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Lugares para
brancos e para
negros
No século XIX os lugares da Igreja de Nossa Senhora de
Belém eram pré-definidos para brancos, negros e
religiosos. A divisão interna do templo era normal no
período colonial e seguiu a divisão das classes sociais da
época. Brancos, no centro. Em cima, nas laterais,
ficavam as Irmandades ocupando cadeiras duplas,
estofadas, compradas por seus usuários. Na parte de
baixo, nos vãos abertos ficavam os escravos, em pé. Nas
celebrações noturnas eles seguravam os candelabros,
sustentando as velas para a iluminação noturna. Essa
divisão deixou de existir com o fim do período colonial.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Lenda
Por que Nossa Senhora de Belém? Oficialmente, em 1818, a
Igreja em Guarapuava recebeu a invocação de Nossa
Senhora de Belém, conforme o Alvará de criação. A santa
era muito popular no período colonial Português e não há
uma explicação registrada de porque foi escolhida para
denominar a Igreja dos Campos de Guarapuava. Uma lenda
reza que Laura Rosas de França, mulher do Brigadeiro
Rocha, filho de Capitão Rocha, viajava para Guarapuava e a
comitiva foi atacada pelos índios camés. Muitos morreram
no confronto, o que batizou o lugar como Rio das Mortes.
Laura foi atingida por uma flecha e o cavalo disparou. Ela
carregava consigo uma imagem de Nossa Senhora de Belém,
doada por sua mãe, e prometeu que colocaria a imagem em
uma igreja no lugar onde fosse salva. Diz a lenda que o
cavalo parou exatamente onde atualmente está construída
a Catedral. Cronologicamente a versão é contestada por
historiadores, tratada apenas como uma história popular.
Queda da torre
Você sabia que o prédio histórico da Catedral de Nossa
Senhora de Belém tinha uma torre central? No projeto
inicial, concluído por volta de 1880, uma torre com
estilo de fortaleza estava centralizada na fachada da
igreja. Quase 80 anos depois ela ruiu. As obras de
abertura da rua Senador Pinheiro Machado e
principalmente a construção de Campanário, aquela
torre que sustenta o Sino atualmente, ao lado da Igreja,
abalaram o prédio histórico. Por volta de 1960 a torre
foi demolida e a estrutura da Catedral precisou receber
reforços.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Como surgiu a
Igreja?
Guarapuava completa 200 anos em 2019, segundo a data oficial adotada. Mas
bem antes a Igreja Católica já estava presente nesses Campos. Em 1810 a
expedição que ocupa a região chega e oito anos depois o Padre Chagas viaja
para São Paulo, capital da então Província do Paraná. Ele solicita a criação
oficial da Igreja, que já atuava, na prática. No mesmo ano o príncipe regente Dom
João VI decreta e depois concede um Alvará. “Ei por bem erigir no lugar de
Atalaia de Guarapuava uma Igreja Paroquial com título e invocação de Nossa
Senhora de Belém”, determina o documento de 11 de novembro de 1818, data
em que se comemoram os 200 anos da igreja.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Câmara de
vereadores
No início do povoamento de Guarapuava haviam poucos
espaços físicos para realização de reuniões e o
consistório, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora de
Belém, foi usado por anos como Câmara de Vereadores.
Além disso, nos primeiros anos da freguesia e depois
Vila, as primeiras instâncias administrativas de
Guarapuava, eram nos livros da Catedral que se
realizavam também os registros civis como
nascimentos, mortes, casamentos. Alguns padres, como
Cônego Braga, exerceram papéis civis importantes,
como o de delegado de polícia.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Cidade
planejada
Guarapuava nasceu planejada, com normas e padrões
para construir as casas, a definição da largura das ruas e
organização das quadras, regras para viver na cidade,
como a restrição de bebidas alcoólicas. Tudo isso está
em um documento, o Auto de Fundação, elaborado em
1819 por Padre Chagas e também assinado por Antônio
da Rocha Loures, o Capitão Rocha. A frente do seu
tempo, na época, o documento está diretamente ligado
a instalação oficial da Freguesia, a Igreja de Nossa
Senhora de Belém. Em 200 anos o documento perdeu o
sentido e foi substituído por outras tantas leis, mas é um
marco para as primeiras construções e o início da
Guarapuava que temos atualmente.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Padre Chagas
Padre Chagas é uma figura central para história de
Igreja de Guarapuava. É ele quem viaja e chega com a
expedição que povoa os campos da região, em 1810.
