3 Santa-rosense 29 Armazém 7.753 173,6 44,7 Armazenense 30 Praia Grande 7.267 284,1 25,6 Praia-grandense 31 São João do Sul 7.002 183,4 38,2 João-sulense 32 Meleiro 7.000 187,1 37,4 Meleirense 33 Treze de Maio 6.876 161,7 42,5 Treze-maioense 34 Passo de Torres 6.627 95,1 69,7 Passotorrense 35 Maracajá 6.404 62,5 102,5 Maracajaense 36 Grão-Pará 6.223 338,2 18,4 Grão-paraense 37 Timbé do Sul 5.308 330,1 16,1 Timbeense 38 Rio Fortuna 4.446 302,9 14,7 Rio-fortunense 39 Pedras Grandes 4.107 159,3 25,8 Pedras-grandense 40 Treviso 3.527 157,1 22,5 Trevisano 41 São Martinho 3.209 223,9 14,3 São-martinhense 42 Morro Grande 2.890 258,2 11,2 Morrograndense 43 Santa Rosa de Lima 2.065 202,0 10,2 Rosa-limense 44 Ermo 2.050 63,4 32,3 Ermense Total 925.065 9.719,2 95,2 Fonte: IBGE, Censo 2010
  • 63. A singeleza de GaropabaZ.P. 63
  • 65. Praia do Rosa, em Imbituba 65
  • 66. 66 6 18 14 15 5 29 19 11 28 8 16 4 26 30 124 13 17 12 23 3 20 9 27 2 21 22 25 10 7 Serra Os vastos campos da Serra catarinense contrastam com os cenários litorâneos, a menos de 100 km de distân- cia. A possibilidade de viajar de um lugar ao outro em apenas duas horas de estrada demonstra a incrível diversidade de paisagens encontradas em Santa Ca- tarina. Enquanto o litoral é associado a sol e calor, a Serra é sempre lembrada pelas paisagens de inverno – trata-se da única região do país onde neva pratica- mente todos os anos. São Joaquim, conhecida como a cidade mais fria do Brasil, com temperatura média anual de apenas 13 graus centí- grados e registros frequentes de quedas abaixo de zero, recebe muitos visitantes entre junho e agosto. Esses turistas aguardam a oportunidade de testemunhar um fenômeno inusitado para a maioria dos habitantes de um país predominantemente tro- pical e brincam nas ruas feito crianças quando surgem os pri- meiros flocos de neve. Lages, principal cidade da região, foi fundada no final do século 18 para marcar a ocupa- ção da região pelos portugueses e evitar que fosse tomada pelos espanhóis. Hoje, visitantes são muito bem-vindos, tanto que Lages é considerada a capital brasileira do turismo rural, com diversas opções de hospedagem em hotéis-fazenda e pousadas charmosas. Nesses estabeleci- mentos, o hóspede vive o coti- diano da vida na Serra, pratican- do atividades como ordenhar vacas e percorrer trilhas a cavalo. A vizinha Urubici tornou-se co- nhecida como palco de esportes radicais – praticados na água, como canoagem; na terra, como rapel e mountain bike; ou no céu, a exemplo de voo livre. A atividade madeireira e de celulose sempre foi uma das ba- ses econômicas da região serrana e continua sendo relevante, devi- damente adaptada às exigências atuais de sustentabilidade. A bai- xa ocupação demográfica facilita também a pecuária, que depende de áreas amplas para a criação de gado. Campos Novos, com vas- to território apto à agricultura, é conhecida como o “celeiro” de Santa Catarina pela grande produtividade de grãos, especial- mente milho, soja e trigo. Nos últimos anos, a região tornou-se produtora de vinhos finos, cuja qualidade tem sido muito elogia- da pelos especialistas.
