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Aspectos fisiológicos e práticos
                 associados ao déficit hídrico para
                concentração da florada do cafeeiro

     UFV                    Prof. Cláudio Pagotto Ronchi
Campus Rio Paranaíba
Objetivos
 Discutir alguns aspectos fisiológicos
 relacionados à aplicação do déficit
 hídrico para concentração da florada


 Apresentar resultados de pesquisas
 realizadas na UFV - Campus Rio
 Paranaíba
Pontos a serem abordados
1. Caracterização do problema;
2. Fisiologia da floração e frutificação;
3. Bases fisiológicas para aplicação do déficit hídrico;
4. Acompanhamento do nível de déficit: potencial hídrico foliar;
5. Interação entre o nível de déficit e o estádio de
   desenvolvimento do botão floral como determinantes do
   momento de aplicação do déficit;
6. Importância do monitoramento do clima;
7. Resultados de experimentos;
8. Considerações finais (aplicar ou não aplicar o déficit?);
9. Debate.
Caracterização do
               problema


   verde        cereja       passa


Desuniformidade de maturação dos frutos
  (grãos verdes, cereja, passa e secos)
Fisiologia da floração
     e da frutificação



 Floração

              Frutificação
~ 6-7 meses
              ~ 9 meses
                             cereja
Floração
               Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004


              1. Iniciação floral

              2. Diferenciação floral
Processo de
 Floração     3. Dormência do botão floral

              4. Florada (abertura da flor)
Floração
Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
Características da espécie Coffea arabica

Origem: Etiópia (África)

Florestas tropicais

Condição: sub-bosque

Altitude: 1600 a 2.800 m

Temperatura média anual: 20oC

Precipitação: 1600 a 2000 mm

Presença de estação seca
Crescimento do caule

 Nós/mês



Nós/ramo


Andrade et al. (2009)
Floração
Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
Floração
Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
Frutificação


            Frutificação



             ~ 9 meses




Chumbinho
                           cereja
Frutificação
                                                    Andrade et al., 2009

      1. Chumbinho: 0 a 6ª semana – 28/09 a 15/11;
      2. Expansão rápida: 6ª a 16ª semana – 16/11 a 19/01;
      3. Granação: 16ª a 28ª semana – 20/01 a 14/04;
      4. Maturação: 28ª a 36ª semana – 15/04 a 15/06.
     Chumbinho                   Expansão rápida                    Granação




2         4         6     8       10      12       14          16        18
              Granação                             Maturação




20       22        24     26     28        30      32          34        36
                         Semanas após a florada
Por que a maturação dos frutos é desuniforme?
                    Iniciação               Florada
                      floral
Fev         Ago                                 Jun   C
      FLO         FRU                                 O
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                                                      H
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Gemas florais em
diferentes estádios
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                      A
Gemas florais em
           diferentes estádios


Floradas
                            Cereja
parciais
                            verde
                            passa
             Frutificação
              desigual
Quais as bases fisiológicas para
             implementação do déficit hídrico
             visando à concentração de florada?
1. Botões florais no estádio E4, se submetidos a um
   determinado nível de déficit hídrico, respondem com
   abertura de flor após um estímulo (chuva de florada ou
   irrigação ou queda abrupta de temperatura);
                  Arndt, 1929, Haiti
                  Portères, 1946, África                 Relação de publicações:
                  Alvim, 1958-1960, Peru                  (palestra prof. Rena)
                  Mes, 1956, EUA                       Silva, 2004, Brasil
                  Magalhães e Angelocci, 1976, Brasil Soares et al. 2005, Brasil
                  Astegiano et al., 1988, UFV, Brasil Guerra et al., 2005/2006, Brasil
                  Crisosto et al., 1992, Havai         Bomfim Neto, 2007, Brasil
                  Schuch et al., 1992, EUA             Ronchi et al, 2011; 2012, Brasil
     E4           Drinnan e Menzel, 1994, Austrália    Marsetti et al., 2011, Brasil
Quais as bases fisiológicas para
             implementação do déficit hídrico
             visando à concentração de florada?

