2. Depois de enfatizar a supremacia da Pessoa e da Obra de Cristo,
Paulo dá seu testemunho acerca da excelência de seu
ministério. Podemos dividir em quatro importantes marcas:
24: Alegria mesmo em meio ao sofrimento
25-27: Um ministério de serviço
28: Um ministério pastoral
29 e 02:01-03: Um ministério de muito trabalho
Acompanhemos as riquezas desta trajetória de um verdadeiro
“gigante da fé”!
3. Verso 24: Sofrimento e alegria parecem ser coisas muito
diferentes. É quase inconcebível para o homem pós moderno
aceitar a ideia de alegria com sofrimento. Somos habituados a
ouvir que não existe alegria em meio ao sofrimento. Mas Paulo
está sofrendo e mesmo assim está feliz. O sofrimento do
apóstolo é por causa de Cristo. Não é um sofrimento como foi de
Cristo: expiatório. Mas é um sofrimento relacionado ao
testemunho do cristão. São as pressões desta vida, as aflições de
ser perseguido por amor a Cristo. Assim como Jesus sofreu
perseguições, os cristãos sofrerão em todos os tempos e eras. As
aflições de Cristo são como herança para os cristãos.
4. A igreja não é mais fiel por ser perseguida, porém é mais
perseguida por ser mais fiel. “Os cristãos que não experimentam
as aflições de Cristo talvez estejam cortando suas cruzes para
deixá-las mais leves” - Hernandes Dias Lopes. Outro grande
pregador, Willian Hendriksen afirma: “Embora Cristo não esteja
mais presente fisicamente neste mundo, as perseguições são
como setas destinadas a Ele, sendo cravadas em Seus
seguidores”. Neste sentido é correto afirmar que a perseguição a
Cristo continua através dos séculos, na vida de Seus fiéis
discípulos. O apóstolo se alegrava em participar deste
sofrimento.
5. Quando um cristão sofre por causa de Cristo, deve considerar o
fato como uma honra - I Pedro 04:14. Jesus já havia dito aqueles
que sofrem por amor a Ele são bem aventurados – Mateus
05:10-12. O apóstolo Paulo tinha três grandes sofrimentos:
A) Aflições provocadas pelos inimigos de Cristo. Paulo enfrentou
acusações de conspiração, traição e motins. Tantos os judeus
como os gentios se voltaram contra ele. Foi colocado no banco
dos réus e foi condenado à morte.
6. B) Sofrimento pelo cansaço (29). Paulo não parava de anunciar
o Evangelho. Enfrentou pressões externas e internas, mas suas
mãos jamais rejeitaram o arado. Cruzou desertos, mares,
percorreu terras distantes e pregou a Palavra de Cristo dia e
noite, são e doente, em liberdade ou na prisão. Trabalhou no
limite de suas forças e jamais se deixou abater pelo cansaço. Ele
não se queixa de dores nas costas, nas pernas, ou de cabeça. Ele
não se queixa que já havia feito muita coisa, mesmo com quase
70 anos. Ele não se queixa do stress ou porque carregava um
fardo muito pesado! Ele não se queixa que estava longe da
família ou de sua casa! Trabalhou no limite de suas forças,
mesmo esgotado ele prosseguiu.
7. C) Sofrimento na luta de oração (02:01). Paulo agonizava em
oração pela Igreja. Orar para ele era entrar em uma batalha
carregada de agonia e sofrimento pela Igreja de Cristo. Ele orava
até seus limites, clamando pela Igreja e por vidas que conhecia.
Notemos que Paulo não ora por sua família, por uma vida
desprovida de problemas ou por certo conforto pessoal. Ele ora
pela Igreja e pela pregação do Evangelho! Se ainda houvesse
homens como Paulo, dispostos a clamar pela Igreja de Cristo em
nossos dias, a chorar aos Pés de Cristo pela propagação do
Evangelho, a Igreja de nossos dias seria muito mais vitoriosa e
estaria cumprindo verdadeiramente seu papel.
8. O apóstolo sofria pela Igreja. Em tempos passados ele havia se
tornado o maior perseguidor da Igreja, agora porém ele sofre
pela Igreja. Antes era um perseguidor mas agora é perseguido
por causa da Igreja. Antes lutava para destruir a Igreja, agora luta
para edificar a Igreja. Agora o apóstolo faz parte do corpo de
Cristo que é a Igreja! Paulo sofria o tempo todo por amor a Igreja
de Cristo! Ele não suportava ver as pessoas no pecado, em
cegueira espiritual, em frieza e descaso para com Jesus. Paulo é
alguém extremamente compromissado com o Evangelho de
Cristo.
