Este documento discute a semiologia vascular e fornece orientações sobre a abordagem clínica de doenças vasculares. A anamnese detalhada e o exame físico completo são essenciais para o diagnóstico da maioria das afecções vasculares. A claudicação intermitente é o sintoma mais comum de doenças arteriais obstrutivas nos membros inferiores, caracterizada por dor muscular que cessa rapidamente após interrupção do esforço. Em estágios avançados, a dor de repouso, ú
Ossos fraturados devem ser reduzidos e imobilizados até o final da consolidação. A maioria das fraturas são imobilizadas com gesso, tala, ou, ocasionalmente, a tração para reduzir a dor e ajudar na cura. Quando temos fraturas em muitos ossos, normalmente é optado por se operar o paciente. Em muitos casos, a medicação é limitada ao uso de analgésicos para reduzir a dor. Em fraturas expostas, os antibióticos devem ser administrados para prevenir infecção.
INFARTO AGUDO MIOCÁRDIO E ANGINA PECTÓRISRenara Kran
Este documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células miocárdicas devido à oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco, geralmente causada pela redução do fluxo sanguíneo coronariano. Detalha os sintomas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e prevenção do IAM, bem como a angina de peito e suas características.
O documento descreve as definições, causas e tratamentos da angina instável, infarto agudo do miocárdio e edema agudo de pulmão, incluindo os papéis do endotélio vascular e da assistência de enfermagem nesses quadros.
O documento descreve a anatomia do coração humano, localizado no mediastino médio. O coração possui quatro câmaras e é formado por três camadas concêntricas. É irrigado pelas artérias coronárias e inervado pelo plexo cardíaco. O coração direito recebe sangue pouco oxigenado e bombeia para os pulmões, enquanto o esquerdo recebe sangue oxigenado e bombeia para o corpo.
O documento discute as articulações e músculos do corpo humano. Detalha as principais classificações de articulações, incluindo fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. Descreve as estruturas das articulações sinoviais como a cápsula articular, superfície articular, líquido sinovial e tipos de ligamentos. Também discute os tipos de músculos, incluindo esquelético, cardíaco e liso, além da nomenclatura e contração muscular.
O documento discute a paramentação cirúrgica e instrumentação, classificando os instrumentos de acordo com sua função no cirurgia. É descrito os tipos de luvas, máscaras, gorros e outros equipamentos de proteção usados na paramentação, assim como instrumentos comuns como bisturis, tesouras, pinças de preensão e hemostasia.
Fraturas são rupturas ósseas que podem ser abertas ou fechadas. Sinais incluem dor, inchaço e deformidade. Fraturas fechadas requerem imobilização acima e abaixo da área, enquanto fraturas abertas também precisam de curativos úmidos. Luxações envolvem articulações fora da posição, e entorses mantêm as articulações no lugar.
O documento discute as vias de acesso à cavidade abdominal, comparando laparotomia e videolaparoscopia. Apresenta a anatomia da parede abdominal e classifica as laparotomias em longitudinais, transversais e oblíquas, descrevendo suas técnicas e indicações. Também aborda complicações pós-operatórias e aspectos importantes na escolha da via de acesso.
Ossos fraturados devem ser reduzidos e imobilizados até o final da consolidação. A maioria das fraturas são imobilizadas com gesso, tala, ou, ocasionalmente, a tração para reduzir a dor e ajudar na cura. Quando temos fraturas em muitos ossos, normalmente é optado por se operar o paciente. Em muitos casos, a medicação é limitada ao uso de analgésicos para reduzir a dor. Em fraturas expostas, os antibióticos devem ser administrados para prevenir infecção.
INFARTO AGUDO MIOCÁRDIO E ANGINA PECTÓRISRenara Kran
Este documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células miocárdicas devido à oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco, geralmente causada pela redução do fluxo sanguíneo coronariano. Detalha os sintomas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e prevenção do IAM, bem como a angina de peito e suas características.
O documento descreve as definições, causas e tratamentos da angina instável, infarto agudo do miocárdio e edema agudo de pulmão, incluindo os papéis do endotélio vascular e da assistência de enfermagem nesses quadros.
O documento descreve a anatomia do coração humano, localizado no mediastino médio. O coração possui quatro câmaras e é formado por três camadas concêntricas. É irrigado pelas artérias coronárias e inervado pelo plexo cardíaco. O coração direito recebe sangue pouco oxigenado e bombeia para os pulmões, enquanto o esquerdo recebe sangue oxigenado e bombeia para o corpo.
O documento discute as articulações e músculos do corpo humano. Detalha as principais classificações de articulações, incluindo fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. Descreve as estruturas das articulações sinoviais como a cápsula articular, superfície articular, líquido sinovial e tipos de ligamentos. Também discute os tipos de músculos, incluindo esquelético, cardíaco e liso, além da nomenclatura e contração muscular.
O documento discute a paramentação cirúrgica e instrumentação, classificando os instrumentos de acordo com sua função no cirurgia. É descrito os tipos de luvas, máscaras, gorros e outros equipamentos de proteção usados na paramentação, assim como instrumentos comuns como bisturis, tesouras, pinças de preensão e hemostasia.
Fraturas são rupturas ósseas que podem ser abertas ou fechadas. Sinais incluem dor, inchaço e deformidade. Fraturas fechadas requerem imobilização acima e abaixo da área, enquanto fraturas abertas também precisam de curativos úmidos. Luxações envolvem articulações fora da posição, e entorses mantêm as articulações no lugar.
O documento discute as vias de acesso à cavidade abdominal, comparando laparotomia e videolaparoscopia. Apresenta a anatomia da parede abdominal e classifica as laparotomias em longitudinais, transversais e oblíquas, descrevendo suas técnicas e indicações. Também aborda complicações pós-operatórias e aspectos importantes na escolha da via de acesso.
[1] O documento descreve a história da cirurgia desde as primeiras trepanações na Era Neolítica até as cirurgias laparoscópicas modernas. [2] Inclui detalhes sobre cirurgiões importantes como Ambroise Paré, que substituiu a cauterização por ligaduras de artérias, e Joseph Lister, que introduziu o uso de antissépticos. [3] Também discute como Semmelweis e outros defenderam práticas de higiene que reduziram infecções pós-operatórias.
1) A atividade introduz os alunos à anatomia humana através de exercícios de identificação de estruturas anatômicas em figuras e de compreensão de termos anatômicos.
2) Os alunos devem consultar livros-texto e atlas de anatomia para responder às perguntas sobre quadrantes abdominais, regiões do corpo, planos de secção e outras estruturas.
3) Recomenda-se que os alunos respondam às atividades semanalmente para esclarecer dúvidas e consolidar o apre
O documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células cardíacas devido à oferta inadequada de oxigênio. Detalha a fisiopatologia, características histopatológicas, diagnóstico, tratamento e avaliação e intervenções de enfermagem para IAM.
Este documento descreve vários instrumentos cirúrgicos comuns e suas funções, incluindo tesouras, bisturis, pinças hemostáticas, instrumentos de síntese e afastadores. Também apresenta disposições típicas de equipes cirúrgicas para diferentes procedimentos.
O documento descreve o que é um acidente vascular cerebral (AVC), suas causas, sintomas, tipos, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Um AVC ocorre quando há interrupção no suprimento de sangue ao cérebro, podendo ser isquêmico ou hemorrágico. Os principais fatores de risco incluem hipertensão, cardiopatia e diabetes. O diagnóstico envolve exames clínicos, de imagem e laboratoriais. O tratamento tem o objetivo de controlar os sintomas e prevenir complicações
Doenças reumáticas e seu impacto na saúdepauloalambert
O documento discute as doenças reumáticas e seu impacto na saúde. A reumatologia estuda as doenças reumáticas e distúrbios musculoesqueléticos. Embora afetem principalmente articulações, estruturas periarticulares, músculos e ossos, nem todas as doenças reumáticas causam comprometimento do sistema musculoesquelético. Suas causas envolvem fatores genéticos, hormonais, imunológicos, psíquicos e ambientais e seus quadros clínicos são
O documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células miocárdicas devido à oferta inadequada de oxigênio. O IAM é geralmente causado pela ruptura de placa aterosclerótica, levando à redução do fluxo sanguíneo e isquemia miocárdica. Historicamente, o IAM apresenta necrose coagulativa do miocárdio, inflamação e reparação tecidual por tecido fibroso. O diagnóstico é clínico
A gravidade de uma fratura depende da sua localização, do número de ossos quebrados e dos danos causados ao tecido ósseo. Fraturas graves podem acarretar em complicações perigosas se não forem tratadas rapidamente. Entre as possíveis complicações nós temos os danos aos vasos sanguíneos, os danos aos nervos, as infecções do osso (osteomielite) e até o óbito, devido a grande perda sanguínea (hipovolemia) ou a presença de gordura do osso nos pulmões (embolia gordurosa). O tempo de recuperação de uma fratura varia, dependendo da idade, da saúde do paciente e do tipo de fratura. Uma fratura simples em uma criança pode ser curada dentro de poucas semanas; uma fratura grave em uma pessoa mais velha pode levar meses para se consolidar.
O documento descreve as três fases do processo de cicatrização: 1) fase aguda ou inflamatória, 2) fase de regeneração e reparação, e 3) fase de maturação ou remodelação. Cada fase envolve processos celulares e teciduais específicos que levam à reparação do tecido lesionado ao longo de semanas ou meses. Fatores como extensão da lesão, edema, hemorragia e infecção podem atrasar o processo de cicatrização.
O documento discute as causas, níveis e reabilitação de amputações. Ele define amputação como a remoção cirúrgica total ou parcial de um membro e lista as principais causas como doenças vasculares, diabetes, traumas, tumores e congênitas. Também descreve os diferentes níveis de amputação em membros superiores e inferiores e as etapas da reabilitação com foco em preparação do coto e uso de próteses.
1) O documento descreve vários tipos de osteoartrite, incluindo as articulações mais comumente acometidas como o quadril, joelho, mão e pé. 2) São descritas as alterações radiográficas características da osteoartrite como estreitamento do espaço articular, esclerose, osteófitos e cistos. 3) A osteoartrite da coluna vertebral pode acometer as articulações sinoviais, discos intervertebrais e corpos vertebrais.
O documento descreve os principais aspectos do ciclo cardíaco, incluindo a anatomia do coração, as etapas da sístole e diástole, as bulhas cardíacas, e exame físico do coração, como inspeção, palpação e ausculta.
Ortopedia é a especialidade médica destinada a estudar as afecções e distúrbios do sistema músculo-esquelético, articulações e ligamentos. Esse sistema complexo é composto por ossos, articulações, músculos e nervos que permitem o movimento e assim possibilita manter o corpo em atividade. As duas vertentes principais da Ortopedia são concentradas na prevenção e na correção das lesões, que poderão ser abordadas com o tratamento não cirúrgico ou cirúrgico.
O documento discute a semiologia vascular periférica, descrevendo os sintomas, exame físico e avaliação da insuficiência venosa e arterial periférica. Detalha os sinais e sintomas da insuficiência venosa crônica, incluindo edema, úlceras e dor, e fatores de risco como idade, sexo e história familiar. Também descreve a avaliação da insuficiência arterial aguda e crônica, incluindo a anamnese de claudicação e dor, além de exame fís
O documento discute o termo "abdome agudo", definindo-o como uma dor abdominal súbita e intensa que requer intervenção médica imediata. Ele classifica os tipos de abdome agudo em inflamatório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico e vascular e descreve os sinais e sintomas característicos de cada um. Além disso, discute exames físicos importantes como o sinal de Blumberg e de Rovsing no diagnóstico de apendicite aguda.
Aula 03 anatomia e fisiologia do sistema tegumentar - pele e anexosHamilton Nobrega
Este documento descreve as características e funções da pele humana. A pele é o maior órgão do corpo e é dividida em três camadas - epiderme, derme e hipoderme. Possui funções como proteção, permeabilidade seletiva, pigmentação, termorregulação e sensibilidade.
Este documento descreve um estudo de revisão bibliográfica sobre a intervenção fisioterapêutica em pacientes com fratura de fêmur. Ele discute as características anatômicas e etiológicas das fraturas de fêmur, os tratamentos cirúrgicos comuns e as complicações encontradas após a cirurgia.
O documento descreve o infarto agudo do miocárdio, definindo-o como a necrose das células cardíacas devido à falta de oxigênio. Explica que é causado pela redução do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, levando à isquemia e necrose. Detalha os exames de diagnóstico, sinais e sintomas, tratamentos, prevenções e a importância da assistência de enfermagem no IAM.
O documento descreve a história da anatomia desde os primórdios até os tempos modernos, destacando três períodos: 1) Os pioneiros da Grécia Antiga, como Hipócrates e Galeno; 2) O período científico durante o Renascimento, liderado por Vesalio; 3) O século dos cirurgiões com avanços na anestesia e técnicas cirúrgicas.