  • 67. 67 Serra Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²) Gentílico 1 Lages 156.727 2.631,5 59,6 Lageano 2 Curitibanos 37.748 948,7 39,8 Curitibanense 3 Campos Novos 32.824 1.719,4 19,1 Campos-novense 4 São Joaquim 24.812 1.892,3 13,1 Joaquinense 5 Otacílio Costa 16.337 845,0 19,3 Otaciliense 6 Santa Cecília 15.757 1.145,8 13,8 Ceciliense 7 Correia Pinto 14.785 651,1 22,7 Correia-pintense 8 Urubici 10.699 1.017,6 10,5 Urubiciense 9 Monte Carlo 9.312 193,5 48,1 Montecarlense 10 São José do Cerrito 9.273 944,9 9,8 Cerritense 11 Bom Retiro 8.942 1.055,6 8,5 Bom-retirense 12 Anita Garibaldi 8.623 587,8 14,7 Anita-garibaldense 13 Campo Belo do Sul 7.483 1.027,7 7,3 Campo-belense 14 São Cristóvão do Sul 5.012 351,1 14,3 São-cristovense 15 Ponte Alta 4.894 569,0 8,6 Ponte-altense 16 Bom Jardim da Serra 4.395 935,9 4,7 Bom-jardinense 17 Cerro Negro 3.581 417,3 8,6 Cerronegrense 18 Ponte Alta do Norte 3.303 399,2 8,3 Norte pontealtense 19 Bocaina do Sul 3.290 512,8 6,4 Bocainense 20 Zortéa 2.991 189,7 15,8 Zorteense 21 Brunópolis 2.850 337,0 8,5 Brunopolitense 22 Vargem 2.808 350,1 8,0 Vargense 23 Celso Ramos 2.771 208,3 13,3 Celso-ramense 24 Capão Alto 2.753 1.335,8 2,1 Capão altense 25 Abdon Batista 2.653 235,8 11,3 Abdonense 26 Urupema 2.482 350,0 7,1 Urupemense 27 Frei Rogério 2.474 159,2 15,5 Frei rogeriense 28 Rio Rufino 2.436 282,5 8,6 Rio rufinense 29 Palmeira 2.373 289,3 8,2 Palmeirense 30 Painel 2.353 740,1 3,2 Painelense Total 406.741 22.324,0 18,2 Fonte: IBGE, Censo 2010 Neve e maçãs: elementos da identidade serrana A.F. C.F.
  • 70. 70 Infraestrutura Com localização privilegia- da entre os dois principais cen- tros econômicos da América do Sul – São Paulo e Buenos Aires –, o Estado de Santa Catarina está inteiramente conectado com o Brasil e com o mundo. Seus aeroportos têm linhas diárias com países da América do Sul e com as maiores cida- des brasileiras – e destas com os principais destinos ao redor do planeta. Suas rodovias inter- ligam o território catarinense e conduzem, de forma eficiente e segura, aos Estados e países vi- zinhos. Seus portos são muito importantes para o transporte de cargas e para as exportações brasileiras, enquanto as ferrovias estão ganhando novo impulso com os projetos anunciados pelo Governo Federal. A infraestrutura de energia e telecomunicações assegura todas as condições necessárias à população e às empresas que decidem investir em Santa Ca- tarina. Estatais como as Cen- trais Elétricas de Santa Cata- rina (Celesc) e a Companhia Catarinense de Águas e Sanea- mento (Casan) estão entre as mais eficientes do país. A infraestrutura de Santa Catarina é uma das melhores do Brasil Z.P.
  • 71. 71 J.T. Acima: Rodovia SC-473, em Lindóia do Sul. Ao lado: Usina Hidrelétrica Palmeiras, em Rio dos Cedros Secom/Divulgação Celesc/Divulgação
  • 72. 72 Rodovias O sistema rodoviário de San- ta Catarina totaliza quase 62.800 km, dos quais 6.800 km são pavimentados – extensão que permite a interligação eficiente e segura entre as regiões do Esta- do, além da conexão com os vi- zinhos Paraná e Rio Grande do Sul e o acesso à Argentina, pela região Oeste. A frota catarinen- se é composta ao todo por 3,9 milhões de veículos, incluindo 280.000 veículos de carga. As estradas catarinenses es- tão em melhores condições ge- rais do que a média brasileira. Uma detalhada pesquisa divul- gada pela Confederação Na- cional dos Transportes (CNT) mostrou que 53,6% dos trechos pavimentados em Santa Catari- na estão em bom ou ótimo esta- do, contra 42,6% do país como um todo. As principais rodovias catarinenses receberam avalia- ção geral positiva. Asfaltada em 2013, a Rodovia SC-112, entre Urupema e Rio Rufino, é a mais alta do Estado e contribui para o turismo na região Serrana J.T. Secom/Divulgação
  • 73. 73 Ferrovias Santa Catarina tem 1.365 km de trilhos dedicados ao transporte de cargas, operados por duas concessionárias. A América Latina Logística (ALL) detém 1.201 km no Estado, em duas ferrovias que cortam o território no sentido norte-sul, passando ambas pela cidade de Mafra – tradicional entronca- mento logístico catarinense – e dali seguindo em direção aos portos de São Francisco do Sul (SC) e Paranaguá (PR). Essas ferrovias transportam princi- palmente combustíveis, soja e outros produtos agrícolas. Já a Ferrovia Tereza Cristina, com 164 km de extensão, liga mu- nicípios do Sul catarinense ao porto de Imbituba (SC), tendo como carga principalmente car- vão e coque. O Governo Federal anun- ciou recentemente a constru- ção de duas novas ferrovias em território catarinense, dentro do Programa de Investimentos em Logística, a ser executado em parceria com a iniciativa privada – que ficará respon- sável pela construção e terá garantia de compra da capaci- dade de transporte pela estatal Valec. Uma das novas ferrovias ligará Mafra à cidade de Ma- racaju (MS), cruzando toda a porção Oeste do território pa- ranaense. Mafra estará também no caminho da outra ferrovia projetada, que ligará São Paulo (SP) a Rio Grande (RS), cor- tando o território catarinense no sentido norte-sul. Transporte ferroviário: projetos de expansão E.M.
