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DESENHO
TÉCNICO
MECÂNICO
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO MARTINS GUERRA
Itabira
2004
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Diretor Regional do SENAI e
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos
Gerente de Educação e Tecnologia
Edmar Fernando de Alcântara
Elaboração/Organização
Edilson José Gomes
Geraldo Magela de Oliveira
Luiz Antônio Madeira
Unidade Operacional
Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra
SSuummáárriioo
APRESENTAÇÃO ...........................................................................................
INTRODUÇÃO ................................................................................................
1. LINHAS CONVENCIONAIS ........................................................................
2. PROJEÇÕES ORTOGONAIS .....................................................................
2.1Vistas Essenciais ...................................................................................
2.2Exercícios ...............................................................................................
2.3Supressões de Vistas ............................................................................
2.4Exercícios ...............................................................................................
3. DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA .....................................................
3.1Representação de Cotas .......................................................................
3.2Regras de Cotagem ...............................................................................
3.3Símbolos e Convenções ........................................................................
3.4Cotagem de Detalhes ............................................................................
4. ESCALAS ....................................................................................................
4.1 Tipos e Empregos .................................................................................
5. CORTES E SEÇÕES ..................................................................................
5.1Introdução .............................................................................................
5.2Hachuras ................................................................................................
5.3Linha de Corte ........................................................................................
5.4Corte Total .............................................................................................
5.5Meio Corte ..............................................................................................
5.6Exercícios ...............................................................................................
5.7Corte Parcial ..........................................................................................
5.8Seções ...................................................................................................
5.9Rupturas .................................................................................................
5.10 Omissão de Corte ................................................................................
6. PERSPECTIVA ...........................................................................................
6.1Isométrica ...............................................................................................
6.2Exercícios ...............................................................................................
7. CONJUNTOS MECÂNICOS .......................................................................
7.1Desenho de Conjunto ............................................................................
7.2Vista Explodida ......................................................................................
7.3Desenho de Detalhe ..............................................................................
8. TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS ....................................................................
8.1Símbolos Convencionais ........................................................................
8.2Desenho Isométrico ...............................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................
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Mecânica
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Mantenedor Mecânico
AApprreesseennttaaççããoo
“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do
conhecimento. “
Peter Drucker
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e
,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área
tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.
Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
Gerência de Educação e Tecnologia
Mecânica
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____________________________________________________________ 6/6
Mantenedor Mecânico
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Quando alguém quer transmitir um recado pode utilizar a fala ou passar seus
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem
fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha,
acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho.
A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. A representação
que vai interessar neste curso é o desenho.
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação.
E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para compreensão da
História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos
conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até sua idéias.
As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo à
medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja
algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes
épocas históricas.
Representação Esquemática da Figura Humana
Figura 1 – Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500
A. C.)
Mecânica
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Representação Plana que Destaca o Contorno da Figura Humana
Figura 2 – Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a. C.
Representação do Corpo Humano Transmitindo a Idéia de Volume
Figura 3 –Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475 – 1564)
Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artísticos.
Embora não seja artístico, o desenho técnico também é uma forma de
representação gráfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar instrumentos
de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho
também sofreu modificações, com o passar do tempo.
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Diferenças Entre Desenho Técnico e Desenho Artístico
O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais
de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na
eletricidade. Mais detalhes sobre o desenho técnico você aprenderá no decorrer
deste curso. Por enquanto, é importante que você saiba as diferenças que
existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para isso, é necessário
conhecer bem as características de cada um. Observe os desenhos abaixo:
Figura 4 – Cabeça de criança de Rosalba Carreira (1676 – 1757)
Figura 5 – Paloma, de Pablo Picasso (1881 – 1973)
Estes são exemplos de desenhos artísticos. Os artistas transmitiram suas idéias e
seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso de
retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade
do artista que o criou.
Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas
as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista
deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas.
Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou
seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico,
de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos.
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Figura 6 – Desenho técnico de arquitetura
Figura 7 – Desenho técnico de marcenaria
Figura 8 – Desenho técnico mecânico
Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos,
números e indicações escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a
entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Neste curso você vai conhecer a aplicação das principais
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
normas técnicas referentes ao desenho técnico mecânico, de acordo com a
ABNT.
Mecânica
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11.. LLIINNHHAASS CCOONNVVEENNCCIIOONNAAIISS
Tipos de Linhas
LINHA DENOMINAÇÃO
APLICAÇÃO GERAL
(ver figuras 1.1 e 1.2 e outras)
A Contínua larga A1 contornos visíveis
A2 arestas visíveis
B
____________________
Contínua estreita B1 linhas de interseção
imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B4 linhas de chamadas
B5 hachuras
B6 contornos de seções
rebatidas na própria vista
B7 linhas de centros curtas
C
D
Contínua estreita a mão livre (1)
Contínua estreita em ziguezague (1)
C1 limites de vistas ou cortes
parciais ou interrompidas se
o limite não coincidir com
linhas de traço e ponto
(Figura 1.3)
D1 esta linha destina-se a
desenhos confeccionados
por máquinas (Figura1.4)
E
F
___ ___ ___ ___ __
Tracejada larga (1)
Tracejada estreita (1)
E1 contornos não visíveis
E2 arestas não visíveis
F1 contornos não visíveis
F2 arestas não visíveis
G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro
G2 linhas de simetrias
G3 trajetórias
H Traço e ponto estreita, larga nas
extremidades e na mudança de
direção
H1 planos de cortes
J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou
superfícies com indicação
especial
K
. . . . . .
Traço dois pontos estreita K1 contornos de peças
adjacentes
K2 posição limite de peças
móveis
K3 linhas de centro de
gravidade
K4 cantos antes da
conformação
k5 detalhes situados antes do
plano de corte
(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.
Tabela 1.1
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
Figura 1.1
Figura 1.2 Figura 1.3 Figura 1.4
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
PLANO DE PROJEÇÃO
PROJEÇÃO
PEÇA
22.. PPRROOJJEEÇÇÕÕEESS OORRTTOOGGOONNAAIISS
2.1 VISTAS ESSENCIAIS
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada
(representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o nome de
"projeção".
O plano é denominado "plano de projeção" e a representação da peça recebe,
nele, o nome de projeção.
Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições
determinadas. Podemos então ter várias vistas da peça.
Figura 2.1
Tomemos por exemplo uma caixa de fósforos. Para representar a caixa vista de
frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista. A
vista de frente é, por isso, também denominada projeção vertical e/ou elevação.
Figura 2.2
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
V.F
Reparemos, na figura seguinte, as projeções verticais ou elevações das peças.
Elas são as vistas de frente das peças para o observador na posição indicada.
Figura 2.3
Voltemos ao exemplo da caixa de fósforos. O observador quer representar a
caixa, olhando-a por cima.
Figura 2.4
Então usará um plano, que denominaremos de plano horizontal, e a projeção que
representa esta vista de cima será denominada projeção horizontal vista de cima
ou planta.
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
V.C.
A figura seguinte representa a projeção horizontal vista de cima ou planta das
peças, para o observador na posição indicada.
Figura 2.5
O observador poderá representar a caixa olhando-a de lado. Teremos uma vista
lateral e a projeção representará uma vista lateral que pode ser da direita ou da
esquerda.
Figura 2.6
Reparemos que uma peça pode ter, pelo que foi esclarecido, até seis vistas;
entretanto, uma peça que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada
por um numero de vistas que nos dê a idéia completa de peça, um número de
vistas essenciais para representá-la a fim de que possamos entender qual é a
forma e quais as dimensões da peça. Estas vistas são chamadas de vistas
principais.
Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção escolhe-se para a
vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por isso, é
comum também chamar a projeção vertical (elevação) de vista principal.
As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, dispostas em posições
normalizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
A vista de frente (elevação) e a vista de cima (planta) alinham-se verticalmente.
Figura 2.7
A vista de frente (elevação) e a vista de lado (vista lateral esquerda) alinham-se
horizontalmente.
Figura 2.8
Finalmente temos a caixa de fósforos desenhada em três projeções.
Figura 2.9
Por esse processo podemos desenhar qualquer peça.
Figura 2.10
Mecânica
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ARESTAS NÃO VISÍVEIS
QUANDO VISTA NA LATERAL
LINHAS DE CENTRO
EIXOS DE SIMETRIA
LINHAS DE CENTRO
Na vista lateral esquerda das projeções das peças abaixo, existem linhas
tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis.
Figura 2.11
Nas projeções abaixo, aparecem linhas de centro.
Figura 2.12
Nas projeções abaixo, foram empregados eixos de simetria.
Figura 2.13
As projeções desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista lateral
esquerda, representando o que se vê olhando a peça pelo lado esquerdo, apesar
de sua projeção estar à direita da elevação.
Nos casos em que o maior número de detalhes estiver colocado no lado direito da
peça, usa-se a vista lateral direita, projetando-a à esquerda da elevação,
conforme exemplos seguintes.
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Figura 2.14
Os desenhos seguintes mostram as projeções de várias peças com utilização de
apenas uma vista lateral. De acordo com os detalhes a serem mostrados, foram
utilizadas as laterais esquerda ou direita.
Figura 2.15
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Em certos casos, porém, há necessidade de se usar duas laterais para melhor
esclarecimento de detalhes importantes. Quando isso acontece, as linhas
tracejadas desnecessárias podem ser omitidas como nos exemplos seguintes.
Figura 2.16
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2.2 EXERCÍCIOS
1. Complete, à mão livre, as projeções das peças apresentadas.
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2. Observe as vistas abaixo e responda:
a) Quais são as vistas representadas?
b) Quais as letras e números que estão indicados na vista de frente?
c) Que letra na vista de cima, representa o número 3, da vista de frente?
d) Que número na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral?
e) Que letra na vista lateral, representa o número 5, da vista de frente?
f) Que número na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente?
g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?
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3. Observe as vistas abaixo e responda:
a) Quais são as vistas representadas?
b) Que letra na vista de cima, representa o número 2, da vista de frente?
c) Quais as letras que indicam o furo cego?
d) Qual o número que indica o fundo do rebaixo?
e) Qual o número que indica o fundo do furo cego?
f) Quais as letras que indicam o furo passante?
g) Que linha é indicada pela letra M?
h) Que linha é indicada pelo número 9?
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4. Identifique e numere as projeções correspondentes a cada peça apresentada
em perspectiva.
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2.3 SUPRESSÕES DE VISTAS
Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que
melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar três ou mais vistas,
como também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até uma única vista.
Nos exemplos seguintes estão representadas peças com duas vistas. Continuará
havendo uma vista principal - vista de frente -, sendo escolhida como segunda
vista aquela que melhor complete a representação da peça.
Figura 2.18
Nos exemplos seguintes estão representadas peças por uma única vista. Neste
tipo de projeção e indispensável o uso de símbolos.
Figura 2.19
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2.4 EXERCÍCIOS
1. Observe as vistas abaixo e responda:
a) Quais as vistas representadas acima?
b) Qual é a forma da peça acima?
c) Que letra na vista de frente, representa o número 5, da vista lateral?
d) Que tipo de furo está representado?
e) Que número na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?
f) Que letra indica o eixo de simetria?
g) Que letra na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente?
h) Que letra indica o centro do furo?
i) Quais as letras e números que indicam o furo?
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2. Procure nos desenhos abaixo as vistas que se relacionam entre si, (elevação e
planta) e coloque os números correspondentes como no exemplo 1.
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33.. DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO EE SSIIMMBBOOLLOOGGIIAA
Você já sabe que, embora não existam regras fixas de cotagem, a escolha da
maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende de alguns critérios. Os
profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos devem levar em
consideração vários fatores, como por exemplo: forma da peça; forma e
localização dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça
irá desempenhar e a precisão requerida na execução e no produto final.
A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de
cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça.
Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto é, os modos
organizados de estruturar a cotagem completa da peça.
3.1 REPRESENTAÇÃO DE COTAS
Cotagem em Cadeia
Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com
diâmetros diferentes.
Figura 3.1 – ESC 1:2
Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem
em cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A parte identificada pela
letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a cota 12 indica o
comprimento da parte C. Analise você mesmo as demais cotas.
Você deve ter reparado que a cotagem da peça não está completa. Foram
inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da peça, para
ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em cadeia.
Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de
erros na execução da peça não comprometer a sua funcionalidade. Em outras
palavras, quando a exigência de precisão na execução de cada parte da peça é
muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.
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Cotagem por Elemento de Referência
Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma
parte da peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento de
referência tanto pode ser uma face da peça como também uma linha básica, isto
é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve
ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros construtivos na
execução da peça.
Cotagem por Face de Referência
Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note
que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal
apresenta a cotagem completa.
Figura 3.2 – ESC 1:1
A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência, como se
observa na perspectiva. A partir desta face de referência foram indicadas as
cotas: 35 e 45.
foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referência tomada como base
para indicação das cotas de comprimento 35 e 45. No desenho técnico da peça
não se usa a expressão: "face de referência".
Vamos interpretar a cotagem deste desenho técnico na vista frontal.
A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As cotas 45 e 35
indicam o comprimento de cada parte da peça partindo da face escolhida como
referência. Os diâmetros de cada parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e
26.
Cotagem por Linha Básica
Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de
linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos
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Mantenedor Mecânico
ou qualquer outra linha que facilite a interpretação dos procedimentos construtivos
da peça.
Como exemplo, observe a próxima peça, representada em perspectiva cotada e,
ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, estão representadas apenas as
cotas indicadas a partir da linha básica vertical, apontada na perspectiva.
Figura 3.3 – ESC 1:1
As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica vertical.
A expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve deduzir
qual foi a linha do desenho tomada como referência analisando a disposição das
cotas.
É claro que a cotagem do desenho anterior não está completa. Foram indicadas
apenas as cotas relacionadas com a linha básica escolhida, para que você
identificasse com facilidade este tipo de cota.
Analise agora um exemplo de desenho técnico cotado por mais de uma linha
básica.
Figura 3.4 – ESC 1:2
Mecânica
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A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de peças com
partes curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de cotagem por linha
básica e por face de referência ao mesmo tempo, numa peça com curvas
irregulares. Analise primeiro a peça cotada em perspectiva, para entender melhor.
Figura 3.5
Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram
determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de simetria
horizontal da peça. Outras foram determinadas a partir da face de referência
identificada pela letra A. Veja a mesma peça, representada em vista única cotada.
Figura 3.6 – ESC 1:2
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Mantenedor Mecânico
As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11,20,29,35 e 39. As cotas
indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13.
Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você deve
analisar as cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as cotas
indicadas a partir da face de referência. Os furos localizam-se a 12 mm da linha
básica e a 13 mm da face de referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha
básica e a 26 mm da face de referência. Os pares de cotas que determinam a
curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e 11. As cotas
básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10 (espessura). Os dois
furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm.
3.2 REGRAS DE COTAGEM
Formas de Cotagem a Partir de Elementos de Referência
Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem
ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva.
Cotagem em paralelo: a localização dos furos é determinada a partir da mesma
face de referência. Observe que as linhas de cota estão dispostas em paralelo
umas em relação às outras. Daí o nome: cotagem em paralelo.
Figura 3.7 – ESC 1:1
Cotagem aditiva: este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação
de espaço e desde que não cause dificuldades na interpretação do desenho. Veja
a mesma placa com 6 furos, que você estudou cotada em paralelo, agora com
aplicação de cotagem aditiva.
Figura 3.8 – ESC 1:1
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 32/32
Mantenedor Mecânico
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0
(zero). As cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação
das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distância
do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto
0; a cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18
mm; a cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento
de referência e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos
ter cotagem aditiva em duas direções. É o que você vai aprender, a seguir.
Figura 3.9
Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos irregularmente na
peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira prática de indicar a
localização dos furos.
O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicação das cotas em duas direções,
como você pode ver no desenho técnico a seguir.