Oito anos depois toma a iniciativa de solicitar a criação
da Freguesia, a Igreja de Nossa Senhora de Belém.
Primeiro vigário, é Chagas quem elabora o projeto
arquitetônico do prédio histórico da Catedral e as
primeiras regras de urbanização de Guarapuava. A
escolha do local onde hoje está a Catedral também teve
papel decisivo dele. Natural de Curitiba esteve antes na
região do Vale do Paraíba, em São Paulo, e assim como
lá, aqui em Guarapuava, realizou trabalho intenso de
catequização dos índios, chegando a conhecer várias
línguas das tribos. Foi quem escreveu e registrou parte
das histórias da região em seus livros. Deixou
Guarapuava em 1928 e morreu em 1832.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Padres ao longo
da história
O primeiro padre da Igreja de Nossa Senhora de Belém,
1818, foi Francisco das Chagas Lima, o Padre Chagas.
Depois dele, até 1906, quase todos os padre foram
brasileiros e seculares, ou seja, não pertenciam a
congregações. No início do século XX, no entanto, a
paróquia passou a ser comandada pela Congregação do
Verbo Divino. Os verbitas permanecem até o ano de
1968. Nessa época Guarapuava era uma diocese
recém-criada e o bispado reassumiu a igreja, agora
Catedral Nossa Senhora de Belém. Desde o início foram
ao menos 37 párocos, além de padres auxiliares. Além
de brasileiros, espanhóis, italianos, austríacos já foram
párocos da igreja de Nossa Senhora de Belém.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Indiazinha Maria
Memorialistas de Guarapuava registraram a história da
indiazinha Maria, um bebê que morreu no ano de 1822 e foi
enterrada exatamente no local onde atualmente está
instalada a Igreja Nossa Senhora de Belém. A história conta
que no dia 7 de setembro de 1822, no povoado
recém-criado, local onde hoje está a cidade de Guarapuava,
o padre Chagas foi chamado para socorrer uma índia que
estava doente. Ele tentou socorro indo até Atalaia, onde
naquela época habitavam a maioria dos moradores dos
campos de Guarapuava. Não foi possível salvar a criança.
Como não havia cemitério no novo povoado, somente em
Atalaia, o vigário resolveu enterrar a indiazinha Maria,
batizada antes de morrer, no largo onde mais tarde foi
construída a igreja.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Tragédia
Era o ano de 1908 e uma tragédia marcou a cidade de
Guarapuava. Em uma Sexta-feira da Paixão de Cristo a
Igreja de Nossa Senhora de Belém estava lotada. Uma
vela causou um pequeno incêndio, queimando um pano
que cobria um santo. Com o pânico, a multidão saiu em
disparada e algumas pessoas foram pisoteadas. Segundo
a memorialista Gracita Marcondes Gruber, baseado em
relatos orais, seis pessoas morreram. Um casal de
irmãos, uma menina de 16 e um menino de 8 anos, eram
filhos de Luiz Miguel Schleder, que foi prefeito de
Guarapuava entre 1912 e 1916.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Construções das
igrejas
O prédio histórico de nossa senhora de belém tem cerca
de 140 anos. A parte mais antiga da obra começou a ser
construída por volta de 1840. Não há uma data precisa,
mas a obra foi concluída nos idos do ano de 1880. Antes,
outros dois modestos oratórios foram construídos. O
primeiro ainda no povoado de Atalaia, que deixou de
existir em 1825. Próximo ao local onde está instalada a
Igreja atualmente existiu outra capela, construção
bastante modesta, erguida por volta do ano de 1921,
que ficou em pé por algumas décadas. Hoje, além do
prédio histórico a comunidade tem a nova igreja com a
invocação de Nossa Senhora de Belém, a nova catedral.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Nova catedral
Nas décadas de 60, 70 e 80 do século passado os fundos
e laterias da Igreja de Nossa Senhor de Belém eram
cercados por cedros altos. No início do século 20 essa
paisagem começou a mudar e deu espaço para uma
construção. Em 2000 começava a ser erguida a nova