O documento discute o atendimento de urgência e emergência na radiologia, destacando a importância dos exames de imagem nestes casos. Também aborda os diferentes profissionais envolvidos, os protocolos de priorização e alguns casos clínicos comuns como traumatismos, AVC e pneumonia.
O documento fornece uma introdução geral à cirurgia endovascular, descrevendo as noções básicas da técnica, os equipamentos utilizados e as principais aplicações clínicas como tratamento de aneurismas da aorta abdominal e malformações vasculares.
Este documento fornece um resumo de 35 anos de atuação de um serviço de cirurgia vascular em São José do Rio Preto. O serviço realizou 1.268 cirurgias nos últimos 5 anos, formou 51 cirurgiões vasculares, realizou 5.209 exames de eco-doppler, recebeu 20 prêmios e oferece um programa de ensino completo para residentes.
[1] O documento descreve a história da cirurgia desde as primeiras trepanações na Era Neolítica até as cirurgias laparoscópicas modernas. [2] Inclui detalhes sobre cirurgiões importantes como Ambroise Paré, que substituiu a cauterização por ligaduras de artérias, e Joseph Lister, que introduziu o uso de antissépticos. [3] Também discute como Semmelweis e outros defenderam práticas de higiene que reduziram infecções pós-operatórias.
1) A atividade introduz os alunos à anatomia humana através de exercícios de identificação de estruturas anatômicas em figuras e de compreensão de termos anatômicos.
2) Os alunos devem consultar livros-texto e atlas de anatomia para responder às perguntas sobre quadrantes abdominais, regiões do corpo, planos de secção e outras estruturas.
3) Recomenda-se que os alunos respondam às atividades semanalmente para esclarecer dúvidas e consolidar o apre
O documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células cardíacas devido à oferta inadequada de oxigênio. Detalha a fisiopatologia, características histopatológicas, diagnóstico, tratamento e avaliação e intervenções de enfermagem para IAM.
Este documento descreve vários instrumentos cirúrgicos comuns e suas funções, incluindo tesouras, bisturis, pinças hemostáticas, instrumentos de síntese e afastadores. Também apresenta disposições típicas de equipes cirúrgicas para diferentes procedimentos.
O documento descreve o que é um acidente vascular cerebral (AVC), suas causas, sintomas, tipos, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Um AVC ocorre quando há interrupção no suprimento de sangue ao cérebro, podendo ser isquêmico ou hemorrágico. Os principais fatores de risco incluem hipertensão, cardiopatia e diabetes. O diagnóstico envolve exames clínicos, de imagem e laboratoriais. O tratamento tem o objetivo de controlar os sintomas e prevenir complicações
Doenças reumáticas e seu impacto na saúdepauloalambert
O documento discute as doenças reumáticas e seu impacto na saúde. A reumatologia estuda as doenças reumáticas e distúrbios musculoesqueléticos. Embora afetem principalmente articulações, estruturas periarticulares, músculos e ossos, nem todas as doenças reumáticas causam comprometimento do sistema musculoesquelético. Suas causas envolvem fatores genéticos, hormonais, imunológicos, psíquicos e ambientais e seus quadros clínicos são
O documento discute o infarto agudo do miocárdio (IAM), definindo-o como a necrose das células miocárdicas devido à oferta inadequada de oxigênio. O IAM é geralmente causado pela ruptura de placa aterosclerótica, levando à redução do fluxo sanguíneo e isquemia miocárdica. Historicamente, o IAM apresenta necrose coagulativa do miocárdio, inflamação e reparação tecidual por tecido fibroso. O diagnóstico é clínico
A gravidade de uma fratura depende da sua localização, do número de ossos quebrados e dos danos causados ao tecido ósseo. Fraturas graves podem acarretar em complicações perigosas se não forem tratadas rapidamente. Entre as possíveis complicações nós temos os danos aos vasos sanguíneos, os danos aos nervos, as infecções do osso (osteomielite) e até o óbito, devido a grande perda sanguínea (hipovolemia) ou a presença de gordura do osso nos pulmões (embolia gordurosa). O tempo de recuperação de uma fratura varia, dependendo da idade, da saúde do paciente e do tipo de fratura. Uma fratura simples em uma criança pode ser curada dentro de poucas semanas; uma fratura grave em uma pessoa mais velha pode levar meses para se consolidar.
O documento descreve as três fases do processo de cicatrização: 1) fase aguda ou inflamatória, 2) fase de regeneração e reparação, e 3) fase de maturação ou remodelação. Cada fase envolve processos celulares e teciduais específicos que levam à reparação do tecido lesionado ao longo de semanas ou meses. Fatores como extensão da lesão, edema, hemorragia e infecção podem atrasar o processo de cicatrização.
O documento discute as causas, níveis e reabilitação de amputações. Ele define amputação como a remoção cirúrgica total ou parcial de um membro e lista as principais causas como doenças vasculares, diabetes, traumas, tumores e congênitas. Também descreve os diferentes níveis de amputação em membros superiores e inferiores e as etapas da reabilitação com foco em preparação do coto e uso de próteses.
1) O documento descreve vários tipos de osteoartrite, incluindo as articulações mais comumente acometidas como o quadril, joelho, mão e pé. 2) São descritas as alterações radiográficas características da osteoartrite como estreitamento do espaço articular, esclerose, osteófitos e cistos. 3) A osteoartrite da coluna vertebral pode acometer as articulações sinoviais, discos intervertebrais e corpos vertebrais.
O documento descreve os principais aspectos do ciclo cardíaco, incluindo a anatomia do coração, as etapas da sístole e diástole, as bulhas cardíacas, e exame físico do coração, como inspeção, palpação e ausculta.
Ortopedia é a especialidade médica destinada a estudar as afecções e distúrbios do sistema músculo-esquelético, articulações e ligamentos. Esse sistema complexo é composto por ossos, articulações, músculos e nervos que permitem o movimento e assim possibilita manter o corpo em atividade. As duas vertentes principais da Ortopedia são concentradas na prevenção e na correção das lesões, que poderão ser abordadas com o tratamento não cirúrgico ou cirúrgico.
O documento discute a semiologia vascular periférica, descrevendo os sintomas, exame físico e avaliação da insuficiência venosa e arterial periférica. Detalha os sinais e sintomas da insuficiência venosa crônica, incluindo edema, úlceras e dor, e fatores de risco como idade, sexo e história familiar. Também descreve a avaliação da insuficiência arterial aguda e crônica, incluindo a anamnese de claudicação e dor, além de exame fís
O documento discute o termo "abdome agudo", definindo-o como uma dor abdominal súbita e intensa que requer intervenção médica imediata. Ele classifica os tipos de abdome agudo em inflamatório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico e vascular e descreve os sinais e sintomas característicos de cada um. Além disso, discute exames físicos importantes como o sinal de Blumberg e de Rovsing no diagnóstico de apendicite aguda.
Aula 03 anatomia e fisiologia do sistema tegumentar - pele e anexosHamilton Nobrega
Este documento descreve as características e funções da pele humana. A pele é o maior órgão do corpo e é dividida em três camadas - epiderme, derme e hipoderme. Possui funções como proteção, permeabilidade seletiva, pigmentação, termorregulação e sensibilidade.
Este documento descreve um estudo de revisão bibliográfica sobre a intervenção fisioterapêutica em pacientes com fratura de fêmur. Ele discute as características anatômicas e etiológicas das fraturas de fêmur, os tratamentos cirúrgicos comuns e as complicações encontradas após a cirurgia.
O documento descreve o infarto agudo do miocárdio, definindo-o como a necrose das células cardíacas devido à falta de oxigênio. Explica que é causado pela redução do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, levando à isquemia e necrose. Detalha os exames de diagnóstico, sinais e sintomas, tratamentos, prevenções e a importância da assistência de enfermagem no IAM.
O documento descreve a história da anatomia desde os primórdios até os tempos modernos, destacando três períodos: 1) Os pioneiros da Grécia Antiga, como Hipócrates e Galeno; 2) O período científico durante o Renascimento, liderado por Vesalio; 3) O século dos cirurgiões com avanços na anestesia e técnicas cirúrgicas.
O documento discute o atendimento de urgência e emergência na radiologia, destacando a importância dos exames de imagem nestes casos. Também aborda os diferentes profissionais envolvidos, os protocolos de priorização e alguns casos clínicos comuns como traumatismos, AVC e pneumonia.
O documento fornece uma introdução geral à cirurgia endovascular, descrevendo as noções básicas da técnica, os equipamentos utilizados e as principais aplicações clínicas como tratamento de aneurismas da aorta abdominal e malformações vasculares.
Este documento fornece um resumo de 35 anos de atuação de um serviço de cirurgia vascular em São José do Rio Preto. O serviço realizou 1.268 cirurgias nos últimos 5 anos, formou 51 cirurgiões vasculares, realizou 5.209 exames de eco-doppler, recebeu 20 prêmios e oferece um programa de ensino completo para residentes.
O documento discute a doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), que ocorre devido à arteriosclerose e é a manifestação mais comum da doença aterosclerótica sistêmica. A DAOP afeta cerca de 16% da população acima de 55 anos e sua prevalência aumenta com a idade e é mais comum em homens. Os principais fatores de risco incluem hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo e diabetes. O tratamento envolve controle de fatores de risco, exercícios, med
O documento discute obstrução arterial aguda, suas causas, fisiopatologia e tratamentos. Aborda aterosclerose, fatores de risco, formação de placas ateroscleróticas, diagnóstico e intervenções como angioplastia e derivação cirúrgica. Também explica doença tromboembólica aguda, definindo trombose e embolia, além dos danos teciduais causados pela isquemia.
O documento descreve a avaliação dos pulsos através do exame físico, incluindo a avaliação do estado da parede arterial, frequência, ritmo, amplitude, tensão e tipos de onda. É descrito como avaliar os pulsos radial, braquial, carotídeos, femoral, poplíteo, tibial posterior e capilar, além das pulsações venosas e da pressão arterial.
Este documento presenta información sobre la evaluación del envejecimiento biológico y las alteraciones vasculares. Incluye detalles sobre el interrogatorio, examen físico y hallazgos específicos relacionados con las arterias y venas. Describe condiciones como la hipertensión arterial, hipotensión ortostática y sus causas. El examen físico es importante para diagnosticar patologías vasculares y el fondo de ojo puede examinar directamente las arterias.
O documento discute a trombose, definindo-a como a formação de coágulos sanguíneos dentro de veias ou artérias que podem bloquear o fluxo sanguíneo. Existem dois tipos principais: a trombose venosa, quando o coágulo ocorre em veias, e a trombose arterial, quando ocorre em artérias, sendo esta geralmente mais grave. O texto também lista vários fatores de risco e sintomas associados à trombose, além de medidas preventivas e de tratamento.
A trombose venosa profunda é um coágulo nas veias profundas que pode migrar para o pulmão causando embolia pulmonar. A imobilização prolongada é a principal causa. Os sintomas incluem inchaço, dor e vermelhidão. O diagnóstico é feito por exames de imagem. O tratamento envolve medicamentos para dissolver o coágulo e prevenir complicações.
1) O documento discute ofidismo, acidentes causados por picadas de serpentes. 2) Ele descreve os principais gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil, sendo o gênero Bothrops responsável por 90% dos acidentes. 3) O documento também aborda os sintomas, complicações e tratamento dos acidentes botrópicos, que podem variar de leves a graves.
Este artigo discute o pé diabético, uma complicação comum da diabetes. O pé diabético pode ser causado por neuropatia, doença vascular periférica ou uma combinação dos dois, e pode levar a úlceras e infecções que ameaçam membros e vidas. O artigo revisa a epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e importância clínica e econômica do pé diabético.
O documento resume a Doença Arterial Periférica (DAP), definindo-a como uma doença causada pela diminuição da circulação arterial nas extremidades. Ele descreve os objetivos do aprendizado sobre a DAP, sua importância, fatores de risco, manifestações clínicas, exames complementares, tratamento clínico e cirúrgico. O documento enfatiza a importância do diagnóstico precoce e tratamento para a vida e qualidade de vida do paciente.
1) O documento discute as abordagens cirúrgicas e endovasculares para o tratamento de dissecções de aorta do tipo III.
2) Estudos como o INSTEAD e o ADSORB compararam TEVAR com tratamento clínico em pacientes com dissecções tipo B agudas e crônicas e mostraram melhores resultados com TEVAR, incluindo remodelamento aórtico e menor mortalidade.
3) Embora o TEVAR seja o tratamento de escolha para a maioria das dissecções agudas complicadas do tipo B,
Este documento resume as informações sobre hérnia umbilical, incluindo: (1) o que é uma hérnia umbilical, as causas e sintomas; (2) os riscos de complicações como estrangulamento; (3) o diagnóstico e tratamento cirúrgico, que geralmente envolve o reparo da parede abdominal através de uma incisão ou videocirurgia.
O documento descreve os principais componentes e esquemas de circulação sanguínea em diferentes grupos de animais, incluindo peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Apresenta diagramas ilustrando a circulação simples em peixes e a dupla circulação nos demais grupos, destacando as estruturas do coração e os vasos sanguíneos envolvidos no transporte do sangue entre o corpo, pulmões e coração.
