Este artigo descreve o fim da produção do licor Cherry Bom pelas Caves José Maria da Fonseca. O licor era feito à base de ginja da região, mas a procura diminuiu ao longo dos anos. A empresa ainda tem reservas para vender nos próximos três anos, mas depois encerrará definitivamente esta linha de produção. O enólogo Domingos Soares Franco focará os esforços da empresa em novos produtos de sucesso, como vinhos inventados internamente.
Este é o LookBook da Coleção Primavera-Verão Asta 2015. Você vai encontrar os principais ícones que nortearam essa Coleção, como os produtos com rendas produzidas pelas rendeiras de bilro do Ceará e a Coleção Forget me Not - Rede Asta por Francesca Versace, feita com uma estampa exclusiva criada para a Asta pela renomada estilista italiana. Confira mais no site www.redeasta.com.br
Série de reportagens sobre um restaurante popular e a economia que gira em torno dele, em Porto Alegre (RS). Vencedora do Prêmio Sebrae Nacional de Jornalismo - Impresso. De Sebastião Ribeiro e Tatiana Cruz
O conto surgiu a partir da inspiração em nossos ex-alunos Natasha Hernandez Almeida – Felipe Sousa – Camila Santos e outros.
Neste conto você constrói o desfecho da história e confere com o final do autor.
Até hoje recebo recados de pessoas que querem conhecer a misteriosa Natasha...
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Leitura em vários suportes de textos e obras que
abordem o tema do chá. Evento aberto à comunidade para a apresentação da lenda do chá e cerimónia do chá com a leitura da lenda.
Dentro das páginas deste livro estão 100 anos de expertise cervejeiro.
Um verdadeiro mergulho na produção profissional e artesanal de cervejas.
Essa é uma obra escrita para desmistificar essa arte que evoluiu por milhares de anos, e vai provar a você que com vontade e muita diversão, qualquer um pode se tornar um verdadeiro Mestre Cervejeiro.
Aprecie sem moderação!
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Um verdadeiro mergulho na produção profissional e artesanal de cervejas.
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Trabalho desenvolvido para a disciplina de Embalagem I, graduação de Design Gráfico da UniRitter.
Neste trabalho foi feito um estudo de mercado aprofundado, e com a ajuda de ferramentas criativas foi desenvolvida a cachaça cantiga, levando em conta seu posicionamento, identidade visual e embalagem.
Centro Universitário Ritter dos Reis - UniRitter
Porto Alegre, 2014
Bacharelado em Design Gráfico - Embalagem I
Orientadores: Luiz Carlos Fetter e Sandro Fetter
Alunos: Alexandre Fontes, Clarissa Silveira, Renata Venturini e Shayani Araújo
Matéria sobre as pesquisas em cachaça, IV Encontro DNA, a história da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Jaú da APTA e o concurso de cachaças foi publicada no Jornal da Cidade, de Bauru, em 13 de agosto de 2017. A pesquisadora da UPD de Jaú da APTA, Gabriela Aferri, concedeu as informações.
A cerveja (do gaulês, através do latim servisia) é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas que foram criadas pelo ser humano. Atualmente, é a terceira bebida mais popular do mundo, logo depois da água e do chá. É a bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.
Conheça um pouco mais da sua história:
Página de Cultura do Público de 23 de Março de 2012 sobre a Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha. Texto de Rita Pimenta, blogue letra pequena
Página Crianças do Público de 3 de Dezembro de 2011. Blogue Letra pequena online. De Rita Pimenta. Sugestões de actividades e espectáculos para crianças e famílias.
Página Zoom da Pública de 16 de Outubro de 2011. Jose Gourmet e as suas latas de conserva ilustradas. Uma ideia de Luís Mendonça. Blogue letra pequena, de Rita Pimenta
2. Adeus,
Cherry Bom
As Caves José Maria da Fonseca desistem
de produzir o licor de ginja da avó.
