1) O documento discute a geograficidade do ciberespaço, analisando-o como uma nova dimensão da sociedade em rede onde fluxos definem novas formas de relações sociais.
2) É argumentado que, contrariamente à noção de que o espaço é aniquilado pelo tempo no ciberespaço, na verdade é o espaço material que organiza o tempo estruturando a temporalidade de acordo com a dinâmica socioespacial.
3) O ciberespaço é visto como uma expressão material dos avanços da sociedade capital
O documento discute como as cidades estão se tornando cada vez mais integradas com a tecnologia e redes digitais, levando à emergência de conceitos como "cidade inteligente" e "cidade sentiente". Isso trará profundas transformações na forma como as pessoas interagem com o ambiente construído e se locomovem pela cidade. Alguns questionam se isso poderia levar a uma versão do século 21 da cidade fantasma.
O documento discute conceitos como heterotopias, rizomas, hipertextos e abstrações no contexto de ambientes virtuais e redes. Apresenta definições destes termos de acordo com autores como Foucault, Deleuze, Guattari e Lévy, mostrando como eles questionam dicotomias e propõem novas formas de organização do conhecimento.
1) O documento discute teorias sobre mundos possíveis, realidades paralelas e narrativas distribuídas.
2) É analisada a série Lost como um exemplo de mundo possível textual alternativo que conecta diferentes linhas do tempo.
3) As viagens no tempo na ilha de Lost criam anomalias que permitem acessar mundos paralelos.
1. A relação com o saber está mudando rapidamente devido à velocidade do surgimento e renovação dos saberes.
2. Novas tecnologias intelectuais, como bancos de dados e realidade virtual, ampliam as funções cognitivas humanas e permitem a compartilha de conhecimento em rede.
3. Os sistemas de educação precisam se adaptar a esses novos modelos de aprendizado, focando no aprendizado personalizado e cooperativo em rede.
1) A virtualização das relações sociais é um fenômeno crescente com o avanço das tecnologias de comunicação, que permitem novas formas de interação e comunidades online.
2) As redes sociais desempenham um papel importante na virtualização das relações, permitindo que pessoas se conectem e mantenham relacionamentos mediados pela tecnologia.
3) No entanto, questões sobre a autenticidade e transparência surgem nessas novas relações virtuais, à medida que informações sobre identidades e vidas pessoais são
"Performance as Remediation where the concepts of immediacy and hypermediacy ...Telma João Santos
Este documento apresenta uma introdução a um livro sobre arte e remediação. A introdução discute como a remediação permite criar novas obras combinando diferentes mídias e tempos. O livro contém ensaios explorando como a arte e a tecnologia se relacionam através da remediação em várias formas de expressão artística. A introdução também discute a preservação do patrimônio cultural digital no contexto da remediação.
Pierre Lévy é um filósofo francês que estudou as culturas digitais e a internet. Seu livro Cibercultura argumenta que a internet permite novas formas de comunicação global e compartilhamento de conhecimento através de comunidades virtuais, embora o acesso seja desigual. Ele vê potencial para democratizar o acesso ao saber, mas também riscos se a cultura escrita desaparecer.
Os platôs de Deleuze, Guattari e Borges Rodrigo Pires
“O rizoma não é feito de unidades, mas de dimensões, ou antes, de direções movediças. Ele não tem começo nem fim, mas sempre um meio pelo qual ele cresce e transborda” (Deleuze e Guattari).
O documento discute como as cidades estão se tornando cada vez mais integradas com a tecnologia e redes digitais, levando à emergência de conceitos como "cidade inteligente" e "cidade sentiente". Isso trará profundas transformações na forma como as pessoas interagem com o ambiente construído e se locomovem pela cidade. Alguns questionam se isso poderia levar a uma versão do século 21 da cidade fantasma.
O documento discute conceitos como heterotopias, rizomas, hipertextos e abstrações no contexto de ambientes virtuais e redes. Apresenta definições destes termos de acordo com autores como Foucault, Deleuze, Guattari e Lévy, mostrando como eles questionam dicotomias e propõem novas formas de organização do conhecimento.
1) O documento discute teorias sobre mundos possíveis, realidades paralelas e narrativas distribuídas.
2) É analisada a série Lost como um exemplo de mundo possível textual alternativo que conecta diferentes linhas do tempo.
3) As viagens no tempo na ilha de Lost criam anomalias que permitem acessar mundos paralelos.
1. A relação com o saber está mudando rapidamente devido à velocidade do surgimento e renovação dos saberes.
2. Novas tecnologias intelectuais, como bancos de dados e realidade virtual, ampliam as funções cognitivas humanas e permitem a compartilha de conhecimento em rede.
3. Os sistemas de educação precisam se adaptar a esses novos modelos de aprendizado, focando no aprendizado personalizado e cooperativo em rede.
1) A virtualização das relações sociais é um fenômeno crescente com o avanço das tecnologias de comunicação, que permitem novas formas de interação e comunidades online.
2) As redes sociais desempenham um papel importante na virtualização das relações, permitindo que pessoas se conectem e mantenham relacionamentos mediados pela tecnologia.
3) No entanto, questões sobre a autenticidade e transparência surgem nessas novas relações virtuais, à medida que informações sobre identidades e vidas pessoais são
"Performance as Remediation where the concepts of immediacy and hypermediacy ...Telma João Santos
Este documento apresenta uma introdução a um livro sobre arte e remediação. A introdução discute como a remediação permite criar novas obras combinando diferentes mídias e tempos. O livro contém ensaios explorando como a arte e a tecnologia se relacionam através da remediação em várias formas de expressão artística. A introdução também discute a preservação do patrimônio cultural digital no contexto da remediação.
Pierre Lévy é um filósofo francês que estudou as culturas digitais e a internet. Seu livro Cibercultura argumenta que a internet permite novas formas de comunicação global e compartilhamento de conhecimento através de comunidades virtuais, embora o acesso seja desigual. Ele vê potencial para democratizar o acesso ao saber, mas também riscos se a cultura escrita desaparecer.
Os platôs de Deleuze, Guattari e Borges Rodrigo Pires
“O rizoma não é feito de unidades, mas de dimensões, ou antes, de direções movediças. Ele não tem começo nem fim, mas sempre um meio pelo qual ele cresce e transborda” (Deleuze e Guattari).
Reflexões sobre a Comunicação Face a Face / Comunicação Mediada por Computado...Hélder Pereira
Este documento discute as vantagens e desvantagens da comunicação mediada por computador (CMC) em comparação com a comunicação face a face. Ele argumenta que, embora a CMC possa parecer superficial, ela permite novas formas de comunicação global e conectada que podem ser benéficas para a aprendizagem online. A CMC deve ser entendida em seus próprios termos e pode desenvolver interações e dimensões significativas quando usada corretamente no contexto educacional.
O documento discute a obra e ideias do filósofo Pierre Lévy. Ele nasceu na Tunísia, vive na França e leciona no Canadá, estudando os movimentos da tecnociência e inteligência coletiva. Seu livro "O que é o virtual?" explora como a virtualização afeta não apenas a informação, mas também corpos, economia e comunidades, criando novas formas de estar juntos através da internet.
O livro-mãe FLUZZ (2011), de Augusto de Franco foi revisado e deu origem a uma série de nove volumes. Este HIGHLY CONNECTED WORLDS (2012) é o segundo da série.
A internet está revolucionando a comunicação humana. Com ela abrem-se novas formas de intercâmbio de informações, de forma interativa, assíncrona ou síncrona, com significante intimidade mesmo que sem proximidade física. Sendo assim, além do correio eletrônico, a internet abre
canais de diálogo que permitem a conversa simultânea de dezenas de pessoas.
Os serviços de BBS e chat (como o IRC), verdadeiros pontos de encontro online, têm contribuído para a formação de comunidades virtuais. Este trabalho pretende investigar como as pessoas relacionam-se entre si nessas emergentes comunidades.
Subjetividades e identidades múltiplas na era da comunicação digital e das r...62 comunicação
1) O documento discute as subjetividades e identidades múltiplas dos indivíduos na era digital e das redes sociais.