2. Botões florais em estádios inferiores ao E4 aceleram
   seu desenvolvimento na presença de déficit hídrico (o
   que, geralmente, não ocorre sob irrigação);

3. Problema: “as gemas florais de uma planta NÃO estão
   todas no mesmo estádio de desenvolvimento”;

4. Em lavouras irrigadas, em regiões com período
   seco bem definido, é possível suspender a
   irrigação = déficit hídrico;
Quais as bases fisiológicas para
            implementação do déficit hídrico
            visando à concentração de florada?
5. Mais gemas na planta inteira                ficarão
   “maduras/sensíveis” para se abrir (= E4);




6. Com o retorno da irrigação ou chuva, muitas
   flores se abrem ao mesmo tempo = florada
   intensa e concentrada.
Resultados de
pesquisa na UFV    FAPEMIG
   Rio Paranaíba
Resultados de
pesquisa na UFV    FAPEMIG
   Rio Paranaíba
Resultados de
       pesquisa na UFV     FAPEMIG
           Rio Paranaíba


Transplantio:
 abril/2010
Resultados de
pesquisa na UFV    FAPEMIG
   Rio Paranaíba
Resultados de
   pesquisa na UFV        FAPEMIG
       Rio Paranaíba




Experimento: setembro/2011 = 18 meses
Resultados de
     pesquisa na UFV    FAPEMIG
        Rio Paranaíba

           Objetivos
  Determinar o nível de déficit
necessário para induzir a florada

 Avaliar qual o estádio do botão
que respondeu ao déficit hídrico
Status hídrico do cafeeiro

  Como quantificar o nível de
     déficit na planta?


Através da avaliação do potencial
  hídrico foliar de antemanhã!
Medição do potencial hídrico foliar de antemanhã
Potencial       Bomba de
 hídrico foliar
      de          Scholander
 antemanhã




  Reflete o
  potencial
hídrico global
   do solo
Medição do potencial hídrico foliar de antemanhã
Exsudação da seiva do xilema no pecíolo
 Potencial hídrico foliar de antemanhã:

Magalhães e Angeloci, 1976:    -1,20 Mpa
Crisosto et al., 1992:         -0,80 MPa
Schuch et al. 1992:            -2,65 Mpa
Silva, 2000:                   -1,40 Mpa
Guerra et al., 2006:           -2,00 MPa
Bomfim Neto, 2007:
 Irrigada                      -1,20 MPa
                                   Déficit
Resultados de
      pesquisa na UFV               FAPEMIG
           Rio Paranaíba

   Período de déficit      Nível de déficit (MPa)
Irrigado Continuamente     -0,03           -0,04
06/09 a 10/09 - 4 dias      -0,70         -0,65
06/09 a 10/09 - 4 dias     -1,40           -1,43
06/09 a 12/09 - 6 dias     -2,10           -1,96
06/09 a 12/09 - 6 dias     -2,80           -2,82

                   1 MPa = 1000 kPa = 10 bar
Conhecer o clima é
  fundamental
Conhecer o clima é
  fundamental
Momento em que foi aplicado o déficit




                                           Potenciais
Após retomada da irrigação
            Flor                            hídricos:
                                        -1,2 a -1,8 MPa

                        E4
                                        70-80% flores
Déficit




          Irrigada
Mudança de estádio E3 para E4:
 2% ao dia (setembro de 2011)
Mês de setembro de 2012
Taxa de surgimento de E4: 1,863 gemas/dia

Ronchi et al. 2012



                      Y = 1,863 X + 4,6235
                      R2 = 0,93
T1:     T2:     T3:

-0,05   -0,38   -0,84
MPa     MPa     MPa




T4:     T5:     T6:

-2,14   -2,51   -3,07
MPa     MPa     MPa
Taxa
fotossintética
Efeito dos níveis de déficit
  sobre a fotosssíntese
Taxa
fotossintética




Codutância
estomática
          Horário DPV(kPa) UR(%) Tar(°C)
           08:00    2,79   30,65 29,09
           11:30    4,52   19,70 34,70
           15:00    4,61   18,25 35,00

    Taxa
Transpiratória



 Ronchi et al. 2012 (Fenicafé)
Resultados de
pesquisas da UFV-CRP
Condições
experimentais
  Transagro        18 meses

                Catuaí Vermelho
                (3,80 x 0,50 m)