O presente faz-se de outros produtos.
Como o Periquita tinto, reserva 2004.
Vende que nem ginjas. Texto de Rita Pimenta
Fotografia de Ricardo Jorge Carvalho
3. U
m a re c e i t a d e
licor de ginja da Cherry Bom
avó Mariana foi
aproveitada pelo
tio António, filho Ficha técnica
mais velho, para Classificação: licor
produzir indus- Castas: ginja
trialmente o que Cor: rubi carregado com laivos amarelos
viria a chamar- Aroma: ginja, canela e frutos
se Cherry Bom. encarnados
Estava-se no início dos anos 1930. Quem conta Paladar: muito frutado, redondo, macio
a história é o enólogo Domingos Soares Franco e muito doce
(neto de Mariana Soares Franco), que justifica Graduação: 20% de volume de álcool
o fim da produção pela fraca resposta do mer- Acidez: 4,8 gr/l
cado. “São modas. O Cherry Bom já não dá. O PH: 3,8
famoso Cherry Herring, uma marca que vendia Temperatura de serviço: ligeiramente
bastante, também já acabou, desapareceu.” E refrescado, 16ºC a 17ºC
reforça com mais um exemplo, o Xerez, “tam- Sugestão de acompanhamento: deve
bém em queda”. ser bebido à sobremesa, em copo a licor.
Em “stock” tem ainda seis mil litros, que Ideal para acompanhar com bolo inglês.
conta escoar durante os próximos três anos. Conservação: as garrafas devem ser
E até pondera vender parte a granel, se hou- mantidas a uma temperatura de 15 ºC e
ver comprador, diz à Pública, que recebeu na num ambiente com 60% de humidade.
elegante sala da administração da fábrica, em Validade: vários anos
Azeitão. Mas dá prejuízo? “Prejuízo não dá
[cada garrafa custa € 9,5], mas há um desen- Fonte: http://www.jmf.pt
canto, houve pessoas que estiveram cá em
casa que desistiram de vender o licor (essas
pessoas já cá não estão). Nunca foi reactivado. Não o vendem sequer em supermercados,
Tenho pena mas tenho de me concentrar em só na loja de enoturismo de Vila Nogueira
coisas novas.” E são elas? “Vinhos que vou de Azeitão.
inventando por aí. Uma loucura. Isso é que Convidamo-lo, no entanto, a recuar aos tem-
dá prazer e dá dinheiro.” pos em que iniciaram a produção e a explicar
Já lá vamos. Centremo-nos primeiro no pas- o processo de fabrico. “Era feito com uma
sado. ginja aqui da região, da serra [da Arrábida].
“Não sou muito agarrado à tradição”, diz o Ia-se às ginjeiras selvagens, que havia pela
enólogo e também administrador delegado serra fora. Apanhava-se, trazia-se para casa,
das caves José Maria da Fonseca. “Nós dize- fermentava-se, fazia-se uma maceração,
mos que temos 174 anos. E daí?” Então a his- parava-se com álcool e depois era envelhe-
tória e a memória não contam?, insiste-se. cida em madeira usada e aguardava para ser
“Não renego nada do passado, aceito tudo. engarrafada.”
Tenho de agradecer aos meus antepassados. À pergunta se é esse envelhecimento que
Se não fossem eles, eu e o meu irmão não diferencia o Cherry Bom da comum ginjinha,
estávamos à frente da empresa. Mas o pre- responde inesperadamente: “Não faço ideia
sente não se compadece com o passado.” No de como é que se faz a ginjinha.”
caso do Cherry Bom, o presente aconselhava E continua a sua história: “Depois deixaram
a não insistir na produção. “Temos um mer- de existir ginjeiras na região e passámos a ir
cado muito residual aqui à volta. Acabou.” comprar à Cova da Beira, onde também
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5. há cerejas. Fazíamos cinco mil a seis mil mais tarde, se for preciso, recomeça-se”, diz,
litros por ano.” mais por amabilidade do que por convicção.