O documento discute a formação de cálculos no trato urinário, incluindo fatores que contribuem para sua formação, aumento na incidência, tipos, sintomas e exames iniciais para avaliação e diagnóstico.
A dissecção aórtica é uma condição grave que ocorre quando o sangue flui entre as camadas da parede da aorta, podendo ser fatal se não tratada. Afeta cerca de 10-20 casos a cada milhão de pessoas por ano e causa mais mortes do que um aneurisma roto da aorta abdominal. O diagnóstico é feito por meio de tomografia computadorizada, ecocardiograma e marcadores de isquemia. O tratamento envolve terapia anti-hipertensiva e reparo endovascular da parede da aorta afet
O documento discute doenças da aorta, incluindo dissecção aórtica e aneurismas. A dissecção aórtica é potencialmente fatal e requer tratamento cirúrgico emergencial para tipos A, enquanto tipos B geralmente são tratados clinicamente. Aneurismas da aorta também requerem intervenção cirúrgica dependendo do tamanho e localização para prevenir ruptura.
O documento descreve o sistema cardiovascular, incluindo a estrutura e função do coração, tipos de vasos sanguíneos e circulações pulmonar e sistêmica. Explica que o coração bombeia o sangue de forma contínua através de quatro cavidades para transportar oxigênio e nutrientes pelo corpo e remover resíduos.
O documento descreve o exame do índice tornozelo-braquial (ITB), que mede a pressão arterial nos membros superiores e inferiores para diagnosticar doença arterial obstrutiva periférica. O ITB é um exame barato, não invasivo e de alta sensibilidade e especificidade para detecção de obstruções arteriais de 50% ou mais. Valores de ITB abaixo de 0,9 indicam doença obstrutiva.
O documento fornece informações básicas sobre eletricidade. Resume os principais conceitos de eletricidade, incluindo a constituição da matéria, natureza da eletricidade, corrente elétrica, tensão elétrica, resistência elétrica, lei de Ohm, associação de resistências, potência elétrica, efeito Joule e magnetismo.
Este livro apresenta os princípios e práticas da magia elemental, discutindo sua história, origens e manifestações em diferentes culturas e religiões ao redor do mundo. O autor introduz os conceitos básicos da magia e sua relação com a natureza, abordando tópicos como os quatro elementos, seres elementais, anatomia oculta do homem, plantas sagradas, mantras e conjurações. O livro também contém relatos interessantes sobre experiências com elementos da natureza.
O documento fornece uma introdução aos conceitos fundamentais de sensores e transdutores industriais. Resume os principais tipos de sensores, incluindo sensores discretos e absolutos, e discute conceitos como sensibilidade, exatidão, precisão e linearidade. O documento também apresenta aplicações comuns de sensores como medição de pressão, vazão, nível, força, posição e temperatura.
O documento discute os tipos de multímetros analógicos e digitais, descrevendo suas vantagens e desvantagens. Também fornece instruções sobre como medir tensão, resistência e corrente usando um multímetro. Por fim, dá dicas práticas sobre a utilização correta de um multímetro.
1. O documento descreve as principais funções e ferramentas do Microsoft Excel.
2. Inclui detalhes sobre componentes da interface como barras de menu, ferramentas e status, além de explicar conceitos básicos como planilhas, células e intervalos.
3. Também apresenta comandos importantes como teclas de atalho, formatação de planilhas, uso de fórmulas e funções, além de dicas para impressão, gráficos e gerenciamento de dados.
Este documento fornece um resumo do software Microsoft Excel XP. Apresenta as principais características e funcionalidades do programa, incluindo a criação e formatação de planilhas, uso de fórmulas e funções, criação de gráficos e integração com outras aplicações. Demonstra também como iniciar o programa e navegar na interface gráfica do usuário.
Exemplo / Modelo de um Plano de Negócios (Template Business Case)Fernando Palma
Este documento propõe uma iniciativa estratégica para melhorar a gestão de estoque de uma organização através de mudanças nos processos e sistemas atuais. A proposta visa reduzir custos com estoques excedentes e indisponibilidade de produtos, além de melhorar os indicadores de desempenho da organização.
O documento fornece uma breve história da magia ao longo dos tempos, desde suas origens na Atlântida até sua prática nas diferentes culturas e civilizações ao redor do mundo. Aborda conceitos como yoga, magia oriental, culturas asteca, inca e maia nas Américas, alquimia no ocidente, e elementos fundamentais da magia como os quatro elementos da natureza.
Este documento discute as leis e normas de segurança e saúde no trabalho no Brasil, incluindo a Constituição, a CLT e normas regulamentadoras. Também aborda tópicos como implantação de programas de segurança, equipamentos de proteção individual, sistemas de proteção coletiva e avaliações ambientais.
Apostila de higiene e segurança do trabalhoSergio Silva
O documento apresenta informações sobre legislação e normas de segurança e saúde no trabalho no Brasil, incluindo a Constituição Federal, a CLT e leis trabalhistas. Também discute a implantação de programas de segurança e saúde ocupacional nas empresas e o papel de órgãos como a CIPA. Por fim, aborda temas como equipamentos de proteção, ruído, calor e avaliação de riscos ambientais.
Este documento fornece uma breve história da magia, abordando suas origens na Atlântida e como foi transmitida por civilizações antigas como a egípcia, indiana e chinesa. Também discute como a magia foi praticada no Oriente através do yoga e artes marciais, e nas Américas pelas culturas maia, inca e asteca. Por fim, apresenta como a magia chegou ao Ocidente por meio dos alquimistas e suas conexões com religiões.
Magia Elemental Ali Mohamad Onaissi Instituto Arcanjo MichaelHOME
Este documento fornece uma breve história da magia, começando com suas origens na lendária Atlântida e como esse conhecimento foi transmitido para civilizações como a egípcia, indiana e chinesa. Também discute como a magia foi praticada no Oriente através do yoga e artes marciais, e como chegou às Américas por meio das culturas maia, inca e asteca.
Magia Elemental Ali Mohamad Onaissi Instituto Arcanjo Michaelguest301cb2
Este documento fornece uma breve história da magia, discutindo suas origens na Atlântida e como esse conhecimento foi transmitido para civilizações como a egípcia, indiana, chinesa e das Américas. Também aborda como a magia foi praticada no Oriente através do yoga e artes marciais, e como conceitos esotéricos foram incorporados em tradições como o xintoísmo e budismo tibetano.
O documento fornece uma introdução sobre os aços, incluindo diferentes tipos de aços como aço carbono, aço de liga e aço inoxidável. Também discute conceitos-chave como diagramas de equilíbrio de fases e tratamentos térmicos comuns aplicados aos aços, como recozimento, têmpera e revenimento.
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Apostila fundamentos de eletrônica senai-[poluidor.blogspot.com]Diego Roberto
Este documento fornece informações sobre componentes eletrônicos básicos como resistores, capacitores, indutores, semicondutores e circuitos associados. Resume:
1) Resistores são usados para controlar a corrente em circuitos e podem ser fixos ou variáveis;
2) Capacitores armazenam carga elétrica e são usados em filtros e circuitos osciladores;
3) Indutores armazenam energia magnética e são usados em filtros e conversores.
Este documento apresenta um guia para cursos de expositores da Aliança Espírita Evangélica, contendo informações sobre técnicas de comunicação, liderança, preparação de aulas e atividades, conceitos sobre diferentes tipos de cursos oferecidos, e orientações gerais para expositores. O documento é dividido em seções temáticas e fornece detalhes sobre como melhor transmitir conhecimentos espíritas.
7. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 1
Uma história clínica clara e detalhada torna-se fundamental diante de
quadro sugestivo de uma doença vascular. Devem fazer parte da abordagem inicial
toda informação referente ao tempo de início, duração, intensidade, estabilização,
melhora ou piora do quadro assim como os efeitos na qualidade de vida. Na grande
maioria das afecções vasculares pode se chegar ao diagnóstico completo através da
anamnese e exame físico sem necessidade de exames subsidiários, restringindo-se
estes apenas para aqueles casos mais graves onde haverá necessidade de
intervenção cirúrgica ou endovascular.
A apresentação clínica das doenças do sistema arterial periférico
correlaciona-se diretamente com a incompetência do mesmo em manter suas
funções primordiais enquanto estrutura fundamental para a manutenção do
funcionamento dos órgãos e tecidos por ele irrigados. As doenças arteriais
obstrutivas sejam ateroscleróticas ou não, e as dilatações aneurismáticas são as
principais afecções que acometem as artérias. Dentro deste contexto a anamnese e
o exame clínico figuram como passos fundamentais para a detecção diagnóstica.
Independentemente da natureza e da localização de uma doença arterial, o exame
clínico deve ser sempre completo e, em caso das extremidades, simétrico e
comparativo. Deve ainda ser sempre acompanhado pelo exame cardíaco que não
será abordado neste capítulo.
8. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 2
Cada segmento anatômico responde à isquemia com sintomas
relacionados ao déficit funcional próprio daquela região. As lesões obstrutivas das
artérias viscerais têm manifestação clínica variável, segundo o órgão acometido. As
obstruções e/ou estenose das artérias que irrigam o sistema esplâncnico costumam
cursar com dor pós prandial cerca de 30 a 40 minutos após as refeições de duração
variável além de o indivíduo apresentar perda de peso significativa desde o início os
sintomas.
Como se sabe, as doenças arteriais obstrutivas são mais incidentes nos
membros inferiores. Também nesse segmento anatômico a dor é o sintoma mais
freqüente cuja manifestação inicial ocorre somente com o esforço muscular
desencadeado pela deambulação. A atividade muscular requer mais afluxo de
sangue oxigenado além de produzir maior quantidade de metabólitos ácidos.
Quando a demanda não é atendida, a produção insuficiente de ATP (adenosina tri-
fosfato) e o acúmulo de derivados ácidos do metabolismo anaeróbico passam a
estimular terminações nervosas causando sensação de dor, cansaço e até mesmo
câimbra. Tais eventos cessam instantaneamente com a interrupção da atividade
muscular, o que determina alívio dos sintomas em poucos minutos. Portanto a dor
atinge determinado grupo muscular, aumenta até o limite de tolerância obrigando a
interrupção do esforço e, cessando esse, desaparece em tempo rápido, podendo
reaparecer com a realização de igual exercício. A esta manifestação denomina-se
claudicação intermitente.
A claudicação nos membros inferiores pode ocorrer nos pés, nas
panturrilhas, nas coxas e nas nádegas conforme o nível de obstrução na árvore
arterial e também conforme capacidade de colateralização desenvolvida pelo
organismo. Chama-se de distância útil aquela que o indivíduo consegue percorrer
sem ter dor, geralmente caracterizada em terreno plano (Fig. 1).
9. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 3
Figura 1 – Diagrama da claudicação intermitente
Pode-se dizer que a claudicação intermitente é um sintoma
patognomônico de afecção arterial do tipo obstrutivo. Existem algumas situações
descritas como pseudoclaudicações intermitentes que não devem ser confundidas
com a verdadeira claudicação intermitente. Tais condições clínicas podem
desencadear dor com o exercício, porém a cessação da dor não ocorre
instantânemante com a cessação do esforço como ocorre na claudicação
intermitente. Estas pseudoclaudicações podem ser causadas por afecções
ortopédicas, neurológicas ou reumatóides e um questionamento cuidadoso pode
evitar direcionamentos diagnósticos inadequados com retardo na implementação da
terapêutica mais apropriada.
Alguns pacientes podem procurar atendimento médico já numa fase
avançada da doença obstrutiva caracterizada pela dor de repouso e parestesias
geralmente nas porções mais distais das extremidades associada a queixa de
frialdade (ou esfriamento) e alterações de cor variando entre palidez intensa, cianose
e eventualmente rubor conforme a posição pendente.A dormência e o formigamento
são as parestesias mais comuns tanto nas isquemias crônicas quanto nas agudas.
As úlceras isquêmicas e as gangrenas são quadros terminais da
arteriopatia obstrutiva crônica periférica. Podem iniciar espontaneamente ou após
evento desencadeante como pequeno trauma ou infecção local.
10. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 4
As úlceras isquêmicas são extremamente dolorosas, exceto em
diabéticos. Surgem expontaneamente ou em áreas de fácil trauma como nos
artelhos, interdigitais, calcâneos e menos frequentemente nas panturrilhas.São de
difícil cicatrização,a não ser após a revascularização; tendem a ser rasas e de fundo
pálido.É comum na doença aterosclerótica periférica (Fig. 2).
Figura 2 – Úlcera isquêmica de calcânio esquerdo
A hipertensão arterial grave de longa duração pode desencadear úlceras
isquêmicas chamadas úlceras hipertensivas. Estas comumente são muito dolorosas
e surgem na face ântero-externa da panturrilha bilateralmente. As artérias
tronculares em geral são normais nestes pacientes. A causa destas úlceras é a
arterioloesclerose.
