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RESUMOS DO IX ENCONTRO NACIONAL
DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU
ISSN 2358-615X Novembro de 2015
Volume 9 – número 9 IFILO - UFU
ISSN 2358-615X
Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da
UFU
Volume 9 – número 9
Novembro de 2015
IFILO – UFU
Organizadores:
Marcos César Seneda
Anselmo Tadeu Ferreira
Fernando Tadeu Mondi Galine
Henrique Florentino Faria Custódio
Natália Amorim do Carmo
IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU
O Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer a inserção regional e nacional da
comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto de
Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da
graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica
nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para
que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da
prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente,
o fato de o evento ter se ampliado e se tornado uma mostra significativa do diversificado e
consistente trabalho de pesquisa dos estudantes.
ISSN 2358-615X
Comissão Técnico-Científica:
Alcino Eduardo Bonella
Amélia Cristina Silva Machado Prieto
Ana Maria Said
Anselmo Tadeu Ferreira
Dennys Garcia Xavier
Fábio Baltazar do Nascimento Junior
Marcos César Seneda
Maria Socorro Ramos Militao
Suellen Caroline Teixeira
Periodicidade: Anual
INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU)
Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125
Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica
Uberlândia - MG - CEP 38408-100
Telefone: (55) 34 3239-4185
http://www.ifilo.ufu.br/
SUMÁRIO
André Luiz Alves de Oliveira .............................................................................................................8
André Motta Macedo ..........................................................................................................................9
Antonio Cezar de Carvalho ...............................................................................................................10
Antonio Ferreira Marques Neto .........................................................................................................11
Arthur Falco de Lima ........................................................................................................................12
Bruno Bertoni Cunha ........................................................................................................................13
Carlos Eduardo Nicodemos ..............................................................................................................14
Carolina Miziara P. e Silva ................................................................................................................15
Chiyoko Gonçalves do Nascimento Oliveira.....................................................................................16
Cristiano Rodrigues Peixoto ..............................................................................................................17
Dami da Silva.....................................................................................................................................18
Daniel Salgado Galvão Nunes ...........................................................................................................19
Diego de Souza Avendaño .................................................................................................................20
Djalma Pizarro ...................................................................................................................................21
Eduardo Leite Neto............................................................................................................................22
Emilson dos Santos Silva...................................................................................................................23
Fernanda Cristina Zacarias Coelho....................................................................................................24
Fernanda Lima Cró Rossi ..................................................................................................................25
Fernando Tadeu Mondi Galine...........................................................................................................26
Flávia Santos da Silva........................................................................................................................27
Franciele Laura Silva .........................................................................................................................28
Gabriel G. Schoenmaker ....................................................................................................................29
Gabriel Galbiatti Nunes .....................................................................................................................30
Gabriel Reis Pires Ribeiro..................................................................................................................31
Gabriel Sandino de Castro .................................................................................................................32
Gabriela Franco de Almeida ..............................................................................................................33
Gladys Elisa Robles Uribe .................................................................................................................34
Guilherme de Morais Damaceno .......................................................................................................35
Guilherme Vasconcellos Fontoura .....................................................................................................36
Hênia Laura de Freitas Duarte ...........................................................................................................37
Henrique Florentino Faria Custódio ..................................................................................................38
Igor Mota Marques.............................................................................................................................39
Jackeline de Melo Feitosa..................................................................................................................40
Jéssica da Silva Ferreira.....................................................................................................................41
João Gabriel da Silva Conque Santos ................................................................................................42
João Paulo de Souza...........................................................................................................................43
João Vitor Resina Nunes de Melo......................................................................................................44
José Augusto Rodrigues Paniago .......................................................................................................45
José Vladimir Rojas Tineo .................................................................................................................46
Juan Guillermo Diaz Bernal...............................................................................................................47
Juliana Cristina Nicodemos ...............................................................................................................48
Kaique Aparecido Gonçalves e Silva.................................................................................................49
Karla Cristina Pereira.........................................................................................................................50
Laércio de Jesus Café.........................................................................................................................51
Laís de Oliveira Franco......................................................................................................................52
Liris Rejane Braid de Melo Crosara ..................................................................................................53
Lorena Silva Oliveira.........................................................................................................................54
Lucas Alves de Oliveira .....................................................................................................................55
Lucas Carvalho Lima Teixeira...........................................................................................................56
Luciano Severino de Freitas...............................................................................................................57
Luiz Eduardo Gonçalves Oliveira Freitas..........................................................................................58
Mak Alisson Borges de Moraes .........................................................................................................59
Marcelo Rosa Vieira...........................................................................................................................60
Marcos Ayron de Melo Nascimento...................................................................................................61
Maria de Lourdes Silva Seneda .........................................................................................................62
Mariana Fernandes Parreira ...............................................................................................................63
Marina Barbosa Sá.............................................................................................................................64
Maryane Stella Pinto..........................................................................................................................65
Matheus Antonio Ceará......................................................................................................................66
Matheus Dias Bastos..........................................................................................................................67
Ms. Mauro Sérgio Santos da Silva.....................................................................................................68
Natália Amorim do Carmo.................................................................................................................69
Nathália Martins Oliveira...................................................................................................................70
Nélio Gonçalves.................................................................................................................................71
Nelson P. de Oliveira Junior...............................................................................................................72
Pablo Souto Maior Harduin ...............................................................................................................73
Pâmela Teles Bonfim .........................................................................................................................74
Paulo Henrique Patriota .....................................................................................................................75
Paulo Irineu Barreto Fernandes..........................................................................................................76
Rafael Costa Lima..............................................................................................................................77
Rafael Gonçalves Queiroz .................................................................................................................78
Rafaela Fernanda Palhares.................................................................................................................79
Raimundo Pereira da Silva Júnior......................................................................................................80
Rebert Borges Santos.........................................................................................................................81
Regiani Cristina Jacinto Ferreira........................................................................................................82
Roberta Crivorncica...........................................................................................................................83
Rodrigo Fampa Negreiros Lima ........................................................................................................84
Rosália Maria Medeiros.....................................................................................................................85
Sarah Sumiê Rocha Mandai...............................................................................................................86
Sidéia Glaúcia Silva Machado Borges...............................................................................................87
Soraia Mohamed Homaied.................................................................................................................88
Thiago Barbosa Vieira........................................................................................................................89
Victor Hugo de Oliveira Saldanha .....................................................................................................90
Vinicius Broetto Navarro ...................................................................................................................91
Vitória de Oliveira Cirino ..................................................................................................................92
William Costa.....................................................................................................................................93
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
A oratória, a palavra, a ação. O relacionamento de Górgias, Paulo Apóstolo e
Hannah Arendt
André Luiz Alves de Oliveira (PPG-Filosofia/UFU)
Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho (IFILO/UFU)
O objetivo deste trabalho é efetuar uma reflexão acerca do conceito de “oratória” na
antiguidade e em Hannah Arendt. O percurso a ser palmilhado para que esta reflexão se materialize
será o seguinte. (I) Começaremos pela análise de alguns trechos do diálogo platônico Górgias, na
pergunta que Sócrates pede que seja proposta a ele, “que tipo de homem ele é”, que não requer
razões concernentes à forma do discurso, mas sim da essência da sua arte e de seu ensino,
questionando a convicção do professor de retórica. (II) Na sequência, este estudo examina a questão
da convicção do Apóstolo Paulo, cidadão romano, que estudou a filosofia grega e, como mestre da
lei judaica, dominava a concretude do raciocínio hebraico, utilizando a oratória para difundir, em
um primeiro plano, a lei Mosaica e, após o episódio da sua conversão, para difundir o Cristianismo.
(III) A partir dos recortes conceituais anteriores, o trabalho postula a tese de uma nova e original
concepção de “oratória”, explicitando a sensibilidade demonstrada por Hannah Arendt na análise do
conceito de vontade, descrito no volume 2 de sua obra A Vida do Espírito, e em alguns trechos da
sua obra Eichmann em Jerusalém.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Os apontamentos tardios de Max Horkheimer
André Motta Macedo (PPG-Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO/UFU)
No período que cobre os anos entre 1949-1969, Max Horkheimer redigiu um conjunto de
notas críticas publicadas como obra póstuma no ano de 1974. Essas notas se apresentam de forma
bastante peculiar não apenas por marcarem certo afastamento ou suspensão daquele materialismo
interdisciplinar da década de 30 e uma aproximação dos discursos de Nietzsche e Schopenhauer,
mas também por apresentar-nos múltiplas contradições entre as notas que conformam seu conteúdo,
contradições que não são senão contradições presentes nas estruturas mais fundamentais da
realidade. O nosso objetivo aqui será apresentar uma pequena parcela da filosofia tardia de Max
Horkheimer mediante a análise de alguns dos aforismos contidos na obra Notizen 1949-1969. Se
aceitarmos a divisão simples entre notas claras e escuras, então selecionaremos para análise apenas
as notas mais obscuras concordantes com nosso propósito de apresentar parte da filosofia tardia
pessimista de Max Horkheimer.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
A história natural da religião em Hume
Antonio Cezar de Carvalho (graduando-Filosofia-UFU)
Esta comunicação tem como objetivo tentar mostrar a visão de Hume acerca da história
natural da religião. Para isso serão utilizadas as obras História natural da religião e Diálogos sobre
a religião natural, ambas de Hume. Estas duas obras mostram a concepção de Hume sobre a
religião. A primeira é uma reflexão a respeito de como surgem as crenças. A crença seria produto da
natureza humana sem determinação pela ideia preexistente de Deus. Na segunda, Hume explora e
apresenta suas objeções ao argumento do desígnio e ao argumento da existência divina baseada na
natureza. Inicialmente, será apresentada a tese que dispõe que a religião se origina a partir de fatores
psicológicos que não têm nenhuma relação com a razão. Em seguida, iremos mostrar que Hume
afirma que os homens têm a tendência natural de ir do politeísmo ao monoteísmo e retornar ao
politeísmo. Finalmente, mostrar-se-á que a religião não serve de parâmetro ou de fundamentação
para as ações morais. Isto porque a religião ocorre a partir da imaginação, não tendo nenhum
fundamento empírico que é a base de todo o pensamento de Hume.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Pluralismo jurídico: algumas reflexões
Antonio Ferreira Marques Neto
E.E. Bueno Brandão – Uberlândia
Certas propostas de reflexão sobre o pluralismo jurídico demandam situarmos o diálogo
num pano de fundo mais amplo no qual estamos todos inseridos: o capitalismo mundial integrado.
Segundo Guattari, este sistema se assenta sobre quatro tipos de semióticas que se interpenetram:
econômicas, jurídicas, técnico-científicas e de subjetivação. O sistema capitalista vem sofrendo
inúmeros questionamentos críticos, entre eles os relacionados ao comprometimento da vida biótica
e antrópica e ao acesso aos recursos naturais das gerações futuras. O capitalismo mundial tem como
correlato o modelo também hegemônico de democracia liberal, que é uma democracia de baixa
intensidade e que, por sua vez, tem como correlato direitos humanos de baixa intensidade. Contudo,
segundo Boaventura e Ghai, os Direitos Humanos podem ser utilizados como roteiro emancipatório.
Parte dos direitos humanos, mesmo não sendo feitos por amplo processo democrático, já
representam, em partes, as aspirações de muitos povos de todo o mundo. Mas para que os direitos se
tornem verdadeiramente universais precisam ser construídos e mesmo reconstruídos de modo
democrático e por todos os envolvidos.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
O utilitarismo de Singer e suas implicações para os animais não-humanos
Arthur Falco de Lima (PPG-Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU)
O objetivo desta comunicação é compreender como Peter Singer fundamenta sua teoria ética
em favor da inclusão dos animais não-humanos em nossas considerações morais. Singer, ao
argumentar em favor da igual consideração de interesses também dos animais não-humanos, refina
o pensamento utilitarista clássico e tem como resultado aquilo que ele próprio denomina de
utilitarismo preferencial. Preferencial na medida em que, diferentemente da opinião dos autores
clássicos como Bentham e Stuart Mill, já não é somente a dor e prazer que são levados em
consideração quando analisamos as consequências de uma ação de cunho moral, mas também as
preferências dos envolvidos. Alguns seres, independente da espécie a que pertencem, possuem
preferências, isto é, desejos ou objetivos que são bem mais complexos do que o interesse pelo
prazer e fuga da dor. Trataremos assim de esclarecer o principal argumento de Singer, que consiste
em afirmar que, para sermos coerentes, o princípio ético no qual se baseia aquilo que consideramos
ser a igualdade humana precisa ser estendido também aos outros animais. A extensão deste
princípio aos animais não-humanos, acredita Singer, já é suficiente para eliminarmos as principais
formas de maus-tratos e crueldade que praticamos contra os animais. Quanto a questão de tirar ou
não as suas vidas a situação deve, argumenta Singer, ser analisada à luz do conceito de
pessoalidade, tarefa esta que também será contemplada neste trabalho.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
A crítica da prova ontológica em Kant
Bruno Bertoni Cunha (PPG – Filosofia UFU)
Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO – UFU)
A pretensão de se provar a existência de Deus por meio da razão foi alvo de várias críticas
desferidas por Kant. Estudaremos neste trabalho a posição kantiana sobre o argumento ontológico
em três camadas. Num primeiro momento, faremos uma introdução terminológica sobre a filosofia
crítica. Debateremos a organização do ânimo no sistema filosófico da Crítica da Razão Pura,
levando em conta a separação entre lógica e estética, razão e intelecto, ideias e categorias, e
indicaremos como surgem naturalmente as ilusões da Razão. Num segundo momento, nos
dedicaremos ao capítulo “O Ideal da Razão Pura”. Pesquisaremos qual o caminho natural que nos
leva a uma prova da existência de Deus, quais os tipos de ilusões que nos fazem cometer essa
hipóstase, e qual a preponderância da prova ontológica sobre as demais. Na última etapa, nos
concentraremos nos argumentos apresentados por Kant para inviabilizar a pretensão de se provar a
existência de Deus totalmente a priori. Apresentaremos uma divisão dos principais argumentos
oferecidos na Dialética Transcendental, faremos uma comparação com a filosofia cartesiana, e
também com o texto pré-crítico do Único Argumento. Finalmente, tendo explicado as objeções que
levaram Kant a refutar a prova ontológica em 1781, poderemos comparar até que ponto tal
refutação já fora antecipada pelo texto de 1762.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
O surgimento da consciência e da linguagem no materialismo histórico de Marx
e Gramsci
Carlos Eduardo Nicodemos (Filosofia - UFU)
Orientadora. Profa . Dra. Ana Maria Said (IFILO/UFU)
O discurso que Karl Marx e Antônio Gramsci desenvolveram acerca do tema proposto é
apresentado de forma complexa e possui um rigor filosófico que só é possível ser notado tendo
contato direto com suas obras. A partir da leitura realizada de O Capital, procuro desenvolver como
o trabalho humano é fundamental para a construção dos homens; o desgarrar da animalidade
presente no seu estado primitivo e o seu desenvolvimento através do trabalho coletivo, nas várias
faces do trabalho, desde a sua origem até o seu estado mais desenvolvido. Feita a leitura de A
Ideologia Alemã, apresento a consciência humana como criação no processo histórico desenvolvido
por homens ativos historicamente. Em primeira instância, expor as relações sociais e todo o modo
de produção desenvolvido por homens ativos como fator principal para a criação desta consciência
histórica e, assim, da linguagem. A partir da análise proposta, tendo contato com tais autores,
pretendo descortinar conceitos básicos sobre a consciência e linguagem dos homens do decorrer da
história.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
A operação da imaginação e do sentido na fundamentação do conceito de espaço
humeano
Carolina Miziara P. e Silva (Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Marcos César Seneda (IFILO/UFU)
David Hume, na Parte 2 do Livro 1 do Tratado da natureza humana, analisa as ideias de
tempo e espaço com o intuito de refutar a teoria da divisibilidade infinita, proposta por alguns
matemáticos e filósofos escolásticos, sobre a qual se erigiram as definições e demonstrações
geométricas que, segundo Hume, apresentam-se, muitas vezes, de forma contraditória. Hume inicia
a sua objeção à teoria indicando a evidente limitação de nossa mente, assim, somos forçados a
admitir que a imaginação, faculdade capaz de compor e decompor ideias, também é incapaz de
transpor um certo limite em sua divisão de ideias. Do mesmo modo, as impressões que se
apresentam aos nossos sentidos encontram um certo limite quanto às divisões, pois estão
condicionadas às percepções dos sentidos para que sejam, realmente, impressões. Assim, não somos
capazes de operar nem com ideias, nem com impressões divisíveis infinitamente. Sob estas duas
condições de operação do sentido e da imaginação, Hume constrói o conceito de espaço e
estabelece novos princípios para a geometria que a reconciliam com a filosofia experimental. Este
trabalho irá abordar, especificamente, o conceito de espaço e sua fundamentação na imaginação e
sentidos.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Aprendizado e figuração em Languages of art
Chiyoko Gonçalves do Nascimento Oliveira (PPG Filosofia- UFG)
Orientador: Prof. Dr. André da Silva Porto (FAFIL- UFG)
Nelson Goodman em seu Languages of art desenvolve uma dura crítica à uma relação de
representação pictórica, doravante "figuração", dependente da relação de semelhança entre objetos.
O filósofo não pretende afirmar que a semelhança seja uma ocorrência que deva ser descartada da
figuração em todos os seus usos possíveis. Pretende deixar claro que semelhança não é condição
suficiente e nem necessária pra uma relação de figuração. Argumentarei, entretanto, que a
semelhança ainda poderá ser um determinante de alguns tipos de figuração. Outro problema
desenvolvido por Goodman no mesmo livro é o do aprendizado que ocorre na leitura e distinção
entre uma obra de arte e uma falsificação superlativa da mesma. Goodman resolve o problema da
falsificação com uma recorrência a uma ideia de aprendizado. Tal aprendizado será parte
fundamental para a distinção futura entre a obra e sua falsificação por parte de um observador. Meu
interesse é argumentar que o mesmo tipo de aprendizado é o que propicia a leitura da semelhança
entre objetos entre uma figura e seu figurado. O aprendizado da leitura de determinados elementos
que podemos julgar importantes em determinados contextos não poderão ser separados de alguns
tipos de figuração.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Um erro de Hume
Cristiano Rodrigues Peixoto (CAPES / PPG-Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO/UFU)
De modo geral, Hume defende que a identidade é uma relação que atribuímos aos objetos
em geral porque, a despeito de suas mudanças constantes, a imaginação percebe que há uma
transição fácil e mais ou menos ininterrupta entre os diversos estados e aparições desses objetos na
mente. Para Hume, o processo pelo qual atribuímos identidade a objetos em geral é semelhante ao
processo pelo qual atribuímos identidade a uma pessoa. Para exemplificar, ele propõe um
experimento mental, que consiste em conceber a possibilidade de penetrar na mente de uma pessoa
e encontrar ali as percepções que a compõem. Desse modo, perceber-se-ia que, a despeito do fluxo
constante das percepções na mente dessa pessoa, há uma transição fácil e mais ou menos
ininterrupta entre essas percepções, o que legitima a atribuição de identidade a essa pessoa. Em
seguida, Hume diz que esse processo também é válido caso nos examinemos a nós próprios. O
objetivo deste trabalho é mostrar que, dentro dos moldes de seu sistema filosófico, Hume errou ao
supor que o mesmo que vale para a atribuição de identidade a uma terceira pessoa vale para a
atribuição de identidade ao nosso próprio eu.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
A subjetividade como efeito: interseções entre Hume e Deleuze
Dami da Silva (Filosofia/PPGEL UFU)
O objetivo dessa comunicação é tentar apresentar e discutir a subjetividade como efeito a
partir da interseção possível entre Hume e Deleuze. A questão que nos conduz é se e como o
diálogo com Hume na primeira obra de Deleuze constitui uma gênese do pensamento deste a
respeito da subjetividade e dos sujeitos. Para isso, serão utilizadas as obras: Empirismo e
subjetividade, no seu primeiro capítulo, no qual podemos seguir Deleuze, na trilha de Hume,
levantando problemas a respeito do conhecimento, da moral, de como o espírito é afetado e de
como seria possível falar de uma psicologia das afecções; e O Anti-édipo, na qual pode-se ver um
sujeito estranho, residual, sem identidade fixa, recolhendo o prêmio de um devir como efeito da
produção das máquinas desejantes, mais precisamente, produto da síntese conjuntiva ou produção
de consumo no inconsciente maquínico. A análise desses dois momentos da filosofia de Deleuze,
mostrando um marco da problematização da subjetividade e suas possíveis ressonâncias posteriores,
pode ajudar a elucidar alguns pontos da trajetória do autor e de suas obras.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Antropologia virtual: pensando o homem da era da informação através das
virtualidades da arte
Daniel Salgado Galvão Nunes (PPG-Filosofia/UFU)
Orientadora: Profa. Dra. Georgia Amitrano (IFILO/UFU)
Este artigo tem por objetivo fazer uma reflexão acerca dos conceitos de real e virtual a partir
das perspectivas cunhadas por Pierre Lévy. Do mesmo modo, pretende-se analisar as diferentes
relações existentes entre o homem e determinadas tecnologias de informação. Busca-se, assim,
avaliar, mesmo que de modo ainda sucinto, alguns dos meios pelos quais a informação e os saberes,
de modo mais geral, tendem a se propagar entre diferentes indivíduos, observando sempre no
mundo que nos circunscreve. E isso feito de tal forma que possamos pensar ontologicamente uma
definição possível do ‘ser do homem’ a partir de um movimento simultâneo entre o real e o virtual.