Nunca exportaram, apesar de 75 por cento “Eu prefiro os vinhos.”
do conjunto da produção das caves (vinhos Nos pequenos cadernos de arquivo que vai
de mesa, moscatéis e aguardentes) ser para folheando não há imagens da garrafa anterior
exportação. “Depois fez-se mais divulgação. E de Cherry Bom, mas há rótulos. Não estão
tivemos de produzir mais, por causa das enco- datados. “O meu pai é que sabia as datas de
mendas. Mas é o tipo de pescadinha de rabo cor. Mas já não está cá.” Depois de um curto
na boca.” Mais encomendas, mais produção e silêncio, repete: “Não há tradição em Portu-
maior risco de acumulação de “stocks”. gal deste género de licores.”
“Para fazermos um produto melhor, tínha- Nem em sua casa? “Na minha casa tenho a
mos de ter líquido novo, já sem a ginja, mas impressão de que não há uma única garrafa
com pouca idade, algo frutado. E era impres- de Cherry”, volta a rir. E se lhe pedirmos a
cindível que houvesse alguma ginja (líquido receita, para que não se perca? “Eu dou-lhe
também) com uma certa idade.” A mistura a receita, não tem nada de misterioso.” Nem
faz-se numa proporção aproximada de 40 o tipo de açúcar? “É aquele açúcar castanho.
por cento de ginja antiga, 60 por cento de Não há nada de científico.”
nova. Antiga significa com dez, 15 anos. Desistimos da receita e do passado. Deixamo-
“Depois, lá vem ‘a pescadinha’. Vamos supor: lo finalmente falar de vinhos. E o entusiasmo
este ano ia vender 7000 caixas, tinha de enco- dispara. Levanta-se, vai buscar garrafas e ace-
mendar ginja para 7000 caixas. Para o ano, lera o discurso. “O futuro são todos os vinhos
10 mil e, se não as conseguisse escoar, vá de que me vão passando pela cabeça: o rosé, o
crescer o ‘stock’. Para vender mil litros, dois
ou três anos depois, tinha de ir comprar ginja
Domingos Soares Periquita branco.” Interrompe-se e mostra,
orgulhoso, uma garrafa de Periquita tinto
para fazer o lote das novas. E estava sempre a Franco: “Tenho pena, reserva 2004. “Tínhamos previsto vender até
aumentar as reservas. Não havia maneira de
parar com este crescimento porque as ven-
mas não posso ter esta altura mil litros, já vamos em 3500.”
Sabe que é um enólogo privilegiado, pois tem
das oscilavam muito.” aquilo empatado toda a liberdade para inovar. O que diz não ser
Embora alimentando um mercado muito
residual e irregular, houve uma altura em que
cá em casa” muito comum na profissão: “Os meus amigos
brincam: ‘Como és o dono e o enólogo, é o
ainda optaram por mudar a forma da garrafa, teu dinheiro que está em jogo. Por isso podes
chegando ao actual aspecto. “Isto vai ajudar fazer as experiências que quiseres’.” E é ver-
a sair”, pensaram. “Tenho a impressão de dade. Mas Domingos Soares Franco acredita
que ainda foi mais rápida a morte”, diz sem que se não fosse enólogo, mas apenas dono,
conter uma quase gargalhada. “Não há muita deixaria que fizessem experiências. Gosta de
apetência, isso é ali na zona de Óbidos. O dis- novidade.
curso da tradição de família ‘já não pega’. Eu “Há produtos que não sou eu que invento,
tenho pena, mas tenho de olhar para a frente. é a minha equipa. Depois passa por mim e
Não vale a pena ter aquilo empatado cá em eu posso dar um toque no final.” Dá o exem-
casa, os materiais e não se vender... Um dia plo do Rosé roxo (feito com a casta Moscatel
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6. Roxo), que a sua equipa inventou há dois influência nos consumidores, mas ainda não
anos. “Depois perguntaram-me: ‘O que é que conseguem o mesmo que os finlandeses:
acha disto?’ E eu disse: ‘Está quase lá. Para o criar modas.”