Figura 3.10 – ESC 1:1
A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por exemplo: a
localização do furo que tem 6 mm de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23.
Isto quer dizer que o furo de 6 mm está a uma distância de 40 mm em relação ao
ponto de origem, no sentido do comprimento da peça, e a 23 mm do mesmo
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo raciocínio permite interpretar a
localização de todos os outros furos da peça.
Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por
coordenadas.
Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho,
elas são indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos da peça são
identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas a estes
números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma dos
elementos.
Figura 3.11 - Placa com furos, cotada por coordenadas
Na cotagem por coordenadas, imagina-se a peça associada a dois eixos
perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam é o ponto 0
(zero), ou ponto de origem, que não aparece no desenho técnico. Um eixo recebe
o nome de x e o outro de y, como você pode ver no desenho anterior.
A localização de cada elemento fica determinada por um par de cotas, indicadas
na tabela. Uma das cotas indica a distância do elemento ao ponto de origem na
direção do eixo x. A outra cota indica a distância do elemento ao ponto de origem
na direção do eixo y. Acompanhe um exemplo, para entender bem. Observe, no
detalhe da tabela, reproduzido a seguir, as informações referentes ao furo nº 1.
Figura 3.12
O centro do furo nº 1 está localizado a uma distância de 8 mm do ponto 0, na
direção do eixo x e a uma distância de 8 mm, na direção do eixo y. O furo nº 1 é
redondo e tem 4 mm de diâmetro.
Mecânica
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3.3 SÍMBOLOS E CONVENÇÕES
No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por meio de
uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta simbologia,
que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em desenhos técnicos
mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça, pois pode vir a
encontrá-Ia em desenhos mais antigos.
SÍMBOLO SIGNIFICADO
Indica que a superfície deve permanecer bruta, sem acabamento, e as
rebarbas devem ser eliminadas.
Indica que a superfície deve ser desbastada. As estrias produzidas pela
ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou visão.
Indica que a superfície deve ser alisada, apresentando dessa forma marcas
pouco perceptíveis à visão.
Indica que a superfície deve ser polida, e assim ficar lisa, brilhante, sem
marcas visíveis.
Tabela 3.1 - Símbolos de acabamento superficial e seu significado
Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas
NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa,
permitindo que ela seja medida. Este é o próximo assunto que você vai estudar.
Avaliação da Rugosidade
A norma brasileira adota o sistema de linha média para avaliação da rugosidade.
Figura 3.13 - Perfil de uma superfície. Representação da linha média
A1 e A2 representam as saliências da superfície real. A3 e A4 representam os
sulcos ou reentrâncias da superfície real.
Não é possível a determinação dos erros de todos os pontos de uma superfície.
Então, a rugosidade é avaliada em relação a uma linha (p), de comprimento c,
que representa uma amostra do perfil real da superfície examinada.
A linha média acompanha a direção geral do perfil, determinando áreas
superiores e áreas inferiores, de tal forma que a soma das áreas superiores (A1 e
A2, no exemplo) seja igual à soma das áreas inferiores (A3 e A4, no mesmo
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 35/35
Mantenedor Mecânico
exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade é o desvio médio
aritmético (Ra) calculado em relação à linha média.
Figura 3.14 – Representação gráfica da rugosidade média
A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que correspondem a
determinados desvios médios aritméticos (Ra) expressos em mícrons (µm). Veja,
na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de rugosidade e os desvios
correspondentes.
CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MÉDIO ARITMÉTICO Ra
(µµµµm)
N 12
N 11
N 10
N 9
N 8
N 7
N 6
N 5
N 4
N 3
N 2
N 1
50
25
12,5
6,3
3,2
1,6
0,8
0,4
0,2
0,1
0,05
0,025
Tabela 3.2 – Características da rugosidade (Ra).
Como exemplos: um desvio de 3,2µm corresponde a uma classe de rugosidade N
8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de rugosidade Ra = 0,8
µm.
Indicação de Rugosidade nos Desenhos Técnicos
O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por
duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em
relação à linha que representa a superfície considerada.
Figura 3.15
Este símbolo, isoladamente, não tem qualquer valor. Quando, no processo de
fabricação, é exigida remoção de material, para obter o estado de superfície
previsto, o símbolo básico é representado com um traço adicional.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 36/36
Mantenedor Mecânico
Figura 3.16
A remoção de material sempre ocorre em processos de fabricação que envolvem
corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfuração entre outros.
Quando a remoção de material não é permitida, o símbolo básico é representado
com um círculo, como segue.
Figura 3.17
O símbolo básico com um círculo pode ser utilizado, também, para indicar que o
estado de superfície deve permanecer inalterado mesmo que a superfície . venha
a sofrer novas operações.
Quando for necessário fornecer indicações complementares, prolonga-se o traço
maior do símbolo básico com um traço horizontal e sobre este traço escreve se a
informação desejada.
Figura 3.18
No exemplo anterior está indicado o processo de remoção de material por
fresagem.
Indicação do Valor da Rugosidade
Você já sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso numericamente,
em mícrons, como também por classe de rugosidade.
O valor da rugosidade vem indicado sobre o símbolo básico, com ou sem sinais
adicionais.
Figura 3.19
As duas formas de indicar a rugosidade são corretas. Quando for necessário
estabelecer os limites máximo e mínimo das classes de rugas idade, estes
valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite máximo deve vir escrito
em cima.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 37/37
Mantenedor Mecânico
Figura 3.20
Nesse exemplo, a superfície considerada deve ter uma rugosidade Ra
compreendida entre um valor máximo N 9 e um valor mínimo N 7 que é o mesmo
que entre 6,3 µm e 1,6 µm. Para saber a equivalência das classes de rugosidade
em mícrons (µm), basta consultar a tabela de Características da rugosidade (Ra),
vista anteriormente.
Símbolo Para a Direção das Estrias
Há uma outra característica microgeométrica que deve ser levada em conta no
processo de fabricação e na avaliação da rugosidade: trata-se da direção das
estrias, que são as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfície usinada
pela ferramenta usada no processo de fabricação da peça.
Quando for necessário definir a direção das estrias isso deve ser feito por um
símbolo adicional ao símbolo do estado de rugosidade.
Os símbolos para direção das estrias são normalizados pela NBR8404/84. Veja, a
seguir, quais são os símbolos normalizados.
O símbolo indica que as estrias são paralelas ao plano de projeção da vista
sobre a qual o símbolo é aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine que após a
usinagem, as estrias da superfície devem ficar na direção indicada na
perspectiva. Veja, ao lado, a indicação da direção das estrias no desenho técnico.
Figura 3.21
Note que, no desenho técnico, o símbolo de rugosidade foi representado na vista
frontal. Ao seu lado, foi representado o símbolo, que indica a posição das
estrias em relação ao plano de projeção da vista frontal.
Lembre-se de que as estrias não são visíveis a olho nu por serem características
microgeométricas. A indicação da direção das estrias, no desenho técnico,
informa ao operador da máquina qual deve ser a posição da superfície a ser
usinada em relação à ferramenta que vai usiná-Ia.
O símbolo indica que as estrias são perpendiculares ao plano de projeção da
vista sobre a qual ele é aplicado. Veja no desenho.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 38/38
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Figura 3.22
O símbolo , ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal indica que a
posição das estrias da superfície a ser usinada deve ser perpendicular ao plano
de projeção da vista frontal.
Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direções oblíquas, como
mostram os desenhos abaixo, o símbolo de direção das estrias é X.
Figura 3.23
Repare que os símbolos: , representados na vista frontal, indicam qual a
superfície a ser usinada e quais as direções das estrias resultantes.
Outra possibilidade é que as estrias se distribuam em muitas direções, como nos
desenhos abaixo:
Figura 3.24
O símbolo indicativo de direções das estrias é M, que aparece representado
ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal.
Quando as estrias devem formar círculos aproximadamente concêntricos, como
mostram os próximos desenhos, o símbolo de direção das estrias é C.
Figura 3.25
Repare que o símbolo C aparece representado ao lado do símbolo de rugosidade,
no desenho técnico.
Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto médio da superfície à
qual o símbolo se refere. Veja.
Figura 3.26
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 39/39
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O símbolo R, ao lado do símbolo de rugosidade, indica que a direção das estrias
é radial em relação ao ponto médio da superfície a ser usinada.
3.4 COTAGEM DE DETALHES
Indicação de Sobremetal Para Usinagem
Quando uma peça fundida deve ser submetida a usinagem posterior, é
necessário prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto é, de metal a mais,
exigido para a usinagem.
Quando for necessário indicar esse valor, ele deve ser representado à esquerda
do símbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para cotagem. Veja
um exemplo.
Figura 3.27
O numeral 5, à esquerda do símbolo de rugosidade, indica que a superfície
fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimensão nominal da cota
correspondente.
Disposição das Indicações de Estado de Superfície
Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em relação ao
símbolo, conforme as posições a seguir:
Figura 3.28
Relembre o que cada uma das letras indica:
a - valor da rugosidade Ra, em µm, ou classe de rugosidade N 1 a N 12;
b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície;
c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm;
d - direção predominante das estrias;
e - sobremetal para usinagem (µm).
Mecânica
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____________________________________________________________ 40/40
Mantenedor Mecânico
Indicações de Estado de Superfície nos Desenhos
Os símbolos e as inscrições devem estar representados de tal modo que
possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo.
Figura 3.29
No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita é igual a
6,3 µm.
O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio de uma linha de
indicação, como no próximo desenho.
Figura 3.30
Note que a linha de indicação apresenta uma seta na extremidade que toca a
superfície. Observe novamente o desenho anterior e repare que o símbolo é
indicado uma vez para cada superfície. Nas peças de revolução, o símbolo de
rugosidade é indicado uma única vez, sobre a geratriz da superfície considerada.
Veja.
Figura 3.31
O símbolo indica que a superfície de revolução inteira deve apresentar o mesmo
estado de superfície. Quando todas as superfícies da peça têm o mesmo grau de
rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada.
Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de rugosidade é
representada próxima à vista da peça, como no desenho a seguir.
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Mantenedor Mecânico
Figura 3.32
Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um número de
referência que a identifica e informa sobre a posição da peça no conjunto. Nesse
caso, a indicação do estado de superfície vem ao lado do número de referência
da peça, como no próximo desenho.
Figura 3.33
Quando um determinado estado de superfície é exigido para a maioria das
superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade correspondente vem
representado uma vez, ao lado superior direito da peça. Os demais símbolos de
rugosidade, que se referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm
após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo.
Figura 3.34
Neste exemplo, N 9 é a classe de rugosidade predominante. Uma das superfícies
de revolução deve apresentar a classe N 8 e a superfície do furo longitudinal deve
apresentar a classe N 6. O símbolo pode ser representado dentro dos
parênteses para substituir as indicações específicas de classes de rugosidade. No
exemplo anterior, onde aparece esta indicação pode ser
substituída por .
Quando a peça leva número de referência, a indicação da rugosidade geral e das
rugosidades específicas vem ao lado do número de referência, como no desenho
abaixo.
Figura 3.35
Mecânica
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____________________________________________________________ 42/42
Mantenedor Mecânico
Correspondência Entre os Símbolos de Acabamento e Classes de
Rugosidade
Os símbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vêm sendo
gradativamente substituídos pelas indicações de rugosidade. É possível que você
ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia já superada. Na
prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os antigos
símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de rugosidade:
SÍMBOLO SÍMBOLO INDICATIVO DE RUGOSIDADE
de N 10 a N 12
de N 7 a N 9
de N4 a N6
Tabela 3.3 – As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de rugosidade mais “finos” que
o polido ( )
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
44.. EESSCCAALLAASS
Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construção de uma peça,
nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da peça.
Por exemplo: é impossível representar no desenho uma mesa de três metros de
comprimento em seu tamanho real, como é também difícil ou quase impossível
representar em seu tamanho natural uma peça para relógio, com três milímetros
de diâmetro.
O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a proporção da
peça a ser executada.
Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida, reduzindo ou
ampliando, estaremos empregando escalas. Escala é, portanto, a relação entre as
medidas do desenho e a da peça.
4.1 TIPOS E EMPREGOS
Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as mesmas
dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural.
A escala natural é indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se lê "Escala um
por um".
Figura 4.1 – Escala 1:1
Vemos o desenho de um punção de bico com todas as indicações necessárias à
sua execução na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi possível desenhar
em escala natural.
Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do que o
tamanho da própria peça, estaremos usando escala de redução. Note que,
embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as medidas
reais da peça.
A escala de redução é indicada da seguinte forma: Escala 1:2, que se lê "Escala
um por dois".
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 44/44
Mantenedor Mecânico
Figura 4.2 – escala 1:2
Neste exemplo, o desenho está duas vezes menor que os valores das cotas.
As escalas de redução recomendadas pela ABNT são as seguintes:
− 1:2,
− 1:2,5,
− 1:5 e
− 1:10 até
− 1:100.
Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que esta,
estaremos usando escala de ampliação. Note que as cotas conservaram,
também, os valores reais da peça.
A escala de ampliação é indicada da seguinte forma: Escala 2:1, que se lê
"EscaLa dois por um”, significando que o desenho é duas vezes maior que a
peça.
Figura 4.3 – Escala 2:1
As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes:
− 2:1,
− 5:1e
− 10:1.
A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da seguinte
foma: usam-se dois números. O primeiro, refere-se ao desenho e o segundo, à
peça.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 45/45
Mantenedor Mecânico
1 2
Figura 4.4 – Isto significa que 2mm na peça, corresponde a 1 mm no desenho.
A redução ou ampliação só terá efeito para o traçado do desenho, pois na
cotagem colocaremos as medidas reais da peça.
Em escalas as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação como as
lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ângulo de 60º será
representado com o mesmo valor.
Figura 4.5 – 1 = Escala 1:1
2 = Escala 1:2
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1 2:
PeçaDesenho
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 46/46
Mantenedor Mecânico
4.2 EXERCÍCIOS
1. Complete as lacunas:
DIMENSÃO DA
PEÇA
ESCALA
DIMENSÃO NO
DESENHO
42 1:2
1:1 70
1:2 22
35 175
65 1:2,5
1:5 40
8 2:1
25,4 25,4
145 29
16 2:1
5:1 260
75 30
220 1:10
1:2,5 16
2:1 74
60 12
2,6 10:1
5:1 72
1,2 12
1:2,5 15
2. Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, de acordo com a escala
indicada.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 47/47
Mantenedor Mecânico
55.. CCOORRTTEESS EE SSEEÇÇÕÕEESS
5.1 INTRODUÇÃO
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos, para facilitar a
interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do
corte, seriam de difícil interpretação.
Vimos que as vistas principais apresentam detalhes internos, com linhas
tracejadas indicando os contornos e arestas não visíveis, como o exemplo abaixo.
Figura 5.1 – 1 = Perspectiva da peça
2 = Vistas essenciais da peça
Se empregarmos o corte, os detalhes internos passarão a ficar visíveis.
Imaginemos que a peça seja cortada no sentido longitudinal e a parte da frente,
retirada; na projeção, teremos a elevação em corte.
Figura 5.2
1
2
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 48/48
Mantenedor Mecânico
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Figura 5.3
Imaginemos, agora, que a peça seja cortada no sentido transversal.
Figura 5.4
Na representação teremos a vista lateral em corte.
Figura 5.5
A seguir, temos outro exemplo, em que a peça foi cortada por um plano horizontal
e a parte de cima, retirada.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 49/49
Mantenedor Mecânico
Figura 5.6
Na representação teremos a planta em corte.
Figura 5.7
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5.2 HACHURAS
As hachuras servem para evidenciar as áreas de cortes. São utilizados traços
estreitos inclinados a 45º em relação às linhas principais do contorno ou eixos de
simetria.
Figura 5.8
O detalhe desenhado separadamente de sua vista deve ser hachurado na mesma
direção. Nos desenhos de conjunto, as peças adjacentes devem ser hachuradas
em direções ou espaçamentos diferentes.