                Bourbon Amarelo
                 (3,80 x 0,80 m)

                  Fertirrigada
Clima
Precipitação em 2008 (Dados Transagro)
                     700   A                                              35
                                                                                   B
                     600                                                  30
 Precipitação (mm)




                                                       Temperatura (°C)
                     500                                                  25
                     400                                                  20
                     300                                                  15
                     200                                                  10
                     100                                                   5
                       0                                                   0
                           J   F M A M J J A S O N D                           J       F
                                     Meses do ano
Tratamentos
Blocos casualizados; quatro blocos
    Tratamentos    Períodos de déficit
         1         Irrigado Continuamente
         2         09/06 a 07/09 – 90 dias de déficit
         3         23/06 a 25/08 – 63 dias de déficit
         4         23/06 a 07/09 – 76 dias de déficit
         5         07/07 a 25/08 – 49 dias de déficit
         6         07/07 a 07/09 – 62 dias de déficit
         7         21/07 a 07/09 – 48 dias de déficit
resultados
Clima
    Temperaturas em 2008 (Dados Transagro)
                           35
                                    B
                           30
        Temperatura (°C)




                           25
                           20
                           15
                           10
                            5                 Máxima   Média       Mínima
                            0
O N D                           J       F M    A M J J A       S   O   N    D
                                                Meses do ano
Resultados
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T2
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T3
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T4
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T5
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T6
Uniformidade de
         maturação?
                Catuaí
Irrigado – T1            Déficit hídrico – T7
Irrigação       Com déficit
            contínua

% cerejas



                Irrigação
                contínua

                        Com déficit
% verdes
Café beneficiado
  (kg/planta)




 Produtividade
    (sc/ha)


   Tukey a 5%
Déficit




Irrigação contínua




   Queima de folhas jovens pelo frio
Considerações
                 finais
Devo ou não aplicar o déficit?
Qual a receita? Produtor, técnico e consultor:
                       Fazer pesquisa na fazenda

                      Identificar a melhor
                        estratégia para sua
                       lavoura/talhão e não
                    copiar o que o vizinho faz
Considerações
               finais
1. Reconhecer e quantificar os
   estádios de desenvolvimento dos
   botões florais;
2. Quantificar por algum método o
   nível de déficit que a planta se
   encontra;
3. Monitorar o clima.
chuva 50 mm logo
Monitorar o    após retomada da
  clima            irrigação

 safra 2010-2011
Obrigado!




       prof. Cláudio Pagotto Ronchi
          claudiopagotto@ufv.br
               34 9154-4826

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Défici e Florada Prof. Claudio Pagotto ufv-crp - fenicafé 2013