Donde, e concomitante a isso, esse trabalho discute e avalia os denominados espaços
antropológicos, advindos dessa ontologia posta, e pondo em questão a eterna pergunta “o que o
homem é?”, bem como as mudanças que as tecnologias de informação exercem sobre esses seres
antropológicos que emergem.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
O cético de Kripke e o paradoxo sobre seguir regras
Diego de Souza Avendaño (Mestrado – UFG/CAPES)
Orientador: Prof. Dr. André da Silva Porto (UFG)
Em “Wittgenstein: on Rules and Private Language”, Saul Kripke sugere que interpretemos o
argumento contra a ‘linguagem privada’ como corolário direto das considerações sobre ‘seguir
regras’ que precedem imediatamente essas passagens nas “Investigações Filosóficas”. A
interpretação cética sobre ‘seguir regras’ encontra no trabalho de Kripke não apenas uma exposição
definitiva dos seus temas centrais, mas também, uma ilustração das distorções que resultam da
tentativa intransigente de assumir um ‘realismo semântico’ –que resultaria no paradoxo de que
nenhuma palavra possui significatividade– e conciliá-lo com as duras observações de Wittgenstein
sobre a incoerência do ceticismo filosófico. Para mostrar que nenhuma palavra possui significado,
Kripke poderia ou exaustivamente desconsiderar teorias sobre aquilo que o ‘significado’ consiste,
ou encontrar uma justificação a priori para desconsiderar a própria ‘significação’, contudo,
nenhuma dessas tarefas é levada a cabo. Nesse contexto, e antes de concluir apressadamente que os
argumentos de Kripke falham, nos propomos investigar, mediante um ‘espírito cético’, alguns
apontamentos e sugestões feitas no livro, levando-os ao seu desenvolvimento mais radical. Então,
talvez, a presente comunicação não devesse ser pensada nem como uma exposição dos argumentos
de Kripke, nem como a exposição de um argumento próprio, mas como uma tentativa de levar às
últimas consequências ‘o paradoxo sobre seguir regras’.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Verdade contra o método – A hermenêutica filosófica Gadameriana
Djalma Pizarro (IFILO/UFU/graduação)
Orientador: Dr. Jakob Hans Josef Schneider (UFU)
O autor pretende, com sua comunicação, alinhavar os argumentos principais que orientam a
hermenêutica filosófica apresentada por Gadamer (in Verdade e Método, 1960), bem como
apresentar, de forma sucinta, os sustentáculos teóricos da hermenêutica filosófica, principalmente a
hermenêutica da facticidade (Heidegger) e o ser do “da-sein”, tendo em vista que Heidegger, além
de ter exercido grande influência sobre seu discípulo Gadamer, inverteu o eixo da hermenêutica,
pois esta sempre foi vista como instrumento de explicação dos textos, para mudar, sob a orientação
Heideggeriana, o seu objeto, a sua vocação e o seu estatuto. Assim, a hermenêutica deixa de ser
interpretação de textos para incidir sobre a própria existência, deixa de ser metodologia, para ganhar
contornos de fenomenologia; ela se confundirá com a própria filosofia, abrindo mão de ser apenas
um instrumento auxiliar de interpretação. Serão carreados aos estudos também os aportes da
hermenêutica clássica, desde Schleiermacher e Dilthey, que orientam a hermenêutica como método
de interpretação. A hermenêutica filosófica é a opositora do racionalismo científico, da metodologia
“indene de dúvidas” e do iluminismo, pois a tradição é resgatada na analítica existencial, calcada na
hermenêutica da facticidade, na dialética hegeliana e no que Gadamer chamou de fusão de
horizontes. Daí um começo de explicação do título dessa comunicação: “Verdade contra o método”.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Deleuze e Guatarri: a problematização do conceito
Eduardo Leite Neto (Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido (IFILO/UFU)
O presente trabalho tem o objetivo de expor o problema da nomeação do conceito dentro no
âmbito da filosofia de Deleuze e Guatarri, tomando por base particularmente o livro O que é a
Filosofia?. Segundo os autores, criar conceitos é um árduo trabalho, pois o conceito é constituído de
multiplicidades, embora nem toda multiplicidade esteja no campo conceitual. Assim, o conceito é a
condição do trabalho filosófico, é com ele que a filosofia começa. A criação exige composição, que
se realiza graças à junção de componentes que ligam o conceito à realidade. Dado que a Filosofia
não se submete à história, mas antes, tem na história os modos do pensamento, consequentemente, o
conceito é um ponto de vista da razão. Os filósofos consideram a possibilidade de resolver os
problemas do ser e do conhecer a partir da negação dos conceitos de seus antecessores, portanto,
almejam criar um conceito que venha romper com o passado e com isso querem instaurar um novo
começo para o filosofar. Nesta exposição será apresentada, também, a diferença entre o filosofar e a
contemplação, a reflexão e comunicação, conforme as ideias de Deleuze e Guattari. Portanto, o
trabalho desenvolvido pelos autores na problematização do conceito cumpre o papel fundamental ao
longo da obra para que se entenda a posição acerca do significado da Filosofia.
23
∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
O conceito de felicidade em Epicuro: análise das obras Sabedoria e Jardim,
Capítulo 4 e Carta Sobre a Felicidade
Emilson dos Santos Silva (Filosofia/UFU)
Em nosso trabalho, temos como objetivo apresentar a teoria do pensamento epicurista sobre
a felicidade, através da qual escolhemos uma vida que evite ao máximo a dor e o sofrimento
corporal e a intranqüilidade ou perturbação espiritual. Para tanto, além de discutir os dois tipos de
felicidade apresentados por Epicuro - a absoluta, que é uma característica das divindades; e a outra,
a obtida pela escolha racional da adição e subtração de prazeres, própria dos humanos - pretende-se
analisar a procura por desejar aquilo que nos remete a um prazer estável (ataraxía), procurando
viver em equilíbrio com a natureza e com os demais seres. Posteriormente, serão apresentados os
quatro remédios (tetraphármakon) para as quatro principais causas da infelicidade humana, de
acordo com Epicuro, quais sejam: não temer aos deuses, desmistificando-os; não temer a morte,
crendo na imortalidade da alma; conquistar a felicidade, sendo responsável por suas escolhas; e
evitar o sofrimento, imaginando apenas bons momentos. Este trabalho está baseado na leitura da
obra Carta a Meneceu, do próprio Epicuro e Epícuro, o filósofo da alegria, de Leopoldo Ullman.
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Apontamentos para uma leitura crítica à ideia de Estado em Hegel
Fernanda Cristina Zacarias Coelho
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação
em Justiça Administrativa – PPGJA/UFF
A presente comunicação intenta traçar, em linhas gerais, apontamentos para a condução de
uma leitura crítica ao idealismo de G. W. F. Hegel, sobretudo no que diz respeito à preponderância
do Estado – enquanto ente identificado com o que é geral, atemporal e necessário – em detrimento
do indivíduo. A abordagem perpassa pela ideia de que, para Hegel, o Estado se configura na
realização da substância ética do agir social, o que pressupõe a existência de um corpo social
objetivado, contextualizado historicamente e apto a elevar a eticidade dos valores partilhados pela
coletividade ao patamar de objetivação do agir moral. Caracterizado por seu viés totalizante, o
pensamento hegeliano vem sendo comumente questionado pela filosofia moderna. Os estudos que
ora o defendem, ora o atacam, desenvolvidos por pensadores da estirpe de Jürgen Habermas e Karl
Popper, apresentados sinteticamente nesse trabalho, auxiliam não só na compreensão das
conseqüências da definição dada por Hegel ao espírito ético absoluto, junto às esferas individual e
coletiva, como também servem ao embasamento teórico da ação política aplicável à crise de
representatividade enfrentada no âmbito das modernas democracias de massa.
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O papel da phronesis e da intenção tipológica na ética eudaimônica de
Aristóteles
Fernanda Lima Cró Rossi (UFU)
Orientador: Professor Dr. Marcos César Seneda (IFILO-UFU)
O presente trabalho visa salientar o papel da phronesis e da intenção tipológica na ética
eudaimônica de Aristóteles. Na ética de Aristóteles, a felicidade é entendida como algo final e auto-
suficiente, aquilo que é considerado o fim a que visam todas as ações dos homens. A felicidade se
refere à atividade da alma conforme à virtude, que significa excelência, através do bom uso da
razão, de tal modo que a parte racional pode controlar a parte irracional da alma. Segundo
Aristóteles, a phronesis é considerada a virtude da parte prática da alma e se apresenta como uma
intuição sensata, capaz de estabelecer os meios adequados para alcançar bons fins. Neste contexto,
para Aristóteles, além da phronesis, há a intenção tipológica, que se refere a uma forma de
racionalidade apta à formação do caráter, a fim de atingir as boas ações. O filósofo grego enfatiza
que a intenção tipológica verifica o grau de exatidão conveniente à filosofia prática. Portanto,
pretendemos investigar o quanto a phronesis e a intenção tipológica colaboram para o bom uso da
razão, formando assim um quadro para a compreensão da ética eudaimônica proposta pelo autor.
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O Estado submetido à superestrutura
Fernando Tadeu Mondi Galine (IFILO/UFU)
Orientadora: Ana Maria Said (IFILO/UFU)
O objetivo desta comunicação é debater, embasados no pensamento marxiano, sobre quais
motivos levam detentores dos meios de produção a abrir mão de privilégios, que seriam definitivos
para intensificar sua posição hegemônica, favorecendo o Estado Nacional em detrimento de
interesses individuais. Ao Estado Nacional moderno são concedidos direitos e deveres que excedem
sua função original de mediador e regulador das relações entre os homens, esses direitos
sobrepõem-se a interesses individuais. Entretanto, os direitos que se sobrepõem aos interesses
individuais nem sempre visam o bem da maioria da população, visam favorecer a classe
hegemônica indiretamente, preservando a estrutura, a superestrutura e o modo de produção que
determinou a formação desse Estado. Um exemplo que podemos citar é o fato do Estado ter o
direito de expropriar terras, mesmo sendo o direito à propriedade privada uma das bases do Estado
Nacional. Por que, ao se constituir um Estado, seus idealizadores permitem que o Estado se
sobreponha a uma de suas bases? A resposta que o Materialismo Histórico oferece afirma que o
Estado existe não para proteger os membros da classe hegemônica, mas sim para proteger a
superestrutura, o modo de produção e as relações de produção e troca de mercadorias, o Capital.
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As Categorias e a recepção do artigo de Benveniste
Flávia Santos da Silva (UFU)
A obra Categorias de Aristóteles, sobre o estudo do termo e dos diferentes gêneros do ser,
tem provocado uma série de discussões e interpretações no meio científico, tanto na Filosofia como
em outras disciplinas a ela relacionada. A esse respeito, Émile Benveniste, linguista, filólogo e
gramático, escreve o artigo Catégories de pensée et catégories de langue para o quarto número da
revista Les Études Philosophiques de 1958, publicado posteriormente no primeiro tomo de
Problèmes de Linguistique Générale em 1966. Esse texto, por sua vez, foi lido por alguns
especialistas da Filosofia e recebeu interpretações. Dentre elas, Lallot (2002) afirma que Benveniste
defende um tipo de determinismo linguístico, ao passo que Pellegrin (2007) reconhece que esse
autor não desconsidera a independência do pensamento com relação à língua. Desta maneira, neste
trabalho, temos o objetivo de discutir essas duas interpretações, comparando-as com o próprio texto
de Benveniste, a fim de compreender qual é a posição dele sobre a questão de o pensamento ser ou
não dependente da língua.
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Das linhas e superfícies nas interfaces tecnológicas
Franciele Laura Silva (IFAC-Filosofia/UFOP)
Orientador: Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho (IFILO/UFU)
Trata-se de propor, a partir da análise da série britânica Black Mirror criada por Charlie
Brooker, um determinado uso do conceito de caixa preta do filósofo Vilém Flusser, que constitui
uma peça chave para compreender de que modo a humanidade tem sido programada por
superfícies. Para tanto, é preciso, antes nos concentrar em uma interface tecnológica especifica, a
saber, os espelhos negros. Dessarte a aposta que move este ensaio consiste em perceber: como o
distanciamento em relação aos códigos lineares (escrita e programação), através da mediação
tecnológica do espelho negro como zona a qual a superfície imagética se apresenta (Smartfones,
TVs, etc), pode conceder autonomia à imagem.
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O papel da música no livro IV da República de Platão
Gabriel G. Schoenmaker (IFILO/UFU)
Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho
A proposta da comunicação é apresentar o papel da música na República IV, que é
claramente definido em relação à tripartição da alma, uma vez que o ideal para o homem é que a
parte racional da alma governe sobre as partes apetitiva e irascível. Para isso, é necessário que um
intenso treinamento tanto físico quanto musical e poético ocorra, pois alimentar a parte racional da
alma com palavras boas e aprendizado é imprescindível, e a harmonia e ritmo auxiliam no domínio
da parte racional sobre as outras ao inserir consonância entre elas. Uma vez que dentro polis ideal as
funções de cada cidadão devem estar harmonizadas assim como na alma, a música não só beneficia
individualmente as pessoas quanto ajuda na organização de toda a cidade, e este saberá sua
obrigação com os outros cidadãos. Pois um homem bem treinado na música, e que as partes de sua
alma estão em harmonia, não deixa que uma parte faça o papel da outra, e apenas sabendo disso ele
age, com a certeza de que suas ações serão justas e boas, e as ações que desfazem essa harmonia são
consideradas injustas, evidenciando que a música influencia diretamente nas ações justas do ser
humano.
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Sobre os argumentos que justificam a ação psicoterapêutica dos encantamentos
em Platão
Gabriel Galbiatti Nunes (IFILO – Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho (IFILO/UFU)
Em um dos seus primeiros diálogos, o Cármides (157b-157c), Platão correlaciona a cura
para os males do corpo com os efeitos combinados do phármakon e as encantações musicais. No
diálogo, o grande problema dos médicos gregos, segundo o relato de um médico pitagórico,
consistia em tentar tratar os órgãos do corpo separadamente, sem levar em conta o equilíbrio e a
harmonia do todo, ou seja, não se deveria tentar curar a parte do corpo sem considerar a totalidade
da qual ele faz parte: a alma. Quando o todo vai mal, é impossível que a parte esteja bem. Contudo,
cabe a nós nos perguntarmos: por que Platão atribui aos encantos a capacidade de harmonizar e
equilibrar o corpo, de forma que seja, talvez, mais útil que o tratamento dos médicos que
consideravam apenas a parte? Quais argumentos são usados pelo filósofo para sustentar essa ideia?
Nessa comunicação, pretendo, usando o diálogo Timeu, expor alguns argumentos que justificam a
capacidade psicoterapêutica dos encantamentos musicais na psykhé humana.
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Da liberdade em ter algo como “meu e teu” externo na ótica kantiana
Gabriel Reis Pires Ribeiro (IFILO/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO/UFU)
Essa comunicação pretende examinar a Teoria Política proposta por Immanuel Kant a partir
da obra Princípios metafísicos da doutrina do direito. O debate tem como ponto de partida a análise
do filósofo acerca da possibilidade de ter algo como “meu e teu” externo no denominado estado de
natureza humana ou direito privado. A inexistência de leis externas ao indivíduo estabelecerá um
estado de anomia, no qual não há segurança da liberdade externa dos indivíduos, implicando, por
conseguinte, na precária liberdade de ter algo como “meu e teu” externo. A par de tal problemática,
o filósofo lança mão da necessidade de tutela da liberdade externa dos indivíduos, e, para tal
desiderato aponta a necessidade de se instituir leis externas que regulem a liberdade dos indivíduos
com o viés de possibilitar o direito ao “meu e teu” externo. Por fim, cabe ressaltar que esse estágio
de leis externas é denominado pelo autor como sociedade civil, estado civil ou direito público.
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A filosofia política nas Relações Internacionais
Gabriel Sandino de Castro (PPGRI/UFU)
O presente resumo visa abordar a contribuição da filosofia política para os estudos das
Relações Internacionais. Neste sentido, apontamos três grandes grupos: realismo, liberalismo e
marxismo. Os representantes da vertente realista, de modo geral, advogam que o sistema global é
anárquico e, portanto, cada ator busca seus próprios interesses. Dessa forma, o conflito é uma
característica intrínseca no âmbito mundial. Estes autores são influenciados, no campo da filosofia
política, por Maquiavel e Hobbes, principalmente. Os representantes da vertente liberal, inspirados
nas ideias de Kant, acreditam que a tendência dos atores não é o conflito, e sim a cooperação. Os
interesses próprios de cada Estado ocasionam uma união entre os mesmos, uma vez que a
cooperação traz benefícios a todos. Assim, os liberais identificam, na economia, o espaço da
prosperidade. Por fim, temos a corrente marxista. Seus representantes entendem o sistema
internacional como espaço de conflito, uma vez que os Estados são desiguais. Simplificando o
argumento, há os Estados centrais e os periféricos, ou seja, uma relação de exploração. Além disso,
o comportamento de cada Estado é fruto da luta de classes no âmbito interno ao passo que seus
efeitos não se limitam apenas internamente.
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Bioética, adoecimento e trajetória feminina
Gabriela Franco de Almeida (UEMG-Ituiutaba)
Orientador: Prof.º Dr. Alcino Eduardo Bonella (FILO/UFU)
Este trabalho é fruto de um projeto de mestrado em Ciências da Saúde (Famed – UFU)
intitulado “Sentido da vida e morte: o que a iminência de morte ensina sobre a vida?” e integra
perspectivas da psicologia e da filosofia na análise e avaliação de questões sobre as influências do
sentido da vida e da morte para a existência humana, e algumas implicações disto no estudo da
ameaça de morte na percepção feminina. O trabalho aborda dentro da psicologia e numa perspectiva
humanista existencialista, especialmente, a visão de Viktor Frankl. Dentre autores da filosofia,
citamos, por exemplo: Sartre, Luper, Eagleton e Baggini. Discutiremos a importância de se
considerar a filosofia como uma aliada na compreensão do psiquismo, da relação humana com o
adoecimento, e do cuidado de si. Por fim, destacaremos como o adoecimento faz romper trajetórias
femininas, marcadas por uma doação externa a terceiros (marido, casa, trabalho, filhos),
funcionando como uma permissão para o cuidado de si mesmas.