As gangrenas nas isquemias crônicas podem se manifestar sob a forma
mumificada dos tecidos tendendo a ser menos extensas que as gangrenas após
isquemias agudas. Atingem pontas dos dedos, dedos inteiros ou pé e menos
frequentemente a perna. Quando a necrose está estabelecida e há boa rede
colateral observa-se sulco de delimitação bem preciso (Fig. 3). Em geral este tipo de
gangrena é seco e sem secreção. Por outro lado a gangrena pode se infectar,
tornando o tecido necrótico macerado, com formação de secreção e, as vezes, lojas
de pus. É a chamada gangrena úmida ou infectada. As gangrenas tendem a ser
mais amplas nas oclusões arteriais agudas embólicas ou trombóticas.
11. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 5
Figura 3 – Gangrena seca do hálux e quarto dedo (delimitação precisa)
Em oclusões artérias agudas de extremidades, os sintomas de dor de
repouso surgem no início do quadro ou após algumas horas. Além disso, os
pacientes queixam-se de esfriamento, palidez e parestesia e se não tratados
evoluem para a necroses mais extensas e pouco delimitadas do membro isquêmico
pois a rede colateral em geral é escassa (Fig 4).
Figura 4 – Gangrena pós-isquemia aguda (falta delimitação)
O exame vascular deve sempre ser precedido pelo exame geral, já que a
maioria das afecções relacionadas ao sistema arterial pode ter comprometimento
sistêmico ou influenciar outros territórios vitais.
12. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 6
O exame geral e particularmente das extremidades deve ser feito em
ambiente de boa iluminação se possível de luz natural.
A avaliação do sistema arterial deve iniciar-se pelo exame clínico cardíaco
seguindo-se para a região cervical com a observação cuidadosa da pulsatilidade
venosa, abaulamentos pulsáteis e posterior palpação. O exame dos pulsos deve ser
feito com pelo menos dois dedos e sempre na extensão da artéria a ser examinada.
O exame do pulso carotídeo deve ser feito na porção medial do músculo
esternoclidomastoideo com o pescoço do paciente ligeiramente rodado para o lado
contralateral evitando-se manipulação vigorosa do local para não induzir reflexo
vagal (Fig. 5).
Figura 5 – Palpação do pulso carotídeo.
Após a avaliação cardíaca e cervical deve-se prosseguir para o exame das
extremidades superiores.
Todo exame clínico, de qualquer segmento anatômico ou sistema, deve
respeitar uma seqüência lógica de avaliação e interpretação. A inspeção estática
cuidadosa através da observação da cor, do trofismo e da presença de
abaulamentos pulsáteis ou não, dão informações iniciais e subsídios para uma
adequada avaliação de eventuais testes dinâmicos. Os termos relativos à perfusão
nomeados como corado, pálido, cianótico e ruborizado são percebidos nessa fase
do exame.
13. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 7
Alterações no estado de nutrição da pele e musculatura assim como dos
fâneros e a presença ou não de edema, ulcerações e gangrenas são detectadas
ainda na inspeção estática.
Em seguida deve se prosseguir com a inspeção dinâmica. A prova de
Buerger (manobra da palidez de elevação) consiste em elevar os membros, durante
cerca de um minuto, do paciente deitado e fazê-lo, em seguida, sentar-se com os
membros pendentes. Quando da elevação pode-se perceber o grau de palidez, e a
diferença de coloração entre as duas extremidades simétricas. Quando do membro
pendente pode-se cronometrar o tempo em que às extremidades voltam a se corar,
as veias superficiais se encherem e observar as eventuais diferenças entre os
membros (Fig. 6A, B e C).
Figura 6 – A) Palidez do pé esquerdo; B) Ausência de circulação venosa superficial visível no
pé esquerdo isquêmico; C) Rubor pendente à esquerda.
No membro normal as veias se enchem em até 10 segundos, porém no
membro isquêmico esse tempo sempre excede 15 segundos podendo levar até
alguns minutos. O membro isquêmico fica pálido em grau variável e leva mais de 10
segundos para recuperar a cor, quando pendente, adquirindo progressivamente cor
ruborizada após alguns segundos (rubor pendente ou hiperemia reativa). Estas três
manobras posturais: palidez de elevação, enchimento venoso e rubor pendente
devem ser executadas em continuidade com os membros elevados e a seguir
pendentes.
Na palpação deve-se perceber diferenças de temperatura, estado trófico
da musculatura e pele. Fundamentalmente, a palpação dos pulsos das extremidades
e aorta abdominal constitui-se em manobras essenciais na confirmação e
A B C
14. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 8
localização de alterações no sistema arterial, caracterizando-os como normais,
aumentados, diminuídos ou ausentes.
No caso dos membros superiores os testes dinâmicos geralmente são
realizados junto com a palpação dos pulsos. Os pulsos subclávios devem ser
examinados na fossa supraclavicular com o paciente deitado, para que o músculo
platisma possa estar relaxado e a pulsatilidade da artéria subclávia possa ser
percebida mais facilmente. O pulso axilar é examinado na porção anterior da axila
com o membro superior flexionado e a mão espalmada na região occipital.
O pulso braquial deve ser palpado no terço distal do braço na sua porção
medial entre os tendões dos músculos bíceps e tríceps. O pulso radial (lateral) e
ulnar (medial) devem ser examinados no punho, sendo a artéria radial mais
superficial que a artéria ulnar (Fig. 7B, C e D).
Figura 7 – A) Palpação do pulso carotídeo; B) Braquial; C) Radial e D) Ulnar
Deve se ressaltar a utilidade da palpação do trajeto das artérias para
verificar se não existem abaulamentos ou tumores pulsáteis, frêmitos ou ainda
endurecimentos segmentares das artérias.
A palpação do pulso aórtico deve ser realizada na linha mediana
abdominal, acima da cicatriz umbilical palpando profundamente contra a projeção
anterior da coluna lombar. Quando da detecção de uma massa expansível e pulsátil
deve se proceder à manipulação cuidadosa da mesma a fim de definir
15. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 9
aproximadamente o diâmetro (Fig. 8). Mudança de decúbito pode auxiliar na
diferenciação da massa expansiva de um tumor pulsátil.
Figura 8 – Aneurisma da aorta abdominal (massa tumoral visível no abdomen)
O pulso femoral é examinado na prega inguinal a meio caminho entre a
sínfise púbica e a crista ilíaca ântero-superior. O pulso poplíteo é percebido no cavo
poplíteo através de manobra bimanual envolvendo o joelho do paciente e realizando
discreta flexão do mesmo para facilitar a percepção do pulso na face posterior. Os
pulsos pedioso e tibial posterior devem ser examinados junto ao pé sendo o primeiro
palpado no dorso do pé, lateral ao tendão extensor longo do hálux e o segundo na
região retro maleolar medial (Fig. 9A, B, C e D).
Figura 9 – A) Palpação do pulso femoral; B) Poplíteo; C) Pedioso e D) Tibial posterior.
16. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 10
A realização do índice tornozelo-braquial passa a ter importância
diagnóstica nos casos de dúvida quanto a diferença de percepção da amplitude de
determinados pulsos. Além disso, pode-se ter um dado quantitativo relativo ao grau
de isquemia que se encontra o membro em avaliação. Para o registro deste índice é
necessário ter a disposição um aparelho Doppler portátil, sendo possível aferir a
pressão em locais onde a palpação simples ou mesmo com o estetoscópio não se
conseguem.
Registra-se a medida da pressão arterial no membro inferior mediante a
colocação do manguito de pressão no terço distal da perna e afere-se a pressão
sistólica no local de detecção do pulso pedioso ou tibial posterior. A mesma manobra
é realizada para medida da pressão arterial sistólica no membro superior no local de
detecção do pulso da artéria braquial. A relação entre a pressão sistólica do
tornozelo e a pressão sistólica braquial corresponde ao índice tornozelo-braquial,
cujo valor normal varia de 0,9 a 1,3. Evidentemente, nas isquemias de membro
inferior espera-se queda deste índice.
A ausculta é um exame imprescindível no exame arterial. Ela é feita com
um estetoscópio comum sobre os grandes troncos arteriais: carótidas, subclávias
(fossas supraclaviculares),aorta abdominal e artérias viscerais (flancos), femorais,
poplíteas e eventuais sopros em outras localizações. Em grandes artérias pode-se
auscultar batimentos correspondendo à onda de pulso. Quando há quebra do fluxo
laminar do sangue, transformando-se em turbilhonar, surgem vibrações que tem
origem nas paredes arteriais e dão origem ao frêmito na palpação e sopro à
ausculta. Esta situação aparece nas dilatações e estenoses arteriais e nas
comunicações artériovenosas (fístulas). Assim nos aneurismas arteriais pode ser
ouvido sopro sistólico em geral suave, o mesmo acontecendo com as estenoses
arteriais. Nestas a intensidade do som é proporcional ao grau de estenose existente
e à velocidade de fluxo, isto é, quanto maior a estenose, mais intenso é o sopro. Nas
fístulas arteriovenosas existe comumente sopro contínuo (sistólico e diastólico), com
reforço sistólico, intenso e rude também conhecido como sopro em maquinaria.
17. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 11
O paciente portador de doença venosa crônica e ou linfática apresenta
em geral sintomas de longa duração. A dor é um sintoma comum na doença venosa,
sendo em geral suportável. Predomina a dor em peso, em queimação ou
desconforto nas pernas que se agrava na época do calor, quando o indivíduo fica
muito tempo de pé ou no período pré ou menstrual na mulher. A presença das
varizes nos membros inferiores também corresponde a uma queixa da mulher
principalmente, preocupada com o aspecto estético das dilatações venosas. Outras
manifestações podem estar presentes como prurido, câimbras e edema discreto de
tornozelo. As varizes podem ser divididas em dérmicas, reticulares e tronculares de
acordo com o seu calibre. As varizes de membros inferiores podem se complicar.
Uma destas complicações é a tromboflebite superficial caracterizada como dor
súbita e intensa sobre um trajeto venoso associado a processo inflamatório
localizado. Quando a dor aguda atinge grupos musculares de panturrilha
principalmente e que piora aos movimentos de extensão e flexão e deambulação,
acompanhado de empastamento (edema) muscular sugere a presença de trombose
venosa profunda. O edema é uma queixa também comum tanto na doença venosa
quanto na linfática. O edema na doença varicosa, no início é vespertino e discreto, e
com o correr do tempo, se torna mais intenso e duradouro. O prurido sobre os
trajetos venosos e no terço distal da perna aparece nas varizes de longa duração e
nos casos de insuficiência venosa crônica (IVC). Na IVC surgem manifestações mais
graves como o eczema de estase, hiperpigmentação (dermite ocre),
lipodermatoesclerose e culmina com a úlcera venosa ou flebopática. Nestes casos é
importante a diferenciação entre as varizes primárias de longa duração e as varizes
secundárias (síndrome pós-trombótica, fístulas artério-venosas, etc). Classificam-se
as varizes do ponto de vista clinico em 6 nîveis conforme o Quadro 1.
Quadro 1. Classificação clinica:
C0-Sinais de doença venosa não visivel e não palpavel
C1-Teleangectasias e veias reticulares
C2-Veias varicosas
C3-Edema
18. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 12
C4a-Pigmentação, eczema
C4b-Dermatoesclerose ou atrofia branca
C5-Ulcera venosa cicatrizada
C6-Ulcera venosa aberta
O edema é a queixa mais comum nas doenças de origem linfática e ele é
de longa duração. Está relacionado a doenças congênitas caracterizadas por
aplasia ou hipoplasia do sistema linfático e adquiridas do tipo linfangite ou infiltração
tumoral. O edema linfático é do tipo duro, pouco depressível e proteico. A dor súbita
em trajetos linfáticos associado a febre,mau estar geral pode corresponder a
linfangite aguda.
O exame das extremidades, como já assinalado em relação ao exame
arterial, deve ser feito em ambiente de boa iluminação se possível de luz natural. O
exame físico geral deve seguir a sequência habitual para se obter o peso, a altura, o
tipo constitucional, a frequência do pulso, a frequência respiratória, a pressão arterial
e a temperatura. O aspecto geral do doente, o desenvolvimento do panícolo
adiposo, dos ossos, do sistema ganglionar linfático e o decúbito preferencial devem
ser anotados, bem como o equilíbrio e a marcha, a umidade e a cor das mucosas.
Verificar a temperatura, a umidade, a coloração, as cicatrizes da pele.
O exame físico deve ser feito com o paciente de pé, pois a ação da força
gravitacional faz com que a circulação venosa seja dificultada, preenchendo o
sistema venoso e, dessa forma as veias superficiais se tornam mais visíveis. Nesta
posição caracteriza-se melhor os pacientes com varizes de membros inferiores. Nos
casos em que se procuram sinais de trombose venosa profunda (TVP) dos membros
inferiores, o decúbito dorsal é mais conveniente. Em TVP de membros superiores e
tromboflebites superficiais não há preferência de decúbito.
