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Contribuição da
   Psicanálise para a
       Educação
   A reflexão da importância da
  psicanálise para a produção e a
transmissão do conhecimento, na
      relação professor-aluno.
"Nenhuma das aplicações
  da psicanálise excitou
    tanto interesse e
    despertou tantas
 esperanças (...) quanto
 seu emprego na teoria e
 na prática da educação"
      (Freud, 1925).
Introdução:
O presente trabalho aborda uma reflexão
 sobre a importância da Psicanálise para a
 Educação, nos aspectos do ensino-
 aprendizagem que envolve o educador e
 o aprendiz em qualquer setor da área
 social, onde o ato de educar se faz
 presente.
A esse ―ato de educar‖ está relacionado o
 desenvolvimento humano e especialmente
 o conhecimento do aparelho psíquico, a
 qual Sigmund Freud baseou-se em sua
 obra.
O Treinamento na Formação Continuada:

• Situa-se   nas   ordens    de    um   saber
  (conhecimento)e      de   um     saber-fazer
  (prática), que em alguns momentos são
  concomitantes, em outros, dissociados.
• No âmbito da educação escolar, este tipo de
  abordagem se reflete no processo de
  aprendizagem dos estudantes: da mesma
  forma em que o professor foi treinado a
  ministrar aulas — o aluno é treinado a ler, a
  escrever, a contar, a fazer contas, a
  memorizar. (Marin – 1995).
Formação do Professor
• A partir de uma análise que nos possibilite refletir
  sobre as ações da formação do professor e em que
  medida podemos caminhar na superação das
  dificuldades encontradas por estes, pela maneira
  como são formados, a educação situa-se no âmbito
  da transmissão.
• ―Esquecem‖ por conseguinte, que essa relação implica
  pelo menos duas pessoas (plano das micro-relações)
  e estas, por sua vez, colocam em jogo aspectos da
  convivência humana sobre os quais não se há controle
  — tratam-se dos elementos que dizem respeito às
  nossas vontades, aos nossos desejos, os quais se
  inscrevem na ordem do inconsciente.
• Ou seja, as relações ensinante e aprendente passam
  a     ser   meros   mecanismos     de    instruções,
  conhecimentos formatados e impostos pelos sistemas.
• De uma forma geral, tais práticas sempre
  localizaram a aprendizagem por parte dos
  aprendizes na ordem de um saber (savoir) e
  de um saber-fazer (savoir-faire).
• O   primeiro    está  relacionado   com  o
  conhecimento em si mesmo, já o segundo
  está relacionado com as capacidades de
  resolução de problemas, utilização de
  materiais, etc.
• Não existe, de imediato, uma preocupação
  com a formação do indivíduo — o que
  Ardoino denomina de saber-ser (savoir-
  être) (Jacques Ardoino, 1971, 1973)
Contribuição da Psicanálise
            Freudiana
• Freud, em suas Novas Conferências afirma que
  o educador jamais deixará de se defrontar com
  a constituição pulsional da criança — que por
  si só já é rebelde. Logo, para que o professor
  possa dar conta de seu trabalho, ele deverá
  ser capaz de “... reconhecer a particularidade
  constitucional do educando, de inferir, a partir
  de pequenos indícios, o que está se passando
  na mente imatura daquele, de dar-lhe a
  quantidade exata de amor e, ao mesmo tempo,
  manter um grau eficaz de autoridade." (Freud,
  1932[1975a],p. 183).
• Isto não significa que o professor deva
  assumir o papel de "analista“ na relação que
  estabelece com seus estudantes, aplicando-
  lhes o método psicanalítico para esclarecer
  o papel do inconsciente em suas vidas
  acadêmicas.
• O que Freud nos sugere é que este
  profissional deva ter uma postura de
  "escuta clínica" para as demandas que seus
  estudantes depositem na relação que
  estabeleçam com ele, postura esta que
  pressupõe uma implicação-distanciamento,
  o que lhe possibilitará estar efetivamente
  co-presente na situação, sem perder sua
  especificidade e sua competência.