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Rancière e a politica: o corpo que fala de América Latina
Gladys Elisa Robles Uribe (PPG-Artes UFU)
Esta comunicação tem como objeto mostrar as propostas estéticas da filosofia de Jacques
Rancière. Desdobrando as reflexões do autor em torno da relação entre política e estética específica
da imagem focada nas obras de mulheres artistas contemporâneas, Regina Jose Galindo
(Guatemala), Tania Bruguera (Cuba) e Maria Teresa Incapie (Colômbia) tendo afinidade com a arte
da América Latina. Elas utilizam o corpo como médio de expressão poética, evidenciando suas
inquietações sociais pertencentes ao século XXI, logrando perceber em suas performances as
carregas políticas contidas nas realidades de cada um de seus países, sendo este um tema para abrir
a discussão e estabelece como os fatos culturais e sociais são encaminhadas na procura da reflexão
do homem latino, achando interessante entrelaçar as posturas dos contextos, problemáticas e fatos
culturais e sociais no presente, encontrando proximidade na leitura crítica do livro O espectador
emancipado de Rancière.
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Transhumanismo e pós-modernidade: uma introdução
Guilherme de Morais Damaceno (FAPEMIG/UFU)
Orientadores: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU)
Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho (IFILO/UFU)
No mundo moderno, em que o homem está cada vez mais distante da natureza e
mais próximo de interfaces computacionais, nossa relação com o mundo está cada vez
mais intermediada por mecanismos virtuais. Nossa existência passou a se estender
através do desenvolvimento tecnológico e da medicina, que contribuem cada vez mais
para nossa longevidade. Em breve, através da convergência entre tecnologias (como
Nanotecnologia, Biotecnologia, Tecnologia da informação, Ciências Cognitivas, Neurociência),
surgirão supermáquinas e elas terão papeis fundamentais para a ciência,
tecnologia e sociedade e também serão fonte de risco de extinção da espécie humana.
Nesse sentindo, os seres humanos terão de ampliar sua própria inteligência (enhanecement
cognitivo), para poder ser equiparar a essa inteligência computacional ou usufruir de todo o seu
potencial. É nesse cenário que surge um movimento filosófico e cultural cada vez mais difundindo,
o Transumanismo. O objetivo desse trabalho consiste em elucidar sob linhas gerais, alguns dos
principais conceitos do Transumanismo, tendo em vista a pós-modernidade em curso.
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A história do indivíduo em Max Horkheimer
Guilherme Vasconcellos Fontoura (Graduação Filosofia-UFU)
Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO-UFU)
Pretende-se desenvolver uma história da noção de individualidade consoante às idéias de
Horkheimer, presentes na obra Eclipse da Razão, especificamente no capítulo “Ascensão e declínio
do indivíduo”. Conforme o homem produz uma organização social que o leva à vida sedentária em
comunidade, desenvolve-se nele uma percepção de si que o distingue da natureza externa. Porém, o
desenvolvimento social não significou desenvolvimento do indivíduo em todos seus aspectos.
Assim, apesar do progresso técnico, que produz uma sociedade muito mais integrada que outras do
passado, é peculiar do capitalismo avançado a existência das massas, que contribuem para a
dissolução das principais características do indivíduo, como a espontaneidade e autonomia. Esse
trabalho visa demonstrar como se deu esse processo através de um resumo da análise da noção de
individualidade ao longo da história do homem. Trata-se de um aspecto que surge naturalmente e se
desenvolve historicamente no sujeito, mas que, nesse desenvolver, ocorre uma contradição, pois a
sociedade que produz o sujeito autônomo acaba dissolvendo os traços de individualidade nas
pessoas para garantir a dominação. Trataremos ainda da crítica à indústria cultural, mecanismo que
reforça a liquidação total do indivíduo, que fica dissolvido no pensamento identificante da
sociedade e reduzido aos coletivos.
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A indústria cultural e o seu sistema de alienação
Hênia Laura de Freitas Duarte (IFILO/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO/UFU)
Esta comunicação tem como objetivo apresentar os aparelhos de alienação criados pela
indústria cultural. Em primeiro lugar, iremos expor o que é a indústria cultural e de que forma ela
toma conta de nossas vidas, inclusive nos dias atuais. O que isso quer dizer? Mostrar a forma como
a indústria cultural, ou melhor, como as questões abordadas pelos filósofos – Max Horkheimer e
Theodor Adorno – há mais de sessenta anos ainda constituem uma atualidade assustadora. Em
segundo lugar, mostraremos como a televisão, o rádio e o cinema conseguem controlar os
consumidores e aumentar ainda mais a força que a indústria cultural possui, isto é, como esse
circuito de aparatos adquire sua força de alienação. Procuramos, também, desenvolver os conceitos
de indivíduo, provenientes de Horkheimer, mostrando a sua relação com a indústria cultural e
explicitar como a televisão é a inimiga dentro de nossas casas. Além disso, pretendemos destacar a
posição de Adorno sobre a música e, por fim, mostrar como suas críticas à indústria cultural ainda
têm sua atualidade assegurada e de que forma ela ganha mais força a cada dia que passa.
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A construção do grau de evidência da ação subjetivamente visada concebida
intelectualmente por meio dos padrões teóricos de deliberação na metodologia
weberiana
Henrique Florentino Faria Custódio (PPG-Filosofia/UFMG)
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Soares Neves Silva (FAFICH/UFMG)
O propósito desta comunicação é analisar de que maneira, na metodologia weberiana, o
grau de evidência poderá ser construído por meio dos padrões teóricos de deliberação imputados
idealmente à ação subjetivamente visada pelo agente. Para Max Weber, a evidência da interpretação
é baseada em procedimentos lógico-metodológicos que permitem ao cientista conceber conexões de
sentido na ação empírica do agente. Portanto, será mediante certa caracterização promovida pelo
pesquisador, a partir dos dados da pesquisa, que se produzirá em pensamento a evidência da
interpretação. Assim, o grau de evidência, metodologicamente, é construído a partir de padrões
teóricos de deliberação concebidos idealmente como meios auxiliares puramente lógicos, utilizados
para o isolamento e ordenamento conceitual de um fragmento da complexidade do empírico. Em
vista disso, queremos examinar como, na metodologia weberiana, a interpretação da ação do agente
torna-se possível, se for feita uma referência explícita ao sentido visado da ação.
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Aristóteles e o argumento do éter no Livro I Do Céu
Igor Mota Marques (UFU - Filosofia)
A presente comunicação visa apresentar a argumentação aristotélica acerca da existência do
Éter. Na obra Do Céu, o Filósofo propõe uma cosmologia racional utilizando dados observáveis
(fenômenos), construções matemáticas e uma teoria dos 4 elementos. Do Céu pode ser tratado como
uma investigação tipicamente aristotélica que se inicia com a definição do objeto a ser tratado na
investigação, apresenta os objetos que compõe tal estudo (os corpos, os elementos), por fim,
argumenta acerca dos movimentos possíveis desses corpos. De fato, os problemas desta
investigação envolvem a teoria dos 4 elementos de Aristóteles e quais são os movimentos possíveis
pelos corpos. Ocorre que os 4 elementos (fogo, ar, água e terra), segundo a cosmologia aristotélica,
podem tão somente realizar movimentos ascendentes ou descendentes em relação ao centro do
planeta; contudo, é observável que os corpos celestes realizam um movimento circular ao redor do
planeta. Assim, o quinto elemento é chamado de Éter por Aristóteles e a prova de sua existência não
se dá simplesmente por observações ou demonstrações matemáticas; tal inferência exige um esforço
argumentativo que interliga o fenômeno do movimento do céu (movimento circular) com a falta de
um elemento que realizasse tal movimento na esfera terrestre.
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Péras e ápeiron: os números e as coisas segundo os pitagóricos
Jackeline de Melo Feitosa (IFILO – Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho
Entre os gregos, nós encontramos diferentes explicações para a seguinte questão: de onde,
ou do quê, sugiram todas as coisas? Para além dos mitos, os primeiros filósofos, na Grécia,
aproximadamente a partir do século VI a.C., tentaram explicar a gênese do universo de um modo
racional. Um dos primeiros homens a se questionar sobre tamanho problema foi Pitágoras e,
utilizando-se dos números, esse filósofo (junto de uma grande quantidade de seguidores de sua
filosofia, conhecidos como pitagóricos) apresentou uma explicação da geração das coisas a partir
dos elementos matemáticos e da interação de princípios contrários (péras e ápeiron). Porém, seria
possível a interação de princípios contrários? Como tal interação contribuiu para a origem de todas
as coisas? De que forma as coisas podem se originar dos números? A presente comunicação tem o
intuito de responder essas questões expondo o que possuímos sobre a filosofia de Pitágoras e dos
pitagóricos, baseando-se nos livros Historia de la filosofia griega de W. K. C. Guthrie e
Pythagoras: his lives and the legacy of a rational universe de Kitty Ferguson.
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Sobre como a linguagem pode ter nascido em concomitância com as relações de
alteridade
Jéssica da Silva Ferreira (PPG-Filosofia/UFU)
Orientadora: Prof. Dra. Georgia Cristina Amitrano (IFILO/UFU)
Valendo-me da ênfase dada por Jacques Derrida para falar do nascimento da linguagem e da
alteridade, a comunicação a ser apresentada visa analisar como na forma da escritura a alteridade
pode ser encontrada, observando como a presença do Outro se destaca. Tomando a linguagem como
uma das formas em que a alteridade se dá, é importante compreender como esta nasce e se
desenvolve em concomitância com relações de alteridade. Embora o problema da linguagem nunca
tenha sido um problema qualquer, agora ele encontra-se no horizonte mundial de inúmeras e
variadas pesquisas, seja na forma de escritura grafada ou não. A violência da imposição de um
modo de ser sobre o outro que não mais limita a memória à oralidade. Escritura derivada de uma
linguagem que poderia tanto ter nascido uma, com um grito e depois ter se articulado até chegar no
livro, quanto ter nascido diversa, conforme o lugar em que nascia.
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A fisiologia do prazer no Górgias de Platão
João Gabriel da Silva Conque Santos (PPG-FIL/UFMG)
Orientador(a): Miriam Campolina (FAM/UFMG)
Evidências textuais nos permitem cogitar a hipótese de que a concepção do prazer como um
processo de preenchimento de uma deficiência dolorosa presente no Górgias de Platão pode ter sido
influenciada por teorias fisiológicas desenvolvidas ao longo do tratado médico Doenças IV,
atribuído à escola hipocrática. A investigação dessa hipótese pode nos fornecer importantes
elementos para a compreensão do aspecto semântico e valorativo do prazer presentes nesse diálogo
já que estaríamos lidando, provavelmente, com a teoria acerca do funcionamento do corpo humano
que teria servido de modelo para a descrição platônica do prazer. Diante disso, pretendo apresentar
nessa comunicação (i) uma breve comparação entre os vocabulários fisiológicos presentes em
ambos os textos com vistas a (ii) compreender com maiores detalhes quais são as funções
argumentativas desempenhadas pela fisiologia do prazer exposta no Górgias mediante exemplos
que envolvem a fome, a sede e o processo de saciá-las nas críticas oferecidas ao hedonismo
defendido por Cálicles nesse diálogo.
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Indústria Cultural na Dialética do Esclarecimento
João Paulo de Souza (Graduação-Filosofia/UFU)
Em meados do século XX, dois dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, Theodor W.
Adorno e Max Horkheimer fizeram fecundas análises sobre a cultura na sociedade moderna,
denunciando as estruturas de dominação capitalista. Governos totalitários utilizavam com maestria
os meios de comunicação de massa para a manutenção da situação vigente. A Indústria Cultural,
termo cunhado por esses dois filósofos, foi por eles entendida como um poderoso instrumento de
dominação ideológica. A cultura mercantilizada torna-se um obstáculo à experiência formativa dos
indivíduos. Ao massificar a cultura, a industrialização destitui a arte de sua característica
libertadora, crítica, alienando as consciências. A técnica, a serviço dos grupos sociais dominantes,
produz indivíduos passivos, manipuláveis. A proposta desta comunicação é discorrer sobre algumas
importantes questões referentes à temática da Indústria Cultural naqueles autores. Para isso, será
antes exposto brevemente o contexto histórico do aparecimento da Escola de Frankfurt e da
produção das ideias desenvolvidas no livro de Adorno e Horkheimer, a Dialética do
Esclarecimento. Para tal, será utilizada como base bibliográfica a referida obra, capítulo O
Esclarecimento Como Mistificação das Massas.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Owen e o problema do Ser no Sofista
João Vitor Resina Nunes de Melo (ICHF – UFF)
Orientador: Prof. Dr. Fernando Décio Porto Muniz (ICHF – UFF)
A discussão central do Sofista aborda o problema do Ser de uma maneira curiosa. A proposta
do Estrangeiro de que ambos, Ser e Não-Ser, seriam igualmente esclarecidos com o esclarecimento
da compreensão de um deles (ou obscurecidos, no caso contrário) pretende mostrar que existe uma
relação de paridade entre ambas as compreensões. A análise do Não-Ser é importante no diálogo,
não apenas para sustentar a existência do discurso falso – utilizado para caracterizar o sofista –, mas
também para sustentar uma possível mudança em relação à metafísica dos diálogos da maturidade
como o Fédon – a saber, em relação à doutrina do “Ser e do Vir a Ser”. Em seu artigo “Plato on
Not-Being”, Owen questiona leituras que propõem uma análise do problema baseada nas doutrinas
platônicas da fase madura. A análise de Owen da discussão sobre o Não-Ser propõe uma nova
abordagem sobre o problema, tendo como foco a nova análise da negação presente no diálogo, a fim
de que tal análise da negação possa servir de suporte à nova estrutura metafísica apresentada pelo
Estrangeiro. Esta comunicação pretende explicitar a leitura de Owen dos trechos relevantes para a
discussão do Sofista, e, consequentemente, para o problema do desenvolvimento da metafísica
platônica.
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Moralismo como egoísmo puro em Peter Singer
José Augusto Rodrigues Paniago (IFILO/UFU)
Orientador: Prof. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU)
O seguinte resumo possui como tema o moralismo como egoísmo puro em Peter Singer.
Peter Singer é um dos mais destacados especialistas em ética aplicada, autor de uma vasta e
respeitável bibliografia. Sua teoria ética utilitarista se baseia em um problema prático da nossa
contemporaneidade, a pobreza absoluta. Singer elabora a argumentação a favor da obrigação dos
ricos ajudarem os pobres (SINGER, 2002, p. 240). Singer diz que, para convencer alguém a agir
moralmente, é preciso convencer essa pessoa de que uma atitude ética servirá aos seus interesses,
nem que seja em longo prazo. O relativismo moral fundamenta-se na ideia de que os valores morais
variam muito entre os povos e entre as culturas. Todavia, Singer pensa que a ação moral egoísta é
uma concepção ética deturpada. Nas palavras dele, “a ética é um produto social que tem a função de
promover valores comuns aos membros da sociedade”. A consciência moral é útil à sociedade, não
pelos motivos que levam alguém a tê-la, mas pelos resultados que a posse dela traz. Portanto, o
egoísmo puro nas próprias ações é perfeitamente racional, e uma pessoa que não tenha dentro de si
aquele nobre sentimento de dever, não irá agir moralmente se não lhe derem uma razão que mostre
essa ação como favorável a ela.
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A liberdade individual e a sociedade desde “O Utilitarismo” de John Stuart Mill
José Vladimir Rojas Tineo ( Pós-graduação - FILOSOFIA)
Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (UFU)
Neste presente trabalho desenvolveremos o conceito de liberdade individual na sociedade,
mas desde o ponto de vista do pensamento utilitarista de John Stuart Mill. Permitindo assim
compreender a relação do homem com a sociedade a partir da Ética utilitarista e seus fundamentos
liberais, ademais saber se nessa relação a liberdade é limitada ou não. Como característica da
liberdade utilitarista temos os seguintes fundamentos: a liberdade de consciência, a liberdade de
desenvolvimento para a própria vida e a liberdade de reunião e associação. Além disso,
consideramos como sociedade as instituições do Estado e as suas funções, lembrando que a
sociedade é onde o homem desenvolve-se. Para a análise dos conceitos fundamentais, faremos uma
revisão dos seguintes textos: O Utilitarismo, que contém os princípios da maior felicidade, o prazer
e a felicidade individual; e Sobre a Liberdade e O Governo Representativo, em que John Stuart Mill
desenvolve, no quadro político e ético, as questões da liberdade individual e a intervenção do
governo na sociedade.
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As singularidades de aprender e ensinar filosofia
Juan Guillermo Diaz Bernal (FACED – UFU)
O texto descreve as possibilidades ou limitações que se põem em jogo desde o que
entendemos por ensinar filosofia e desde as formas de assumir os padrões de interação social,
configurados pelas relações de discurso, saber, poder e desejo. Seu propósito é fazer visíveis as
práticas que acontecem quando professores, alunos e filósofos (através da sua produção) se
encontram nos espaços acadêmicos de formação profissional, onde filosofar toma formas e sentidos
diferentes, pois não admite entendimentos e discursos hegemônicos nem a ausência do pensar.
Aprender filosofia ocorre nesta forma. Este assunto que compete não só ao professor de filosofia,
senão também ao estudante segundo as situações na sociedade da informação e os contextos plurais
que se transformam rápida e continuamente. O ensino da filosofia configura permanentemente a
singularidade das interações de distinto tipo que se presentam entre professores e estudantes ou
entre os filósofos e os textos, interações não isoladas do contexto sociocultural e político nem das
práticas educativas. Por isso, o ensinar/aprender filosofia remite a uma complexidade de aquilo que
se faz na cotidianidade da aula respondendo ao seguinte questionamento: o que acontece quando
ensinamos/aprendemos filosofia?
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Seria Nietzsche um pensador machista?
Juliana Cristina Nicodemos (Filosofia-UFU)
O discurso nietzschiano sobre a mulher se apresenta de forma complexa, problemática e
possui arestas fartamente desagradáveis que nos faz sentir imediatamente inclinado a silenciar. Não
obstante, dificilmente poderia indicar-se uma obra de Nietzsche que não contenha um número
considerável de observações sobre a mulher. O autor de Zaratustra recusa-se, na maior parte das
vezes, a referir-se ao homem, a mulher em geral e isto constitui uma das mais profundas
originalidades do seu pensamento. Não só se negou a identificar o homem antigo com o homem
moderno, cristão e pós-cristão, mas inaugurou uma forma de consideração sexuada a partir da qual
tem-se de distinguir o homem da mulher, ou masculino e o feminino. Um pensamento da diferença,
a sutil arte das distinções, não poderia ignorar tão elementar diversidade. Também, devido a sua
forte disposição à metáfora, apresenta sua tese sobre a verdade e a filosofia dogmática utilizando a
mulher como metáfora para esta crítica. A suposição da mulher mostraria a estratégia eminente
contra o dogmatismo. Com isso, este trabalho pretende explorar as várias formas que a mulher se
apresenta nos escritos nietzscheanos, buscando mostrar que o filósofo em questão não possui o
pensamento machista.
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A historicidade do estado fundamentada na ética hegeliana
Kaique Aparecido Gonçalves e Silva (Graduando-Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido. (IFILO/UFU)
A presente comunicação tem o intento de elucidar a historicidade do Estado a partir do
conceito hegeliano da vida ética, considerando os seguintes aspectos: o direito natural do homem
enquanto homem e partícipe de um corpo social, considerado um produto do processo dialético
calcado na visão de progresso histórico. Esse aspecto abre a possibilidade para a explicação da
gênese da ética hegeliana, o fundamento legítimo que dá sustentação às leis do Estado que –
próprios desse primeiro comportamento moral – conduz a sociedade a uma nova ordem, própria de
uma comunidade que ultrapassa a vida familiar para se constituir como sociedade civil guiada pela
moralidade objetiva. Um novo estágio no qual o homem toma como única verdade o seu
pensamento, e, por conseguinte, a ele se encontra arraigado toda a vaidade e o individualismo que
ainda perdura no Estado que, por sua vez, é por si a instância que garante a busca pela
universalidade da razão. Todavia, o conceito hegeliano é fecundado no direito abstrato, ou seja, o
direito em sua anterioridade ao Estado e á sociedade civil, portanto, compreende-se como o direito
natural, o direito da reta razão, a saber, do Absoluto.