2) Analisa como as mídias e tecnologias influenciam a formação das subjetividades e identidades, citando autores como Negri e Santaella.
3) Discutem conceitos de Foucault sobre como a vigilância e normatização na sociedade moderna produzem indivíduos "doces" com identidades descentralizadas.
O documento descreve as cinco eras tecnológicas de comunicação identificadas por Lúcia Santaella: 1) cultura oral; 2) cultura escrita; 3) cultura impressa; 4) cultura de massas; 5) cultura digital. Santaella argumenta que essas eras coexistem e se relacionam, moldando o sujeito pós-moderno e a escola contemporânea.
1) Pierre Lévy é um filósofo francês especializado em cultura virtual e hipermídia;
2) Sua pesquisa se concentra na virtualização da informação, do conhecimento, da economia e da sociedade causada pela digitalização e internet;
3) Ele desenvolveu o conceito de "árvores do conhecimento" para descrever como a inteligência coletiva é formada a partir da interconexão de saberes individuais.
Os novos mundos altamente conectados do terceiro milênio são aqueles mundos glocais em que fluzz vai sendo desobstruído. Fluzz é obstruído pela centralização das comunicações, mas também por todas as separações que reduzem a interação. Os novos mundos-fluzz são aqueles em que as pessoas podem se comunicar diretamente através de dispositivos móveis e onde surgem novas formas de instituições e organização social emergente.
O documento discute as teorias de vários autores sobre a relação entre tecnologia, comunicação e cidades. Apresenta dados sobre a distribuição e uso de tecnologias de informação e comunicação no Brasil, com foco na região sul e na região metropolitana de Florianópolis.
Hermes cap. 1 - do cavalo de tróia ao wikileaks. os estilhaços do poder no ...claudiocpaiva
O documento discute como o ciberespaço afeta as relações de poder e a cultura contemporânea, mencionando exemplos como Wikileaks. Também aborda como as redes digitais podem promover o empoderamento coletivo, mas também reproduzir desigualdades. Por fim, destaca a importância do debate sobre como a comunicação digital e a tecnologia influenciam a esfera pública e política.
O documento discute a semiótica da cultura aplicada à comunicação. Aborda como as mídias primárias, secundárias e terciárias moldaram a hominização, civilização e o neo-nomadismo respectivamente. Também discute como as imagens exógenas se tornaram dominantes em detrimento das imagens endógenas e como a vida foi para a superfície das imagens.
Jean Baudrillard era um sociólogo e filósofo francês que analisou como a comunicação e tecnologia modernas influenciam a sociedade. Ele argumentou que vivemos em uma hiper-realidade criada pelos meios de comunicação, onde sinais e simulações se tornaram mais reais do que a realidade. Baudrillard também discutiu como a informação excessiva ("infoxicação") afeta as pessoas e como a simulação substitui a representação do mundo real.
O documento discute como a televisão moderna perdeu o silêncio e os planos longos em favor de um ritmo acelerado e constante de imagens e sons. A prática do "zapping" levou a televisão a evitar pausas para manter a atenção do público. Programas também adotam estruturas repetitivas para compensar a falta de tempo para produção, tornando a improvisação parte de um padrão serializado. Isso demonstra como a lógica comercial da televisão prioriza a minimização de riscos sobre a criatividade.
Maakt Internet nonchalante denkers van onze studenten?Patrick Koning
Presentatie over de samenwerking van mediawijsheid & Nederlands binnen het Koning Willem I College en Jeroen Clemens voor het CvI Congres 2016 (Groningen).
SaaSFest 2015 - "Increase New Feature Adoption, Decrease Churn" by Sonciary H...Price Intelligently
Balancing the connection between product, support, and development can be hard enough. Yet, communicating those changes to existing customers for adoption can be even harder. Sonciary Honnoll takes us through how Promoboxx bridges this gap to ensure feature development coincides with real retention improvement in their product.
El documento describe los conceptos básicos de las funciones y gráficas, incluyendo el sistema cartesiano, dominios e intervalos de funciones, continuidad y discontinuidad, puntos de corte con los ejes, y representaciones gráficas de funciones lineales y cuadráticas. Explica cómo construir gráficas de funciones y analizar sus propiedades a través del estudio de intervalos, máximos y mínimos, y continuidad.
The document describes different types of shipping containers used in ports, including standard, open top, ventilated, refrigerated, and high-cube containers. It also outlines the key processes involved in port operations, such as ship clearance, docking, mooring, loading, and unloading of cargo, as well as port installations like warehouses and customs facilities. Key terms related to port operations and cargo handling are also defined, including crates, drums, trucks, and forklifts.
Why Half of You Will Go Out of Business: The Move from Cloud-First to Custome...Price Intelligently
This document discusses the shift from SaaS 1.0 to SaaS 2.0, where companies have moved from prioritizing themselves to prioritizing customers. SaaS 1.0 companies focused on automation and treated people as leads rather than individuals. However, companies like Ford and LEGO that failed to listen to customer needs lost market share, while those like GM that adapted gained customers. The document argues that SaaS companies now need to adopt practices of SaaS 2.0 by seeking customer feedback, treating communication as important as spreadsheets, and demonstrating they are "open for business" through live support.
Creating a "GPS" for Your Business (from Project Request to Success)QuickBase, Inc.
To watch this webinar OnDemand, visit: http://hubs.ly/y0sQY10
A link to the first webinar focused on Gordon's FAST Leadership principles for project execution and delivery is included upon registration.
Gordon Tredgold returns for Part II of our two-part webinar series: "Improving Your Business's Operations and Project Success," to introduce how Intuit QuickBase can act as a "GPS" for your projects by providing real-time performance data to react in a timely manner to achieve the "right" project goals, regardless of function or industry.
Learn how you can utilize Intuit QuickBase to:
- Define KPIs (Key Performance Indicators) for your company's projects
- Prioritize your project portfolio and provide your teams with more focus
- Manage and track day-to-day projects and tasks
- Measure performance to KPI goals
- Provide real-time reporting and transparency
Kirk Trachy, Intuit QuickBase business productivity consultant, will show how you can use QuickBase to streamline and simplify your own end-to-end workflow for greater transparency and accountability and avoid surprises.
About Intuit QuickBase
Intuit QuickBase is a cloud-based workspace for customizable business applications that helps teams work smarter by automating tasks and workflows and delivering real-time insights through visual reports. More than 450,000 business users rely on Intuit QuickBase to improve productivity.
About our speakers
Gordon-Tredgold-Inc100Gordon Tredgold is CEO and Founder of Leadership Principles LLC. Formerly Head of Service Delivery at Germany-based manufacturing company, Henkel, Gordon has 20 years of experience and is a specialist in transformational change, program delivery, operational performance, leadership development and technology implementation. Gordon is a welcomed guest speaker for many notable corporations and organizations such as Accenture and CeBIT and was just named the #1 Leadership Expert to Follow on Twitter.
Kirk Trachy is a QuickBase business productivity consultant who enjoys helping customers work through their most challenging data collection, sharing, reporting and collaboration needs.
Testimonials from the first webinar: Improving Your Business's Operations and Project Success (Click here for OnDemand recording)
"Great webinar. Would like to see how you would automate the princples of FAST in QuickBase."
"Wonderful. Loved the stories. Would like to know how we could improve our transparency using a tool like QuickBase."
Este documento apresenta o plano de ensino de Inglês para alunos do 6o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui objetivos gerais e específicos para os conteúdos dos 2o e 3o bimestres, que abordarão vocabulário relacionado à escola e tipos de moradia respectivamente. As atividades propostas incluem leitura, escrita e discussão em grupo, utilizando diversos recursos didáticos. A avaliação dos alunos considerará participação, desempenho em provas e pesquisas
SAS provides business intelligence software and services to help customers make better, faster decisions. Their solutions include the SAS Enterprise Intelligence Platform for data integration, management, and analysis, as well as industry and line-of-business specific intelligence solutions. SAS aims to give customers the power to access relevant information throughout the enterprise and improve sustainable performance. Independent analysts recognize SAS as a leader in the business intelligence market.