Metáfora do Peixe
• Martins (1998) utiliza para entender a relação
  pedagógica a metáfora da "pescaria da
  traíra". A traíra é um peixe que quando morde
  um anzol, nada rapidamente, puxando a linha
  com certa força, tentando se desvencilhar
  daquilo que a prendeu. Se o pescador não
  tiver paciência de trazer o peixe, soltar a
  linha, trazer o peixe, soltar a linha, trazer o
  peixe... quantas vezes forem necessárias,
  corre o risco de perdê-lo.
• Podemos pensar a relação professor e aluno
  a partir dessa imagem, pois o professor, ao
  "fisgar", ou melhor, ao estabelecer um
  vínculo com o aluno, estará sujeito a testes,
  contestações, agressões, projeções, etc.; e
  se não tiver “paciência”, não souber
  assegurar o espaço de expressão para as
  demandas que ali são depositadas, correrá o
  risco de perdê-lo.
• Em termos práticos isto significa, por
  exemplo, deixar a matéria prevista para
  uma aula e enredar-se numa conversa mais
  informal; escutar; abrir-se; negociar, etc
Conclusão
• Como apontamos acima, temos clareza de que o
  papel do professor, não é o de analista
  (Psicanalista), nem de psicólogo, mas este
  profissional pode usufruir dos conhecimentos
  que são desenvolvidos nestas duas áreas — e em
  tantas outras — para compreender um pouco
  melhor as vicissitudes de sua prática.
• Isto não significa, por outro lado, psicologizar,
  mas sim abordá-lo sob as mais diversas
  perspectivas — nos termos de Ardoino,
  multirreferencialmente, o que lhe possibilitará
  pautar sua prática a partir de uma ética que tem
  como princípio básico o respeito e a convivência,
  o múltiplo e o pluri — seja em termos individuais
  ou culturais — assegurando uma convivência no
  espírito da democracia.
Este trabalho foi elaborado por:
   • Aparecida Maria Jordão.
      • Carmélia Calderini.
         • Joana Braga.
     • Vânia Lúcia Rezende.

    Psicanálise e Educação
 Professora Angelina Patacho
        Agosto de 2012

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  • 1. Contribuição da Psicanálise para a Educação A reflexão da importância da psicanálise para a produção e a transmissão do conhecimento, na relação professor-aluno.
  • 2. "Nenhuma das aplicações da psicanálise excitou tanto interesse e despertou tantas esperanças (...) quanto seu emprego na teoria e na prática da educação" (Freud, 1925).
  • 3. Introdução: O presente trabalho aborda uma reflexão sobre a importância da Psicanálise para a Educação, nos aspectos do ensino- aprendizagem que envolve o educador e o aprendiz em qualquer setor da área social, onde o ato de educar se faz presente. A esse ―ato de educar‖ está relacionado o desenvolvimento humano e especialmente o conhecimento do aparelho psíquico, a qual Sigmund Freud baseou-se em sua obra.
  • 4. O Treinamento na Formação Continuada: • Situa-se nas ordens de um saber (conhecimento)e de um saber-fazer (prática), que em alguns momentos são concomitantes, em outros, dissociados. • No âmbito da educação escolar, este tipo de abordagem se reflete no processo de aprendizagem dos estudantes: da mesma forma em que o professor foi treinado a ministrar aulas — o aluno é treinado a ler, a escrever, a contar, a fazer contas, a memorizar. (Marin – 1995).
  • 5. Formação do Professor • A partir de uma análise que nos possibilite refletir sobre as ações da formação do professor e em que medida podemos caminhar na superação das dificuldades encontradas por estes, pela maneira como são formados, a educação situa-se no âmbito da transmissão. • ―Esquecem‖ por conseguinte, que essa relação implica pelo menos duas pessoas (plano das micro-relações) e estas, por sua vez, colocam em jogo aspectos da convivência humana sobre os quais não se há controle — tratam-se dos elementos que dizem respeito às nossas vontades, aos nossos desejos, os quais se inscrevem na ordem do inconsciente. • Ou seja, as relações ensinante e aprendente passam a ser meros mecanismos de instruções, conhecimentos formatados e impostos pelos sistemas.