  • 74. Aeroportos Quatro dos 67 aeroportos administrados pela Empre- sa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) estão em Santa Catarina. Juntos, os aeroportos de Florianópolis, Navegantes, Joinville e Criciú- ma/Forquilhinha transportam anualmente mais de 5 milhões de passageiros, em quase 95.000 voos. O Estado conta ainda com outros 17 aeródromos públicos e oito privados. Entre esses, desta- ca-se o Aeroporto Municipal de Chapecó, que tem linhas regu- lares operadas por grandes com- panhias aéreas e é de grande im- portância para as regiões Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Gran- de do Sul. O Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópo- lis, é o 14º mais movimentado do país e o 7º em tráfego inter- nacional – 6,4% dos quase 3,4 milhões de passageiros que pas- saram por ele em 2012 estavam indo ou chegando do exterior. O aeroporto da capital catari- nense está sendo ampliado e passará da capacidade anual de 4,1 milhões para 10,8 milhões de passageiros. A principal obra prevista é a construção de um novo terminal de passageiros, que aumentará a área dessa es- trutura dos atuais 8.800 m² para 33.800 m². Aeroportos de Santa Catarina Aeroporto Passageiros/ano Voos/ano Carga aérea (kg/ano) Mala postal (kg/ano) Florianópolis 3.395.256 56.086 1.436.903 4.920.943 Navegantes 1.277.486 24.485 1.731.886 0 Joinville 423.122 10.106 1.176.865 0 Criciúma/Forquilhinha 36.391 3.711 0 0 Fonte: Infraero (Anuário Estatístico-Operacional de 2012) Aeroporto de Florianópolis: mais de 3 milhões de passageiros por ano P.A. 74
  • 75. Portos Santa Catarina conta com três importantes portos que, juntos, movimentam mais de 24 milhões de toneladas de cargas por ano. Cada um desses portos tem um modelo específico de gestão. O de São Francisco do Sul é uma autarquia estadual, enquanto o de Itajaí teve a au- toridade portuária concedida ao município e o de Imbituba é administrado pela Companhia Docas de Imbituba, uma empre- sa de capital aberto – sendo, des- sa forma, o único porto público do país sob responsabilidade de uma organização privada. Portos de Santa Catarina Porto Movimento anual (toneladas) São Francisco do Sul 11.233.182 Itajaí 11.225.526 Imbituba 2.311.731 Fontes: Respectivas autoridades portuárias (2012) O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Governo Federal, comparou 34 portos brasilei- ros, analisando uma série de aspectos que iam além do mo- vimento de cargas – incluíam a área de influência (local, regio- nal ou nacional), a proporção de exportações e o valor agre- gado dos produtos movimen- tados. Concluiu que o porto de Itajaí é o quarto mais im- portante do país, enquanto o de São Francisco do Sul ocupa a sétima posição e o de Imbitu- ba está em 21º. Porto de São Francisco do Sul, um dos mais importantes do Brasil Z.P. 75
  • 76. 76 Telecomunicações A presença de equipamentos de telecomunicação nos domi- cílios catarinenses está acima da média nacional. Em Santa Catarina, 98,4% das residên- cias têm aparelho de televisão (contra 96,9% no Brasil como um todo), 94,6% contam com telefone fixo (89,9% no país) e 55,8% dispõem de microcom- putador (índice nacional de 42,9%), de acordo com núme- ros da Pesquisa Nacional por Amostragem por Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE. Santa Catarina tem 1,2 mi- lhão de telefones fixos em fun- cionamento – um para cada cinco habitantes. Há também 8,1 milhões de celulares. Isso significa que os catarinenses dispõem de 13 aparelhos celula- res para cada grupo de dez habi- tantes. Apesar do amplo acesso à telefonia móvel, existem ainda 33.800 telefones públicos, co- nhecidos como “orelhões”, em funcionamento no Estado. Em julho de 2012, o Ibope estimou em 2,7 milhões a quan- tidade de usuários regulares de internet em Santa Catarina, número equivalente a 43% da população. Estão contempla- dos nessa conta todos os locais de acesso, incluindo institui- ções de ensino, bibliotecas e lan houses. Se for considerado ape- nas quem acessa a rede em casa ou no ambiente de trabalho, a