Reflexões sobre a Comunicação Face a Face / Comunicação Mediada por Computado...Hélder Pereira
Este documento discute as vantagens e desvantagens da comunicação mediada por computador (CMC) em comparação com a comunicação face a face. Ele argumenta que, embora a CMC possa parecer superficial, ela permite novas formas de comunicação global e conectada que podem ser benéficas para a aprendizagem online. A CMC deve ser entendida em seus próprios termos e pode desenvolver interações e dimensões significativas quando usada corretamente no contexto educacional.
O documento discute a obra e ideias do filósofo Pierre Lévy. Ele nasceu na Tunísia, vive na França e leciona no Canadá, estudando os movimentos da tecnociência e inteligência coletiva. Seu livro "O que é o virtual?" explora como a virtualização afeta não apenas a informação, mas também corpos, economia e comunidades, criando novas formas de estar juntos através da internet.
O livro-mãe FLUZZ (2011), de Augusto de Franco foi revisado e deu origem a uma série de nove volumes. Este HIGHLY CONNECTED WORLDS (2012) é o segundo da série.
A internet está revolucionando a comunicação humana. Com ela abrem-se novas formas de intercâmbio de informações, de forma interativa, assíncrona ou síncrona, com significante intimidade mesmo que sem proximidade física. Sendo assim, além do correio eletrônico, a internet abre
canais de diálogo que permitem a conversa simultânea de dezenas de pessoas.
Os serviços de BBS e chat (como o IRC), verdadeiros pontos de encontro online, têm contribuído para a formação de comunidades virtuais. Este trabalho pretende investigar como as pessoas relacionam-se entre si nessas emergentes comunidades.
Subjetividades e identidades múltiplas na era da comunicação digital e das r...62 comunicação
1) O documento discute as subjetividades e identidades múltiplas dos indivíduos na era digital e das redes sociais.
2) Analisa como as mídias e tecnologias influenciam a formação das subjetividades e identidades, citando autores como Negri e Santaella.
3) Discutem conceitos de Foucault sobre como a vigilância e normatização na sociedade moderna produzem indivíduos "doces" com identidades descentralizadas.
O documento descreve as cinco eras tecnológicas de comunicação identificadas por Lúcia Santaella: 1) cultura oral; 2) cultura escrita; 3) cultura impressa; 4) cultura de massas; 5) cultura digital. Santaella argumenta que essas eras coexistem e se relacionam, moldando o sujeito pós-moderno e a escola contemporânea.
1) Pierre Lévy é um filósofo francês especializado em cultura virtual e hipermídia;
2) Sua pesquisa se concentra na virtualização da informação, do conhecimento, da economia e da sociedade causada pela digitalização e internet;
3) Ele desenvolveu o conceito de "árvores do conhecimento" para descrever como a inteligência coletiva é formada a partir da interconexão de saberes individuais.
Os novos mundos altamente conectados do terceiro milênio são aqueles mundos glocais em que fluzz vai sendo desobstruído. Fluzz é obstruído pela centralização das comunicações, mas também por todas as separações que reduzem a interação. Os novos mundos-fluzz são aqueles em que as pessoas podem se comunicar diretamente através de dispositivos móveis e onde surgem novas formas de instituições e organização social emergente.
O documento discute as teorias de vários autores sobre a relação entre tecnologia, comunicação e cidades. Apresenta dados sobre a distribuição e uso de tecnologias de informação e comunicação no Brasil, com foco na região sul e na região metropolitana de Florianópolis.
Hermes cap. 1 - do cavalo de tróia ao wikileaks. os estilhaços do poder no ...claudiocpaiva
O documento discute como o ciberespaço afeta as relações de poder e a cultura contemporânea, mencionando exemplos como Wikileaks. Também aborda como as redes digitais podem promover o empoderamento coletivo, mas também reproduzir desigualdades. Por fim, destaca a importância do debate sobre como a comunicação digital e a tecnologia influenciam a esfera pública e política.
O documento discute a semiótica da cultura aplicada à comunicação. Aborda como as mídias primárias, secundárias e terciárias moldaram a hominização, civilização e o neo-nomadismo respectivamente. Também discute como as imagens exógenas se tornaram dominantes em detrimento das imagens endógenas e como a vida foi para a superfície das imagens.
Jean Baudrillard era um sociólogo e filósofo francês que analisou como a comunicação e tecnologia modernas influenciam a sociedade. Ele argumentou que vivemos em uma hiper-realidade criada pelos meios de comunicação, onde sinais e simulações se tornaram mais reais do que a realidade. Baudrillard também discutiu como a informação excessiva ("infoxicação") afeta as pessoas e como a simulação substitui a representação do mundo real.
O documento discute como a televisão moderna perdeu o silêncio e os planos longos em favor de um ritmo acelerado e constante de imagens e sons. A prática do "zapping" levou a televisão a evitar pausas para manter a atenção do público. Programas também adotam estruturas repetitivas para compensar a falta de tempo para produção, tornando a improvisação parte de um padrão serializado. Isso demonstra como a lógica comercial da televisão prioriza a minimização de riscos sobre a criatividade.
Maakt Internet nonchalante denkers van onze studenten?Patrick Koning
Presentatie over de samenwerking van mediawijsheid & Nederlands binnen het Koning Willem I College en Jeroen Clemens voor het CvI Congres 2016 (Groningen).
SaaSFest 2015 - "Increase New Feature Adoption, Decrease Churn" by Sonciary H...Price Intelligently
Balancing the connection between product, support, and development can be hard enough. Yet, communicating those changes to existing customers for adoption can be even harder. Sonciary Honnoll takes us through how Promoboxx bridges this gap to ensure feature development coincides with real retention improvement in their product.
El documento describe los conceptos básicos de las funciones y gráficas, incluyendo el sistema cartesiano, dominios e intervalos de funciones, continuidad y discontinuidad, puntos de corte con los ejes, y representaciones gráficas de funciones lineales y cuadráticas. Explica cómo construir gráficas de funciones y analizar sus propiedades a través del estudio de intervalos, máximos y mínimos, y continuidad.
The document describes different types of shipping containers used in ports, including standard, open top, ventilated, refrigerated, and high-cube containers. It also outlines the key processes involved in port operations, such as ship clearance, docking, mooring, loading, and unloading of cargo, as well as port installations like warehouses and customs facilities. Key terms related to port operations and cargo handling are also defined, including crates, drums, trucks, and forklifts.
Why Half of You Will Go Out of Business: The Move from Cloud-First to Custome...Price Intelligently
This document discusses the shift from SaaS 1.0 to SaaS 2.0, where companies have moved from prioritizing themselves to prioritizing customers. SaaS 1.0 companies focused on automation and treated people as leads rather than individuals. However, companies like Ford and LEGO that failed to listen to customer needs lost market share, while those like GM that adapted gained customers. The document argues that SaaS companies now need to adopt practices of SaaS 2.0 by seeking customer feedback, treating communication as important as spreadsheets, and demonstrating they are "open for business" through live support.
Creating a "GPS" for Your Business (from Project Request to Success)QuickBase, Inc.
To watch this webinar OnDemand, visit: http://hubs.ly/y0sQY10
A link to the first webinar focused on Gordon's FAST Leadership principles for project execution and delivery is included upon registration.
Gordon Tredgold returns for Part II of our two-part webinar series: "Improving Your Business's Operations and Project Success," to introduce how Intuit QuickBase can act as a "GPS" for your projects by providing real-time performance data to react in a timely manner to achieve the "right" project goals, regardless of function or industry.
Learn how you can utilize Intuit QuickBase to:
- Define KPIs (Key Performance Indicators) for your company's projects
- Prioritize your project portfolio and provide your teams with more focus
- Manage and track day-to-day projects and tasks
- Measure performance to KPI goals
- Provide real-time reporting and transparency
Kirk Trachy, Intuit QuickBase business productivity consultant, will show how you can use QuickBase to streamline and simplify your own end-to-end workflow for greater transparency and accountability and avoid surprises.