9. Vs. 25-27: Paulo tinha um ministério de serviço fiel. Ele não
apenas é servo de Cristo, mas “diácono” – aquele que serve a
Igreja de Cristo. Ele se gastava por amor a Cristo e Sua Igreja.
Paulo não busca seus próprios interesses, mas os de Cristo. Ele
não é um explorador da Igreja, mas um ministro fiel. Ele não
explora a Igreja, mas, se sacrifica para que ela seja edificada.
Paulo alimentava o povo de Deus como bom despenseiro
(mordomo). Também o apóstolo era o maior proclamador do
Evangelho em seus dias. Ele afirma esta verdade nos versos 26 e
27. A palavra “mistério” na literatura judaica não inclui a ideia
de uma doutrina incompreensível, mas, uma verdade
anteriormente oculta que agora era revelada.
10. Um “mistério” é um segredo santo, oculto no passado, mas
revelado no presente pelo Espírito Santo. Willian Barclay afirma
categoricamente: “O mistério estava no fato de que a Glória e a
esperança do Evangelho não eram apenas para os judeus, mas
também para todos os homens em todas as partes”. O “mistério”
da Obra de Cristo estava oculto no Antigo Testamento e para
muitos, continua oculto por causa da cegueira espiritual reinante
em nossos dias. O Diabo mantém os incrédulos cegos às
verdades de Deus. A proclamação do “mistério” era o que
ocupava a vida e o coração do apóstolo. A pessoa bendita de
Jesus deve ser proclamada a todos os homens, em todos os
lugares e em todos os tempos (28).
11. O ministério pastoral de Paulo girava em torno de três atividades
fundamentais para qualquer pastor (28): proclamar (anunciar),
advertir (corrigir) e ensinar (discipular).
Proclamar (anunciar): Sua missão era anunciar Cristo aos judeus
e gentios e não a si mesmo. Por onde passava Paulo deixava o
lugar sob verdadeira revolução. Ele na verdade não considerava
a vida preciosa para si mesmo desde que anunciasse o
Evangelho da Graça de Deus. Sua vida era pregar que o Reino de
Deus havia chegado, tanto para judeus, quanto para os gentios.
12. Advertir (corrigir) todo homem: Não se cumpre o chamado de
Deus apenas anunciando o Evangelho.
Muitas pessoas precisam ser advertidas sobre os riscos do
pecado e sobre as mentiras de Satanás – Atos 20:31.
É uma advertência com lágrimas, com amor, como faz um pai ou
uma mãe ao filho que desobedeceu ou que está em perigo.
Advertir é uma palavra que pertence à pedagogia do Novo
Testamento.
Fala de instrução de caráter, de cuidado pastoral, de correção.
O problema que hoje em dia a maioria quase absoluta das
pessoas (incluindo os crentes em Jesus) não aceitam mais ser
corrigidos. Seus corações estão como o do povo no deserto :
estão obcecados por si mesmos e obstinados.
13. Ensinar (discipular): É algo extremamente importante!
Não basta advertir as pessoas, é preciso ensinar-lhes a verdade.
Cristãos recém convertidos precisam ser ensinados, eles
precisam aprender sobre doutrina e vida cristã. O ensino de
Paulo não era apenas teórico, mas sobretudo prático.
Mas engana-se que aprendizado é apenas para os mais novos
da fé. Todo cristão realmente comprometido com Cristo tem
prazer em aprender.
Na verdade a Bíblia não esconde que o povo erra por pura falta
de conhecimento. O ensino sempre fez parte do ministério de
Jesus. Ele é o exemplo maior que temos na Bíblia de alguém
que ensina, por isso é chamado de “Mestre”!
14. A Igreja precisa urgentemente ter discernimento espiritual.
Ela não pode seguir os ventos de doutrina nem ser vulnerável à
sutileza dos falsos profetas.
A Igreja precisa ter convicção e entendimento para compreender
a Cristo.
É preciso buscar todos os dias sabedoria e conhecimento.
Os tesouros desta sabedoria estão ocultos em Cristo, para que
sejam descobertos, explorados e apropriados.
Nem homens, nem anjos, nem outra criatura tem algo a nos
oferecer que não possa ser encontrado em Cristo.
Em Jesus o conhecimento jamais está separado da sabedoria,
como comumente acontece entre os homens.