estimativa é de 2,4 milhões de usuários regulares, equivalente a 37% da população. As ope- radoras que atuam no Estado têm ampliado a abrangência dos serviços de terceira geração (3G), que incluem internet de alta velocidade sem fio. Com relação à TV por assi- natura, o serviço está disponível em 34 municípios catarinenses – que juntos abrigam 54,8% da população do Estado. Há 503.700 assinaturas do serviço vigentes em Santa Catarina. De acordo com a Associação Cata- rinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), o Estado tem 18 emissoras de TV – al- gumas delas já oferecendo tec- nologia HD, de alta definição –, 114 emissoras de rádio FM e 108 emissoras AM. Santa Catarina Brasil Telecomunicações em SC* Televisão 98,4% 94,6% 55,8% 96,9% 89,9% 42,9% Telefone Fixo (*) Índice de presença nos domicílios Microcomputador Z.P.
  • 77. 77 Capacidade instalada de geração elétrica (MW) Tipo Brasil SC Participação catarinense (%) Hidro 82.459 3.621 4,4 Termal 31.243 1.070 3,4 Eólica 1.425 206 14,5 Nuclear 2.007 - - Total 117.134 4.899 4,2 Fonte: EPE (Balanço Energético Nacional 2012) Energia Santa Catarina 41 Resto do Brasil 59 41% 59% Produção de Carvão Mineral Santa Catarina Resto do Brasil Santa Catarina produz 2,3 milhões de toneladas de carvão mineral por ano, volume equi- valente a 41% do total nacional. A distribuição de gás natural no Estado tem sido ampliada ano a ano com a atuação da SCGás. Em 2011, a rede catarinense ga- nhou 75 km adicionais, chegan- do a 958 km, e a 57 municípios – é o terceiro Estado do país com maior rede. As vendas médias no ano alcançaram 1,8 milhão de m³ por dia, acréscimo de 5% em re- lação ao ano anterior. No que diz respeito à geração elétrica, Santa Catarina tem ca- pacidade instalada de 4.899 me- gawatts (MW), potência equiva- lente a 4,2% do total nacional. Trata-se de uma contribuição proporcional à utilização de ele- tricidade pelos catarinenses. A capacidade instalada de geração hidrelétrica em Santa Catarina é de 3.621 MW – e o potencial estimado é o dobro disso, 7.232 MW. O Estado tem se destacado como um dos que mais investem em novas modalidades de energia reno- vável, com 14,5% da produção nacional de energia eólica. Abaixo: Usina Pery, em Curitibanos, que teve a potência ampliada de 4,4 MW para 30 MW em 2013. Ao lado: Usina Bracinho, em Schroeder, com potência de 15 MW Celesc/Divulgação Celesc/Divulgação
  • 78. 78 Economia O Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina do- brou em seis anos, chegando a R$ 152,5 bilhões em 2010, úl- timo ano contabilizado oficial- mente até o fechamento desta publicação. É o sétimo maior PIB entre as 27 Unidades da Federação do Brasil, correspon- dente a 4% de todas as riquezas produzidas no país. Já o PIB per capita, R$ 24.398, é o quarto Um indício do dinamismo e da modernidade da economia catarinense é a grande fatia do PIB ocupada pelo setor terciá- rio: 59,2% das riquezas catari- nenses vêm do comércio e da melhor do país – bem acima da média nacional, R$ 19.766. Os domicílios catarinenses têm o terceiro melhor rendimen- to entre as Unidades da Federa- ção, segundo o último Censo – cada domicílio de Santa Catarina obtém, em média, R$ 2.636 por mês, contra a média nacional de R$ 2.222. Só Distrito Federal e São Paulo têm desempenho su- perior nesse aspecto. prestação de serviços. Já o setor secundário, representado pela indústria, responde por uma fatia também significativa, de 34,1%. A agropecuária, setor primário, contribui com 6,7%. Evolução do PIB catarinense Ano PIB (R$ bilhões) PIB per capita 2002 55,7 9.969 2003 66,8 11.764 2004 77,4 13.403 2005 85,3 14.543 2006 93,1 15.633 2007 104,6 17.834 2008 123,3 20.369 2009 129,8 21.214 2010 152,5 24.398 Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010) gropecuária 6,7 dústria 34,1 omércio e serviços 59,2 6,7% 34,1% 59,2% Composição do PIB Catarinense (em %) Agropecuária   Indústria   Comércio  e  serviços  