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O Sagrado e o Profano em Eliade
Karla Cristina Pereira (Filosofia-UFU)
Esta comunicação tem como objetivo apresentar a proposta de Mircea Eliade sobre o
fenômeno do sagrado e do profano em toda sua complexidade. Partindo da definição primordial da
oposição entre sagrado e profano, Eliade desenvolve o tema e revela em seus estudos essa
problemática religiosa, perpassando pelos meandros da história da humanidade. Segundo Eliade, o
conhecimento do sagrado se faz justamente em suas manifestações pelo viés hierofânico, dar a
conhecer através das realidades sagradas, que não fazem parte do mundo homogêneo, se revelando
assim, tais manifestações ao homem religioso. A história está repleta de considerações sobre relatos
de hierofanias. O autor pondera que, diante das hierofanias, o homem moderno passa por certo mal-
estar, constrangimento, por não compreender totalmente como um objeto revela o divino e vice-
versa, por não ser sensível a dois modos de ser no mundo, sagrado e profano, o homem moderno
dessacralizado, dessacraliza as manifestações sagradas, permanecendo em posição desconfortante
existencialmente. As posições existenciais de sagrado e profano, assumidas pelo homem ao longo
da história, são conquistas humanas e assim patrimônio da cultura universal.
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Da higienização à loucura: análise foucaultiana acerca do outro como louco
Laércio de Jesus Café (PPFIL/UFU)
Orientadora: Profª. Drª. Georgia Amitrano (IFILO/UFU)
Na busca de investigar as exclusões ocasionadas pelas novas realidades
políticas/cientificistas, bem como sua repercussão no cenário social dominador da Loucura, Michel
Foucault propõe a discussão sobre os dispositivos de saber e poder que envolvem os diferentes
desdobramentos da Loucura e da noção de normalidades presentes em nossa sociedade ocidental.
Buscando entender quem é esse Outro que emerge no e do discurso da Loucura, a presente
comunicação pretende investigar a Loucura a partir das diferentes transformações que esta sofrera
com o passar dos séculos, insuflada por distorcidas práticas de poder, de autoridade, administração,
correção que não se remetem sempre a vontades gerais, mas sim a de seus soberanos,
desenvolvendo critérios de questionamento e crítica da realidade. A Loucura aparece, portanto,
como uma das questões capturadas a partir de transformações nos saberes e nas modalidades
disciplinares que ainda estão em vigor em nossa sociedade. Além disso, observarmos a Loucura a
partir de seu enfoque político acerca do ‘cuidado de si’ e subjetividade, intenta-se também uma
análise desta com a Alteridade, na qual se aponta para a intrínseca relação deste Outro como Louco.
e a necessidade ético política de compreendê-la à luz do pensamento da Alteridade.
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A Política do Feminino: os discursos e sua legitimação pelo Estado
Laís de Oliveira Franco (Filosofia/UFU)
Orientadora: Profa. Dra. Georgia Cristina Amitrano (IFILO/UFU)
O objetivo desta comunicação é compreender os discursos que definem e imperam sobre o
feminino. Considerando as diversas faces de tratamento da Mulher como o Outro, deseja-se
apreender como a política, especificamente, é utilizada neste aspecto, isto é, em todos os âmbitos de
convivência da Mulher. Pretende-se, portanto, analisar os instrumentos dos quais o Estado dispõe e
se utiliza no processo de marginalização da Mulher, sua negação enquanto indivíduo autônomo e
propagação do machismo institucionalizado. Tal análise dar-se-á à luz de perspectivas como as de
Foucault, Arendt e Beauvoir, considerando nesta última sua descrição da construção de um
comportamento exclusivamente feminino em O Segundo Sexo, bem como suas implicações e
consequências. Em outras palavras, tratar-se-á do que é ou pode ser o Feminino, se existe um ‘em
si’ deste feminino ou da Mulher, observando como podemos, e isso apenas talvez, através do
aparelho político, delimitar uma liberdade dos corpos ou não.
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Tradução e comentário “Les structures maitresses de l’oeuvre d’art”
Liris Rejane Braid de Melo Crosara (Filosofia-UFU)
Esta comunicação tem como objetivo apresentar a obra de Etienne Souriau intitulada “Les
structures maitresses de l’oeuvre d’art” (“As Estruturas Mestras da Obra de Arte”) a partir da
tradução do tópico “A Transcendência da Obra de Arte” que é relevante para a pesquisa na área de
Estética. A abordagem do escrito de Souriau contribui para as discussões sobre a arte e a estética,
sendo a primeira autônoma em relação à segunda, pois a arte tem suas próprias particularidades e se
constitui como o seu mundo próprio. Na obra de arte, é perceptível a sua consistência, que se faz
presença e se abre ao olhar e dá conhecer, de modo próprio, as qualidades sensíveis ordenadas e
apresentadas de uma maneira determinada. Souriau estrutura uma Estética da forma e do objeto, em
que se propõe a descobrir as leis homólogas que estruturam a obra de arte, especialmente a música e
a literatura. O autor nos leva a uma reflexão na perspectiva estruturalista sobre os procedimentos
objetivos que governam as adversidades dos fenômenos sensíveis, artísticos ou cotidianos. Assim
sendo, como não existe uma tradução disponível em português é relevante fazê-la, pois tal tradução
será importante para a pesquisa no âmbito da arte e da Estética.
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O racismo de estado no sistema do biopoder
Lorena Silva Oliveira (UFU)
Orientadora: Prof.ª. Drª. Georgia Amitrano.
O presente trabalho intenta investigar o conceito de Racismo de Estado elaborado por
Michel Foucault. Para tanto, demonstrarei como em uma sociedade de normalização, na qual se
opera o Biopoder – aquilo que torna a vida uma questão política e, consequentemente, cria
dispositivos para administrar a população - é necessário o uso de certos dispositivos. Objetivo
também demonstrar como o Racismo de Estado, enquanto um dispositivo de poder, está associado à
biopolitica na medida em que seleciona no corpo social algumas vidas que podem ser descartáveis
em contraposição àquelas que devem ser protegidas, ou seja, seleciona quem deve viver e quem
deve morrer. Ademais, o trabalho dialogará com o conceito de Estado de exceção, uma vez que este
radicaliza e atualiza a contribuição de Foucault ao pensamento político; afinal, em um Estado de
exceção, a biopolitica assenta-se um regime de exceção permanente.
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Alguns aspectos acerca do problema da demarcação
Lucas Alves de Oliveira
Orientador: Prof. Mestre Fábio Baltazar do Nascimento Júnior
Essa comunicação pretende apresentar alguns aspectos que envolvem o problema da
demarcação. A princípio serão abordados os motivos pelos quais há a necessidade da busca por um
critério que possa distinguir as ciências empíricas das ciências não empíricas. Em seguida, será
apresentada uma concepção comum de ciência: a ciência seria fundamentada por proposições
baseadas nas observações, desse modo, o que garantiria a veracidade do conhecimento científico
seria a possibilidade desse conhecimento ser demonstrado a partir de premissas com base empírica.
A ciência empírica procederia da seguinte maneira: primeiramente parte de observações, que devem
ser feitas inúmeras vezes nas mais diversas condições a fim de generalizar os resultados,
formulando assim uma teoria. Se a ciência procede desta maneira, os experimentos nas mais
variadas ciências são de cunho indutivo, ou seja, a partir de observações particulares se obtém
proposições universais acerca de determinados fenômenos. Assim, a metafísica, por exemplo, não
poderia ser considerada uma ciência, visto que, tanto suas premissas quanto a respectiva conclusão
não podem ser corroboradas empiricamente, apenas indutivamente. Enfim, o problema da
demarcação será investigado segundo as questões que envolvem o corpo deste resumo.
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O mal em Hannah Arendt: uma leitura sobre a relação entre o poder e o mal em
Origens do Totalitarismo
Lucas Carvalho Lima Teixeira (CCHSA/PUC-Campinas)
Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferreira Barros (CCHSA/PUC-Campinas)
Pretendeu-se com este trabalho aprofundar o tema do mal-radical na obra de Hannah Arendt.
Ao realizar uma interpretação crítica dos acontecimentos da Segunda Grande Guerra,
especificamente acerca dos adventos do nazismo e do stalinismo, Arendt percebe que há uma
modalidade de mal que não se coaduna à compreensão dada pela tradição até então a esse
fenômeno, um mal que não tem personificação e cujos resultados são catastróficos para a condição
humana. Qual será, então, a origem deste mal, pergunta-se Arendt? Nem a filosofia herdeira do
esclarecimento no século XIX, tampouco as tradições judaico-cristãs poderiam explicá-lo pelas
motivações da maldade demoníaca, da avareza, da inveja ou do puro egoísmo. O mal em sua nova
forma perscrutada por Arendt não se encaixa em nenhum modelo compreensivo fornecido até o
momento. Nossa análise percorrerá os temas da gênese dessa nova modalidade de mal e a sua
atividade na figura “demoníaca” de Adolf Eichmann. Desse modo, nossa investigação englobará
essas duas dimensões aventadas por Arendt para o mal-radical: aquela das estruturas políticas, do
estado totalitário; e a do homem que age sob a ordem do mal: Eichmann. Será possível avaliar o
mal sob essas duas dimensões? Onde poderá se localizar a gênese do mal-radical?
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As minorias toleradas: o feminino na contemporaneidade
Luciano Severino de Freitas
Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea
Universidade Federal de Uberlândia/MG
A presente comunicação tem por objetivo analisar a relação entre o conceito de minorias e
suas apropriações, partindo da noção do feminino no Ocidente. Parece óbvio, contudo, não
desnudado que a questão acerca do conceito de minorias passe pela análise do conceito do feminino
e pelo modo como esse tem sido tratado no Ocidente. O feminino, não entendido como uma redução
de gênero, pautado pela diferenciação biológica, ainda que a partir dessa, dado como percepção
fática, mas o conceito de feminino como outridade, traço de oposição ao estabelecido nas balizas
do: branco, heterossexual, europeu e macho. A partir dessa análise, como seria possível pensar nas
zonas de ampliação do direito acerca das minorias, mormente nos casos de transição de gênero,
tomando como base o princípio da igualdade.
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A parresía anti-filosófica de Cálices no Górgias de Platão
Luiz Eduardo Gonçalves Oliveira Freitas (FFLCH - USP)
Cálicles é um dos adversários mais agressivos e radicais que Sócrates enfrenta ao longo da
obra platônica. No terceiro ato do Górgias, o personagem realiza inúmeras investidas contra a
filosofia e as tentativas socráticas de refutar sua posição - chegando a afirmar que filósofos são
afeminados e deveriam sofrer punições físicas. O repúdio de Cálicles à filosofia se manifesta
também no seu desprezo pela dialética de Sócrates e na sua vontade reiteradamente expressa de
abandonar a discussão. Apesar de ser elogiado pela sua parresía, as últimas palavras de Cálicles
deixam claro que continua obstinadamente mantendo suas convicções anti-filosóficas, sem o menor
ponto de concordância com Sócrates. Chega-se, no final do diálogo, a um momento de impasse
radical, em que Sócrates não consegue estabelecer com seu interlocutor sequer as mínimas
condições necessárias para a realização do elenchos. Este trabalho pretende analisar alguns
procedimentos dramáticos utilizados por Platão na montagem deste embate, de forma a tentar
entender que função cumpre o comportamento dos personagens nesta parte final do diálogo para o
projeto filosófico platônico. Em particular, discutirei o aspecto da franqueza nas falas de Cálicles e
confrontarei com o texto algumas interpretações cujo enfoque no tema da vergonha me parece
insuficiente.
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Edith Stein, uma síntese dramática e de uma verdade sobre o ser humano: judia,
filósofa, religiosa, mártir
Mak Alisson Borges de Moraes
Orientador: Tommy Akira Goto
Considerando a negligência em relação às filósofas ao longo da história da filosofia, busca-
se no presente trabalho refletir a respeito da atividade filosófica feminina a partir das investigações
empreendidas pela filósofa e fenomenóloga Edith Stein (1891-1942). Para esse estudo foi utilizado
o texto “A mulher: sua missão segundo a natureza e a graça”, fruto de conferências em que a
filósofa expôs suas investigações acerca da mulher. Em sua análise do ser humano, Stein
desenvolveu uma antropologia dual destacando as diferenças entre homem e mulher, procurando
encontrar a especificidade do feminino e ressaltando o valor próprio da mulher. Através de suas
reflexões, concluiu que o modo de ser feminino é caracterizado por uma atitude pessoal e uma
orientação à totalidade. Considerando isso, Stein discorreu também a respeito da ação profissional
da mulher, evidenciando em sua época que a mulher poderia desempenhar qualquer função. No
entanto, advertia que algumas profissões deveriam ser consideradas especificamente femininas, pois
demandam um modo de ser próprio da mulher. No que se refere à atividade filosófica, apesar de
destacar que na filosofia predomina uma atividade espiritual masculina, Stein ressalta que a mulher
pode exercê-la de modo que faça valer a especificidade feminina. Constata-se que Stein levou isso a
cabo no seu próprio pensamento, visto que um ponto central de sua filosofia foi a pessoa humana, a
qual analisou considerando sua totalidade. Diante disso, destaca-se a necessidade e a importância de
considerar o valor e a especificidade da atividade filosófica feminina. Apesar de uma presença
intelectual intensa, Stein foi vítima dos nazistas na Segunda Guerra Mundial, sendo condenada à
câmara de gás, justamente por ser mulher, judia, filósofa, religiosa.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Aspectos teleológicos na noção de temporalidade em Heidegger e Sartre: a busca
pelo sentido do ser
Marcelo Rosa Vieira (PPG-Filosofia/UFU)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Guimarães Tadeu de Soares
Esta comunicação destina-se a considerar a questão da possibilidade de uma ontologia
prescrita por Husserl e do seu projeto de ver a fenomenologia constituir a base para o
estabelecimento de uma ontologia universal. Ver-se-á que Husserl, ao antecipar um método de
investigação do ser – o da redução fenomenológica – impõe condições à instauração de tal
ontologia, restringindo a questão do ser à questão da consciência originária que efetua operações de
doação de sentido a um mundo que apresenta-se como correlato intencional de tais operações.
Mostrar-se-á que a questão do ser em Husserl é inseparável da questão de doação de sentido ao ser
por parte da consciência, assim, há a necessidade da redução fenomenológica para suspender as
teses da orientação natural e descrever as estruturas transcendentais em que o ser adquire sentido. A
partir daí, pretendemos então considerar a retomada da ontologia por Heidegger e Sartre, como eles
modificam fundamentalmente o método da redução para privilegiar a noção de ser-no-mundo, e
como a temporalidade, interpretada como sentido do ser, adquire aspectos teleológicos com a
introdução dos conceitos de Dasein e Para-si que projetam-se para as suas possibilidades como se
fossem designados para a finalidade de revelação da verdade do ser.
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Autoria e imaginação em Kant e a produção artística
Marcos Ayron de Melo Nascimento (Filosofia - UFU)
A presente comunicação tem o intuito de tratar a importância que imaginação tem, segundo
a visão de Kant, na formação do conhecimento e de que forma influencia na criação artística. As
obras utilizadas para dar embasamento filosófico a tal propósito são de sua autoria, sendo elas:
Crítica da Razão Pura e Antropologia de um ponto de vista pragmático. Para tanto, o texto tratará
primeiramente sobre a teoria do conhecimento, abordando sobre a representação que nos é dada do
objeto através da capacidade da sensibilidade e de como o entendimento nos permite pensá-lo.
Dado isso, será abordada a diferenciação entre lembrança e pensamento, para em seguida ser feita a
abordagem sobre as duas partes pertencentes à sensibilidade: sentido e imaginação. É na análise da
imaginação ser produtiva ou reprodutiva, que se dará no texto, a relação da imaginação com a
produção artística. Para tanto, será utilizado como exemplo a estória Três setembros e um janeiro,
presente em Sandman nº 31, do escritor Niel Gaiman, apontando os elementos principais que o
autor utilizou para compor a narrativa.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Os conatus humanos e a criação do Estado hobbesiano
Maria de Lourdes Silva Seneda (Mestre UFG)
Neste trabalho pretendo mostrar que a teoria hobbesiana sobre o homem guarda uma estreita
relação com a teoria física. E o ponto que unifica essas teorias é o conceito de conatus, o
movimento interno dos corpos, o qual é identificado no corpo humano pelo desejo e pelo medo.
Esses conatus humanos, o desejo e o medo, cumprem a função de determinar todas as escolhas e o
comportamento humano. E as escolhas que os homens fazem dependem do valor atual que os
objetos externos representam para eles, o que justifica moverem-se em direção àquilo que
atualmente consideram bom para si, ou fugirem afastando-se daquilo que consideram mau. Por
causa da diversidade de conatus internos, desejos e medos, que determinam as escolhas dos
homens, naturalmente eles tenderiam à guerra e não à sociedade política. Se os homens vivem em
sociedade civil é porque julgaram que ela poderia lhes oferecer algum benefício duradouro.
Portanto, o objetivo desse trabalho é mostrar que a teoria política proposta por Hobbes guarda uma
estreita relação com a sua teoria física.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Estética e sua pretensão de aperfeiçoar o conhecimento sensível
Mariana Fernandes Parreira (Filosofia-UFU)
Orientador: Humberto Guido (IFILO-UFU)
O objetivo desta comunicação é apresentar considerações acerca do livro “O mundo como
vontade e representação”, parte 3, de Arthur Schopenhauer. A análise está calcada nas referências
filosóficas que o autor usa de Kant e Platão, na tentativa de mostrar suas semelhanças e introduzí-
las na sua obra. Os conceitos fundamentais abordados em sua obra são “Vontade” e
“Representação”, o primeiro sendo comparado à “Coisa-em-si” e o segundo ao “Fenômeno”, ambos
são conceitos de Kant. O último tem dois compostos importantes, o “Sujeito” e o “Objeto”, e a
relação que tem o “tempo, espaço e causalidade” com o princípio da razão. Apresentando a
afirmativa que o mundo como ‘Representação’ é uma reformulação do mundo sensível presente na
teoria platônica. Em seguida, será apontado como a contemplação estética leva ao desinteresse das
‘Ideias’, ou seja, como a música, a obra de arte, a poesia e tudo que é belo leva à suspensão
momentânea do sofrimento. A proposta é aliviar o drama humano com a superação do sofrimento,
negando nossa ‘Vontade’, visto que esta é irracional e inconsciente e esta desprovida das leis da
razão.
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∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙
Banalidade do mal em Hannah Arendt
Marina Barbosa Sá (Filosofia/UFU)
Orientadora: Profª Drª Georgia Amitrano (IFILO/UFU)
A presente comunicação tem por objetivo investigar o conceito de “banalidade do mal”
cunhado por Hannah Arendt em sua obra Eichmann em Jerusalém. Apesar da circunscrição
histórica do julgamento, das questões relativas ao nazismo e ao holocausto, não se pode furtar de se
observar que, de certo modo e em paradigma mais particular, a questão da banalização do mal ainda
se faz presente. Donde ser crucial analisar tal conceito diante do quadro em que vivemos. É,
portanto, a partir do trabalho realizado pela filósofa acerca do julgamento de Eichmann que se
considerará o ineditismo deste conceito de “banalidade do mal”, entendendo-o não como uma
motivação maligna, mas sim como a ausência de pensamento. Nesse sentido, realizar-se-á uma
investigação sobre a relação implícita entre ausência de pensamento e aquilo que tendemos a
denominar por mal, seus desdobramentos em ações absurdas de serem pensadas e indigestas de
serem discutidas. Afinal, tratamos de genocídios, assassinatos e exclusões.
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Cosmologia Tomista: uma análise do Proêmio do Comentário de Tomás de
Aquino ao Tratado do Céu de Aristóteles
Maryane Stella Pinto (UFU)
Orientador: Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (UFU)
Este trabalho tem como objetivo apresentar as considerações feitas por Tomás de Aquino no
Proêmio ao Tratado do Céu de Aristóteles, mais especificamente sobre os elementos, os corpos
celestes e o movimento circular. Tomás vai examinar, primeiramente, o processo de como analisar
as questões relativas ao céu partindo do estudo de ordem prática (Ratione Practica) e de ordem
especulativa (Ratione Speculativa). A partir da leitura do Proêmio do Comentário do Tratado do
Céu, apontaremos os argumentos de Tomás de Aquino acerca da afirmação de que este não versa
apenas acerca das coisas celestes, mas também, acerca do mundo sublunar. Visto então que esta
ciência tem como sujeito o céu e o mundo, apresentaremos as maneiras de como Tomás
compreende o universo, que, a saber, são três, como a última esfera, como todas as esferas, como o
mundo sublunar. Assim, tentaremos apreender, a partir do Proêmio do Comentário do Tratado do
Céu, a maneira como Tomás de Aquino compreende a estrutura da cosmologia de Aristóteles.