Catedral Diocesana de Guarapuava. Se passaram 19
anos e ainda faltam detalhes para finalização da obras,
atualmente uma campanha visa arrecadar fundos para
pintura. O sonho de erguer o novo prédio começou a ser
materializado já em 1997, quando se iniciaram a
elaboração dos pré-projetos de construção da nova
Igreja Nossa Senhora de Belém. No ano seguinte é
escolhido o projeto arquitetônico de Paulo Ernesto
Siqueira Martins para construção da nova Igreja de
Nossa Senhora de Belém.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Cavalhadas
As cavalhadas foram parte da Festa da Padroeira. Segundo a
memorialista Gracita Gruber Marcondes, há registros de
que em 1855 já era realizada a festa. O ano coincide com o
período de construção e início de uso (mesmo com obra
inacabada) do prédio histórico da catedral Nossa Senhora
de Belém. As cavalhadas são parte do folclore português e
simulam as lutas travadas entre Cristão e Mouros, na
península ibérica, durante o período da Guerra da
Reconquista. Nos primeiros anos foi realizada em frente a
Igreja de Nossa Senhora de Belém, onde hoje está localizada
a Praça 9 de dezembro. Ainda segundo Gracita Gruber
Marcondes, depois foram realizadas no Largo Sete (Colégio
Carneiro Martins), Quartel Velho (Colégio Tupi Pinheiro),
no Largo da Capela São Sebastião.
Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
Indiazinha Maria
Memorialistas de Guarapuava registraram a história da
indiazinha Maria, um bebê que morreu no ano de 1822 e foi
enterrada exatamente no local onde atualmente está
instalada a Igreja Nossa Senhora de Belém. A história conta
que no dia 7 de setembro de 1822, no povoado
recém-criado, local onde hoje está a cidade de Guarapuava,
o padre Chagas foi chamado para socorrer uma índia que
estava doente. Ele tentou socorro indo até Atalaia, onde
naquela época habitavam a maioria dos moradores dos
campos de Guarapuava. Não foi possível salvar a criança.
Como não havia cemitério no novo povoado, somente em
Atalaia, o vigário resolveu enterrar a indiazinha Maria,
batizada antes de morrer, no largo onde mais tarde foi
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A história da Igreja de Nossa Senhora de Belém em Guarapuava

  • 1. Lugares para brancos e para negros No século XIX os lugares da Igreja de Nossa Senhora de Belém eram pré-definidos para brancos, negros e religiosos. A divisão interna do templo era normal no período colonial e seguiu a divisão das classes sociais da época. Brancos, no centro. Em cima, nas laterais, ficavam as Irmandades ocupando cadeiras duplas, estofadas, compradas por seus usuários. Na parte de baixo, nos vãos abertos ficavam os escravos, em pé. Nas celebrações noturnas eles seguravam os candelabros, sustentando as velas para a iluminação noturna. Essa divisão deixou de existir com o fim do período colonial. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 2. Lenda Por que Nossa Senhora de Belém? Oficialmente, em 1818, a Igreja em Guarapuava recebeu a invocação de Nossa Senhora de Belém, conforme o Alvará de criação. A santa era muito popular no período colonial Português e não há uma explicação registrada de porque foi escolhida para denominar a Igreja dos Campos de Guarapuava. Uma lenda reza que Laura Rosas de França, mulher do Brigadeiro Rocha, filho de Capitão Rocha, viajava para Guarapuava e a comitiva foi atacada pelos índios camés. Muitos morreram no confronto, o que batizou o lugar como Rio das Mortes. Laura foi atingida por uma flecha e o cavalo disparou. Ela carregava consigo uma imagem de Nossa Senhora de Belém, doada por sua mãe, e prometeu que colocaria a imagem em uma igreja no lugar onde fosse salva. Diz a lenda que o cavalo parou exatamente onde atualmente está construída a Catedral. Cronologicamente a versão é contestada por historiadores, tratada apenas como uma história popular.