ano, tratamos disso’.” Em 2007 fizeram-no. Enquanto posa para o fotógrafo, vai falando
“Umas vezes sou eu a inventar, outras vezes da importância do mercado sueco para a
são eles. Eu começo a puxar por eles e eles empresa. Perguntamos-lhe como se pro-
sabem que eu estou sempre aberto a ideias nuncia “Periquita” em sueco. “‘Periquita’, tal
e experiências novas.” Outro exemplo é o qual! E esse é também um dos motivos por
delicioso moscatel com Armagnac, que não que foi fácil de se implantar. O nosso vinho
publicitam muito porque não é necessário, José de Sousa, muito bom, é quase impronun-
“vende-se num instante”, mas também por- ciável. Não pega. Já o Domingos (um vinho
que não deviam usar a palavra “Armagnac”. com o meu nome) resultou. Diz-se exacta-
“Os franceses dizem que é proibidíssimo, não mente como nós o dizemos.”
percebo porquê, mas, até que me levem para A importância da Suécia é tal que as caves
tribunal, continuarei a usar a palavra e a pô- contam com uma equipa criativa de suecos
la no rótulo.” À cautela, no entanto, não o para o desenho de alguns rótulos. “Um vinho
exporta para França. “O meu fornecedor de é tudo isso: a qualidade, o nome, o rótulo.”
Armagnac diz-me que os franceses ainda me Em Portugal, as caves só participam em
vão fazer uma estátua porque as vendas estão três feiras, “e é porque ali se paga o que se
a cair no produtor e eu ando a comprar-lhes bebe”: Festa das Vindimas (Palmela), Feira
cada vez mais. Ainda vou ser o salvador da de Santiago (Setúbal) e Feira do Queijo, Pão
região de Armagnac!”, brinca. e Vinho (Quinta do Anjo). Nesta última parti-
A empresa está, portanto, “de boa saúde”,
com as vendas a subir: Itália, Suécia, Brasil,
Como se pronuncia cipam porque é organizada pela Associação
Regional dos Criadores de Ovinos Leiteiros
EUA, Canadá e Noruega são os principais “Periquita” em sueco? da Serra da Arrábida (Arcosa), de que Domin-
mercados de exportação, mas ao todo são
mais de 70 os países que bebem José Maria
“Tal qual! E esse é um gos Soares Franco é presidente.
“Há feiras em que não se paga e, muitas vezes,
da Fonseca. Por isso Domingos Soares Franco dos motivos por que foi estamos ali a dar de beber. E não gosto. Nós,
está sempre em viagem, que aproveita tam-
bém para entrar em contacto com os jorna-
fácil de se implantar” produtores de vinho, estamos sempre a dizer
‘beba com moderação’. E há situações em que
listas da especialidade. Conta como os finlan- a moderação não existe. Não queremos que
deses são muito bem informados e rigorosos digam que viram alguém sair do ‘stand’ José
nas perguntas que fazem sempre que lança Maria da Fonseca completamente bêbedo.”
um produto novo. E garante que têm uma Estraga a imagem, estraga tudo. “Se uma
grande influência na venda ou não de um garrafa de moscatel for cara, cem euros, por
vinho: “Conseguem levar as pessoas atrás. exemplo, não há crise. Ali na feira vende-se.
Por isso temos de os conhecer a todos. Eu Juntam-se cinco pessoas, está vendida.” O con-
conheço-os a todos. Telefono-lhes quando lá sumidor prova e a dignidade preserva-se.
vou. E sujeito-me à apreciação.” E os jorna- Mas nem aí se consegue encontrar Cherry
listas portugueses? “Alguns já têm uma certa Bom. Só moscatel. a
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