About Intuit QuickBase
Intuit QuickBase is a cloud-based workspace for customizable business applications that helps teams work smarter by automating tasks and workflows and delivering real-time insights through visual reports. More than 450,000 business users rely on Intuit QuickBase to improve productivity.
About our speakers
Gordon-Tredgold-Inc100Gordon Tredgold is CEO and Founder of Leadership Principles LLC. Formerly Head of Service Delivery at Germany-based manufacturing company, Henkel, Gordon has 20 years of experience and is a specialist in transformational change, program delivery, operational performance, leadership development and technology implementation. Gordon is a welcomed guest speaker for many notable corporations and organizations such as Accenture and CeBIT and was just named the #1 Leadership Expert to Follow on Twitter.
Kirk Trachy is a QuickBase business productivity consultant who enjoys helping customers work through their most challenging data collection, sharing, reporting and collaboration needs.
Testimonials from the first webinar: Improving Your Business's Operations and Project Success (Click here for OnDemand recording)
"Great webinar. Would like to see how you would automate the princples of FAST in QuickBase."
"Wonderful. Loved the stories. Would like to know how we could improve our transparency using a tool like QuickBase."
Este documento apresenta o plano de ensino de Inglês para alunos do 6o ano do Ensino Fundamental. O plano inclui objetivos gerais e específicos para os conteúdos dos 2o e 3o bimestres, que abordarão vocabulário relacionado à escola e tipos de moradia respectivamente. As atividades propostas incluem leitura, escrita e discussão em grupo, utilizando diversos recursos didáticos. A avaliação dos alunos considerará participação, desempenho em provas e pesquisas
SAS provides business intelligence software and services to help customers make better, faster decisions. Their solutions include the SAS Enterprise Intelligence Platform for data integration, management, and analysis, as well as industry and line-of-business specific intelligence solutions. SAS aims to give customers the power to access relevant information throughout the enterprise and improve sustainable performance. Independent analysts recognize SAS as a leader in the business intelligence market.
This document provides definitions of common airplane and flight terminology, including terms for crew members like pilot and stewardess, areas of the plane like the cabin and cockpit, phases of flight like takeoff and landing, potential in-flight issues like turbulence and motion sickness, and safety equipment like oxygen masks and life vests. It also defines emergency situations such as emergency landings, crash landings, and mid-air collisions.
The document appears to be a collection of slides related to David Nuescheler's career and involvement in open source projects. It includes details about his roles and contact information over the years, the history of Adobe Experience Manager and how it relates to open source, and visions for the future of marketing technology and adoption of open standards.
Este documento presenta la revista anual del Centro Educativo Público de Adultos "Alfar". En la introducción, el director da la bienvenida y resume las actividades del curso escolar, incluyendo una fiesta de Navidad, una jornada cultural sobre Madrid que incluyó varias visitas guiadas, y una excursión de final de curso a Valladolid. La revista incluye contribuciones de estudiantes y profesores sobre estas actividades y experiencias personales.
1. O documento discute como as tecnologias de informação e comunicação (TICs) têm ampliado e infiltrado o espaço urbano de maneiras qualitativas e coletivas, criando "realidades e espaços ampliados".
2. As TICs catalisam transformações espaciais e experiências urbanas de três maneiras: excesso de visualidade global, fluxos de informação que estruturam novos territórios, e infiltração total das cidades alterando vivências.
3. Representações do espaço urbano influenciam o pró
Este documento discute o ciberespaço como uma ágora eletrônica contemporânea para interações humanas. A sociedade contemporânea é marcada por incertezas e mudanças nas temporalidades e territorialidades devido à globalização e tecnologias digitais. O ciberespaço permite novas formas de debates públicos e trocas simbólicas na era da informação.
Comunidades virtuais: activismo e militancia num novo espaco publicoInês Amaral
O documento discute como as comunidades virtuais são novos espaços sociais que emergem na internet, permitindo novas formas de ativismo e militância. As comunidades virtuais são agregados sociais baseados em interesses comuns ao invés de território físico. Ferramentas de software social como blogs e wikis facilitam a comunicação e interação nesses novos espaços virtuais.
Este documento discute a colaboração na construção de geotags e territórios informacionais. Apresenta como as mídias locativas permitem novas relações e possibilidades comunicacionais com a mobilidade urbana e como projetos artísticos podem intervir no espaço público através de mapeamentos colaborativos que reapropriam os espaços físicos.
1. O livro busca capturar as implicações mútuas entre as práticas humanas e a forma e espacialidade das cidades, indo além de simples relações de coincidência.
2. As cidades são vistas como sistemas que mediam a experiência humana do mundo e do Outro, moldando profundamente a percepção social.
3. O autor argumenta que há entrelaces profundos entre cidade e sociedade que revelam as contradições e fissuras desta última, e busca compreender essas relações não contingenciais.
Hermes cap. 4 - walter benjamin e a imaginação cibernéticaclaudiocpaiva
1) O documento discute as ideias de Walter Benjamin e como elas podem ajudar a entender a cultura contemporânea na era digital.
2) Benjamin acreditava que as imagens do passado podem despertar e atualizar o presente, melhorando a experiência humana.
3) A internet pode ser um meio para compartilhamento e despertar coletivo, mas também traz desafios como a disseminação da violência global.
O documento descreve uma atividade complementar de sociologia para alunos do 9o ano. A atividade aborda os temas da cibercultura, ciberespaço, redes sociais e inteligência coletiva, analisando como essas influenciam as transformações sociais. O objetivo é complementar o ensino e aprendizagem sobre os processos de globalização e suas consequências para a juventude.
O documento descreve uma atividade complementar de sociologia para alunos do 9o ano. A atividade aborda os temas da cibercultura, ciberespaço, redes sociais e inteligência coletiva, bem como os impactos do cyberbullying. O objetivo é complementar o ensino e aprendizagem sobre esses tópicos relacionados ao processo de globalização.
O documento discute 15 pontos essenciais sobre cibercultura, incluindo: (1) a definição de cibercultura e como ela emerge da relação entre sociedade, cultura e novas tecnologias; (2) a nova configuração espaço-temporal causada pelas tecnologias digitais; e (3) as novas práticas comunicacionais na cibercultura como e-mail e chats.
1) O documento discute como as ideias de Walter Benjamin sobre experiência e comunicação podem iluminar a realidade virtual e a cibercultura.
2) Benjamin acreditava que a experiência se baseia na memória coletiva e nas imagens do passado, e a Internet pode despertar e compartilhar experiências de forma semelhante.
3) No entanto, a Internet também traz desafios como integrar os excluídos e debater a nova ordem da informação globalizada.
Este documento discute as relações entre o corpo, identidade e avatar no contexto dos jogos digitais e da cibercultura contemporânea. O autor argumenta que os jogos permitem novas formas de experiência corporal através da criação e customização de avatares, expandindo nossas noções de identidade.
A Sociedade em Rede caracteriza-se por uma sociabilidade assente numa dimensão virtual possibilitada pelas novas tecnologias, transcendendo tempo e espaço. Ela encontra-se vinculada ao nosso quotidiano através da internet, que permite ler notícias, comunicar, pesquisar e partilhar conhecimento em tempo real. A Sociedade em Rede revela uma vivência social diferente através da partilha de ideias independentemente da localização física.
O documento discute como blogs íntimos representam processos de identificação e subjetivação no ciberespaço. Analisa como as novas tecnologias transformaram as interações sociais e a cognição, e como blogs permitem a expressão do eu em diálogos mediados. Aborda também como a perspectiva psicanalítica e da Análise do Discurso Francesa compreendem a identidade como fluida e constituída pelo outro através da linguagem.
O documento discute o conceito de cibercultura, definido como as comunidades que se formam no espaço virtual e ampliam o uso da internet. A cibercultura influencia a dinâmica política, social, econômica e filosófica dos indivíduos conectados e como eles interagem. Surgiu da relação entre tecnologia e modernidade, buscando dominar o mundo por meio de dados digitais e novas formas de sociabilidade.