À inspecção estática deve-se pesquisar a presença de dilatações
varicosas sobre o trajeto da veia safena magna ao nível das faces medial e ântero-
medial da coxa e da panturrilha com o membro em abdução, rotação lateral e
semiflexão. As varizes do território da veia safena parva deve ser feita pela face
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dorsal com a panturrilha semi-fletida sobre a ponta dos pés. É necessário igualmente
pesquisar a existência de varizes perineares ou de colaterais da crossa da safena
magna. O exame da região suprapubiana permitirá caracterizar uma circulação
colateral abdominal podendo testemunhar sequela de trombose venosa profunda
(síndrome pós-trombótica).
A inspecção estática caracteriza as varizes tronculares (veias com calibre
acima de 3 mm) e as de menor calibre definidas como reticulares (entre 1 e 3mm) e
as teleangectasias ou microvarizes (1mm) comumente presentes nos membros
inferiores.
As varizes de longa duração e os pacientes vítimas de seqüelas de TVP
de membros inferiores (síndrome pós-flebítico) manifestam-se sob a forma de estase
venosa mais grave (IVC). Nas regiões peri e inframaleolares surgem múltiplas veias
subdérmicas dilatadas de cor roxo-azulada, conhecidas como coroa flebectásica.
Trajetos venosos sob a forma de vergão vermelho comumente em veias
varicosas caracterizam a tromboflebite espontânea ou podem existir placas de
eczemas sobre veias varicosas. A administração de drogas endovenosas ou o
cateterismo venoso podem inflamar as veias manifestando-se na forma de cordão
venoso avermelhado e outros sinais inflamatórios caracterizando a tromboflebite
(Fig. 10).
Figura 10 – Tromboflebite superficial (hiperemia de pele e cordão
venoso palpável em coxa esqueda)
Quando surge um trajeto longo, estreito e retilíneo vermelho associado a
febre alta sugere linfangite aguda (Fig. 11 ).
20. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 14
Figura 11 – Linfangite aguda (hiperemia da pele em trajeto estreito)
Rubor mais intenso em placas ou o terço distal da perna podem ser
observados nos casos de erisipelas, eczemas agudos e lipodermatoesclerose.
A cianose pode ser vista em tromboses venosas maciças (flegmasia
cerulea dolens) e em casos menos graves, quando o membro é mantido pendente.
Na IVC a cianose também pode aparecer quando o doente assume a posição de
perna pendente.
Em certa fase da TVP ileofemoral (flegmasia alba dolens) pode surgir
palidez por vasoespasmo.
A hiperpigmentação ou dermite ocre é a coloração púrpura ou
acastanhada (cor ocre) da pele que geralmente ocorre na região do tornozelo, mas
que pode se extender para a perna e pé (terço distal da perna) deve-se ao depósito
de hemossiderina, produto de degradação das hemácias extravasadas no interstício
quando há IVC de maior duração (Fig. 12). No inicio da formação dessas alterações,
a área é de cor eritemato-purpúrica. Com o decorrer do tempo, a pigmentação torna-
se mais escura, por deposição de melanina devido a irritação local.
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Figura 12 – Dermite ocre (varizes e hiperpigmentação
do terço inferior da perna)
As manchas de cor vinhosa, planas ou ligeiramente cianóticas sugerem
hemangiomas simples ou complexos que implicam em abordagens diagnósticas
mais elaboradas. Estas angiodisplasias (má formação venosas) podem ser
acompanhadas de veias varicosas frequentemente difusas, não sistematizadas
associadas às vezes a uma modificação do volume do membro. As mal formações
complexas mais comuns são as síndromes de Klippel-Trenaunay (Fig. 13) de
Parkes-Weber.
22. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 16
Figura 13 - Síndrome de Klippel-Trenaunay (hemangioma,
hipertrofia e alongamento do membro inferior direito).
O edema é muito comum nas doenças venosas e quando mais intenso
torna-se facilmente perceptível. Nos casos iniciais, pode-se verificar a formação de
godê ou cacifo visível à compressão digital. O acompanhamento diário da medida da
circunferência da coxa ou panturrilha pode ser útil para analisar sua presença ou
regressão. Quando o edema se acompanha de dilatação da rede venosa superficial
comparativamente com o outro lado, sugere a presença de TVP e da rede venosa
colateral colaborando com o retorno venoso do membro.
O edema de origem venosa provoca o extravazamento de líquido para o
interstício e este desencadeia o eczema definido como dermatite eritematosa que
pode progredir para vesículas, descamação, ou rachaduras na pele da perna,
também conhecido como dermite de estase. Surge em geral em hipertensão venosa
de longa duração. Pode-se acompanhar de sinais de escarificação pelo prurido ou
por sensibilizacão a medicamentos tópicos (Fig.14).
23. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 17
Figura 14 – Eczema de estase ou dermite
A hipertensão venosa grave e de longa duração desencadeia fibrose
progressiva da pele e subcutâneo no terço distal da perna, principalmente em sua
face medial, caracterizando a lipodermatoesclerose ou dermatoesclerose ou
dermatofibrose ou celulite endurada (Fig. 15). Ela aparece sob duas formas aguda e
crônica.
Figura 15 – Lipodermatoesclerose do terço inferior
da perna e úlceras flebopáticas.
24. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 18
Na forma aguda, também chamada hipodermite, o paciente apresenta-se,
à inspecção, uma região bem delimitada, eritematosa ou acastanhada, e
discretamente saliente, às vezes com bordas nítidas, que tendem a aumentar de
tamanho. À palpação, apresenta-se endurecida, dolorosa e quente. Pode-se formar,
agudamente, uma úlcera em seu centro. Frequentemente é confundida com flebite
ou celulite, distiguindo-se desta por não vir acompanhada de febre, adenomegalia ou
leucocitose.
Na forma crônica o tecido cicatricial determina fibrose progressiva da pele
e tecido celular subcutâneo e nos casos de longa duração o terço inferior da perna
vai acinturando, contrastando com o membro edemaciado acima, o que determina
uma forma de bombacha ou garrafa de champanhe invertida (Fig. 16). A fibrose na
região pode ser intensa que leva tardiamente a anquilose da articulação tibio-társica.
Sobre esta região surgem comumente as úlceras venosas.
Figura 16 - Dermatofibrose intensa (forma de bombacha
ou garrafa de champanhe invertida).
A visualização do sistema venoso superficial de aparecimento rápido,
comparando-se com o outro membro e associada com outras manifestações
sugerem TVP e quando crônica pode-se tratar de síndrome pós-trombótica.
25. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 19
Atrofia branca são áreas esbranquiçadas, localizadas, frequentemente
circulares de pele atrófica, rodeadas de capilares dilatados e às vezes de
hiperpigmentação.
A úlcera venosa é o grau máximo da alteração trófica da IVC, também
chamada de úlcera de estase ou flebopática (Fig. 17). As úlceras espontâneas
surgem em geral pouco acima dos maléolos internos principalmente. Elas são
superficiais com bordas cortadas abruptamente. Pode ser pequena tipo lenticular ou
maior numular, mas as vezes se extendem por grandes áreas chegando a ser em
bota atingindo toda a circunferência do terço distal da perna. O fundo é liso,
avermelhado quando a úlcera está limpa, mas quando infectada apresenta exsudato
seropurulento. É pouco dolorosa a não ser quando infectada. Podem estar
circundadas pela hiperpigmentação ou dermite ocre. Nas úlceras de longa duração,
as bordas podem se tornar calosas e irregulares e, se, elevadas, devem levantar a
suspeita de degeneração maligna. Tendem a cicatrizar quando se alivia a
hipertensão venosa elevando-se os membros inferiores ou corrigindo-se os refluxos
venosos da IVC pela cirurgia de varizes ou pelo uso de meias elásticas.
Figura 17 – Úlceras felbopáticas (fundo avermelhado, dermite
ocre ao redor junto ao maléolo medial)
26. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 20
Gangrenas de origem venosa podem surgir raramente como complicação
da trombose venosa maciça (flegmasia cerulea dolens). Ela se instala logo de
imediato ou alguns dias após a evolução de uma trombose venosa grave, podendo
atingir porções distais e mesmo proximais dos membros (Fig. 18).
Figura 18 – Gangrena venosa (edema importante do membro superior direito). Á direita detalhe
mostrando a gangrena da mão direita.
A inspecção dinâmica associado à palpação podem complementar o
estudo das insuficiências valvulares do sistema venoso superficial (safenas magna e
parva e perfurantes). Utilizando-se a manobra de Trendelenburg pode-se
caracterizar a incompetência da válvula ostial da safena magna e de veias
perfurantes da coxa e da perna. Solicita-se que o paciente assuma o decúbito dorsal
e após esvaziar o sistema venoso superficial com a elevação do membro a ser
avaliado; coloca-se um garrote na raiz da coxa e outro junto aos maléolos
(dispensável se a prova for realizada rápida). A seguir o paciente assume a posição
supina. Se houver enchimento inicial das varizes sugere insuficiência de veia
perfurante. A seguir retira-se o garrote da coxa; se os novelos varicosos tornarem-se
mais túrgidos caracteriza-se a insuficiência ostial da safena magna e de perfurantes.
Se não houver enchimento inicial das varizes e após a retirada do garrote da coxa,
27. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 21
estas se enchem de proximal para distal sugere insuficiência ostial pura de safena
magna (Fig. 19).
Figura 19 - Manobra de Trendelenburg
Quando as varizes são do território da safena parva (face látero-posterior
da panturrilha) pode-se lançar mão da manobra dos três garrotes. Após o decúbito
dorsal do paciente e esvaziamento das varizes colocam-se os dois garrotes em
posição conforme manobra de Trendelenburg e um terceiro garrote na fossa
poplítea. O paciente estando de pé observa-se o enchimento das varizes no território
da safena parva com os mesmos significados que a manobra anterior, em relação a
safena parva.
Por se tratarem de manobras qualitativas seus resultados não são
absolutos e servem como indicativos para uma melhor avaliação. Utilizam-se,
atualmente, exames de imagens como o ecoDoppler por serem mais fidedignos na
caracterização dos pontos de refluxo ou de incompetência.
À palpação pode-se notar aumento da temperatura da pele sobre os
novelos varicosos comparando-se com a pele do tecido vizinho. Em celulites e
erisipelas notam-se em geral aumento local da temperatura, além de outras
manifestações sistêmicas.
Na TVP observa-se aumento discreto da temperatura da pele em virtude
da congestão dos tecidos e desvio do sangue do sistema venoso profundo para o
28. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 22
sistema superficial. Entretanto a sensibilidade tátil para se notar a diferença depende
da temperatura, uma vez que a diferenciação só se consegue quando a temperatura
for acima de 1 grau Celsius.
O edema quando caracterizado pela depressão da pele (godê ou cacifo)
pode caracterizar a TVP, principalmente quando unilateral. Algumas vezes o edema
é pouco perceptível à palpação, mas nota-se empastamento muscular (edema
muscular), pela perda do balonamento da panturrilha quando o paciente se coloca
em decúbito dorsal e a semiflexão do joelho. Testam-se nestes casos os sinais de
Homans, Babcok e Lowemberg. No primeiro solicita-se ao paciente realizar a
dorso flexão do pé ativa ou passivamente; se o paciente referir dor na panturrilha, o
resultado será positivo. Por meio da palpação manual (Babcok) ou com o emprego
de esfignomanômetro (Lowemberg) junto a panturrilha comprime-se a mesma; o
resultado será positivo se o paciente referir dor. Os resultados positivos destes sinais
sugerem a TVP, mas não são patognomônicos. Devem ser afastadas reações
inflamatórias locais de outras etiologias.
O edema duro, pouco depressivo sugere o edema linfático conhecido
como linfedema. Entretanto nas fases iniciais o linfedema não apresenta estas
características e devem ser feito o diagnóstico diferencial do edema de outras
etiologias. A pele no paciente com linfedema é pálida, podendo apresentar-se
avermelhada nos quadros inflamatórios ou infecciosos que surge no
desenvolvimento da doença. O edema de origem venosa comumente apresenta
regressão com o repouso noturno, enquanto o linfedema pode necessitar de três a
quatro dias para obtenção de efeito similar. Deve-se fazer também o diagnóstico
diferencial do linfedema com o lipedema (denominação imprópria para a
lipodistrofia). Esta condição caracteriza a deposição excessiva de gordura nos
membros inferiores e não edema. Não há redução do aumento de volume com o
repouso mesmo prolongado. Nestes casos a pele é elástica e não há sinal de godê.
É bilateral e um coxim gorduroso é observado anteriormente ao maléolo lateral. Os
pés são preservados. Um sinal clínico importante para a caracterização do linfedema
na sua fase inicial é o de Stemmer. Este sinal consiste no espessamento cutâneo
da base do segundo artelho e é obtido pelo examinador quando se tenta realizar a
preensão da pele dessa região. Em pacientes com linfedema, consegue-se perceber
que existe uma infiltração dos tecidos, impedindo uma preensão adequada da pele.