Figura 5.9
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 50/50
Mantenedor Mecânico
O espaçamento entre as linhas das hachuras será determinado em função do
tamanho da superfície a ser hachurada.
Sendo a área a hachurar muito grande, pode-se limitar o hachurado à vizinhança
do contorno, deixando a parte central em branco. As hachuras devem ser
interrompidas quando necessitar inscrever na área hachurada.
Figura 5.10
5.3 LINHA DE CORTE
O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e ponto,
denominada linha de corte.
O corte é indicado numa vista e representado em outra. Havendo necessidade de
registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é
indicado por setas nos extremos da linha de corte.
Figura 5.11
Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano, empregam-
se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB ou AB, CD etc.),
colocadas ao lado das setas, nos extremos da linha de corte, escrevendo-se tais
letras, junto à vista em corte correspondente, como no exemplo seguinte.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 51/51
Mantenedor Mecânico
Figura 5.12
5.4 CORTE TOTAL
O corte total ocorre quando a peça e cortada imaginariamente, em toda a sua
extensão.
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Figura 5.13
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 52/52
Mantenedor Mecânico
Nas vistas em corte, os detalhes não visíveis poderão ser omitidos, desde que
não dificultem a leitura do desenho.
Se a peça apresentar detalhes que não estejam colocados no plano do corte e
cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de alcançá-los,
como no exemplo seguinte. Este corte é chamado de corte em desvio.
Figura 5.14
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5.5 MEIO CORTE
Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o corte total
para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte mostrando a
metade da peça em corte com seus detalhes internos e a outra metade em vista
externa. Este tipo de corte é peculiar a objetos simétricos.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 53/53
Mantenedor Mecânico
Figura 5.15
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52x¢h§¦DF¥T58¤17%1G§¦D“E)P`
Figura 5.16
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 54/54
Mantenedor Mecânico
5.6 EXERCÍCIOS
Complete os desenhos em corte total e meio corte, conforme o exemplo.
Exemplo
1.
2.
3.
4.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 55/55
Mantenedor Mecânico
5.7 CORTE PARCIAL
Corte parcial é o corte utilizado para mostrar apenas uma parte interna do objeto
ou peça, possibilitando esclarecer pequenos detalhes internos sem necessidade
de recorrer ao corte total ou meio corte.
A parte cortada é limitada por uma linha de ruptura e pelo contorno do desenho
da peça.
Figura 5.17
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5.8 SEÇÕES
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de peças,
evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 56/56
Mantenedor Mecânico
Figura 5.18
Figura 5.19 - Seções traçadas sobre a própria vista
Figura 5.20 - Seção traçada com a interrupção da vista
Figura 5.21 - Seções traçadas fora das vistas
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 57/57
Mantenedor Mecânico
5.9 RUPTURAS
Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho de peças
que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor
aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma, obedecem
às convenções abaixo.
Figura 5.22 - A linha de ruptura é de espessura média
A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se imagina
retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.
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Figura 5.23
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 58/58
Mantenedor Mecânico
5.10 OMISSÃO DE CORTE
Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece totalmente
hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da peça.
Figura 5.24
Observe agora os dois modelos a seguir representados em corte.
Figura 5.25
Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior?
Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil, à primeira vista,
dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na vista hachurada.
Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar omissão de corte.
Assim, você será capaz de:
− identificar elementos que devem ser representados com omissão de corte;
− identificar vistas ortográficas onde há representação com omissão de corte, e
− interpretar elementos representados com omissão de corte.
Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as
hachuras são parcialmente omitidas.
Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais certos
elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as duas
escoras, a seguir.
Figura 5.26
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 59/59
Mantenedor Mecânico
A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da direita, com
nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de partes maciças.
Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinaL
Figura 5.27
As áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as vistas
ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem estrutura mais
leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão de corte. Veja.
Figura 5.28
Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada no
desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura foram
omitidas.
Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a impressão de
que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra.
Elementos Representados com Omissão de Corte
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte,
quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT
(NBR 10.067/1987).
Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você
estudará também nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de
engrenagens.
Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos.
Figura 5.29 Figura 5.30
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 60/60
Mantenedor Mecânico
Figura 5.31 Figura 5.32
Desenhos Técnicos com Omissão de Corte
Vamos retomar o desenho da escora com nervura e analisar as suas vistas
ortográficas.
Figura 5.33
O corte foi imaginado vendo-se a peça de frente. A vista onde o corte aparece
representado é a vista frontal. A nervura foi atingida pelo corte no sentido
longitudinal. Na vista frontal, a nervura está representada com omissão de corte.
Abaixo da vista frontal vem o nome do corte: Corte AA. O local por onde passa o
plano de corte vem indicado na vista superior, pela linha traço e ponto estreita,
com traços largos nas extremidades. As setas apontam a direção em que foi
imaginado o corte. As letras, ao lado das setas, identificam o corte. A vista lateral
aparece representada normalmente, da maneira como é vista pelo observador.
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Analise um outro exemplo. Observe a peça em perspectiva abaixo.
Figura 5.34
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 61/61
Mantenedor Mecânico
Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte longitudinal
vertical, para poder analisar as nervuras.
Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida pelo corte
deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir.
Figura 5.35
Mas esta representação daria uma idéia falsa da estrutura da peça. Então, é
necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal.
Figura 5.36
Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a vista frontal.
Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é representada
com omissão de corte. A nervura transversal é representada hachurada.
Figura 5.37
Agora, imagine a mesma peça cortada ao meio por um plano de corte
transversal.
Figura 5.38
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 62/62
Mantenedor Mecânico
Neste caso, a vista atingida pelo corte é a lateral. A nervura longitudinal deve ser
representada hachurada, porque foi atingida pelo corte transversal. A nervura
transversal deve ser representada com omissão de corte. Observe, com atenção,
as vistas ortográficas da peça, cortada pelo plano transversal.
Figura 5.39
Analise uma outra possibilidade. Imagine a mesma peça cortada por um plano de
corte longitudinal horizontal.
Figura 5.40
Tanto a nervura longitudinal como a nervura transversal foram atingidas pelo corte
no sentido transversal. Então, não há necessidade de representar as nervuras
com omissão de corte. No desenho técnico, as duas nervuras devem ser
hachuradas.
Outros Casos de Omissão de Corte
Braços de polias também devem ser representados com omissão de corte. Veja
um exemplo, comparando as duas polias, representadas a seguir.
Figura 5.41
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 63/63
Mantenedor Mecânico
Imagine as polias selecionadas, como mostram as ilustrações seguintes.
Figura 5.42
Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais. Veja.
Figura 5.43
Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma idéia mais real
da estrutura da peça, os braços da polia são representados com omissão de corte
no desenho técnico.
Figura 5.44
Dentes e braços de engrenagens também devem ser representados com
omissão de corte. Engrenagem é um assunto que você vai estudar
detalhadamente em outra aula. Agora, o importante é analisar os dentes e os
braços da engrenagem, que vêm a seguir.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 64/64
Mantenedor Mecânico
Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral em corte
transversal.
Figura 5.45
Observe agora as vistas ortográficas da engrenagem.
Figura 5.46
Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem partes maciças
atingidas pelo corte, não estão hachurados. Esses elementos estão
representados com omissão de corte.
Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com nervura e orelha, e seu
desenho técnico mostrando esses elementos representados com omissão de
corte.
Figura 5.47
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 65/65
Mantenedor Mecânico
1
66..PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA
A perspectiva, por ser desenho ilustrativo, auxilia a interpretação de peças,
embora em muitos casos, não possa mostrar todos os detalhes.
Figura 6.1
6.1 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes. Parte
de três eixos a 120 graus (isométricos) sobre os quais marcam-se as medidas, da
peça.
As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica por linhas
também paralelas.
Figura 6.2
Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da perspectiva
isométrica.
Figura 6.3
Traçado em Esboço da Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos
Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário que se saiba
esboçar circunferência e arcos de circunferência em perspectiva isométrica.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 66/66
Mantenedor Mecânico
Normalmente, uma circunferência é representada em perspectiva isométrica
através de uma elipse. Damos a esta elipse o nome de elipse isométrica.
Figura 6.4
O traçado em esboço de uma elipse isométrica, se faz na seqüência que se
segue.
1º) Inicialmente, trace levemente três eixos isométricos.
Figura 6.5
2º) Marque, sobre os eixos que partem para a direita e para a esquerda, a medida
do diâmetro da circunferência, e trace, com linhas finas, a perspectiva isométrica
da figura circunscrita à circunferência. Para facilitar a construção esboço, coloca-
se em cada vértice do quadrado em perspectiva isométrica uma letra.
Figura 6.6
3º) Marque os pontos médios das linhas entre as letras AB, BC, CD e DA. A partir
das letras A e C, trace linhas retas, passando por estes pontos. Na interseção (no
cruzamento) destas retas, marque os pontos 1 e 2 (centro dos arcos menores); A
e C (centro dos arcos maiores).
Figura 6.7
4º) Agora, trace linhas curvas, tendo os pontos 1 e 2 como centro dos arcos
tangentes às linhas isométricas. Pela mesma forma, complete a elipse, traçando
os arcos maiores com centro nas letras A e C.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 67/67
Mantenedor Mecânico
Figura 6.5
5º) Analise agora a forma da elipse isométrica e, se necessário, procure dar a ela
uma forma agradável.
Figura 6.6
Para esboçar a elipse isométrica, em qualquer face de um objeto, devemos usar
sempre o mesmo processo.
Figura 6.7
Veja agora, como esboçar a perspectiva isométrica de um arco de circunferência.
1º) Marque na face superior do objeto os pontos A, B, C e D, sendo AB e DC igual
ao valor do diâmetro do arco.
Figura 6.8
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 68/68
Mantenedor Mecânico
2º) Marque os pontos E, F, G e H, que são os pontos médios dos segmentos AB,
BC, CD e DA, respectivamente. Trace a partir de C, linhas que passam por E e H;
a partir de A, linhas que passam por F e G, determinando os pontos M e N. Com
centro em C, trace o arco tangente aos pontos H e E. Com centro em M, trace o
arco tangente aos pontos G e H. Neste traçado obtemos a curvatura da face
superior do objeto.
Figura 6.9
3º) Para a face inferior do objeto, use o mesmo processo, para traçar o arco. A
ligação entre as duas faces, é feita através de uma linha reta tangente aos arcos.
Figura 6.10
4º) Finalmente, reforce o traçado dos arcos e das arestas visíveis. Apague as
linhas que foram usadas para a construção e analise cuidadosamente o esboço.
Figura 6.11
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 69/69
Mantenedor Mecânico
Os exemplos seguintes mostram o traçado de arcos em outras posições.
Figura 6.12 – Exemplo 1.
Figura 6.13 – Exemplo 2.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 70/70
Mantenedor Mecânico
6.2 EXERCÍCIOS
Marque a letra correspondente à perspectiva correta.
1.
2.
3.
4.
5.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 71/71
Mantenedor Mecânico
a
77.. CCOONNJJUUNNTTOOSS MMEECCÂÂNNIICCOOSS
7.1 DESENHO DE CONJUNTO
Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura, com
suas partes montadas.
As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto
mecânico.
O primeiro conjunto que você vai estudar, a fim de interpretar desenhos para
execução de conjunto mecânico é o grampo fixo.
Figura 7.1
O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente. As
peças a serem fixadas ficam no espaço a. Esse espaço pode ser reduzido ou
ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3)e o encosto móvel (peça nº 2). Quando o espaço a
é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça.
O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas.
Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.
O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe
esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo. Note
que a numeração das peças segue o sentido horário.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 72/72
Mantenedor Mecânico
Os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de
chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua extremidade
termina com um ponto, quando toca a superfície do objeto. Quando toca a aresta
ou contorno do objeto, termina com seta.
Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como devem ser
montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam entre si e
assim deduzir o funcionamento de cada uma.
Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado.
Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas
podem ser indicadas.
O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva
isométrica, como mostra a ilustração seguinte.
Figura 7.2
Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado.
7.2 VISTA EXPLODIDA
Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva
não montada. As peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a
relação que elas mantêm entre si.
Esse tipo de representação é também chamada perspectiva explodida.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 73/73
Mantenedor Mecânico
Figura 7.3
Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer
informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum
nas revistas e catálogos técnicos.
Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução de
conjuntos mecânicos em projeções ortográficas, que é a forma de representação
empregada nas indústrias. O conjunto mecânico que será estudado
primeiramente é o grampo fixo.
Interpretação da Legenda
Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel
normalizada.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 74/74
Mantenedor Mecânico
Figura 7.4
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 75/75
Mantenedor Mecânico
No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece
informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico e é
constituída de duas partes: rótulo e lista de peças.
A disposição e o número de informações da legenda podem variar. Geralmente,
as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas necessidades.
A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda.
Temos a seguir, a legenda criada para o curso.
Figura 7.5
É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações
que o rótulo e a lista de peças contêm.
Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-las
separadamente a começar pelo rótulo.
Figura 7.6
As informações mais importantes do rótulo são:
− Nome do conjunto mecânico: grampo fixo.
− Tipo de desenho: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre feita
entre parênteses).
− Escala do desenho: 1:1 (natural).
− Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro.
− Unidade de medida: milímetro.
Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de
montagem são:
− Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no
arquivo).
− Nome da instituição responsável pelo desenho.
− Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 76/76
Mantenedor Mecânico
− Data da sua execução.
Veja, a seguir, a lista de peças.
Tabela 7.1
Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa:
− A quantidade de peças que formam o conjunto.
− A identificação numeral de cada peça.
− A denominação de cada peça.
− A quantidade de cada peça,no conjunto.
− Os materiais usados na fabricação das peças.
− As dimensões dos materiais de cada peça.
Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo.
O grampo fixo é composto de cinco peças.
Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto móvel,
parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são necessárias
duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças.
Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é
padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020
indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono.
Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de
carbono existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar
entre 0,10 e 0,20%.
Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as
seções e as medidas do material de fabricação são variáveis.
O que indica as variações das seções são os símbolos: ∅
Observe, na listas de peças, as indicações das seções:
− As seção do aço do corpo é retangular ( ).
− As seções dos aços do parafuso, do manípulo e das cabeças são circulares
(∅).
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 77/77
Mantenedor Mecânico
Já o símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo #
acompanhado de um numeral indica a bitola da chapa.
O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da
chapa #16 corresponde a 1,52 mm.
7.3 DESENHO DE DETALHE
Desenho de componente é o desenho de uma peça isolada que compõe um
conjunto mecânico.
Desenho de detalhe é o desenho de um elemento, de uma parte de um elemento,
de uma parte de um componente ou de parte de um conjunto montado.
O desenho de componente dá uma descrição completa e exata da forma,
dimensões e modo de execução da peça.
O desenho de componente deve informar, claramente sobre a forma, o tamanho,
o material e o acabamento de cada parte. Deve esclarecer quais as operações de
oficina que serão necessárias, que limites de precisão deverão ser observados
etc.
Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em desenho
de componente.
Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas pois são
compradas de fornecedores externos, não são representadas em desenho de
componente.
Essas peças aparecem representadas apenas no desenho de conjunto e devem
ser requisitadas com base nas especificações da lista de peças.
Os desenhos de componentes também são representados em folha normalizada.
A folha do desenho de componente também é dividida em duas partes: espaço
para o desenho e para a legenda.
A interpretação do desenho de componente depende da interpretação da legenda
e da interpretação do desenho propriamente dito.
Veja a seguir, o desenho de componente da peça 2 do grampo fixo.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 78/78
Mantenedor Mecânico
Figura 7.7
A legenda do desenho de componente é bastante parecida com a legenda do
desenho de conjunto. Ela também apresenta rótulo e lista de peças.
Examine, com atenção, a legenda do desenho de componente da peça 2.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 79/79
Mantenedor Mecânico
Figura 7.8
A interpretação do rótulo do desenho de componente é semelhante à do rótulo do
desenho de conjunto.