IDENTIDADE VIRTUAL NA ERA DO COMPARTILHAMENTOMichelle Ferraz
Este artigo discute a relação entre o compartilhamento em redes sociais e a construção da identidade no ambiente virtual. Argumenta-se que as pessoas compartilham para se expressarem e serem compreendidas, além de buscarem sociabilidade. Também explora como a identidade se tornou fluida e múltipla na era digital, conforme a teoria pós-moderna.
A @migração para o ciberespaço - a dimensão social dos mundos virtuaisInês Amaral
Este documento discute a migração das pessoas para os mundos virtuais online, onde estudam, trabalham e interagem socialmente. Explora como esses espaços virtuais emergem como novas formas de relações e práticas sociais, e como isso reformula os conceitos de território, identidade e esfera pública. Também diferencia entre jogos, mundos virtuais e mundos virtuais habitados, destacando como estes últimos se tornaram espaços para debate, ativismo, educação e comércio.
O documento discute a evolução histórica das formas de comunicação humana, desde as pinturas rupestres até as modernas tecnologias de comunicação. Apresenta como os humanos comunicavam no passado através de sinais de fogo, tambores, pombos-correio e escrita, e como as novas tecnologias revolucionaram a comunicação. Também discute como a revolução da informação está a mudar o espaço geográfico através do crescimento de cidades, fluxos globais de informação e a emergência de uma economia
O documento discute a emergência da cibercultura e da mobilidade ubíqua em conectividade com o ciberespaço e as cidades. A cibercultura é definida como a cultura contemporânea estruturada pelas tecnologias digitais em rede, caracterizada pela produção de linguagens e signos mediados digitalmente e pela liberação do polo de emissão, permitindo que as pessoas produzam e distribuam conteúdo de forma global. As novas tecnologias reconfiguram as sociedades de forma social, cultural, econô
As Formas Comunicativas Do Habitar Em Rede Okwanessaps
O documento discute as formas comunicativas do habitar ao longo da história e como elas têm sido moldadas pelas revoluções comunicativas. Ele descreve três tipos de habitar: empático, mediado pela escrita; exotópico, influenciado pela reprodução técnica da paisagem; e atópico, definido pelas interações em redes digitais e fluxos de informação. O habitar atual é influenciado pelas interfaces tecnológicas e ecossistemas artificiais criados em mundos virtuais e realidades expandidas.
O documento discute a mobilidade em três dimensões - física, informacional e do pensamento - e como a cultura da mobilidade evolui historicamente, atualmente sendo virtualizada por redes e dispositivos móveis. A mobilidade produz espaços de fluxo e lugares através da espacialização nas mídias, que expandem nosso sentido de lugar e identidade.
Semelhante a A dimensão socioespacial do ciberespaço (20)
1. A dimensão socioespacial do ciberespaço: uma nota
Prof. Dr. Carlos Alberto F. da Silva
Departamento de Geografia da UFF
Profª. Msc. Michéle Tancman Candido da Silva
Fundação CECIERJ
Introdução
Nas três últimas décadas, a Geografia tem sido marcada por uma forma peculiar de operacionalizar a
complexidade da sociedade. Da prática humana emergiu o modo materialista de analisar o objeto de estudo do
geógrafo. A influência marxista acredita ser necessário pensar as relações sociais em termos de suas conexões
com o tempo e o espaço.
A concepção materialista e dialética concebe o tempo e espaço como formas peculiares da existência da
matéria em movimento. Desse modo, a materialidade social só existe no tempo e no espaço. A matéria em
movimento é a base de tudo que existe no mundo. Ela é também a realidade objetiva, existindo fora de nossa
consciência e nela se refletindo. Há uma impossibilidade da existência do tempo sem o espaço. Os dois estão
ligados aos aspectos de sua coexistência e mutação.
A desenfreada aceleração tecnológica deste final de século tem procurado alterar essa concepção materialista
do espaço, a partir de uma "queima do espaço e da experiência de um tempo em intensificação". É o que
Harvey (1993) chama de compressão espaço-temporal. A velocidade dos media eletrônicos instaura uma nova
forma de experienciar o tempo, substituindo a noção de tempo-duração por tempo-velocidade e a
instantaneidade das relações sociais. O tempo advindo das novas tecnologias eletrônico-comunicacionais é
marcado pela presentificação, ou seja, pela interatividade on-line, fato constatado nas tecnologias de
telepresença em tempo real que alteram nosso sentido cultural de tempo e espaço.
Na verdade, há toda uma falácia de que o espaço geográfico, enquanto expressão material das práticas sociais
no seu contínuo movimento de transformação, perde importância diante da revolução da telemática. Alguns
autores sugerem o fim da geografia, afirmando que se toda prática social é acompanhada por uma grafia
deixada no espaço, o domínio das relações sociais via imagens em tempo real tende a abolir o espaço.
Entretanto, a concepção materialista da sociedade sugere a impossibilidade de existência do tempo sem o
espaço e a matéria em movimento. Acreditamos que qualquer alteração nos sistemas de interação social será
sempre precedida por uma materialidade espaço-temporal representativa de um movimento de mutação e
permanência de uma forma específica de sociabilidade.
É neste sentido que entendemos o ciberespaço. Para nós, o ciberespaço é uma dimensão da sociedade em rede,
onde os fluxos definem novas formas de relações sociais. Ao contrário do censo comum em torno do
aniquilamento do espaço pelo tempo, parece-nos que, tal como afirma Castells (1999, p.490), é o espaço
material que organiza o tempo, "estruturando a temporalidade em lógicas diferentes e até contraditórias de
acordo com a dinâmica socioespacial". Entretanto, se o espaço material organiza o tempo, a emergência de um
tempo-real das redes comunicacionais colabora para uma sensação de aniquilamento do espaço pelo tempo, na
forma de um espaço virtual. De um modo geral, podemos dizer que o tempo-real também implica a
2. organização de novas relações sociais que se expressam na formação de um espaço virtual e na reestruturação
do espaço concreto preexistente, provocando intenso processo de inclusão e exclusão de lugares e pessoas na
rede.
Neste estudo, o ciberespaço será analisado enquanto um conjunto de diversas redes comunicacionais
informatizadas, tais como a Internet, Kidsphre, Zamir etc. O espaço de fluxos de imagem, som, informação e
de socialidade definido pelo ciberespaço expressa uma "organização material das práticas sociais de tempo
compartilhado que funciona por meio de fluxos" (Castells, p.436). Cabe apenas lembrar que tais redes não
estão somente no espaço de fluxos. De acordo com Levy (1993, p.26), elas constituem o próprio espaço.
Se o ciberespaço é parte integrante da sociedade contemporânea, logo é uma realidade que a Geografia deve
buscar compreender, enquanto uma nova forma de materialização dos avanços da sociedade capitalista. Neste
sentido, o artigo em tela procura dar uma contribuição acadêmica, ao responder à seguinte questão: Qual é a
geograficidade do ciberespaço, visto que o espaço geográfico é normalmente entendido como uma forma
territorial de organização material da sociedade? Para tanto, a análise estará assentada nas discussões teóricas
sobre a cidade real e cidade eletrônica enquanto expressão de uma nova totalidade social imposta pelas
tecnologias comunicacionais. No final, buscaremos elucidar alguns aspectos do ordenamento implícito nas
cidades eletrônicas como extensão virtual da cidade concreta e real. Enfim, não pretendemos alcançar uma
resposta conclusiva sobre o tema, e sim possibilitar a abertura de um canal de discussão sobre a temática
proposta.
A geograficidade do ciberespaço
Giddens (1994), ao analisar as consequências da modernidade no final do século XX, apresenta um conceito
importante para nossa análise. Para ele, os avanços tecnológicos da sociedade moderna têm permitido um
distanciamento progressivo dos indivíduos de suas referências de tempo e espaço, chamado de "desencaixe".
Hoje em dia, na rede telemática, o tempo tem se esvaziado e perdido, cada vez mais, relação com a experiência
prática da vida dos homens num determinado lugar. O espaço concreto cria seu oposto, o espaço virtual, e
novas formas de contatos interpessoais. Baseado nestas concepções de tempo e espaço, o desencaixe seria o
deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através de extensões
indefinidas de tempo-espaço. Daí emerge o que denominamos de ciberespaço, isto é, um dos processos
contemporâneos de desencaixe, promovido pela telemática.