Sendo positivo este sinal permite diferenciar dos edemas de outras etiologias.
29. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 23
Os linfedemas de longa duração provocam aumento e deformidade da
extremidade pela alteração fibrótica e aparecimento de verrucosidades,
hiperqueratoses e fistulização (Fig. 20).
Figura 20 – Linfedema crônico (membro inferior direito)
Frêmitos sobre varizes, principalmente aquelas de localizações anômalas,
pode ser sentidos nos casos de fístulas artério-venosas.
A percussão pode ser realizada sobre o sistema venoso superficial e é útil
para determinar a continuidade da veia ou a comunicação entre uma veia e o botão
varicoso. A veia dilatada e cheia de sangue conduz um impulso de percussão na
mesma direção do fluxo sanguíneo normal, mas em direção inversa se as válvulas
estiverem insuficientes. Assim, a percussão suave de uma veia e a palpação distal
deve ser realizada como método para detectar o trajeto e as conexões de uma veia
dilatada, enquanto que a percussão e a palpação suave e a palpação proximal são
usadas como forma de testar válvulas insuficientes no segmento venoso situado
entre as duas mãos (Teste de Schwartz).
A ausculta tem importância na semiologia do sistema venoso,
principalmente quando ramos venosos calibrosos estiverem em posição anormal.
Em casos raros pode ser detectada a existência de uma fístula artério-venosa, pela
presença de sopro contínuo ou em maquinaria sobre as dilatações venosas.
30. Semiologia Vascular ___________________________________Edwaldo E. Joviliano, Takachi Moriya, Carlos E. Piccinato 24
A ausculta poderá também ser utilizada para o diagnóstico de
insuficiência valvular, pela detecção de sopro da safena magna junto a virilha com o
indivíduo de pé ou mesmo deitado,quando se solicita a ele realizar esforço
abdominal, como, por exemplo, tossir.
A semiologia arterial, venosa e linfática evidentemente deve ser
executada de forma concomitante quando do exame físico das extremidades.
LEITURA RECOMENDADA
Boutelier P. Semiologia Cirúrgica. 6ª edição. Ed. Medsi, Rio de Janeiro, 2004.
Correia Neto, A.Clínica Cirúrgica. Volume 2. Editora. Sarvier, 1994.
Maffei FHA, Lastória S, Yoshida WB, Rollo HA, Giannini M, Moura R. Doenças
vasculares periféricas. 4ª edição, Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro,
2008.
Moraes IN. Propedêutica vascular. Editora Sarvier, São Paulo,1974.
31. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 25
A abordagem da isquemia aguda de extremidades é exemplificada pela
descrição de dois casos clínicos a seguir. O primeiro caso trata-se de mulher de 45
anos, portadora de fibrilação atrial, que se queixa de dor súbita em membro inferior
direito há duas horas, além de frialdade, palidez e cianose de artelhos do pé direito.
Semiologicamente caracteriza-se a arritmia, além da ausência de pulsos femoral,
poplíteo e distais à direita. Observam-se palidez, cianose e frialdade distal deste
membro. O. segundo caso: homem de 72 anos, queixa-se de dor contínua em
panturrilha esquerda há quatro horas que o impede de caminhar. Relata ainda
cianose de artelhos deste mesmo lado. Previamente sentia claudicação intermitente
da panturillha esquerda para 200 m, aproximadamente. Tratava de hipertensão
arterial e era fumante. Palpa-se o pulso femoral esquerdo pouco ampio, em relação
ao direito e ausência dos pulsos distais deste lado. Nota-se cianose discreta dos
artelhos esquerdos e palpam-se artérias endurecidas no membro contralateral.
Clinicamente caracteriza-se a embolia arterial no primeiro caso e a
trombose arterial aguda no segundo. Estes dois casos sumariamente descritos
representam os quadros mais comuns das oclusões arteriais agudas de
extremidades e representam um dos problemas desafiadores em medicina de
urgência. Estima-se sua incidência em dezessete casos por 100.000 habitantes/ano.
Apesar da melhoria nas condições de atenção aos pacientes com
isquemia aguda de extremidades, as taxas de mortalidade e morbidade ainda
permanecem altas. A mortalidade excede 25% e a taxa de amputação atinge 20%
nos sobreviventes. Estas altas taxas não estão relacionadas somente com a
isquemia do membro, mas também às comorbidades associadas: doença cérebro-
vascular, insuficiência cardíaca congestiva aguda, doença coronariana, diabetes
melhitus, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, doença maligna e tabagismo.
32. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 26
A isquemia é caracterizada basicamente pelo consumo de substrato de
alta energia (ATP), privação de oxigênio aos tecidos e a consequente conversão do
metabolismo aeróbico para a anaerobiose. O balanço entre o suprimento e a
demanda determina a magnitude e a velocidade da depleção dos compostos
energéticos celulares. A tolerância dos tecidos à isquemia varia com a natureza do
tecido e diretamente com a presença ou ausência de circulação colateral. Em geral,
o músculo tolera isquemia em um período acima de quatro a seis horas; lesões
neurológicas permanecem reversíveis até oito horas; a gordura suporta até treze
horas; a pele, vinte e quatro horas e o osso quatro dias em normotermia. Alguns
tecidos como o coração e o cérebro extraem o máximo de oxigênio do sangue no
repouso, assim qualquer aumento na demanda deve ser compensada pelo aumento
do fluxo sanguíneo. Outros tecidos, como os rins e os músculos esqueléticos, não
extraem ao máximo o oxigênio no repouso e assim qualquer aumento na demanda
metabólica é compensado pelo aumento da extração tissular de oxigênio e aumento
no fluxo sanguíneo.
O músculo esquelético, no homem, representa 40% do peso corporal e
75% da massa da extremidade inferior e contém uma variedade de substâncias
químicas em sua composição.
Embora o músculo tenha taxa metabólica relativamente baixa, quando
comparado com outros tecidos como o coração, cérebro e rim, ele é o maior
componente metabólico da extremidade, representando 90% desta taxa.
Durante a isquemia, há diminuição da tensão de oxigênio dentro da
célula, o que determina interrupção da fosforilação oxidativa e consequentemente
cessa a produção de ATP pela mitocôndria. A fibra muscular tenta manter a
atividade à custa do processo de anaerobiose mas, este é menos eficaz que o
processo de respiração aeróbica (fosforilação oxidativa). O ATP também é gerado
aerobicamente, a partir do fosfato de creatina, pela ação da enzima creatinaquinase.
Com o prolongamento do tempo de isquemia, os estoques de energia são
consumidos e o ATP é metabolizado à adenosina difosfato (ADP) e eventualmente a
adenosina monofosfato (AMP). A célula é incapaz de manter a função e o gradiente
transmembrana desaparece. A falta deste gradiente permite o influxo de cálcio
celular.
33. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 27
O aumento do cálcio citosólico acompanha-se de aumento do cálcio intra
mitocondrial de músculo esquelético isquêmico. Níveis elevados de cálcio
intracelular podem desacopiar a fosforilação oxidativa, ativar proteases celulares e
promover a contratura muscular.
A elevação do cálcio celular durante a isquemía provavelmente ativa uma
protease que converte a xantina dehidrogenase em xantina oxidase. O ATP é
quebrado em inosina e então à hipoxantina, que se acumula nos tecidos. A
reintrodução do oxigênio molecular durante a reperfusão reage com a hipoxantina
formando espécies reativas de oxigênio (superóxidos). Apesar de existir grande
variabilidade nas espécies e tecidos animais, alguns órgãos reperfundidos são
dramaticamente protegidos por inibidores da xantina oxidase (alupurinol) ou
superóxido dismutase.
Estas espécies reativas de oxigênio estão relacionadas com as lesões de
isquemia e reperfusão em vários tecidos.
A reperfusâo resulta em peroxidação lipídica e destruição da integridade
da membrana celular. A administração de varredores de espécies reativas de
oxigênio é capaz de proteger as lesões de músculo esquelético isquêmico.
Fontes potenciais de espécies reativas de oxigênio estão presentes em
outros componentes tissulares como os leucócitos que podem estar presenfes na
fase isquêmica ou introduzidos na fase de reperfusão. A isquemia pode resultar em
aumento das integrinas CD11b/CD18 que são necessárias para que haja adesão
neutrófilo-endotélio. Comprova-se o sequestro ou infiltração leucocitários em
músculo esquelético reperfundido. A isquemia ativa os neutrófilos e estes secretam
enzimas proteolíticas (mieloperoxidases, elastases); sintetizam prostaglandinas e
liberam espécies reativas de oxigênio (pelo sistema NADP hidrogenase), além de
ocluírem a microcirculação pela formação de tampões e empilhamento. Este
fenômeno é conhecido como não refluxo (no reflowphenomenon). A adesão dos
neutrófilos às vênulas e o seu extravasamento vascular são mecanismos conhecidos
em tecidos lesados após isquemia e reperfusão.
Assim dois componentes maiores parecem ser responsáveis pela lesão
de reperfusão. Inicialmente o período isquêmico resulta em depleção dos estoques
de glicogênio e dos substratos de alta energia. O oxigênio moleular é introduzido
neste meio e o ânion superóxido e outras espécies reativas são produzidas. Esta
fase da reperfusão tem sido minimizada experimentalmente pela administração de
34. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 28
inibidor de xantina oxidase (alupurinol); pela administração de varredores de
espécies reativas de oxigênio e antioxidantes; pela depleção de leucócitos e pelo
controle da taxa de reperfusão.
A reperfusão, especialmente após isquemia prolongada, conduz a
alterações vasomotoras e também a um aumento na permeabilidade microvascular
com resultante edema tissular. A alteração do tônus vasomotor provavelmente seja
devido à redução dos níveis de óxido nítrico (NO). O NO é responsável pelo
relaxamento da musculatura vascular e evita a agregação e adesão plaquetária na
parede vascular. Demonstrou-se que isquemia e reperfusão resulta em redução de
NO tissular e esta disfunção endotelial precede a lesão mitocondrial.
A oclusão aguda é seguida por uma série de eventos que amplifica a
lesão. O trombo pode se propagar e excluir os ramos colaterais. O tecido isquêmico
acumula líquido e edema provocando compressão dos canais vasculares dentro do
compartimento fascial. Este fato resulta em edema endotelial e estenose luminar,
com subsequente obstrução microvascular.
Após a oclusão arterial aguda, a apresentação clínica depende em grande
parte da presença ou ausência de rede de circulação colateral. Depende também da
pré-existência de doença oclusiva arterial e do local da oclusão. Após o episódio
inicial, a isquemia pode ser agravada pela propagação do trombo tanto proximal
quanto distal ou ambos. Isto impede a circulação colateral agravando o processo. A
trombose venosa pode acompanhar a ísquemia aguda de extremidade, geralmente
como evento secundário devido ao estado de baixo fluxo e a trombogenecidade do
sistema.
A reperfusão do tecido isquêmico pode resultar em importante e,
ocasionalmente, efeitos letais sobre a função de órgãos à distância. A liberação pelo
tecido isquêmico de citocinas como o fator alfa de necrose tumoral (TNF-cx),
interleucina-13, fator ativador plaquetário (PAF), prostaglandinas (tromboxanes,
leucotrienos) pode provocar profundas alterações hemodinâmicas e lesão em órgãos
à distância como o pulmão. Este efeito, que pode ser letal em casos graves, foi
descrito por Haimovici e é conhecido como síndrome metabólica mionefropática.
Após a restauração do fluxo, metabólitos ácidos entram na circulação sistêmica e
são capazes de provocar acidose metabólica grave. Alguns recomendam a
administração de bicarbonato durante a fase de reperfusão antecipando ao
problema. O músculo isquêmico pode liberar potássio em níveis altos e rápidos sufi-
35. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 29
cientes para produzir hiperpotassemia aguda. Esta síndrome pode ser
acompanhada por insuficiência renal aguda devido a mioglobinúria. A tentativa de
bloquear estes efeitos ajuda evitar ou pelo menos minimizar suas consequências.
Insulina associada à gliose pode ser usada para promover a entrada do potássio
para dentro da célula e tratar a hiperpotassemia. A miogLobina precipita nos túbulos
renais em pH menor que 5,8 e então a alcalinização da urina pela administração de
bicarbonato ou cloreto de amónio é importante para evitar a necrose tubular aguda
resultante da mioglobinúria. Ë importante também manter boa hidratação.
A etiologia da oclusão arterial aguda não traumática ou de um enxerto
vascular pode ser agrupada em duas categorias: trombose e embolia. A tendência
atual mostra incidência maior de trombose em relação à embolia. A trombose de
uma artéria ou de um enxerto surge em virtude de lesão parietal, enquanto que a
embolia tende a se alojar em um vaso normal, originária de uma outra fonte. A trom-
bose de um enxerto vascular ocorre com maior frequência do que em uma artéria
nativa.