Uma das informações que varia é a indicação do tipo de desenho: componente
em vez de conjunto.
Podem variar, também, o número do desenho e os responsáveis por sua
execução.
Os desenhos de componente e de detalhe podem ser representados em escala
diferente da escala do desenho de conjunto.
Nesse exemplo, a peça 2 foi desenhada em escala de ampliação (2:1), enquanto
que o conjunto foi representado em escala natural (1:1).
A lista de peças apresenta informações sobre a peça representada.
Interpretação do Desenho de Componente
Acompanhe a interpretação do desenho do encosto móvel. Ele está
representado com supressão de vistas. Apenas a vista frontal está representada.
A vista frontal está representada em corte total. Analisando as cotas, percebemos
que o encosto tem a forma de uma calota esférica, com um furo passante.
A superfície interna do encosto tem a forma côncava.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 80/80
Mantenedor Mecânico
Figura 7.9 – Desenho de componente: encosto móvel.
As cotas básicas do encosto são: diâmetro = 18 mm e altura = 4 mm.
O diâmetro do furo passante é de 6 mm. O raio da superfície esférica é de 12mm.
A espessura do encosto é de 1,52 mm e corresponde à espessura do Aço ABNT
1010-1020, bitola 16.
O numeral 2, que aparece na parte superior do desenho, corresponde ao número
da peça.
O símbolo , ao lado do número 2, é o símbolo de rugosidade, e indica o estado
de superfície que a peça deverá ter.
O círculo adicionado ao símbolo básico de rugosidade indica que a superfície
da chapa para o encosto deve permanecer como foi obtida na fabricação. Isto
quer dizer que a remoção de material não é permitida.
Não há indicações de tolerâncias específicas, pois trata-se de uma peça que não
exige grande precisão. Apenas a tolerância dimensional geral foi indicada: ±0,1.
Acompanhe a interpretação dos desenhos das demais peças que formam o
grampo fixo.
Vamos analisar, em seguida, o desenho de componente da peça nº 1, que é o
corpo.
Veja a representação ortográfica do corpo em papel normalizado e siga as
explicações, comparando-as sempre com o desenho.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 81/81
Mantenedor Mecânico
Figura 7.10
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 82/82
Mantenedor Mecânico
Examinando o rótulo, vemos que o corpo está representado em escala natural
(1:1), no 1º diedro.
As medidas da peça são dadas em milímetros.
A lista de peças traz as mesmas informações já vistas no desenho de conjunto.
O corpo está representado pela vista frontal e duas vistas especiais: vista de A e
vista de B.
A vista de A e a vista de B foram observadas conforme o sentido das setas A e B,
indicadas na vista frontal.
A vista frontal apresenta um corte parcial e uma seção rebatida dentro da vista.
O corte parcial mostra o furo roscado. O furo roscado tem uma rosca triangular
métrica normal. A rosca é de uma entrada.
A vista de B mostra a saliência e o furo roscado da peça. A vista de A mostra a
representação das estrias.
O acabamento que o corpo receberá vem indicado pelo símbolo , que
caracteriza uma superfície a ser usada. N9 indica a classe de rugosidade de
todas as superfícies da peça.
O afastamento geral é de ±0,1.
Agora, vamos interpretar as medidas do corpo:
− Comprimento, largura e altura - 65 mm, 18 mm e 62 mm.
− Distância da base do corpo até o centro do furo roscado - 52 mm.
− Diâmetro da rosca triangular métrica - 10 mm.
− Diâmetro da saliência - 18 mm.
− Tamanho da saliência - 2 mm e 18 mm.
− Largura da seção - 18 mm.
− Altura da seção - 13 mm.
− Tamanho do elemento com estrias - 15 mm, 18 mm e 22 mm.
− Profundidade da estria - 1 mm.
− Largura da estria - 2,5 mm.
− Ângulo de inclinação da estria - 45°.
− Tamanho do chanfro- 9 mm, 15 mm e 18 mm.
− Raios das partes arredondadas - 5mm e 12 mm.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 83/83
Mantenedor Mecânico
Figura 7.11
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 84/84
Mantenedor Mecânico
A legenda nos informa que o parafuso está desenhado em escala natural (1:1), no
1º diedro.
As informações da lista de peças são as mesmas do desenho de conjunto.
O parafuso está representado por intermédio da vista frontal com aplicação de
corte parcial.
A vista frontal mostra a cabeça do parafuso, o corpo roscado, o elemento A e o
elemento B. O elemento A deverá ser rebitado no encosto móvel.
Na cabeça do parafuso há um furo passante. O furo passante está representado
parcialmente visível.
As medidas do parafuso são:
− Comprimento total do parafuso - 64 mm.
− Diâmetro externo da rosca triangular métrica normal- 10 mm.
− Comprimento do corpo do parafuso - 46 mm.
− Comprimento da parte roscada - 46 mm.
− Tamanho do chanfro da cabeça do parafuso - 2 mm e 45º.
− Altura da cabeça do parafuso - 12 mm.
− Diâmetro da cabeça do parafuso - 15 mm.
− Diâmetro do furo da cabeça do parafuso - 6,5 mm.
− Localização do furo da cabeça do parafuso - 6 mm.
− Tamanho do elemento A - 4 mm e 6 mm.
− Tamanho do elemento B - 2 mm e 8 mm.
Não há indicação de tolerâncias específicas. O afastamento geral ±0,1 vale para
todas as cotas. O acabamento geral da peça corresponde à classe de rugosidade
N9. O acabamento do furo da cabeça corresponde à classe de rugosidade N12. A
usinagem será feita com remoção de material.
Veja, a seguir, a interpretação da peça 4, o manípulo.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 85/85
Mantenedor Mecânico
Figura 7.12
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 86/86
Mantenedor Mecânico
O manípulo também está representado em escala natural, no 1º diedro. Essa
peça será feita de uma barra de aço com 6,35 mm de diâmetro e 80 mm de
comprimento.
O manípulo está representado em vista frontal. A vista frontal mostra o corpo do
manípulo e duas espigas nas extremidades. O símbolo indicativo de diâmetro
indica que tanto o corpo como as espigas são cilíndricos.
O manípulo receberá acabamento geral. Apenas as superfícies cilíndricas das
espigas receberão acabamento especial
O afastamento geral a ser observado na execução é de ±0,1mm. Note que as
espigas têm ISO determinada: e9 no diâmetro. Essas duas espigas serão
rebitadas nas cabeças no manípulo.
Finalmente, vamos à interpretação da peça 5, a cabeça.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 87/87
Mantenedor Mecânico
Figura 7.13
A cabeça está representada em escala de ampliação (2:1), no 1º diedro. Serão
necessárias 2 cabeças para a montagem do manípulo.
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 88/88
Mantenedor Mecânico
88.. TTUUBBUULLAAÇÇÕÕEESS IINNDDUUSSTTRRIIAAIISS
8.1 SÍMBOLOS CONVENCIONAIS
Convenções de Fluxogramas
SÍMBOLO NOME
Válvula de gaveta
Válvula globo
Válvula macho
Válvula de agulha
Válvula borboleta
Válvula de retenção (sentido do fluxo)
Válvula de segurança ou alívio
Válvula de três vias
Válvula acionada por diafragma de ar
Válvula acionada por êmbolo
Redução
Flange com placa de orifício
Tampão
Flange cego
Raqueta
Figura “8”
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 89/89
Mantenedor Mecânico
Linhas com aquecimento
Linha de ar de instrumentos
Filtro de linha
Purgador de vapor
Junta de expansão
Conexão para mangueira
Ejetor
Bomba centrífuga
Bomba alternativa
Compressor
Permutador de calor
Forno
Vasos diversos
Do sistema ou do processo
Vazão de líquido
Vazão de gás
Temperatura
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 90/90
Mantenedor Mecânico
Pressão
Convenções de Plantas
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 91/91
Mantenedor Mecânico
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 92/92
Mantenedor Mecânico
Empregos das Convenções de Plantas
Figura 7.14
1 Interrupção do tubo 19 Tubos de pequeno diâmetro
2 Identificação de pilar 20 Pilar
3 Cota entre pilares 21 Tubo de grande diâmetro
4 Guarda corpo de escala vertical 22 Espaçamento entre tubos
5 Cota de acessório ou derivação 23 Ancoragem
6 Válvula com haste vertical 24 Plataforma elevada
7 Redução em linha de pequeno diâmetro 25 Indicação de elevações
8 Derivação para baixo 26 Curva de expansão
9 Mudança de direção e elevação 27 Suporte especial
10 Dois tubos em elevações diferentes 28 Trecho inclinado no plano vertical
11 Trecho vertical (qualquer comprimento) 29 Respiro
12
Válvula de controle (estação de) incluindo
contorno e bloqueios
30 Redução em linha de grande diâmetro
13 Curva em gomos 31
Tubos verticais saindo do desenho (para
cima)
14 Grupo de tubos paralelos 32 Instrumentos
15 Curva a 90º no plano horizontal 33 Válvula com haste horizontal
16 Suporte de molas 34 Equipamento
17 Guias 35 Válvula com haste inclinada
18
Coordenada limite e indicação de folha de
continuação
36 Flange com placa de medição
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 93/93
Mantenedor Mecânico
8.2 DESENHO ISOMÉTRICO
Convenções de Desenhos Isométricos
Válvula de segurança Válvula solenóide Válvula de 3 vias Válvula com volante para
correntes
Ejetor Purgador Filtro “Y” Bocal de vaso ou
equipamento
Válvula gaveta Válvula macho Válvula globo Válvula de controle Válvula de retenção
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 94/94
Mantenedor Mecânico
Figura 7.15 – Desenho isométrico
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 95/95
Mantenedor Mecânico
Figura 7.16 – Elevação (olhando para Norte)
Figura 7.17 - Planta
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 96/96
Mantenedor Mecânico
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Figura 7.18 - Tubulações com solda de topo
Tubulações com rosca ou com solda de encaixe
Mecânica
____________________________________________________________
____________________________________________________________ 97/97
Mantenedor Mecânico
Figura 7.19 – Ancoragens para trechos de grande extensão com junta de expansão para
evitar efeitos da dilataçao
Mecânica
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Mantenedor Mecânico
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2. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Elementos de
Máquinas – volume 1 – Editora Globo – São Paulo - 1996
3. SENAI, Rio de Janeiro, Departamento Nacional.
Desenho – eletricidade; perspectivas. Módulo instrucional 3 – 1980
4. PROVENZA, Engº. Ind. Mec. Francesco
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Desenho técnico mecânico itabira - senai mg

  • 1. DESENHO TÉCNICO MECÂNICO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO MARTINS GUERRA Itabira 2004
  • 2. Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração/Organização Edilson José Gomes Geraldo Magela de Oliveira Luiz Antônio Madeira Unidade Operacional Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra
  • 3. SSuummáárriioo APRESENTAÇÃO ........................................................................................... INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1. LINHAS CONVENCIONAIS ........................................................................ 2. PROJEÇÕES ORTOGONAIS ..................................................................... 2.1Vistas Essenciais ................................................................................... 2.2Exercícios ............................................................................................... 2.3Supressões de Vistas ............................................................................ 2.4Exercícios ............................................................................................... 3. DIMENSIONAMENTO E SIMBOLOGIA ..................................................... 3.1Representação de Cotas ....................................................................... 3.2Regras de Cotagem ............................................................................... 3.3Símbolos e Convenções ........................................................................ 3.4Cotagem de Detalhes ............................................................................ 4. ESCALAS .................................................................................................... 4.1 Tipos e Empregos ................................................................................. 5. CORTES E SEÇÕES .................................................................................. 5.1Introdução ............................................................................................. 5.2Hachuras ................................................................................................ 5.3Linha de Corte ........................................................................................ 5.4Corte Total ............................................................................................. 5.5Meio Corte .............................................................................................. 5.6Exercícios ............................................................................................... 5.7Corte Parcial .......................................................................................... 5.8Seções ................................................................................................... 5.9Rupturas ................................................................................................. 5.10 Omissão de Corte ................................................................................ 6. PERSPECTIVA ........................................................................................... 6.1Isométrica ............................................................................................... 6.2Exercícios ............................................................................................... 7. CONJUNTOS MECÂNICOS ....................................................................... 7.1Desenho de Conjunto ............................................................................ 7.2Vista Explodida ...................................................................................... 7.3Desenho de Detalhe .............................................................................. 8. TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS .................................................................... 8.1Símbolos Convencionais ........................................................................ 8.2Desenho Isométrico ............................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 04 05 09 11 11 18 22 23 25 25 29 32 37 41 41 45 45 47 48 49 50 52 53 53 55 56 63 63 68 69 69 70 75 86 86 91 96
  • 4.
  • 5. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 5/5 Mantenedor Mecânico AApprreesseennttaaççããoo “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento. “ Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia
  • 6. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 6/6 Mantenedor Mecânico IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO Quando alguém quer transmitir um recado pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. A representação que vai interessar neste curso é o desenho. Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação. E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para compreensão da História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até sua idéias. As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo à medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes épocas históricas. Representação Esquemática da Figura Humana Figura 1 – Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500 A. C.)
  • 7. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 7/7 Mantenedor Mecânico Representação Plana que Destaca o Contorno da Figura Humana Figura 2 – Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a. C. Representação do Corpo Humano Transmitindo a Idéia de Volume Figura 3 –Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475 – 1564) Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artísticos. Embora não seja artístico, o desenho técnico também é uma forma de representação gráfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho também sofreu modificações, com o passar do tempo.
  • 8. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 8/8 Mantenedor Mecânico Diferenças Entre Desenho Técnico e Desenho Artístico O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na eletricidade. Mais detalhes sobre o desenho técnico você aprenderá no decorrer deste curso. Por enquanto, é importante que você saiba as diferenças que existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para isso, é necessário conhecer bem as características de cada um. Observe os desenhos abaixo: Figura 4 – Cabeça de criança de Rosalba Carreira (1676 – 1757) Figura 5 – Paloma, de Pablo Picasso (1881 – 1973) Estes são exemplos de desenhos artísticos. Os artistas transmitiram suas idéias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos.
  • 9. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 9/9 Mantenedor Mecânico Figura 6 – Desenho técnico de arquitetura Figura 7 – Desenho técnico de marcenaria Figura 8 – Desenho técnico mecânico Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números e indicações escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. Neste curso você vai conhecer a aplicação das principais
  • 11. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 11/11 Mantenedor Mecânico 11.. LLIINNHHAASS CCOONNVVEENNCCIIOONNAAIISS Tipos de Linhas LINHA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO GERAL (ver figuras 1.1 e 1.2 e outras) A Contínua larga A1 contornos visíveis A2 arestas visíveis B ____________________ Contínua estreita B1 linhas de interseção imaginárias B2 linhas de cotas B3 linhas auxiliares B4 linhas de chamadas B5 hachuras B6 contornos de seções rebatidas na própria vista B7 linhas de centros curtas C D Contínua estreita a mão livre (1) Contínua estreita em ziguezague (1) C1 limites de vistas ou cortes parciais ou interrompidas se o limite não coincidir com linhas de traço e ponto (Figura 1.3) D1 esta linha destina-se a desenhos confeccionados por máquinas (Figura1.4) E F ___ ___ ___ ___ __ Tracejada larga (1) Tracejada estreita (1) E1 contornos não visíveis E2 arestas não visíveis F1 contornos não visíveis F2 arestas não visíveis G Traço e ponto estreita G1 linhas de centro G2 linhas de simetrias G3 trajetórias H Traço e ponto estreita, larga nas extremidades e na mudança de direção H1 planos de cortes J Traço e ponto larga J1 indicação das linhas ou superfícies com indicação especial K . . . . . . Traço dois pontos estreita K1 contornos de peças adjacentes K2 posição limite de peças móveis K3 linhas de centro de gravidade K4 cantos antes da conformação k5 detalhes situados antes do plano de corte (1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção. Tabela 1.1
  • 13. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 13/13 Mantenedor Mecânico PLANO DE PROJEÇÃO PROJEÇÃO PEÇA 22.. PPRROOJJEEÇÇÕÕEESS OORRTTOOGGOONNAAIISS 2.1 VISTAS ESSENCIAIS Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser desenhada (representada) num plano. A essa representação gráfica se dá o nome de "projeção". O plano é denominado "plano de projeção" e a representação da peça recebe, nele, o nome de projeção. Podemos obter as projeções através de observações feitas em posições determinadas. Podemos então ter várias vistas da peça. Figura 2.1 Tomemos por exemplo uma caixa de fósforos. Para representar a caixa vista de frente, consideramos um plano vertical e vamos representar nele esta vista. A vista de frente é, por isso, também denominada projeção vertical e/ou elevação. Figura 2.2
  • 14. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 14/14 Mantenedor Mecânico V.F Reparemos, na figura seguinte, as projeções verticais ou elevações das peças. Elas são as vistas de frente das peças para o observador na posição indicada. Figura 2.3 Voltemos ao exemplo da caixa de fósforos. O observador quer representar a caixa, olhando-a por cima. Figura 2.4 Então usará um plano, que denominaremos de plano horizontal, e a projeção que representa esta vista de cima será denominada projeção horizontal vista de cima ou planta.