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  • 1. RESUMOS DO IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU ISSN 2358-615X Novembro de 2015 Volume 9 – número 9 IFILO - UFU
  • 2. ISSN 2358-615X Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU Volume 9 – número 9 Novembro de 2015 IFILO – UFU Organizadores: Marcos César Seneda Anselmo Tadeu Ferreira Fernando Tadeu Mondi Galine Henrique Florentino Faria Custódio Natália Amorim do Carmo
  • 3. IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU O Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer a inserção regional e nacional da comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto de Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente, o fato de o evento ter se ampliado e se tornado uma mostra significativa do diversificado e consistente trabalho de pesquisa dos estudantes.
  • 4. ISSN 2358-615X Comissão Técnico-Científica: Alcino Eduardo Bonella Amélia Cristina Silva Machado Prieto Ana Maria Said Anselmo Tadeu Ferreira Dennys Garcia Xavier Fábio Baltazar do Nascimento Junior Marcos César Seneda Maria Socorro Ramos Militao Suellen Caroline Teixeira Periodicidade: Anual INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU) Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125 Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica Uberlândia - MG - CEP 38408-100 Telefone: (55) 34 3239-4185 http://www.ifilo.ufu.br/
  • 5. SUMÁRIO André Luiz Alves de Oliveira .............................................................................................................8 André Motta Macedo ..........................................................................................................................9 Antonio Cezar de Carvalho ...............................................................................................................10 Antonio Ferreira Marques Neto .........................................................................................................11 Arthur Falco de Lima ........................................................................................................................12 Bruno Bertoni Cunha ........................................................................................................................13 Carlos Eduardo Nicodemos ..............................................................................................................14 Carolina Miziara P. e Silva ................................................................................................................15 Chiyoko Gonçalves do Nascimento Oliveira.....................................................................................16 Cristiano Rodrigues Peixoto ..............................................................................................................17 Dami da Silva.....................................................................................................................................18 Daniel Salgado Galvão Nunes ...........................................................................................................19 Diego de Souza Avendaño .................................................................................................................20 Djalma Pizarro ...................................................................................................................................21 Eduardo Leite Neto............................................................................................................................22 Emilson dos Santos Silva...................................................................................................................23 Fernanda Cristina Zacarias Coelho....................................................................................................24 Fernanda Lima Cró Rossi ..................................................................................................................25 Fernando Tadeu Mondi Galine...........................................................................................................26 Flávia Santos da Silva........................................................................................................................27 Franciele Laura Silva .........................................................................................................................28 Gabriel G. Schoenmaker ....................................................................................................................29 Gabriel Galbiatti Nunes .....................................................................................................................30 Gabriel Reis Pires Ribeiro..................................................................................................................31 Gabriel Sandino de Castro .................................................................................................................32 Gabriela Franco de Almeida ..............................................................................................................33 Gladys Elisa Robles Uribe .................................................................................................................34 Guilherme de Morais Damaceno .......................................................................................................35 Guilherme Vasconcellos Fontoura .....................................................................................................36 Hênia Laura de Freitas Duarte ...........................................................................................................37 Henrique Florentino Faria Custódio ..................................................................................................38
  • 6. Igor Mota Marques.............................................................................................................................39 Jackeline de Melo Feitosa..................................................................................................................40 Jéssica da Silva Ferreira.....................................................................................................................41 João Gabriel da Silva Conque Santos ................................................................................................42 João Paulo de Souza...........................................................................................................................43 João Vitor Resina Nunes de Melo......................................................................................................44 José Augusto Rodrigues Paniago .......................................................................................................45 José Vladimir Rojas Tineo .................................................................................................................46 Juan Guillermo Diaz Bernal...............................................................................................................47 Juliana Cristina Nicodemos ...............................................................................................................48 Kaique Aparecido Gonçalves e Silva.................................................................................................49 Karla Cristina Pereira.........................................................................................................................50 Laércio de Jesus Café.........................................................................................................................51 Laís de Oliveira Franco......................................................................................................................52 Liris Rejane Braid de Melo Crosara ..................................................................................................53 Lorena Silva Oliveira.........................................................................................................................54 Lucas Alves de Oliveira .....................................................................................................................55 Lucas Carvalho Lima Teixeira...........................................................................................................56 Luciano Severino de Freitas...............................................................................................................57 Luiz Eduardo Gonçalves Oliveira Freitas..........................................................................................58 Mak Alisson Borges de Moraes .........................................................................................................59 Marcelo Rosa Vieira...........................................................................................................................60 Marcos Ayron de Melo Nascimento...................................................................................................61 Maria de Lourdes Silva Seneda .........................................................................................................62 Mariana Fernandes Parreira ...............................................................................................................63 Marina Barbosa Sá.............................................................................................................................64 Maryane Stella Pinto..........................................................................................................................65 Matheus Antonio Ceará......................................................................................................................66 Matheus Dias Bastos..........................................................................................................................67 Ms. Mauro Sérgio Santos da Silva.....................................................................................................68 Natália Amorim do Carmo.................................................................................................................69 Nathália Martins Oliveira...................................................................................................................70
  • 7. Nélio Gonçalves.................................................................................................................................71 Nelson P. de Oliveira Junior...............................................................................................................72 Pablo Souto Maior Harduin ...............................................................................................................73 Pâmela Teles Bonfim .........................................................................................................................74 Paulo Henrique Patriota .....................................................................................................................75 Paulo Irineu Barreto Fernandes..........................................................................................................76 Rafael Costa Lima..............................................................................................................................77 Rafael Gonçalves Queiroz .................................................................................................................78 Rafaela Fernanda Palhares.................................................................................................................79 Raimundo Pereira da Silva Júnior......................................................................................................80 Rebert Borges Santos.........................................................................................................................81 Regiani Cristina Jacinto Ferreira........................................................................................................82 Roberta Crivorncica...........................................................................................................................83 Rodrigo Fampa Negreiros Lima ........................................................................................................84 Rosália Maria Medeiros.....................................................................................................................85 Sarah Sumiê Rocha Mandai...............................................................................................................86 Sidéia Glaúcia Silva Machado Borges...............................................................................................87 Soraia Mohamed Homaied.................................................................................................................88 Thiago Barbosa Vieira........................................................................................................................89 Victor Hugo de Oliveira Saldanha .....................................................................................................90 Vinicius Broetto Navarro ...................................................................................................................91 Vitória de Oliveira Cirino ..................................................................................................................92 William Costa.....................................................................................................................................93
  • 8. 8 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A oratória, a palavra, a ação. O relacionamento de Górgias, Paulo Apóstolo e Hannah Arendt André Luiz Alves de Oliveira (PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho (IFILO/UFU) O objetivo deste trabalho é efetuar uma reflexão acerca do conceito de “oratória” na antiguidade e em Hannah Arendt. O percurso a ser palmilhado para que esta reflexão se materialize será o seguinte. (I) Começaremos pela análise de alguns trechos do diálogo platônico Górgias, na pergunta que Sócrates pede que seja proposta a ele, “que tipo de homem ele é”, que não requer razões concernentes à forma do discurso, mas sim da essência da sua arte e de seu ensino, questionando a convicção do professor de retórica. (II) Na sequência, este estudo examina a questão da convicção do Apóstolo Paulo, cidadão romano, que estudou a filosofia grega e, como mestre da lei judaica, dominava a concretude do raciocínio hebraico, utilizando a oratória para difundir, em um primeiro plano, a lei Mosaica e, após o episódio da sua conversão, para difundir o Cristianismo. (III) A partir dos recortes conceituais anteriores, o trabalho postula a tese de uma nova e original concepção de “oratória”, explicitando a sensibilidade demonstrada por Hannah Arendt na análise do conceito de vontade, descrito no volume 2 de sua obra A Vida do Espírito, e em alguns trechos da sua obra Eichmann em Jerusalém.
  • 9. 9 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Os apontamentos tardios de Max Horkheimer André Motta Macedo (PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO/UFU) No período que cobre os anos entre 1949-1969, Max Horkheimer redigiu um conjunto de notas críticas publicadas como obra póstuma no ano de 1974. Essas notas se apresentam de forma bastante peculiar não apenas por marcarem certo afastamento ou suspensão daquele materialismo interdisciplinar da década de 30 e uma aproximação dos discursos de Nietzsche e Schopenhauer, mas também por apresentar-nos múltiplas contradições entre as notas que conformam seu conteúdo, contradições que não são senão contradições presentes nas estruturas mais fundamentais da realidade. O nosso objetivo aqui será apresentar uma pequena parcela da filosofia tardia de Max Horkheimer mediante a análise de alguns dos aforismos contidos na obra Notizen 1949-1969. Se aceitarmos a divisão simples entre notas claras e escuras, então selecionaremos para análise apenas as notas mais obscuras concordantes com nosso propósito de apresentar parte da filosofia tardia pessimista de Max Horkheimer.
  • 10. 10 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A história natural da religião em Hume Antonio Cezar de Carvalho (graduando-Filosofia-UFU) Esta comunicação tem como objetivo tentar mostrar a visão de Hume acerca da história natural da religião. Para isso serão utilizadas as obras História natural da religião e Diálogos sobre a religião natural, ambas de Hume. Estas duas obras mostram a concepção de Hume sobre a religião. A primeira é uma reflexão a respeito de como surgem as crenças. A crença seria produto da natureza humana sem determinação pela ideia preexistente de Deus. Na segunda, Hume explora e apresenta suas objeções ao argumento do desígnio e ao argumento da existência divina baseada na natureza. Inicialmente, será apresentada a tese que dispõe que a religião se origina a partir de fatores psicológicos que não têm nenhuma relação com a razão. Em seguida, iremos mostrar que Hume afirma que os homens têm a tendência natural de ir do politeísmo ao monoteísmo e retornar ao politeísmo. Finalmente, mostrar-se-á que a religião não serve de parâmetro ou de fundamentação para as ações morais. Isto porque a religião ocorre a partir da imaginação, não tendo nenhum fundamento empírico que é a base de todo o pensamento de Hume.
  • 11. 11 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Pluralismo jurídico: algumas reflexões Antonio Ferreira Marques Neto E.E. Bueno Brandão – Uberlândia Certas propostas de reflexão sobre o pluralismo jurídico demandam situarmos o diálogo num pano de fundo mais amplo no qual estamos todos inseridos: o capitalismo mundial integrado. Segundo Guattari, este sistema se assenta sobre quatro tipos de semióticas que se interpenetram: econômicas, jurídicas, técnico-científicas e de subjetivação. O sistema capitalista vem sofrendo inúmeros questionamentos críticos, entre eles os relacionados ao comprometimento da vida biótica e antrópica e ao acesso aos recursos naturais das gerações futuras. O capitalismo mundial tem como correlato o modelo também hegemônico de democracia liberal, que é uma democracia de baixa intensidade e que, por sua vez, tem como correlato direitos humanos de baixa intensidade. Contudo, segundo Boaventura e Ghai, os Direitos Humanos podem ser utilizados como roteiro emancipatório. Parte dos direitos humanos, mesmo não sendo feitos por amplo processo democrático, já representam, em partes, as aspirações de muitos povos de todo o mundo. Mas para que os direitos se tornem verdadeiramente universais precisam ser construídos e mesmo reconstruídos de modo democrático e por todos os envolvidos.
  • 12. 12 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O utilitarismo de Singer e suas implicações para os animais não-humanos Arthur Falco de Lima (PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU) O objetivo desta comunicação é compreender como Peter Singer fundamenta sua teoria ética em favor da inclusão dos animais não-humanos em nossas considerações morais. Singer, ao argumentar em favor da igual consideração de interesses também dos animais não-humanos, refina o pensamento utilitarista clássico e tem como resultado aquilo que ele próprio denomina de utilitarismo preferencial. Preferencial na medida em que, diferentemente da opinião dos autores clássicos como Bentham e Stuart Mill, já não é somente a dor e prazer que são levados em consideração quando analisamos as consequências de uma ação de cunho moral, mas também as preferências dos envolvidos. Alguns seres, independente da espécie a que pertencem, possuem preferências, isto é, desejos ou objetivos que são bem mais complexos do que o interesse pelo prazer e fuga da dor. Trataremos assim de esclarecer o principal argumento de Singer, que consiste em afirmar que, para sermos coerentes, o princípio ético no qual se baseia aquilo que consideramos ser a igualdade humana precisa ser estendido também aos outros animais. A extensão deste princípio aos animais não-humanos, acredita Singer, já é suficiente para eliminarmos as principais formas de maus-tratos e crueldade que praticamos contra os animais. Quanto a questão de tirar ou não as suas vidas a situação deve, argumenta Singer, ser analisada à luz do conceito de pessoalidade, tarefa esta que também será contemplada neste trabalho.
  • 13. 13 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A crítica da prova ontológica em Kant Bruno Bertoni Cunha (PPG – Filosofia UFU) Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO – UFU) A pretensão de se provar a existência de Deus por meio da razão foi alvo de várias críticas desferidas por Kant. Estudaremos neste trabalho a posição kantiana sobre o argumento ontológico em três camadas. Num primeiro momento, faremos uma introdução terminológica sobre a filosofia crítica. Debateremos a organização do ânimo no sistema filosófico da Crítica da Razão Pura, levando em conta a separação entre lógica e estética, razão e intelecto, ideias e categorias, e indicaremos como surgem naturalmente as ilusões da Razão. Num segundo momento, nos dedicaremos ao capítulo “O Ideal da Razão Pura”. Pesquisaremos qual o caminho natural que nos leva a uma prova da existência de Deus, quais os tipos de ilusões que nos fazem cometer essa hipóstase, e qual a preponderância da prova ontológica sobre as demais. Na última etapa, nos concentraremos nos argumentos apresentados por Kant para inviabilizar a pretensão de se provar a existência de Deus totalmente a priori. Apresentaremos uma divisão dos principais argumentos oferecidos na Dialética Transcendental, faremos uma comparação com a filosofia cartesiana, e também com o texto pré-crítico do Único Argumento. Finalmente, tendo explicado as objeções que levaram Kant a refutar a prova ontológica em 1781, poderemos comparar até que ponto tal refutação já fora antecipada pelo texto de 1762.
  • 14. 14 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O surgimento da consciência e da linguagem no materialismo histórico de Marx e Gramsci Carlos Eduardo Nicodemos (Filosofia - UFU) Orientadora. Profa . Dra. Ana Maria Said (IFILO/UFU) O discurso que Karl Marx e Antônio Gramsci desenvolveram acerca do tema proposto é apresentado de forma complexa e possui um rigor filosófico que só é possível ser notado tendo contato direto com suas obras. A partir da leitura realizada de O Capital, procuro desenvolver como o trabalho humano é fundamental para a construção dos homens; o desgarrar da animalidade presente no seu estado primitivo e o seu desenvolvimento através do trabalho coletivo, nas várias faces do trabalho, desde a sua origem até o seu estado mais desenvolvido. Feita a leitura de A Ideologia Alemã, apresento a consciência humana como criação no processo histórico desenvolvido por homens ativos historicamente. Em primeira instância, expor as relações sociais e todo o modo de produção desenvolvido por homens ativos como fator principal para a criação desta consciência histórica e, assim, da linguagem. A partir da análise proposta, tendo contato com tais autores, pretendo descortinar conceitos básicos sobre a consciência e linguagem dos homens do decorrer da história.
  • 15. 15 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A operação da imaginação e do sentido na fundamentação do conceito de espaço humeano Carolina Miziara P. e Silva (Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Marcos César Seneda (IFILO/UFU) David Hume, na Parte 2 do Livro 1 do Tratado da natureza humana, analisa as ideias de tempo e espaço com o intuito de refutar a teoria da divisibilidade infinita, proposta por alguns matemáticos e filósofos escolásticos, sobre a qual se erigiram as definições e demonstrações geométricas que, segundo Hume, apresentam-se, muitas vezes, de forma contraditória. Hume inicia a sua objeção à teoria indicando a evidente limitação de nossa mente, assim, somos forçados a admitir que a imaginação, faculdade capaz de compor e decompor ideias, também é incapaz de transpor um certo limite em sua divisão de ideias. Do mesmo modo, as impressões que se apresentam aos nossos sentidos encontram um certo limite quanto às divisões, pois estão condicionadas às percepções dos sentidos para que sejam, realmente, impressões. Assim, não somos capazes de operar nem com ideias, nem com impressões divisíveis infinitamente. Sob estas duas condições de operação do sentido e da imaginação, Hume constrói o conceito de espaço e estabelece novos princípios para a geometria que a reconciliam com a filosofia experimental. Este trabalho irá abordar, especificamente, o conceito de espaço e sua fundamentação na imaginação e sentidos.
  • 16. 16 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Aprendizado e figuração em Languages of art Chiyoko Gonçalves do Nascimento Oliveira (PPG Filosofia- UFG) Orientador: Prof. Dr. André da Silva Porto (FAFIL- UFG) Nelson Goodman em seu Languages of art desenvolve uma dura crítica à uma relação de representação pictórica, doravante "figuração", dependente da relação de semelhança entre objetos. O filósofo não pretende afirmar que a semelhança seja uma ocorrência que deva ser descartada da figuração em todos os seus usos possíveis. Pretende deixar claro que semelhança não é condição suficiente e nem necessária pra uma relação de figuração. Argumentarei, entretanto, que a semelhança ainda poderá ser um determinante de alguns tipos de figuração. Outro problema desenvolvido por Goodman no mesmo livro é o do aprendizado que ocorre na leitura e distinção entre uma obra de arte e uma falsificação superlativa da mesma. Goodman resolve o problema da falsificação com uma recorrência a uma ideia de aprendizado. Tal aprendizado será parte fundamental para a distinção futura entre a obra e sua falsificação por parte de um observador. Meu interesse é argumentar que o mesmo tipo de aprendizado é o que propicia a leitura da semelhança entre objetos entre uma figura e seu figurado. O aprendizado da leitura de determinados elementos que podemos julgar importantes em determinados contextos não poderão ser separados de alguns tipos de figuração.
  • 17. 17 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Um erro de Hume Cristiano Rodrigues Peixoto (CAPES / PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO/UFU) De modo geral, Hume defende que a identidade é uma relação que atribuímos aos objetos em geral porque, a despeito de suas mudanças constantes, a imaginação percebe que há uma transição fácil e mais ou menos ininterrupta entre os diversos estados e aparições desses objetos na mente. Para Hume, o processo pelo qual atribuímos identidade a objetos em geral é semelhante ao processo pelo qual atribuímos identidade a uma pessoa. Para exemplificar, ele propõe um experimento mental, que consiste em conceber a possibilidade de penetrar na mente de uma pessoa e encontrar ali as percepções que a compõem. Desse modo, perceber-se-ia que, a despeito do fluxo constante das percepções na mente dessa pessoa, há uma transição fácil e mais ou menos ininterrupta entre essas percepções, o que legitima a atribuição de identidade a essa pessoa. Em seguida, Hume diz que esse processo também é válido caso nos examinemos a nós próprios. O objetivo deste trabalho é mostrar que, dentro dos moldes de seu sistema filosófico, Hume errou ao supor que o mesmo que vale para a atribuição de identidade a uma terceira pessoa vale para a atribuição de identidade ao nosso próprio eu.