A maioria dos êmbolos dos membros inferiores origina-se do coração (60
a 70%). Isto é mais comum após o infarto do miocárdio, em virtude da discinesia da
parede do coração que serve como reservatório de sangue estagnante e formação
de trombos. Trombos murais podem ocorrer dentro de horas a semanas após o
infarto. A embolia pode ser a primeira manifestação de um infarto silencioso.
Arritmias cardíacas podem predispor à formação de trombos nos átrios.
A embolia arterial periférica é muito mais grave porque há, geralmente,
poucos vasos colaterais. Os êmbolos se alojam comumente nas bifurcações, pela
mudança brusca de calibre da artéria. Os locais mais comuns dos êmbolos são as
bifurcações da femoral, da ilíaca e do tronco tíbio-peroneiro. Os êmbolos viscerais
correspondem de 7 a 10% dos casos.
36. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 30
Independentemente das causas, a fibrilação atrial é associada a dois
terços ou três quartos de casos de tromboembolismo periférico.
Embora a incidência da doença reumática tenha declinado ultimamente, a
embolia de valvas protéticas cardíacas tem aumentado, em virtude de maior número
de pacientes que são operados pela doença cardíaca valvular. A miocardioesclerose
e a cardiopatia chagásica podem ser fontes embolígenas periféricas. A endocardite
bacteriana permanece como causa importante de embolia periférica.
Pacientes com trombose venosa profunda e embolia periférica devem ser
investigados pela presença de forâmen oval que pode provocar a embolia paradoxal.
Os aneurismas e a doença aterosclerótica podem ser fontes de êmbolos.
Os aneurismas arteriais, por apresentarem fluxo turbilhonar, frequentemente são
sedes de trombos e estes fragmentando-se, também podem embolizar à distância.
As placas ateroscleróticas podem se destacar e migrarem na corrente circulatória
provocando oclusões agudas periféricas. As fontes mais comuns dos aneurismas
são os da aorta abdominal e poplítea e as placas de ateromas surgem do arco
aórtico e da aorta torácica descendente. A microembolização de membros inferiores
podem se apresentar como quadro de isquemia aguda de um artelho, podendo
chegar à gangrena. Isto é referido como síndrome do dedo roxo (azul). Na presença
deste síndrome deve ser sempre pesquisado a origem do êmbolo seja do coração
ou de uma artéria proximal.
A trombose ocorre geralmente numa artéria que apresenta lesão parietal.
Ela representa o estágio final na progressão da doença arterial aterosclerótica. Um
dos locais mais comuns da oclusão vascular aguda é a artéria femoral superficial no
canal dos adutores.
Inicialmente há a deposição de lipídios na íntima da artéria. Este núcleo
lipídio-cálcio cresce e forma uma capa fibrosa que protrui no lúmen vascular. A
infiltração de macrófago, a ativação de matriz metaloproteinase e a liberação de
outras proteases resultam em ruptura da capa e assim expõe as camadas
subendoteliais que precipitam a trombose aguda. O mecanismo de formação da
aterosclerose e de trombos é lenta e permite o aparecimento de sintomas de forma
gradual, provavelmente pelo desenvolvimento de rede colateral.
37. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 31
A trombose aguda também pode ser secundária a condições de
hipercoagulabilidade. A trombose pode se desenvolver mesmo em artérias normais.
As causas de hipercoagulabilidade são várias: deficiência de antitrombina III,
presença de fator coagulante lúpico, fator de Leyden. Pacientes idosos com
poliglobulia e doença maligna são candidatos à trombose arterial aguda. A
quimioterapia pode agravar o processo, nesses pacientes, e precipitar a trombose.
A dissecção aguda da aorta pode se manifestar como quadro de isquemia
aguda de extremidade. Caracteriza-se, em geral, nestes casos a hipertensão arterial
e a queixa de dor torácica ou na região dorsal.
O aumento dQs procedimentos endovasculares diagnósticos ou
terapêuticos tem aumentado a incidência de complicações trombóticas e isquemia
de membros. O tratamento destes pacientes pode se tornar difícil, em virtude de
doenças vasculares periféricas prévias. A presença de dispositivos vasculares como
o balão intra-aórtico pode provocar isquemia distal pela formação de coágulo ao
redor do dispositivo, embolia e trombose. As manifestações clínicas podem ser
agravadas pelo estado de baixo fluxo e pela própria indicação do uso destes
dispositivos.
Síndrome compartimental secundária àrevascularização após prólongada
isquemia grave pode dificultar o retorno venoso, agravando a pressão dentro do
compartimento. Se isto não for observado o fluxo arterial torna-se limitado
provocando lesões neurológicas e musculares. As tromboses venosas graves (tipo
flegmasia alba ou cerulea dolens) podem dificultar o fluxo arterial evoluindo para
isquemia de extremidade.
Pacientes em choque cardiogênico ou hipovolêmico, em virtude do estado
de baixo fluxo, podem evoluir com isquemia distal. Drogas vasoativas podem
agravar a isquemia. A administração acidental de drogas em toxicômanos pode
provocar isquemia de extremidade pela própria toxidade de algumas drogas ilícitas
ou pela micro-embolização.
Pacientes submetidos à revascularização de membros seja próteses
vasculares ou enxertos venosos podem apresentar isquemias súbitas por tromboses
precoces ou tardias. As tromboses precoces estão ligadas geralmente a falhas
técnicas enquanto que as tromboses tardias devem-se à hiperplasia intimal nas
anastomoses proximal ou distal.
38. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 32
O quadro clínico da oclusão arterial aguda de extremidade varia
dependendo do nível e da gravidade da obstrução e da presença de adequada rede
de circulação colateral. Esta pode estar presente dependendo da concomitância de
doença oclusiva arterial prévia na extremidade atingida. As tromboses agudas são
mais comuns quando há doença oclusiva prévia e, em geral, são menos graves
enquanto nos quadros embólicos há pouca chance de se desenvolver rede colateral
e as isquemias são mais intensas.
Na obtenção da anamnese deve se investigar o estado funcional do
membro antes do episódio isquêmico. Pacientes que não se queixam de claudicação
ou não apresentam revascularização prévia do membro, são mais provavelmente
acometidos por embolia periférica.
A oclusão arterial aguda de uma extremidade previamente normal é
caracterizada classicamente por dor súbita, palidez, frialdade, parestesia, paralisia e
ausência de pulsos. A ausência de pulso, aliada aos sintomas referidos na
extremidade acometida e o encontro de pulsos normais no membro contralateral são
patognomônico de uma oclusão arterial aguda embólica.
A dor é a manifestação mais comum na oclusão arterial aguda. Em geral
é intensa e progressiva, atingindo porções distais inicialmente. Se a isquemia
progride, entretanto, surge déficit sensorial que pode mascarar a dor, confundindo o
clínico inexperiente. A dor vai sendo substituida Ientamente por sensação de
dormência, que sugere agravamento da isquemia e exige atenção imediata.
A palidez é um dos sinais precoces da isquemia aguda. O vasoespasmo
arterial associado caracteriza a lividez da pele da região acometida; com o
agravamento da isquemia surge áreas de cianoses em áreas de palidez (pele
marmórea). A compressão digital demonstra que não há reenchimento capilar ou
torna-se lento. Nesta fase da isquemia, se não houver revascularização, há grande
risco de evoluir para a gangrena.
A sensação de frialdade (esfriamento) do membro é comum e ela é
referida quando o paciente toca esta extremidade no lado oposto.
Paralisia e déficit sensorial geralmente são manifestações tardias de
isquemia grave. A isquemia provoca disfunção muscular e neurológica o que
determina a impotência funcional do membro. Com a queda dos estoques
39. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 33
energéticos, o músculo se torna rígido, demonstrando sinais de isquemia avançada.
Sensações proprioceptivas e a percepçao ao leve toque são perdidas
precocemente. A palpação de grupo muscular pode se mostrar doloroso
inicialmente, mas se a isquemia se prolonga o músculo torna-se rígido, sugerindo
morte celular. A revascularização, nesta fase da isquemia, poderá promover sequela
funcional ou perda do membro frequentemente e efeitos sistêmicos da reperfusão.
Estes efeitos podem ser letais e o salvamento do membro é pouco provável. Alguns
autores sugerem que isquemia nesse nível de gravidade e duração é melhor tratada
com anticoagulação sistêmica que permite a delimitação da gangrena da
extremidade e amputação precoce.
O exame físico caracteriza a ausência dos pulsos distais à oclusão. Ë
importante confrontar a palpação dos pulsos com o membro não afetado. Artérias
normais, elásticas no outro membro sugere embolia; artérias endurecidas e ausência
de pulsos sugerem trombose arterial aguda. Pode-se associar o ultrassom Doppler
na caracterização da presença ou não de pulso, especialmente em membros
edemaciados.
O exame físico pode confirmar as queixas de palidez, frialdade e paralisia.
O encontro de veias superficiais colabadas é comum.
Dependendo de alguns achados, pode-se caracterizar o grau da
isquernia. Assim analisam-se a sensibilidade superficial, reflexos motores e dor à
palpação. As isquemias graves caracterizam-se por paralisias, flictenas, cianose fixa
e dor intensa à palpação. Em isquemias moderadas há palidez, sensibilidade
discretamente preservada, algum grau de rigidez e nas isquemias discretas há pe-
quenos distúrbios de sensibilidade, reflexos motores presentes e palidez discreta.
Existe uma forma clínica de isquemia aguda muito grave que é a embolia
a cavaleiro da bifurcação da aorta abdominal. Dependendo da extensão do êmbolo e
do tempo de evolução caracterizam-se ausência de pulsos femorais, palidez ou pele
marmórea de nádegas, coxas e pernas além de paresias ou paraplegias crurais em
virtude da isquemia medular. A revascularização deste grande contingente de massa
muscular das extremidades inferiores deve ser feita lembrando-se dos riscos das
complicações locais e sistêmicas da síndrome de reperfusão.
40. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 34
O diagnóstico clínico é baseado na anamnese e no exame físico do
paciente. O ultrassom Doppler pode ser útil na complementação da semiologia.
Deve-se tentar de início estabelecer o diagnóstico diferencial entre embolia e
trombose aguda, uma vez que o enfoque terapêutico, principalmente do ponto de
vista cirúrgico é diferente. De uma maneira geral as embolias acometem pacientes
sem queixas vasculares prévias; as artérias são normais à palpação e não se
observam lesões arteriais de outros membros. O encontro de arritmias cardíacas ou
história de doença cardíaca prévia sugere a fonte embolígena. Quando não há
nenhuma manifestação cardilógica deve-se solicitar radiografia de tórax,
eletrocardiograma e ecocardiografia. Nas tromboses agudas, em geral,
caracterizam-se a queixa de claudicação intermitente prévia e semiologicamente
possíveis lesões de outras artérias. Nos casos duvidosos a arteriografia pode ser útil
para definir o quadro. Resumidamente, na tabela 1, observa-se a diferenciação entre
embolia e trombose
.
Tabela 1. Diferenciação entre embolia e trombose arterial aguda
DADOS EMBOLIA TROMBOSE
Início Súbito Agudo ou subagudo
Dor Aguda e ntensa Moderada/intensa
Claudicação préva Rara Presente
Doença cardíaca Frequente Ocasional
Fonte (êmbolo) Frequentemente detectável Nenhuma
PuIso Pulso proximal e Pulso alterado (doença
contra-lateral normal vascular contra-lateral
ou ipsilateral)
Sopros em membro
contra-ateral Pouco frequente Frequente
Cor do membro Pálido Pálido (marmóreo)
Angiografa Imagem da oclusão em taça Imagem irregular da
invertida; nenhuma ou oclusão; circulação colateral
pouca rede colateral; mínima bem desenvolvida; doença
doença aterosclerótica ateroscerótca difusa
41. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 35
A doença mais comum que deve ser diferenciada da oclusão arterial
aguda é a trombose venosa profunda. Esta pode se manifestar com dor no membro
mas a presença de veias superficiais distendidas e de edema, temperatura da pele
normal ou levemente elevada e a presença de pulsos arteriais palpáveis contrastam
com ausência de pulsos arteriais, palidez, frialdade, ausência de edema e colapso
das veias superficiais que caracterizam a oclusão arterial aguda. Em casos graves
de trombose venosa profunda podem ocorrer isquemias (phlegmasia caerulea
dolens), inclusive, necrose tissular mas o enorme edema a diferencia da oclusão
arterial aguda. A dissecção aguda da aorta pode causar, algumas vezes, isquemia
de membros e ou órgãos, com ausência de pulsos e outros sinais isquêmicos. A
presença de hipertensão arterial e a dor torácica ou interescapular sugerem a
dissecção. Sopro aórtico e as diferenças de amplitude de pulsos carotídeos e
braquiais podem ser detectados. O alargamento do mediastino pode ser notado na
radiografia de tórax. A aortografia, a tomografia computadorizada, a ressonância
magnética ou a ecocardiografia transesofagia na confirmam o diagnóstico.