  • 15. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 15/15 Mantenedor Mecânico V.C. A figura seguinte representa a projeção horizontal vista de cima ou planta das peças, para o observador na posição indicada. Figura 2.5 O observador poderá representar a caixa olhando-a de lado. Teremos uma vista lateral e a projeção representará uma vista lateral que pode ser da direita ou da esquerda. Figura 2.6 Reparemos que uma peça pode ter, pelo que foi esclarecido, até seis vistas; entretanto, uma peça que estamos vendo ou imaginando, deve ser representada por um numero de vistas que nos dê a idéia completa de peça, um número de vistas essenciais para representá-la a fim de que possamos entender qual é a forma e quais as dimensões da peça. Estas vistas são chamadas de vistas principais. Ao selecionar a posição da peça da qual se vai fazer a projeção escolhe-se para a vertical aquela vista que mais caracteriza ou individualiza a peça; por isso, é comum também chamar a projeção vertical (elevação) de vista principal. As três vistas, elevação, planta e vista lateral esquerda, dispostas em posições normalizadas pela ABNT nos dão as suas projeções.
  • 16. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 16/16 Mantenedor Mecânico A vista de frente (elevação) e a vista de cima (planta) alinham-se verticalmente. Figura 2.7 A vista de frente (elevação) e a vista de lado (vista lateral esquerda) alinham-se horizontalmente. Figura 2.8 Finalmente temos a caixa de fósforos desenhada em três projeções. Figura 2.9 Por esse processo podemos desenhar qualquer peça. Figura 2.10
  • 17. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 17/17 Mantenedor Mecânico ARESTAS NÃO VISÍVEIS QUANDO VISTA NA LATERAL LINHAS DE CENTRO EIXOS DE SIMETRIA LINHAS DE CENTRO Na vista lateral esquerda das projeções das peças abaixo, existem linhas tracejadas. Elas representam as arestas não visíveis. Figura 2.11 Nas projeções abaixo, aparecem linhas de centro. Figura 2.12 Nas projeções abaixo, foram empregados eixos de simetria. Figura 2.13 As projeções desenhadas nas folhas anteriores apresentaram a vista lateral esquerda, representando o que se vê olhando a peça pelo lado esquerdo, apesar de sua projeção estar à direita da elevação. Nos casos em que o maior número de detalhes estiver colocado no lado direito da peça, usa-se a vista lateral direita, projetando-a à esquerda da elevação, conforme exemplos seguintes.
  • 18. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 18/18 Mantenedor Mecânico Figura 2.14 Os desenhos seguintes mostram as projeções de várias peças com utilização de apenas uma vista lateral. De acordo com os detalhes a serem mostrados, foram utilizadas as laterais esquerda ou direita. Figura 2.15
  • 19. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 19/19 Mantenedor Mecânico Em certos casos, porém, há necessidade de se usar duas laterais para melhor esclarecimento de detalhes importantes. Quando isso acontece, as linhas tracejadas desnecessárias podem ser omitidas como nos exemplos seguintes. Figura 2.16
  • 21. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 21/21 Mantenedor Mecânico 2. Observe as vistas abaixo e responda: a) Quais são as vistas representadas? b) Quais as letras e números que estão indicados na vista de frente? c) Que letra na vista de cima, representa o número 3, da vista de frente? d) Que número na vista de frente, representa a letra A, da vista lateral? e) Que letra na vista lateral, representa o número 5, da vista de frente? f) Que número na vista de cima, representa a letra K, da vista de frente? g) Que letra na vista de cima, representa a letra H da vista lateral?
  • 22. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 22/22 Mantenedor Mecânico 3. Observe as vistas abaixo e responda: a) Quais são as vistas representadas? b) Que letra na vista de cima, representa o número 2, da vista de frente? c) Quais as letras que indicam o furo cego? d) Qual o número que indica o fundo do rebaixo? e) Qual o número que indica o fundo do furo cego? f) Quais as letras que indicam o furo passante? g) Que linha é indicada pela letra M? h) Que linha é indicada pelo número 9?
  • 23. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 23/23 Mantenedor Mecânico 4. Identifique e numere as projeções correspondentes a cada peça apresentada em perspectiva. 1 2 3 4 5 6
  • 24. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 24/24 Mantenedor Mecânico 2.3 SUPRESSÕES DE VISTAS Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as vistas que melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar três ou mais vistas, como também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até uma única vista. Nos exemplos seguintes estão representadas peças com duas vistas. Continuará havendo uma vista principal - vista de frente -, sendo escolhida como segunda vista aquela que melhor complete a representação da peça. Figura 2.18 Nos exemplos seguintes estão representadas peças por uma única vista. Neste tipo de projeção e indispensável o uso de símbolos. Figura 2.19
  • 25. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 25/25 Mantenedor Mecânico 2.4 EXERCÍCIOS 1. Observe as vistas abaixo e responda: a) Quais as vistas representadas acima? b) Qual é a forma da peça acima? c) Que letra na vista de frente, representa o número 5, da vista lateral? d) Que tipo de furo está representado? e) Que número na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente? f) Que letra indica o eixo de simetria? g) Que letra na vista lateral, representa a letra H, da vista de frente? h) Que letra indica o centro do furo? i) Quais as letras e números que indicam o furo?
  • 26. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 26/26 Mantenedor Mecânico 2. Procure nos desenhos abaixo as vistas que se relacionam entre si, (elevação e planta) e coloque os números correspondentes como no exemplo 1.
  • 27. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 27/27 Mantenedor Mecânico 33.. DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO EE SSIIMMBBOOLLOOGGIIAA Você já sabe que, embora não existam regras fixas de cotagem, a escolha da maneira de dispor as cotas no desenho técnico depende de alguns critérios. Os profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos devem levar em consideração vários fatores, como por exemplo: forma da peça; forma e localização dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça irá desempenhar e a precisão requerida na execução e no produto final. A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça. Veremos, a partir de agora, os principais sistemas de cotagem, isto é, os modos organizados de estruturar a cotagem completa da peça. 3.1 REPRESENTAÇÃO DE COTAS Cotagem em Cadeia Observe a vista frontal de uma peça cilíndrica formada por várias partes com diâmetros diferentes. Figura 3.1 – ESC 1:2 Neste desenho, foi realizada uma cotagem em cadeia. Observe que, na cotagem em cadeia, cada parte da peça é cotada individualmente. A parte identificada pela letra A, por exemplo, mede 25 mm de comprimento. Já a cota 12 indica o comprimento da parte C. Analise você mesmo as demais cotas. Você deve ter reparado que a cotagem da peça não está completa. Foram inscritas apenas as cotas que indicam o comprimento de cada parte da peça, para ilustrar a aplicação do sistema de cotagem em cadeia. Este sistema de cotagem só pode ser utilizado quando um possível acúmulo de erros na execução da peça não comprometer a sua funcionalidade. Em outras palavras, quando a exigência de precisão na execução de cada parte da peça é muito grande, este sistema de cotagem não deve ser adotado.
  • 28. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 28/28 Mantenedor Mecânico Cotagem por Elemento de Referência Na cotagem por elemento de referência as cotas são indicadas a partir de uma parte da peça ou do desenho tomado como referência. Este elemento de referência tanto pode ser uma face da peça como também uma linha básica, isto é, uma linha que serve de base para a cotagem. Este sistema de cotagem deve ser escolhido sempre que é necessário evitar o acúmulo de erros construtivos na execução da peça. Cotagem por Face de Referência Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note que a perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal apresenta a cotagem completa. Figura 3.2 – ESC 1:1 A extremidade do corpo do pino foi escolhida como face de referência, como se observa na perspectiva. A partir desta face de referência foram indicadas as cotas: 35 e 45. foi prolongada uma linha auxiliar a partir da face de referência tomada como base para indicação das cotas de comprimento 35 e 45. No desenho técnico da peça não se usa a expressão: "face de referência". Vamos interpretar a cotagem deste desenho técnico na vista frontal. A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o diâmetro da peça. As cotas 45 e 35 indicam o comprimento de cada parte da peça partindo da face escolhida como referência. Os diâmetros de cada parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e 26. Cotagem por Linha Básica Na cotagem por linhas básicas as medidas da peça são indicadas a partir de linhas. Estas linhas podem ser: linhas de simetria, linhas de centro de elementos
  • 29. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 29/29 Mantenedor Mecânico ou qualquer outra linha que facilite a interpretação dos procedimentos construtivos da peça. Como exemplo, observe a próxima peça, representada em perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal. Note que, na vista frontal, estão representadas apenas as cotas indicadas a partir da linha básica vertical, apontada na perspectiva. Figura 3.3 – ESC 1:1 As cotas 30, 21, 32, 13 e 19 foram determinadas a partir da linha básica vertical. A expressão linha básica não aparece no desenho técnico. Você deve deduzir qual foi a linha do desenho tomada como referência analisando a disposição das cotas. É claro que a cotagem do desenho anterior não está completa. Foram indicadas apenas as cotas relacionadas com a linha básica escolhida, para que você identificasse com facilidade este tipo de cota. Analise agora um exemplo de desenho técnico cotado por mais de uma linha básica. Figura 3.4 – ESC 1:2
  • 30. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 30/30 Mantenedor Mecânico A cotagem por linhas básicas também é usada na representação de peças com partes curvas irregulares. Agora você vai ver um exemplo de cotagem por linha básica e por face de referência ao mesmo tempo, numa peça com curvas irregulares. Analise primeiro a peça cotada em perspectiva, para entender melhor. Figura 3.5 Essa peça apresenta uma curvatura irregular. Observe que algumas cotas foram determinadas a partir da linha básica, que corresponde à linha de simetria horizontal da peça. Outras foram determinadas a partir da face de referência identificada pela letra A. Veja a mesma peça, representada em vista única cotada. Figura 3.6 – ESC 1:2
  • 31. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 31/31 Mantenedor Mecânico As cotas indicadas a partir da linha básica são: 24, 12, 11,20,29,35 e 39. As cotas indicadas a partir da face de referência são: 96, 86, 71, 56, 41, 26 e 13. Para interpretar a localização dos elementos e a curvatura da peça você deve analisar as cotas indicadas a partir da linha básica em conjunto com as cotas indicadas a partir da face de referência. Os furos localizam-se a 12 mm da linha básica e a 13 mm da face de referência. O rebaixo localiza-se a 24 mm da linha básica e a 26 mm da face de referência. Os pares de cotas que determinam a curvatura da peça são: 41 e 39, 56 e 35, 71 e 29, 86 e 20, 96 e 11. As cotas básicas da peça são: 100 (comprimento), 82 (altura) e 10 (espessura). Os dois furos têm diâmetros iguais e medem 10 mm. 3.2 REGRAS DE COTAGEM Formas de Cotagem a Partir de Elementos de Referência Quando a cotagem da peça é feita por elemento de referência, as cotas podem ser indicadas de duas maneiras: por cotagem em paralelo e cotagem aditiva. Cotagem em paralelo: a localização dos furos é determinada a partir da mesma face de referência. Observe que as linhas de cota estão dispostas em paralelo umas em relação às outras. Daí o nome: cotagem em paralelo. Figura 3.7 – ESC 1:1 Cotagem aditiva: este tipo de cotagem pode ser usado quando houver limitação de espaço e desde que não cause dificuldades na interpretação do desenho. Veja a mesma placa com 6 furos, que você estudou cotada em paralelo, agora com aplicação de cotagem aditiva. Figura 3.8 – ESC 1:1
  • 32. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 32/32 Mantenedor Mecânico A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas são indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a cota 8 indica a distância do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto 0; a cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distância do terceiro furo em relação ao mesmo elemento de referência e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem 0 podemos ter cotagem aditiva em duas direções. É o que você vai aprender, a seguir. Figura 3.9 Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos irregularmente na peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira prática de indicar a localização dos furos. O mesmo ponto 0 serve de origem para a indicação das cotas em duas direções, como você pode ver no desenho técnico a seguir. Figura 3.10 – ESC 1:1 A localização de cada furo é determinada por um par de cotas. Por exemplo: a localização do furo que tem 6 mm de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23. Isto quer dizer que o furo de 6 mm está a uma distância de 40 mm em relação ao ponto de origem, no sentido do comprimento da peça, e a 23 mm do mesmo
  • 33. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 33/33 Mantenedor Mecânico ponto, no sentido da altura da peça. O mesmo raciocínio permite interpretar a localização de todos os outros furos da peça. Existe uma outra maneira de indicar a cotagem aditiva: consiste na cotagem por coordenadas. Na cotagem por coordenadas, ao invés das cotas virem indicadas no desenho, elas são indicadas numa tabela, próxima ao desenho. Os elementos da peça são identificados por números. A interpretação das cotas relacionadas a estes números, na tabela, permite deduzir a localização, o tamanho e a forma dos elementos. Figura 3.11 - Placa com furos, cotada por coordenadas Na cotagem por coordenadas, imagina-se a peça associada a dois eixos perpendiculares entre si. O ponto onde estes dois eixos se cruzam é o ponto 0 (zero), ou ponto de origem, que não aparece no desenho técnico. Um eixo recebe o nome de x e o outro de y, como você pode ver no desenho anterior. A localização de cada elemento fica determinada por um par de cotas, indicadas na tabela. Uma das cotas indica a distância do elemento ao ponto de origem na direção do eixo x. A outra cota indica a distância do elemento ao ponto de origem na direção do eixo y. Acompanhe um exemplo, para entender bem. Observe, no detalhe da tabela, reproduzido a seguir, as informações referentes ao furo nº 1. Figura 3.12 O centro do furo nº 1 está localizado a uma distância de 8 mm do ponto 0, na direção do eixo x e a uma distância de 8 mm, na direção do eixo y. O furo nº 1 é redondo e tem 4 mm de diâmetro.