Quando se fala em ciberespaço é comum pensar em algo que não nos é palpável, imaterial, um lugar distante de
nossa realidade, onde relações sociais, culturais, econômicas ao se estabelecerem se fazem no imaginário, "algo
de outro mundo", um ambiente futurístico, um divertido desenho animado dos Jetsons. Essa é uma visão
idealista do tempo e do espaço. Algumas tentativas de explicar o ciberespaço esbarram numa postura idealista,
com todos os seus matizes, ou seja, procuram negar a realidade objetiva do espaço como forma de existência da
matéria.
Um dos principais filósofos idealistas, partidário de uma concepção subjetiva do espaço e do tempo, foi
Emanuel Kant. Para ele, tempo e espaço eram duas formas de representação sensitiva, ou seja, uma forma de
contemplação dos sentidos. No entanto, o ciberespaço não é somente uma sucessão de imagens e sensações
3. experienciadas pelo indivíduo que teleinterage com a máquina, a fim de manter contatos com um "mundo
mágico", é também uma nova expressão material dos avanços da sociedade contemporânea.
Mas que mundo é este que muda a nossa noção de tempo e espaço?
Willian Gibson (1991), em seu livro "Neuromancer", foi o primeiro autor a utilizar o termo para designar este
ambiente artificial, onde dados e relações sociais trafegam (ou navegam?) indiscriminadamente. Para ele, o
conceito de ciberespaço é o de um espaço não físico ou territorial no qual uma alucinação consensual pode ser
experimentada diariamente pelos usuários. O ciberespaço é a "MATRIX", uma região abstrata invisível que
permite a circulação de informações na forma de imagens, sons, textos etc. Este espaço virtual está em vias de
globalização planetária e já constitui um espaço social de trocas simbólicas entre pessoas dos mais diversos
locais do planeta.
Cabe lembrar que a dinâmica imaterial do ciberespaço é apoiada no avanço das forças produtivas do sistema
capitalista, na sua busca incessante de aumentar a velocidade de rotação do capital e das transações mercantis e
financeiras em escala planetária e é também resultante das tecnologias voltadas para a Guerra, como a Internet.
Para tanto, todo um investimento em tecnologia de informação se apresenta. As grafias deixadas pelas técnicas
no atual estágio de produção social do espaço se expressam nos sistemas de satélites, cabos de fibra ótica,
teleportos, redes de computadores com inovações constantes em softwares, hardwares etc.
Atualmente, o ciberespaço pode ser compreendido a partir de duas perspectivas: 1) como via expressa de
informação através da conexão de computadores em rede e 2) como realidade virtual.
Para que se possa ter acesso à via expressa de informação, é necessário que sejam estabelecidas as "condições
ambientais" do ciberespaço. O ambiente construído é a expressão material que permite conexão com um novo
sistema de relações sociais. Tais condições só nos são possíveis a partir de um arranjo espacial que inclui o
computador, monitor, teclado, mouse, linha telefônica, provedor de acesso, redes telemáticas e outros meios
eletrônicos capazes de nos conectar com o ciberespaço. Estas formas estáticas, aos quais estamos fisicamente
ligados, nos transportam, através da virtualidade, para um mundo onde prevalecem as nossas sensações. A
experiência de tempo e espaço não existe "nas coisas visíveis do ciberespaço", mas aparece somente na zona do
subjetivo. Desse modo, o ciberespaço é uma veleidade, no sentido de abrir alguma possibilidade de enfoque
idealista da materialidade social da sociedade moderna.
Para que possamos prosseguir se faz necessário esclarecer o que entendemos por "realidade virtual". Trata-se,
claramente, de uma revolução. Uma alteração radical na forma de conceber o tempo e o espaço, e mesmo os
relacionamentos. Segundo Pierre Levy (1996, p.16)," o virtual não se opõe ao real e sua efetivação material,
mas sim ao atual". Filosoficamente, o virtual é entendido como o que existe em potência e não em ato. O
virtual é extensão do real, ou seja, é um real latente. As imagens virtuais fazem mediação da realidade. O
tempo instantâneo e o espaço virtual são os novos vetores que se inserem e se articulam ao ambiente construído
pela sociedade em rede telemática.
O ciberespaço é, então, um ambiente que permite inúmeras possibilidades do mundo real. O mundo virtual
caracteriza-se não propriamente pela representação, mas pela simulação. Esta simulação é ,na verdade, apenas
4. uma das possibilidades do exercício do real. Desse modo, podemos afirmar que o ciberespaço não está
desconectado da realidade.
No ciberespaço o espaço de fluxos realiza um processo de desmaterialização das relações sociais conectadas
em rede. O que antes era concreto, palpável e material adquire uma dimensão imaterial na forma de impulsos
eletrônicos. Ao mergulhar no ambiente do ciberespaço, o usuário experimenta uma sensação de "abolição do
espaço" e circula em um território transnacional, desterritorializado, no qual as referências de lugar e caminhos
que ele percorre para se deslocar de qualquer ponto a outro modificam-se substancialmente.
Na rede do ciberespaço surgem pontos de fixação de relações sociais acessados por uma chave eletrônica.
Quando enviamos uma correspondência por e-mail, ou visitamos um determinado site ou link, desconhecemos
o caminho ou rota pelo qual se realiza o encontro. À guisa de exemplificação, podemos dizer que ao enviar um
e-mail do Rio de Janeiro para Niterói, não sabemos qual é a infovia percorrida. Não podemos descrever a
paisagem pela qual a comunicação percorre. Os provedores de acesso são inúmeros, podemos até imaginar que
para sair do Rio de Janeiro e chegar a Niterói o percurso possa ser via São Paulo. Logo, as referências de lugar
desaparecem.
Estamos, então, diante do debate entre lugar e "não-lugar" (Marcondes Filho: 1996, p.146-7). O lugar
normalmente é associado a uma materialidade definida por relações simbólicas, míticas, identitárias e históricas
do grupo social que ali reside. O não-lugar, por sua vez, seria marcado por uma relação com o espaço sem tais
pressupostos (Augé:1994, p.73-77). Como exemplo de não-lugar, Augé inclui os lugares de passagens, de não
fixação e da ausência de identidade sentida pelas pessoas que os frequentam, tais como os aeroportos,
shopping-centers, autoestradas etc. No ciberespaço, o não-lugar é caracterizado como passagem e momento de
fixação de uma consciência individual e solitária assentada em relações identitárias que o usuário da rede
constrói, em sua memória, diante da tela do computador e dos movimentos de imagens aí registrados. Esse
lugar, que propomos chamar de "lugar virtual", diverge da definição de Augé, pois na rede é possível uma
relação de convivência de pessoas, produzindo identidades expressas nas tribos eletrônicas. Temos, portanto,
um novo referencial do espaço vivido enquanto produto das relações humanas mediatizadas pela revolução
telemática, impondo novas formas de pertencimento destituídas da materialidade dos lugares, tal qual até então
concebemos. Ou seja, na rede o indivíduo pode pertencer a um lugar que não existe, já que este se apresenta
como simulacro.
Embora possa ser esvaziado de afetividade e sem história, esse "lugar" dá sentido a um tipo de relação social
através de uma localização virtual cujo acesso é via chave eletrônica, ou seja, de um endereço (www, @, FTP,
ICQ, etc) que identifique o domínio de onde o usuário está inserido. De acordo com Cardoso (1997), tal
conexão difere do uso de um telefone ou fax, visto que na localização virtual as locações são materialmente
indeterminadas.
As características do "lugar virtual" residem na territorialidade, imaterialidade, tempo-real e interatividade.
Tais aspectos possibilitam relações sociais simultâneas e acesso imediato a qualquer parte do mundo,
inaugurando uma nova percepção do tempo e das relações sociais.