  • 3. Queda da torre Você sabia que o prédio histórico da Catedral de Nossa Senhora de Belém tinha uma torre central? No projeto inicial, concluído por volta de 1880, uma torre com estilo de fortaleza estava centralizada na fachada da igreja. Quase 80 anos depois ela ruiu. As obras de abertura da rua Senador Pinheiro Machado e principalmente a construção de Campanário, aquela torre que sustenta o Sino atualmente, ao lado da Igreja, abalaram o prédio histórico. Por volta de 1960 a torre foi demolida e a estrutura da Catedral precisou receber reforços. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 4. Como surgiu a Igreja? Guarapuava completa 200 anos em 2019, segundo a data oficial adotada. Mas bem antes a Igreja Católica já estava presente nesses Campos. Em 1810 a expedição que ocupa a região chega e oito anos depois o Padre Chagas viaja para São Paulo, capital da então Província do Paraná. Ele solicita a criação oficial da Igreja, que já atuava, na prática. No mesmo ano o príncipe regente Dom João VI decreta e depois concede um Alvará. “Ei por bem erigir no lugar de Atalaia de Guarapuava uma Igreja Paroquial com título e invocação de Nossa Senhora de Belém”, determina o documento de 11 de novembro de 1818, data em que se comemoram os 200 anos da igreja. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 5. Câmara de vereadores No início do povoamento de Guarapuava haviam poucos espaços físicos para realização de reuniões e o consistório, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora de Belém, foi usado por anos como Câmara de Vereadores. Além disso, nos primeiros anos da freguesia e depois Vila, as primeiras instâncias administrativas de Guarapuava, eram nos livros da Catedral que se realizavam também os registros civis como nascimentos, mortes, casamentos. Alguns padres, como Cônego Braga, exerceram papéis civis importantes, como o de delegado de polícia. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 6. Cidade planejada Guarapuava nasceu planejada, com normas e padrões para construir as casas, a definição da largura das ruas e organização das quadras, regras para viver na cidade, como a restrição de bebidas alcoólicas. Tudo isso está em um documento, o Auto de Fundação, elaborado em 1819 por Padre Chagas e também assinado por Antônio da Rocha Loures, o Capitão Rocha. A frente do seu tempo, na época, o documento está diretamente ligado a instalação oficial da Freguesia, a Igreja de Nossa Senhora de Belém. Em 200 anos o documento perdeu o sentido e foi substituído por outras tantas leis, mas é um marco para as primeiras construções e o início da Guarapuava que temos atualmente. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 7. Padre Chagas Padre Chagas é uma figura central para história de Igreja de Guarapuava. É ele quem viaja e chega com a expedição que povoa os campos da região, em 1810. Oito anos depois toma a iniciativa de solicitar a criação da Freguesia, a Igreja de Nossa Senhora de Belém. Primeiro vigário, é Chagas quem elabora o projeto arquitetônico do prédio histórico da Catedral e as primeiras regras de urbanização de Guarapuava. A escolha do local onde hoje está a Catedral também teve papel decisivo dele. Natural de Curitiba esteve antes na região do Vale do Paraíba, em São Paulo, e assim como lá, aqui em Guarapuava, realizou trabalho intenso de catequização dos índios, chegando a conhecer várias línguas das tribos. Foi quem escreveu e registrou parte das histórias da região em seus livros. Deixou Guarapuava em 1928 e morreu em 1832. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 8. Padres ao longo da história O primeiro padre da Igreja de Nossa Senhora de Belém, 1818, foi Francisco das Chagas Lima, o Padre Chagas. Depois dele, até 1906, quase todos os padre foram brasileiros e seculares, ou seja, não pertenciam a congregações. No início do século XX, no entanto, a paróquia passou a ser comandada pela Congregação do Verbo Divino. Os verbitas permanecem até o ano de 1968. Nessa época Guarapuava era uma diocese recém-criada e o bispado reassumiu a igreja, agora Catedral Nossa Senhora de Belém. Desde o início foram ao menos 37 párocos, além de padres auxiliares. Além de brasileiros, espanhóis, italianos, austríacos já foram párocos da igreja de Nossa Senhora de Belém. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 9. Indiazinha Maria Memorialistas de Guarapuava registraram a história da indiazinha Maria, um bebê que morreu no ano de 1822 e foi enterrada exatamente no local onde atualmente está instalada a Igreja Nossa Senhora de Belém. A história conta que no dia 7 de setembro de 1822, no povoado recém-criado, local onde hoje está a cidade de Guarapuava, o padre Chagas foi chamado para socorrer uma índia que estava doente. Ele tentou socorro indo até Atalaia, onde naquela época habitavam a maioria dos moradores dos campos de Guarapuava. Não foi possível salvar a criança. Como não havia cemitério no novo povoado, somente em Atalaia, o vigário resolveu enterrar a indiazinha Maria, batizada antes de morrer, no largo onde mais tarde foi construída a igreja. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 10. Tragédia Era o ano de 1908 e uma tragédia marcou a cidade de Guarapuava. Em uma Sexta-feira da Paixão de Cristo a Igreja de Nossa Senhora de Belém estava lotada. Uma vela causou um pequeno incêndio, queimando um pano que cobria um santo. Com o pânico, a multidão saiu em disparada e algumas pessoas foram pisoteadas. Segundo a memorialista Gracita Marcondes Gruber, baseado em relatos orais, seis pessoas morreram. Um casal de irmãos, uma menina de 16 e um menino de 8 anos, eram filhos de Luiz Miguel Schleder, que foi prefeito de Guarapuava entre 1912 e 1916. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 11. Construções das igrejas O prédio histórico de nossa senhora de belém tem cerca de 140 anos. A parte mais antiga da obra começou a ser construída por volta de 1840. Não há uma data precisa, mas a obra foi concluída nos idos do ano de 1880. Antes, outros dois modestos oratórios foram construídos. O primeiro ainda no povoado de Atalaia, que deixou de existir em 1825. Próximo ao local onde está instalada a Igreja atualmente existiu outra capela, construção bastante modesta, erguida por volta do ano de 1921, que ficou em pé por algumas décadas. Hoje, além do prédio histórico a comunidade tem a nova igreja com a invocação de Nossa Senhora de Belém, a nova catedral. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 12. Nova catedral Nas décadas de 60, 70 e 80 do século passado os fundos e laterias da Igreja de Nossa Senhor de Belém eram cercados por cedros altos. No início do século 20 essa paisagem começou a mudar e deu espaço para uma construção. Em 2000 começava a ser erguida a nova Catedral Diocesana de Guarapuava. Se passaram 19 anos e ainda faltam detalhes para finalização da obras, atualmente uma campanha visa arrecadar fundos para pintura. O sonho de erguer o novo prédio começou a ser materializado já em 1997, quando se iniciaram a elaboração dos pré-projetos de construção da nova Igreja Nossa Senhora de Belém. No ano seguinte é escolhido o projeto arquitetônico de Paulo Ernesto Siqueira Martins para construção da nova Igreja de Nossa Senhora de Belém. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 13. Cavalhadas As cavalhadas foram parte da Festa da Padroeira. Segundo a memorialista Gracita Gruber Marcondes, há registros de que em 1855 já era realizada a festa. O ano coincide com o período de construção e início de uso (mesmo com obra inacabada) do prédio histórico da catedral Nossa Senhora de Belém. As cavalhadas são parte do folclore português e simulam as lutas travadas entre Cristão e Mouros, na península ibérica, durante o período da Guerra da Reconquista. Nos primeiros anos foi realizada em frente a Igreja de Nossa Senhora de Belém, onde hoje está localizada a Praça 9 de dezembro. Ainda segundo Gracita Gruber Marcondes, depois foram realizadas no Largo Sete (Colégio Carneiro Martins), Quartel Velho (Colégio Tupi Pinheiro), no Largo da Capela São Sebastião. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.
  • 14. Indiazinha Maria Memorialistas de Guarapuava registraram a história da indiazinha Maria, um bebê que morreu no ano de 1822 e foi enterrada exatamente no local onde atualmente está instalada a Igreja Nossa Senhora de Belém. A história conta que no dia 7 de setembro de 1822, no povoado recém-criado, local onde hoje está a cidade de Guarapuava, o padre Chagas foi chamado para socorrer uma índia que estava doente. Ele tentou socorro indo até Atalaia, onde naquela época habitavam a maioria dos moradores dos campos de Guarapuava. Não foi possível salvar a criança. Como não havia cemitério no novo povoado, somente em Atalaia, o vigário resolveu enterrar a indiazinha Maria, batizada antes de morrer, no largo onde mais tarde foi construída a igreja. Igreja de Nossa Senhora de Belém, 200 anos de história.