  • 18. 18 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A subjetividade como efeito: interseções entre Hume e Deleuze Dami da Silva (Filosofia/PPGEL UFU) O objetivo dessa comunicação é tentar apresentar e discutir a subjetividade como efeito a partir da interseção possível entre Hume e Deleuze. A questão que nos conduz é se e como o diálogo com Hume na primeira obra de Deleuze constitui uma gênese do pensamento deste a respeito da subjetividade e dos sujeitos. Para isso, serão utilizadas as obras: Empirismo e subjetividade, no seu primeiro capítulo, no qual podemos seguir Deleuze, na trilha de Hume, levantando problemas a respeito do conhecimento, da moral, de como o espírito é afetado e de como seria possível falar de uma psicologia das afecções; e O Anti-édipo, na qual pode-se ver um sujeito estranho, residual, sem identidade fixa, recolhendo o prêmio de um devir como efeito da produção das máquinas desejantes, mais precisamente, produto da síntese conjuntiva ou produção de consumo no inconsciente maquínico. A análise desses dois momentos da filosofia de Deleuze, mostrando um marco da problematização da subjetividade e suas possíveis ressonâncias posteriores, pode ajudar a elucidar alguns pontos da trajetória do autor e de suas obras.
  • 19. 19 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Antropologia virtual: pensando o homem da era da informação através das virtualidades da arte Daniel Salgado Galvão Nunes (PPG-Filosofia/UFU) Orientadora: Profa. Dra. Georgia Amitrano (IFILO/UFU) Este artigo tem por objetivo fazer uma reflexão acerca dos conceitos de real e virtual a partir das perspectivas cunhadas por Pierre Lévy. Do mesmo modo, pretende-se analisar as diferentes relações existentes entre o homem e determinadas tecnologias de informação. Busca-se, assim, avaliar, mesmo que de modo ainda sucinto, alguns dos meios pelos quais a informação e os saberes, de modo mais geral, tendem a se propagar entre diferentes indivíduos, observando sempre no mundo que nos circunscreve. E isso feito de tal forma que possamos pensar ontologicamente uma definição possível do ‘ser do homem’ a partir de um movimento simultâneo entre o real e o virtual. Donde, e concomitante a isso, esse trabalho discute e avalia os denominados espaços antropológicos, advindos dessa ontologia posta, e pondo em questão a eterna pergunta “o que o homem é?”, bem como as mudanças que as tecnologias de informação exercem sobre esses seres antropológicos que emergem.
  • 20. 20 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O cético de Kripke e o paradoxo sobre seguir regras Diego de Souza Avendaño (Mestrado – UFG/CAPES) Orientador: Prof. Dr. André da Silva Porto (UFG) Em “Wittgenstein: on Rules and Private Language”, Saul Kripke sugere que interpretemos o argumento contra a ‘linguagem privada’ como corolário direto das considerações sobre ‘seguir regras’ que precedem imediatamente essas passagens nas “Investigações Filosóficas”. A interpretação cética sobre ‘seguir regras’ encontra no trabalho de Kripke não apenas uma exposição definitiva dos seus temas centrais, mas também, uma ilustração das distorções que resultam da tentativa intransigente de assumir um ‘realismo semântico’ –que resultaria no paradoxo de que nenhuma palavra possui significatividade– e conciliá-lo com as duras observações de Wittgenstein sobre a incoerência do ceticismo filosófico. Para mostrar que nenhuma palavra possui significado, Kripke poderia ou exaustivamente desconsiderar teorias sobre aquilo que o ‘significado’ consiste, ou encontrar uma justificação a priori para desconsiderar a própria ‘significação’, contudo, nenhuma dessas tarefas é levada a cabo. Nesse contexto, e antes de concluir apressadamente que os argumentos de Kripke falham, nos propomos investigar, mediante um ‘espírito cético’, alguns apontamentos e sugestões feitas no livro, levando-os ao seu desenvolvimento mais radical. Então, talvez, a presente comunicação não devesse ser pensada nem como uma exposição dos argumentos de Kripke, nem como a exposição de um argumento próprio, mas como uma tentativa de levar às últimas consequências ‘o paradoxo sobre seguir regras’.
  • 21. 21 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Verdade contra o método – A hermenêutica filosófica Gadameriana Djalma Pizarro (IFILO/UFU/graduação) Orientador: Dr. Jakob Hans Josef Schneider (UFU) O autor pretende, com sua comunicação, alinhavar os argumentos principais que orientam a hermenêutica filosófica apresentada por Gadamer (in Verdade e Método, 1960), bem como apresentar, de forma sucinta, os sustentáculos teóricos da hermenêutica filosófica, principalmente a hermenêutica da facticidade (Heidegger) e o ser do “da-sein”, tendo em vista que Heidegger, além de ter exercido grande influência sobre seu discípulo Gadamer, inverteu o eixo da hermenêutica, pois esta sempre foi vista como instrumento de explicação dos textos, para mudar, sob a orientação Heideggeriana, o seu objeto, a sua vocação e o seu estatuto. Assim, a hermenêutica deixa de ser interpretação de textos para incidir sobre a própria existência, deixa de ser metodologia, para ganhar contornos de fenomenologia; ela se confundirá com a própria filosofia, abrindo mão de ser apenas um instrumento auxiliar de interpretação. Serão carreados aos estudos também os aportes da hermenêutica clássica, desde Schleiermacher e Dilthey, que orientam a hermenêutica como método de interpretação. A hermenêutica filosófica é a opositora do racionalismo científico, da metodologia “indene de dúvidas” e do iluminismo, pois a tradição é resgatada na analítica existencial, calcada na hermenêutica da facticidade, na dialética hegeliana e no que Gadamer chamou de fusão de horizontes. Daí um começo de explicação do título dessa comunicação: “Verdade contra o método”.
  • 22. 22 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Deleuze e Guatarri: a problematização do conceito Eduardo Leite Neto (Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido (IFILO/UFU) O presente trabalho tem o objetivo de expor o problema da nomeação do conceito dentro no âmbito da filosofia de Deleuze e Guatarri, tomando por base particularmente o livro O que é a Filosofia?. Segundo os autores, criar conceitos é um árduo trabalho, pois o conceito é constituído de multiplicidades, embora nem toda multiplicidade esteja no campo conceitual. Assim, o conceito é a condição do trabalho filosófico, é com ele que a filosofia começa. A criação exige composição, que se realiza graças à junção de componentes que ligam o conceito à realidade. Dado que a Filosofia não se submete à história, mas antes, tem na história os modos do pensamento, consequentemente, o conceito é um ponto de vista da razão. Os filósofos consideram a possibilidade de resolver os problemas do ser e do conhecer a partir da negação dos conceitos de seus antecessores, portanto, almejam criar um conceito que venha romper com o passado e com isso querem instaurar um novo começo para o filosofar. Nesta exposição será apresentada, também, a diferença entre o filosofar e a contemplação, a reflexão e comunicação, conforme as ideias de Deleuze e Guattari. Portanto, o trabalho desenvolvido pelos autores na problematização do conceito cumpre o papel fundamental ao longo da obra para que se entenda a posição acerca do significado da Filosofia.
  • 23. 23 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O conceito de felicidade em Epicuro: análise das obras Sabedoria e Jardim, Capítulo 4 e Carta Sobre a Felicidade Emilson dos Santos Silva (Filosofia/UFU) Em nosso trabalho, temos como objetivo apresentar a teoria do pensamento epicurista sobre a felicidade, através da qual escolhemos uma vida que evite ao máximo a dor e o sofrimento corporal e a intranqüilidade ou perturbação espiritual. Para tanto, além de discutir os dois tipos de felicidade apresentados por Epicuro - a absoluta, que é uma característica das divindades; e a outra, a obtida pela escolha racional da adição e subtração de prazeres, própria dos humanos - pretende-se analisar a procura por desejar aquilo que nos remete a um prazer estável (ataraxía), procurando viver em equilíbrio com a natureza e com os demais seres. Posteriormente, serão apresentados os quatro remédios (tetraphármakon) para as quatro principais causas da infelicidade humana, de acordo com Epicuro, quais sejam: não temer aos deuses, desmistificando-os; não temer a morte, crendo na imortalidade da alma; conquistar a felicidade, sendo responsável por suas escolhas; e evitar o sofrimento, imaginando apenas bons momentos. Este trabalho está baseado na leitura da obra Carta a Meneceu, do próprio Epicuro e Epícuro, o filósofo da alegria, de Leopoldo Ullman.
  • 24. 24 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Apontamentos para uma leitura crítica à ideia de Estado em Hegel Fernanda Cristina Zacarias Coelho Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Justiça Administrativa – PPGJA/UFF A presente comunicação intenta traçar, em linhas gerais, apontamentos para a condução de uma leitura crítica ao idealismo de G. W. F. Hegel, sobretudo no que diz respeito à preponderância do Estado – enquanto ente identificado com o que é geral, atemporal e necessário – em detrimento do indivíduo. A abordagem perpassa pela ideia de que, para Hegel, o Estado se configura na realização da substância ética do agir social, o que pressupõe a existência de um corpo social objetivado, contextualizado historicamente e apto a elevar a eticidade dos valores partilhados pela coletividade ao patamar de objetivação do agir moral. Caracterizado por seu viés totalizante, o pensamento hegeliano vem sendo comumente questionado pela filosofia moderna. Os estudos que ora o defendem, ora o atacam, desenvolvidos por pensadores da estirpe de Jürgen Habermas e Karl Popper, apresentados sinteticamente nesse trabalho, auxiliam não só na compreensão das conseqüências da definição dada por Hegel ao espírito ético absoluto, junto às esferas individual e coletiva, como também servem ao embasamento teórico da ação política aplicável à crise de representatividade enfrentada no âmbito das modernas democracias de massa.
  • 25. 25 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O papel da phronesis e da intenção tipológica na ética eudaimônica de Aristóteles Fernanda Lima Cró Rossi (UFU) Orientador: Professor Dr. Marcos César Seneda (IFILO-UFU) O presente trabalho visa salientar o papel da phronesis e da intenção tipológica na ética eudaimônica de Aristóteles. Na ética de Aristóteles, a felicidade é entendida como algo final e auto- suficiente, aquilo que é considerado o fim a que visam todas as ações dos homens. A felicidade se refere à atividade da alma conforme à virtude, que significa excelência, através do bom uso da razão, de tal modo que a parte racional pode controlar a parte irracional da alma. Segundo Aristóteles, a phronesis é considerada a virtude da parte prática da alma e se apresenta como uma intuição sensata, capaz de estabelecer os meios adequados para alcançar bons fins. Neste contexto, para Aristóteles, além da phronesis, há a intenção tipológica, que se refere a uma forma de racionalidade apta à formação do caráter, a fim de atingir as boas ações. O filósofo grego enfatiza que a intenção tipológica verifica o grau de exatidão conveniente à filosofia prática. Portanto, pretendemos investigar o quanto a phronesis e a intenção tipológica colaboram para o bom uso da razão, formando assim um quadro para a compreensão da ética eudaimônica proposta pelo autor.
  • 26. 26 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O Estado submetido à superestrutura Fernando Tadeu Mondi Galine (IFILO/UFU) Orientadora: Ana Maria Said (IFILO/UFU) O objetivo desta comunicação é debater, embasados no pensamento marxiano, sobre quais motivos levam detentores dos meios de produção a abrir mão de privilégios, que seriam definitivos para intensificar sua posição hegemônica, favorecendo o Estado Nacional em detrimento de interesses individuais. Ao Estado Nacional moderno são concedidos direitos e deveres que excedem sua função original de mediador e regulador das relações entre os homens, esses direitos sobrepõem-se a interesses individuais. Entretanto, os direitos que se sobrepõem aos interesses individuais nem sempre visam o bem da maioria da população, visam favorecer a classe hegemônica indiretamente, preservando a estrutura, a superestrutura e o modo de produção que determinou a formação desse Estado. Um exemplo que podemos citar é o fato do Estado ter o direito de expropriar terras, mesmo sendo o direito à propriedade privada uma das bases do Estado Nacional. Por que, ao se constituir um Estado, seus idealizadores permitem que o Estado se sobreponha a uma de suas bases? A resposta que o Materialismo Histórico oferece afirma que o Estado existe não para proteger os membros da classe hegemônica, mas sim para proteger a superestrutura, o modo de produção e as relações de produção e troca de mercadorias, o Capital.
  • 27. 27 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ As Categorias e a recepção do artigo de Benveniste Flávia Santos da Silva (UFU) A obra Categorias de Aristóteles, sobre o estudo do termo e dos diferentes gêneros do ser, tem provocado uma série de discussões e interpretações no meio científico, tanto na Filosofia como em outras disciplinas a ela relacionada. A esse respeito, Émile Benveniste, linguista, filólogo e gramático, escreve o artigo Catégories de pensée et catégories de langue para o quarto número da revista Les Études Philosophiques de 1958, publicado posteriormente no primeiro tomo de Problèmes de Linguistique Générale em 1966. Esse texto, por sua vez, foi lido por alguns especialistas da Filosofia e recebeu interpretações. Dentre elas, Lallot (2002) afirma que Benveniste defende um tipo de determinismo linguístico, ao passo que Pellegrin (2007) reconhece que esse autor não desconsidera a independência do pensamento com relação à língua. Desta maneira, neste trabalho, temos o objetivo de discutir essas duas interpretações, comparando-as com o próprio texto de Benveniste, a fim de compreender qual é a posição dele sobre a questão de o pensamento ser ou não dependente da língua.
  • 28. 28 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Das linhas e superfícies nas interfaces tecnológicas Franciele Laura Silva (IFAC-Filosofia/UFOP) Orientador: Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho (IFILO/UFU) Trata-se de propor, a partir da análise da série britânica Black Mirror criada por Charlie Brooker, um determinado uso do conceito de caixa preta do filósofo Vilém Flusser, que constitui uma peça chave para compreender de que modo a humanidade tem sido programada por superfícies. Para tanto, é preciso, antes nos concentrar em uma interface tecnológica especifica, a saber, os espelhos negros. Dessarte a aposta que move este ensaio consiste em perceber: como o distanciamento em relação aos códigos lineares (escrita e programação), através da mediação tecnológica do espelho negro como zona a qual a superfície imagética se apresenta (Smartfones, TVs, etc), pode conceder autonomia à imagem.
  • 29. 29 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O papel da música no livro IV da República de Platão Gabriel G. Schoenmaker (IFILO/UFU) Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho A proposta da comunicação é apresentar o papel da música na República IV, que é claramente definido em relação à tripartição da alma, uma vez que o ideal para o homem é que a parte racional da alma governe sobre as partes apetitiva e irascível. Para isso, é necessário que um intenso treinamento tanto físico quanto musical e poético ocorra, pois alimentar a parte racional da alma com palavras boas e aprendizado é imprescindível, e a harmonia e ritmo auxiliam no domínio da parte racional sobre as outras ao inserir consonância entre elas. Uma vez que dentro polis ideal as funções de cada cidadão devem estar harmonizadas assim como na alma, a música não só beneficia individualmente as pessoas quanto ajuda na organização de toda a cidade, e este saberá sua obrigação com os outros cidadãos. Pois um homem bem treinado na música, e que as partes de sua alma estão em harmonia, não deixa que uma parte faça o papel da outra, e apenas sabendo disso ele age, com a certeza de que suas ações serão justas e boas, e as ações que desfazem essa harmonia são consideradas injustas, evidenciando que a música influencia diretamente nas ações justas do ser humano.
  • 30. 30 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Sobre os argumentos que justificam a ação psicoterapêutica dos encantamentos em Platão Gabriel Galbiatti Nunes (IFILO – Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho (IFILO/UFU) Em um dos seus primeiros diálogos, o Cármides (157b-157c), Platão correlaciona a cura para os males do corpo com os efeitos combinados do phármakon e as encantações musicais. No diálogo, o grande problema dos médicos gregos, segundo o relato de um médico pitagórico, consistia em tentar tratar os órgãos do corpo separadamente, sem levar em conta o equilíbrio e a harmonia do todo, ou seja, não se deveria tentar curar a parte do corpo sem considerar a totalidade da qual ele faz parte: a alma. Quando o todo vai mal, é impossível que a parte esteja bem. Contudo, cabe a nós nos perguntarmos: por que Platão atribui aos encantos a capacidade de harmonizar e equilibrar o corpo, de forma que seja, talvez, mais útil que o tratamento dos médicos que consideravam apenas a parte? Quais argumentos são usados pelo filósofo para sustentar essa ideia? Nessa comunicação, pretendo, usando o diálogo Timeu, expor alguns argumentos que justificam a capacidade psicoterapêutica dos encantamentos musicais na psykhé humana.
  • 31. 31 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Da liberdade em ter algo como “meu e teu” externo na ótica kantiana Gabriel Reis Pires Ribeiro (IFILO/UFU) Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda (IFILO/UFU) Essa comunicação pretende examinar a Teoria Política proposta por Immanuel Kant a partir da obra Princípios metafísicos da doutrina do direito. O debate tem como ponto de partida a análise do filósofo acerca da possibilidade de ter algo como “meu e teu” externo no denominado estado de natureza humana ou direito privado. A inexistência de leis externas ao indivíduo estabelecerá um estado de anomia, no qual não há segurança da liberdade externa dos indivíduos, implicando, por conseguinte, na precária liberdade de ter algo como “meu e teu” externo. A par de tal problemática, o filósofo lança mão da necessidade de tutela da liberdade externa dos indivíduos, e, para tal desiderato aponta a necessidade de se instituir leis externas que regulem a liberdade dos indivíduos com o viés de possibilitar o direito ao “meu e teu” externo. Por fim, cabe ressaltar que esse estágio de leis externas é denominado pelo autor como sociedade civil, estado civil ou direito público.
  • 32. 32 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A filosofia política nas Relações Internacionais Gabriel Sandino de Castro (PPGRI/UFU) O presente resumo visa abordar a contribuição da filosofia política para os estudos das Relações Internacionais. Neste sentido, apontamos três grandes grupos: realismo, liberalismo e marxismo. Os representantes da vertente realista, de modo geral, advogam que o sistema global é anárquico e, portanto, cada ator busca seus próprios interesses. Dessa forma, o conflito é uma característica intrínseca no âmbito mundial. Estes autores são influenciados, no campo da filosofia política, por Maquiavel e Hobbes, principalmente. Os representantes da vertente liberal, inspirados nas ideias de Kant, acreditam que a tendência dos atores não é o conflito, e sim a cooperação. Os interesses próprios de cada Estado ocasionam uma união entre os mesmos, uma vez que a cooperação traz benefícios a todos. Assim, os liberais identificam, na economia, o espaço da prosperidade. Por fim, temos a corrente marxista. Seus representantes entendem o sistema internacional como espaço de conflito, uma vez que os Estados são desiguais. Simplificando o argumento, há os Estados centrais e os periféricos, ou seja, uma relação de exploração. Além disso, o comportamento de cada Estado é fruto da luta de classes no âmbito interno ao passo que seus efeitos não se limitam apenas internamente.
  • 33. 33 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Bioética, adoecimento e trajetória feminina Gabriela Franco de Almeida (UEMG-Ituiutaba) Orientador: Prof.º Dr. Alcino Eduardo Bonella (FILO/UFU) Este trabalho é fruto de um projeto de mestrado em Ciências da Saúde (Famed – UFU) intitulado “Sentido da vida e morte: o que a iminência de morte ensina sobre a vida?” e integra perspectivas da psicologia e da filosofia na análise e avaliação de questões sobre as influências do sentido da vida e da morte para a existência humana, e algumas implicações disto no estudo da ameaça de morte na percepção feminina. O trabalho aborda dentro da psicologia e numa perspectiva humanista existencialista, especialmente, a visão de Viktor Frankl. Dentre autores da filosofia, citamos, por exemplo: Sartre, Luper, Eagleton e Baggini. Discutiremos a importância de se considerar a filosofia como uma aliada na compreensão do psiquismo, da relação humana com o adoecimento, e do cuidado de si. Por fim, destacaremos como o adoecimento faz romper trajetórias femininas, marcadas por uma doação externa a terceiros (marido, casa, trabalho, filhos), funcionando como uma permissão para o cuidado de si mesmas.
  • 34. 34 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Rancière e a politica: o corpo que fala de América Latina Gladys Elisa Robles Uribe (PPG-Artes UFU) Esta comunicação tem como objeto mostrar as propostas estéticas da filosofia de Jacques Rancière. Desdobrando as reflexões do autor em torno da relação entre política e estética específica da imagem focada nas obras de mulheres artistas contemporâneas, Regina Jose Galindo (Guatemala), Tania Bruguera (Cuba) e Maria Teresa Incapie (Colômbia) tendo afinidade com a arte da América Latina. Elas utilizam o corpo como médio de expressão poética, evidenciando suas inquietações sociais pertencentes ao século XXI, logrando perceber em suas performances as carregas políticas contidas nas realidades de cada um de seus países, sendo este um tema para abrir a discussão e estabelece como os fatos culturais e sociais são encaminhadas na procura da reflexão do homem latino, achando interessante entrelaçar as posturas dos contextos, problemáticas e fatos culturais e sociais no presente, encontrando proximidade na leitura crítica do livro O espectador emancipado de Rancière.