  • 6. • De uma forma geral, tais práticas sempre localizaram a aprendizagem por parte dos aprendizes na ordem de um saber (savoir) e de um saber-fazer (savoir-faire). • O primeiro está relacionado com o conhecimento em si mesmo, já o segundo está relacionado com as capacidades de resolução de problemas, utilização de materiais, etc. • Não existe, de imediato, uma preocupação com a formação do indivíduo — o que Ardoino denomina de saber-ser (savoir- être) (Jacques Ardoino, 1971, 1973)
  • 7. Contribuição da Psicanálise Freudiana • Freud, em suas Novas Conferências afirma que o educador jamais deixará de se defrontar com a constituição pulsional da criança — que por si só já é rebelde. Logo, para que o professor possa dar conta de seu trabalho, ele deverá ser capaz de “... reconhecer a particularidade constitucional do educando, de inferir, a partir de pequenos indícios, o que está se passando na mente imatura daquele, de dar-lhe a quantidade exata de amor e, ao mesmo tempo, manter um grau eficaz de autoridade." (Freud, 1932[1975a],p. 183).
  • 8. • Isto não significa que o professor deva assumir o papel de "analista“ na relação que estabelece com seus estudantes, aplicando- lhes o método psicanalítico para esclarecer o papel do inconsciente em suas vidas acadêmicas. • O que Freud nos sugere é que este profissional deva ter uma postura de "escuta clínica" para as demandas que seus estudantes depositem na relação que estabeleçam com ele, postura esta que pressupõe uma implicação-distanciamento, o que lhe possibilitará estar efetivamente co-presente na situação, sem perder sua especificidade e sua competência.
  • 9. Metáfora do Peixe • Martins (1998) utiliza para entender a relação pedagógica a metáfora da "pescaria da traíra". A traíra é um peixe que quando morde um anzol, nada rapidamente, puxando a linha com certa força, tentando se desvencilhar daquilo que a prendeu. Se o pescador não tiver paciência de trazer o peixe, soltar a linha, trazer o peixe, soltar a linha, trazer o peixe... quantas vezes forem necessárias, corre o risco de perdê-lo.
  • 10. • Podemos pensar a relação professor e aluno a partir dessa imagem, pois o professor, ao "fisgar", ou melhor, ao estabelecer um vínculo com o aluno, estará sujeito a testes, contestações, agressões, projeções, etc.; e se não tiver “paciência”, não souber assegurar o espaço de expressão para as demandas que ali são depositadas, correrá o risco de perdê-lo. • Em termos práticos isto significa, por exemplo, deixar a matéria prevista para uma aula e enredar-se numa conversa mais informal; escutar; abrir-se; negociar, etc
  • 11. Conclusão • Como apontamos acima, temos clareza de que o papel do professor, não é o de analista (Psicanalista), nem de psicólogo, mas este profissional pode usufruir dos conhecimentos que são desenvolvidos nestas duas áreas — e em tantas outras — para compreender um pouco melhor as vicissitudes de sua prática. • Isto não significa, por outro lado, psicologizar, mas sim abordá-lo sob as mais diversas perspectivas — nos termos de Ardoino, multirreferencialmente, o que lhe possibilitará pautar sua prática a partir de uma ética que tem como princípio básico o respeito e a convivência, o múltiplo e o pluri — seja em termos individuais ou culturais — assegurando uma convivência no espírito da democracia.
  • 12. Este trabalho foi elaborado por: • Aparecida Maria Jordão. • Carmélia Calderini. • Joana Braga. • Vânia Lúcia Rezende. Psicanálise e Educação Professora Angelina Patacho Agosto de 2012