  • 79. 79 Porte das empresas Tipo Trabalhadores (em milhares) Estabelecimentos (em milhares) Micro (até 19 empregados) 641,0 179,1 Pequeno (20 a 99 empregados) 454,6 11,8 Médio (100 a 499 empregados) 381,6 1,9 Grande (500 empregados ou mais) 492,4 0,3 Total 1.969,6 193,1 Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012) A Agência de Fomento do Estado de Santa Cata- rina (Badesc) é importante financiadora das empresas e do setor público catarinenses, oferecendo emprésti- mos de longo prazo e com taxas de juros competitivas. Em 2011, emprestou R$ 407,7 milhões, aumento de 21% em relação ao ano anterior. Micro e pequenas empresas também exercem um papel importante na economia catarinense – são res- ponsáveis por 55% dos empregos no Estado. De cada 100 empresas catarinenses, apenas uma tem 100 em- pregados ou mais. Número de empresas por setor Setor Empresas (em milhares) Serviços 68 Indústria 31,9 Comércio 74,3 Construção civil 10,4 Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 8,5 Total 193,1 Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012) Mão de obra empregada por setor Setor Trabalhadores (em milhares) Serviços 796,5 Indústria 641,4 Comércio 392,0 Construção civil 94,5 Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 45,2 Total 1.969,6 Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
  • 80. 80 Indústria Qualquer brasileiro que olhe para os lados dentro de casa ou no ambiente de traba- lho provavelmente encontrará produtos de Santa Catarina. Com um amplo leque de ativi- dades, a produção catarinense vai dos itens mais complexos, como compressores de ar e motores elétricos, àqueles que fazem parte do cotidiano de todos nós – carne de frango, suínos e pescados, leite, maçã, cebola, mel, geladeiras, móveis, portas de madeira, cerâmicas para revestimento, descartáveis de plástico, embalagens de pa- pel, camisetas, toalhas, tubos de PVC, brinquedos, entre muitos outros. Participação dos principais setores na indústria catarinense Posição Produto % da indústria catarinense 1 Alimentícios 16 2 Artigos de vestuário e acessórios 13,1 3 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 9,3 4 Produtos têxteis 8,3 5 Máquinas e equipamentos 6,7 6 Produtos de borracha e material plástico 6,2 7 Metalurgia básica 5,7 8 Produtos de minerais não metálicos 4,7 9 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 4,4 10 Celulose, papel e produtos de papel 4,2 Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012) Participação da indústria no PIB estadual Posição Estado Participação (%) 1 Amazonas 43,9 2 Pará 41,4 3 Espírito Santo 36 4 Santa Catarina 34,1 5 Minas Gerais 33,6 Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010) Participação dos segmentos industriais no PIB catarinense Segmento % Indústria da transformação 22,6 Construção civil 5,7 Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza pública 5,3 Extrativa 0,5 Total 34,1 Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
  • 81. 81 A indústria contribui com 34,1% do PIB catarinense, quarta maior participação entre todas as Unidades da Federação. O parque industrial do Estado é o quarto do país em quanti- dade de empresas e o quinto em número de trabalhadores. À frente do setor está a Federação das Indústrias de Santa Cata- rina (Fiesc), criada no início da década de 1950 para defen- der os interesses da indústria e trabalhar por melhorias na in- fraestrutura e na qualificação da mão de obra. A atividade industrial está bem distribuída pelo território catarinense. No Norte, há em- presas de metalurgia, máquinas e equipamentos, material elétri- co, autopeças, plástico, confec- ções e mobiliário. No Vale do Itajaí, destaque para os setores têxtil e naval. No Oeste, a ên- fase está na indústria alimen- tar e na fabricação de móveis. No Sul, os principais setores são o cerâmico, o carbonífero, de vestuário e de descartáveis plásticos. Na região serrana, há concentração das atividades madeireira e de celulose e pa- pel. Na Grande Florianópolis, a Tecnologia da Informação vem ocupando um espaço cada vez mais relevante. Um terço do PIB catarinense vem da indústria WEG/Divulgação