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Changing places in a evolving urban 
economy: Lisbon’s retail trade at the end of 
the nineteenth century 
Daniel Alves 
IHC, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa 
15 de Novembro de 2014 
XXXIV Encontro da Associação Portuguesa de História 
Económica e Social
Introdução 
• No final do século XIX as cidades da “periferia 
europeia” estavam a crescer de forma 
significativa (Bairoch 1988) 
• Lisboa era então uma metrópole de segundo 
plano, com características sociais e de 
crescimento urbano similares a outras cidades 
portuárias, nomeadamente as mediterrânicas 
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Introdução 
• Estas transformações demográficas e urbanas, em 
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• Recentemente, esta evolução histórica tem sido 
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Fontes e Métodos 
• Para a evolução populacional: dados dos censos de 
1878, 1890 e 1900 
• Para o estudo do pequeno comércio: almanaques, 
relatórios e informação fiscal camarária para os anos 
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• Reconstituição da malha urbana de Lisboa em 1890 
com recurso a cartografia histórica e georeferenciação 
dos dados sobre comércio de retalho 
• Recurso a um SIG para análise de estatística espacial e 
distribuição geográfica de lojas
Crescimento populacional de 
Lisboa 
Ano População TCAM (%) 
1878 237591 -- 
1890 298995 1,9 
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Lisboa em 1890 (reconstituição)
Localização das lojas em 1890
Lojas de acordo com a renda paga
Renda média por arruamento
Renda média por arruamento 
Avenidas recentes 
Baixa
Tipos de lojas mais comuns em 1890 
em ruas com uma renda média de... 
16.0 
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10.0 
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4.0 
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Mais de 200 100 a 200 50 a 100 Menos de 50 
% de lojas 
Renda média 
Taberna 
Mercearia 
Padaria 
Escritório 
Alfaiate 
Ourives
Características do pequeno 
comércio 
Ano Tipo Renda média % 
1890 Firma 228$008 13.4 
1890 Homem 103$172 73.3 
1890 Mulher 62$629 13.3 
1900 Firma 270$680 15.6 
1900 Homem 115$835 72.2 
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Localização das lojas geridas por 
homens (1890)
Localização das lojas geridas por 
mulheres (1890)
Localização das lojas geridas por 
firmas ou sociedades (1890)
Localização e dimensão da 
indústria em 1890
Localização da habitação operária
Habitação operária e rendas (ruas)
Conclusões 
• No final do século XIX, a população de Lisboa 
começou a crescer de forma acentuada, mas com 
ritmos diferentes; mais lento no centro, mais rápido 
na periferia 
• A maior concentração de lojas permanecia no centro 
da cidade, é certo, mas certos tipos de lojas tendiam 
a mudar-se/concentrar-se na periferia 
• Estas alterações tinham uma clara relação geográfica 
com o valor crescente das rendas habitacionais, 
visível à medida que nos afastamos das ruas centrais 
e das avenidas abertas recentemente
Conclusões 
• Mas as alterações na distribuição geográfica das lojas 
deviam-se também às mudanças demográficas que a 
cidade estava a viver 
• As lojas que vendiam produtos de consumo diário e 
de baixo valor acrescentado, aquelas que eram 
acessíveis à classe operária, por exemplo, estavam a 
afastar-se do centro da cidade 
• Na sua maioria eram geridas por indivíduos isolados, 
na sua maioria homens 
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ruas mais “caras”
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Daniel Alves 
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  • 1. Changing places in a evolving urban economy: Lisbon’s retail trade at the end of the nineteenth century Daniel Alves IHC, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa 15 de Novembro de 2014 XXXIV Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social
  • 2. Introdução • No final do século XIX as cidades da “periferia europeia” estavam a crescer de forma significativa (Bairoch 1988) • Lisboa era então uma metrópole de segundo plano, com características sociais e de crescimento urbano similares a outras cidades portuárias, nomeadamente as mediterrânicas (Pinol e Walter 2003; Clark 2009; Ünlü 2013)
  • 3. Introdução • Estas transformações demográficas e urbanas, em sintonia com o que acontecia noutras cidades, estavam a promover um certo nível de hierarquização ou segregação social (Beascoechea Gangoiti 2003; Gilliland e Olson 2010) • Recentemente, esta evolução histórica tem sido estudada com dados detalhados e com recurso a Sistemas de Informação Geográfica (DeBats e Lethbridge 2005; Alves 2010; Lesger e Leeuwen 2012; Alcântara 2012)
  • 4. Fontes e Métodos • Para a evolução populacional: dados dos censos de 1878, 1890 e 1900 • Para o estudo do pequeno comércio: almanaques, relatórios e informação fiscal camarária para os anos de 1890 e 1900 • Reconstituição da malha urbana de Lisboa em 1890 com recurso a cartografia histórica e georeferenciação dos dados sobre comércio de retalho • Recurso a um SIG para análise de estatística espacial e distribuição geográfica de lojas
  • 5. Crescimento populacional de Lisboa Ano População TCAM (%) 1878 237591 -- 1890 298995 1,9 1900 350374 1,6
  • 10. Lisboa em 1890 (reconstituição)
  • 12. Lojas de acordo com a renda paga
  • 13. Renda média por arruamento
  • 14. Renda média por arruamento Avenidas recentes Baixa
  • 15. Tipos de lojas mais comuns em 1890 em ruas com uma renda média de... 16.0 14.0 12.0 10.0 8.0 6.0 4.0 2.0 0.0 Mais de 200 100 a 200 50 a 100 Menos de 50 % de lojas Renda média Taberna Mercearia Padaria Escritório Alfaiate Ourives
  • 16. Características do pequeno comércio Ano Tipo Renda média % 1890 Firma 228$008 13.4 1890 Homem 103$172 73.3 1890 Mulher 62$629 13.3 1900 Firma 270$680 15.6 1900 Homem 115$835 72.2 1900 Mulher 85$460 12.2
  • 17. Localização das lojas geridas por homens (1890)
  • 18. Localização das lojas geridas por mulheres (1890)
  • 19. Localização das lojas geridas por firmas ou sociedades (1890)
  • 20. Localização e dimensão da indústria em 1890
  • 22. Habitação operária e rendas (ruas)
  • 23. Conclusões • No final do século XIX, a população de Lisboa começou a crescer de forma acentuada, mas com ritmos diferentes; mais lento no centro, mais rápido na periferia • A maior concentração de lojas permanecia no centro da cidade, é certo, mas certos tipos de lojas tendiam a mudar-se/concentrar-se na periferia • Estas alterações tinham uma clara relação geográfica com o valor crescente das rendas habitacionais, visível à medida que nos afastamos das ruas centrais e das avenidas abertas recentemente
  • 24. Conclusões • Mas as alterações na distribuição geográfica das lojas deviam-se também às mudanças demográficas que a cidade estava a viver • As lojas que vendiam produtos de consumo diário e de baixo valor acrescentado, aquelas que eram acessíveis à classe operária, por exemplo, estavam a afastar-se do centro da cidade • Na sua maioria eram geridas por indivíduos isolados, na sua maioria homens • As firmas tendiam a concentrar-se no centro e nas ruas mais “caras”
  • 25. Obrigado! Daniel Alves alves.r.daniel@gmail.com @DanielAlvesFCSH