  • 35. 35 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Transhumanismo e pós-modernidade: uma introdução Guilherme de Morais Damaceno (FAPEMIG/UFU) Orientadores: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU) Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho (IFILO/UFU) No mundo moderno, em que o homem está cada vez mais distante da natureza e mais próximo de interfaces computacionais, nossa relação com o mundo está cada vez mais intermediada por mecanismos virtuais. Nossa existência passou a se estender através do desenvolvimento tecnológico e da medicina, que contribuem cada vez mais para nossa longevidade. Em breve, através da convergência entre tecnologias (como Nanotecnologia, Biotecnologia, Tecnologia da informação, Ciências Cognitivas, Neurociência), surgirão supermáquinas e elas terão papeis fundamentais para a ciência, tecnologia e sociedade e também serão fonte de risco de extinção da espécie humana. Nesse sentindo, os seres humanos terão de ampliar sua própria inteligência (enhanecement cognitivo), para poder ser equiparar a essa inteligência computacional ou usufruir de todo o seu potencial. É nesse cenário que surge um movimento filosófico e cultural cada vez mais difundindo, o Transumanismo. O objetivo desse trabalho consiste em elucidar sob linhas gerais, alguns dos principais conceitos do Transumanismo, tendo em vista a pós-modernidade em curso.
  • 36. 36 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A história do indivíduo em Max Horkheimer Guilherme Vasconcellos Fontoura (Graduação Filosofia-UFU) Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO-UFU) Pretende-se desenvolver uma história da noção de individualidade consoante às idéias de Horkheimer, presentes na obra Eclipse da Razão, especificamente no capítulo “Ascensão e declínio do indivíduo”. Conforme o homem produz uma organização social que o leva à vida sedentária em comunidade, desenvolve-se nele uma percepção de si que o distingue da natureza externa. Porém, o desenvolvimento social não significou desenvolvimento do indivíduo em todos seus aspectos. Assim, apesar do progresso técnico, que produz uma sociedade muito mais integrada que outras do passado, é peculiar do capitalismo avançado a existência das massas, que contribuem para a dissolução das principais características do indivíduo, como a espontaneidade e autonomia. Esse trabalho visa demonstrar como se deu esse processo através de um resumo da análise da noção de individualidade ao longo da história do homem. Trata-se de um aspecto que surge naturalmente e se desenvolve historicamente no sujeito, mas que, nesse desenvolver, ocorre uma contradição, pois a sociedade que produz o sujeito autônomo acaba dissolvendo os traços de individualidade nas pessoas para garantir a dominação. Trataremos ainda da crítica à indústria cultural, mecanismo que reforça a liquidação total do indivíduo, que fica dissolvido no pensamento identificante da sociedade e reduzido aos coletivos.
  • 37. 37 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A indústria cultural e o seu sistema de alienação Hênia Laura de Freitas Duarte (IFILO/UFU) Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva (IFILO/UFU) Esta comunicação tem como objetivo apresentar os aparelhos de alienação criados pela indústria cultural. Em primeiro lugar, iremos expor o que é a indústria cultural e de que forma ela toma conta de nossas vidas, inclusive nos dias atuais. O que isso quer dizer? Mostrar a forma como a indústria cultural, ou melhor, como as questões abordadas pelos filósofos – Max Horkheimer e Theodor Adorno – há mais de sessenta anos ainda constituem uma atualidade assustadora. Em segundo lugar, mostraremos como a televisão, o rádio e o cinema conseguem controlar os consumidores e aumentar ainda mais a força que a indústria cultural possui, isto é, como esse circuito de aparatos adquire sua força de alienação. Procuramos, também, desenvolver os conceitos de indivíduo, provenientes de Horkheimer, mostrando a sua relação com a indústria cultural e explicitar como a televisão é a inimiga dentro de nossas casas. Além disso, pretendemos destacar a posição de Adorno sobre a música e, por fim, mostrar como suas críticas à indústria cultural ainda têm sua atualidade assegurada e de que forma ela ganha mais força a cada dia que passa.
  • 38. 38 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A construção do grau de evidência da ação subjetivamente visada concebida intelectualmente por meio dos padrões teóricos de deliberação na metodologia weberiana Henrique Florentino Faria Custódio (PPG-Filosofia/UFMG) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Soares Neves Silva (FAFICH/UFMG) O propósito desta comunicação é analisar de que maneira, na metodologia weberiana, o grau de evidência poderá ser construído por meio dos padrões teóricos de deliberação imputados idealmente à ação subjetivamente visada pelo agente. Para Max Weber, a evidência da interpretação é baseada em procedimentos lógico-metodológicos que permitem ao cientista conceber conexões de sentido na ação empírica do agente. Portanto, será mediante certa caracterização promovida pelo pesquisador, a partir dos dados da pesquisa, que se produzirá em pensamento a evidência da interpretação. Assim, o grau de evidência, metodologicamente, é construído a partir de padrões teóricos de deliberação concebidos idealmente como meios auxiliares puramente lógicos, utilizados para o isolamento e ordenamento conceitual de um fragmento da complexidade do empírico. Em vista disso, queremos examinar como, na metodologia weberiana, a interpretação da ação do agente torna-se possível, se for feita uma referência explícita ao sentido visado da ação.
  • 39. 39 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Aristóteles e o argumento do éter no Livro I Do Céu Igor Mota Marques (UFU - Filosofia) A presente comunicação visa apresentar a argumentação aristotélica acerca da existência do Éter. Na obra Do Céu, o Filósofo propõe uma cosmologia racional utilizando dados observáveis (fenômenos), construções matemáticas e uma teoria dos 4 elementos. Do Céu pode ser tratado como uma investigação tipicamente aristotélica que se inicia com a definição do objeto a ser tratado na investigação, apresenta os objetos que compõe tal estudo (os corpos, os elementos), por fim, argumenta acerca dos movimentos possíveis desses corpos. De fato, os problemas desta investigação envolvem a teoria dos 4 elementos de Aristóteles e quais são os movimentos possíveis pelos corpos. Ocorre que os 4 elementos (fogo, ar, água e terra), segundo a cosmologia aristotélica, podem tão somente realizar movimentos ascendentes ou descendentes em relação ao centro do planeta; contudo, é observável que os corpos celestes realizam um movimento circular ao redor do planeta. Assim, o quinto elemento é chamado de Éter por Aristóteles e a prova de sua existência não se dá simplesmente por observações ou demonstrações matemáticas; tal inferência exige um esforço argumentativo que interliga o fenômeno do movimento do céu (movimento circular) com a falta de um elemento que realizasse tal movimento na esfera terrestre.
  • 40. 40 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Péras e ápeiron: os números e as coisas segundo os pitagóricos Jackeline de Melo Feitosa (IFILO – Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho Entre os gregos, nós encontramos diferentes explicações para a seguinte questão: de onde, ou do quê, sugiram todas as coisas? Para além dos mitos, os primeiros filósofos, na Grécia, aproximadamente a partir do século VI a.C., tentaram explicar a gênese do universo de um modo racional. Um dos primeiros homens a se questionar sobre tamanho problema foi Pitágoras e, utilizando-se dos números, esse filósofo (junto de uma grande quantidade de seguidores de sua filosofia, conhecidos como pitagóricos) apresentou uma explicação da geração das coisas a partir dos elementos matemáticos e da interação de princípios contrários (péras e ápeiron). Porém, seria possível a interação de princípios contrários? Como tal interação contribuiu para a origem de todas as coisas? De que forma as coisas podem se originar dos números? A presente comunicação tem o intuito de responder essas questões expondo o que possuímos sobre a filosofia de Pitágoras e dos pitagóricos, baseando-se nos livros Historia de la filosofia griega de W. K. C. Guthrie e Pythagoras: his lives and the legacy of a rational universe de Kitty Ferguson.
  • 41. 41 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Sobre como a linguagem pode ter nascido em concomitância com as relações de alteridade Jéssica da Silva Ferreira (PPG-Filosofia/UFU) Orientadora: Prof. Dra. Georgia Cristina Amitrano (IFILO/UFU) Valendo-me da ênfase dada por Jacques Derrida para falar do nascimento da linguagem e da alteridade, a comunicação a ser apresentada visa analisar como na forma da escritura a alteridade pode ser encontrada, observando como a presença do Outro se destaca. Tomando a linguagem como uma das formas em que a alteridade se dá, é importante compreender como esta nasce e se desenvolve em concomitância com relações de alteridade. Embora o problema da linguagem nunca tenha sido um problema qualquer, agora ele encontra-se no horizonte mundial de inúmeras e variadas pesquisas, seja na forma de escritura grafada ou não. A violência da imposição de um modo de ser sobre o outro que não mais limita a memória à oralidade. Escritura derivada de uma linguagem que poderia tanto ter nascido uma, com um grito e depois ter se articulado até chegar no livro, quanto ter nascido diversa, conforme o lugar em que nascia.
  • 42. 42 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A fisiologia do prazer no Górgias de Platão João Gabriel da Silva Conque Santos (PPG-FIL/UFMG) Orientador(a): Miriam Campolina (FAM/UFMG) Evidências textuais nos permitem cogitar a hipótese de que a concepção do prazer como um processo de preenchimento de uma deficiência dolorosa presente no Górgias de Platão pode ter sido influenciada por teorias fisiológicas desenvolvidas ao longo do tratado médico Doenças IV, atribuído à escola hipocrática. A investigação dessa hipótese pode nos fornecer importantes elementos para a compreensão do aspecto semântico e valorativo do prazer presentes nesse diálogo já que estaríamos lidando, provavelmente, com a teoria acerca do funcionamento do corpo humano que teria servido de modelo para a descrição platônica do prazer. Diante disso, pretendo apresentar nessa comunicação (i) uma breve comparação entre os vocabulários fisiológicos presentes em ambos os textos com vistas a (ii) compreender com maiores detalhes quais são as funções argumentativas desempenhadas pela fisiologia do prazer exposta no Górgias mediante exemplos que envolvem a fome, a sede e o processo de saciá-las nas críticas oferecidas ao hedonismo defendido por Cálicles nesse diálogo.
  • 43. 43 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Indústria Cultural na Dialética do Esclarecimento João Paulo de Souza (Graduação-Filosofia/UFU) Em meados do século XX, dois dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, Theodor W. Adorno e Max Horkheimer fizeram fecundas análises sobre a cultura na sociedade moderna, denunciando as estruturas de dominação capitalista. Governos totalitários utilizavam com maestria os meios de comunicação de massa para a manutenção da situação vigente. A Indústria Cultural, termo cunhado por esses dois filósofos, foi por eles entendida como um poderoso instrumento de dominação ideológica. A cultura mercantilizada torna-se um obstáculo à experiência formativa dos indivíduos. Ao massificar a cultura, a industrialização destitui a arte de sua característica libertadora, crítica, alienando as consciências. A técnica, a serviço dos grupos sociais dominantes, produz indivíduos passivos, manipuláveis. A proposta desta comunicação é discorrer sobre algumas importantes questões referentes à temática da Indústria Cultural naqueles autores. Para isso, será antes exposto brevemente o contexto histórico do aparecimento da Escola de Frankfurt e da produção das ideias desenvolvidas no livro de Adorno e Horkheimer, a Dialética do Esclarecimento. Para tal, será utilizada como base bibliográfica a referida obra, capítulo O Esclarecimento Como Mistificação das Massas.
  • 44. 44 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Owen e o problema do Ser no Sofista João Vitor Resina Nunes de Melo (ICHF – UFF) Orientador: Prof. Dr. Fernando Décio Porto Muniz (ICHF – UFF) A discussão central do Sofista aborda o problema do Ser de uma maneira curiosa. A proposta do Estrangeiro de que ambos, Ser e Não-Ser, seriam igualmente esclarecidos com o esclarecimento da compreensão de um deles (ou obscurecidos, no caso contrário) pretende mostrar que existe uma relação de paridade entre ambas as compreensões. A análise do Não-Ser é importante no diálogo, não apenas para sustentar a existência do discurso falso – utilizado para caracterizar o sofista –, mas também para sustentar uma possível mudança em relação à metafísica dos diálogos da maturidade como o Fédon – a saber, em relação à doutrina do “Ser e do Vir a Ser”. Em seu artigo “Plato on Not-Being”, Owen questiona leituras que propõem uma análise do problema baseada nas doutrinas platônicas da fase madura. A análise de Owen da discussão sobre o Não-Ser propõe uma nova abordagem sobre o problema, tendo como foco a nova análise da negação presente no diálogo, a fim de que tal análise da negação possa servir de suporte à nova estrutura metafísica apresentada pelo Estrangeiro. Esta comunicação pretende explicitar a leitura de Owen dos trechos relevantes para a discussão do Sofista, e, consequentemente, para o problema do desenvolvimento da metafísica platônica.
  • 45. 45 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Moralismo como egoísmo puro em Peter Singer José Augusto Rodrigues Paniago (IFILO/UFU) Orientador: Prof. Alcino Eduardo Bonella (IFILO/UFU) O seguinte resumo possui como tema o moralismo como egoísmo puro em Peter Singer. Peter Singer é um dos mais destacados especialistas em ética aplicada, autor de uma vasta e respeitável bibliografia. Sua teoria ética utilitarista se baseia em um problema prático da nossa contemporaneidade, a pobreza absoluta. Singer elabora a argumentação a favor da obrigação dos ricos ajudarem os pobres (SINGER, 2002, p. 240). Singer diz que, para convencer alguém a agir moralmente, é preciso convencer essa pessoa de que uma atitude ética servirá aos seus interesses, nem que seja em longo prazo. O relativismo moral fundamenta-se na ideia de que os valores morais variam muito entre os povos e entre as culturas. Todavia, Singer pensa que a ação moral egoísta é uma concepção ética deturpada. Nas palavras dele, “a ética é um produto social que tem a função de promover valores comuns aos membros da sociedade”. A consciência moral é útil à sociedade, não pelos motivos que levam alguém a tê-la, mas pelos resultados que a posse dela traz. Portanto, o egoísmo puro nas próprias ações é perfeitamente racional, e uma pessoa que não tenha dentro de si aquele nobre sentimento de dever, não irá agir moralmente se não lhe derem uma razão que mostre essa ação como favorável a ela.
  • 46. 46 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A liberdade individual e a sociedade desde “O Utilitarismo” de John Stuart Mill José Vladimir Rojas Tineo ( Pós-graduação - FILOSOFIA) Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella (UFU) Neste presente trabalho desenvolveremos o conceito de liberdade individual na sociedade, mas desde o ponto de vista do pensamento utilitarista de John Stuart Mill. Permitindo assim compreender a relação do homem com a sociedade a partir da Ética utilitarista e seus fundamentos liberais, ademais saber se nessa relação a liberdade é limitada ou não. Como característica da liberdade utilitarista temos os seguintes fundamentos: a liberdade de consciência, a liberdade de desenvolvimento para a própria vida e a liberdade de reunião e associação. Além disso, consideramos como sociedade as instituições do Estado e as suas funções, lembrando que a sociedade é onde o homem desenvolve-se. Para a análise dos conceitos fundamentais, faremos uma revisão dos seguintes textos: O Utilitarismo, que contém os princípios da maior felicidade, o prazer e a felicidade individual; e Sobre a Liberdade e O Governo Representativo, em que John Stuart Mill desenvolve, no quadro político e ético, as questões da liberdade individual e a intervenção do governo na sociedade.
  • 47. 47 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ As singularidades de aprender e ensinar filosofia Juan Guillermo Diaz Bernal (FACED – UFU) O texto descreve as possibilidades ou limitações que se põem em jogo desde o que entendemos por ensinar filosofia e desde as formas de assumir os padrões de interação social, configurados pelas relações de discurso, saber, poder e desejo. Seu propósito é fazer visíveis as práticas que acontecem quando professores, alunos e filósofos (através da sua produção) se encontram nos espaços acadêmicos de formação profissional, onde filosofar toma formas e sentidos diferentes, pois não admite entendimentos e discursos hegemônicos nem a ausência do pensar. Aprender filosofia ocorre nesta forma. Este assunto que compete não só ao professor de filosofia, senão também ao estudante segundo as situações na sociedade da informação e os contextos plurais que se transformam rápida e continuamente. O ensino da filosofia configura permanentemente a singularidade das interações de distinto tipo que se presentam entre professores e estudantes ou entre os filósofos e os textos, interações não isoladas do contexto sociocultural e político nem das práticas educativas. Por isso, o ensinar/aprender filosofia remite a uma complexidade de aquilo que se faz na cotidianidade da aula respondendo ao seguinte questionamento: o que acontece quando ensinamos/aprendemos filosofia?
  • 48. 48 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Seria Nietzsche um pensador machista? Juliana Cristina Nicodemos (Filosofia-UFU) O discurso nietzschiano sobre a mulher se apresenta de forma complexa, problemática e possui arestas fartamente desagradáveis que nos faz sentir imediatamente inclinado a silenciar. Não obstante, dificilmente poderia indicar-se uma obra de Nietzsche que não contenha um número considerável de observações sobre a mulher. O autor de Zaratustra recusa-se, na maior parte das vezes, a referir-se ao homem, a mulher em geral e isto constitui uma das mais profundas originalidades do seu pensamento. Não só se negou a identificar o homem antigo com o homem moderno, cristão e pós-cristão, mas inaugurou uma forma de consideração sexuada a partir da qual tem-se de distinguir o homem da mulher, ou masculino e o feminino. Um pensamento da diferença, a sutil arte das distinções, não poderia ignorar tão elementar diversidade. Também, devido a sua forte disposição à metáfora, apresenta sua tese sobre a verdade e a filosofia dogmática utilizando a mulher como metáfora para esta crítica. A suposição da mulher mostraria a estratégia eminente contra o dogmatismo. Com isso, este trabalho pretende explorar as várias formas que a mulher se apresenta nos escritos nietzscheanos, buscando mostrar que o filósofo em questão não possui o pensamento machista.
  • 49. 49 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A historicidade do estado fundamentada na ética hegeliana Kaique Aparecido Gonçalves e Silva (Graduando-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido. (IFILO/UFU) A presente comunicação tem o intento de elucidar a historicidade do Estado a partir do conceito hegeliano da vida ética, considerando os seguintes aspectos: o direito natural do homem enquanto homem e partícipe de um corpo social, considerado um produto do processo dialético calcado na visão de progresso histórico. Esse aspecto abre a possibilidade para a explicação da gênese da ética hegeliana, o fundamento legítimo que dá sustentação às leis do Estado que – próprios desse primeiro comportamento moral – conduz a sociedade a uma nova ordem, própria de uma comunidade que ultrapassa a vida familiar para se constituir como sociedade civil guiada pela moralidade objetiva. Um novo estágio no qual o homem toma como única verdade o seu pensamento, e, por conseguinte, a ele se encontra arraigado toda a vaidade e o individualismo que ainda perdura no Estado que, por sua vez, é por si a instância que garante a busca pela universalidade da razão. Todavia, o conceito hegeliano é fecundado no direito abstrato, ou seja, o direito em sua anterioridade ao Estado e á sociedade civil, portanto, compreende-se como o direito natural, o direito da reta razão, a saber, do Absoluto.