  • 1. Aspectos fisiológicos e práticos associados ao déficit hídrico para concentração da florada do cafeeiro UFV Prof. Cláudio Pagotto Ronchi Campus Rio Paranaíba
  • 2. Objetivos  Discutir alguns aspectos fisiológicos relacionados à aplicação do déficit hídrico para concentração da florada  Apresentar resultados de pesquisas realizadas na UFV - Campus Rio Paranaíba
  • 3. Pontos a serem abordados 1. Caracterização do problema; 2. Fisiologia da floração e frutificação; 3. Bases fisiológicas para aplicação do déficit hídrico; 4. Acompanhamento do nível de déficit: potencial hídrico foliar; 5. Interação entre o nível de déficit e o estádio de desenvolvimento do botão floral como determinantes do momento de aplicação do déficit; 6. Importância do monitoramento do clima; 7. Resultados de experimentos; 8. Considerações finais (aplicar ou não aplicar o déficit?); 9. Debate.
  • 4. Caracterização do problema verde cereja passa Desuniformidade de maturação dos frutos (grãos verdes, cereja, passa e secos)
  • 5. Fisiologia da floração e da frutificação Floração Frutificação ~ 6-7 meses ~ 9 meses cereja
  • 6. Floração Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004 1. Iniciação floral 2. Diferenciação floral Processo de Floração 3. Dormência do botão floral 4. Florada (abertura da flor)
  • 7. Floração Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
  • 8. Características da espécie Coffea arabica Origem: Etiópia (África) Florestas tropicais Condição: sub-bosque Altitude: 1600 a 2.800 m Temperatura média anual: 20oC Precipitação: 1600 a 2000 mm Presença de estação seca
  • 9. Crescimento do caule Nós/mês Nós/ramo Andrade et al. (2009)
  • 10. Floração Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
  • 11. Floração Rena et al., 2001, 2007; Rena e Barros, 2004
  • 12. Frutificação Frutificação ~ 9 meses Chumbinho cereja
  • 13. Frutificação Andrade et al., 2009 1. Chumbinho: 0 a 6ª semana – 28/09 a 15/11; 2. Expansão rápida: 6ª a 16ª semana – 16/11 a 19/01; 3. Granação: 16ª a 28ª semana – 20/01 a 14/04; 4. Maturação: 28ª a 36ª semana – 15/04 a 15/06. Chumbinho Expansão rápida Granação 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Granação Maturação 20 22 24 26 28 30 32 34 36 Semanas após a florada
  • 14. Por que a maturação dos frutos é desuniforme? Iniciação Florada floral Fev Ago Jun C FLO FRU O L Mar Set H FLO FRU E ? Abr FLO Out FRU I T A
  • 15. Gemas florais em diferentes estádios C O L H E I T A
  • 16. Gemas florais em diferentes estádios Floradas Cereja parciais verde passa Frutificação desigual
  • 17. Quais as bases fisiológicas para implementação do déficit hídrico visando à concentração de florada? 1. Botões florais no estádio E4, se submetidos a um determinado nível de déficit hídrico, respondem com abertura de flor após um estímulo (chuva de florada ou irrigação ou queda abrupta de temperatura); Arndt, 1929, Haiti Portères, 1946, África Relação de publicações: Alvim, 1958-1960, Peru (palestra prof. Rena) Mes, 1956, EUA Silva, 2004, Brasil Magalhães e Angelocci, 1976, Brasil Soares et al. 2005, Brasil Astegiano et al., 1988, UFV, Brasil Guerra et al., 2005/2006, Brasil Crisosto et al., 1992, Havai Bomfim Neto, 2007, Brasil Schuch et al., 1992, EUA Ronchi et al, 2011; 2012, Brasil E4 Drinnan e Menzel, 1994, Austrália Marsetti et al., 2011, Brasil
  • 18. Quais as bases fisiológicas para implementação do déficit hídrico visando à concentração de florada? 2. Botões florais em estádios inferiores ao E4 aceleram seu desenvolvimento na presença de déficit hídrico (o que, geralmente, não ocorre sob irrigação); 3. Problema: “as gemas florais de uma planta NÃO estão todas no mesmo estádio de desenvolvimento”; 4. Em lavouras irrigadas, em regiões com período seco bem definido, é possível suspender a irrigação = déficit hídrico;
  • 19. Quais as bases fisiológicas para implementação do déficit hídrico visando à concentração de florada? 5. Mais gemas na planta inteira ficarão “maduras/sensíveis” para se abrir (= E4); 6. Com o retorno da irrigação ou chuva, muitas flores se abrem ao mesmo tempo = florada intensa e concentrada.
  • 20. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba
  • 21. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba
  • 22. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba Transplantio: abril/2010
  • 23. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba
  • 24. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba Experimento: setembro/2011 = 18 meses
  • 25. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba Objetivos Determinar o nível de déficit necessário para induzir a florada Avaliar qual o estádio do botão que respondeu ao déficit hídrico
  • 26. Status hídrico do cafeeiro Como quantificar o nível de déficit na planta? Através da avaliação do potencial hídrico foliar de antemanhã!
  • 27. Medição do potencial hídrico foliar de antemanhã
  • 28. Potencial Bomba de hídrico foliar de Scholander antemanhã Reflete o potencial hídrico global do solo
  • 29. Medição do potencial hídrico foliar de antemanhã
  • 30. Exsudação da seiva do xilema no pecíolo Potencial hídrico foliar de antemanhã: Magalhães e Angeloci, 1976: -1,20 Mpa Crisosto et al., 1992: -0,80 MPa Schuch et al. 1992: -2,65 Mpa Silva, 2000: -1,40 Mpa Guerra et al., 2006: -2,00 MPa Bomfim Neto, 2007: Irrigada -1,20 MPa Déficit
  • 31. Resultados de pesquisa na UFV FAPEMIG Rio Paranaíba Período de déficit Nível de déficit (MPa) Irrigado Continuamente -0,03 -0,04 06/09 a 10/09 - 4 dias -0,70 -0,65 06/09 a 10/09 - 4 dias -1,40 -1,43 06/09 a 12/09 - 6 dias -2,10 -1,96 06/09 a 12/09 - 6 dias -2,80 -2,82 1 MPa = 1000 kPa = 10 bar
  • 32. Conhecer o clima é fundamental
  • 33. Conhecer o clima é fundamental
  • 34. Momento em que foi aplicado o déficit Potenciais Após retomada da irrigação Flor hídricos: -1,2 a -1,8 MPa E4 70-80% flores
  • 35. Déficit Irrigada
  • 36. Mudança de estádio E3 para E4: 2% ao dia (setembro de 2011)
  • 37. Mês de setembro de 2012 Taxa de surgimento de E4: 1,863 gemas/dia Ronchi et al. 2012 Y = 1,863 X + 4,6235 R2 = 0,93
  • 38.
  • 39. T1: T2: T3: -0,05 -0,38 -0,84 MPa MPa MPa T4: T5: T6: -2,14 -2,51 -3,07 MPa MPa MPa
  • 41. Efeito dos níveis de déficit sobre a fotosssíntese
  • 42. Taxa fotossintética Codutância estomática Horário DPV(kPa) UR(%) Tar(°C) 08:00 2,79 30,65 29,09 11:30 4,52 19,70 34,70 15:00 4,61 18,25 35,00 Taxa Transpiratória Ronchi et al. 2012 (Fenicafé)
  • 44. Condições experimentais Transagro 18 meses Catuaí Vermelho (3,80 x 0,50 m) Bourbon Amarelo (3,80 x 0,80 m) Fertirrigada
  • 45. Clima Precipitação em 2008 (Dados Transagro) 700 A 35 B 600 30 Precipitação (mm) Temperatura (°C) 500 25 400 20 300 15 200 10 100 5 0 0 J F M A M J J A S O N D J F Meses do ano
  • 46. Tratamentos Blocos casualizados; quatro blocos Tratamentos Períodos de déficit 1 Irrigado Continuamente 2 09/06 a 07/09 – 90 dias de déficit 3 23/06 a 25/08 – 63 dias de déficit 4 23/06 a 07/09 – 76 dias de déficit 5 07/07 a 25/08 – 49 dias de déficit 6 07/07 a 07/09 – 62 dias de déficit 7 21/07 a 07/09 – 48 dias de déficit
  • 48. Clima Temperaturas em 2008 (Dados Transagro) 35 B 30 Temperatura (°C) 25 20 15 10 5 Máxima Média Mínima 0 O N D J F M A M J J A S O N D Meses do ano
  • 50.
  • 51. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T2
  • 52. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T3
  • 53. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T4
  • 54. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T5
  • 55. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T6
  • 56. Uniformidade de maturação? Catuaí Irrigado – T1 Déficit hídrico – T7
  • 57. Irrigação Com déficit contínua % cerejas Irrigação contínua Com déficit % verdes
  • 58. Café beneficiado (kg/planta) Produtividade (sc/ha) Tukey a 5%
  • 59.
  • 60. Déficit Irrigação contínua Queima de folhas jovens pelo frio
  • 61. Considerações finais Devo ou não aplicar o déficit? Qual a receita? Produtor, técnico e consultor: Fazer pesquisa na fazenda Identificar a melhor estratégia para sua lavoura/talhão e não copiar o que o vizinho faz
  • 62. Considerações finais 1. Reconhecer e quantificar os estádios de desenvolvimento dos botões florais; 2. Quantificar por algum método o nível de déficit que a planta se encontra; 3. Monitorar o clima.
  • 63. chuva 50 mm logo Monitorar o após retomada da clima irrigação safra 2010-2011
  • 64. Obrigado! prof. Cláudio Pagotto Ronchi claudiopagotto@ufv.br 34 9154-4826