A morbidade e mortalidade da oclusão arterial aguda dependem das
condições gerais do paciente, do grau de isquemia da extremidade e da rapidez das
medidas terapêuticas. De uma maneira geral a pronta revascularização é o objetivo
prioritário após a estabilização e controle das condições médicas coexistentes.
A maioria dos pacientes com isquemia aguda de extremidades tem
doença aterosclerótica coronariana que merece atenção. Assim, a estabilização
hemodinâmica é importante, incluindo a correção de arritmias, restabelecimento do
volume circulante e adequado débito urinário.
A história clínica revela as condições da extremidade antes da oclusão
arterial aguda. Pacientes sem história de claudicação ou de reconstrução vascular
prévia são mais provavelmente vítimas de oclusões embólicas. Pacientes com
história de doença arterial periférica, claudicação ou de reconstrução vascular são
mais provavelmente afetados por trombose arterial. A importância da diferenciação
42. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 36
entre os dois processos é evidente quando se considera o tratamento. Os pacientes
com oclusões embólicas são tratados adequadamente com a tromboembolectomia,
enquanto que os doentes com doença arterial prévia requerem mais reconstruções
vasculares.
Como cuidados gerais, estes pacientes devem ser internados e mantidos
em repouso no leito, protegendo sua extremidade contra extremos de temperatura
(frio ou calor). Envolve-se frouxamente o membro com algodão ortopédico e faixa de
crepe para evitar a perda de calor por irradiação e o possível efeito vasoconstrictor
cutâneo provocado pela temperatura ambiente.
O alívio da dor isquêmica deve ser feito com doses adequadas de
analgésicos e sedativos. Nos casos de embolia com indicação definida de cirurgia,
pode-se realizar bloqueio pendurai imediatamente, objetivando-se aliviar a dor e
promover vasodilatação efetiva.
A heparinização em oclusões agudas de membros é fundamental e
recomenda-se pelo menos 10.000 UI endovenoso para se conseguir imediata e
completa anticoagulação. Os objetivos da anticoagulação imediata são a prevenção
da trombose arterial distal e da trombose venosa. Consegue-se com esta medida
melhora dos sintomas, provavelmente pelos efeitos não anticoagulantes da hepari-
na. Uma vez o paciente estabilizado e anticoagulado, deve-se tomar a decisão de
submetê-lo ou não à arteriografia. Aqueles pacientes com doença vascular prévia ou
com reconstrução arterial devem ser avaliados pela arteriografia pré-
operatoniamente. Esta avaliação é importante no esclarecimento da causa e permitir
planejamento adequado da abordagem cirúrgica. Pacientes cuja história e exame
físico sugerem embolia podem ser adequadamente tratados sem arteriografia.
Quando a diferenciação entre o evento embólico ou trombótico não pode ser feita, a
arteriografia é indicada. A imagem arteriográfica de oclusão em taça invertida, com
artérias proximais normais, êmbolo em bifurcação e pobre rede colateral, indica
embolia arterial aguda. Por outro lado, imagens de oclusão em ponta de lápis ou
secção transversa, artérias proximais com paredes irregulares (estenoses e
calcificações) e circulação colateral desenvolvida, sugerem trombose arterial aguda.
Caracterizado o quadro isquêmico agudo, a revascularização cirúrgica
imediata está indicada nos membros com isquemia grave, que ameace a sua
viabilidade a curtíssimo prazo.
43. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 37
A tromboembolectomia com cateter de Fogarty é o procedimento
preferencial para os casos de oclusão arterial aguda embólica, enquanto que a
tromboendar-terectomia, a derivação (by pass) e a angioplastia transluminar
percutânea empregam-se nas tromboses agudas.
As embolias de grandes artérias (segmentos aorto-ilíaco, fêmoro-poplíteo
e subclávio-axilo-umeral) são, em princípio, de tratamento cirúrgico. As embolias de
pequenas artérias da perna, de antebraço, mão e pé são, em geral, de tratamento
clínico. Este consiste na heparinização plena utilizando-se 10000 U1 de heparina em
bolo e a seguir mantém-se 400 a 600 Ul/kg/dia.
As tromboses agudas dos segmentos aorto-ilíaco, fêmoro-poplíteo e
subclávio-axilar relativamente compensadas ou se o paciente for de alto risco
cirúrgico, deve-se tentar o tratamento clínico. Se a evolução da extremidade mostrar
agravamento da isquemia, submete-se o paciente à arteriografia e indica-se a
cirurgia reconstrutiva imediatamente.
A terapêutica fibrinolítica tem sido uma alternativa no tratamento de
pacientes com oclusão arterial aguda de extremidades. Esta terapia deve ser
reservada para pacientes em extremidades claramente viáveis e executada em
centros familiarizados com o uso e complicações dos agentes fibrinolíticos.
Em casos bem selecionados, a terapêutica fibrinolítica intra-arterial com
baixas doses proporciona melhores resultados no setor fémoro-poplíteo de natureza
embólica ou trombótica.
Emprega-se a estreptoquinase na dose aproximada de 5.000 U/h,
controlando-se o estado de coagulação do paciente a cada doze horas, dosando-se
o fibrinogênio, os tempos de trornbina e de tromboplastina parcial ativada, evitando-
se a queda de fibrinogênio abaixo de 100 rng. Conseguem-se bons resultados com
esta técnica, com a lise do trombo e êmbolo em doze a dezoito horas.
Pode-se utilizar, também, a uroquinase na dose de 40.000 U/h ou o
ativador tecidual do plasminogênio (t-PA) na dose de 5 mg em 3 vezes (0,5-1 mg/h).
A técnica atual da trombólise se faz pela introdução de cateter
multiperfurado em sua extremidade. O cateter é colocado por punção arterial e o
agente trombolítico infundido diretamente no trombo.
A trombólise pode ser usada intra-operatoriamente por via arterial para
complementar as tromboembolectomias em casos de trombos ou êmbolos residuais
de difícil acesso.
44. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 38
Estudos multicêntricos, comparando a terapêutica trombolítica direta
(cateter colocado intra-trombo), e a revascularização cirúrgica, em casos de oclusão
arterial aguda, não mostraram diferenças em relação a salvamento de membro e
mortalidade (Tabela 2). Em virtude dos riscos de hemorragia, incluindo hemorragia
cerebral nos pacientes tratados com trombolíticos, esta modalidade terapêutica deve
ser usada seletivamente.
Tabela 2. Revascularização cirúrgica versus trombólise direta em oclusão arterial aguda
ESTUDO ANO RESULTADO
STILE 1994 Cirurgia vs trombólise direta )uroquinase ou rt-PA):
não houve oiferença em mortalidade, taxa de amputação e
grave morbidade nos 2 grupos; taxa de sobrevida de 85%
sem amputação no grupo trombólise e 62% no grupo
operado (6 meses de evolução).
TOPAS 1996 Cirurgia vs trombólise direta (uroquinase): não houve
oferença na mortalidade e taxa de amputação nos 2
qrupos; a magnitude da cirurgia foi reduzda no grupo
trombólise (12 meses de evolução).
As oclusões de pequenas artérias distais, por abuso de drogas com
injeção intra-arterial, devem ser tratadas com heparinização plena agressiva e
precoce, seguindo-se corticosteróide intra-arterial. Bloqueio anestésico loco-regional
é recomendado. Quando não há boa resposta, pode-se administrar fibrinolítico por
via intra-arterial em doses baixas.
A anticoagulação pós-operatória é recomendada nos casos de fibrilação
arterial e de embolia arterial em que a fonte não foi identificada ou efetivamente
controlada. Em casos de trombose arterial aguda, a anticoagulação a longo prazo
deve ser considerada quando, após tratamento ou revascularização, o risco de
retrombose persiste.
As complicações logo após a revascularização de extremidade
agudamente isquêmica estão relacionadas à própria intervenção cirúrgica, aquelas
45. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 39
que surgem em virtude da reperfusão do membro e as relativas à causa primária do
evento. Esta última está relacionada à doença cardíaca ou à doença vascular
periférica. Assim casos de embolia de origem cardíaca ou outra fonte arterial devem
ser tratados cirurgicamente. Se não for possível, a anticoagulação a longo prazo
deve ser instituída para se evitar novos surtos embólicos.
A recidiva de embolia de extremidade ou visceral varia de 6 a 45% A
anticoagulação deve ser instituída logo após a tromboembolectomia. Em geral, a
recidiva da embolia aumenta significativamente as taxas de morbidade e
mortalidade. Pacientes que são anticoagulados adequadamente tem índices de
recidiva menores do que aqueles que não o fazem. A anticoagulação perene pode
ser recomendada em fibrilação atrial e em situações em que a fonte embolígena não
foi identificada ou efetivamente controlada.
A retrombose após revascularização pode ocorrer no segmento arterial
manipulado em virtude do não reconhecimento de trombo residual durante a
intervenção inicial ou trombo proximal que foi deixado ou inadequada
anticoagulação. A reoperação deve ser indicada prontamente nesta eventualidade
explorando-se o local operado e a arteriografia deve ser feita para esclarecer as
causas da retrombose. Quando se trata de retrombose de enxerto vascular, o
cirurgião deve levar em consideração a necessidade de substituir a prótese por um
enxerto venoso autógeno. Anticoagulantes (heparina, varfarina) e antiplaquetários
(dextran) devem ser usados.
As lesões arteriais são infrequentes (0,5 a 1%) e estão relacionadas
principalmente pelo uso de cateter de embolectomia (perfuração e roturas arteriais,
dissecção de íntima, embolização distal, formação de pseudoaneurisma e fístula
arteriovenosa).
Uma das mais dramáticas e frequentemente letais complicações após a
revascularização de extremidade gravemente isquêmica é a denominada síndrome
metabólica mionefropática ou síndrome de reperfusão. Ela tem essencialmente
dois componentes: um componente local que pode resultar em aumento da lesão
regional da isquemia e um componente sistêmico que pode resultar numa falência
secundária de órgãos e tecidos distantes do membro isquêmico.
As isquemias agudas de extremidades podem ser seguidas de edema de
grau variável, mas frequentemente este desenvolve-se após a revascularização bem
sucedida. O edema que surge após a reperfusão aumenta a pressão nos
46. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 40
compartimentos musculares envolvidos pela aponeurose e pode comprometer a
perfusão tecidual. É a chamada síndrome compartimental. A sua persistência leva a
alterações isquêmicas irreversíveis de músculos e nervos.
Apesar do avanço no tratamento clínico da síndrome de reperfusão com o
uso de manitol e alguns varredores de espécies reativas de oxigênio, o tratamento
indicado da síndrome compartimental ainda hoje é a fasciotomia. Objetiva-se com a
fasciotomia a descompressão da musculatura, restabelecer o fluxo capilar e
restaurar o calibre das artérias e veias.
Sabe-se que dependendo da quantidade de tecido isquêmico envolvido e
o grau de isquemia e a completa revascularização, libera-se na circulação venosa
uma série de metabolitos celulares. Alguns autores preconizam, inclusive em alguns
pacientes com membros não viáveis na avaliação inicial, a heparinização e a
amputação precoce para evitar o desencadeamento dessa síndrome.
Com o restabelecimentodo fluxo sanguíneo há liberação de substâncias
ácidas capazes de causar acidose sistêmica rápida e progressiva. Isto pode conduzir
à alteração da função cardíaca, agravando a acidose, arritmias e morte. Deve-se
administrar bicarbonato de sódio (1 mEq/kg) e avaliar com frequência o pH e gases
sanguíneos. Hiperpotassemia após revascularização pode ser dramática e levar a
arritmias e parada cardíaca. Solução polarizante de glicose e insulina endovenosa (5
g de glicose/1 UI de insulina) érecomendada como medida urgente. Após esta fase
inicial pode-se usar resina de troca iônica e mesmo a hernodiálise.
A liberação de mioglobina na circulação venosa pode desencadear
insuficiência renal por precipitação desta nos túbulos coletores. A queda da função
pode ser discreta e transitória, com oligúria, anúria e mioglobinú ria, mas pode ser
definitiva quando ocorre acidose metabólica prolongada. Esta é a causa de morte
em alguns pacientes após isquemia aguda de membros. A mioglobinúria pode ser
evitada pela diurese osmótica com o uso do manitol, adequada hidratação e boa
condição hemodinamica.
Os pulmões podem ser afetados pelo efluente venoso. Os efeitos sobre a
circulação pulmonar podem eventualmente ser dramáticos e levar à insuficiência
respiratória aguda. Estes pacientes devem ser mantidos com suporte ventilatório e
evitar a extubação precoce. A radiografia de tórax simples pode caracterizar um
padrão típico da síndrome de angústia respiratória. Deve-se manter boa hidratação,
evitando-se sobrecarga de líquidos.
47. Oclusão arterial aguda ________________________________________________________________Carlos E. Piccinato 41
A melhoria na técnica cirúrgica e no manuseio clínico dos pacientes com
isquemia aguda de membros, a partir da década de oitenta, refletiram em queda da
morbidade e mortalidade. A taxa de salvamento de membros está entre 85 a 95% e
a mortalidade diminuiu entre 10 e 15%.
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