  • 50. 50 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O Sagrado e o Profano em Eliade Karla Cristina Pereira (Filosofia-UFU) Esta comunicação tem como objetivo apresentar a proposta de Mircea Eliade sobre o fenômeno do sagrado e do profano em toda sua complexidade. Partindo da definição primordial da oposição entre sagrado e profano, Eliade desenvolve o tema e revela em seus estudos essa problemática religiosa, perpassando pelos meandros da história da humanidade. Segundo Eliade, o conhecimento do sagrado se faz justamente em suas manifestações pelo viés hierofânico, dar a conhecer através das realidades sagradas, que não fazem parte do mundo homogêneo, se revelando assim, tais manifestações ao homem religioso. A história está repleta de considerações sobre relatos de hierofanias. O autor pondera que, diante das hierofanias, o homem moderno passa por certo mal- estar, constrangimento, por não compreender totalmente como um objeto revela o divino e vice- versa, por não ser sensível a dois modos de ser no mundo, sagrado e profano, o homem moderno dessacralizado, dessacraliza as manifestações sagradas, permanecendo em posição desconfortante existencialmente. As posições existenciais de sagrado e profano, assumidas pelo homem ao longo da história, são conquistas humanas e assim patrimônio da cultura universal.
  • 51. 51 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Da higienização à loucura: análise foucaultiana acerca do outro como louco Laércio de Jesus Café (PPFIL/UFU) Orientadora: Profª. Drª. Georgia Amitrano (IFILO/UFU) Na busca de investigar as exclusões ocasionadas pelas novas realidades políticas/cientificistas, bem como sua repercussão no cenário social dominador da Loucura, Michel Foucault propõe a discussão sobre os dispositivos de saber e poder que envolvem os diferentes desdobramentos da Loucura e da noção de normalidades presentes em nossa sociedade ocidental. Buscando entender quem é esse Outro que emerge no e do discurso da Loucura, a presente comunicação pretende investigar a Loucura a partir das diferentes transformações que esta sofrera com o passar dos séculos, insuflada por distorcidas práticas de poder, de autoridade, administração, correção que não se remetem sempre a vontades gerais, mas sim a de seus soberanos, desenvolvendo critérios de questionamento e crítica da realidade. A Loucura aparece, portanto, como uma das questões capturadas a partir de transformações nos saberes e nas modalidades disciplinares que ainda estão em vigor em nossa sociedade. Além disso, observarmos a Loucura a partir de seu enfoque político acerca do ‘cuidado de si’ e subjetividade, intenta-se também uma análise desta com a Alteridade, na qual se aponta para a intrínseca relação deste Outro como Louco. e a necessidade ético política de compreendê-la à luz do pensamento da Alteridade.
  • 52. 52 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A Política do Feminino: os discursos e sua legitimação pelo Estado Laís de Oliveira Franco (Filosofia/UFU) Orientadora: Profa. Dra. Georgia Cristina Amitrano (IFILO/UFU) O objetivo desta comunicação é compreender os discursos que definem e imperam sobre o feminino. Considerando as diversas faces de tratamento da Mulher como o Outro, deseja-se apreender como a política, especificamente, é utilizada neste aspecto, isto é, em todos os âmbitos de convivência da Mulher. Pretende-se, portanto, analisar os instrumentos dos quais o Estado dispõe e se utiliza no processo de marginalização da Mulher, sua negação enquanto indivíduo autônomo e propagação do machismo institucionalizado. Tal análise dar-se-á à luz de perspectivas como as de Foucault, Arendt e Beauvoir, considerando nesta última sua descrição da construção de um comportamento exclusivamente feminino em O Segundo Sexo, bem como suas implicações e consequências. Em outras palavras, tratar-se-á do que é ou pode ser o Feminino, se existe um ‘em si’ deste feminino ou da Mulher, observando como podemos, e isso apenas talvez, através do aparelho político, delimitar uma liberdade dos corpos ou não.
  • 53. 53 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Tradução e comentário “Les structures maitresses de l’oeuvre d’art” Liris Rejane Braid de Melo Crosara (Filosofia-UFU) Esta comunicação tem como objetivo apresentar a obra de Etienne Souriau intitulada “Les structures maitresses de l’oeuvre d’art” (“As Estruturas Mestras da Obra de Arte”) a partir da tradução do tópico “A Transcendência da Obra de Arte” que é relevante para a pesquisa na área de Estética. A abordagem do escrito de Souriau contribui para as discussões sobre a arte e a estética, sendo a primeira autônoma em relação à segunda, pois a arte tem suas próprias particularidades e se constitui como o seu mundo próprio. Na obra de arte, é perceptível a sua consistência, que se faz presença e se abre ao olhar e dá conhecer, de modo próprio, as qualidades sensíveis ordenadas e apresentadas de uma maneira determinada. Souriau estrutura uma Estética da forma e do objeto, em que se propõe a descobrir as leis homólogas que estruturam a obra de arte, especialmente a música e a literatura. O autor nos leva a uma reflexão na perspectiva estruturalista sobre os procedimentos objetivos que governam as adversidades dos fenômenos sensíveis, artísticos ou cotidianos. Assim sendo, como não existe uma tradução disponível em português é relevante fazê-la, pois tal tradução será importante para a pesquisa no âmbito da arte e da Estética.
  • 54. 54 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O racismo de estado no sistema do biopoder Lorena Silva Oliveira (UFU) Orientadora: Prof.ª. Drª. Georgia Amitrano. O presente trabalho intenta investigar o conceito de Racismo de Estado elaborado por Michel Foucault. Para tanto, demonstrarei como em uma sociedade de normalização, na qual se opera o Biopoder – aquilo que torna a vida uma questão política e, consequentemente, cria dispositivos para administrar a população - é necessário o uso de certos dispositivos. Objetivo também demonstrar como o Racismo de Estado, enquanto um dispositivo de poder, está associado à biopolitica na medida em que seleciona no corpo social algumas vidas que podem ser descartáveis em contraposição àquelas que devem ser protegidas, ou seja, seleciona quem deve viver e quem deve morrer. Ademais, o trabalho dialogará com o conceito de Estado de exceção, uma vez que este radicaliza e atualiza a contribuição de Foucault ao pensamento político; afinal, em um Estado de exceção, a biopolitica assenta-se um regime de exceção permanente.
  • 55. 55 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Alguns aspectos acerca do problema da demarcação Lucas Alves de Oliveira Orientador: Prof. Mestre Fábio Baltazar do Nascimento Júnior Essa comunicação pretende apresentar alguns aspectos que envolvem o problema da demarcação. A princípio serão abordados os motivos pelos quais há a necessidade da busca por um critério que possa distinguir as ciências empíricas das ciências não empíricas. Em seguida, será apresentada uma concepção comum de ciência: a ciência seria fundamentada por proposições baseadas nas observações, desse modo, o que garantiria a veracidade do conhecimento científico seria a possibilidade desse conhecimento ser demonstrado a partir de premissas com base empírica. A ciência empírica procederia da seguinte maneira: primeiramente parte de observações, que devem ser feitas inúmeras vezes nas mais diversas condições a fim de generalizar os resultados, formulando assim uma teoria. Se a ciência procede desta maneira, os experimentos nas mais variadas ciências são de cunho indutivo, ou seja, a partir de observações particulares se obtém proposições universais acerca de determinados fenômenos. Assim, a metafísica, por exemplo, não poderia ser considerada uma ciência, visto que, tanto suas premissas quanto a respectiva conclusão não podem ser corroboradas empiricamente, apenas indutivamente. Enfim, o problema da demarcação será investigado segundo as questões que envolvem o corpo deste resumo.
  • 56. 56 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ O mal em Hannah Arendt: uma leitura sobre a relação entre o poder e o mal em Origens do Totalitarismo Lucas Carvalho Lima Teixeira (CCHSA/PUC-Campinas) Orientador: Prof. Dr. Douglas Ferreira Barros (CCHSA/PUC-Campinas) Pretendeu-se com este trabalho aprofundar o tema do mal-radical na obra de Hannah Arendt. Ao realizar uma interpretação crítica dos acontecimentos da Segunda Grande Guerra, especificamente acerca dos adventos do nazismo e do stalinismo, Arendt percebe que há uma modalidade de mal que não se coaduna à compreensão dada pela tradição até então a esse fenômeno, um mal que não tem personificação e cujos resultados são catastróficos para a condição humana. Qual será, então, a origem deste mal, pergunta-se Arendt? Nem a filosofia herdeira do esclarecimento no século XIX, tampouco as tradições judaico-cristãs poderiam explicá-lo pelas motivações da maldade demoníaca, da avareza, da inveja ou do puro egoísmo. O mal em sua nova forma perscrutada por Arendt não se encaixa em nenhum modelo compreensivo fornecido até o momento. Nossa análise percorrerá os temas da gênese dessa nova modalidade de mal e a sua atividade na figura “demoníaca” de Adolf Eichmann. Desse modo, nossa investigação englobará essas duas dimensões aventadas por Arendt para o mal-radical: aquela das estruturas políticas, do estado totalitário; e a do homem que age sob a ordem do mal: Eichmann. Será possível avaliar o mal sob essas duas dimensões? Onde poderá se localizar a gênese do mal-radical?
  • 57. 57 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ As minorias toleradas: o feminino na contemporaneidade Luciano Severino de Freitas Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea Universidade Federal de Uberlândia/MG A presente comunicação tem por objetivo analisar a relação entre o conceito de minorias e suas apropriações, partindo da noção do feminino no Ocidente. Parece óbvio, contudo, não desnudado que a questão acerca do conceito de minorias passe pela análise do conceito do feminino e pelo modo como esse tem sido tratado no Ocidente. O feminino, não entendido como uma redução de gênero, pautado pela diferenciação biológica, ainda que a partir dessa, dado como percepção fática, mas o conceito de feminino como outridade, traço de oposição ao estabelecido nas balizas do: branco, heterossexual, europeu e macho. A partir dessa análise, como seria possível pensar nas zonas de ampliação do direito acerca das minorias, mormente nos casos de transição de gênero, tomando como base o princípio da igualdade.
  • 58. 58 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ A parresía anti-filosófica de Cálices no Górgias de Platão Luiz Eduardo Gonçalves Oliveira Freitas (FFLCH - USP) Cálicles é um dos adversários mais agressivos e radicais que Sócrates enfrenta ao longo da obra platônica. No terceiro ato do Górgias, o personagem realiza inúmeras investidas contra a filosofia e as tentativas socráticas de refutar sua posição - chegando a afirmar que filósofos são afeminados e deveriam sofrer punições físicas. O repúdio de Cálicles à filosofia se manifesta também no seu desprezo pela dialética de Sócrates e na sua vontade reiteradamente expressa de abandonar a discussão. Apesar de ser elogiado pela sua parresía, as últimas palavras de Cálicles deixam claro que continua obstinadamente mantendo suas convicções anti-filosóficas, sem o menor ponto de concordância com Sócrates. Chega-se, no final do diálogo, a um momento de impasse radical, em que Sócrates não consegue estabelecer com seu interlocutor sequer as mínimas condições necessárias para a realização do elenchos. Este trabalho pretende analisar alguns procedimentos dramáticos utilizados por Platão na montagem deste embate, de forma a tentar entender que função cumpre o comportamento dos personagens nesta parte final do diálogo para o projeto filosófico platônico. Em particular, discutirei o aspecto da franqueza nas falas de Cálicles e confrontarei com o texto algumas interpretações cujo enfoque no tema da vergonha me parece insuficiente.
  • 59. 59 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Edith Stein, uma síntese dramática e de uma verdade sobre o ser humano: judia, filósofa, religiosa, mártir Mak Alisson Borges de Moraes Orientador: Tommy Akira Goto Considerando a negligência em relação às filósofas ao longo da história da filosofia, busca- se no presente trabalho refletir a respeito da atividade filosófica feminina a partir das investigações empreendidas pela filósofa e fenomenóloga Edith Stein (1891-1942). Para esse estudo foi utilizado o texto “A mulher: sua missão segundo a natureza e a graça”, fruto de conferências em que a filósofa expôs suas investigações acerca da mulher. Em sua análise do ser humano, Stein desenvolveu uma antropologia dual destacando as diferenças entre homem e mulher, procurando encontrar a especificidade do feminino e ressaltando o valor próprio da mulher. Através de suas reflexões, concluiu que o modo de ser feminino é caracterizado por uma atitude pessoal e uma orientação à totalidade. Considerando isso, Stein discorreu também a respeito da ação profissional da mulher, evidenciando em sua época que a mulher poderia desempenhar qualquer função. No entanto, advertia que algumas profissões deveriam ser consideradas especificamente femininas, pois demandam um modo de ser próprio da mulher. No que se refere à atividade filosófica, apesar de destacar que na filosofia predomina uma atividade espiritual masculina, Stein ressalta que a mulher pode exercê-la de modo que faça valer a especificidade feminina. Constata-se que Stein levou isso a cabo no seu próprio pensamento, visto que um ponto central de sua filosofia foi a pessoa humana, a qual analisou considerando sua totalidade. Diante disso, destaca-se a necessidade e a importância de considerar o valor e a especificidade da atividade filosófica feminina. Apesar de uma presença intelectual intensa, Stein foi vítima dos nazistas na Segunda Guerra Mundial, sendo condenada à câmara de gás, justamente por ser mulher, judia, filósofa, religiosa.
  • 60. 60 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Aspectos teleológicos na noção de temporalidade em Heidegger e Sartre: a busca pelo sentido do ser Marcelo Rosa Vieira (PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Alexandre Guimarães Tadeu de Soares Esta comunicação destina-se a considerar a questão da possibilidade de uma ontologia prescrita por Husserl e do seu projeto de ver a fenomenologia constituir a base para o estabelecimento de uma ontologia universal. Ver-se-á que Husserl, ao antecipar um método de investigação do ser – o da redução fenomenológica – impõe condições à instauração de tal ontologia, restringindo a questão do ser à questão da consciência originária que efetua operações de doação de sentido a um mundo que apresenta-se como correlato intencional de tais operações. Mostrar-se-á que a questão do ser em Husserl é inseparável da questão de doação de sentido ao ser por parte da consciência, assim, há a necessidade da redução fenomenológica para suspender as teses da orientação natural e descrever as estruturas transcendentais em que o ser adquire sentido. A partir daí, pretendemos então considerar a retomada da ontologia por Heidegger e Sartre, como eles modificam fundamentalmente o método da redução para privilegiar a noção de ser-no-mundo, e como a temporalidade, interpretada como sentido do ser, adquire aspectos teleológicos com a introdução dos conceitos de Dasein e Para-si que projetam-se para as suas possibilidades como se fossem designados para a finalidade de revelação da verdade do ser.
  • 61. 61 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Autoria e imaginação em Kant e a produção artística Marcos Ayron de Melo Nascimento (Filosofia - UFU) A presente comunicação tem o intuito de tratar a importância que imaginação tem, segundo a visão de Kant, na formação do conhecimento e de que forma influencia na criação artística. As obras utilizadas para dar embasamento filosófico a tal propósito são de sua autoria, sendo elas: Crítica da Razão Pura e Antropologia de um ponto de vista pragmático. Para tanto, o texto tratará primeiramente sobre a teoria do conhecimento, abordando sobre a representação que nos é dada do objeto através da capacidade da sensibilidade e de como o entendimento nos permite pensá-lo. Dado isso, será abordada a diferenciação entre lembrança e pensamento, para em seguida ser feita a abordagem sobre as duas partes pertencentes à sensibilidade: sentido e imaginação. É na análise da imaginação ser produtiva ou reprodutiva, que se dará no texto, a relação da imaginação com a produção artística. Para tanto, será utilizado como exemplo a estória Três setembros e um janeiro, presente em Sandman nº 31, do escritor Niel Gaiman, apontando os elementos principais que o autor utilizou para compor a narrativa.
  • 62. 62 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Os conatus humanos e a criação do Estado hobbesiano Maria de Lourdes Silva Seneda (Mestre UFG) Neste trabalho pretendo mostrar que a teoria hobbesiana sobre o homem guarda uma estreita relação com a teoria física. E o ponto que unifica essas teorias é o conceito de conatus, o movimento interno dos corpos, o qual é identificado no corpo humano pelo desejo e pelo medo. Esses conatus humanos, o desejo e o medo, cumprem a função de determinar todas as escolhas e o comportamento humano. E as escolhas que os homens fazem dependem do valor atual que os objetos externos representam para eles, o que justifica moverem-se em direção àquilo que atualmente consideram bom para si, ou fugirem afastando-se daquilo que consideram mau. Por causa da diversidade de conatus internos, desejos e medos, que determinam as escolhas dos homens, naturalmente eles tenderiam à guerra e não à sociedade política. Se os homens vivem em sociedade civil é porque julgaram que ela poderia lhes oferecer algum benefício duradouro. Portanto, o objetivo desse trabalho é mostrar que a teoria política proposta por Hobbes guarda uma estreita relação com a sua teoria física.
  • 63. 63 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Estética e sua pretensão de aperfeiçoar o conhecimento sensível Mariana Fernandes Parreira (Filosofia-UFU) Orientador: Humberto Guido (IFILO-UFU) O objetivo desta comunicação é apresentar considerações acerca do livro “O mundo como vontade e representação”, parte 3, de Arthur Schopenhauer. A análise está calcada nas referências filosóficas que o autor usa de Kant e Platão, na tentativa de mostrar suas semelhanças e introduzí- las na sua obra. Os conceitos fundamentais abordados em sua obra são “Vontade” e “Representação”, o primeiro sendo comparado à “Coisa-em-si” e o segundo ao “Fenômeno”, ambos são conceitos de Kant. O último tem dois compostos importantes, o “Sujeito” e o “Objeto”, e a relação que tem o “tempo, espaço e causalidade” com o princípio da razão. Apresentando a afirmativa que o mundo como ‘Representação’ é uma reformulação do mundo sensível presente na teoria platônica. Em seguida, será apontado como a contemplação estética leva ao desinteresse das ‘Ideias’, ou seja, como a música, a obra de arte, a poesia e tudo que é belo leva à suspensão momentânea do sofrimento. A proposta é aliviar o drama humano com a superação do sofrimento, negando nossa ‘Vontade’, visto que esta é irracional e inconsciente e esta desprovida das leis da razão.
  • 64. 64 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Banalidade do mal em Hannah Arendt Marina Barbosa Sá (Filosofia/UFU) Orientadora: Profª Drª Georgia Amitrano (IFILO/UFU) A presente comunicação tem por objetivo investigar o conceito de “banalidade do mal” cunhado por Hannah Arendt em sua obra Eichmann em Jerusalém. Apesar da circunscrição histórica do julgamento, das questões relativas ao nazismo e ao holocausto, não se pode furtar de se observar que, de certo modo e em paradigma mais particular, a questão da banalização do mal ainda se faz presente. Donde ser crucial analisar tal conceito diante do quadro em que vivemos. É, portanto, a partir do trabalho realizado pela filósofa acerca do julgamento de Eichmann que se considerará o ineditismo deste conceito de “banalidade do mal”, entendendo-o não como uma motivação maligna, mas sim como a ausência de pensamento. Nesse sentido, realizar-se-á uma investigação sobre a relação implícita entre ausência de pensamento e aquilo que tendemos a denominar por mal, seus desdobramentos em ações absurdas de serem pensadas e indigestas de serem discutidas. Afinal, tratamos de genocídios, assassinatos e exclusões.
  • 65. 65 ∙ Resumos do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 9, n. 9, nov. 2015. ISSN 2358-615X ∙ Cosmologia Tomista: uma análise do Proêmio do Comentário de Tomás de Aquino ao Tratado do Céu de Aristóteles Maryane Stella Pinto (UFU) Orientador: Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (UFU) Este trabalho tem como objetivo apresentar as considerações feitas por Tomás de Aquino no Proêmio ao Tratado do Céu de Aristóteles, mais especificamente sobre os elementos, os corpos celestes e o movimento circular. Tomás vai examinar, primeiramente, o processo de como analisar as questões relativas ao céu partindo do estudo de ordem prática (Ratione Practica) e de ordem especulativa (Ratione Speculativa). A partir da leitura do Proêmio do Comentário do Tratado do Céu, apontaremos os argumentos de Tomás de Aquino acerca da afirmação de que este não versa apenas acerca das coisas celestes, mas também, acerca do mundo sublunar. Visto então que esta ciência tem como sujeito o céu e o mundo, apresentaremos as maneiras de como Tomás compreende o universo, que, a saber, são três, como a última esfera, como todas as esferas, como o mundo sublunar. Assim, tentaremos apreender, a partir do Proêmio do Comentário do Tratado do Céu, a maneira como Tomás de Aquino compreende a estrutura da cosmologia de Aristóteles.