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Crônica: O lixo de Luís Fernando Veríssimo
16/09/2009
Autor e Coautor(es)
Autor: Alessandra Fernandes de Azevedo
JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora
Coautor(es):
Maria Cristina Weitzel Tavela
Estrutura Curricular
MODALIDADE / NÍVEL DE ENSINO COMPONENTE CURRICULAR TEMA
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
• Ler, compreender e interpretar o texto.
• Refletir sobre a crítica contida no texto.
• Conhecer as características de uma crônica.
• Analisar o uso dos pronomes de tratamento.
• Produzir um diálogo dando continuidade à história
Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
• Habilidades básicas de leitura;
• Características do gênero textual: crônica
• Uso dos pronomes de tratamento
Estratégias e recursos da aula
• Cópia da crônica “O lixo” de Luís Fernando Veríssimo para os alunos
1ª AULA
Antes de iniciar a leitura da crônica “O lixo” de Luís Fernando Veríssimo, converse com os alunos sobre o
autor, conte um pouco sobre sua a vida e sua obra. Você encontra informações sobre o autor no
site: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp
É interessante também levar para sala de aula alguns livros do autor, que podem ser selecionados na
biblioteca da escola. Assim, os alunos poderão depois levá-los para casa e se deliciarem com as
divertidas crônicas de Veríssimo.
Depois, escreva no quadro o título da crônica “O lixo” e faça um levantamento de hipóteses com os
alunos sobre o que este texto tratará. Anote no quadro as hipóteses dos alunos.
Em seguida, distribua o texto e peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa. Escolha dois alunos
para representarem os personagens da crônica e um para ser o narrador. Observe a entonação e o uso
dos sinais de pontuação.
PROFESSOR: Saiba um pouco mais sobre o gênero:
O gênero textual crônica (Heloisa Amaral* )
A palavra “crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega “khrónos”, que significa tempo. De
khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra “chronica”, para
designar o gênero que fazia o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa seqüência
cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos. Como se comprova pela origem de seu
nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo
do tempo. Justificando o nome do gênero que escreviam, os primeiros cronistas relatavam,
principalmente, aqueles acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis,
imperadores, generais etc.
A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da
imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de
fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a
registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em
revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as
crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de
sua época, publicando-as em veículos de grande circulação.
Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um
ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm esse tom chegam a
se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta
características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as
crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os
autores por terem vivido experiências semelhantes.
As características atuais do gênero, porém, não estão ligadas somente ao desenvolvimento da imprensa.
Também estão intimamente relacionadas às transformações sociais e à valorização da história social, isto
é, da história que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os das
grandes figuras políticas ou militares. No registro da história social, assim como na escrita das crônicas,
um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano.
Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira
pessoa, quase sempre como quem conta um ca so, em tom intimista. Ao narrar, inse rem em seu texto
trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas.
Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os autores os
envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humorística, outras
de modo mais sério, outras com um jeito poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à
literatura.
Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da escrita com
outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por conta do uso
de linguagem coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”. Ao
registrar a obra de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críticos vêem em seus romances
como as verdadeiras obras de arte e as crônicas como produções de segundo plano. Essa classificação
como gênero literário menor não diminui sua importância. Por serem breves, leves, de fácil acesso,
envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso aos
romances.
No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever
crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que
sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances.
Os cronistas, atualmente, são numerosos e costumam ter, cada um deles, seus leitores fiéis. Hoje, os
cronistas nem sempre são romancistas que escrevem crônicas para garantir sua sobrevivência. Há
aqueles que vêm do meio jornalístico ou de outras mídias, como rádio e TV. Por isso, a publicação do
gênero também ocorre em meios diversificados: há cronistas que lêem suas crônicas em programas de
TV ou rádio e outros que as publicam em sites na internet.
Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos
em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente,
diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam
por encaixar-se em três grandes grupos de crônicas: as poéticas, as humorísticas e as que se aproximam
dos ensaios. Estas últimas têm tom mais sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de
grande importância cultural.
*Heloísa Amaral é mestre em educação, autora do Caderno do Professor - Orientação para produção de
textos - Pontos de vista
Fonte: http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=942
TEXTO
O lixo
Luís Fernando Veríssimo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo.
Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tin ha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é
propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se
integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?»
Fonte: http://7leitores.blogspot.com/2008/07/o-lixo-luis-fernando-verssimo.html
2ª AULA:
Após a leitura coletiva, entregue aos alunos atividades referentes ao texto. Segue abaixo uma sugestão
de atividade.
1) Preencha o quadro abaixo:
Título
Assunto
Personagens
Gênero textual
Autor
Fonte
PARA CONHECIMENTO DO PROFESSOR
Observação:
Gênero (textual, de texto, discursivo, do discurso)
Trata-se de textos orais ou escritos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros
textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos
característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilo concretamente realizados por
forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Os gêneros constituem uma listagem aberta, são
entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações tais como: sermão,
carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportage m jorna lística, aula expositiva, notícia
jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante,
resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, c onferência, e-mail, b ate-papo por
computador, aul as virtuais e assim por diante. Como tal, os gêneros são formas textuais escritas ou orais
bastante estáveis, histórica e socialmente situadas.
Fonte: http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=181&Itemid=60
2) A crônica é um gênero textual que traz, explícita ou implicitamente, uma crítica a algum aspecto da vida
em sociedade. Em relação à crônica “O lixo” , de Veríssimo, qual a crítica presente?
3) Onde aconteceu o primeiro encontro dos personagens?
4) No início do diálogo, os personagens se cumprimentam e, em seguida, iniciam uma conversa.
a) Qual é a forma de tratamento usada por eles?
b) Que palavra representa essa forma de tratamento?
5) A conversa entre os personagens continua. A senhora do 610 diz: “Me chame de você”.
a) Qual foi a mudança ocorrida quanto a forma de tratamento?
b) Qual a palavra que aponta para essa mudança?
c) Quanto ao uso do pronome “me” na frase acima, ele está de acordo com a variedade padrão ou não?
Justifique sua resposta.
4) Qual a estratégia utilizada pela senhora do 610 para saber se o senhor do 612 tem família ou não?
5) Por meio dos objetos jogados no lixo pelos personagens podemos levantar hipóteses quanto à
condição social deles. Qual é a condição social de cada um? Justifique sua resposta com elementos do
texto.
6) Como o senhor do 612 descobriu que a senhora do 610 tinha parentes no Espírito Santo? Quem é o
parente distante da senhora? O que mais ele descobriu sobre essa pessoa (parente)?
7) Em “Isso é incrível!! Como foi que você adivinhou?”, o elemento destacado retoma qual ideia?
8) De acordo com a crônica, os elementos abaixo fazem com que cada personagem chegue a uma
conclusão. Aponte a conclusão a que cada um chegou a partir dos elementos:
a) telegrama amassado:
b) carteira de cigarro amassadas:
c) vidrinhos de comprimidos
d) buquê de flores:
e) palavras cruzadas:
f) fotografia:
9) Em “Você brigou com o namorado, certo?”, o senhor do 612 conclui que a senhora do 610 havia
terminado com o namorado. Descreva os passos do raciocínio do homem para alcançar essa conclusão.
10) Toda a conversa revela um drama muito comum entre os habitantes das grandes cidades. Que drama
é esse?
Avaliação
Produção textual
Releia o final da crônica “O lixo” de Veríssimo:
“- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?”
Escreva um pequeno diálogo dando continuidade deste encontro entre o senhor do 612 e a senhora do
610.