  • 34. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 34/34 Mantenedor Mecânico 3.3 SÍMBOLOS E CONVENÇÕES No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por meio de uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta simbologia, que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em desenhos técnicos mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça, pois pode vir a encontrá-Ia em desenhos mais antigos. SÍMBOLO SIGNIFICADO Indica que a superfície deve permanecer bruta, sem acabamento, e as rebarbas devem ser eliminadas. Indica que a superfície deve ser desbastada. As estrias produzidas pela ferramenta podem ser percebidas pelo tato ou visão. Indica que a superfície deve ser alisada, apresentando dessa forma marcas pouco perceptíveis à visão. Indica que a superfície deve ser polida, e assim ficar lisa, brilhante, sem marcas visíveis. Tabela 3.1 - Símbolos de acabamento superficial e seu significado Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas normas NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma quantitativa, permitindo que ela seja medida. Este é o próximo assunto que você vai estudar. Avaliação da Rugosidade A norma brasileira adota o sistema de linha média para avaliação da rugosidade. Figura 3.13 - Perfil de uma superfície. Representação da linha média A1 e A2 representam as saliências da superfície real. A3 e A4 representam os sulcos ou reentrâncias da superfície real. Não é possível a determinação dos erros de todos os pontos de uma superfície. Então, a rugosidade é avaliada em relação a uma linha (p), de comprimento c, que representa uma amostra do perfil real da superfície examinada. A linha média acompanha a direção geral do perfil, determinando áreas superiores e áreas inferiores, de tal forma que a soma das áreas superiores (A1 e A2, no exemplo) seja igual à soma das áreas inferiores (A3 e A4, no mesmo
  • 35. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 35/35 Mantenedor Mecânico exemplo), no comprimento da amostra. A medida da rugosidade é o desvio médio aritmético (Ra) calculado em relação à linha média. Figura 3.14 – Representação gráfica da rugosidade média A norma NBR 8404/84 define 12 classes de rugosidade, que correspondem a determinados desvios médios aritméticos (Ra) expressos em mícrons (µm). Veja, na tabela reproduzida a seguir, as 12 classes de rugosidade e os desvios correspondentes. CLASSES DE RUGOSIDADE DESVIO MÉDIO ARITMÉTICO Ra (µµµµm) N 12 N 11 N 10 N 9 N 8 N 7 N 6 N 5 N 4 N 3 N 2 N 1 50 25 12,5 6,3 3,2 1,6 0,8 0,4 0,2 0,1 0,05 0,025 Tabela 3.2 – Características da rugosidade (Ra). Como exemplos: um desvio de 3,2µm corresponde a uma classe de rugosidade N 8; a uma classe de rugosidade N 6 corresponde um valor de rugosidade Ra = 0,8 µm. Indicação de Rugosidade nos Desenhos Técnicos O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em relação à linha que representa a superfície considerada. Figura 3.15 Este símbolo, isoladamente, não tem qualquer valor. Quando, no processo de fabricação, é exigida remoção de material, para obter o estado de superfície previsto, o símbolo básico é representado com um traço adicional.
  • 36. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 36/36 Mantenedor Mecânico Figura 3.16 A remoção de material sempre ocorre em processos de fabricação que envolvem corte, como por exemplo: o torneamento, a fresagem, a perfuração entre outros. Quando a remoção de material não é permitida, o símbolo básico é representado com um círculo, como segue. Figura 3.17 O símbolo básico com um círculo pode ser utilizado, também, para indicar que o estado de superfície deve permanecer inalterado mesmo que a superfície . venha a sofrer novas operações. Quando for necessário fornecer indicações complementares, prolonga-se o traço maior do símbolo básico com um traço horizontal e sobre este traço escreve se a informação desejada. Figura 3.18 No exemplo anterior está indicado o processo de remoção de material por fresagem. Indicação do Valor da Rugosidade Você já sabe que o valor da rugosidade tanto pode ser expresso numericamente, em mícrons, como também por classe de rugosidade. O valor da rugosidade vem indicado sobre o símbolo básico, com ou sem sinais adicionais. Figura 3.19 As duas formas de indicar a rugosidade são corretas. Quando for necessário estabelecer os limites máximo e mínimo das classes de rugas idade, estes valores devem ser indicados um sobre o outro. O limite máximo deve vir escrito em cima.
  • 37. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 37/37 Mantenedor Mecânico Figura 3.20 Nesse exemplo, a superfície considerada deve ter uma rugosidade Ra compreendida entre um valor máximo N 9 e um valor mínimo N 7 que é o mesmo que entre 6,3 µm e 1,6 µm. Para saber a equivalência das classes de rugosidade em mícrons (µm), basta consultar a tabela de Características da rugosidade (Ra), vista anteriormente. Símbolo Para a Direção das Estrias Há uma outra característica microgeométrica que deve ser levada em conta no processo de fabricação e na avaliação da rugosidade: trata-se da direção das estrias, que são as pequenas linhas ou os sulcos deixados na superfície usinada pela ferramenta usada no processo de fabricação da peça. Quando for necessário definir a direção das estrias isso deve ser feito por um símbolo adicional ao símbolo do estado de rugosidade. Os símbolos para direção das estrias são normalizados pela NBR8404/84. Veja, a seguir, quais são os símbolos normalizados. O símbolo indica que as estrias são paralelas ao plano de projeção da vista sobre a qual o símbolo é aplicado. Acompanhe o exemplo. Imagine que após a usinagem, as estrias da superfície devem ficar na direção indicada na perspectiva. Veja, ao lado, a indicação da direção das estrias no desenho técnico. Figura 3.21 Note que, no desenho técnico, o símbolo de rugosidade foi representado na vista frontal. Ao seu lado, foi representado o símbolo, que indica a posição das estrias em relação ao plano de projeção da vista frontal. Lembre-se de que as estrias não são visíveis a olho nu por serem características microgeométricas. A indicação da direção das estrias, no desenho técnico, informa ao operador da máquina qual deve ser a posição da superfície a ser usinada em relação à ferramenta que vai usiná-Ia. O símbolo indica que as estrias são perpendiculares ao plano de projeção da vista sobre a qual ele é aplicado. Veja no desenho.
  • 38. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 38/38 Mantenedor Mecânico Figura 3.22 O símbolo , ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal indica que a posição das estrias da superfície a ser usinada deve ser perpendicular ao plano de projeção da vista frontal. Quando as estrias devem ficar cruzadas, em duas direções oblíquas, como mostram os desenhos abaixo, o símbolo de direção das estrias é X. Figura 3.23 Repare que os símbolos: , representados na vista frontal, indicam qual a superfície a ser usinada e quais as direções das estrias resultantes. Outra possibilidade é que as estrias se distribuam em muitas direções, como nos desenhos abaixo: Figura 3.24 O símbolo indicativo de direções das estrias é M, que aparece representado ao lado do símbolo de rugosidade, na vista frontal. Quando as estrias devem formar círculos aproximadamente concêntricos, como mostram os próximos desenhos, o símbolo de direção das estrias é C. Figura 3.25 Repare que o símbolo C aparece representado ao lado do símbolo de rugosidade, no desenho técnico. Finalmente, as estrias podem se irradiar a partir do ponto médio da superfície à qual o símbolo se refere. Veja. Figura 3.26
  • 39. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 39/39 Mantenedor Mecânico O símbolo R, ao lado do símbolo de rugosidade, indica que a direção das estrias é radial em relação ao ponto médio da superfície a ser usinada. 3.4 COTAGEM DE DETALHES Indicação de Sobremetal Para Usinagem Quando uma peça fundida deve ser submetida a usinagem posterior, é necessário prever e indicar a quantidade de sobremetal, isto é, de metal a mais, exigido para a usinagem. Quando for necessário indicar esse valor, ele deve ser representado à esquerda do símbolo, de acordo com o sistema de medidas utilizado para cotagem. Veja um exemplo. Figura 3.27 O numeral 5, à esquerda do símbolo de rugosidade, indica que a superfície fundida deve ter 5 mm de espessura a mais do que a dimensão nominal da cota correspondente. Disposição das Indicações de Estado de Superfície Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em relação ao símbolo, conforme as posições a seguir: Figura 3.28 Relembre o que cada uma das letras indica: a - valor da rugosidade Ra, em µm, ou classe de rugosidade N 1 a N 12; b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície; c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm; d - direção predominante das estrias; e - sobremetal para usinagem (µm).
  • 40. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 40/40 Mantenedor Mecânico Indicações de Estado de Superfície nos Desenhos Os símbolos e as inscrições devem estar representados de tal modo que possam ser lidos sem dificuldade. Veja um exemplo. Figura 3.29 No exemplo acima, a rugosidade Ra das faces: inferior e lateral direita é igual a 6,3 µm. O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio de uma linha de indicação, como no próximo desenho. Figura 3.30 Note que a linha de indicação apresenta uma seta na extremidade que toca a superfície. Observe novamente o desenho anterior e repare que o símbolo é indicado uma vez para cada superfície. Nas peças de revolução, o símbolo de rugosidade é indicado uma única vez, sobre a geratriz da superfície considerada. Veja. Figura 3.31 O símbolo indica que a superfície de revolução inteira deve apresentar o mesmo estado de superfície. Quando todas as superfícies da peça têm o mesmo grau de rugosidade, a indicação é feita de maneira simplificada. Caso se trate de uma peça isolada, a indicação do estado de rugosidade é representada próxima à vista da peça, como no desenho a seguir.
  • 41. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 41/41 Mantenedor Mecânico Figura 3.32 Se a peça faz parte de um conjunto mecânico, ela recebe um número de referência que a identifica e informa sobre a posição da peça no conjunto. Nesse caso, a indicação do estado de superfície vem ao lado do número de referência da peça, como no próximo desenho. Figura 3.33 Quando um determinado estado de superfície é exigido para a maioria das superfícies de uma peça, o símbolo de rugosidade correspondente vem representado uma vez, ao lado superior direito da peça. Os demais símbolos de rugosidade, que se referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm após o símbolo principal, entre parênteses. Veja um exemplo. Figura 3.34 Neste exemplo, N 9 é a classe de rugosidade predominante. Uma das superfícies de revolução deve apresentar a classe N 8 e a superfície do furo longitudinal deve apresentar a classe N 6. O símbolo pode ser representado dentro dos parênteses para substituir as indicações específicas de classes de rugosidade. No exemplo anterior, onde aparece esta indicação pode ser substituída por . Quando a peça leva número de referência, a indicação da rugosidade geral e das rugosidades específicas vem ao lado do número de referência, como no desenho abaixo. Figura 3.35
  • 42. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 42/42 Mantenedor Mecânico Correspondência Entre os Símbolos de Acabamento e Classes de Rugosidade Os símbolos indicativos de acabamento superficial, apresentados, vêm sendo gradativamente substituídos pelas indicações de rugosidade. É possível que você ainda encontre desenhos que apresentem aquela simbologia já superada. Na prática, foi estabelecida uma correspondência aproximada entre os antigos símbolos de acabamento de superfícies e os atuais símbolos de rugosidade: SÍMBOLO SÍMBOLO INDICATIVO DE RUGOSIDADE de N 10 a N 12 de N 7 a N 9 de N4 a N6 Tabela 3.3 – As classes de N 1 a N 3 correspondem a graus de rugosidade mais “finos” que o polido ( )
  • 43. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 43/43 Mantenedor Mecânico 44.. EESSCCAALLAASS Os desenhos que utilizamos em oficinas, para orientar a construção de uma peça, nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da peça. Por exemplo: é impossível representar no desenho uma mesa de três metros de comprimento em seu tamanho real, como é também difícil ou quase impossível representar em seu tamanho natural uma peça para relógio, com três milímetros de diâmetro. O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a proporção da peça a ser executada. Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida, reduzindo ou ampliando, estaremos empregando escalas. Escala é, portanto, a relação entre as medidas do desenho e a da peça. 4.1 TIPOS E EMPREGOS Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as mesmas dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural. A escala natural é indicada da seguinte forma: Escala 1:1, que se lê "Escala um por um". Figura 4.1 – Escala 1:1 Vemos o desenho de um punção de bico com todas as indicações necessárias à sua execução na oficina. Note que, devido ao seu tamanho, foi possível desenhar em escala natural. Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do que o tamanho da própria peça, estaremos usando escala de redução. Note que, embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservaram as medidas reais da peça. A escala de redução é indicada da seguinte forma: Escala 1:2, que se lê "Escala um por dois".
  • 44. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 44/44 Mantenedor Mecânico Figura 4.2 – escala 1:2 Neste exemplo, o desenho está duas vezes menor que os valores das cotas. As escalas de redução recomendadas pela ABNT são as seguintes: − 1:2, − 1:2,5, − 1:5 e − 1:10 até − 1:100. Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que esta, estaremos usando escala de ampliação. Note que as cotas conservaram, também, os valores reais da peça. A escala de ampliação é indicada da seguinte forma: Escala 2:1, que se lê "EscaLa dois por um”, significando que o desenho é duas vezes maior que a peça. Figura 4.3 – Escala 2:1 As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes: − 2:1, − 5:1e − 10:1. A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da seguinte foma: usam-se dois números. O primeiro, refere-se ao desenho e o segundo, à peça.
  • 45. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 45/45 Mantenedor Mecânico 1 2 Figura 4.4 – Isto significa que 2mm na peça, corresponde a 1 mm no desenho. A redução ou ampliação só terá efeito para o traçado do desenho, pois na cotagem colocaremos as medidas reais da peça. Em escalas as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação como as lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ângulo de 60º será representado com o mesmo valor. Figura 4.5 – 1 = Escala 1:1 2 = Escala 1:2  ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£!#$¥£¦%'(0)213)2¥4£¦¥526¢17)8¥2©8¥91@¡§A BCEDF1G§AHPIQ¥5RDS¥T£¦¥U§VA(5R)4AW%E)V52 'X¥YB!¥5¢)` ba#1@52£¦Dc5R)81d58bIQ¥£IeVf1'(680)2¥4£¦¥586R1@£Q¥Ig¥4£¦%h'(£ )4AHfi¥Y§¦¥5RDS¥£pX¥£¦Dc£Q)2¥8©2¥4Iq£¦¥Y§eA(5R)AX%h)£QDc5RDF1r52V'W¥UBs¥45R)40%1@IQ1 thu45¢DF1d1£Q)8¥£¦¥4526R1@£e0v8u8¥w%1¨§i§¦¥£ixy15¢)2¥Ie` €#¥Isx8§¥wv2u‚¥yxƒ1@££„X©2¥4'#)8¥2©8¥IQ1@£Q)2¥4£¦¥5862h§Q¥Ig¥4£¦%h'(b58EDFuW§P'(` 1 2: PeçaDesenho
  • 46. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 46/46 Mantenedor Mecânico 4.2 EXERCÍCIOS 1. Complete as lacunas: DIMENSÃO DA PEÇA ESCALA DIMENSÃO NO DESENHO 42 1:2 1:1 70 1:2 22 35 175 65 1:2,5 1:5 40 8 2:1 25,4 25,4 145 29 16 2:1 5:1 260 75 30 220 1:10 1:2,5 16 2:1 74 60 12 2,6 10:1 5:1 72 1,2 12 1:2,5 15 2. Coloque os valores numéricos nas linhas de cota, de acordo com a escala indicada.
  • 47. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 47/47 Mantenedor Mecânico 55.. CCOORRTTEESS EE SSEEÇÇÕÕEESS 5.1 INTRODUÇÃO Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos, para facilitar a interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do corte, seriam de difícil interpretação. Vimos que as vistas principais apresentam detalhes internos, com linhas tracejadas indicando os contornos e arestas não visíveis, como o exemplo abaixo. Figura 5.1 – 1 = Perspectiva da peça 2 = Vistas essenciais da peça Se empregarmos o corte, os detalhes internos passarão a ficar visíveis. Imaginemos que a peça seja cortada no sentido longitudinal e a parte da frente, retirada; na projeção, teremos a elevação em corte. Figura 5.2 1 2
  • 48. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 48/48 Mantenedor Mecânico  ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£ ¢¡¤£¦¥¨§©¥£!… †%1G§DF¥w‡A(IehBCAH58ˆG§PAX1@` b ‰£¦1@Ie¡4§¥4E)21@p52x8§1Gth¥2i¤1@p#%P1¨§i§¥4£ixƒ1@5R)8¥T‘ƒx¢h§DS¥9)’xƒ¥2¨ v8u8¥Tfi1AED“A(5BCAX)xy¥'X17%P1¨§¦DF¥`P”§¦¥UB•A(¤1d58¤1d£¦1@Ie¡§¦¥4E)bA(5¢)AX%hb 58¤1dEDcAH54B•AX)P` Figura 5.3 Imaginemos, agora, que a peça seja cortada no sentido transversal. Figura 5.4 Na representação teremos a vista lateral em corte. Figura 5.5 A seguir, temos outro exemplo, em que a peça foi cortada por um plano horizontal e a parte de cima, retirada.