5. É no anonimato do "lugar virtual" que se experimenta solitariamente uma nova sociabilidade. O viajante pode
caminhar por diversas infovias até encontrar o grupo ou tribo com que mais se assemelha, ou informações. Ao
encontrar sua tribo, o indivíduo fixa-se neste endereço eletrônico e passa a experienciar e compartilhar de um
lugar simbólico e marcado por relações de pertencimento de caráter ideológico, afetivo, sexual ou racial.
Por que o ciberespaço tem atraído tanto a info-sociedade, ou seja, os grupos de pessoas conectadas em redes de
comunicação via telemática? Acreditamos que as comunidades virtuais estão atreladas a uma nova
efervescência social construída a partir do anonimato. No ciberespaço, as pessoas são capazes de interagir sem,
no entanto, necessitar divulgar sua identidade. É possível adquirir múltiplas faces, utilizar diferentes máscaras e
revelar os seus desejos mais íntimos. Ser o que se gostaria de ser no "mundo real" e o que não se é devido às
leis sociais.
Logo, o ciberespaço possibilita a emergência de uma socialidade que se contrapõe a uma sociabilidade do
mundo real. Para Michel Maffesoli (1984), a socialidade é um conjunto de práticas quotidianas que escapam ao
controle social rígido e, ao mesmo tempo, um verdadeiro substrato de toda vida em sociedade. De acordo com
Lemos (1998, p.2), a socialidade do ciberepaço é uma forma de contracultura. Diversas tribos eletrônicas
buscam uma maneira não convencional de ser ou pertencer a um imaginário coletivo no qual as pessoas
compartilham suas ideologias, fantasias e anarquias. Este imaginário coletivo pode tomar diferentes formas e
criar grandes movimentos de massa com uma força capaz de definir revoluções políticas e econômicas a ponto
de interferir diretamente na realidade de um espaço concreto, real. Como exemplo, podemos citar os grupos de
hackers que atacam sistemas de defesa e financeiros e a formação de grupos de solidariedade que buscam
interferir em diversos momentos da vida política e econômica de um país em escala global, bem como defender
apoio a diversas territorialidades como as dos seringueiros e índios da Amazônia brasileira. A sociabilidade,
por sua vez, caracteriza-se por relações institucionalizadas e formais de uma sociedade, isto é, uma maneira
convencional de "estar em sociedade", de pertencer a uma determinada sociedade (Maffesoli, 1984). A
comunicação entre os integrantes de um grupo de pessoas reside na utilização de um conjunto de simbologias
pré-determinadas. As relações de sociabilidade, às vezes, retratam um "ser" artificial, estereotipado enquanto a
socialidade retrata o ser como ele é.
A socialidade eletrônica incide diretamente na pós-modernidade, provocando uma transformação do caráter
social em função dos novos tempos e uma nova agregação social. É nela que os valores tribais se socializam e
crescem para o conjunto do corpo social; é uma identificação e união das "consciências iguais", criando
solidariedade e cumplicidade. A tribo envolve um caráter ativista, de uma sociabilidade perdida. Muitas das
tribos existentes no ciberespaço são grupos de minorias no mundo real, que devido à exclusão social se sentem
renegados a uma falsa identidade na sociedade formal. O isolamento do mundo real via Internet encontra
compensação e reforços nas infinitas possibilidades de trocas e de interações em diferentes níveis nas
comunidades virtuais. Não se pode dizer que o computador isola o indivíduo, muito pelo contrário, ele permite
toda essa inserção no mundo virtual. Desse modo, muitas tribos têm sido criadas, algumas bem conhecidas
como os Pherakes (piratas do telefone), os Hackers (a elite da informática), os crackers (cyberpunks - a versão
negra dos Hackers), os Ravers e Zippies (herdeiros da contracultura dos anos 70), estes últimos particularmente
interessantes porque utilizam o que os seus primos hippies deixaram de lado como inimigo: a tecnologia. Os
ciber-rebeldes expressam todo o seu cotidiano utilizando formas de descarregar um vitalismo, para melhor ou
6. para pior, e, ultimamente, há tribos que disseminam pedofilia, neonazismo, anarquismo, terrorismo, tráfico de
drogas, ONGs, homossexualismo, ajuda comunitária etc.
A socialidade eletrônica simula a via do real e caracteriza-se pela inexistência do face-a-face, permitindo mais
fôlego para que a sociedade possa investir na sua individualidade. A sua existência deixa marcas no nosso
cotidiano e no local onde vivemos. Os usuários da rede estão modificando os seus hábitos pessoais e a forma de
interação com a cidade onde moram. Segundo Virilio (1993), a velocidade na rede é igual ao divórcio social e a
tendência na cidade real é dessocializar, provocando uma diminuição do universo socializante real. Fica claro
então que na rede a sociabilidade se transfere, se desenraíza do solo para virar uma socialidade eletrônica que
não utiliza diretamente o espaço concreto. O social que sempre foi vinculado a um território, a um espaço onde
as pessoas se localizam, pode passar a um campo abstrato (não-lugar, chave eletrônica) mas que se reveste de
uma forma concreta na vida das pessoas.
É neste espaço que encontramos pluralidade e complexidade. É visível que os ideais da modernidade estão
dando vazão a valores alternativos. Além do anonimato, busca-se no ciberespaço um grande desejo de não estar
só. Esta possibilidade real do ciberespaço também está associada, além de muitos outros fatores, ao medo da
violência urbana, à possibilidade de encurtamento das distâncias, ao poder "estar" em diversos "locais" ao
mesmo tempo, desafiando qualquer lei da física conhecida por nós até hoje.
É importante também mencionar que no cotidiano de uma cidade, as pessoas não têm tanta disponibilidade de
se dedicar a uma conversa de alguns minutos face a face. É cada vez menos possível dispor de tempo para
investir em relacionamento futuro. No ciberespaço acontece o contrário. Quando entramos num bate-papo na
rede dedicamos integralmente o nosso tempo frente à tela do computador e aos nossos relacionamentos
virtuais, às nossas tribos.
De acordo com Levy (1996), o ciberespaço é um meio onde será possível se consolidar a tecnodemocracia, ou
seja, uma nova formação política onde a tecnologia da eletrônica tornará viável o desenvolvimento de
comunidades inteligentes capazes de se autogerir. A autogestão estará ligada aos grupos que se formariam
através das preferências individuais, dando origem a territórios imaterializados. O grande perigo é que,
atualmente, existe um pequeno grupo de pessoas privilegiadas que detém a "senha de acesso" à tecnologia de
informação. Logo, o ciberespaço faz surgir sociedades marginalizadas, os info-excluídos. A era tecnológica
cria ou recria uma nova divisão social, uma redistribuição de saberes, poderes, dois mundos que se separam de
acordo com a participação ou não na telemática.
O ordenamento das telecidades no ciberespaço
A análise da sociedade moderna até aqui desenvolvida sugere que estamos diante de um nova forma de
produção social do espaço. Curioso é que a concepção materialista da geograficidade, desta virada de século,
apresenta um sistema de relações sociais, expressas no ciberespaço, no qual o tempo real-instantâneo é um
tempo sem tempo e a nova cotidianidade é destituída de espaço e matéria. A imagem-fluxo, a presentificação, a
realidade virtual e as diversas possibilidades de comunicação on-line sugerem um novo ambiente, que alguns
chamam de cidade eletrônica ou cidade digital, derivada das redes comunicacionais e informáticas.
7. Tais redes são o suporte estrutural para a duplicação da cidade real nas redes, a que Virilio (1993) chamou de
telecidades. A cidade eletrônica é resultado de um conjunto de máquinas que interagem simultaneamente via
rede de informática (internet, por exemplo), provocando um esvaziamento do espaço urbano e um investimento
no tempo. Mas é, antes de tudo, não um lugar, e sim um processo caracterizado pelo predomínio do espaço de
fluxos (Castells, 1999, p.423). Apesar de a economia e das relações sociais se processarem, majoritariamente,
nas cidades reais (a produção, as trocas e a cultura de massa), cada vez mais temos a expansão de uma "cidade
eletrônica" colocada pelas redes. Isso porque a telecidade incrementa a materialidade da economia capitalista
via redes e sistemas interativos diversos. Logo, as redes e as telecidades possibilitam não só uma
desterritorialização da sociabilidade, mas também uma desmaterialização de processos capitalistas de
produção, circulação e consumo.