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Crônica1

  • 1. Crônica: O lixo de Luís Fernando Veríssimo 16/09/2009 Autor e Coautor(es) Autor: Alessandra Fernandes de Azevedo JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora Coautor(es): Maria Cristina Weitzel Tavela Estrutura Curricular MODALIDADE / NÍVEL DE ENSINO COMPONENTE CURRICULAR TEMA Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de Dados da Aula O que o aluno poderá aprender com esta aula • Ler, compreender e interpretar o texto. • Refletir sobre a crítica contida no texto. • Conhecer as características de uma crônica. • Analisar o uso dos pronomes de tratamento. • Produzir um diálogo dando continuidade à história Duração das atividades 2 aulas de 50 minutos Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno • Habilidades básicas de leitura; • Características do gênero textual: crônica • Uso dos pronomes de tratamento Estratégias e recursos da aula • Cópia da crônica “O lixo” de Luís Fernando Veríssimo para os alunos 1ª AULA Antes de iniciar a leitura da crônica “O lixo” de Luís Fernando Veríssimo, converse com os alunos sobre o autor, conte um pouco sobre sua a vida e sua obra. Você encontra informações sobre o autor no site: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp É interessante também levar para sala de aula alguns livros do autor, que podem ser selecionados na biblioteca da escola. Assim, os alunos poderão depois levá-los para casa e se deliciarem com as divertidas crônicas de Veríssimo. Depois, escreva no quadro o título da crônica “O lixo” e faça um levantamento de hipóteses com os alunos sobre o que este texto tratará. Anote no quadro as hipóteses dos alunos. Em seguida, distribua o texto e peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa. Escolha dois alunos para representarem os personagens da crônica e um para ser o narrador. Observe a entonação e o uso dos sinais de pontuação. PROFESSOR: Saiba um pouco mais sobre o gênero: O gênero textual crônica (Heloisa Amaral* )
  • 2. A palavra “crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega “khrónos”, que significa tempo. De khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra “chronica”, para designar o gênero que fazia o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa seqüência cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos. Como se comprova pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do tempo. Justificando o nome do gênero que escreviam, os primeiros cronistas relatavam, principalmente, aqueles acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis, imperadores, generais etc. A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação. Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes. As características atuais do gênero, porém, não estão ligadas somente ao desenvolvimento da imprensa. Também estão intimamente relacionadas às transformações sociais e à valorização da história social, isto é, da história que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os das grandes figuras políticas ou militares. No registro da história social, assim como na escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano. Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um ca so, em tom intimista. Ao narrar, inse rem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas. Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os autores os envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humorística, outras de modo mais sério, outras com um jeito poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura. Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da escrita com outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”. Ao registrar a obra de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críticos vêem em seus romances como as verdadeiras obras de arte e as crônicas como produções de segundo plano. Essa classificação como gênero literário menor não diminui sua importância. Por serem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso aos romances. No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances. Os cronistas, atualmente, são numerosos e costumam ter, cada um deles, seus leitores fiéis. Hoje, os cronistas nem sempre são romancistas que escrevem crônicas para garantir sua sobrevivência. Há aqueles que vêm do meio jornalístico ou de outras mídias, como rádio e TV. Por isso, a publicação do gênero também ocorre em meios diversificados: há cronistas que lêem suas crônicas em programas de TV ou rádio e outros que as publicam em sites na internet. Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam por encaixar-se em três grandes grupos de crônicas: as poéticas, as humorísticas e as que se aproximam dos ensaios. Estas últimas têm tom mais sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de grande importância cultural. *Heloísa Amaral é mestre em educação, autora do Caderno do Professor - Orientação para produção de textos - Pontos de vista Fonte: http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=942 TEXTO O lixo Luís Fernando Veríssimo Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam. - Bom dia... - Bom dia. - A senhora é do 610. - E o senhor do 612 - É.