  • 49. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 49/49 Mantenedor Mecânico Figura 5.6 Na representação teremos a planta em corte. Figura 5.7  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1¢–ƒ¥'X1‰¥—xƒ1@£¦DF1@ps©A(IQ1£˜v2u‚¥…P£™©4AH£¦Dc£™v8u8¥b52¤1w£¤1wEDcAH54B•AX)P£rxy¥'X1£ %1¨§¦DF¥4£e52¤1r£¦1fc§¥4Iq'XDF¥Y§Ei¤13¥Iq£¦ud§¦¥Yx2§¦¥£¥5RDcEi¤1` 5.2 HACHURAS As hachuras servem para evidenciar as áreas de cortes. São utilizados traços estreitos inclinados a 45º em relação às linhas principais do contorno ou eixos de simetria. Figura 5.8 O detalhe desenhado separadamente de sua vista deve ser hachurado na mesma direção. Nos desenhos de conjunto, as peças adjacentes devem ser hachuradas em direções ou espaçamentos diferentes. Figura 5.9
  • 50. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 50/50 Mantenedor Mecânico O espaçamento entre as linhas das hachuras será determinado em função do tamanho da superfície a ser hachurada. Sendo a área a hachurar muito grande, pode-se limitar o hachurado à vizinhança do contorno, deixando a parte central em branco. As hachuras devem ser interrompidas quando necessitar inscrever na área hachurada. Figura 5.10 5.3 LINHA DE CORTE O plano de corte é indicado, no desenho, por linha grossa com traço e ponto, denominada linha de corte. O corte é indicado numa vista e representado em outra. Havendo necessidade de registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é indicado por setas nos extremos da linha de corte. Figura 5.11 Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano, empregam- se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB ou AB, CD etc.), colocadas ao lado das setas, nos extremos da linha de corte, escrevendo-se tais letras, junto à vista em corte correspondente, como no exemplo seguinte.
  • 51. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 51/51 Mantenedor Mecânico Figura 5.12 5.4 CORTE TOTAL O corte total ocorre quando a peça e cortada imaginariamente, em toda a sua extensão.  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1feT¥2©8¥gfFAX%hh§h%h'(h§¦1iv2u8¥4p3xRh§j1kD§PE¨E)21i)j©A(£¦D“j¥I %1¨§¦DF¥4p AHIeB•A(52PIQ1£l§¥8D“A §PE)4”fxRh§¦DF¥m)‰xy¥2inv2u8¥™A(Isxƒ¥8)A(”n©A(£¤1osxy1¨§¦‡hIeppx¢h§n1 D§PiE)213)P£Q1u‚D§PP£Q©A(£¦D“£d§¥4f¥Y§AX)x¢h§¦DF¥9‡V%158£AX)2¥Y§E)40%1@IQ1d58¤1!§¦¥2DcA §E)4` Figura 5.13
  • 52. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 52/52 Mantenedor Mecânico Nas vistas em corte, os detalhes não visíveis poderão ser omitidos, desde que não dificultem a leitura do desenho. Se a peça apresentar detalhes que não estejam colocados no plano do corte e cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de alcançá-los, como no exemplo seguinte. Este corte é chamado de corte em desvio. Figura 5.14  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1#T£q§¥4£¦D“£”f1¨§IeE)4£srFDF¥21G§PAX%hPIQ¥5¢DF¥Yt9xƒ¥'X1u)2¥4£¦©AX1u)q'HA(5862v)2¥ %1¨§¦DF¥w52¤1r£¤1!§¦¥Yx8§¥4£¦¥5¢D“E)4£e52l©A(£¦D“b68E%h6RuW§P)px%1@IQ1r5R1£7¥—y¥Isx¢'W1@£eE%hA(IeP` 5.5 MEIO CORTE Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o corte total para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte mostrando a metade da peça em corte com seus detalhes internos e a outra metade em vista externa. Este tipo de corte é peculiar a objetos simétricos.
  • 53. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 53/53 Mantenedor Mecânico Figura 5.15  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1¤–ƒ1G§l%P15¢©2¥5¢i¤1@p58¤1r£¦¥zAH5¢)AX%hI{1@£7)2¥8D“'(6R¥4£d52¤19©A(£„X©2¥4AH£p¦IQ¥4£IQ1 52x¢h§¦DF¥T58¤17%1G§¦D“E)P` Figura 5.16
  • 55. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 55/55 Mantenedor Mecânico 5.7 CORTE PARCIAL Corte parcial é o corte utilizado para mostrar apenas uma parte interna do objeto ou peça, possibilitando esclarecer pequenos detalhes internos sem necessidade de recorrer ao corte total ou meio corte. A parte cortada é limitada por uma linha de ruptura e pelo contorno do desenho da peça. Figura 5.17  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1¦|b¥4£¦DF¥Q%P1¨§¦DF¥p8xy¥Y§Ie5¢¥2%¥4I}£b'(A(5268£0)8¥7%1@5RDF1G§5R1@£0¥d§¥4£¦D“£b58¤1 ©A(£„X©2¥4AH£p58¤1dED“A(54B•AX)P£sxƒ¥'X13%1G§DF¥pxRh§¦%hA('(` 5.8 SEÇÕES As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de peças, evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.
  • 56. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 56/56 Mantenedor Mecânico Figura 5.18 Figura 5.19 - Seções traçadas sobre a própria vista Figura 5.20 - Seção traçada com a interrupção da vista Figura 5.21 - Seções traçadas fora das vistas
  • 57. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 57/57 Mantenedor Mecânico 5.9 RUPTURAS Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho de peças que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma, obedecem às convenções abaixo. Figura 5.22 - A linha de ruptura é de espessura média A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se imagina retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1V g%1@Isx2§A(IQ¥5¢DF1l§¥4'9)‰xƒ¥2¨v‡q)4E)810xy¥'X1~©'X1¨§†5¢u4IQ‡X§AX%1) %1Dc` Figura 5.23
  • 58. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 58/58 Mantenedor Mecânico 5.10 OMISSÃO DE CORTE Observe a vista em corte, representada a seguir. O desenho aparece totalmente hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da peça. Figura 5.24 Observe agora os dois modelos a seguir representados em corte. Figura 5.25 Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior? Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil, à primeira vista, dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na vista hachurada. Para responder a essa questão, você precisa, antes, estudar omissão de corte. Assim, você será capaz de: − identificar elementos que devem ser representados com omissão de corte; − identificar vistas ortográficas onde há representação com omissão de corte, e − interpretar elementos representados com omissão de corte. Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão de corte, as hachuras são parcialmente omitidas. Analisando o próximo exemplo, você vai entender as razões pelas quais certos elementos devem ser representados com omissão de corte. Compare as duas escoras, a seguir. Figura 5.26
  • 59. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 59/59 Mantenedor Mecânico A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da direita, com nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de partes maciças. Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinaL Figura 5.27 As áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para diferenciar as vistas ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das duas tem estrutura mais leve, a peça com nervura deve ser representada com omissão de corte. Veja. Figura 5.28 Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi representada no desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as hachuras da nervura foram omitidas. Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a impressão de que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra. Elementos Representados com Omissão de Corte Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT (NBR 10.067/1987). Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você estudará também nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de engrenagens. Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos. Figura 5.29 Figura 5.30
  • 60. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 60/60 Mantenedor Mecânico Figura 5.31 Figura 5.32 Desenhos Técnicos com Omissão de Corte Vamos retomar o desenho da escora com nervura e analisar as suas vistas ortográficas. Figura 5.33 O corte foi imaginado vendo-se a peça de frente. A vista onde o corte aparece representado é a vista frontal. A nervura foi atingida pelo corte no sentido longitudinal. Na vista frontal, a nervura está representada com omissão de corte. Abaixo da vista frontal vem o nome do corte: Corte AA. O local por onde passa o plano de corte vem indicado na vista superior, pela linha traço e ponto estreita, com traços largos nas extremidades. As setas apontam a direção em que foi imaginado o corte. As letras, ao lado das setas, identificam o corte. A vista lateral aparece representada normalmente, da maneira como é vista pelo observador.  ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1 ¢¡¤£¦¥¨§©i1E€5¢¥Y§¦©2uW§P˜£¦˜‡T§¦¥Yx8§¥4£¦¥5¢D“E)q%P1I‚1IdAH££¤1ƒ)2¥„%P1¨§¦DF¥„v2ud5R)81ƒ‡ ED“A(5BCAW)4xy¥'X17%1G§¦DF¥T'X154B•AXDFu‚)A(52P'HIQ¥45RDF¥4` Analise um outro exemplo. Observe a peça em perspectiva abaixo. Figura 5.34
  • 61. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 61/61 Mantenedor Mecânico Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte longitudinal vertical, para poder analisar as nervuras. Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida pelo corte deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir. Figura 5.35 Mas esta representação daria uma idéia falsa da estrutura da peça. Então, é necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal. Figura 5.36 Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a vista frontal. Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é representada com omissão de corte. A nervura transversal é representada hachurada. Figura 5.37 Agora, imagine a mesma peça cortada ao meio por um plano de corte transversal. Figura 5.38
  • 62. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 62/62 Mantenedor Mecânico Neste caso, a vista atingida pelo corte é a lateral. A nervura longitudinal deve ser representada hachurada, porque foi atingida pelo corte transversal. A nervura transversal deve ser representada com omissão de corte. Observe, com atenção, as vistas ortográficas da peça, cortada pelo plano transversal. Figura 5.39 Analise uma outra possibilidade. Imagine a mesma peça cortada por um plano de corte longitudinal horizontal. Figura 5.40 Tanto a nervura longitudinal como a nervura transversal foram atingidas pelo corte no sentido transversal. Então, não há necessidade de representar as nervuras com omissão de corte. No desenho técnico, as duas nervuras devem ser hachuradas. Outros Casos de Omissão de Corte Braços de polias também devem ser representados com omissão de corte. Veja um exemplo, comparando as duas polias, representadas a seguir. Figura 5.41
  • 63. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 63/63 Mantenedor Mecânico Imagine as polias selecionadas, como mostram as ilustrações seguintes. Figura 5.42 Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais. Veja. Figura 5.43 Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma idéia mais real da estrutura da peça, os braços da polia são representados com omissão de corte no desenho técnico. Figura 5.44 Dentes e braços de engrenagens também devem ser representados com omissão de corte. Engrenagem é um assunto que você vai estudar detalhadamente em outra aula. Agora, o importante é analisar os dentes e os braços da engrenagem, que vêm a seguir.
  • 64. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 64/64 Mantenedor Mecânico Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral em corte transversal. Figura 5.45 Observe agora as vistas ortográficas da engrenagem. Figura 5.46 Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem partes maciças atingidas pelo corte, não estão hachurados. Esses elementos estão representados com omissão de corte. Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com nervura e orelha, e seu desenho técnico mostrando esses elementos representados com omissão de corte. Figura 5.47
  • 65. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 65/65 Mantenedor Mecânico 1 66..PPEERRSSPPEECCTTIIVVAA A perspectiva, por ser desenho ilustrativo, auxilia a interpretação de peças, embora em muitos casos, não possa mostrar todos os detalhes. Figura 6.1 6.1 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes. Parte de três eixos a 120 graus (isométricos) sobre os quais marcam-se as medidas, da peça. As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica por linhas também paralelas. Figura 6.2 Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da perspectiva isométrica. Figura 6.3 Traçado em Esboço da Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário que se saiba esboçar circunferência e arcos de circunferência em perspectiva isométrica.
  • 66. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 66/66 Mantenedor Mecânico Normalmente, uma circunferência é representada em perspectiva isométrica através de uma elipse. Damos a esta elipse o nome de elipse isométrica. Figura 6.4 O traçado em esboço de uma elipse isométrica, se faz na seqüência que se segue. 1º) Inicialmente, trace levemente três eixos isométricos. Figura 6.5 2º) Marque, sobre os eixos que partem para a direita e para a esquerda, a medida do diâmetro da circunferência, e trace, com linhas finas, a perspectiva isométrica da figura circunscrita à circunferência. Para facilitar a construção esboço, coloca- se em cada vértice do quadrado em perspectiva isométrica uma letra. Figura 6.6 3º) Marque os pontos médios das linhas entre as letras AB, BC, CD e DA. A partir das letras A e C, trace linhas retas, passando por estes pontos. Na interseção (no cruzamento) destas retas, marque os pontos 1 e 2 (centro dos arcos menores); A e C (centro dos arcos maiores). Figura 6.7 4º) Agora, trace linhas curvas, tendo os pontos 1 e 2 como centro dos arcos tangentes às linhas isométricas. Pela mesma forma, complete a elipse, traçando os arcos maiores com centro nas letras A e C.
  • 67. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 67/67 Mantenedor Mecânico Figura 6.5 5º) Analise agora a forma da elipse isométrica e, se necessário, procure dar a ela uma forma agradável. Figura 6.6 Para esboçar a elipse isométrica, em qualquer face de um objeto, devemos usar sempre o mesmo processo. Figura 6.7 Veja agora, como esboçar a perspectiva isométrica de um arco de circunferência. 1º) Marque na face superior do objeto os pontos A, B, C e D, sendo AB e DC igual ao valor do diâmetro do arco. Figura 6.8
  • 68. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 68/68 Mantenedor Mecânico 2º) Marque os pontos E, F, G e H, que são os pontos médios dos segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente. Trace a partir de C, linhas que passam por E e H; a partir de A, linhas que passam por F e G, determinando os pontos M e N. Com centro em C, trace o arco tangente aos pontos H e E. Com centro em M, trace o arco tangente aos pontos G e H. Neste traçado obtemos a curvatura da face superior do objeto. Figura 6.9 3º) Para a face inferior do objeto, use o mesmo processo, para traçar o arco. A ligação entre as duas faces, é feita através de uma linha reta tangente aos arcos. Figura 6.10 4º) Finalmente, reforce o traçado dos arcos e das arestas visíveis. Apague as linhas que foram usadas para a construção e analise cuidadosamente o esboço. Figura 6.11
  • 69. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 69/69 Mantenedor Mecânico Os exemplos seguintes mostram o traçado de arcos em outras posições. Figura 6.12 – Exemplo 1. Figura 6.13 – Exemplo 2.
  • 71. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 71/71 Mantenedor Mecânico a 77.. CCOONNJJUUNNTTOOSS MMEECCÂÂNNIICCOOSS 7.1 DESENHO DE CONJUNTO Desenho de conjunto é o desenho da máquina, dispositivos ou estrutura, com suas partes montadas. As peças são representadas nas mesmas posições que ocupam no conjunto mecânico. O primeiro conjunto que você vai estudar, a fim de interpretar desenhos para execução de conjunto mecânico é o grampo fixo. Figura 7.1 O grampo fixo é uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente. As peças a serem fixadas ficam no espaço a. Esse espaço pode ser reduzido ou ampliado, de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que aciona o parafuso (peça nº 3)e o encosto móvel (peça nº 2). Quando o espaço a é reduzido, ele fixa a peça e quando aumenta, solta a peça. O desenho de conjunto é representado, normalmente, em vistas ortográficas. Cada uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral. O algarismo do número deve ser escrito em tamanho facilmente visível. Observe esse sistema de numeração na representação ortográfica do grampo fixo. Note que a numeração das peças segue o sentido horário.
  • 72. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 72/72 Mantenedor Mecânico Os numerais são ligados a cada peça por linhas de chamada. As linhas de chamada são representadas por uma linha contínua estreita. Sua extremidade termina com um ponto, quando toca a superfície do objeto. Quando toca a aresta ou contorno do objeto, termina com seta. Uma vez que as peças são desenhadas da mesma maneira como devem ser montadas no conjunto, fica fácil perceber como elas se relacionam entre si e assim deduzir o funcionamento de cada uma. Geralmente, o desenho de conjunto em vistas ortográficas não aparece cotado. Mas, quando o desenho de conjunto é utilizado para montagem, as cotas básicas podem ser indicadas. O desenho de conjunto, para montagem, pode ser representado em perspectiva isométrica, como mostra a ilustração seguinte. Figura 7.2 Por meio dessa perspectiva você tem a idéia de como o conjunto será montado. 7.2 VISTA EXPLODIDA Outra maneira de representar o conjunto é através do desenho de perspectiva não montada. As peças são desenhadas separadas, mas permanece clara a relação que elas mantêm entre si. Esse tipo de representação é também chamada perspectiva explodida.