A estrutura organizacional desta cidade lembra um rizoma, ou seja, uma multiplicidade de conexões sem
sujeito e objeto. Os rizomas se ramificam e se reticulam, num intenso processo de desterritorialização e
reterritorialização das relações sociais (Guattari e Deleuze, 1982). Isso porque a cidade digital é um corredor de
movimentação de informações e imagens que demanda organizar zonas de fixação. De acordo com Levy
(1996, p.152), "o deslocamento não elimina a fixação: ele a setoriza, codifica, tornando-a dispersa,
internamente fragmentada". A concepção desta cidade formada por rede de fluxos possibilita vislumbrar um
ordenamento da imaterialidade das relações sociais. A análise desta cidade implica uma concepção de espaço
deslocada do movimento de matérias (átomos) e do tempo-duração.
De acordo com Silva (1998), a materialização da cidade digital é um simulacro, não é cópia de nada. Ele afirma
que a cidade eletrônica é um "simulacro do espaço, mas é espaço". Entendemos que esta definição só pode ser
compreendida a partir de uma concepção materialista das transformações estruturais por que passa a sociedade,
em face do paradigma da velocidade, da supressão do espaço-tempo e da interatividade absoluta entre as
pessoas através das infovias. O simulacro da cidade digital só pode ser espaço, no sentido de estar calcado
numa realidade objetiva e material. O que ocorre no ciberespaço é apenas uma potencialização das relações
sociais na forma de um simulacro de cidade. No entanto, para se vivenciar uma realidade virtual deslocada da
geografia é necessário um espaço material e mutável. A realidade virtual que se apresenta no ciberespaço não é
somente fruto de contemplação sensorial das imagens e troca de informações, mas antes de tudo, uma forma
objetiva de ser da nova materialidade do arranjo social em redes comunicacionais.
Enfim, os avanços nas forças produtivas sob a égide do capitalismo sugerem maiores investimentos na
velocidade como vetor de uma nova cultura e a implantação de um ciberespaço, ou cidade eletrônica, onde a
geografia, ou seja, as grafias deixadas pelas relações sociais desaparecem, pois não são mais materiais,
articulando-se e dinamizando-se em redes rizomáticas. Por outro lado, os investimentos no tempo (teleporto,
cabos de fibra ótica, satélites etc.) têm sido acompanhados por desinvestimento do Estado na dimensão do
espaço físico-social da cidade (melhorias nos sistemas de transporte, hospitais, escolas etc.).
Paul Virilio (1993) afirma que à medida que as tecnologias de comunicação estão cada vez mais velozes e
ligadas ao tempo real, destroem-se as geográficas, obliterando-se os territórios através de uma transferência do
espaço real das cidades e dos territórios para as imagens, ou seja, para a tela dos computadores.
8. Apesar das considerações de Virilio, enfatizamos que mesmo sem ser um espaço material, a cidade eletrônica é
parte integrante da concepção materialista da sociedade contemporânea conectada nas infovias. Entender o
domínio das técnicas de criação de novos sistemas de relações sociais, e desses novos espaços, é abrir um
verdadeiro leque das aplicações possíveis para a Geografia, já que o fim da geografia é uma veleidade.
Para não concluir
A dinâmica da cidade eletrônica implica um ordenamento complexo, interativo, instável e auto-organizante que
conta com a desordem expressa no acesso à rede e às diversas socialidades que ali se apresentam. A estrutura
dessa cidade é rizomática (Guattari e Deleuze, 1982), isto é, ramificada e reticulada permitindo estratificações e
territórios das tribos dos zipppies (neo-hippies cibernautas), hackers, cyberpunks, tecno-anarquistas,
neonazistas, pedófilos e de muitos outros grupos. Entretanto, tal arranjo cria linhas de fuga e de
desterritorialização sucessivas de diversas tribos na rede. Desse modo, ordem e desordem são parte integrante
dos processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização, já que a existência da cidade
eletrônica não implica um controle centralizado, e sim uma desordem expressa em múltiplas conexões
heterárquicas.
A socialidade da telecidade se contrapõe à sociabilidade real, inaugurando uma socialidade eletrônica,
conforme já explicamos anteriormente. A cultura das redes aí instalada não tem vinculação com qualquer tipo
de regionalidade, já que é uma cultura do imediato, sem referências nacionais específicas. Na verdade,
poderíamos também nos referir às redes comunicacionais informatizadas como cultura. Há uma cultura se
firmando fora dos espaços materiais através das telecidades cuja "estrada principal" é via satélite e cabo de
fibra ótica. Apesar da dificuldade de caracterizar essa socialidade eletrônica, é notório que estamos diante de
um outro tipo de produção cultural, no qual a referência identitária a um lugar desaparece. É necessário,
portanto, uma renovação conceitual sobre a definição de um território a partir dos limites reais da identidade
cultural de um grupo social. Na rede não há fronteiras para as territorialidades expressas pelas tribos
eletrônicas. Na rede, diversos grupos de pessoas se identificam e passam a ter uma relação afetiva com um
espaço virtual que não deixa de ser uma forma de territorialização. A ideia do territorialismo associado ao
enraizamento às fronteiras físicas e ao controle político desaparece. A chave eletrônica dá acesso à rede e a
novos territórios culturais imaterializados que se colocam no limiar do novo século.
Essa nova cultura em rede ou vice-versa instala uma forma de ver o real, na qual a segregação emerge da
seleção de diversos tipos de relações societárias que desejamos vivenciar. Na verdade, o ordenamento das
cidades eletrônicas implica a sua partilha por diversas tribos que se juntam por laços de afetividade cultural,
sexual, racial etc. Nesse sentido, mais uma vez, podemos observar o virtual como extensão do real.
Um outro aspecto importante da cidade eletrônica é a ausência de mobilidade das pessoas e dos serviços, de
modo a evitar as barreiras físicas impostas pela cidade real. Através do correio eletrônico podemos enviar uma
carta sem uso do correio tradicional. Não precisamos mais ir ao banco para realizar uma série de serviços. A
cidade do ciberespaço nos permite evitar o tráfego, a violência urbana, a fila dos bancos, a demora da entrega
das cartas.
A revolução tecnológica das telecomunicações via informática criou não só um ambiente artificial - a cidade
eletrônica - como também tem impactado a cidade real. As principais cidades do país e do mundo já estão
9. reestruturando seu espaço, em face das grandes empresas transnacionais que demandam a inserção dos lugares
em um espaço de fluxos globais, como é o caso da Volkswagem, em Resende (RJ). Do ponto de vista da força
de trabalho, a cultura da rede já altera a geografia dos trabalhadores. Tradicionalmente, a cidade real é
diferenciada internamente entre o local de trabalho e a residência. Hoje alguns empresários já promovem a
utilização da própria casa do trabalhador como um pequeno escritório acessado à rede central da empresa e ao
mundo.
É neste sentido que podemos afirmar que a inserção de um grupo maior de pessoas, empresas e outras
organizações políticas no ciberespaço pode provocar um esvaziamento da cidade real, tal como afirma Levy
(1996), e um povoamento de uma cidade eletrônica sem fronteiras políticas, em que o ordenamento não se
realiza pela disposição de formas espaciais materiais, e sim por uma organização lógica do acesso à rede que
possui uma ética própria para quem ali deseja vivenciar.
Enfim, apesar de muita desconfiança por parte dos geógrafos em analisar o ciberespaço e de seu notório caráter
de exclusão social para grande parte da população mundial, tudo indica que a sociedade moderna do novo
milênio estará cada vez mais conectada à rede mundial de computadores. Neste sentido, cabe à Geografia
problematizar a revolução tecnológica das telecomunicações enquanto impacto e reflexo das mudanças
qualitativas do capitalismo, levando-se em conta a emergência de uma ciber-socialidade inserida na cidade
eletrônica e a multiplicidade de territórios culturais e empresariais ali localizados, ou melhor, fora de lugar.
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