  • 3. - Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente... - Pois é... - Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo... - O meu quê? - O seu lixo. - Ah... - Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena... - Na verdade sou só eu. - Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata. - É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar... - Entendo. - A senhora também... - Me chame de você. - Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim... - É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra... - A senhora... Você não tem família? - Tenho, mas não aqui. - No Espírito Santo. - Como é que você sabe? - Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo. - É. Mamãe escreve todas as semanas. - Ela é professora? - Isso é incrível! Como foi que você adivinhou? - Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora. - O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo. - Pois é... - No outro dia tin ha um envelope de telegrama amassado. - É. - Más notícias? - Meu pai. Morreu. - Sinto muito. - Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos. - Foi por isso que você recomeçou a fumar? - Como é que você sabe? - De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo. - É verdade. Mas consegui parar outra vez. - Eu, graças a Deus, nunca fumei. - Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo... - Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou. - Você brigou com o namorado, certo? - Isso você também descobriu no lixo? - Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel. - É, chorei bastante, mas já passou. - Mas hoje ainda tem uns lencinhos... - É que eu estou com um pouco de coriza. - Ah. - Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo. - É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é. - Namorada? - Não. - Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha. - Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga. - Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte. - Você já está analisando o meu lixo! - Não posso negar que o seu lixo me interessou. - Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia. - Não! Você viu meus poemas? - Vi e gostei muito. - Mas são muito ruins! - Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados. - Se eu soubesse que você ia ler... - Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela? - Acho que não. Lixo é domínio público. - Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
  • 4. - Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que... - Ontem, no seu lixo... - O quê? - Me enganei, ou eram cascas de camarão? - Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei. - Eu adoro camarão. - Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... - Jantar juntos? - É. - Não quero dar trabalho. - Trabalho nenhum. - Vai sujar a sua cozinha? - Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. - No seu lixo ou no meu?» Fonte: http://7leitores.blogspot.com/2008/07/o-lixo-luis-fernando-verssimo.html 2ª AULA: Após a leitura coletiva, entregue aos alunos atividades referentes ao texto. Segue abaixo uma sugestão de atividade. 1) Preencha o quadro abaixo: Título Assunto Personagens Gênero textual Autor Fonte PARA CONHECIMENTO DO PROFESSOR Observação: Gênero (textual, de texto, discursivo, do discurso) Trata-se de textos orais ou escritos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilo concretamente realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. Os gêneros constituem uma listagem aberta, são entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações tais como: sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportage m jorna lística, aula expositiva, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, c onferência, e-mail, b ate-papo por computador, aul as virtuais e assim por diante. Como tal, os gêneros são formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas. Fonte: http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=181&Itemid=60 2) A crônica é um gênero textual que traz, explícita ou implicitamente, uma crítica a algum aspecto da vida em sociedade. Em relação à crônica “O lixo” , de Veríssimo, qual a crítica presente? 3) Onde aconteceu o primeiro encontro dos personagens? 4) No início do diálogo, os personagens se cumprimentam e, em seguida, iniciam uma conversa. a) Qual é a forma de tratamento usada por eles? b) Que palavra representa essa forma de tratamento? 5) A conversa entre os personagens continua. A senhora do 610 diz: “Me chame de você”. a) Qual foi a mudança ocorrida quanto a forma de tratamento? b) Qual a palavra que aponta para essa mudança? c) Quanto ao uso do pronome “me” na frase acima, ele está de acordo com a variedade padrão ou não? Justifique sua resposta. 4) Qual a estratégia utilizada pela senhora do 610 para saber se o senhor do 612 tem família ou não? 5) Por meio dos objetos jogados no lixo pelos personagens podemos levantar hipóteses quanto à condição social deles. Qual é a condição social de cada um? Justifique sua resposta com elementos do texto. 6) Como o senhor do 612 descobriu que a senhora do 610 tinha parentes no Espírito Santo? Quem é o parente distante da senhora? O que mais ele descobriu sobre essa pessoa (parente)? 7) Em “Isso é incrível!! Como foi que você adivinhou?”, o elemento destacado retoma qual ideia? 8) De acordo com a crônica, os elementos abaixo fazem com que cada personagem chegue a uma conclusão. Aponte a conclusão a que cada um chegou a partir dos elementos: a) telegrama amassado: b) carteira de cigarro amassadas: c) vidrinhos de comprimidos d) buquê de flores: e) palavras cruzadas: f) fotografia:
  • 5. 9) Em “Você brigou com o namorado, certo?”, o senhor do 612 conclui que a senhora do 610 havia terminado com o namorado. Descreva os passos do raciocínio do homem para alcançar essa conclusão. 10) Toda a conversa revela um drama muito comum entre os habitantes das grandes cidades. Que drama é esse? Avaliação Produção textual Releia o final da crônica “O lixo” de Veríssimo: “- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei. - Eu adoro camarão. - Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... - Jantar juntos? - É. - Não quero dar trabalho. - Trabalho nenhum. - Vai sujar a sua cozinha? - Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora. - No seu lixo ou no meu?” Escreva um pequeno diálogo dando continuidade deste encontro entre o senhor do 612 e a senhora do 610.