  • 73. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 73/73 Mantenedor Mecânico Figura 7.3 Geralmente, os desenhos em perspectiva são raramente usados para fornecer informações para a construção de peças. O uso da perspectiva é mais comum nas revistas e catálogos técnicos. Veremos ainda como é feita a interpretação de desenhos para execução de conjuntos mecânicos em projeções ortográficas, que é a forma de representação empregada nas indústrias. O conjunto mecânico que será estudado primeiramente é o grampo fixo. Interpretação da Legenda Veja, a seguir, o conjunto do grampo fixo desenhado numa folha de papel normalizada.
  • 75. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 75/75 Mantenedor Mecânico No desenho para execução, a legenda é muito importante. A legenda fornece informações indispensáveis para a execução do conjunto mecânico e é constituída de duas partes: rótulo e lista de peças. A disposição e o número de informações da legenda podem variar. Geralmente, as empresas criam suas próprias legendas de acordo com suas necessidades. A NBR 10 068/1987 normaliza apenas o comprimento da legenda. Temos a seguir, a legenda criada para o curso. Figura 7.5 É fácil interpretar a legenda do desenho de conjunto. Basta ler as informações que o rótulo e a lista de peças contêm. Para facilitar a leitura do rótulo e da lista de peças, vamos analisá-las separadamente a começar pelo rótulo. Figura 7.6 As informações mais importantes do rótulo são: − Nome do conjunto mecânico: grampo fixo. − Tipo de desenho: conjunto (a indicação do tipo de desenho é sempre feita entre parênteses). − Escala do desenho: 1:1 (natural). − Símbolo indicativo de diedro: 1º diedro. − Unidade de medida: milímetro. Outras informações que podem ser encontradas no rótulo do desenho de montagem são: − Número do desenho (correspondente ao lugar que ele deve ocupar no arquivo). − Nome da instituição responsável pelo desenho. − Assinaturas dos responsáveis pelo desenho.
  • 76. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 76/76 Mantenedor Mecânico − Data da sua execução. Veja, a seguir, a lista de peças. Tabela 7.1 Todas as informações da lista de peças são importantes. A lista de peças informa: − A quantidade de peças que formam o conjunto. − A identificação numeral de cada peça. − A denominação de cada peça. − A quantidade de cada peça,no conjunto. − Os materiais usados na fabricação das peças. − As dimensões dos materiais de cada peça. Acompanhe a interpretação da lista de peças do grampo fixo. O grampo fixo é composto de cinco peças. Os nomes das peças que compõem o grampo fixo são: corpo, encosto móvel, parafuso, manípulo e cabeça. Para montagem do grampo fixo são necessárias duas cabeças e uma unidade de cada uma das outras peças. Todas as peças são fabricadas com aço ABNT 1010-1020. Esse tipo de aço é padronizado pela ABNT. Os dois primeiros algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam o material a ser usado, que nesse caso é o aço-carbono. Os dois últimos algarismos dos numerais 1010 e 1020 indicam a porcentagem de carbono existente no aço. Nesse exemplo, a porcentagem de carbono pode variar entre 0,10 e 0,20%. Todas as peças do grampo fixo são fabricadas com o mesmo tipo de aço. Mas, as seções e as medidas do material de fabricação são variáveis. O que indica as variações das seções são os símbolos: ∅ Observe, na listas de peças, as indicações das seções: − As seção do aço do corpo é retangular ( ). − As seções dos aços do parafuso, do manípulo e das cabeças são circulares (∅).
  • 77. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 77/77 Mantenedor Mecânico Já o símbolo # indica que o material de fabricação é chapa. O símbolo # acompanhado de um numeral indica a bitola da chapa. O encosto móvel é fabricado com aço 1010-1020 e bitola 16. A espessura da chapa #16 corresponde a 1,52 mm. 7.3 DESENHO DE DETALHE Desenho de componente é o desenho de uma peça isolada que compõe um conjunto mecânico. Desenho de detalhe é o desenho de um elemento, de uma parte de um elemento, de uma parte de um componente ou de parte de um conjunto montado. O desenho de componente dá uma descrição completa e exata da forma, dimensões e modo de execução da peça. O desenho de componente deve informar, claramente sobre a forma, o tamanho, o material e o acabamento de cada parte. Deve esclarecer quais as operações de oficina que serão necessárias, que limites de precisão deverão ser observados etc. Cada peça que compõe o conjunto mecânico deve ser representada em desenho de componente. Apenas as peças padronizadas, que não precisam ser executadas pois são compradas de fornecedores externos, não são representadas em desenho de componente. Essas peças aparecem representadas apenas no desenho de conjunto e devem ser requisitadas com base nas especificações da lista de peças. Os desenhos de componentes também são representados em folha normalizada. A folha do desenho de componente também é dividida em duas partes: espaço para o desenho e para a legenda. A interpretação do desenho de componente depende da interpretação da legenda e da interpretação do desenho propriamente dito. Veja a seguir, o desenho de componente da peça 2 do grampo fixo.
  • 78. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 78/78 Mantenedor Mecânico Figura 7.7 A legenda do desenho de componente é bastante parecida com a legenda do desenho de conjunto. Ela também apresenta rótulo e lista de peças. Examine, com atenção, a legenda do desenho de componente da peça 2.
  • 79. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 79/79 Mantenedor Mecânico Figura 7.8 A interpretação do rótulo do desenho de componente é semelhante à do rótulo do desenho de conjunto. Uma das informações que varia é a indicação do tipo de desenho: componente em vez de conjunto. Podem variar, também, o número do desenho e os responsáveis por sua execução. Os desenhos de componente e de detalhe podem ser representados em escala diferente da escala do desenho de conjunto. Nesse exemplo, a peça 2 foi desenhada em escala de ampliação (2:1), enquanto que o conjunto foi representado em escala natural (1:1). A lista de peças apresenta informações sobre a peça representada. Interpretação do Desenho de Componente Acompanhe a interpretação do desenho do encosto móvel. Ele está representado com supressão de vistas. Apenas a vista frontal está representada. A vista frontal está representada em corte total. Analisando as cotas, percebemos que o encosto tem a forma de uma calota esférica, com um furo passante. A superfície interna do encosto tem a forma côncava.
  • 80. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 80/80 Mantenedor Mecânico Figura 7.9 – Desenho de componente: encosto móvel. As cotas básicas do encosto são: diâmetro = 18 mm e altura = 4 mm. O diâmetro do furo passante é de 6 mm. O raio da superfície esférica é de 12mm. A espessura do encosto é de 1,52 mm e corresponde à espessura do Aço ABNT 1010-1020, bitola 16. O numeral 2, que aparece na parte superior do desenho, corresponde ao número da peça. O símbolo , ao lado do número 2, é o símbolo de rugosidade, e indica o estado de superfície que a peça deverá ter. O círculo adicionado ao símbolo básico de rugosidade indica que a superfície da chapa para o encosto deve permanecer como foi obtida na fabricação. Isto quer dizer que a remoção de material não é permitida. Não há indicações de tolerâncias específicas, pois trata-se de uma peça que não exige grande precisão. Apenas a tolerância dimensional geral foi indicada: ±0,1. Acompanhe a interpretação dos desenhos das demais peças que formam o grampo fixo. Vamos analisar, em seguida, o desenho de componente da peça nº 1, que é o corpo. Veja a representação ortográfica do corpo em papel normalizado e siga as explicações, comparando-as sempre com o desenho.
  • 82. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 82/82 Mantenedor Mecânico Examinando o rótulo, vemos que o corpo está representado em escala natural (1:1), no 1º diedro. As medidas da peça são dadas em milímetros. A lista de peças traz as mesmas informações já vistas no desenho de conjunto. O corpo está representado pela vista frontal e duas vistas especiais: vista de A e vista de B. A vista de A e a vista de B foram observadas conforme o sentido das setas A e B, indicadas na vista frontal. A vista frontal apresenta um corte parcial e uma seção rebatida dentro da vista. O corte parcial mostra o furo roscado. O furo roscado tem uma rosca triangular métrica normal. A rosca é de uma entrada. A vista de B mostra a saliência e o furo roscado da peça. A vista de A mostra a representação das estrias. O acabamento que o corpo receberá vem indicado pelo símbolo , que caracteriza uma superfície a ser usada. N9 indica a classe de rugosidade de todas as superfícies da peça. O afastamento geral é de ±0,1. Agora, vamos interpretar as medidas do corpo: − Comprimento, largura e altura - 65 mm, 18 mm e 62 mm. − Distância da base do corpo até o centro do furo roscado - 52 mm. − Diâmetro da rosca triangular métrica - 10 mm. − Diâmetro da saliência - 18 mm. − Tamanho da saliência - 2 mm e 18 mm. − Largura da seção - 18 mm. − Altura da seção - 13 mm. − Tamanho do elemento com estrias - 15 mm, 18 mm e 22 mm. − Profundidade da estria - 1 mm. − Largura da estria - 2,5 mm. − Ângulo de inclinação da estria - 45°. − Tamanho do chanfro- 9 mm, 15 mm e 18 mm. − Raios das partes arredondadas - 5mm e 12 mm.
  • 84. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 84/84 Mantenedor Mecânico A legenda nos informa que o parafuso está desenhado em escala natural (1:1), no 1º diedro. As informações da lista de peças são as mesmas do desenho de conjunto. O parafuso está representado por intermédio da vista frontal com aplicação de corte parcial. A vista frontal mostra a cabeça do parafuso, o corpo roscado, o elemento A e o elemento B. O elemento A deverá ser rebitado no encosto móvel. Na cabeça do parafuso há um furo passante. O furo passante está representado parcialmente visível. As medidas do parafuso são: − Comprimento total do parafuso - 64 mm. − Diâmetro externo da rosca triangular métrica normal- 10 mm. − Comprimento do corpo do parafuso - 46 mm. − Comprimento da parte roscada - 46 mm. − Tamanho do chanfro da cabeça do parafuso - 2 mm e 45º. − Altura da cabeça do parafuso - 12 mm. − Diâmetro da cabeça do parafuso - 15 mm. − Diâmetro do furo da cabeça do parafuso - 6,5 mm. − Localização do furo da cabeça do parafuso - 6 mm. − Tamanho do elemento A - 4 mm e 6 mm. − Tamanho do elemento B - 2 mm e 8 mm. Não há indicação de tolerâncias específicas. O afastamento geral ±0,1 vale para todas as cotas. O acabamento geral da peça corresponde à classe de rugosidade N9. O acabamento do furo da cabeça corresponde à classe de rugosidade N12. A usinagem será feita com remoção de material. Veja, a seguir, a interpretação da peça 4, o manípulo.
  • 86. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 86/86 Mantenedor Mecânico O manípulo também está representado em escala natural, no 1º diedro. Essa peça será feita de uma barra de aço com 6,35 mm de diâmetro e 80 mm de comprimento. O manípulo está representado em vista frontal. A vista frontal mostra o corpo do manípulo e duas espigas nas extremidades. O símbolo indicativo de diâmetro indica que tanto o corpo como as espigas são cilíndricos. O manípulo receberá acabamento geral. Apenas as superfícies cilíndricas das espigas receberão acabamento especial O afastamento geral a ser observado na execução é de ±0,1mm. Note que as espigas têm ISO determinada: e9 no diâmetro. Essas duas espigas serão rebitadas nas cabeças no manípulo. Finalmente, vamos à interpretação da peça 5, a cabeça.
  • 87. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 87/87 Mantenedor Mecânico Figura 7.13 A cabeça está representada em escala de ampliação (2:1), no 1º diedro. Serão necessárias 2 cabeças para a montagem do manípulo.
  • 88. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 88/88 Mantenedor Mecânico 88.. TTUUBBUULLAAÇÇÕÕEESS IINNDDUUSSTTRRIIAAIISS 8.1 SÍMBOLOS CONVENCIONAIS Convenções de Fluxogramas SÍMBOLO NOME Válvula de gaveta Válvula globo Válvula macho Válvula de agulha Válvula borboleta Válvula de retenção (sentido do fluxo) Válvula de segurança ou alívio Válvula de três vias Válvula acionada por diafragma de ar Válvula acionada por êmbolo Redução Flange com placa de orifício Tampão Flange cego Raqueta Figura “8”
  • 89. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 89/89 Mantenedor Mecânico Linhas com aquecimento Linha de ar de instrumentos Filtro de linha Purgador de vapor Junta de expansão Conexão para mangueira Ejetor Bomba centrífuga Bomba alternativa Compressor Permutador de calor Forno Vasos diversos Do sistema ou do processo Vazão de líquido Vazão de gás Temperatura
  • 92. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 92/92 Mantenedor Mecânico Empregos das Convenções de Plantas Figura 7.14 1 Interrupção do tubo 19 Tubos de pequeno diâmetro 2 Identificação de pilar 20 Pilar 3 Cota entre pilares 21 Tubo de grande diâmetro 4 Guarda corpo de escala vertical 22 Espaçamento entre tubos 5 Cota de acessório ou derivação 23 Ancoragem 6 Válvula com haste vertical 24 Plataforma elevada 7 Redução em linha de pequeno diâmetro 25 Indicação de elevações 8 Derivação para baixo 26 Curva de expansão 9 Mudança de direção e elevação 27 Suporte especial 10 Dois tubos em elevações diferentes 28 Trecho inclinado no plano vertical 11 Trecho vertical (qualquer comprimento) 29 Respiro 12 Válvula de controle (estação de) incluindo contorno e bloqueios 30 Redução em linha de grande diâmetro 13 Curva em gomos 31 Tubos verticais saindo do desenho (para cima) 14 Grupo de tubos paralelos 32 Instrumentos 15 Curva a 90º no plano horizontal 33 Válvula com haste horizontal 16 Suporte de molas 34 Equipamento 17 Guias 35 Válvula com haste inclinada 18 Coordenada limite e indicação de folha de continuação 36 Flange com placa de medição
  • 93. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 93/93 Mantenedor Mecânico 8.2 DESENHO ISOMÉTRICO Convenções de Desenhos Isométricos Válvula de segurança Válvula solenóide Válvula de 3 vias Válvula com volante para correntes Ejetor Purgador Filtro “Y” Bocal de vaso ou equipamento Válvula gaveta Válvula macho Válvula globo Válvula de controle Válvula de retenção
  • 96. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 96/96 Mantenedor Mecânico Exemplo de Desenho Isométrico Figura 7.18 - Tubulações com solda de topo Tubulações com rosca ou com solda de encaixe
  • 97. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 97/97 Mantenedor Mecânico Figura 7.19 – Ancoragens para trechos de grande extensão com junta de expansão para evitar efeitos da dilataçao
  • 98. Mecânica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 98/98 Mantenedor Mecânico RReeffeerrêênncciiaass BBiibblliiooggrrááffiiccaass 1. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico – volumes 1, 2 e 3 – Editora Globo – São Paulo – 1995 2. TELECURSO 2000 – PROFISSIONALIZANTE – Mecânica Elementos de Máquinas – volume 1 – Editora Globo – São Paulo - 1996 3. SENAI, Rio de Janeiro, Departamento Nacional. Desenho – eletricidade; perspectivas. Módulo instrucional 3 – 1980 4. PROVENZA, Engº. Ind. Mec. Francesco Projetista de Máquinas – Editora F. Provenza – 71ª edição - 1990 5. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI – MG – Leitura e Interpretação de Desenho Mecânico - Itabira